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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTHEFANY KEYTTE FILGUEIRA WATSON

VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS


METÁLICAS COM AUXÍLIO DE PLANILHA ELETRÔNICA

Boa Vista-RR
Março / 2016
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ESTHEFANY KEYTTE FILGUEIRA WATSON

VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS


METÁLICAS COM AUXÍLIO DE PLANILHA ELETRÔNICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Departamento de Engenharia Civil como parte dos requisitos para obtenção do Título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. MSc. João Bosco Pereira Duarte.

Boa Vista-RR
Março / 2016
ESTHEFANY KEYTTE FILGUEIRA WATSON
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VERIFICAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS


METÁLICAS COM AUXILÍO DE PLANILHA ELETRÔNICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharia Civil como parte


dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovada em _____/_____/______.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________
Prof. João Bosco Pereira Duarte – (Orientador)
Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de Roraima – UFRR

_________________________________________
Profa. Dra. Gioconda S. Souza Martinez
Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de Roraima – UFRR
________________________________________
Prof. Dr. Pedro Alves da Silva
Departamento de Engenharia Civil
Universidade Federal de Roraima – UFRR

Boa Vista-RR
Março/2016
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“Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o
Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”

Josué 1:9
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre presente durante toda essa caminhada
da minha graduação, me concedendo sabedoria e me dando força pra vencer cada dificuldade.

Agradeço ao meu orientador, professor Bosco, o qual me cativou no início do curso com
o seu jeito de ministrar aulas, que tanto me incentivou dando conselhos, por ter se dedicado a
este trabalho e por me fazer ver que eu podia ir além do que eu imaginava.

Agradeço a minha família por tamanha dedicação e apoio durante todos esses anos, me
dando sempre suporte e acreditando no meu potencial. Agradeço por terem me incentivado a
cursar essa faculdade, pra glória de Deus. E por entenderem as minhas ausências em casa até
mesmo nos fins de semana.

Agradeço aos meus amigos que sempre estiveram presentes me dando suporte,
caminhando comigo e por terem contribuído com este trabalho e com a minha graduação. Em
especial ao Rômulo Sá, Celino Juvêncio, Deny Wilson Braz e Eduardo Conceição meus
companheiros de luta, obrigada por toda a paciência e companhia durante esses anos.
5

RESUMO

WATSON, E.K.F.1, DUARTE, J.B.P.2, “Verificação do dimensionamento de peças metálicas


com auxílio de planilha eletrônica”, 1 – Acadêmica do curso de engenharia civil - UFRR,
esthefanyw@yahoo.com.br 2 – Professor Adjunto IV – Departamento de engenharia civil -
UFRR - jduarte@engcivil.ufrr.br

A utilização de estruturas metálicas na construção civil tem sido utilizada com frequência em
obras de grande e pequeno porte. Algumas de suas vantagens é a redução do tempo de
construção, aumento da produtividade, obra limpa, racionalização no uso de materiais e mão de
obra. Com a mudança gradativa na cultura brasileira, com relação a esta tecnologia de
construção, já que mais de 80% da população está na faixa litorânea, combinado com o a ideia
de que metal não combina com ambiente marinho, tem-se um preconceito sendo diminuído.
Com estes fatos, ocorre uma necessidade crescente de profissionais capacitados para
dimensionamento de estrutura metálica. Como objeto pedagógico, e técnico ao mesmo tempo,
elaborou-se neste trabalho uma planilha eletrônica, a fim de facilitar a verificação dos perfis
metálicos comerciais, quanto aos vários esforços no qual este elemento estrutural está sujeito.
Nesta planilha eletrônica, compara-se os momentos, esforços normais (tração e compressão),
permitidos pela peça a ser dimensionada, com os seus respectivos esforços máximos,
verificando e informando se o perfil resiste a carga a qual estará submetida em projeto. Nesta
planilha, também tem a possibilidade de criar um memorial descritivo de projeto para
construção de um galpão metálico, fornecendo valores de carregamento, ou arquitetônico.

Palavras-chave: Perfil metálico. Estrutura metálica. Dimensionamento de estrutura metálica.


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ABSTRACT

The use of metal structures in civil constructions has been frequent on large and small projects.
Some of its advantages are the reduction of the construction time, productivity increase, clean
work, rationalization of the use of materials and labor. With the gradual change in Brazilian
culture, with respect to this construction technology, since 80% of the population is on the
coastal belt, combined with the idea that metal does not match the marine environment, there
is a prejudice being diminished. With these facts, there is a growing need for professionals to
dimension the metal structure. As an educational object, and technical at the same time, an
electronic spreadsheet was elaborated on this work in order to facilitate the examination of
commercial metal profiles, as to how the various efforts in which this structural element is
subjected to. This spreadsheet compares the moment, normal strains (tension and compression),
allowed by the piece to be scaled, with their respective maximum efforts, verifying and
reporting whether the profile withstands the load which will be submitted to in the project. This
spreadsheet also has the ability to crate a descriptive memorial project to build a metal shed,
providing load or architectural values.

Palavras-chave: Perfil metálico, Estrutura metálica, Dimensionamento de estrutura metálica.


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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Residência familiar em estrutura metálica. ............................................................... 14
Figura 2. Projeto de casa popular em estrutura metálica. ......................................................... 14
Figura 3. Tensões internas variando do campo elástico ao campo plástico.............................. 16
Figura 4. Perfil I. ...................................................................................................................... 17
Figura 5. Valores de g e s para uma peça de espessura t sujeita a tração. ................................ 22
Figura 6. Distribuição das tensões normais nas barras à flexão simples. ................................. 32
Figura 7. Variação de Mn com relação a λ. .............................................................................. 33
Figura 8. Dimensões para um (a) Perfil Soldado série CVS e (b) Laminado........................... 41
Figura 9. Elemento de barra biapoiada para dimensionamento a flexão. ................................. 43
8

LISTA DE QUADROS
Quadro 1.Tensões de escoamento fy e última fu para os aços mais comuns, usando em
estrutura metálica. ..................................................................................................................... 21
Quadro 2. Valores de k para a determinação dos comprimentos de flambagem de barra
isoladas. .................................................................................................................................... 24
Quadro 3. Divisão por classe de acordo com o índice de esbeltez. .......................................... 26
Quadro 4. Valores de b e t para elemento não-enrijecidos ....................................................... 29
Quadro 5. Valores dos parâmetros para o cálculo do coeficiente Qs. ...................................... 30
Quadro 6. Valores de b e t para elemento enrijecidos. ............................................................. 31
Quadro 7. Valores dos parâmetros para cálculo de bef/t. ......................................................... 32
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LISTA DE VARIÁVEIS

𝐴𝑏 Área bruta da seção transversal;

𝐴𝑛 Área nominal da seção transversal;

𝐴𝑒 Área liquida efetiva;

𝐴𝑤 Área da alma de um perfil;

𝐸 Módulo de elasticidade do material ou Modulo de Yong

𝑓𝑣 Tensão de cisalhamento em um determinado ponto devido a V (esforço cortante).

𝑓𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 Tensão crítica na flambagem;

𝐺 Módulo de elasticidade transversal do material;

k Parâmetro de flambagem;

𝐿𝑓𝑙 Comprimento efetivo de flambagem;

𝑀𝑒 Momento elástico;

𝑀𝑦 Momento no início da plastificação

𝑀𝑛 Resistência a flexão simples;

𝑀𝑝𝑙 Momento de plastificação


10

𝑀𝑟 Momento no início do escoamento;

𝑄 Fator de flambagem local

𝑄𝑎 Fator de flambagem local para elemento enrijecido

𝑄𝑠 Fator de flambagem local para elemento não enrijecido

𝑅𝑑𝑡 Resistência de projeto;

𝑅𝑛 Resistência nominal;

𝑍𝑥 Módulo plástico de resistência em relação ao eixo x;

𝑊𝑥 Módulo elástico de resistência em relação ao eixo x.

