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Campinas
2007
DANIELA HELENA CALÇA
Campinas
2007
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA
PELA BIBLIOTECA FEF – UNICAMP
asm/fef
DANIELA HELENA CALÇA
Elaine Prodócimo
Orientador
Campinas
2007
Agradecimentos
RESUMO
ABSTRACT
This present work of finish course search described the process and the trajectory of
the one projetc the circus activities – in scope the social circus- devedop with a
adolescent group the Jardim Monte Cristo in Campinas, SP, prep during the years
2005 and 2006. The projetc emerge how extension activities of a educandário locality
in this neighborhhod and the classrom were accomplish in a place of the dance
academy in neighboring – Jardim do Lago. In projet we focus at teaching of the some
circus modality: acrobatics the flat, juggling, acrobatic flying in silk and trapeze fixed
and the small experience of clown. The adolescents present for the public three time
and in 2005 were object of a study cientific initiation which search relate the circus
activities with change the auto concept . In 2005 were accomplish 32 class of one hour
and half and onde frequency for week and in 2006 were accomplish 16 class of same
duration and frequency, register with report of class the teacher. We search discuss
this experience with academic of Phisical Education above this theme and whit social
circus project.
Figura 2 - Academia de dança e arte onde eram realizadas as aulas do projeto Circo
das Estrelas: paredes coloridas com desenhos circenses.................................. 21
Figura 3 - Academia de dança e arte onde eram realizadas as aulas do projeto Circo
das Estrelas: parte do tablado de madeira e o bebedouro de água................... 21
Introdução ............................................................................................................................ 09
1. Minha relação com o circo .............................................................................................. 11
Introdução
um trabalho com atividades circenses e também levantar dados para uma pedagogia
com esta arte para este público.
Este estudo foi realizado durante o ano de 2005, e ao término da bolsa
concedida pelo CNPQ, as aulas com as atividades circenses continuaram até o mês de
julho de 2006.
Após esta breve introdução, o objetivo deste trabalho de monografia
será de descrever a trajetória e o processo deste projeto com atividades circenses
desenvolvido com um grupo de adolescentes do Jardim Monte Cristo em Campinas,
durante o ano de 2005 e 2006, visando compartilhar uma experiência vivida ao longo
destes dois anos e desta maneira, contribuir para futuros projetos de atividades
circenses com este público e no âmbito do circo social, conceito este que sofre diversas
interpretações e intervenções de projetos e instituições que se propõem a trabalhar com
circo social de formas diversas.
No capítulo 1, conto a minha relação com o Circo e porque escolhi esta
arte para realizar um trabalho pedagógico com este grupo de adolescentes. No capítulo
2, uma descrição das estruturas que envolveram o projeto, os objetivos iniciais
envolvidos no estudo da iniciação científica, quem são os alunos, de onde vieram,
quem são os professores que ministraram as aulas, como era o espaço das aulas,
quais conteúdos da arte circense foram trabalhados com os alunos, as apresentações
dos alunos ao público, e os resultados encontrados através do estudo da iniciação
científica, pois julgamos ser necessário para situar o leitor na proposta desenvolvida
durante o ano de 2005. No capítulo 3, uma descrição e breve análise da proposta com
as atividades circenses desenvolvidas durante o ano de 2005 e 2006, e no último
capítulo, as considerações finais sobre a experiência vivida ao longo dos dois anos
desenvolvendo este projeto de artes circenses como atividade extra do educandário do
Jardim Monte Cristo em Campinas, sua relação com outros projetos de circo social e
uma discussão deste tema dentro da faculdade de Educação Física da Unicamp.
11
1
Professora de educação física formada pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp – ministra
aulas de ginástica geral, artística, rítmica e de tecido aéreo em escolas e academias além de coordenar
seu grupo de ginástica geral há 8 anos.
2
Mais conhecida como “Jaque”, filha do palhaço Bombril, artista e professora de circo em projetos sociais
realizados em bairro com vulnerabilidade; atualmente coordena o projeto “Resgatando o Circo” realizado
no bairro Padre Anchieta e Boa Vista em Campinas.
