You are on page 1of 12

alfaconcursos.com.

br

SUMÁRIO
LEI 8069/1990 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE) ......................................................................... 2
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA............................................................................. 2
INTERESSE DE ENTREGAR O FILHO À ADOÇÃO ......................................................................................... 3
APADRINHAMENTO ................................................................................................................................... 4
DIREITOS IGUAIS NO AMBIENTE FAMILIAR ............................................................................................... 5
DOS DEVERES DOS PAIS ............................................................................................................................. 5
FAMÍLIA NATURAL E EXTENSA ....................................................................................................................... 6
FAMÍLIA SUBSTITUTA .................................................................................................................................... 8
CRIANÇA OU ADOLESCENTE INDÍGENA/QUILOMBO ................................................................................ 8
DA GUARDA ................................................................................................................................................... 9
PODER PÚBLICO NO PAPEL DA GUARDA ................................................................................................. 10
DA TUTELA ................................................................................................................................................... 10
EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................. 11
GABARITO .................................................................................................................................................... 12

MUDE SUA VIDA!


1
alfaconcursos.com.br

LEI 8069/1990 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE)
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
As crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento que necessitam das relações
sociais para seu desenvolvimento integral em termos morais, espirituais, sociais, intelectuais,
etc. Nesse contexto, como forma de proteção especial, o ECA dá fundamental importância ao
aspecto das relações sociais.
Dessa forma, a criança e o adolescente têm o direito de ser criado e educado no seio de
sua família, isto é, Família Natural ou Família Extensa (vamos definir mais à frente). Esse
convívio com sua família é a regra normatizada pelo estatuto, mas de forma excepcional essas
pessoas em desenvolvimento poderão ser colocadas em família substituta, sempre assegurando
a convivência familiar e comunitária em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

SEIO FAMILIAR FAMÍLIA SUBSTITUTA

• REGRA • EXCEÇÃO

Para essa garantia, toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
acolhimento familiar, ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 meses,
sendo verificada por meio de equipe interprofissional ou multidisciplinar que emitirá relatórios
sobre o caso. Por meio desse instrumento, a autoridade judiciária vai decidir de forma
fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar (colocada em programas de apoio,
proteção e promoção) ou pela colocação em família substituta. Importante destacar que essa
reintegração familiar será sempre a preferência em relação a qualquer outra providência.
A PERMANÊNCIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EM PROGRAMA DE
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL NÃO SE PROLONGARÁ POR MAIS DE 18 MESES,
SALVO COMPROVADA NECESSIDADE QUE ATENDA AO SEU SUPERIOR INTERESSE,
DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA.

Além disso, será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai
privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas
hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de
autorização judicial.
(PUC-PR) O Estatuto da Criança e Adolescente prevê, em suas disposições
gerais, o direito à convivência familiar e comunitária, sendo CORRETO afirmar que a
criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou
institucional
A) após o prazo de dois anos, será compulsoriamente encaminhado para o
procedimento de adoção, devendo seguir os critérios definidos pela Vara de Infância
e Juventude.
B) terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada três meses, devendo a
autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração
familiar ou colocação em família substituta.

MUDE SUA VIDA!


2
alfaconcursos.com.br

C) ficará no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos no sistema


do Conselho Nacional de Justiça, assegurado o acesso aos dados nele contidos para
a finalidade de adoção.
D) no processo de adoção, terão direitos diferenciados em relação aos filhos
nascidos em casamento, ou união estável.

GABARITO: B
(SOLUÇÃO RÁPIDA)
A) após o prazo de dois anos, será compulsoriamente encaminhado para o
procedimento de adoção, devendo seguir os critérios definidos pela Vara de Infância
e Juventude. Não há essa previsão no ECA. A criança ou adolescente ficará até 18
meses em programa de acolhimento institucional, salvo decisão fundamentada pelo
juiz.
B) terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada três meses,
devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório
elaborado por equipe multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta.
Art. 19, § 1º, da Lei 8069/1990.
C) ficará no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos no sistema
do Conselho Nacional de Justiça, assegurado o acesso aos dados nele contidos para
a finalidade de adoção. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta)
dias, contado a partir do dia do acolhimento.
D) no processo de adoção, terão direitos diferenciados em relação aos filhos
nascidos em casamento, ou união estável. O ECA estabelece direitos iguais para
todos, havidos ou não do casamento, adoção ou qualquer outro meio.

