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A terapia de aceitacao e compromisso (ACT) Daniel Afonso Assaz Roberta Kovac Claudia Kami Bastos Oshiro Sonia Beatriz Meyer Durante uma sessio de terapia, podemos observar o cliente ‘em constante interagio verbal com o seu ambiente, Ele espon- de verbalmente a0 mundo a sua volta, narrando e avaliando os eventos que ocorreram durante a semana, imaginando aqucles, gue podem acontecere relembrando aqueles que transcorreram ho passado, Além disso, € comum que ele também responda erbalmente a0 préprio comportamento, descrevendo, inter pretando, justificando ¢ avaliando-o positiva ou negativameate. Extremamente importante ¢ 0 fato de que esses relatos, inter- pretagdes, julgamentos e outras respostas verbais (usualmente chamadas de falas ou pensamentos a depender do seu carster piblico ow privado) sio muitas vezes capazes de exercer in- fluéncia sobre outros comportamentos do individuo, podendo sgerar reages emocionais (eg., ansiedade, culpa), verbais (eg, ‘adeias de preocupagio e ruminagéo) ¢ motoras (eg. evitacio, agressio). E exatamente essa interacio verbal com 0 ambiente ‘que pode constituir uma parcela importante do sofrimento dos clientes que buscam ajuda na psicoterapia. Como um psicélo- 0 dlinico pode compreender esse cenério? E intervir sobre ele? ‘Uma possibilidade envolve focar no contetido da verbalizagio everificar 0 quanto ela corresponde de fato a realidade do cliente cou esti dstorcida e enviesada. Para ilustrar esse processo, imagi- neum cliente, chamado Marcos, que tenha uma extensa historia Ge invalidagGo e julgamento por expressar suas emogbes. Ao in- teragir com outras pessoas, inclusive aquelas mais proximas, ele fequentemente pensa “Se eu mostrar meus sentimentos para as, ‘pessoas, elas vo me julgar”¢, em seguida, evita a todo custo ex ressar 0 que est sentindo. Nesse caso, o terapeuta poderia dis- Cutir, em conjunto com o cliente, o quanto ele esté generalizando uma atitude de algumas pessoas para todas de seu convivio, infe- Findo reagdes psicologicas sem evidéncias para fazé-lo, Outra possibilidade de intervengao surge da observagio de que nem todas as verbalizagGes produzem impacto significati- vo no comportamento do individuo. possivel que a pessoa te- ‘tha o pensamento de que pode ser julgada ao demonstrar seus sentimentos e, apesar disso, expressi-los. Portanto, deve haver condigdes especificas que possibilitam que uma resposta ver bal possa exercer influéncia sobre outros comportamentos. Ao adotarem essa perspectiva, analistas do comportamento enfati- zam o contexto das verbalizagbes: as contingéncias historicas € ‘atuals que favorecem o controle verbal sobre o comportamento (Hayes, 1987). Seguindo a linha de raciocinio contextual, a primeira per- gunta esbocada é como um conjunto de sons azbitrariamente definidos por uma comunidade verbal (je., ums frase) & capaz de exercer controle sobre o comportamento? Alguns autores su- {geriram que isso ¢ decorrente do fato de eles alterarem a funcio de determinacios estimulos. Assim, no exemplo acima, a verba- lizagio "Se eu demonstrar meus sentimentos, as pessoas 20 mew redor vio me julgar” pode influir sobre 0 comportamento de Marcos na medida em que transforma a expressio de sentimen- tos em um estimulo aversivo, capaz de eliciar sentimentos de “ansiedade e evocar respostas de fuga e esquiva, s estudos de equivaléncia de estimulos demonstram que ‘um estimulo pode ter, de fato, sua fungio adquirida a partir de relagdes arbitrérias com outros estimulos, Em estudos pionei- 105, Sidman e colaboradores ensinaram criangas com desen- volvimento atipico a selecionarem tanto a palavra escrita bola (B) quanto a imagem de uma bola (C) diante da palavra falada “pola (A). Apesat de os estimulos nao compartilharem prapric~ dades fisicas (eles tém carater auditivo, textual ¢ pictorico), os participantes aprenderam as relacoes arbitrdrias ensinadas, Mais impressionante é o fato de que os participantes foram capazes, sem treino adicional, de reverter a relagio, nomeando “bola” dliante da figura ¢ da palavra escrita (B-A e C-A);¢ responder & relagio entre a palavra escrita e a figura (A-C e C-A) (Sidman, 1994). Essas relagdes, que nao haviam sido diretamente ensina~ das, foram chamadas de derivadas. Estudos subsequentes demonstraram a transferéncia de fungio entre estimulos arbitrariamente relacionados, seja por Digitalizado com CamScanner Sto n — psicovocia couponrayentat 0 hilo de relges dicts ou deriva, Net cto, amo fancionalmente semethantes para pessow ela responde 3 Inera "como se fsse" eel © vce vera, Pe fendmen fo ehservad para diferentes fungi, come eine, sci rata. reforgaorae punitv (ayes, Barnes Hoes Roch 2001), A demonstagao dese femieno ager que, a0 He Bes aritriias com outros eto, paras ponent nto does, portato, exerecr tng sobre & comportament, Diante da derivagio de relagies ¢ da transformagio de ntve estintlos. al fangdo por melo de relagbes arbitrsr ‘mas propostas tedricas surgiram para explicar esses fendme nos a partir de contingéncias histdricas e atuais. Unia delas é a Teoria das Molduras Relacionais, ou RET (Hayes, Bart sto centeal da RET & que Holmes e Roche, 2001), © argun ‘entre estimutos é um compor- responder a relagdes arbite tamento operante, que constitu’ a base da linguagem e cogni- ‘si humana, Apesar de diversos organismos serem capazes de responder a relagdes entre estimulos caso sejam reforgadas afazé-,essas relagSes sio baseadas em propriedades fisias (tamanho, peso, or). Deacordo coma RFT, uma histéria especifica de relacionar eventos do ambiente arranjada pela comunidade verbal, per te que algumas dicas verbais sejam abstraidas e adquiram con- trole contextual sobre o responder relacional de eres humanos. Por sua vez, esse