12
3
Professora Doutora da Faculdade de Educação Física da Unicamp, na época do convite ministrava
disciplina “Pedagogia do jogo”, hoje é chefe do departamento de Educação Motora da Faculdade de
Educação Física e ministra disciplinas ligadas à pedagogia e psicologia.
4
Marion Brede foi artista circense desde os 14 anos iniciando sua carreira artística em sua cidade natal
Bayriuth – Alemanha – percorreu várias cidades da Alemanha e do Brasil como equilibrista e trapezista
da 6º geração da família Brede. Seu filho Alex Brede, nascido em Santo André, SP., iniciou sua carreira
artística aos 16 anos como trapezista e acrobata e hoje se apresenta em icários com seu filho Allan
Brede, 7º e 8º geração respectivamente, além de darem aulas em sua residência e coordenar sua própria
companhia Cia do Circo.
13
faço parte, e é coordenado pelo Prof. Dr. Marco A. C. Bortoleto5, com a participação
mais que especial da Historiadora circense Ermínia Silva6, tem proporcionado com as
discussões, leituras de textos, reflexões, e que possuem grande participação na
elaboração deste trabalho.
Por fim, também gostaria de compartilhar que na data que lhes escrevo
este trabalho, tive a felicidade e oportunidade de estreiar como artista em um circo
grande de lona – Circo Rakmer Espetacular – na cidade de Sumaré SP, a qual só vem
a contribuir com a minha formação e vivência em busca de conhecimento sobre esta
arte milenar, além de sentir extrema felicidade e realização com “o frio na barriga”
sentido antes de cada entrada no picadeiro ao ouvir o anúncio do meu nome pelo
apresentador do circo.
5
Prof. Dr. da Faculdade de Educação Física da Universidade de Campinas (Unicamp), pesquisa a arte
circense á 8 anos. Foi professor de acrobacias na escola de Circo Rogelio Rivel em Barcelona –
Espanha, atuou nas companhias La Cremallera Teatre, A Laigua Teatre, Chip Cnap, etc., e diversos
espetáculo na Espanha, Portugal, França e Chile como acrobata, perna de pau e malabarista.
6
Historiadora formada pela Faculdade de História da Universidade Estadual de Campinas, tradicional da
4º geração da família Wassilnovich (no Brasil Silva), filha do artista Barry Charles Silva, hoje Ermínia
milita com inúmeras pessoas pela construção do circo como patrimônio cultural, coordena o site
www.pindoramacircus.com.br e ministra aulas de história do circo com diversas publicações. (Fonte: livro
circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil, Altana, 2007).
14
7
01.Se Essa Rua Fosse Minha, 02.Grupo Afro Reggae, 03. Fase/Saap – serviço de análise e Assessoria
a projetos da Fase, todos do Rio de Janeiro; 04. ARRICIRCO – arraial Intercultural de Circo do Recife,
05. Escola Pernambucana de Circo, 06. ACES – Associação Serras Esporte Clube Social.
17
com uma expressão artística e/ou mudanças da realidade social é maravilhoso! Ainda
mais com uma arte que oferece um enorme potencial de formação global do indivíduo,
como a arte circense. Entretanto, é limitante para a própria arte pensá-la apenas como
instrumento, forma de captar recursos de empresas ou do governo em projetos sociais,
ou porque o tema circo está em moda na mídia e as escolas têm elegido o tema circo
para festas de fim de ano, formaturas, como conteúdo das aulas de educação física,
pois, de qual circo estamos falando e reproduzindo? O que sabemos sobre esta arte tão
antiga? Qual nossa relação com esta arte e como nós, educadores físicos, podemos
tratar desta cultura corporal com o devido respeito à arte?, já que o circo é um
patrimônio da cultura, e, portanto, de direito de acesso e respeito de todos.
18
2 Descrição do projeto
2.1 Os participantes
• 4 meninos de 12 à 17 anos
• 6 meninas de 12 à 15 anos
• totalizando 10 alunos, todos freqüentadores do educandário situado no
Jardim Monte Cristo, no Parque Oziel, em Campinas, e moradores do
mesmo bairro.