INTERESSE DE ENTREGAR O FILHO À ADOÇÃO


A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou
logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. Essa decisão
da mãe ou gestante não trará consequências penais, haja vista ser um exercício de um direito e
é uma política social para que não gere maiores consequências a essas crianças e até mesmo
em relação aos possíveis crimes que podem ser cometidos, a exemplo da exposição ou
abandono de recém-nascido para ocultar desonra própria (art. 134 do Código Penal).
O Poder Público terá todo um cuidado com essa gestante/mãe que optou pela entrega do
filho à adoção, tanto que ela será ouvida por equipe interprofissional da Justiça da Infância e da
Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os
eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.
A autoridade judiciária que estiver de posse desse relatório poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública
de saúde e assistência social para atendimento especializado.
O ENCAMINHAMENTO DA GESTANTE OU MÃE À REDE PÚBLICA DE SAÚDE E
ASSISTÊNCIA SOCIAL DEPENDERÁ DE CONCORDÂNCIA EXPRESSA DELA.

Como a finalidade é sempre manter a criança no seio de sua família como prioridade,
quando a mãe optar por essa decisão de adoção, será feita busca à família extensa, respeitando
o prazo máximo de 90 dias prorrogável por igual período. Por outro lado, na hipótese de não
haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto

MUDE SUA VIDA!


3
alfaconcursos.com.br

a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do


poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver
habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional.
As pessoas que forem detentoras da guarda dessa criança terão 15 dias para propor ação
de adoção, que serão contados do dia seguinte à data do término do estágio de convivência. Por
outro lado, é possível que haja desistência, pelos genitores, da entrega da criança após o
nascimento. Nesse caso, a Justiça da Infância e da Juventude determinará o acompanhamento
familiar pelo prazo de 180 dias.
É POSSÍVEL QUE OS GENITORES DESISTAM DA ENTREGA DA CRIANÇA APÓS
O NASCIMENTO. FATO QUE FARÁ COM QUE HAJA ACOMPANHAMENTO FAMILIAR
PELO PRAZO DE 180 DIAS.

A mãe terá o direito ao sigilo sobre o nascimento do filho, com exceção do adotado, que,
após completar 18 anos, terá direito conhecer sua origem biológica e de obter acesso irrestrito
ao processo no qual a medida de adoção foi aplicada e seus eventuais incidentes.
O ACESSO AO PROCESSO DE ADOÇÃO PODERÁ SER TAMBÉM DEFERIDO
AO ADOTADO MENOR DE 18 ANOS, A SEU PEDIDO, ASSEGURADA ORIENTAÇÃO
E ASSISTÊNCIA JURÍDICA E PSICOLÓGICA.

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito)
anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido,
assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
Os recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de
30 dias, contado a partir do dia do acolhimento, serão cadastrados para adoção.
APADRINHAMENTO
O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente,
vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária, e colaboração
com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e
financeiro.
Nesses termos, a criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou
familiar poderão participar de programa de apadrinhamento, que será qualquer pessoa maior
de 18 anos não inscritos nos cadastros de adoção ou pessoas jurídicas, desde que cumpram os
requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte, em ambos os casos.
O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada
programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota
possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.
CRIANÇAS OU ADOLESCENTES COM REMOTA POSSIBILIDADE DE REINSERÇÃO
FAMILIAR OU COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA ADOTIVA TERÃO PRIORIDADE NOS
PROGRAMAS DE APADRINHAMENTO.

MUDE SUA VIDA!


4
alfaconcursos.com.br

Além disso, o programa que for apoiado pela Justiça da Infância e da Juventude poderá ser
executado por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. Importante destacar que
os responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente
notificar a autoridade judiciária competente qualquer violação das regras de apadrinhamento.
DIREITOS IGUAIS NO AMBIENTE FAMILIAR
Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação,
que é inclusive uma das proteções especiais a esse grupo.