controle permite que esse padrio de respos- ta seja expandido para relagdes arbitrérias entre estimulos, n80 ssendo mais imitado pelas propriedades fisicas deles. ssasdicas verbais sio divididas em dois grandes conjuntos, denominados contexto relacional e contexto funcional (Hayes, Barnes-Holmes e Roche, 2001). O primeiro sinaliza 0 tipo de relagdo estabelecida entre os estimulos. Esta pode ser de coor denagio, como nos estudos de equivaléncia, indicada por pa- lavras como igual, similar e parecido, mas também pode ser de distingao (diferente) oposigio (oposto), comparacio (maior/me- ‘nor que), bierarquia (inclu, contém), temporalidade (antes/de- pois), causalidade (se..entdo), espacialidade (em cinta, do lado) ede perspectiva (ew/vocé, aguial, agora/entao; elagdes que de- pendam da perspectiva de quem fala). Cada um desses tipos de relagées implica um padrio de resposta e derivacio de relagdes especificas (eg, se A € igual a B, Bé igual aA; mas se A é maior que B; B é menor que A). 4.0 contexto funcional indica o tipo de propriedade ou ca- racteristica dos estimulos que esté sendo relacionada (p. ex. tamanho, perigo, beleza, valor) e, portanto, que fungdo sera transformada. Uma vez que ambos os contextos adquirem con- trole sobre o responder relacional, 0 individuo é capaz de res- ponder a relagdes arbitrdrias entre estimulos, de derivar novas, relages ede responder a estimulos que terdo sua fungio trans- formada 2 depender dessas relacdes arbitririas. Diz-se entio, apés uma extensa histéria de contingéncias, que o repertério ‘comportamental de um individuo agora inclui o tipo de operan- te estudado pela RFT ~ 0 responder relacional arbitrariamente aplicével (RRAA). Para exemplificar, imagine que vocé esteja procurando um destino de viagem para as préximas férias e seu amigo afirme que “Salvador é mais bonita que o Rio de Janeiro” Nessa fra- se, temos dois estimulos: Salvador e Rio de Janeiro. Além dis- 0, existe um contexto relacional de comparacio (“mais que”) € um contexto funcional de beleza (“bonita”). A partir disso, ‘mesmo sem conhecer Salvador, vocé écapaz de derivar que ela deve ser mais bonita do que Sio Paulo (que, em fungio da sua 106 stra pevi sb se meno ela 0 UO Riad joe serie rmd dfrete ls, reterind var page jue oi, por exempl. Perce que, cao fr at ro & mals bonito que Salvador te mudatis de acordo, Obvere 8 Arent io de fa ive tna {ein araviaa ase alma €capardendoceer 80 Sobre sua escolha, Porém,outea relagi tiferente qe Wansorne anges mas elevate ‘sim (eg, “Sio Paulo tem mais vagas de emmee P38 1a, sim (6 “Si ns Stet Salvador”) LINGUAGEM E SOFRIMENTO HUMANo, 1s fandamentos da RFT, apresentados na secio an possuem impliacdes importantes para compreendr man Entre alinguagem e o sofrimento psicolégico humana, hat tegraro repertrio da pessoa, 0 RRAA & prontamente free dda pela comunidade verbal em fungi de suas vantagens a, para a cultura quanto para 0 individuo (Hayes, Barnes Holme, E Roche, 2001), Afinal, ele permite que a pessoa responds Giretamente ao ambiente, por meio de suas relasées com sa tros estimulos. E, consequentemente, responda a contingéncs, aversivas sem se machucar ea contingéncias improviveis oun, tm fat stant anes qe ls ocorram. Adem di. (9 permite aumentar drasticamente a curva de aprendiz mum observar cuidadores reforgando diversas respostas rel. cionais da crianga (eg, “Isso mesmo, antes de atravessar a rg sempre olhe para os dois lados") e, portanto, aumentanda a fe- ‘quéncia desse comportamento, Com o tempo, o controle sobre o responder relacional deia de ser exclusivamente social. A crianga passa a se engaar nese comportamento, porque, por meio da transformagio de fungi, cle permite que ela lide de modo mais efetivo com o mundo 19 seu redor (eg, “Antes de atravessar a rua sempre olhe para op dois lados” altera a capacidade da rua de evocar respostas de ob. servagio e, consequentemente, evitaracidentes). Nesse contexto socioverbal, o responder relacional é altamente favorecido, 20 onto de a pessoa tornar-se extremamente fluente em estabele cer relagées arbitrérias entre estimulos e emitindo esse respon- der encoberta ou abertamente, pensando e falando, com rapidez impressionante, Desse modo, 0 individuo passa a responder 20 seu ambiente cada vez mais indiretamente, com base nas ra- «bes verbais aprendidas e derivadas. Porém, apesar das vantagens decorrentes desse process, ele também pode acarretar sofrimento psicolégico. Em primeiro £2, 0 caréter indireto do responder relacional pode diminuita individuo is contingéncias (Villatte, Villate¢ Hayes, 2016). Para ilustrar, retomemos o exemplo do Marcos Ao olhar para a historia de vida dele, é nitido que o pensamento “Se eu mostrar meus sentimentos para as pessoas, elas vio me julgar” é produto das contingéncias de punigdo social. Orel to de Marcos também indica que, ao ter esse pensamento, sua probabilidade de se expor a situagdes de vulnerabilidade inte pessoal, que jé era baixa, torna-se ainda menor. Portanto, émais rovavel que ele adote uma postura fechada durante a inter 40 ou, ainda, evite 0 contato social, Ambas as respostas pet mitem que ele se esquive com sucesso de eventuais punigoes sociais, fortalecendo nio somente a resposta de esquivalvg? como também a resposta verbal (i.e, 0 pensar) e a transform= a0 de funcio decorrente. Caso esse padrio continue, Marces Permanecerd respondendo predominantemente ao mundo ve" Digitalizado com CamScanner palmente construido, na qual interagtes sociais vetemidoreviados (probe que eles vr et cesta rele cogent soca ces oe {st Inserido: cus amigos podem se mostrar muito sean es meh riaent se Nees shuaies, de pots ren ea reas fresmo que ele tonha essa experigncia de ncalhimentocee fer se rode vero fre que impos cic cee ‘A breve experiencia