λ Parâmetro de esbeltez;

λ𝑟 Parâmetro de esbeltez no início do escoamento;

λ𝑝 Parâmetro de esbeltez na plastificação;


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ÍNDICE
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 15
1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ............................................................................. 15
2.0 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DE UMA PERFIL METÁLICO .............. 16
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 16
2.2 PROPRIEDADE GEOMÉTRICA DOS PERFIS ..................................................... 16
2.2.1 Linha neutra da seção ........................................................................................... 16
2.2.2 Linha neutra plastificada ...................................................................................... 17
2.2.3 Área da seção transversal ..................................................................................... 17
2.2.4 Centro de gravidade de seções planas.................................................................. 17
2.2.5 Momento de inercia de seções planas .................................................................. 17
2.2.6 Momento polar de inercia de seções planas ........................................................ 18
2.2.7 Produto de inercia de seções planas ..................................................................... 18
2.2.9 Momento de resistência elástico 𝑊𝑥 .................................................................... 19
2.2.10 Módulo de resistência plástico𝑍𝑥 ....................................................................... 19
2.2.11 Constante de torção (𝐼𝑡) ...................................................................................... 19
2.2.12 - Constante de empenamento (𝐼𝜔) ..................................................................... 20
3. PEÇAS TRACIONADAS .................................................................................................. 20
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 20
3.2 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................... 20
4. BARRAS COMPRIMIDAS ............................................................................................... 24
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 24
4.2 PARÂMETRO DE ESBELTEZ .................................................................................. 24
4.3 TENSÃO CRÍTICA ..................................................................................................... 25
4.4 CLASSES ...................................................................................................................... 26
Fonte: ABNT ........................................................................................................................ 26
4.5 DIMENSIONAMENTO DE BARRAS COMPRIMIDAS ........................................ 27
4.6 FLAMBAGEM LOCAL .............................................................................................. 28
5. PEÇAS SUJEITAS E FLEXÃO SIMPLES ..................................................................... 32
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 32
5.3 ESTADO LIMITE ........................................................................................................ 34
5.3.1 Flambagem local da alma (FLA) .......................................................................... 34
5.3.2 Flambagem local da mesa (FLM)......................................................................... 34
5.3.3.Flambagem lateral por torção (FLT) ................................................................... 34
5.4 ROTEIRO DE CÁLCULO .......................................................................................... 36
5.4.1 VIGA NÃO ESBELTA: ......................................................................................... 36
12

5.4.2 VIGA ESBELTA: ................................................................................................... 39


6.0 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................................ 42
6.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 42
6.2 BARRAS FLETIDAS ................................................................................................... 43
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 43
7.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 43
7.2 APLICAÇÃO DE PEÇAS SUJEITA A FLEXÃO ..................................................... 44
7.3 SUGESTÕES OBTIDAS. ............................................................................................ 47
8.0 CONCLUSÕES................................................................................................................. 49
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 51
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1.0 INTRODUÇÃO

Uma política de expansão de obras de engenharia em estrutura metálica, está em curso


no Brasil. Obras que eram praticadas em madeira estão sendo reformuladas para peças metálicas,
devido principalmente a encases deste produto que é retirado de forma discriminatória da
natureza, sem nenhum manejo de sustentabilidade. Associado com a exposição deste material
orgânico a intemperes e patologia como fungos, brocas, cupins, etc. Pode-se colocar como
exemplo, a substituição de estruturas em madeiras em igrejas barrocas nas cidades brasileiras
como Ouro Preto e Mariana. Por se tratar de cidades tombadas pelo patrimônio, somente
estruturas invisíveis poderiam ser substituídas. Grandes estádios esportivos estão sendo
construídos em estruturas metálicas, em substituição ao concreto armado. Esta troca é devido
ao tempo de execução, bem como a independência com o clima, já que o concreto necessita de
um tempo de cura para se obter a resistência esperada, e os dias com chuva intensa não há
possibilidade de concretagem.
O Brasil detêm as maiores jazida de minério de ferro do planeta, e também é responsável
por produzir materiais metalúrgicos de excelente qualidade e preço. Mas este produto sofre
embargo econômico imposto por países industrializados, que protegem a indústria local
impondo altas taxações aos produtos siderúrgicos importados, que preferem comprar o minério
de ferro a manufaturados.
Grandes companhias siderúrgicas estão investindo em eliminar o preconceito de grande
parte da população em relação a construção de edificações em estrutura metálica. Alta parcela
da população brasileira reside numa faixa litorânea, e relaciona a potencialidade de uma
atmosfera salificada com a corrosão metálica. Campanhas publicitárias, empreendimentos
vultuosos são estratégias utilizadas para mudar a cultura que: “Estrutura metálica quando
enferruja: cai!”.
É importante lembrar que, o montante de pesquisas recentes relacionadas a materiais
metálicos, com relação a oxidação é bem inferior as que diz respeito a ação de fogo, ou seja,
incêndio. Os materiais metálicos estão com uma resistência à oxidação e a corrosão muito
elevada, e o que é importante, com baixo custo. Corroborando com isto, tem-se excelentes
processos de proteção, como exemplo, a pintura. O fogo é o grande problema em edificações.
Peças sujeitas a uma elevada variação de temperatura tem suas características físicas,
principalmente seu módulo de elasticidade bastante alterada. Este fato é bastante referenciado
no atentado a World Trade Center, na cidade de New York, em setembro de 2001, nos Estados
Unidos, onde a estrutura suportou uma carga provocada por um impacto de um avião de grande
14

porte, mas não uma carga térmica bastante prolongada, provocada pela queima do combustível
da aeronave. Neste caso, a estrutura era revestida por um isolamento térmico, que tinha a
capacidade de suportar altas temperaturas, em um intervalo de tempo bem inferior do que
ocorreu no dia do atentado terrorista.
É notório dizer que a cultura da tecnologia das construções no Brasil está deixando de
ser engessada. Tem-se o surgimento de construções com arquitetura mais arrojadas, onde a
metálica predomina esta mudança. A grande maioria em concreto armado, está sendo
configurada para um aspecto moderno com implantação de peças metálicas. Pode-se colocar
como exemplo, os vários aeroportos e estádios de futebol construídos ou reformados no Brasil
para a copa do mundo de futebol no ano de 2014.
Figura 1. Residência familiar em estrutura metálica.

Fonte: Pimont Arquitetura.

Uma das estratégias aplicadas pelas empresas siderúrgicas, é atuar na formação de


engenheiros e arquitetos nas universidades. Estes profissionais são os que tem poder de
intensivar está mudança. Estrutura metálica deixa de ser um simples galpão industrial, dotado
de uma ponte rolante, um sistema de irrigação constituído de pivô central, ou uma grua utilizada
para içar concreto em um edifício alto, para ser uma casa popular, shopping center, castelos
d’água, entre outras edificações consideradas mais nobres.
Figura 2. Projeto de casa popular em estrutura metálica.

Fonte: Usiteto usiminas - Met@lica


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Neste trabalho, desenvolveu-se um fasto referencial teórico, descrito no capítulo II, para dar
suporte a elaboração da planilha eletrônica exposta no capítulo III, deste monografia.

1.1 JUSTIFICATIVA

No mercado, tem-se inúmeros pacotes de programas para elaboração de projetos


metálicos. Em quase a totalidade destes, mostram resultados que não contribui na formação de
acadêmicos, e também, sendo aceito sem argumento de profissionais da área.
Conforme a necessidade dos discentes de uma ferramenta para auxiliar no
desenvolvimento de aprendizagem nas disciplinas de Estruturas Metálicas, oferecida pelos
cursos de Engenharia Civil e Mecânica, fez-se necessário a elaboração de uma planilha
eletrônica, pacote aberto, para auxílio dos mesmos, onde todos os procedimentos são exposto
de forma clara e didática, tentando retirar todas as dúvidas existentes. Em paralelo com as
principais bibliografias disponíveis para dimensionamento de estruturas metálicas, tem-se uma
ferramenta alto explicativa, e bem didática para um melhor desempenho no aprendizado do
acadêmico de engenharia.

1.2 OBJETIVOS

Criar uma ferramenta didática e interativa, para aplicação na verificação de


dimensionamento de peça em perfil metálico,

1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Apresenta-se como objetivo específico:


a) Planilha auxiliar para cálculo de carregamento em projeto de estrutura metálica;
b) apresentar de forma antecipada, o produto deste trabalho à comunidade acadêmica a
fim de colher sugestão para futuros trabalhos;
c) Analisar o comportamento de flanges de ligação metálicos, através de sua constitui-
ção gráfica na planilha, analisando de o mesmo está adequado com a norma vigente.
16

2.0 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DE UMA PERFIL


METÁLICO

2.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, introduz de forma sucinta, todo o referencial teórico necessário ao


desenvolvimento deste trabalho, no que se diz respeito as propriedades geométricas de um perfil
metálico.