• 1 professora/coordenadora do educandário que participava das aulas
práticas;
8
Associação dos Amigos da Criança, coordenado pela Pedagoga e Presidente Fundadora da AMIC
Eliana Luis dos Santos, desenvolve diversos trabalhos e projetos sociais na comunidade de Campinas
voltados para inclusão social no âmbito da Educação, Cultura e Trabalho e também com distribuição de
alimentos.
21
geralmente utilizado para danças pela academia e espelhos que compõem uma das
partes deste tablado. Possui 2 barras de ferro utilizadas em dança e que usávamos
para alongamento e postura. Possui um banheiro disponível para os alunos e água para
consumir durante as aulas.
As paredes deste galpão são pintadas com gravuras circenses bem
coloridas que tornam o ambiente agradável e faz alusão a algumas modalidades
circenses como o tecido, o malabares, o palhaço, a lira e o monociclo.
Figuras 2 e 3 – academia dança e arte onde eram realizadas as aulas do projeto Circo da Estrelas; a foto
2 mostra as paredes coloridas com desenhos circenses e a foto 3 mostra parte do tablado de madeira e o
bebedouro de água.
Quadro 2: Divisão das modalidades circenses por unidades didático pedagógica. Fonte: Duprat
(2007, p. 58)
24
são realizadas, sendo que no circo as acrobacias são realizadas para entreter,
transmitir uma mensagem artística e já na ginástica artística possui os objetivos
específicos do esporte de competição.
Ainda nas acrobacias de solo, os alunos tiveram vivência no minitramp
–mini cama elástica utilizada para dar impulso e realizar acrobacias e figuras no alto
com aterrizagem em colchões de espuma - e também foram desenvolvidas, com os
alunos, acrobacias em dupla, trios, quartetos, e grupos;
uma perna e realizavam movimentos como espacato (ver figura 13), descida no
tornozelo, portô; e utilizavam o tecido com trança em que foram exploradas subidas
semelhantes a do trapézio fixo, figuras como cazulo, avião, enrolada, esquadro e queda
à frente na trança.
O trapézio fixo é uma barra de ferro de aproximadamente 70 cm
suspensa por duas cordas nas extremidades e fixadas a uma estrutura no alto, havendo
diferentes modalidades de trapézio que diferenciam suas técnicas como estático, de
balanço, de vôo, praticada por uma ou mais pessoas e que apresentam variações no
formato do trapézio como duplo, triplo, dentre outros (CALÇA, BORTOLETO,
2007a/2007b) ; em nosso projeto foram ensinadas no trapézio fixo duas maneiras de
subir: suspenso pelos braços, colocar a articulação do joelho apoiada na barra (subida
simples, da curva ou do morcego); suspenso pelos braços realizar um movimento de
rotação do corpo sobre a barra do trapézio equilibrando o corpo na altura do quadril
(subida da oitava). E explorados movimentos abaixo da barra do trapézio como sereia,
pé de anjo; sentado na barra do trapézio como equilíbrio sentado de lado, trava do
pescoço; acima da barra do trapézio (de pé) utilizando as cordas como o cristo.
2.4.3 Malabares
Figura 16- apresentador do espetáculo; Figura 17- cena cômica de malabares com bolas criada
pelos alunos; Figura18 – apresentação de tecido aéreo; Figura 19 – acrobacias em dupla com irmãos
Rodrigues; Figura 20 – apresentação de magia e a participação do público;
9
Associação Beneficente Campineira - Entidade pertencente a Igreja Metodista, que tem como finalidade
auxiliar as crianças e adolescentes da comunidade do Bairro São Marcos em Campinas SP., através de
atividades artísticas (especialmente as aulas de sapateado), cursos de informática, apoio psicológico, e
acompanhamento escolar. A parte do projeto dirigida aos adolescentes é Coordenada pela Psicanalista
Janice Bicudo.