de conexio social & muito menos i resposta se expondlo a pessoas que irio acothé-lo,éaixa, ‘Além. 7 insensibilidade, outro problema decorrente d taste Vile, ilatee Hayes 2016) Asser pendent cexpressar suas emogies, 0s efeitos dessa consequémncia phe ‘Egemrlzador ar ruts otros sul por ee de ips ablrdas. acim, ota peas stuogen stg Wien ome eceote cecertsetncaeg Tome prépria como pessoa como um todo (i... 0 “Eu") podem ad- Qui funcio aversiva para ele. Ademais, durante uma interagdo social agradivel, Marcos pode relembrar situacées passadas na qual foi punido 20 se expor ou imaginar consequéncias futuras aversivas que podem ocorrer caso o faca, experienciando esses eventos como se eles estivessem ocorrendo agora, Assim, ele traz ‘osofrimento decorrente dessas situagdes para o presente verbal- ‘mente e, portanto, sente ansiedade no aqui e agora. Em conjun- ince proces ars que awed ca et ‘mais presente na vida de Marcos, inclusive em situagdes seguras, tem sca propio compertamento. Diante de estimulos aversivos, é comum que as pessoas ten- tem modificar a situacao emitindo respostas de fuga, esquiva ow contracontrole. Quando esses eventos aversivos so as proprias respostas privadas do individuo (pensamentos, sentimentos, ‘memiérias), é comum que a pessoa tente alterar sua forma, fre quéncia ow intensidade. Esse comportamento ¢ denominado es- quiva experiencial (Hayes, Strosahl e Wilson, 2012). No caso de ‘Marcos, ele pode fazer isso evitando a situagao que gera ansieda~ de, nfo saindo com seus amigos; ou anestesiando seus sentidos ‘temporariamente, inclusive a sensaga0o_ de ansiedade, ao consu- ir algum tipo de droga. Porém, apesar de a esquiva experien- cial ser uma prética favorecida pela cultura e frequentemente cefetiva em curto prazo, quando adotada de forma rigida (i.eem todos os contextos, indiscriminadamente), acarreta problemas 40 individuo. Isso porque ela comumente se mostra ineficaz em Jongo prazo: o sentimento de ansiedade de Marcos retornard na préxima possibilidade de interagao social. E, mesmo quando 0 individuo é bem-sucedido na esquiva experiencial, o custo dela ‘costuma ser muito alto. Para fugir da ansiedade, Marcos deverd estar constantemente preocupado em monitorar sua experién- cia psicoldgica a procura dela, reduzindo sua ‘capacidade de fo- car na interagao social conforme ‘ela ocorre, Ele também deverd restringir 0 escopo de a¢bes possiveis, limitando seu repertério 420 afastamento social abuso de substancias, prejudicando sua capacidade de se conectar com outras pessoas, Desse modo, a Tinguagem acaba por tornar o softimento psicol6gico inevitivel (Hayes, Strosahl e Wilson, 2012). sho eventos se. com as los, 12 — a Tensma ce acemagio € coVERONSO ACT MODELO TERAPEUTIC CUNICS 0 E RACIOCINIO A seg anteriagoferecew ums breve anise funcional, n= formada pela RFT, de como o comportamento verbal pode Contribui para desenvovimenta a manutengo de probe- Higicos. A proposta da ACT deve ser compreendida ino contento deste cena, Apear de entire outos modor Ak apreentaro movelo da ACT (como o Hesaflex 4 Mati) formato adotado neste capitulo foi selecionado por favorecer 4 conexio entre as implicagies da RET para a psicopatol cone ra psicapatologia € [ara a intervencio;e entre cada componente do pacote terapéu ico em um td coerente F fundamental reslar que o raciocnio do verapeuta deve ser analiticoancional. Em outraspaavras,autlizaga de qual: le intevengdo deve ser uma escola feta com base na anslise ional do caso (Bach e Moran, 2068), que indicaré quais re perros deve seo foco do trabalho trap com ag. Te cliente especiico e quas os processos comportamentais que permitirio o desenvolvimento do repertio em questo, Sema Anilise funcional, a ACT torna-se um conjunto de técnicas des- contextualizadas, impossiveis de ser empregadas de modo flex vel eideogrifico para cada caso, © modo como o repertério é desenvotvido em sessio tam bbém esté relacionado a0 modo como a RFT entende a lingua- ‘gem. Na ACT, o papel de intervengdes voltadas para discutir ‘ interpretar os problemas trazidos pelo cliente € minimizado (Hayes, trosakl e Wilson, 2012). Afinal, dscutir como 0 con- trole verbal diminui a sensiblidade a0 ambiente pode levar, paradoxalmente, a aumentar 0 controle verbal, impedindo a rudanga clinica almejada, Assim, as intervengdes da ACT so, ‘em sua grande maior, experienciais e metaforicas. Em outras palavrs, els favorecem o contato com as contingéncias rlevan- tes ea oportunidade de emissio de respostas alternativas, ¢fa- zem uso de inguagem nao literal, como metéforas, que reduzem a probabilidade dos problemas ocasionados pela linguagem do dia dia, buscando, assim, atingir o que seria um dos principais objetivos da ACT: diminuir a governanga verbal quando essa se mostra inefcaz ou produtora de maior softimento, VALORES: ESCOLHENDO A DIRECAO DA TERAPIA Qual a importancia dentro do modelo terapéutico? [A perspectiva da inevitabiidade do sofrimento hummano de- manda umia mudanga no modo de pensar a psicoterapia. Mais ‘speciticamente, no modo de pensar os objetvos terapéutios. Se a vida humana é baseada tanto naalegia, na stisfaglo eno prazer quanto ea amargura, no temore na irritacio, fz sentido buscar eliminar a todo custo a tristeza, a ansiedade, arava, 08 pensamentos obsesivos, a ideagio sucka? E basearo suceso bu facassoterapeutico na eliminagao dessessintomas? ‘Caso a resposta sea nio, é necessrio esbocar uma alter. nativa, Afinal, deve havercritérios para que terapeuta e cliente possam, em conjunto, drecionar oruro da trapia €avaliar os progress feitos no process, e no fica deriva, Infivenciada pels psicoteapias humanisas, a alternativaproposa pela ACT E que esses eritirios sam os valores do cliente, Desa forma, inda que a vida nio seja composta somente