2.2 PROPRIEDADE GEOMÉTRICA DOS PERFIS

Familiarizar-se com as propriedades dos perfis é de suma importância para a


compreensão do conteúdo teórico e físico utilizado neste trabalho. Neste item, descreve-se as
características geométrica na obtenção dos valores exposto nas tabelas dos perfis. Como nas
várias bibliografias utilizadas neste trabalho, as tabelas diferem-se entre si, padronizou-se em
uma única, com os todos os valores das características geométricas importantes.

2.2.1 Linha neutra da seção

Define-se como linha neutra da seção, como a linha que separa uma situação de
compressão para tração, em peças sujeitas a flexão pura, ou seja, nela a tensão normal é nula.
Figura 3. Tensões internas variando do campo elástico ao campo plástico.

Fonte: Pinheiro, A. C. F. B., 2005.


17

2.2.2 Linha neutra plastificada

Define-se linha neutra plastificada a que divide a seção em duas áreas com valores iguais.

2.2.3 Área da seção transversal

Área da seção transversal é determinada dependendo do tipo de fabricação do perfil


metálico.
Figura 4. Perfil I.

Fonte: Andrade, P.B., 1994.

2.2.4 Centro de gravidade de seções planas

Ponto da seção transversal onde pode-se aplicar o somatório de todos os elementos


infinitesimal de massa. Para um corpo com uma distribuição homogênea de massa, pode-se
afirmar que o centro de gravidade coincide com o centroide do perfil.

2.2.5 Momento de inercia de seções planas

É definido como a rigidez geométrica de uma área (perfil), de um elemento de barra


sujeita ao carregamento de flexão. Para sua determinação é necessário definir um sistema de
eixo de referência. Para a rigidez em relação ao eixo x, tem-se:

𝐼𝑥 = ∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 ...(2.1)
18

Para a rigidez em relação ao eixo y, tem-se:

𝐼𝑦 = ∫ 𝑥 2 𝑑𝐴 ...(2.2)

2.2.6 Momento polar de inercia de seções planas

É definido como um momento de segunda ordem de um elemento infinitesimal de área,


para um sistema polar de eixo. Seu valor é utilizado para definir a rigidez de um perfil metálico
em peças sujeitas a torção. Seu valor é dado por:

𝐽𝑝 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 = ∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 + ∫ 𝑥 2 𝑑𝐴 ...(2.3)

2.2.7 Produto de inercia de seções planas

O produto de inercia de um elemento de área é definido pelo somatório produto de um


elemento infinitesimal da mesma, pelo par ordenado do sistema de eixo. Seu valor é dado por:

𝐼𝑥𝑦 = ∫ 𝑥𝑦𝑑𝐴 ...(2.4)

2.2.8 Raio de giração de uma seção plana

É definido pela distância de uma determinada área em relação a um eixo de referência,


gerando um momento de inercia igual ao em relação a este respectivo eixo. É uma característica
importante para flambagem. Em relação ao eixo x é dado por:

𝐼
𝑟𝑥 = √ 𝐴𝑥 ...(2.5)

Em relação ao eixo y é dado por:


19

𝐼𝑦
𝑟𝑦 = √ 𝐴 ...(2.6)

2.2.9 Momento de resistência elástico 𝑊𝑥


É a relação entre o momento de inércia e o modulo da maior distância do centro de
massa do perfil. Pode ser determinado em relação ao eixo x, dado por:

𝐼𝑥
𝑊𝑥 = ...(2.7)
𝑥𝑚𝑎𝑥

E em relação ao eixo y:

𝐼𝑦
𝑊𝑦 = 𝑦 ...(2.8)
𝑚𝑎𝑥

2.2.10 Módulo de resistência plástico𝑍𝑥

E determinado como duas vezes o momento estático de área em relação a linha neutra.
Seu valor é determinado na obtenção do binário, de uma seção toda plastificada, que
determina o valor para Mpl. Para uma peça com área retangular bxh, o valor para Mpl é dado
pela equação:

ℎ ℎ 𝑏ℎ²
𝑀𝑝𝑙 = (𝑏 2 𝑓𝑦 ) 2 = 𝑓𝑦 ...(2.9)
4

Em que:

𝑏ℎ²
𝑍𝑥 = ...(2.10)
4

2.2.11 Constante de torção (𝐼𝑡 )

Para esta característica geométrica, tem-se a definição para perfis aberto e perfis
20

fechados. Para perfis aberto é dado pela equação:

1
𝐼𝑡 = 3 ∑𝑏𝑡 3 ...(2.11)

Para perfis fechados:

4𝐴𝑚1 2
𝐼𝑡 = 𝑑𝑠 ...(2.12)

𝑡

Em que: b e t são, respectivamente, a largura e espessura das chapas que constitui o perfil, Am
é a área da superfície delimitada pela linha media da seção do perfil e s o comprimento desta
linha.

2.2.12 - Constante de empenamento (𝐼𝜔 )

Dada por:

𝐼𝜔 = ∫𝐴 𝜔 𝑑𝐴 ...(2.13)

Em que: 𝜔 é a área setorial principal em cada ponto da linha média da seção, tomando o
centroide como polo.

3. PEÇAS TRACIONADAS

3.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, expor-se um referencial teórico para peças tracionadas. É exemplo de


peças tracionadas: tirantes ou pendurais, barras tracionadas de treliças, contraventamentos, etc.
Podendo suas ligações serem: Solda; Parafusos, pinos ou rebites, Rosqueadas.

3.2 DIMENSIONAMENTO

A resistência é dada pelo menor valor:


21

a) Ruptura (Estado Limite de Ruptura da seção liquida efetiva)

𝑅𝑑𝑡 = 𝛷𝑡 𝑅𝑛 = 𝛷𝑡 𝐴𝑛 𝑓𝑢 , ...(3.1)

com 𝛷𝑡 = 0,75.

Em que: 𝑅𝑑𝑡 Resistência de projeto;

𝑅𝑛 Resistência nominal;

𝐴𝑛 Área nominal;

𝑓𝑢 Resistência a ruptura.

b) Escoamento

𝑅𝑑𝑡 = 𝛷𝑡 𝑅𝑛 = 𝛷𝑡 𝐴𝑔 𝑓𝑦 , com 𝛷𝑡 = 0,90

Em que: 𝐴𝑔 Área bruta da barra;

𝑓𝑦 Resistência a escoamento (Limite de escoamento do aço).

Alguns valores de 𝑓𝑦 e 𝑓𝑢 , dados no Quadro 1:

Quadro 1.Tensões de escoamento fy e última fu para os aços mais comuns, usando em estrutura
metálica.
Aços 𝑓𝑦 𝑓𝑢

ASTM A36 250 Mpa 400 MPa

ABNT MR-250 250 Mpa 400 MPa

MR-290 290 Mpa 415 MPa

MR-345 345 Mpa 450 MPa

Fonte: Andrade, 2008.

1
Para peças com extremidades rosqueadas. (𝛷 = 2“ ou 12 mm), sua resistência a tração

é dada por:
𝑅𝑑𝑡 = 𝛷𝑡 𝑅𝑛 = 𝛷𝑡 (0,73𝑎0,8)𝐴𝑔 𝑓𝑦 , ...(3.2)
22

com 𝛷𝑡 = 0,65

Em que: (0,73 a 0,8) representa a relação entre área bruta 𝐴𝑔 e área efetiva 𝐴𝑒𝑓 .

Cálculo da Seção transversal líquida de peças com furos.

𝑠2
𝐴𝑛 = [𝑏 − ∑(𝑑 + 1,5𝑚𝑚 + 2,0𝑚𝑚) + ∑(4𝑔)]𝑡 ...(3.3)

Em que: s é o espaçamento longitudinal entre dois furos consecutivo;


g é espaçamento transversal entre dois furos consecutivos;
t é a espessura da peça

Estes valores são representados na peça sujeita a tração exposta na figura abaixo.

Figura 5. Valores de g e s para uma peça de espessura t sujeita a tração .

Fonte: www.casec.ufpr.br

Os valores acrescido ao diâmetro dos furos corresponde a 1,5 mm, para folga máxima entre
furo padrão e parafuso e 2,0 mm danificação devido ao puncionamento.

