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PERFIL TÉCNICO

INICIATIVA 2,4-D
HISTÓRICO
• O 2,4-D é um dos herbicidas mais comuns e antigos utilizados na agricultura;

• Tem mais de 70 anos de mercado e 40.000 estudos realizados por diferentes instituições
de pesquisas;

• Herbicida padrão de eficácia biológica em plantas daninhas de folha larga;

• É uma das substâncias mais estudadas no mundo;

• Em 1941, foi detectado como regulador de crescimento natural das plantas;

• Um dos melhores perfis toxicológicos disponíveis e a um preço acessível;

• Seu uso vem crescendo devido a sua função de ferramenta insubstituível na dessecação
das plantas daninhas e restos culturais, antes da semeadura da nova cultura;

• São comercializados cerca de 120 milhões de litros do produto no mundo, dos quais
20 milhões no Brasil.
CARACTERÍSTICAS
FISIO-QUÍMICAS
NOME QUÍMICO E FÓRMULA ESTRUTURAL

2,4-D é o nome comum do ácido


2,4-diclorofenoxiacético, que
H H se pode explicar da seguinte forma:
H • Ácido pela forma ácida da molécula;
O
• 2,4- indica que há um átomo de cloro na
CI O C C
posição 2 e outro na posição do anel de fenol;
OH
• Dicloro indica o anel fenólico;
H
H CI • Oxi indica o átomo de oxigênio na posição
do anel de fenol;
• Acético indica o tipo de ácido.

FORMULAÇÕES
• Sólido cristalino, o 2,4-D se apresenta comercialmente em fórmulas líquidas.
• Atividade biológica herbicida e concentração dos herbicidas fenoxiacéticos estão
presentes na parte ácida da molécula.

FORMULAÇÕES AMINAS – (ÚNICA FORMULAÇÃO REGISTRADA NO BRASIL)


• Muito utilizadas, as mais comuns são as dimetilaminas (DMA). Requerem horas para
serem absorvidas e não são voláteis, o que aumenta a segurança em seu uso.
• Os sais amina são produzidos através da reação de um ácido com uma base. O sal amina
do 2,4-D é solúvel, de fácil aplicação e não volátil.

FORMULAÇÕES ÉSTERES
Ácido 2,4-D com um álcool são absorvidos mais fácil e rapidamente pelas plantas. Estas
formulações ésteres são mais apropriadas para climas temperados.
Especificações Amina Éster
Solubilidade em água Alta Baixa
Forma mais comum Dimetilamina (DMA) Éster Butílico
Forma Líquida Líquida
Volatilidade Não volátil Volátil
Absorção Horas Minutos
Obs: no Brasil não é mais comercializada a formulação Éster, somente a formulação Amina não volátil.

VOLATILIDADE
Uma maior pressão de vapor indicará maior facilidade de a molécula passar ao estado
gasoso. Ou seja, os produtos são classificados de acordo com a pressão de vapor. No caso
específico do 2,4-D, os ésteres são considerados voláteis enquanto a amina é não volátil.

Pressão de vapor
Produto
(mm Hg a 25˚ C)
Éster Butílico de 2,4-D 2,3 x 10-3
Éster Iso-octílico de 2,4-D 3,0 x 10-4
Propanil 4,0 x 10-5 Volátil

Ametrina 3,3 x 10-6 Não


Volátil
Sal dimetilamina de 2,4-D 5,5 x 10-7
Glifosato (sal) 3,0 x 10-7
Atrazina 2,9 x 10-7
Diuron 6,9 x 10-8
USO AGRÔNOMO
• Amplo espectro de controle;
• Importante ferramenta para o manejo de plantas daninhas de difícil controle, como
inibidores de ALS, e resistentes ao glifosato;
• No caso da soja, utilizado na dessecação de plantas daninhas em práticas de plantio direto
e pós-plantio;
• No controle de soja voluntária resistente a outros herbicidas e no programa de vazio
sanitário, diminui a incidência de ferrugem asiática na soja.