por momentos de Felicidade, ela pode ser repleta de satisfasio pessoa e significado (Hayes, Strosahl e Wilson, 2012) 107 Digitalizado com CamScanner ‘stp lt — PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL — utras intervengies d2 importante nota que todas as utes merry 6 faa sede mo context dos ars 0 com zumas dla enolsem que 0 indo ente 6 eT Eventos encobertosdaorosos cuts que cle se MRT des com um ato custo de respta Sem valfen OTT nifcadoa essa dua caminala no proceso terahON Iervengdes tornam-seténicasdescontestoalvad’h Wt movem sofrimento psicoligica sem favoree Ihaa pena ser vivid Como definir conceitualmente? : m terme carregado de endighes psicoldicass a “Antes de tudo, valores ‘Mas como compreender 2 stores bagagem do senso comum e de outras: feaectnaanaiecopertamentl Anes de tl, ares Fores etd frgaores Eh tas P38 consequéncias desejadas, verbalmente constrmidas. Aida que tim dos prncipasfocos da ACT scja minaro controle veal excessive, ineficaz, visa também construir um controle verbal alternativa, que leveo cliente a viver perseguindo uma diregi0 valorada por ele (Hayes, Strosahl e Wilson, 2012). Nem todos os reforgadores podem ser tidos como valores. Para ser considerado um valor, capaz de direcionar 0 processo terapéutico, uma descrigao verbal deve obedecer a outros trés critéris. Em primeiro lugar, ela deve descrever um reforgador positivo. Apesar do papel central do reforgamento negativo na vida humana, o objetivo de utilizar os valores do cliente para di- recionaraterapia & construir uma vida que valha a pena ser vi- Vida, eno uma vida isenta de sofrimento. E se enfatizdssemos a fuga ea esquiva de estimulos aversivos, estariamos mais alinha- dos com a segunda perspectiva (Plumb et al, 2009). No caso de Marcos, isso impede que “nao sentir ansiedade a0 interagir com ‘outras pessoas” seja adotado como um valor. Em segundo lugar, oreforgador positivo descrto deve decor rer naturalmente do engajamento constante em um padrio de ‘gio amplo. Isso significa que um valor nunca é plenamente al- ‘ancado (Plumb etal, 2009), Ao contrério, o individuo deve con- tinuamente realizar agdes especificas que contribuam para trazer « manter esse reforgador em sua vida; nio o fazer implica um, distanciamento de seus valores. Dessa forma, valores se diferen- ciam de objetives, que podem ser atingidos. E embora aleangar Objetivos especificos este relacionado aos valores pessoais, eles ‘io sio valores em si, Assim, caso Marcos afirme valorizar “rela- 8¢s intimas’ ele deve constantemente engajar-se em ages que construam uma relagio com essa qualidade (e.g, escutar e com- Dreender os amigos; compartilhar aspectos pessoais com eles; ajudé-los em momentos de necessidade) para estar vivendo de acordo com seu valor. Ao adotaratiudes de distanciamento, ua Sintonia com o valor de intimidade automaticamente dimingl, Em terceizo lugar, a expressio de valores nio deve ser um Como fazer na pratica? Considerando que os valores sio odo Tes sio produt doclens, primero passo da csicagio ec Pein dtaneneo que inputs pan rete fae 108 pers cogent ute dopa foras podem we fy para ilustear uma vida basead. nog sola € util : base al eames sempre cminhando mage ng aida (eg, norte), A metéfora da bissola também, ilusteg Walores rotas de fuga (nunca andamos para yy oe oan part nos apeoximar Jo nore) e objetivo 284, omprecnerer 0 sgifiado de valores, muitos dene teria em responder perm por mas harreiras comuns NM pity um lado o cliente pode no esta sense aos ay a sendo incapas. de discrimins-los quanga t no res pessoais, ; ale F possteel que ninguém, inclusive ee préprig ae o a impetnte ar de Nena Fpeuta pode indir o cliente a relembrare revives oe i i Seti alguns moments nos qual ele teve sensicbes de gig props, usalmenteassciadas a stuns onde ag to presents. E durante esse exerccio experiencia oben demonstcacio desses sentimentos em sessio, que ingen? o client esté de fatoentrando em contato com aqulo quae portante para si. ° Do outro lado dificuldade do cliente pode avid de que sua expressio de valores est sob contoe de conn cas aersivase/ou Socias, Nesse ca50, 0 terapeuta pode ani @ cliente eiminando verbalmente ssas bacreias ng ins” go. Suponha um cliente que, quando questionado sob Talore, aficme: “Quero parar de sentir ansiedae’O tue ta pode remover a ansiedade da equacio, momentaneanres com outta pergunta como “O que voce faria se ndo semen ansiedade?”. Caso as contingéncias aversivas estejam muito fortes nom. mento, o cliente pode nio ser capaz de responder nada len fy vontade de eliminar a ansiedade. Nessa situagio 0 trapoa, pode alterar a perspectiva temporal, pedindo que oclieneim. gine, o mais vividamente possivel o que era impoctante parse no passado, antes desse sentimento predomina, ou comms gostaria de ser lembrado em seu funeral, por exempo, ACEITAGAO: RENUNCIANDO A LUTA COM SI PROPRIO Qual a importancia dentro do modelo terapéutico? Uma vex que 0s valores do cliente foram clarificados¢, con Sequentemente, a diregdo da terapia foi escolhida, & necesirio Petcorrer esse caminho. Durante esse trajeto, & natural que su Jam eventos privados desagradaveis. Afinal, ao escolher uma Vida baseada em relagdes intimas, Marcos necessita se compto- meter @ engajar-se em ages com alto custo de resposta€ que Podem nio surtir 0 efeito desejado, como se expor a situagis de vulnerabilidade interpessoal. $i ages que, portanto, podem tra2er consigo sentimentos e cognigdes dificis de lidar, como gaadade e pensamentos de fracasso. O modo como ele respon s eventos privados pode favorecer o engajamento ness {8068 valorizadas ou, pelo contrério, atuar como un batt anaes de se aproximar de seu valor e construc relasdes Samo tmencionado anterlormente, um deses obtiibt Possiveis éajutaem que 7 a ‘oind