Área líquida efetiva 𝑨𝒆 (NB14 5.1.1.3)

𝐴𝑒 = 𝐶𝑡 𝐴𝑛 ...(3.6)
23

Em que: 𝐶𝑡 = 1,0A transmissão de esforço é feita por todos os elementos da peça;

2
𝐶𝑡 = 0,9Para perfis I ou H em que 𝑏𝑓 ⩾ 3 𝑑

2
𝐶𝑡 = 0,85Para perfis I e H em que 𝑏𝑓 < 3 𝑑

𝐶𝑡 = 0,75Todos os casos quando houver 2 parafusos por linha de furação na


direção da solicitação.

Para se ter um projeto de flambe de ligação de peças tracionadas, tem-se que obedecer
algumas disposições construtivas:

a. Evitar concentrações de tensões;


b. Facilitar o manejo de chaves, torquímetros;
c. Interferência com partes curvas do perfil
d. Obedecer as distâncias mínimas a seguir:
Centro a centro de furos: 2,7 d.
Centro de furo a borda.
Distância máxima as bordas: 12,0 t
Índice de esbeltez limite:

𝐿
𝜆=𝑟 ...(3.7)

A fim de se evitar vibrações ou deformações no manuseio da estrutura antes de sua


execução, deve-se adotar os valores máximos para os índices de esbeltez:

a) Para barras principais 240;


b) Para barra secundarias 300.
24

4. BARRAS COMPRIMIDAS

4.1 INTRODUÇÃO

Carga crítica de flambagem (Carga de Euler), é considerada o valor do esforço normal


aplicado na compressão de um elemento de barra, onde se tem uma deformação excessiva no
eixo de menor inércia, mesmo não se tendo atingido a tensão de escoamento. Diz-se também,
que chegou-se a uma situação de instabilidade. Seu valor é muito importante quando se trata de
peças esbeltas, que é o caso da estrutura metálica, É dado pela equação:

𝜋 2 𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 = ….(4.1)
𝐿2𝑓𝑙

Em que:𝐿𝑓𝑙 é comprimento de flambagem, dependendo das vinculações nos extremos da peça


comprimida.

4.2 PARÂMETRO DE ESBELTEZ

No parâmetro de esbeltes, introduz-se o termo k, que é dependente das vinculações nas


extremidades do elemento de barra, indicado de acordo com o quadro 4.1.

𝑘𝐿
𝜆= ...(4.2)
𝑟

Para o comprimento da barra L , aplica-se na carga crítica de Euler, Lfl, denominado


comprimento efetivo de flambagem. Dado por:

𝐿𝑓𝑙 = 𝑘𝐿 ...(4.3)

Em que:𝑘é o parâmetro de flambagem.


Quadro 2. Valores de k para a determinação dos comprimentos de flambagem de barra isoladas.
25

Vinculações

𝑘Teórico 0.5 0.7 1.0 1.0 2.0 2.0

𝑘Recomendado 0.65 0.8 1.2 1.0 2.1 2.0

Fonte: ABNT

4.3 TENSÃO CRÍTICA

A carga crítica de Euler, exposta na equação 4.1, agora é dada em função do parâmetro
de flambagem, pela seguinte equação:

𝜋 2 𝐸𝐼
𝑃𝑐𝑟 = (𝑘𝐿)2 ...(4.4)

Com objetivo de introduzir a área da seção transversal, aplica-se o raio de giração em


torno do menor momento de inercia dado por:

𝐼 = 𝑟 2𝐴 ...(4.5)

Substituindo no valor da carga critica, o momento de inércia, obtêm-se:

𝜋 2 𝐸𝑟 2 𝐴
𝑃𝑐𝑟 = ...(4.6)
(𝑘𝐿)2

Portanto, pode-se agora com a área da seção transversal inserida, determinar a tensão
26

critica, já que o valor da carga Pcr está sendo dividida pela área A, dada por :

𝑃𝑐𝑟 𝜋2 𝐸
= 𝑘𝐿 2 ...(4.7)
𝐴 ( )
𝑟

Finalmente:

𝜋2 𝐸
𝑓𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜 = ...(4.8)
𝜆2

4.4 CLASSES

Para efeito da norma NB14, as seções são designadas por classe, dependendo da relação
largura/espessura de seus elementos componentes sujeitas a compressão. As descrições desta,
está representada no Quadro a seguir:
Quadro 3. Divisão por classe de acordo com o índice de esbeltez.

Classe

1 Seções que permitem que seja atingido o momento de


plastificação e a subsequente redistribuição de momentos
fletores (portanto adequadas para análise plástica)

2 Seções que permitem seja atingido o momento de


plastificação, mas não a redistribuição de momentos
fletores.

3 Seções cujos elementos não sofrem flambagem local no


regime plástico, quando sujeito a solicitações indicadas
na Tabela 1 (Transcrita da norma neste trabalho), podendo
entretanto sofrer flambagem inelástica.

4 Seções cujos elementos componentes podem sofrer


flambagem no regime elástico, devida as solicitações
indicadas na Tabela 1

Fonte: ABNT
27

4.5 DIMENSIONAMENTO DE BARRAS COMPRIMIDAS

A condição inicial para o dimensionamento de barras compridas, de acordo com a


NBR14, no artigo 5.3.5, é:

λ𝑚𝑎𝑥 = 200 ...(4.9)

Sua resistência de cálculo é dada por:

Φ𝑐 𝑁𝑛 = Φ𝑐 ρ𝑄𝐴𝑓𝑦 ...(4.10)

Em que:Φ𝑐 é 0.9;

𝑓𝑦 é o limite de escoamento do aço;

A , área da seção transversal do perfil;


Q, coeficiente que reflete a influência da flambagem local;
ρcoeficiente que reflete a influência da flambagem por flexão.

̅
λ
Para determinar o valor do coeficiente ρ, tem-se que determinar o valor de λ̅ = 𝐸
=
π√
𝑄𝑓𝑦

𝑘𝐿
𝑟
𝐸
...(4.11)
π√
𝑄𝑓𝑦

De acordo com o valor de λ̅, pode-se adotar:

Paraλ̅ ⩽ 0,2, tem-se ρ = 1,0;

Para λ̅ > 0,2, tem-se o valor de ρdado pela equação:

1
ρ = β − √β² − λ̅² ...(4.12)

Sendo que:
28

1
β = 2λ̅² (1 + λ̅² + α√(λ̅² − 0.04)) ...(4.13)

O valor de αé tabelado, e sua tabela consta em um das planilhas deste trabalho, já que
o mesmo depende do tipo da seção e o eixo de flambagem.

4.6 FLAMBAGEM LOCAL

4.6.1 Flambagem local para elementos não-enrijecidos

Neste caso tem-se que determinar o coeficiente Qs, que relaciona a tensão crítica de
flambagem fcritica com a tensão de escoamento do material fy. Ou seja:

𝑓𝑐𝑟𝑖𝑡𝑖𝑐𝑜
𝑄𝑠 = ...(4.14)
𝑓𝑦

Para elemento não enrijecidos, com os valores dados no quadro 5.3, calcula-se os
seguintes índices:

𝑏
λ= ...(4.15)
𝑡

𝐸
λ𝑝 = 𝑝√𝑓 ...(4.16)
𝑦

𝐸
λ𝑟 = 𝑞 √ ...(4.17)
𝑓𝑦

Calculado o índices λ, λ𝑝 e λ𝑟 , o valor de Qs pode ser determinado obedecendo a


seguinte relação:

Se λ ⩽ λ𝑝 , tem-se 𝑄𝑠 = 1.0;
𝐵
Se λ𝑝 < λ ⩽ λ𝑟 , tem-se 𝑄𝑠 = 𝐴 − 𝐸
λ
√𝑓
𝑦
29
𝐸 1
Se λ > λ𝑟 , tem-se 𝑄𝑠 = 𝐶
𝑓𝑦 λ²

Os valores dos parâmetros p, q, A, B e C, são obtidos no Quadro 5.4, de acordo com o


caso do perfil utilizado obtido no Quadro 4.

Quadro 4. Valores de b e t para elemento não-enrijecidos

Caso 1 – Chapas Projetantes de perfil

A largura b é distancia da borda


livre até a solda de ligação ao
perfil

Caso 2 Mesas de Perfil C

A largura b é a largura total da


mesa.

aso 3 Alma de Perfil T

A largura b é a altura total da


alma.