CULTURAS PARA AS QUAIS O PRODUTO É INDICADO

Sorgo Arroz

Milho Cana-de-açúcar

Trigo Silvicultura

Cevada Canais de irrigação

Aveia Controle de plantas


Soja (pré-plantio) daninhas aquáticas

Manejo pós-colheita Pastagens

Frutíferas Gramados

RESUMO
• Produto utilizado sozinho ou em associação com outros herbicidas;
• Sozinho, controla seletivamente as plantas daninhas de folhas largas;
• Não há relato no Brasil de nenhum caso de resistência de plantas daninhas ao 2,4-D;
• Tem papel fundamental no controle da soja voluntária (resistente a outros herbicidas).
PLANTAS INFESTANTES CONTROLADAS

DOSE Plantas Infestantes Controladas


Cultura Início, número e épocas ou intervalos das aplicações
(L/ha) Nome Científico Nome Comum

Bidens pilosa, Raphanus Picão-preto, Nabo, Nabiça, Aplicar no período após o início do perfilhamento
Trigo 1,0 -1,5 raphanistrum, Euphorbia Amendoim-bravo, Leiteira e antes do emborrachamento. Uso em pós-emergência
heterophylla, Galinsoga parviflora. Picão-branco, Fazendeiro. das plantas invasoras.

Pós-emergência: aplicar em área total até o milho atingir, no


Bidens pilosa, Picão-preto,
máximo, 4 folhas. As aplicações mais tardias deverão ser feitas
Euphorbia heterophylla, Amendoim-bravo, Leiteira
em jato dirigido, sobre as plantas infestantes, evitando atingir o
Sida rhombifolia, Guanxuma, Mata-pasto
Milho 1,5 milho quando este estiver com mais de 4 folhas. Obs.: para mais
Commelina benghalensis, Ipomoea Trapoeraba, Corda-de-viola,
informações sobre a seletividade do produto aos diferentes milhos
grandifolia, Alternanthera tenella, Corriola, Apaga-fogo,
híbridos disponíveis no mercado, a empresa fornecedora do híbrido
Amaranthus deflexus. Caruru-rasteiro, Caruru.
deverá ser contatada.

Sida rhombifolia,
Guanxuma, Mata-pasto,
Bidens pilosa,
Picão-preto, Trapoeraba, Aplicar de 7 a 15 dias antes da semeadura (plantio direto). Obs.: usar
Soja Commelina benghalensis,
1,0 -1,5 Amendoim-bravo, Leiteira, menores doses para plantas infestantes menos desenvolvidas e as
(plantio direto) Euphorbia heterophylla,
Corda-de-viola, Corriola, maiores para as mais desenvolvidas.
Ipomoea purpurea,
Poaia, Poaia-branca.
Richardia brasiliensis.

Sida rhombifolia,
Guanxuma, Mata-pasto,
Biden pilosa, Pós-emergência: aplicar no período após o início do perfilhamento e
Arroz 1,0-1,5 Picão-preto, Trapoeraba,
Commelina benhalensis, antes do emborrachamento.
Amendoim-bravo, Leiteira.
Euphorbia heterophylla.

Aeschynomene rudis, Angiquinho, Pinheirinho Aplicar em pós-emergência com as plantas infestantes no estágio de
Arroz
0,3 Ipomoea aristolochiaefolia, Corda-de-viola, Corriola 3 a 5 folhas. O produto deve ser aplicado com pouca ou sem água de
(irrigado)
Aeschynomene denticulata. Angiquinho, Pinheirinho. irrigação.

Bidens pilosa, Picão-preto,


Galinsoga parviflora, Picão-branco, Fazendeiro,
Pré-emergência: aplicar antes da germinação das plantas
3,5 Amaranthus viridis, Caruru-de-mancha,
infestantes, quando o solo estiver úmido.
Portulaca oleracea, Beldroega,
Emilia sonchifolia. Falsa-serralha.

Bidens pilosa, Sida rhombifolia, Picão-preto, Guanxuma,


Euphorbia heterophylla, Mata-pasto, Amendoim-bravo,
1,0-1,5 Ipomoea grandifolia, Commelina Leiteira, Corda-de-viola,
Pós-emergência: aplicar quando a planta estiver em pleno cresci-
benghalensis, Amaranthus viridis, Corriola, Trapoeraba, Caruru-
mento vegetativo, evitando-se períodos de estresse hídrico, antes da
Portulaca oleracea. de-mancha, Beldroega.
Cana-de-açúcar formação de colmos de cana-de-açúcar.
Usar a maior dose para plantas infestantes mais desenvolvidas.
Emilia sonchifolia, Falsa-serralha,
1,5 Richardia brasiliensis, Poaia-branca, Poaia,
Galinsoga parviflora. Picão-branco, Fazendeiro.