33
Figura 23- 3º apresentação do Grupo “Circo das Estrelas”; Figura 24 – alunas assistindo ao filme e
lanchando; Figura 25 e 26- aluna vivenciando tecido no ginásio da Faculdade de educação Física da
Unicamp; Figura 27- foto do grupo Circo das estrelas e Grupo de adolescentes da Associação
Beneficente Campineira com seus respectivos professores.
Preparação inicial
- Pega elefante;
- Pega rabo;
- Pega-pega de nome;
- Siga o mestre;
- Esteira humana;
olhos vendados;
10
Os jogos Lúdicos descritos acima foram retirados da literatura já existente sobre jogos, alguns foram
adaptados ao público deste projeto e outros foram criados pelos professores que ministraram as aulas.
38
D- Modalidades:
E- Artístico:
Desenvolvimento
- Tecido solto e separado: subir por uma parte e descer pela outra;
enrolar três vezes (de fora para dentro) cada perna em uma parte do tecido; espacato e
variações; trava de tornozelo; porto (nome de uma figura específica) com a perna
enrolada;
11
Literatura a respeito de técnicas do Tecido aéreo podem ser encontrados em www.fedec.com; Batista
2003 apresenta um trabalho de conclusão de curso com o tema: “O tecido Circense como manifestação
da cultura corporal: fundamentos técnicos e metodológicos” da Universidade Estadual de Maringá.
42
A.5 – Malabares 12
- 2 bolinhas:
Lançamento paralelo: cruza e descruza a mão (repetir o
movimento para os dois lados);
Lançamento em parábola: joga por cima; troca-troca (trocar
as bolas de mãos lançando em parábola simultâneos ou
primeiro uma mão depois a outra); troca-troca batendo na
perna ante de recepcionar a segunda bolinha;
Em uma mão, realizar um círculo com as duas bolinhas (para
fora, para dentro, em forma de V);
Explorar diferentes formas de pegar a bolinha do chão;
exploração individual de uma seqüência de truques;
“Técnica” do anti-stress no malabares: fechar os olhos
apertar forte a bolinha e jogar com força para o chão;
- 3 bolinhas:
Lançamento em parábola tipo 333
Lançar as três bolinhas paralelas sendo duas são
simultâneas e uma após o lançamento anterior;
- Equilíbrio de objetos
Dévil; bastão; clave (em diferentes partes do corpo como
palma das mãos, dorso, dedos, queixo, pés etc.);
A.6 - Palhaço
12
Literatura a respeito dos fundamentos de malabares e suas aplicações em escolas podem ser
encontrados em www.bortoleto.com/circo; Curós (2003) “Circo Y Educacion Física”; Comes, Garcia e
Pomar Fichero: “Juegos malabares”.
44
B.2 Acrobático
Foram entregues várias matrizes com desenhos diferentes
como: em 6 apoios (gatinho); bipedia com as pernas semi-flexionadas; deitado no chão
com as pernas levantadas; os alunos tinham que explorar 3 posições diferentes em
dupla com o desenho da matriz e anotar em uma folha;
Foram entregues figuras prontas em dupla, algumas criadas
pelos alunos e outras pelos professores (ver figura 28).
46
Figura 28 - Poses acrobáticas em dupla criadas a partir da exploração das matrizes em três posições:
base deitado, base em pé, base em seis apoios.
47
B.5 – Lira
Em dupla, sentados um de cada lado, realizar e experimentar
o giro na lira;
Apoiar os pés em baixo e segurar a lira na parte de cima com
as mãos, realizar o giro na lira;
B.6 – Malabares
Dupla- um de frente para o outro, lançar 1, 2 e/ou 3 bolinhas
paralelo e cruzado;
Dupla – um ao lado do outro (abraçado) realizar lançamento
em parábola, cada um só pode utilizar a mão de fora para
lançar;
Em círculo – lançar uma bolinha aleatória (variar pedindo
para falar o nome da pessoa; acrescentar mais bolinhas no
jogo aumenta o nível de dificuldade e atenção);
Em círculos – todos com uma bolinha, lançar para o amigo
da direita e pega da esquerda (inverter o lado); lançar reto
para cima e pegar a do lado; escravos de Jó com bolinha;
B.7 - Equilíbrio
Do corpo
Rola-rola13 em duplas, um ajuda e o outro tenta o equilíbrio;
Perna de pau14 (em dupla para um ajudar o outro);
13
Bortoleto (2004) traz um artigo “Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, SP, v.4, n.4/5,
jan./dez. 2004, com reflexões e iniciação no rolo americano ou rola-rola ou ainda rola-bola.