Caso 4 Mesa de Perfil I, H e T

A largura b é a metade da
largura total da mesa.

Caso 5 Abas de cantoneiras Simples ou Duplas com ligação


30

intermitente

A largura b é a largura total da


aba.

Fonte: http:// www.cesec.ufpr.br/metalica/10/10-texto.htm

Quadro 5. Valores dos parâmetros para o cálculo do coeficiente Qs.


Caso p q A B C
5 0,44 0,90 1,34 0,77 0,52
1-2-4 0,55 1,02 1,42 0,76 0,67
3 0,74 1,02 1,91 1,24 0,67
Fonte: Andrade, P.B., 1994

4.6.2 Flambagem local para elemento enrijecidos

Para os elementos enrijecidos, determina-se o coeficiente Qa. Este agora relaciona a


área efetiva (Aef) e a área bruta da seção(A). Ou seja:

𝐴𝑒𝑓
𝑄𝑎 = ...(4.18)
𝐴

O valor da área efetiva é dado por:

1
𝐴𝑒𝑓 = 𝐴 − 𝐴 ∑(𝑏 − 𝑏𝑒𝑓 )𝑡 ...(4.19)

Resultando:

1 𝑏 𝑏𝑒𝑓
𝑄𝑎 = 1 − 𝐴 ∑( 𝑡 − )𝑡² ...(4.20)
𝑡

Os valores de λeλ𝑝 tem a mesma formulação descrita anteriormente, agora utilizando os


31

Quadros 4.5 e 4.6:

Calculado os índices λe λ𝑝 , o valor de Qa pode ser determinado obedecendo a


seguinte relação:

𝑏𝑒𝑓
Se λ ⩽ λ𝑝 , tem-se = λ;
𝑡

𝑏𝑒𝑓 𝐴 𝐵
Se λ > λ𝑝 , tem-se = (1 − )
𝑡 √𝑓 λ√𝑓

Quadro 6. Valores de b e t para elemento enrijecidos.

Caso 1 Chapa de reforço de mesa

A largura b é a distância entre as


linhas de solda.

Caso 2 Mesas de tubos retangulares Soldados

A largura b é a distância livre


entre as soldas das almas às
mesas.

Caso 3 Almas de perfil laminados ou soldados

A largura b é a distância entre as


faces internas das mesas.
32

Caso 4 Mesas de tubos retangulares laminados de espessura


constante

A largura b é a distância livre


entre as almas.

Fonte: http://www.cesec.ufpr.br/metalica/10/10-texto.htm

Quadro 7. Valores dos parâmetros para cálculo de bef/t.


Caso do quadro 4.5 p A B
4 1,38 252 50,0
1-2-3 1,47 252 44,3
Fonte: ANDRADE (1994)

5. PEÇAS SUJEITAS E FLEXÃO SIMPLES

5.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, apresenta um referencial teórico para momento fletor.

Figura 6. Distribuição das tensões normais nas barras à flexão simples.

Fonte: Andrade, P.B., 1994.

5.2 RECAPITULAÇÃO DE RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


33

Uma barra sujeita a flexão simples, tem-se uma distribuição linear das tensões normais
atuando, passando de um estado de compressão (negativo) para um estado de tração (positivo),
ou vice-versa, dependente da concavidade da deformada. O ponto onde o valor desta tensão é
nulo, chama-se de linha neutra, que para o caso de perfil metálica, coincide com o centro de
massa do perfil.
Na ação de um momento atuando, este gera uma tensão máxima no ponto mais distante
da linha neutra, e caso o valor da mesma seja inferior a tensão de escoamento do material (f y),
chama-se este momento de Me, ou seja, momento elástico (Figura 5.1 (a)).

Quando, este momento atuante, provoca o surgimento da tensão de escoamento (f y),


denomina-se este como Mr, e um incremento por menor que seja neste momento, ira provocar
o surgimento de uma zona de plastificação, caminhando para a linha neutra, com a tensão
permanecendo constate no valor da tensão de escoamento fy, como mostra a figura 5.1 (c). Este
momento denomina-se Mi.

O momento de causa um escoamento da seção, tornando toda distribuição da tensão


constante de fy, desde o ponto mais externo até a linha neutra, como demostrado na Figura 5.1
(d), chama-se de Mpl, ou seja, momento de plastificação.

A resistência a flexão simples Mn é definida por vários estados limites, cada um deles, em
função de um determinado parâmetro λ.

Resistência a flexão simples.

Figura 7. Variação de Mn com relação a λ.

Fonte: Andrade, P.B., 1994.


34

a) Trecho 𝜆 > 𝜆𝑟 , onde 𝑀𝑛 < 𝑀𝑟 , ocorre flambagem elástica;

b) Ponto 𝜆 = 𝜆𝑟 , onde 𝑀𝑛 = 𝑀𝑟 , início do escoamento;

c) Trecho 𝜆𝑝 < 𝜆 < 𝜆𝑟 , onde 𝑀𝑟 < 𝑀𝑛 < 𝑀𝑝𝑙 .

d) Trecho 𝜆 < 𝜆𝑝 , onde 𝑀𝑛 = 𝑀𝑝𝑙 , ocorre a plastificação total da seção.

5.3 ESTADO LIMITE

Para uma peça metálica, deve-se considerar os seguintes estados limites:

5.3.1 Flambagem local da alma (FLA)

É causada pelas tensões normais, provocadas pelo momento fletor na alma do perfil.
5.3.2 Flambagem local da mesa (FLM)

É causada pelas tensões normais de compressão, provocada pelo momento fletor na mesa
comprimida.

5.3.3.Flambagem lateral por torção (FLT)

É causada por flexão lateral e por torção, provocando deslocamentos perpendiculares ao plano
de carregamento.

Vigas não esbeltas

ℎ 𝐸
Ocorre quando: 𝜆 = 𝑡 ⩽ 5,6√𝑓
𝑤 𝑦
35

Resistência de cálculo ao momento fletor.

𝛷𝑏 𝑀𝑛 , onde: 𝛷𝑏 = 0,9

O valor de Mn é determinado através das seguintes expressões:

Primeira condição:

Se λ ≤ λp, usar
Mn = Mpl = Zx.fy; ...(5.1)

Segunda condição:

Se λp < λ ≤ λr, usar:


𝜆−𝜆𝑝
𝑀𝑛 = 𝑀𝑝𝑙 − (𝑀𝑝𝑙 − 𝑀𝑟 ) ; ...(5.2)
𝜆𝑟 −𝜆𝑝

Terceira condição:

Se λ > λr, usar Mn = Mcr; Onde: Mcr não é válido para vigas não esbeltas.

Porém em qualquer umas das condições acima o 𝑀𝑛 ⩽ 1,25𝑊𝑥 𝑓𝑦 .

As características geométricas deste trabalho estão baseadas de acordo com o livro Estrutura
Metálicas de Pinheiro,A.C. da Fonseca Bragança de 2005. Somente o coeficiente de
empenamento foi recalculado pela equação logo abaixo informada pela NBR 8800/2008 para
perfil I, página 135. Com finalidade de confirmar os valores dos coeficientes informado pelo
livro de ANDRADE, P.B., “Curso básico de estruturas de aço”, 2° edição, IEA Editora, 1994.
Para este coeficiente na planilha adotou-se o valor da calculado.

𝐼𝑦 (𝑑 − 𝑡𝑓)²
𝐶𝑤 =
4
36

5.4 ROTEIRO DE CÁLCULO

5.4.1 VIGA NÃO ESBELTA:

Para a viga ser considerada não esbelta deve ser atendida a seguinte condição:

ℎ 𝐸
≤ 5,6√𝑓 ...(5.3)
𝑡𝑤 𝑦

Em seguida deve ser feito as seguintes verificações:

5.4.1.1 Verificação quanto a FLA:

Verificar o parâmetro de esbeltez:


𝜆=𝑡 ...(5.4)
𝑤

Verificar o parâmetro correspondente a plastificação:

𝐸
𝜆𝑝 = 3,5√𝑓 ...(5.5)
𝑦

Ao comparar os resultados verifica-se quais das expressões, das condições acima, deve ser
usada para calcular o valor do momento nominal.