Pós-emergência em jato dirigido: para o controle de tiririca, aplicar o


produto em pós-emergência dirigida, com o produto diluído a 1% v/v,
sobre plantas infestantes em estádio de pré-florescimento. Utilizar
1% v/v Cyperus rotundus. Tiririca.
espalhantes adesivos a 0,3% v/v a um volume mínimo de 150 L/
ha. Se houver rebrota, fazer nova aplicação, nas mesmas condições
mencionadas anteriormente.

Sida cordifolia, Guanxuma, Malva-branca,


Pós-emergência: aplicar em área total quando as plantas infestantes
Sida rhombifolia, Guanxuma, Mata-pasto,
Pastagens 1,0 -2,0 estiverem em pleno desenvolvimento
Amaranthus deflexus, Caruru-rasteiro,
vegetativo e antes do florescimento.
Portulaca oleracea. Beldroega.

RESTRIÇÕES DE USO
Apesar de não ser fitotóxico, o 2,4-D pode causar fitotoxicidade nas culturas quando aplicado
em época inadequada ou em doses diferentes das recomendadas. Hoje, o maior problema é a
deriva, devido à aplicação inadequada.
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO
DERIVA
É o movimento do produto para um local diferente do planejado, durante ou após a
aplicação. Muitas vezes, acontece por aplicações em condições climáticas adversas ou por
pulverizadores inadequados. A deriva pode ser classificada como:

DERIVA AEROTRANSPORTADA OU DERIVA DE GOTAS:


O produto se move para fora do alvo durante a aplicação.

DERIVA DE VAPOR:
O produto se move para fora do alvo depois da aplicação.

Exemplo de uma aplicação ideal e o resultado visual da dessecação

Exemplo de deriva aerotransportada e o resultado visual da dessecação

Além dos danos nas lavouras vizinhas e de contaminar o meio ambiente, a deriva reduz a
eficiência do produto (menor dose aplicada).
TAMANHO DA GOTA
Tamanho da gota, temperatura, umidade do ar, velocidade e direção do vento devem ser
respeitados. Gotas maiores (acima de 300µm), pressão de trabalho ideal, umidade superior
a 55% e temperatura abaixo de 30°C evitam a deriva.

Ventos de 5 km/h
3
M
e
20 microns
t
r 50 microns
o 100 microns
s 150 microns
400 microns

2,4 m 6,6 m 14,6 m 54,2 m 321 m


Mov i m e nto l ateral X Taman h o d e Go ta

EXEMPLO:
Com uma barra de pulverização a 3 m de altura, ventos de 5km/h, uma gota de 400µm
desloca-se lateralmente apenas 2,4 m, enquanto que uma de gota de 20µm desloca 321 m.

DURABILIDADE DA GOTA
Uma gota de 50µm a uma temperatura de 30ºC, dura apenas 3,5 segundos e não atinge o alvo.

Condições Ambientais
Temperatura: 20˚ C Temperatura: 30˚ C
Tamanho das
Umidade Relativa do Ar: 80% Umidade Relativa do Ar: 50%
gotas (µm)
Duração das gotas Distância de queda Duração das gotas Distância de queda
(segundos) (metros) (segundos) (metros)
50 12,50 0,13 3,50 0,032
100 50,00 6,70 16,0 1,8
200 200,00 81,70 85,0 21,0
Fonte: adaptado de MATHEUS, 1979
PONTAS
Auxiliam na prevenção da deriva.

Líquido Líquido

AR AR

Ponta com indução de ar Gotas grossas com “bolhas de ar”

PONTAS ANTIDERIVA OU COM INDUÇÃO DE AR:


Proporcionam gotas maiores, minimizando problemas com a deriva. São também chamadas
de pontas de pulverização venturi. Com gotas aeradas, estas pontas produzem gotas com
bolhas de ar “misturadas” no líquido pulverizado, reduzindo a deriva.

PONTAS DE PULVERIZAÇÃO VENTURI – CARACTERÍSTICAS:


• O tamanho das gotas não aumenta muito com o aumento da pressão de trabalho;
• Espectro de gotas homogêneo;
• Pode superar rajadas de vento entre 15km/h e 20km/h;
• Recomendadas para condições meteorológicas extremamente adversas;
• São também pontas de pulverização ecologicamente corretas.