14
Bortoleto (2003) tráz reflexões e técnicas sobre a perna de pau em seu texto “A perna de Pau circense:
um mundo sobre outra perspectiva”, assim como Curós (2003) também aborda o tema em seu livro ”Circo
Y Educacion Física”.
50
Finalização
os vizinhos. De acordo com 1 palma segue o impulso no sentido horário, se alguém der
duas palmas inverte o impulso);
Jogo da coordenação com 3 comandos sonoros (mesma disposição
do jogo anterior mas com os comandos sonoros: Vrum- segue em frente; Pi- inverte o
sentido; e Ploft- pula uma pessoa);
Jogo do cumprimento do circo (andando pelo espaço, construir com
os alunos tipos de cumprimentos diferentes para personagens diferentes do circo, como
um jogo da memória, o professor que está de fora fala: cumprimenta o trapezista! Os
alunos que já inventaram uma maneira de cumprimentar devem retomar o movimento
estabelecido; cumprimenta o público! Cumprimenta o malabarista! E assim por diante).
Danças circulares e dança da “disforme” (com uma música
engraçada, dar estímulos de escrever no ar o nome com a mão direita, desenhar uma
casa com a mão esquerda, escrever o dia com o joelho, a data do aniversário com os
pés e assim por diante de forma que os estímulos sejam somados aos anteriores e o
corpo realize movimentos diferentes com cada parte do corpo);
Jogo do som dos animais (falar no ouvido de cada aluno um tipo de
animal diferente, todos de olhos vendados, deverão fazer o som do seu animal e tentar
encontrar outro animal que seja igual ao seu, apenas pelo som).
Tobogã e cama elástica humana (com o tecido pendurado, abrir o
tecido de forma que todos os alunos segurem uma parte ao redor na altura da cintura
como uma cama elástica; um dos alunos sobe no tecido, escorrega como um tobogã e
todos juntos contam 1, 2, 3 e já, no já todos lançam a pessoa para cima e pega
novamente, atentando para que não encoste no chão);
C.3 – Artístico:
Propor para que os alunos demonstrem um exercício que
aprenderam naquela aula, em forma de apresentação ao público;
Sugerir que alguém seja o apresentador;
Criar sozinho ou em dupla uma seqüência de exercícios
(malabares, equilíbrio etc.) para demonstrar aos colegas;
Demonstrar um personagem de clown;
54
Figura 33: preparação para a centopéia e Figura 34: tentativa de virar na centopéia podemos observar a
alegria e diversão dos adolescentes nesta atividade.
58
15
A professora que ministrou as aulas em 2006 participou do curso “O Palhaço da Tradição Circense”
ministrado por Léris Colombaioni com carga horária total de 21 horas realizado no IV Feverestival no
período de 06 a 11 de fevereiro de 2006, foi realizado no Hangar Zero-Zero e Espaço Cultural Semente
localizados no bairro de Barão Geraldo em Campinas SP.
60
Figura 38: jovem da frente realizando movimento do cristo no tecido e jovem ao fundo realizando
movimento da sereia no trapézio;
Figura 39: Poses Acrobáticas estáticas da esquerda para a direita: avião, ½ altura e subida no quadril.
explicaram que os mesmos códigos poderiam ser utilizados com os outros materiais de
lançamento, variando a forma da pegada;
interessante foi ver que os alunos entregaram a mesma entrevista a professora, porém
com interpretações diferentes, já outros três alunos resolveram listar palavras e objetos
que conheciam de circo como a “mulher do anão mágico”, “perna de pau de alumínio”,
“corda bamba”, dentre outros. Devido ao pouco tempo de aula e contato da professora
com os alunos, não foi possível fazer uma análise com os mesmo sobre o conteúdo
pesquisado, mostrando as diferenças de conceitos, o que seriam modalidades e o que
seriam objetos utilizados pelos artistas; entendemos que este retorno aos alunos é
fundamental e faz parte do trabalho pedagógico, e seria feito pela professora no retorno
das aulas após julho de 2006, porém as aulas não foram retornadas devido um
problema interno no educandário.