DO
CASAMENTO

FORA DO
FILHOS
CASAMENTO

DIREITOS
ADOTADO
IGUAIS

PODER
OS PAIS
FAMILIAR
Do mesmo modo, o poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e
pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito
de recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência em caso de
discordância.
Exemplo: É mais comum acontecer após a separação dos pais. Já dizia
um MC “Você vê quem é quem, só depois do divórcio”
Ademais, a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais, deveres e
responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser
resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança, estabelecidos nesse Estatuto.
DOS DEVERES DOS PAIS
Os pais têm o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo a eles a
obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais no interesse das crianças ou
adolescente, como é o caso das pensões alimentícias ou até mesmo opção da guarda em
audiência.

MUDE SUA VIDA!


5
alfaconcursos.com.br

PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR


 FALTA OU AUSÊNCIA DE RECURSOS MATERIAIS?
- NÃO constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do
poder familiar.

 DESOBEDIÊNCIA AOS DEVERES DE SUSTENTO, EDUCAÇÃO E


GUARDA?
- SERÃO decretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações.
 CONDENAÇÃO CRIMINAL
- DEPENDE.
1. Condenação Criminal por si só? NÃO
2. Condenação por crime contra outrem igualmente titular do mesmo
poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente?
2.1 CULPOSO? NÃO.
2.2. DOLOSO COM DETENÇÃO? NÃO
2.3. DOLOSO COM RECLUSÃO? SIM!!

Portanto, para haver suspensão ou perda do poder familiar por causa de


Condenação Criminal, o crime deve preencher os seguintes requisitos:

+ CONTRA OUTREM IGUALMENTE TITULAR DO MESMO PODER


FAMILIAR OU CONTRA FILHO, FILHA OU OUTRO DESCENDENTE
+ DOLOSO
+ RECLUSÃO EM ABSTRATO

FAMÍLIA NATURAL E EXTENSA


Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos
pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela
que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do
casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
Além desse conceito, é importante destacar a decisão do Supremo Tribunal Federal que
veio considerar a união entre as pessoas do mesmo sexo, desde que estável, como entidade
familiar. Deste modo, os casais homossexuais podem formar uma família substituta por meio
de guarda, tutela ou adoção.

MUDE SUA VIDA!


6
alfaconcursos.com.br

(PUC-PR/MODIFICADA) A família extensa ou ampliada é aquela que se


estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
parentes próximos, os quais devem ser previamente consultados, quando houver
necessidade de colocação do infante/ adolescente em família substituta, na
modalidade de guarda.
GABARITO: ERRADO
(SOLUÇÃO RÁPIDA)
A família extensa ou ampliada é aquela que se estende para além da unidade
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos, os quais devem
ser previamente consultados, quando houver necessidade de colocação do infante/
adolescente em família substituta, na modalidade de guarda.
COMENTÁRIO: Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se
estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos
de afinidade e afetividade. Nesses termos, não há previsão de previa consulta a esses
parentes próximos. Além disso, é importante destacar que não basta ser parente
próximo, necessita da convivência e manutenção de vínculos de afinidade e
afetividade.
FAMÍLIA EXTENSA = PARENTE PRÓXIMO + CONVÍVIO + VÍNCULOS

(PUC-PR/MODIFICADA) O deferimento da tutela está vinculado,


necessariamente, ao pressuposto da prévia decretação de perda ou suspensão do
poder familiar, e impõe o dever de guarda.
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIO: é o que está disposto no art. 36, parágrafo único, do Estatuto
da Criança e do Adolescente. O deferimento da tutela já pressupõe a perda ou
suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda e,
consequentemente, tendo obrigação de prestação de assistência material, moral e
educacional.

Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem da filiação. Esse reconhecimento pode preceder
o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
O RECONHECIMENTO DO ESTADO DE FILIAÇÃO É DIREITO PERSONALÍSSIMO,
INDISPONÍVEL E IMPRESCRITÍVEL, PODENDO SER EXERCITADO CONTRA OS PAIS
OU SEUS HERDEIROS, SEM QUALQUER RESTRIÇÃO, OBSERVADO O SEGREDO DE
JUSTIÇA.
O próprio STJ já decidiu que a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA
induz presunção relativa de paternidade.