PRINCIPAIS FABRICANTES:
Micron-Pulsar, Bicos KGF, MagnoJet, TeeJet, Hypro, Lechler, Albuz, Agrotop, ABBA, Arag.
TIPOS DE PONTAS

ABBA AG1131 03 TeeJet AI 11003

Média da distribuição de gotas da análise Média da distribuição de gotas da análise

TeeJet AIXR 11003 KGF RDA 11003

Média da distribuição de gotas da análise Média da distribuição de gotas da análise

TeeJet TTI 11003 AIRMIX 11003

Média da distribuição de gotas da análise Média da distribuição de gotas da análise

RELAÇÃO TAMANHO DE GOTAS X PONTAS


O tamanho da gota será determinado dependendo do tipo de produto que será aplicado
(herbicida, fungicida ou inseticida). No caso de aplicação de herbicidas dessecantes, onde a
cobertura não é um fator limitante devido à ação sistêmica do produto, é essencial usar gotas
maiores para evitar a deriva. Gotas grandes também são importantes para conseguir maior
vida útil do produto e, dessa forma, uma maior probabilidade de alcançar o alvo.

Classe da DMV * aproximado


Pontas Recomendações
pulverização (Norma ASAE)

Muito Fina < 100 µm Jato Plano Duplo


Fungicidas, Inseticidas e
Fina 100 - 175 µm Jato Plano Comum
Herbicidas de Contato
Média 175-250 µm Jato Plano Comum
Grossa 250-375 µm Jato Plano Duplo com Ar
Dessecação com
Muito Grossa 375-450 µm Jato Plano com Ar
Herbicidas Sistêmicos
Extremamente grossa > 450 µm Jato Plano com Ar

*Diâmetro médio volumétrico


Fonte: Normas ASAE e BCPC – Adaptado de COUTINHO et. al (2005) e de MASIÁ & CID (2011).
ASPECTOS FISIOLÓGICOS
MODO DE AÇÃO
O 2,4-D age como um mimetizador de auxina, degradando-se vagarosamente. Uma aplicação
do produto afeta o crescimento, o que causa desordem e divisão celular, resultando na
destruição dos tecidos vasculares.

• Etapas de crescimento descontrolado;


• Enrolamento das folhas e tecidos;
• Ramos espessos e curvados, galhos, caules e folhas torcidos;
• Nervuras paralelas (folhas estreitas com calos nos tecidos);
• Folhas enrugadas;
• Formação de calos e rachaduras nos ramos;
• Crescimento desordenado.

ABSORÇÃO E TRANSLOCAÇÃO

Etapas da absorção
• A aborção do 2,4-D pela planta é feita tanto pelas folhas como pelas raízes;
• Uma vez absorvida pela folha, as enzimas rapidamente promovem a transformação,
produzindo ácido 2,4-D, forma em que atua na planta;
• O ácido 2,4-D move-se pelo xilema (transporte de água) e floema
(transporte de nutrientes);
• Posteriormente, é distribuído para os meristemas (ponto de crescimento) e outras partes
do desenvolvimento;
• Uma dose letal do produto acumula-se nos meristemas, produzindo a morte dos tecidos
e, posteriormente, da planta.

É importante ter um período livre de chuvas de 1 a 4 horas após a aplicação do produto.

ATENÇÃO!
• Apesar da rápida translocação, o 2,4-D age vagarosamente;
• Condições ambientais podem reduzir a atividade do herbicida;
• Boas condições resultam em um controle melhor.
SELETIVIDADE
A seletividade do 2,4-D é determinada por um conjunto de fatores:
• Maturidade da planta: a tolerância aumenta com a idade;
• Velocidade de crescimento: quanto mais rápido a planta cresce, mais é suscetível;
• Inativação: espécies tolerantes possuem enzimas que promovem a inativação do 2,4-D;
• Penetração na planta: gramíneas e algumas espécies de folhas largas mostram tolerância;
• Diferenças morfológicas: localização do floema e meristemas em gramíneas tendem a
limitar o movimento do 2,4-D no floema para os pontos de crescimento.

Demais fatores:
• Condições de crescimento: se a aplicação é feita dentro das recomendações, incidentes
serão evitados;
• “Stress” da cultura pode afetar a tolerância;
• Clima frio e úmido, frio e seco ou quente e seco diminuem o metabolismo da planta;
• Dose de aplicação e uso de surfactantes devem ser respeitados;
• Combinação de 2,4-D e outros produtos podem afetar a tolerância;
• Pouca ou nenhuma atividade biológica em insetos, nematoides ou patógenos de plantas.