De forma geral, a maioria dos alunos se envolveram bastante nas aulas
e a idéia de se apresentarem ao público os motivavam bastante, ainda mais com a
referência das três apresentações no ano anterior. A diversão estava sempre presente
nas atividades e ao mesmo tempo a responsabilidade em relação a si, nas atividades
que envolviam risco (altura), e em relação aos amigos (acrobacias em grupo).
74
4 Considerações Finais
16
O "Se Essa Rua Fosse Minha"- SER surgiu na década de 90, buscando mobilizar a sociedade e o
poder público para a questão dos meninos e meninas que vivem em situação de rua e, ao mesmo tempo,
iniciar uma ação educativa de integração e garantia de direitos. Foi pioneiro na implementação das
técnicas circenses, lançando as bases do conceito de Circo Social. (fonte:
www.seessaruafosseminha.org.br. Acesso em 08-11-2007)
75
de incluir jovens em “risco”, que é um dos principais objetivos dos projetos sociais, já é
afirmar um preconceito de que as pessoas que vivem e moram em periferia são
inferiores e, portanto excluídas, e nós professores, educadores, artistas, brancos de
olhos castanhos somos superiores e incluídos na sociedade.
Em 2005 focamos o projeto “circo das estrelas” com um estudo que
mediu o auto conceito dos adolescentes antes e depois de desenvolver o programa
com atividades circenses. A nossa surpresa foi ver que iniciamos o projeto com um
julgamento de valores muito forte pautado em nossos valores de classe, pois
acreditávamos que os adolescentes por viverem na periferia apresentariam um auto
conceito negativo e não foi o que os dados recolhidos nos mostraram, pelo contrario, a
maioria dos adolescentes já apresentavam um auto conceito positivo e acima da média.
De certo que este foi um grupo restrito de 10 alunos estudado como um caso no jardim
Monte Cristo em Campinas, SP., e não podemos generalizar estes dados obtidos, mas
nos faz pensar e refletir no circo e nos desejos de inclusão através da arte.
Quem ensina arte circense nos projetos sociais? Qual a formação
destes professores circenses? Por que a arte circense sendo tão antiga, apenas agora
por volta de 1990 houve identificação desta arte com valores pedagógicos? Quais
saberes circenses devem estar presentes na formação de um professor? Silva e
Câmara (2004) propõem que a prática de ensino com esta arte deva ser uma prática
consciente, envolvendo segurança, proteção na preparação e condução das atividades
dentro das aulas, construção dos conceitos e formas de abordar a técnica de maneira
contextualizada, noções da importância e do respeito à tradição, valorizando o “fazer
artístico” e a apreciação de outras formas de trabalho em grupo como a cooperação.
Uma reflexão que surgiu após o estudo do auto conceito durante o ano
de 2005, foi a falta de abordarmos com os alunos os conhecimentos sobre a cultura
circense, como a história das modalidades praticadas, a história e o surgimento do
circo, os modos de vida dos circenses, os tipos de circo etc. Percebemos e
concordamos com Silva, Câmara (2004) que quando se trata do aprendizado desta
arte, devem estar atrelados com a prática das modalidades o conhecimento desta
cultura que é tão particular e própria desta linguagem. Esta lacuna foi percebida a
medida em que as pesquisas teóricas e práticas foram sendo aprofundadas, caminho
77
Figura 42. - turma de alunos e professores do projeto “Circo das Estrelas” no ano de 2005
81
Referências
AMIC – Associação dos Amigos da Criança. Rua Tenente Lourival Bertinotti, 615 –
Village – Barão Geraldo – Campinas SP. Disponível em: <www.amic.org.br>.