sm seus proprio’ Eventos privados na tense aU Se eng com seus poe Digitalizado com CamScanner sea uv expel Alin der Incas em oe sen reel rae et a para pesos. Nest context 2 acetate srg como snute paiva 8 esqlva experiencile seus efeitos deetron. pinenvolve ‘uma mudanga de postura do cliente em relagio & sua wa lghn eve de sect purcepav eras ext tos de cone cles se pn ses sn cai defo emir senate days a mre rasenicnt ae Como definir conceitualmente? ih manga de postr menctonada cima significa dizer gees crests prone cnannn ea esos veaquiva cos. contraconttol asst evOCar Fes gost ses ctimols tveram sa ago alter de forma que cates de voce eer erat, ca: gor esposts de observag,descrgtoe valdacto, mals pro- TS de Marcos, @accitagio envolve permitir que a ansiedade co sreocupagBes surjam durante a interasio com utes pes vem luta contra elas, identificando-as conforme ocorrers, ‘efepreendendo-as Como respostasnaturas dada a sua histria Gueida ea siteagio em que ele se encontra no momento se ngaando em interagSes socials ainda que na presenga desses eneobertos Como fazer na pratica? (0 desenvolvimento da aceitagio pode ser uma tarefa bastan- tedificil uma vez que ela & contriria a uma prética amplamen- te sustentada pela cultura, Além disso, as tentativas de alterar fu interromper eventos privados aversivos se mostraram efica- Ses a curto prazo, na propria experiéncia do cliente. Portanto, snoitas vezes serd necessirio que o terapeuta crie um contexto em sessio que aumente a sensiblidade do cliente ao custo des- Sa estratépiae sua efetividade em longo prazo, deixando-o mais, {eceptivo a formas alternativas de responder aos seus eventos privados, Em outraspalavras, realize em conjunto com o client, ‘ima andlise funcional de suas respostas de esquiva experiencia. Esse contexto construido em sessio & chamado de desespe- ranca criativa, Durante esse processo, a postura adotada pelo terapeuta & de extrema importancia. Em primeiro lugar, o tera peuta deve guiar o cliente a se atentar &s consequéncias de suas tentativas de controle e evitagdo, mas permitir que ele responda sobre a efetividade e 0s custos delas com base na sua propria periéncia, Essa postura evita um embate racional entre a visio do terapeuta e do cliente sobre a melhor forma de lidar com os ‘eventos privados enfatiza a funcionalidade de suas agies (isto 4 se clas contribuem ou nao para o cliente atingir seus valores) [Em segundo lugar, o terapeuta deve ser muito empatico du- rante 0 processo, uma vez que para diversos clientes ser muito doloroso compreender as consequéncias de seu padrio rigido de ‘squiva experiencial e seré muito facil que eles adotem uma pos- ‘ura fatalista e autodepreciativa (eg. “Entio nada do que fago 4é certo, En sou um fracasso"). Ao acolher a dor e enfatizar 0 fracasso da estratégia adotada, e nao do cliente como pessoa, 0 ‘erapeuta pode tornar a desesperanga criativa um momento ex- tremamente humano, de aproximacio empatica entre terapeuta e cliente, e poderoso para a mudanga clinica, ao deixar o clien- temais propenso a tentar outras estratégias para lidar com seus eventos privados. “12 A TERAPIA OE ACEITAGAD E COMPROMISSO (ACT! Para consolidar os aprendizados durante a desesperon¢s .algumas metiforas e pequenos exercicios podem set empregados. Pare alguns segundos e pense na sua comida f° vorita, tentando imagindcIa, Agora tente, a todo custo, SupEl- Ini eno pense nl No imap apa ns seu cheiro, nem sahorear seu gosto, Esse ripido exercicio, ue Pre ter lea com os cent enatina neil dae va experiencial: a maioria das pessoas no consegue suprimir 0 toda sua atengio e energia para a supressio, impedindo-os de fazer qualquer outea coisa além de suprieit. ‘Outas intervenes podem ser utiizadas para salientar © alto custo do controle e da evitagio. Entce elas esté a metifora «do convidado indesejado. O terapeuta pede que o cliente imag nea seguintesituagio: ele esté organizando uma festa em casa e convidu todas.as pessoas mais importantes da vida dele A festa «std indo muito bem ¢ todos estio se divertindo, Até que uma pessoa da qual cliente nfo gosta chega & festa sem ser convida- dla, Nao s6 ela no foi convidada, como também uma péssima ncomoda os convidados, sujaa casa, quebra objetos e se recusa air embora, Diante desse cenério, 0 cliente tem duas op «88. De um lado, focar sua atengio no convidado indesejado € tentar controlar aonde ele vai eo que ele faz, na tentativa de im- pedir que ele cause maiores danos e, se conseguir, expulsé-lo da festa. Mas ao faré-Lo, ele negligencia os demais convidadose nio aproveta a festa; e mesmo que consiga expulsi-lo, ted que fcar préximo da porta para garantir que ele nao retorne. Do outro lado, o cliente tem a opcio de focar sua atengdo nos seus entes ueridos e aproveitara festa, ainda que isso signifique permitir que 0 convidado indesejado permaneca nela ‘A metéfora do convidado indesejado também traz consigo ‘uma posturaalternativa ao controle: desist da luta e estar dis- posto a entrar em contato com seus eventos privados, inclusi- ve 0s mais desagradiveis. Essa nogio seré contraintuitiva € até pavorosa para muitos clientes, mesmo para aqueles sensiveis, 4208 custos e&ineficicia do controle e da evitagio, Afinal, even tos privados desagradiveis ainda possuem uma fungio aversiva muito forte. O processo de validagio (Linehan, 1997) pode con- Iwibuir para altera isso. Ao comuicar para o cliente que a res- posta dele é natural e compreensivel dentro do contexto de sua historia de vida e das condigbes atuais, o terapeuta demonstra aceitar o cliente como ele é e, com isso, altera as relagoes ver- bais existentes a0 redor dos eventos privados. De um lado, ele rminimiza as relagées de coordenagio com juizos de valores (p. x, raiva é ruim), Do outro lado, ele