𝐸
No caso da segunda condição temos , 𝜆𝑟 = 5,5√𝑓 e 𝑀𝑟 = 𝑊𝑥 𝑓𝑦
𝑦

5.4.1.2Verificação quanto a FLM:

Verificar o parâmetro de esbeltez:


37

𝑏𝑓
𝜆= ...(5.6)
𝑡𝑓

Verificar o parâmetro correspondente a plastificação:

𝐸
𝜆𝑝 = 0,38√𝑓 ...(5.7)
𝑦

Ao comparar os resultados verifica-se quais das expressões, das condições acima, deve ser
usada para calcular o valor do momento nominal.

No caso da segunda condição tem-se,

𝐸
𝜆𝑟 = 𝛼 √𝑓 e Mr = Wx.( fy – fr ).
𝑦 −𝑓𝑟

Em que: α= 0,62 para perfis soldados


fr= 11,5 kN/cm².

Na terceira condição,

𝛽𝑊𝑥 𝐸
𝑀𝑐𝑟 = ...(5.8)
𝜆²

Em que: β é 0,38 para perfis soldados


Wx é Módulo elástico de resistência em relação ao eixo (x) da seção.

5.4.1.3 Verificação quanto a FLT:

Verificar o parâmetro de esbeltez:


38
𝐿𝑏
𝜆= ...(5.9)
𝑟𝑦

Verificar o parâmetro correspondente a plastificação:

𝐸
𝜆𝑝 = 1,75. √𝑓 ...(5.10)
𝑦

Em que:𝐿𝑏 - Comprimento destravado que corresponde a distância entre os pontos de trava-


mento lateral.

𝑟𝑦 - raio de giração

No caso da segunda condição tem-se:

1 1 2𝑘
𝜆𝑟 = 𝐶𝑏 . 𝜋. 𝜇. √2 + 2 . √1 + 𝐶 e 𝑀𝑟 = 𝑊𝑥 (𝑓𝑦 − 𝑓𝑟 ).
𝑏 .𝜇

Em que:𝐶𝑏 = 1, em balanços ou quando o momento fletor máximo ocorrer no interior do tre-


cho destravado.

Nos outros casos o valor de 𝐶𝑏 é:

Para: -1 ≤ M1/M2 ≤ 0,463 usa-se

𝑀 𝑀
𝐶𝑏 = 1,75 + 1,05(𝑀1 ) + 0,3(𝑀1 )² ...(5.11)
2 2

Para: 0,463 < M1/M2 ≤ 1 usa-se 𝐶𝑏 = 2,3

Em que: M1 é o menor momento fletor;

M2 é o maior dos dois momentos fletores de cálculo nas extremidades do tre-


cho destravado.
39

Define-se a relação M1/M2 como positiva, quando estes momentos têm o mesmo sentido de
torração, e negativa, quando têm sentidos opostos.

Pesquisas recentes sugerem a expressão:

12,5.𝑀𝑚á𝑥
𝑐𝑏 = 2,5.𝑀 ...(5.12)
𝑚á𝑥 +3.𝑀𝐴 +4.𝑀𝐵 +3.𝑀𝐶

Em que: 𝑀𝐴 , 𝑀𝐵 𝑒 𝑀𝐶 são os valores dos momentos nos pontos situados a ¼, ½ e ¾ de 𝐿𝑏


respectivamente.

Na terceira condição, adota-se o valor para Mcr e Mr dados respectivamente por:

𝑀𝑟 𝐶𝑏 𝜋𝜇 𝑘π
𝑀𝑐𝑟 = √(1 + ( )²) ...(5.13)
𝜆 λ

e
𝑀𝑟 = 𝑊𝑥 (𝑓𝑦 − 𝑓𝑟 ) ...(5.14)

Em que:

𝐸 𝐴𝑖
𝜇 = 𝑀𝑟 . √ 2,6𝑇 ...(5.15)

1 2,6𝐶𝑤
𝑘=𝑟 √ ...(5.16)
𝑦 𝑖𝑇

5.4.2 VIGA ESBELTA:

𝐸 ℎ
Para a viga ser considerada esbelta deve ser atendida a seguinte condição: 5,6√𝑓 < 𝑡
𝑦 𝑤

Em seguida deve ser feito as seguintes verificações:


40

Neste caso, a verificação da Flambagem Local da Alma (FLA) fica automaticamente atendida
ao serem verificados a Flambagem Local da Mesa (FLM) e a Flambagem Lateral por Torção
(FLT).

Para iniciarmos essas verificações é preciso definir a distância entre os enrijecedores (a) e
calcular o parâmetro de esbeltez máxima (𝜆𝑚á𝑥 ). A esbeltez de suas almas deve satisfazer essa
condição:


≤ 𝜆𝑚á𝑥 ...(5.17)
𝑡𝑤

Verificação da condição, para o calculo de 𝜆𝑚á𝑥 :


𝑎
Quando: ℎ ≤ 1,5

Utiliza-se, 𝜆𝑚á𝑥 = 11,7.

𝑎
Quando: ≥ 1,5

0,48𝐸
Utiliza-se,𝜆𝑚á𝑥 =
√𝑓𝑦 (𝑓𝑦 +11,5)

A resistência de cálculo ao momento fletor é dado por:𝛷𝑏 𝑀𝑛 = 0,90𝑘𝑝𝑔 𝑊𝑥 𝑓𝑐𝑟

𝐸
Quando: 5,6√𝑓 , o valor adotado para o coeficiente 𝑘𝑝𝑔 = 1.
𝑐𝑟


Quando:𝑡 , o valor adotado para o coeficiente é dado por:
𝑤

𝐴𝑤 ℎ 𝐸
𝑘𝑝𝑔 = 1 − 0,0005 ( − 5,6√ )
𝐴𝑓 𝑡𝑤 𝑓𝑐𝑟

Em que: 𝐴𝑤 = ℎ𝑡𝑤 , área da alma;

𝐴𝑓 = 𝑏𝑡𝑓 , área da mesa.


41

Estes valores dimensionais são simplesmente identificados, conforme a Figura 8:

Figura 8. Dimensões para um (a) Perfil Soldado série CVS e (b) Laminado.

(a) (b)
Fonte: Andrade,2008.

Para as expressões acima, o valor de 𝑓𝑐𝑟 deve ser calculado da seguinte forma:

Quando:𝜆 ≤ 𝜆′𝑝

𝑓𝑐𝑟 = 𝑓𝑦

Quando: 𝜆′𝑝 ≤ 𝜆 ≤ 𝜆′𝑟

1 𝜆−𝜆′𝑝
𝑓𝑐𝑟 = 𝑓𝑦 (1 − 2 𝜆′𝑟−𝜆′𝑝) ...(5.18)

Quando: 𝜆 > 𝜆′𝑟

𝑐𝑝𝑔
𝑓𝑐𝑟 = ...(5.19)
𝜆²

5.4.2.1 Verificação quanto a FLM:


42

𝑏𝑓
Calcular o parâmetro de esbeltez: 𝜆 =
2𝑡𝑓

𝐸
Calcular o parâmetro correspondente a plastificação: 𝜆′𝑝 = 0,38√𝑓
𝑦

𝐸
Calcular o parâmetro correspondente ao início do escoamento:𝜆′𝑟 = 0,37√𝑓
𝑦

Calcular o parâmetro utilizado cálculo de vigas esbeltas:𝐶𝑝𝑔 = 0,38𝐸

5.4.2.2 Verificação quanto a FLT:

𝐿
Calcular o parâmetro de esbeltez: 𝜆 = 𝑟𝑏
𝑇

𝐸
Calcular o parâmetro correspondente a plastificação:𝜆′𝑝 = 1,75√𝑓
𝑦

𝐶 𝐸
Calcular o parâmetro correspondente ao início do escoamento: 𝜆′𝑟 = 4,44√ 𝑓𝑏
𝑦

Calcular o parâmetro utilizado cálculo de vigas esbeltas:𝐶𝑝𝑔 = 𝜋 2 𝐶𝑏 𝐸

Em que: Lb é o comprimento destravado, que equivale a distância entre os pontos de


travamento lateral.
rT é o raio de giração;

6.0 MATERIAL E MÉTODO

6.1 INTRODUÇÃO
43

Para convalidar os resultados obtidos na planilha, aplicou-se exercícios resolvidos,


contidos na vasta bibliografia para estrutura metálica. Neste capítulo, apresenta-se estes
exemplos, onde os elementos metálicos, estão sujeitos aos carregamento de tração e flexão.