BORTOLETO, M. A.; A perna de pau circense: o mundo sob outra perspectiva. Revista
Motriz, Rio Claro, v.9, n.3, p.125–133, set./dez., 2003.
SILVA, E.; CÂMARA, R. S.; O ensino da Arte Circense no Brasil. Breve Histórico e
algumas reflexões. I Encontro Funarte de Escolas de Circo, na cidade do Rio de
Janeiro, em dezembro 2004. Disponível em:
<http://www.pindoramacircus.com.br/textos/textos.asp> Acesso em 22 de fevereiro de
2007.
ANEXOS
84
Idade:
Série que está cursando:
Há quanto tempo pratica vôlei?
Pratica outro esporte? Sim____ Não___Qual? __________________________
O que é auto conceito?
É a forma como o ser humano se vê, sem emitir valores ou julgamentos.
Este é um questionário destinado a verificar a percepção que você tem de si mesmo.
Nas próximas páginas, você verá vários atributos antônimos colocados nos extremos de
uma tabela. Pense na situação e coloque a palavra que você acreditar ser a melhor
palavra para te descrever.
Exemplo:
Violento 3 2 1 M 1 2 3 Pacífico
3. Adjetivos relacionados com o self social, que avalia a atitude do sujeito com respeito
aos outros e aos valores dos outros, a auto percepção sobre a sua maneira geral de
Briguento 3 2 1 M 1 2 3 Pacífico
Agressivo 3 2 1 M 1 2 3 Gentil
Impaciente 3 2 1 M 1 2 3 Paciente
Bravo 3 2 1 M 1 2 3 Manso
Nervoso 3 2 1 M 1 2 3 Calmo
Brusco 3 2 1 M 1 2 3 Delicado
Rebelde 3 2 1 M 1 2 3 Dócil
Vingativo 3 2 1 M 1 2 3 Pacífico
Intolerante 3 2 1 M 1 2 3 Tolerante
Extremista 3 2 1 M 1 2 3 Moderado
Preocupado 3 2 1 M 1 2 3 Tranqüilo
Descontrolado 3 2 1 M 1 2 3 Controlado
88
5. A próxima tabela apresenta uma lista de adjetivos que busca a compreensão do self
somático, que diz respeito aos aspectos físicos, ou seja, aparência física:
Desgracioso
(obeso) 3 2 1 M 1 2 3 Esbelto
Deselegante 3 2 1 M 1 2 3 Elegante
Deforme
(deformado) 3 2 1 M 1 2 3 Sexy
Desarrumado 3 2 1 M 1 2 3 Arrumado
Descuidado 3 2 1 M 1 2 3 Alinhado
Feio 3 2 1 M 1 2 3 Lindo
Escasso 3 2 1 M 1 2 3 Exuberante
Repulsivo 3 2 1 M 1 2 3 Atraente
Frio 3 2 1 M 1 2 3
Sensual
Detestado 3 2 1 M 1 2 3 Amado
Antipático 3 2 1 M 1 2 3 Simpático
Indesejado 3 2 1 M 1 2 3 Desejado
Desagradável 3 2 1 M 1 2 3 Agradável
90
Retraído 3 2 1 M 1 2 3 Expansivo
Introvertido 3 2 1 M 1 2 3 Extrovertido
Fechado 3 2 1 M 1 2 3 Aberto
Inibido 3 2 1 M 1 2 3 Desinibido
Impopular 3 2 1 M 1 2 3 Popular
Desentrosado 3 2 1 M 1 2 3 Entrosado
Tímido 3 2 1 M 1 2 3 Audaz
Solitário 3 2 1 M 1 2 3 Social
Enfadonho 3 2 1 M 1 2 3 Divertido
Insociável 3 2 1 M 1 2 3 Sociável
Triste 3 2 1 M 1 2 3 Alegre
Antipático 3 2 1 M 1 2 3 Simpático
Passivo 3 2 1 M 1 2 3 Ativo
Frio 3 2 1 M 1 2 3 Sensual
Tenso 3 2 1 M 1 2 3 Descontraído
Inseguro 3 2 1 M 1 2 3 Seguro
Complexado 3 2 1 M 1 2 3 Seguro
Lento 3 2 1 M 1 2 3 Ágil
Indeciso 3 2 1 M 1 2 3 Decidido
Deforme
(deformado) 3 2 1 M 1 2 3 Sexy
Indesejável 3 2 1 M 1 2 3 Desejado
Frustrado 3 2 1 M 1 2 3 Realizado
91
ANEXO B: Análise Individual dos alunos sobre auto conceito (estudo de 2005)
G. Gaona17
Idade: 16 anos
Gênero: Masculino
Freqüência nas aulas: De 32 aulas em 2005, freqüentou 28 aulas
Este aluno nunca havia participado de aulas de circo, mas esclareceu que