favorece relagBes de cau- salidade entre a resposta do cliente ¢ eventos ambientais (p. €X. ‘ejeigdo causa raiva), ¢ de inclusio entre a resposta do cliente ¢ caracteristcas compartilhadas pela humanidade (p. ex, rai- ‘va é uma resposta natural & rejeigdo). Ademais, a0 se engajar em validagio durante a sessio, 0 terapeuta oferece um modelo para o cliente, favorecendo que ele comece a validar a si mesmo (Linehan, 1997). Tanto a sensibilidade as consequéncias em longo prazo da cesquiva experiencial quanto a validago podem contribuir para {que o individu responda de outro modo a seus eventos priva- dos. O contexto de terapia € ideal para que o cliente comece a responder de forma diferente, uma vez que é um lugar mais se- gquro e no qual o terapeuta pode auxilié-lo no processo, Com {sso em mente, o terapeuta pode utilizar 0 raciocinio clinico da Peicoterapia Analitica Funcional (FAP) e favorecer a disposigio a0 evocar respostas de observacio e descrigdo de eventos priva- ddos em sessio, bloquear tentaivas de controle evitaglo, e con- sequenciar a aceitagdo do cliente (Callaghan et a, 2004), 409 Digitalizado com CamScanner SSegkO Ml — PSiCOLOGIA COMPORTAMENTAL DESFUSAO COGNITIVA: REDUZINDO O IMPACTO VERBAL Qual aimportincia dentro do modelo terapéutica? Outro obsticulo comm entre o cliente e uma vida baseada em seus valores & derivado da implicagdo da RFT de que a do- sindncia verbal leva as pessoas a responderem a una grande arte dos estimulos em funngio de stias relagdes verbais com ou- {tos estimulos.E,apesar de nfo ser nocess se torna prejudicial quando acarreta padebes de comportamen- to insensiveis ao context tual edesconcetados de seus valores Pessoais, Esse € 0 caso quando a probabilidade de Marcos se eengajar em ages que favoregam intimdade ¢ ainda mais re- duzida apds o pensamento: “Se eu falar o que sinto, eles vio rir de mim’. Diantedesse cenrio, a desfusio cagaitiva surge como a ‘opio de intervengio, Diferentemente da reestruturagio cogni- tiva, seu objetivo no é modificaro contetido das cognigaes do cliente, mas sim o impacto delas. Em outras palavras, a desfusio cognitiva almeja que o cliente permita que seus pensamentos ‘ocorram naturalment, inclusive aquses tidos como “rraco- ais” ou dificeis de lidar, mas que ele também impeca que esses Pensamentos, quando ocorrerem, influenciem 0 sew comporta- mento @ ponto de afastaro cliente de seus valores. No exemplo de Marcos, isso envolve que, ainda que ele tenha 0 peasamento “Se en falar 0 que sito, els vio rir de mim ele possaagir de acordo com of seus valores, interagindo com 0s seus amigos € criando lagos significativos. Por iltimo, é importante ressaltar que desfusio cognitiva e aceitagdo esti intimamente conectadas dentro do modelo te- rapéutico. Ambos constituem modos alternatives de responder 408 préprios eventos privados. De um lado, eta disposto aen- trar em contato com os eventos privados ¢ necessério para que seja possivel reduzir o impacto dos pensamentos. Do outro lado, diminuir a forga dos pensamentos torna menos dificil se aproxi- mar deles com uma postura aberta. Como definir conceitualmente? No exemplo acima, a resposta relacional “Se eu falar 0 que sinto, eles vio rir de mim” estabelece uma relacio causal entre expresso e humilhacio. A influéncia desse pensamento sobre ‘outros comportamentos do cliente esté dretamente relacionada a sua capacidade de transformar o ato de falar em um estimulo aversivo, gerando respostas de ansiedade e esquiva,Uma ver que a transformagio de fungio do responder relacional é controla- da pelo contexto funcional, alteragdes contextuais podem in- terromper esse processo sem afetar a relagio estabelecida entre (0s estimulos (Blackledge, 2007). No caso, diminuir a transfor- magio de funcio entre os estimulos “humilhagio" e “expres- siio” sem alterara relagdo de causalidade formada ao estabelecer tum novo contexto. Entio, respostas alternativas ao contetido do pensamento, mais compativeis com a construcio de relagées de intimidade, podem ser favorecidas mais facilmente. Como fazer na pratica? © trabalho de aceitagéo promove um contexto favorivel para a desfusio cognitiva. Ao abdicar da luta com seus eventos privados, 0 individuo esté mais apto a entrar em contato com seus pensamentos, observando-0s e descrevendo-os. Além dis- 0, a0 ser capaz de validar suas proprias cognig6es, o cliente as entende como reagdes naturais dentro de sua histria de vida e 110 situagio presente, endo como ocorréncias do de agoes voluntiras, ‘Mfamiliarizagio com o procesto de pensay bservagio,desriq e valldagdo de seus ps 8 cap mentads quando 0 cliente €capaz de ientifcar en € ag pensar e como eles se repetem em padrées pene =: de sua vida, Sea plo tipo de cognigfo (ahaa 2 taclonalizago, comparagio) ou peo seu conte Seng preocupagio, ruminagio, autodeprecingio), kere) ak padre, de modo emp ¢ validate cone tS fem na fala doclente, 0 terapeuta aumenta prop te. cliente também se atentar a eles, Probabidae es ‘ho ser capa de compreende seus peéprog aul cent ea mas aio cet textualizar o pensar de diferentes modos. Eso feng 2%: a transformagdo de fungio resultante desasreaggc#8 (Blackledge, 2007). * verb Em primeiro lugar, clepodeestabelecer uma reac ge aqui entre o Eu eo seus eventos privados (Tneke ea Tso significa dizer que sensagbes, sentiments e pensanera zem parte de quem a pessoa é, ainda que ela nao possa yer rida a essa experitncias. Para esse fim, sio utlizados ee texperiencais que permitern ao cliente observa multipass ée expeiéncias psicolbgcas e sua dinmica so longo dotenpe ‘conirst-las a uma perspectivatnia partir da qual exes toss experienciados. Ou também o empreyo do prefray, tendo um pensamento de que.” antes de cogicces especse Por exemplo,tansformandoafrase "Eu sou um fracas emt