6.2 BARRAS FLETIDAS

Para confirmar a aplicabilidade da planilha elaborada neste trabalho, dimensiona-se o


exemplo obtido em ANDRADE, em que pretende-se:
Dimensionar a viga da figura, usando perfil VS em aço MR 250. Apenas os apoios são
travados lateralmente. A carga uniforme (majorada) já inclui o seu próprio peso.

Figura 9. Elemento de barra biapoiada para dimensionamento a flexão.

Fonte: Andrade,2008.

7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

7.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, de acordo com os exemplos propostos no capítulo 6 deste trabalho,


apresenta-se seus resultados e discussões.
44

7.2 APLICAÇÃO DE PEÇAS SUJEITA A FLEXÃO


Adotando o Perfil 550 x 75

E= 2,05E+04 KN/cm2 2,05E+11 Pa fy= 25 KN/cm² 250000000 Pa


q= 0,45 KN/cm L (cm)= 800 Mmáx= 360 KNm

Dimensões
Pefil d (mm) bf (mm) tf (mm) tw (mm) h (mm)
*550 x 75 550,0 250,0 12,50 6,30 525,00

Eixo X-X Eixo Y-Y


A (cm²) Ix (cm⁴) Wx (cm³) rx (cm) Zx (cm³) Iy (cm⁴) Wy (cm³) ry (cm) Zy (cm³)
95,60 52.747,00 1.918,00 23,50 2.114,00 3.256,00 261,00 5,84 395,80

rT iT ec U P Cw
cm cm⁴ mm m²/m kg/m cm⁶
6,65 37,00 5,00 2,09 75,00 2351125,1

Verificação da esbeltez
h= 525,00 mm
ℎ 𝐸 h/tw = 83,33 Verificação da condição
≤ 5,6 (condição para Não Esbelta) Não esbelta
𝑡𝑤 𝑓𝑦 𝐸
5,6 = 160,36
𝑓𝑦
CONDIÇÃO: NÃO ESBELTA
Flambagem local da Alma (FLA)
ℎ Verificação
λ= λ= 83,33 𝐸
𝑡𝑤 λ<λp λ𝑟 = 5,5 = -
𝑓𝑦
𝐸 Não precisa calcular λr
λ𝑝 = 3,5 λp= 100,22
𝑓𝑦

Verificação de esbeltez: Quando: λp < λ ≤ λr Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp))


Como λ<λp Mr= Wx.fy
Mn=Mpl=Zx.fy = 528,5 KNm Mr= - KNm
Mn= - KNm
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor φ = 0,9 Quando: λ > λr Mn = Mcr
φMn= 475,65 KNm OK! Mcr não é definido para vigas não-esbeltas em FLA.

Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK
Flambagem Local da Mesa (FLM)
Verificação α= 0,62
𝑏𝑓
λ= = 20,00 λ>λp fr= 11,5 KN/cm² 1,15E+08 Pa
𝑡𝑓
Precisa calcular λr
Verificação
𝐸 𝐸 Mcr= (βWxE)/ λ²= - KN.cm
λ𝑝 = 0,38 = 10,88 λ𝑟 = 𝛼 = 24,16
𝑓𝑦 𝑓𝑦 − 𝑓𝑟 λ< λr
Verificação de esbeltez: Mr= Wx.(fy-fr)= 25893 KN.cm 258,93 KN.m
Como: λ>λp Mpl= Zx.fy = 52.850,00 KN.cm 528,5 KN/m²
λ< λr
φ = 0,9
Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp)) = 343,39 KNm
Como: - Quando: λp < λ ≤ λr Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp))
Mn = Mcr Mr= Wx.(fy-fr)
Mn= - Quando: λ > λr Mn = Mcr
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor Mcr= (βWxE)/ λ²
φMn= 309,05 KNm Não OK! Adotar novo tf. Para Perfil laminado β= 0,67
Observação: β adotado= 0,38
Para Perfil soldado β= 0,38
Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK

Obs: Se adotar um novo tf tem que mudar os dados do perfil e verificar se vai passar em (FLA).

Flambagem lateral por torção (FLT)


𝐿𝑏 Cb= 1
λ= = 136,99 λ>λp 1 2,6 𝐶𝑤
𝑟𝑦 k= . = 69,60 𝐸 𝐴. 𝐼𝑡
precisa calcular λr 𝑟𝑦 𝐼𝑡 𝜇= . = 29,202136
𝑀𝑟 2,6

𝐸
λ𝑝 = 1,75. = 50,11 𝑀𝑟 𝐶𝑏 𝜋𝜇 𝑘𝜋
𝑓𝑦 119,64 𝑀𝑐𝑟 = 1 + ( )² = 30723,00348
𝜆 𝜆

Verificação de esbeltez:

Como: λp < λ e -
Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp)) = 191,68 kNm Como: λ > λr
Como: - Mn=Mcr= 30723,00
Mn= Zx.fy = - kNm φMn= 27650,70 kNm
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor
φMn= 172,51 kNm Não passou! Adotar novo perfil

Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK

Neste caso, nota-se que o perfil escolhido não passou na flambagem lateral por torção porque
o momento de resistência foi inferior ao momento gerado devido a carga que está sendo aplicada.
Logo adotou-se um novo perfil para verificação.
Para uma nova avaliação optou-se pela mudança do perfil para o 550 x 100. Faz-
se o mesmo procedimento com o novo perfil, onde obtêm-se os seguintes resultados:

45
Adotando perfil 550X100
Dimensões
Pefil d (mm) bf (mm) tf (mm) tw (mm) h (mm)
*550 x l00 550,0 250,0 19,00 6,30 512,00

Eixo X-X Eixo Y-Y


A (cm²) Ix (cm⁴) Wx (cm³) rx (cm) Zx (cm³) Iy (cm⁴) Wy (cm³) ry (cm) Zy (cm³)
127,30 74.041,00 2.692,00 24,10 2.935,00 4.949,00 39,00 6,24 598,80

rT iT ec U P Cw
cm cm⁴ mm m²/m kg/m cm⁶
6,84 119,00 6,00 2,09 99,90 3487798,8

Verificação da esbeltez
h= 512,00 mm
ℎ 𝐸 h/tw = 81,27 Verificação da condição
≤ 5,6 (condição para Não Esbelta) Não esbelta
𝑡𝑤 𝑓𝑦 𝐸
5,6 = 160,36
𝑓𝑦

CONDIÇÃO: NÃO ESBELTA


Flambagem local da Alma (FLA)
ℎ Verificação
λ= λ= 81,27 𝐸
𝑡𝑤 λ<λp λ𝑟 = 5,5 = -
𝑓𝑦
𝐸 Não precisa calcular λr
λ𝑝 = 3,5 λp= 100,22
𝑓𝑦

Verificação de esbeltez: Quando: λp < λ ≤ λr Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp))


Como λ<λp Mr= Wx.fy
Mn=Mpl=Zx.fy = 733,75 KNm Mr= - KNm
Mn= - KNm
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor φ = 0,9 Quando: λ > λr Mn = Mcr
φMn= 660,375 KNm OK! Mcr não é definido para vigas não-esbeltas em FLA.

Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK
Flambagem Local da Mesa (FLM)
Verificação α= 0,62
𝑏𝑓
λ= = 13,16 λ>λp fr= 11,5 KN/cm² 1,15E+08 Pa
𝑡𝑓
Precisa calcular λr
Verificação
𝐸 𝐸 Mcr= (βWxE)/ λ²= - KN.cm
λ𝑝 = 0,38 = 10,88 λ𝑟 = 𝛼 = 24,16
𝑓𝑦 𝑓𝑦 − 𝑓𝑟 λ< λr
Verificação de esbeltez: Mr= Wx.(fy-fr)= 36342 KN.cm 363,42 KN.m
Como: λ>λp Mpl= Zx.fy = 73.375,00 KN.cm 733,75 KN/m²
λ< λr
φ = 0,9
Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp)) = 670,26 KNm
Como: - Quando: λp < λ ≤ λr Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp))
Mn = Mcr Mr= Wx.(fy-fr)
Mn= - Quando: λ > λr Mn = Mcr
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor Mcr= (βWxE)/ λ²
φMn= 603,24 KNm OK! Para Perfil laminado β= 0,67
Observação: β adotado= 0,38
Para Perfil soldado β= 0,38
Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK
46
Obs: Se adotar um novo tf tem que mudar os dados do perfil e verificar se vai passar em (FLA).