SINTOMAS DE FITOTOXIDADE

Milho Soja Trigo


• Enrolamento e curvatura • Nervuras paralelas • Espigas pequenas,
do caule principal; (folhas estreitas curvadas e com
• Caules quebradiços que com calos); ramificações;
podem se romper ao nível • Folhas enrugadas; • Esterilização
do solo; • Epinastia do caule das espiguetas;
• “Folha de cebola” e pecíolos (enrolamento); • Fios das espiguetas
(folhas novas enroladas); • Calos no caule; distorcidos;
• Proliferação de raízes • Caule quebradiço; • Folhas deformadas
aéreas; • Proliferação (espigas não conseguem
• Redução do sistema da rebrotação. emergir);
radicular; • Redução no
• Tombamento. perfilhamento.
ASPECTOS TOXICOLÓGICOS
TOXICIDADE PARA MAMÍFEROS
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) define a classe toxicológica de um
produto. Para avaliar o efeito de uma exposição ao produto durante um curto período de
tempo, leva-se em consideração 5 (cinco) parâmetros.

CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA

I - Extremamente Tóxicos (faixa vermelha)


II - Altamente Tóxicos (faixa amarela)
III - Medianamente Tóxicos (faixa azul)
IV - Pouco Tóxicos (faixa verde)

DL 50 ORAL DL 50 DERMAL CL 50 INALATÓRIA


CLASSE (mg / kg) (mg / kg) OLHOS PELE (mg / L)
SÓLIDO LÍQUIDO SÓLIDO LÍQUIDO 1 HORA EXPOSIÇÃO

OPACIDADE DA CÓRNEA,
I <5 < 20 < 10 < 40 REVERSÍVEL OU NÃO EM 07 DIAS, CORROSIVO < 0,2
IRRITAÇÃO PERSISTENTE
SEM OPACIDADE DA CÓRNEA,
II 5 - 50 20 - 200 10 - 100 40 - 400 IRRITAÇÃO REVERSÍVEL IRRITAÇÃO SEVERA 0,2 - 2,0
EM 07 DIAS
SEM OPACIDADE DA CÓRNEA,
III 50 - 500 200 - 2000 100 - 1000 400 - 4000 IRRITAÇÃO REVERSÍVEL IRRITAÇÃO MODERADA 2,0 - 20
EM 72 HORAS
SEM OPACIDADE DA CÓRNEA,
IV > 500 > 2000 > 1000 > 4000 IRRITAÇÃO REVERSÍVEL IRRITAÇÃO LEVE > 20
EM 24 HORAS
Obs.: o dado mais agravante classifica o produto

Como o parâmetro mais agravante é o que define a classe toxicológica do produto, o 2,4-D
é classe I, porque apresenta irritação ocular.

Os estudos crônicos e subcrônicos, como carcinogenicidade (potencial para causar câncer),


teratogenicidade (potencial para causar má-formação), mutagenicidade (potencial para
causar mutações) e efeitos sobre reprodução demonstraram um perfil toxicológico do 2,4-D
muito favorável.
ESTUDOS CRÔNICOS, TERATOGÊNICOS, MUTAGÊNICOS E DE REPRODUÇÃO

NOEL
Estudo Resultado
(Não se observa efeito)
Negativo para o teste.
Mutagenicidade
Não causa mutação genética.
Teratogenicidade
Coelho - Materno 30 mg/kg p.c./dia Não é teratogênico.
Coelho - Desenvolvimento 90 mg/kg p.c./dia
Ratos - Materno 25 mg/kg p.c./dia Não é teratogênico.
Ratos - Desenvolvimento 75 mg/kg p.c./dia
Reprodução Não provoca efeitos na
5 mg/kg
1 Geração - Ratos reprodução.
Neurotoxicidade ----------
Carcinogenicidade Não houve evidências de efeitos
5 mg/kg p.c./dia carcinogênicos.
Ratos (2 anos) Não houve evidências de efeitos
5 mg/kg p.c./dia
Camundongos (2 anos) carcinogênicos.
1 mg/kg p.c./dia Não houve evidências de efeitos
Cães (1 ano) carcinogênicos.
> 85 é excretado via urina.
O 2,4-D não é metabolizado,
Metabolismo ---------- é rapidamente excretado, com
meia-vida de aproximadamente
5 horas após doseamento oral.
Baseado nos diversos estudos, pode-se afirmar que o perfil toxicológico do 2,4-D não apresenta riscos seguindo as indicações de uso.