estou tendo um pensamento de que sou um facasc Em segundo lugar, o cliente pode ser levado a construi ve balmente uma distincia espacial entre si e seus pensumean, Seres humanos tém tendéncia a ser mais afetados or exes {que acontecem préximos a eles do que por aqueles ditntesem espago e tempo. Qual o impacto de uma tragéia que cares hhi 50 anos em outro continente em comparacio com uma st milar em magnitude, porém que aconteceu ontem, 20 psa lado? Essa tendéncia a desvalorizar eventos espacialmente ds tantes pode ser usada para reduziro impacto de pensamentos. Na ACT, isso feito por meio de exerccios que ransformamos pensamentos do cliente em objeto fiscos, separados do indi duo, Seja a0 comparé-lo a flhas que caem em um ri sequen 0 fuxo da correnteza; ou a0 pedir que o cliente selecone un pensamentoe descreva seu tamanko, formato peso, cotta outras propriedades fiscasatribuldas por ele. Em terceio lugar, cliente e terapeuta podem conestiliar co emissor das relagbes verbais, Essa é uma pritia comm mis relagbes interpessoais, Ao estabelecer o falante como algné. hhonesto/mentiroso, inteligente/burro, bom cariermal-aem cionado; sio/senl, o impacto de sua fala é modulado ts lavras adquirem maior ou menor capacidade de inluenciat © comportamento do ouvinte. No Ambit intapesoal, et rs tica é mais rara; porém, o processo comportamental ésimist. Contextualizar 0 cliente como alguém capaz de caborat um narrativa coerente, porém arbitrria critivae enviesa (ane Jogo a um roteirista de histrias),€ capaz de reduzit 0 impsc® de seus préprios pensamentos. Apontaressas cracterstes™ flaxo de pensamentos do cliente e incentivé-lo a fazer 0 contribuird para tornar essa analogia fundada na expeiéos cliente ¢, portanto, mais podeross. ‘Uma vez que 0 individuo recontext: como parte de quem ele é, espacialmente distantes 880 Urry, ina seus pensamens ou pros Digitalizado com CamScanner tos de um emissor particular, a influéncia dessas co (enportamento diminui, De modo que é maie santas oo maybe que no condizem com ocontiodeseuere ose tenha sas resposasteforadat 30 feta: Ngo same so uflzados para propiciar esr experiécts de Ie aerate ene ago e peneamento ci sss, Al ele conga eatruturadene envolvem, por exer pedir parse so matenarcacrdiar com oleae forge incr de len gina ao kes cm soon reali la. Outre te fet hm de pension ado pe cen dara inte aro terapetica (6s "Nao consgo mats falar deste ae") ci ere consequencia resposas diferentes econ Ppaversar sobre o asst dite) AQUI EAGORA: SENSIVEL AS CONTINGENCIAS PRESENTES NO MOMENTO Qual a importincia dentro do modelo terapéutico? Como apontado anteiormente, um dos problemas gerados pelo controle verbal é que, responder indnetanenuapoebtes er peston pode fornarse pouco sensivel a alguns aspects dele FE garalgoms stages esses elementos podem ser extremamen- fe importantes para que o individuo responda de forma coerente ‘etn contexto presente ¢ de acordo com scus valores pessoa ‘No easo de Marcos, 0 pensamento “Se eu falar 0 que snto, cdesvo rir de mini” &capaz de aumentar sua sensbilidade a pe Guenos sinasdejlgmentoe critica dos outros, trmando Frovave que le aja do contato social ov, peo menos, de situa ies de vulnerabilidade.Paralelamente, 0 foco no proprio pen- sere em possivels ameacas do outro diminui sua sensbiidade Soa experigncia psicoldgica (eg. preocupacio, ansicdade, me- tise de humilhagoes passadas), impedindo que ee sea capaz Je empregar as habilidades intrapessoais aprendidas durante o tabalho de acetacao e desfusio cognitiva. Ela também impe- de que Marcos esteja centrado na interagio socal, reduzindo a probabilidade de ele perceber possives demonstracbes de ber Pir e acalhimento do outro, ¢ de utilizar seu repertrio social adequadamente. No final, Marcos difcilmente tomaréatitudes, aerdintonia com o que esté ocorrendo no momento ede acordo am seus valores, com respostas de aproximagio ao outro. Nesse aso. controle verbal acaba por limitar 0 escopo de agSes que aproximariam o cliente de seus valores. Em tal cendri, a desfusdo cognitiva pode ser uiliada para reduzit 0 controle verbal, diminuindo 0 impacto desse pensa- mento no comportamento de Marcos. Entretanto, 0 compor- tamento nio deixa de ser controlado pelas contingéncias: 00 reduzir uma fonte de influéncia, outra surgirs para controlar © comportamento, Ao favorecer que Marcos seja capaz de ex- pandir sua atengio para dversos eventos presentes no momen: to (como sinais de interesse do outro), é mais provivel que seu comportamento seja controlado pelas contingéncias em vigor. Consequentemente, suas respostas serdo mais sensiveis 0 con- texto atual, com maior probabilidade de emissio de serem efet ‘as eestarem em sintonia com seus valores pessoas. Como definir conceitualmente? Estar em contato com o momento presente implica alterar © controle de estimulos. Em primeiro lugar, iso feito por meio ds 12 — a Tense pe aceacio € COMPRONNESO (ACT! ‘expan da steno do lente paraoutvosevetos ambiente nova popies deesinn qe. apesr de eae PES” eso ambient near necandoo compte da lt penn gcse relent auf ween ora eet sus teetant, no €suflente doar wma posta conta: & Import prance el Anca da fsa em sabe elie ete xin cnn eco ase dela paraaypectondoamaenteuetiversm sa ung anor- mada verbalmente aval compara easier ound 40 50 ter com in aumertar pea de oma es im desacorda cm seut valores pssot,Portant, neva sta Gio. ¢imprtante que oindividun consga narament eireio- har sua atenglo para oconteto ava. Como fazer na pritica? Devidod tendéncia de as eelagiesverbais dominarem e exet- cerem infludncia deforma alimitar o repertorio do cliente, per trance centado omens ao contest ata € ‘uma habifidade que requer muita pritica. Porém, existe um vat to niimero de eventos e propriedades em cada dado