Flambagem lateral por torção (FLT)


φMn= 660,375 KNm OK! Mcr não é definido para vigas não-esbeltas em FLA.

Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK
Flambagem Local da Mesa (FLM)
Verificação α= 0,62
𝑏𝑓
λ= = 13,16 λ>λp fr= 11,5 KN/cm² 1,15E+08 Pa
𝑡𝑓
Precisa calcular λr
Verificação
𝐸 𝐸 Mcr= (βWxE)/ λ²= - KN.cm
λ𝑝 = 0,38 = 10,88 λ𝑟 = 𝛼 = 24,16
𝑓𝑦 𝑓𝑦 − 𝑓𝑟 λ< λr
Verificação de esbeltez: Mr= Wx.(fy-fr)= 36342 KN.cm 363,42 KN.m
Como: λ>λp Mpl= Zx.fy = 73.375,00 KN.cm 733,75 KN/m²
λ< λr
φ = 0,9
Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp)) = 670,26 KNm
Como: - Quando: λp < λ ≤ λr Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp))
Mn = Mcr Mr= Wx.(fy-fr)
Mn= - Quando: λ > λr Mn = Mcr
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor Mcr= (βWxE)/ λ²
φMn= 603,24 KNm OK! Para Perfil laminado β= 0,67
Observação: β adotado= 0,38
Para Perfil soldado β= 0,38
Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK

Obs: Se adotar um novo tf tem que mudar os dados do perfil e verificar se vai passar em (FLA).

Flambagem lateral por torção (FLT)


𝐿𝑏 Cb= 1
λ= = 128,21 λ>λp 1 2,6 𝐶𝑤
𝑟𝑦 k= . = 44,24 𝐸 𝐴. 𝐼𝑡
precisa calcular λr 𝑟𝑦 𝐼𝑡 𝜇= . = 43,057226
𝑀𝑟 2,6

𝐸
λ𝑝 = 1,75. = 50,11 𝑀𝑟 𝐶𝑏 𝜋𝜇 𝑘𝜋
𝑓𝑦 158,55 𝑀𝑐𝑟 = 1+( )² = -
𝜆 𝜆

Verificação de esbeltez:

Como: λp < λ e λ < λr


Mn= Mpl-(Mpl-Mr).((λ-λp)/(λr-λp)) = 467,06 kNm Como: -
Como: - Mn=Mcr= -
Mn= Zx.fy = - kNm φMn= - kNm
Resistência de cálculo ao Mom. Fletor
φMn= 420,35 kNm Passou!

Verificação se Mn ≤ 1,25.Wx.fy: OK

Neste caso, observar-se que o perfil passou em todas as verificações e pode ser adotado como
solução. Nota-se que os momentos de resistência da peça foi maior do que o momento devido
ao carregamento da viga.

7.3 SUGESTÕES OBTIDAS.

Com o intuito de tonar esta ferramenta, em concordância com o público-alvo, foi


solicitado sugestões aos discentes das disciplinas de estruturas. Dentre elas, destaca-se:

a) Ter várias alternativas de unidades, quando escolhido o perfil;

b) Incrementar barras a flexão reta composta;

c) Fazer uma análise de solda e colocar ligações parafusadas;

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d) Gerar um relatório para análise mais minuciosa;

e) Incrementar ligações rígidas;

f) Aplicação da norma de vento para determinação do carregamento atuante na estrutura;

g) Planilha com informações muito concentrada, tornando-a cansativa na análise dos dados.
Neste, foi colocado como proposta de formatação da planilha, lincá-la em planilhas menores,
de forma que as mesmas ficassem menos densa e de fácil leitura;

h) Confeccionar uma planilha que calcula-se todos um projeto arquitetônico em estrutura


metálica.

i) Determinar os diagramas de esforço normal, cortante e momento fletor, para um pórtico dado.
Incluindo, para esse fim, a resolução do mesmo por qualquer método, bem como identificando
os valores máximos deste esforço.

48
8.0 CONCLUSÕES

Neste trabalho ocorreu uma utilização espontânea da planilha elaborada, por vários
acadêmicos do curso de engenharia civil. Alunos estes, que cursavam as disciplinas da área de
estruturas, bem como, aqueles que já cursarão a disciplina de estrutura metálica. Várias
sugestões foram recebidas, é quando possível, acarretou uma nova versão com as propostas
implementadas. Noutros casos, os pedidos eram definidos como incoerentes, e por último, os
bastante interessantes para o trabalho, mas que não havia tempo hábil para sua implantação na
planilha. Ficando estes para futuros projetos de pesquisa na área de dimensionamento de peças
metálicas.

Preparar uma planilha sem ter uma interação com o público-alvo, que é o acadêmico de
engenharia, é um desafio para o programador. Neste trabalho, colocou-se à disposição de alunos
que cursam, ou já cursaram a disciplina estrutura metálica, a planilha para conferência,
sugestões e críticas. Este procedimento acarretou na obtenção de excelentes propostas para
futuros trabalho. Destacando-se o pedido de se criar uma planilha para determinação de carga
de vento de acordo com a norma NBR-6123 - Forças devidas ao vento nas edificações, Este
item, carga de vento, é concordante com discentes como um assunto de compreensão difícil
pelo fato de se ter variáveis empíricas.

Outra proposta de desenvolver este trabalho, fruto das sugestões recebidas, também
interessante e desafiadora, é a utilização de planilha eletrônica para elabora todo projeto
estrutural em aço, de acordo com o projeto arquitetônico dado. Sendo inserido todos os dados
importante para a execução desta tarefa, o acadêmico pode compará-lo com o resultado obtidos
em outros softwares comerciais. É importante lembrar que, os softwares que tem na sua
composição uma planilha eletrônica, os mesmos têm a linguagem de programação Basic
inserida. Isto acabou com a ideia que o formato de matrizes e vetores em uma planilha era
engessada a apenas um tamanho. Neste caso, tem-se a possibilidade de calcular uma tesoura,
por exemplo, discretizadas por vários valores de número de nós. Percebe-se que a resolução da
estrutura, por exemplo, pelo método da rigidez, fica praticamente possível, sendo determinada
o carregamento de projeto nos vários elementos metálicos.

Vale destacar, a importância de cursar engenharia fazendo o seu próprio material


didático, na forma de ferramenta computacional. Este desafio e compensador para um aluno, já
49
que, para programá-lo ele dever ter um vasto conhecimento do assunto. A planilha eletrônica é
interessante por vários aspectos, entre eles, ter vários softwares livres, sem custo, e o mais
importante, ser uma programação algébrica de fácil utilização. Havendo somente a aplicação
de uma política pedagógica, de ter nas disciplinas ministradas, tarefas que utilizem de algoritmo
confeccionado pelo acadêmico, para facilidade e também compreensão do assunto ministrado
em sala de aula.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDRADE, P.B., “Curso básico de estruturas de aço”, 2° edição, IEA Editora.1994

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT - NBR 8800/2008 –


Projeto de estrutura de aço e de estrutura mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de
janeiro, 2008

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT, NBR-6123: Forças devida


ao vento nas edificações, Rio de janeiro, 1987.

BELLEI, I. H., PINHO, F. O., PINHO, M. O.,” Edifícios de múltiplos andares em aço“, 1°
Edição, PINI,2004

BELLEI, I. H., “Edifícios industriais em aço”, 5° Edição. PINI,2004

BLESSMANN, J.,“O vento na engenharia estrutural”,1° Edição, Editora da universidade,


UFGRS,1995.

CHAMBERLAN, Z.,FICANHA, R.,FABEANE, R.,“Estrutura de aço”,2° Edição, Elsevier


Editora Ltda. 2013.

PFEIL, W., PFEIL, M., “Estrutura de aço”. 8° Edição, LTC,2009

PINHEIRO, A.C.B., “Estruturas metálicas”, 2° edição, Editora Blucher, 2005.

SILVA, V. P., PANNONI, F. D., “Estrutura de aço para edifícios” 1° Edição. Editora Edgard
Blucher,2012.

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