MUDE SUA VIDA!


7
alfaconcursos.com.br

FAMÍLIA SUBSTITUTA
A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela
ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou
adolescente, nos termos desta Lei.
É formada quando a criança é colocada em outra família que não é a dela, por meio de
guarda, tutela ou adoção. Considerando que a prioridade é garantir o desenvolvimento integral
desses indivíduos, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional sempre que possível, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.
Para o maior de 12 anos, isto é, adolescente, será necessário seu consentimento colhido em
audiência.
Na apreciação do pedido de família substituta, levar-se-á em conta o grau de parentesco
e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências
decorrentes da medida. Por esse motivo, os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco
de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa,
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
Para tanto, essa colocação em família substituta, com o objetivo ainda de reduzir as
consequências da medida, será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento
posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
CRIANÇA OU ADOLESCENTE INDÍGENA/QUILOMBO
É obrigatória a consideração da sua cultura e dos costumes em que vivia. O Poder Público
deve atuar para manter sua convivência familiar e comunitária de maneira compatível. Nesse
contexto, faz-se necessário que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e
cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam
incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição
Federal.
Além disso, a colocação familiar deverá ocorrer prioritariamente no seio de sua
comunidade ou junto a membros da mesma etnia, a fim de manter o exposto acima. Para tanto,
haverá a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política
indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.
Por outro lado, não será deferida a colocação em família substituta que releve
incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. No
caso de deferimento, não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial, como se fossem
produtos.
A guarda e a tutela são instrumentos para colocar a criança ou adolescente,
provisoriamente, em família substituta. Nesses termos, a lei afirma expressamente que são
modalidades que exigem ao responsável que ele preste compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. No caso da adoção, a lei não traz essa obrigatoriedade e também não
a trata como encargo, mas é a única forma para que o estrangeiro funcione como família
substituta.
A COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA ESTRANGEIRA CONSTITUI MEDIDA
EXCEPCIONAL, SOMENTE ADMISSÍVEL NA MODALIDADE DE ADOÇÃO.

MUDE SUA VIDA!


8
alfaconcursos.com.br

DA GUARDA
A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
estrangeiros. Assim, a guarda obriga a prestação de assistência material, moral e
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a
terceiros, inclusive aos pais.
A GUARDA CONFERE AO SEU DETENTOR O DIREITO DE OPOR-SE A TERCEIROS
E AOS PAIS.

A guarda é deferida, em regra, para os casos de tutela ou adoção. Entretanto, pode ser
aceita fora desses casos, mas para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais, ou responsáveis. Essa modalidade também dá a condição de dependente à criança ou ao
adolescente para todos os fins e efeitos de direito, até mesmo previdenciários.
Por outro lado, quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento
a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de
prestar alimentos, salvo expressa e fundamentada determinação em contrário pela autoridade
judiciária competente.
(PUC-PR) O Estatuto da Criança e do Adolescente, no Título II, trata dos
direitos fundamentais, como o direito à convivência familiar, à liberdade, à saúde,
entre outros. Sobre o tema é CORRETO afirmar:

A) O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível


e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem
qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
B) Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar
condições para a permanência em tempo parcial de um dos pais ou responsável, nos
casos de internação de criança ou adolescente.
C) A carência de recursos materiais constitui motivo suficiente para a perda ou
a suspensão do poder familiar.
D) A colocação em família substituta admitirá transferência da criança ou
adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não- governamentais, sem
a necessidade de autorização judicial.
E) A colocação em família substituta far-se-á somente mediante tutela ou
adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
termos do Estatuto da Criança e do Adolescente.
GABARITO: ERRADO
(SOLUÇÃO RÁPIDA)
A) O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. Art. 27
do ECA.
B) Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar
condições para a permanência em tempo parcial de um dos pais ou responsável, nos
casos de internação de criança ou adolescente.
C) A carência de recursos materiais constitui motivo suficiente para a perda ou
a suspensão do poder familiar.

MUDE SUA VIDA!