*NOEL - Concentração sem efeito adverso observável.


**NOAEL - Concentração sem efeito adverso observável.

TOXICIDADE AGUDA
A toxicidade do 2,4-D tem sido extensivamente analisada. Além disso, o 2,4-D tem passado
por constantes reavaliações pelos principais órgãos normalizadores mundiais.

Estudo 2,4 - D Ácido


DL50* Oral aguda - Ratos 699 mg/kg p.c.
DL50* Dermal - Coelhos > 2000 mg/kg p.c.
Irritação dermal - Ratos Não irritante
Irritação ocular - Coelhos Irritante ocular podendo causar severa opacidade de córnea.
Sensibilização dermal - Coelhos Não sensibilizante.
CL 50** inalatória - Ratos 1,79 mg/l

EXEMPLOS DA DL 50
Substância química DL 50 mg i.a./kg P.V.
Álcool etílico (bebidas alcoólicas) 10.000
Cloreto de sódio (sal de cozinha) 4.000
Aspirina (remédio) 1.000
2,4-D ácido 699
Cafeína 192
Nicotina (cigarro) 1
Toxina botulínica (contaminante alimentar) 0,00001
Avaliação toxicológica realizada pela Organização Mundial da Saúde (FAO/OMS)
Análises feitas nos anos 1970, 1971, 1974, 1975 e 1996, mostraram que:
• Metabolismo e excreção: 85 a 94% são excretados, não metabolizados pela urina em 48
horas (é absorvido, distribuído e excretado);
• Toxicidade aguda: Aminas e ésteres dos sais de 2,4-D são levemente tóxicos via oral e
dermal. Apenas a formulação amina produz severa irritação ocular;
• Toxicidade crônica: o resultado do estudo mostrou o NOEL estabelecido de 1mg/kg de
peso corporal/dia, dose que não ocasionou efeitos adversos em um período de 2 anos;
a) Carcinogenicidade: não houve evidência;
b) Mutagenicidade: não são mutagênicos;
c) Reprodução: não causa efeitos congênitos nem afeta o processo reprodutivo.

Avaliação toxicológica realizada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA)
Desde 1988 foram realizados 270 estudos visando a reavaliação de 2,4-D. Todos foram
avaliados e aprovados pela EPA, não apresentando riscos para a saúde humana quando seus
usuários seguem as instruções de rótulo do produto.
Avaliação toxicológica realizada pela Agência Regulamentadora do Canadá
A Agência Regulamentadora do Canadá (PMRA) determinou que o 2,4-D atende às rígidas normas
de saúde e segurança e, como tal, pode continuar a ser comercializado e utilizado naquele país.
Resumo dos estudos de ecotoxicidade
O 2,4-D apresenta poucos riscos para a vida animal e organismos aquáticos.

Espécies Teste Dose Resultado


2,4 - D Ácido não afetou os ciclos
Micro-organismos 28 dias ............ do nitrogênio e do carbono.
Classificação Ambiental:
Algas - Selenastrum capricornutum CE50 (96 horas) 225 mg/l Classe 4 - Pouco Tóxico
Classificação Ambiental:
Minhoca - Eisenia foetida CE50 (14 dias) > 4.500 mg/l Classe 4 - Pouco Tóxico
Classificação Ambiental:
Abelhas - Apis mellifera DL50 contato > 1 ug Classe 3 - Mediamente Tóxico
Classificação Ambiental:
Microcrustáceos - Daphnia similis CE50 (48 horas) > 100 mg/L Classe 4 - Pouco Tóxico

Microcrustáceos - Ceriodaphnia dubia CENO (7 dias) > 10 mg/L ............