momento, permitindo oportunidades para treinar essa habilidade em todas as situagées vivdas Esses eventos e propriedades podem estar no ambiente fsi- co externo ao individuo. Se vocé parar a leitura deste capitulo © observar seu entorno com atencio e curiosidade, com certe ‘a seri capaz de notar dez aspectos dele que no havia percebi- ddo anteriormente, eja a textura da pigina do livro, detalhes no formato do objeto a0 seu lado, 0 contorno das sombras desses objetos ou ruidos de undo que pareciam nio exist. Esse mes- ‘mo tipo de atividade pode ser feito com 0 cliente, tanto dentro ‘quanto fora de sessio. Pedir para que ele se atente as proprieda- des provenientes dos seus cinco sentidos ao observar um objeto specific, desenhar, comer ou cozinhar € as descreva éum bor modo de expandir sua sensibilidade ao comtexto atua ‘Da mesma forma, o cliente pode ser levado a observar e des- ‘rever sua propria experiéncia conforme ela ocorre no momento. la pode inclur sensagbesfisicas (eg, dor, temperatura, pressio, alongamento, frequéncia cardiaca, ritmo de respiragdo), cogni- (Bes, tendéncias a agio e movimentos do corpo. Exercicios estru- Turados de mindfulness, que facilitam esse contato com si mesmo, sio muito empregados. Neles,o cliente solicitado a adotar uma postura confortivel, muitas vezes de olhos fechados, ¢ observar Juma parte especifica da sua experitncia ou deixar sua atenglo utuante, observando o fluxo dessa experigncia, O terapeuta também pede para que, quando ele sentir que esté novamente fem contato maior com a experiéncia verbal, abserve essa expe riéneiae retome aos eventos que estio ocorrendo no momento. ‘Além disso, a elacio terapeutica é uma étima situagio para praca atengio ao aque agora durante uma itera socal Durante a sessio, o terapeuta pode direcionar o cliente aatentar pata o seu proprio corpo e para como ele se sente durante mo- prantos especificos da interagio. Ou direcionar a atengio dele para a propria figura do terapeua e suas cracersins fas, Ba postura, seu tom de vor, sus expresso facial 0 conteddo da sua fala, UNINDO TUDO E PERCORRENDO O CAMINHO ‘As segdes anteriores acompankram Marcos enquanto ele construu verbalmente seu valor pessoal de intimidade, que dé "1 __ Digitalizado com CamScanner | eet sxpla n —PSCOLOGIA COMPORTANENTAL snduta. Elas também tor- for € mais flexivel 0.62 rare og aermatvos de responder 8 sets EEN pedo saat eneamentos, sentiments ememériag DST AN, ce earcessar 2 luta contra cles, redurindo 9 eA ‘potas de fa exquvae contacontcl, 26% Ta Tut, aproximando-sedeses eventos Pore TT Sette aida. Do outro lad, le arene er proceso de pensar como um compertame, frat de cont enciashistgicas eatuais,contextalizar 0 Tent de div smodos e responder de forma incon sete aos seus pernsane= re areos tare expand su observe #18 jeestinwslase sa sensi game maior d iilidadea diferentes fungdes rar rdendoaatenaese ea esponder a cemientoe (04 Heats que melhor regulario sun conduta com ebilals ‘acordo com o contexto presente ¢ ‘Com seus valores carificados, ao aos eventos privados ¢centtado no conteto presen Xarcos percorrero caminho para unva vida que val» Ser vvida. sso significa, em primicro lugar, identificar objetives agdes que esta relacionados ao valor clarifiado, Em segul Gav comprometer-sea realizar esss acbes. E, por fim, superar fs obstéculos que aparecerem no caminho. Nesse processo, as strates uilizadas pelo terapeuta ACT sio muito semelhantes 4s adotadas pela Clinica Analitico-Comportamental de modo ger, como exposigio, logueio de esquiva, reforgamento di- Ferencial, treinamento de habilidades sociais, andlise de con- tingéncias, entre outras. Portanto, elas nfo serio discutidas em maior profundidade aqui. jdae diregio A sua com significado a sua vi os (rio inteapessoal mal snaram o seu repert LINHAS DE PESQUISA Desde o surgimento da ACT, seus proponentes demonstra~ ram preocupacao em abterevidéncias empiricas para sustentar {propos trapéutica. Isso & caramente observado no ni ‘mero de ensaios clinicos randomizados realizados. Entre 1986 € 2016, 155 estudos comparando a eficacia da ACT com outros tra- tamentos ou lista de espera foram concluidos. Apesar de algumas aquestbes metodol6gcas em alguns dessesestados, o impressio- zante nimero acima contribuiu para que a ACT seja atualmente considerada uma psicoterapia baseada em evidéncias, com forte ‘apoio empirico para dor cronica ¢ apoio moderado para depres- ‘sio, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo ¢ psicose (APA Presidential Task Force on Evidence-Based Practice, 2006). Apesar da importincia dos ensaios clinicos randomizados para responder se a ACT funciona como tratamento psicoldgi- co, eles nao auxiliam a responder outra pergunta, também im- portante: “Como a ACT funciona?”. Para isso, foram realizados ‘outros tipos de pesquisa. Um conjunto delas estudou 0 efeito de ‘componentes da ACT (como aceitagio ou desfusio cognitiva) isolados do restante do pacote terapéutico (Levin et al., 2012). Outro grupo buscou identificar mediadores do tratamento, ob- servando se mudangas em medidas especificas durante 0 an- damento da terapia estavam relacionadas ao resultado final dé tratamento. Por fim, um terceiro conjunto de pesquis 7 atm 0 conjunto de pesquisas buscou identifica de revs intervenes da ACT em med- las andlogas a0 sofrimento psicolégico relatado pelos clientes (Ruiz, 2010), como dor e esquiva em uma situacio de estimul io aversiva (eg, choques elétrcos, fio), . Me REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Tn rset Task Fre 0 EEN Bad Pr prot acm pl Anern Pycge , nn naan Bb 8) ACT pce RT ap Como TO Publications cn sclesge, 1.2007) Dsrupting verbal proces: copy " reane and commitment therapy and th Foyer. 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