9
alfaconcursos.com.br

D) A colocação em família substituta admitirá transferência da criança ou


adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não- governamentais, sem
a necessidade de autorização judicial.
E) A colocação em família substituta far-se-á somente mediante tutela, guarda
ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
termos do Estatuto da Criança e do Adolescente. INCOMPLETA

PODER PÚBLICO NO PAPEL DA GUARDA


O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios,
o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio
familiar. Nesse contexto, é importante destacar que a inclusão da criança ou adolescente em
programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional,
observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida.
A pessoa ou família que estiver cadastro no programa de acolhimento familiar poderá
receber a criança ou adolescente mediante guarda. Em outros termos, o que seria acolhimento
familiar, transformar-se-á em guarda, que há diferença no seu conceito. A guarda poderá ser
revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
Público.
A UNIÃO APOIARÁ A IMPLEMENTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO EM
FAMÍLIA ACOLHEDORA COMO POLÍTICA PÚBLICA, OS QUAIS DEVERÃO DISPOR DE
EQUIPE QUE ORGANIZE O ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO DE CRIANÇAS E DE
ADOLESCENTES EM RESIDÊNCIAS DE FAMÍLIAS SELECIONADAS, CAPACITADAS E
ACOMPANHADAS QUE NÃO ESTEJAM NO CADASTRO DE ADOÇÃO. INCLUSIVE,
PODENDO SE UTILIZAR DE RECURSOS FEDERAIS, ESTADUAIS, DISTRITAIS E
MUNICIPAIS PARA A MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO EM
FAMÍLIA ACOLHEDORA, FACULTANDO-SE O REPASSE DE RECURSOS PARA A
PRÓPRIA FAMÍLIA ACOLHEDORA.

DA TUTELA
A tutela confere um dever de proteção à criança e ao adolescente e seu deferimento
pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica
necessariamente o dever de guarda. Essa modalidade será deferida a pessoa de até 18 anos
incompletos, isto é, quando não atingida a maioridade penal, haja vista o indivíduo ser
responsável por seus atos a partir dos 18 anos.
O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico deverá ingressar
com pedido destinado ao controle judicial do ato, no prazo de 30 dias após a abertura da
sucessão, observando o procedimento de colocação em família substituta. Nesse momento, a
apreciação do pedido considerará os requisitos do art. 28 e 29 desse Estatuto, que tratam sobre
as modalidades para ingresso na família substituta e motivos para o indeferimento. Portanto,
será deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado
que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de
assumi-la.
A tutela será destituída por decisão judicial, em procedimento contraditório, nos casos
previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos
deveres e obrigações de sustento, guarda e educação.

MUDE SUA VIDA!


10
alfaconcursos.com.br

EXERCÍCIOS
1. (NC-UFPR/MODIFICADA) Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se
estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
e afetividade.
2. (PUC-PR) Sobre o acesso das crianças e adolescentes à saúde e o direito à convivência
familiar, assinale a alternativa CORRETA:
a) Além da assistência pré-natal compete ao poder público proporcionar à gestante
assistência psicológica antes e depois do parto a fim de prevenir e minorar as
consequências do estado puerperal.
b) As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção
serão imediatamente encaminhadas ao Conselho Tutelar do município.
c) A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional
não se prolongará por mais de 4 (quatro) anos, salvo comprovada necessidade que
atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
d) Entende-se por família eudemonista aquela que se estende para além da unidade pais e
filhos, ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive.
e) A guarda assumida por um dos genitores dispensará a assinatura de termo de
compromisso, dado se presumem por lei deveres inerentes ao instituto.
3. (PUC-PR) Sobre o direito à convivência familiar, assinale a alternativa CORRETA:
a) O pátrio poder poderá ser renunciado por meio de documento escrito e assinado pelo
genitor renunciante.
b) A Lei 12010/2009 instituiu importantes modificações a respeito da colocação de
crianças e adolescentes em família substituta.
c) A guarda implica necessariamente a destituição do poder familiar.
d) A adoção post mortem não é admitida pelo direito brasileiro.
e) Embora o acolhimento institucional seja admitido pelo direito pátrio, a alternativa de
acolhimento familiar de crianças em situação de risco não foi contemplada pela
legislação.

MUDE SUA VIDA!


11
alfaconcursos.com.br

GABARITO
1. CERTO
2. A
3. B

MUDE SUA VIDA!


12

You might also like