Classificação Ambiental:
Peixes - Brachydanio rerio CL50 (96 horas) > 100 mg/L Classe 4 - Pouco Tóxico
Classificação Ambiental:
Peixes - Pimephales promelas (estádios embrionários) CL50 (168 horas) > 92,33 mg/L Classe 3 - Mediamente Tóxico
Classificação Ambiental:
Álcool etílico (bebidas alcoólicas) CL50 > 4.500 mg/Kg Classe 4 - Pouco Tóxico
CE50* - Concentração efetiva que causa inibição de 50% de crescimento da cultura
CL50* - Dose letal 50%
CENO - concentração de efeito não observado

TOXICOLOGIA AMBIENTAL
Uma das substâncias mais avaliadas do mundo, com 40.000 trabalhos realizados, o 2,4-D
passa por constantes avaliações ecotoxicológicas.
COMPORTAMENTO
NO AMBIENTE
COMPORTAMENTO NO SOLO
1. Degradação no solo
Apenas perto de 6% do 2,4-D é deslocado da folha e chega diretamente ao solo ou é levado
das plantas logo após a aplicação, sendo rapidamente degradado. Ao contato com a planta,
o 2,4-D é absorvido, degradado e deslocado da superfície foliar. A mais importante forma de
degradação é a microbiana.

Outros fatores de degradação são:


• Umidade do solo: bons níveis de umidade no solo favorecem uma maior atividade
microbiana e uma degradação mais rápida;
• Matéria orgânica do solo: altos níveis reduzirão movimentos da molécula através do solo de
duas maneiras - o 2,4-D é absorvido na matéria orgânica, reduzindo a sua mobilidade no
solo ou proporcionando maior atividade microbiana para degradar o produto na solução do
solo;
• Textura do solo: de forma geral, quando utilizado em solos com baixo teor de argila (sem a
barreira física), o 2,4-D pode percorrer mais rapidamente o perfil do solo;
• pH do solo: a atividade microbiana é otimizada em pH entre 6,5 e 8,0. Em pH menor que 6,
a atividade decresce, diminuindo a degradação;
• Temperatura do solo: abaixo de 10ºC e acima de 43,3ºC, a degradação microbiana cessa.

2. Persistência no solo
• Resultados comprovam que é improvável que o 2,4-D atinja lençóis freáticos;
• Meia-vida curta e pouco móvel no solo (6 dias em solos leves e 8, em solos com alto teor
de matéria orgânica);
• Profundidade máxima: até 30 cm (solos argilosos) e até 60 cm (solos com baixo teor
de matéria orgânica);
• Meia-vida em águas naturais é de 2 a 4 semanas ou até menos, e 1 dia em áreas de arroz
irrigado;
• Considerado um produto biodegradável, não é persistente no solo, água ou vegetação.

Comportamento na água
Um dos 6 herbicidas aprovados pela EPA para uso em ambientes aquáticos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O 2,4-D
• Primeiro herbicida seletivo sintetizado;
• Mais de 40.000 estudos desenvolvidos ao redor do mundo;
• Um dos herbicidas mais utilizados no mundo;
• Excelente controle de plantas daninhas aliado ao custo baixo de sua utilização (relação
custo-benefício altamente favorável ao agricultor);
• Um dos principais meios de manejo da resistência de plantas daninhas aos diferentes
herbicidas;
• Reavaliação feita pela EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) concluiu
que o produto apresenta de baixa a moderada toxicidade aguda;
• Não é mutagênico, carcinogênico ou teratogênico e não causa efeitos hormonais;
• Em avaliação da FAO e da Organização Mundial da Saúde, o produto apresenta baixo risco
agudo para peixes, invertebrados aquáticos e algas; no ambiente terrestre, não se verificou
efeitos deletérios a micro-organismos, minhocas e vertebrados e invertebrados terrestres;
• A Agência Regulamentadora do Canadá (PMRA) concluiu que atende às rígidas normas
ambientais e de saúde e segurança;
• No Brasil, está registrado há mais de 40 anos, sendo recentemente adequado à nova
legislação brasileira;
• Recomendado para uso na cultura da soja pelas Comissões Oficiais de Pesquisa de Soja, das
regiões Sul e Central, bem como nas áreas de Cerrado;
• Além da soja, é bastante utilizado nas culturas de milho, trigo, arroz, café, cana-de-açúcar e
nas pastagens;

• Seguindo-se as recomendações de rótulo e com equipamentos de aplicação adequados


e em bom estado de conservação, o 2,4-D não representa risco para as culturas
suscetíveis próximas;

• A retirada do 2,4-D do mercado significaria 413% a mais nos gastos com o controle de
plantas daninhas;
• As empresas que comercializam o 2,4-D oferecem suporte completo para o uso correto
do produto.
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