já havia feito brincadeiras parecidas antes. Ele se caracteriza como tímido, mas ao
mesmo tempo alegre e extrovertido. Em uma aula ele chegou quieto, fechado e não
conseguiu acompanhar nenhuma atividade, os professores tentavam conversar com
ele, mas ele permanecia calado, parecia com raiva, e este sentimento não o deixou se
concentrar nas atividades. Na outra semana, ele já estava normal. Este fato ocorreu 1
vez durante o desenvolvimento das aulas em 2005.
No questionário de identificação ele relatou que a diversão que o circo
transmite é a característica mais evidente para ele e no desenho proposto para que o
aluno desenhasse ou escrevesse como ele se via no circo, ele manteve sua resposta e
novamente tocou na questão da alegria “Me vejo divertindo as pessoas enquanto me
divirto eu vejo se continuar a aprender posso até exercer a profissão de artista de circo
e trazer alegria e arrancar muitos sorrisos e aplausos de todos”. O aluno se desenhou
no trapézio no alto da folha e fazendo malabares, saltando no mini tramp e andando na
perna de pau bem pequeno na parte de baixo da folha. Esta proporção entre os
desenhos pode expressar a percepção que ele tinha praticando estas modalidades.
Também as situações que ele se desenhou foram momentos vividos durantes as aulas.
G. Gaona sempre se mostrou interessado nas aulas, na preparação para
o primeiro espetáculo, ele trouxe 2 números de magia que assistiu em um dvd e
aprendeu a fazer os truques, isto foi muito interessante, pois apesar de nas aulas não
serem abordadas as técnicas de magia, ele sentiu-se motivado á buscar e trazê-las
para as aulas.
No relato de sua impressão a respeito da 1º apresentação, ele descreveu a
experiência adquirida por todos e o friozinho na barriga quando estiveram diante do
público e disse que se pudesse mudar algo na apresentação ele mudaria o nervosismo
pelo bem estar de se apresentar. Esta característica de frio na barriga e nervosismo é
normal ainda mais diante da primeira apresentação ao público, e sem dúvida esta
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O sobrenome Gaona pertence ao trapezista Tito Gaona, sendo considerado como o melhor trapezista do
mundo conhecido pelo seu mortal triplo realizado no trapézio de vôo.
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R. Gaona(Rosana)
Idade:14 anos
Gênero: Feminino
Freqüência nas aulas: de 32 aulas, este sujeito faltou 4 (freqüentou 28 aulas)
consegue cumprir, mas que o circo para ela é apenas uma atividade que pode
proporcionar estes desafios, assim como poderia ser a dança, ou outro tipo de
atividade. Em relação a afirmação de ser capaz, podemos ligar o fato do período da
adolescência em que o adolescente precisa de desafios para se auto afirmar, se
encontrar na sociedade, formar sua personalidade e o auto conceito tem influências
significativas nisto.
No relato sobre a primeira apresentação ao público, que ocorreu na
própria academia para os amigos da creche que freqüentam, ela disse ter ficado
nervosa por ter sido a primeira vez com este tipo de experiência; trás a importância da
força de vontade, ânimo e atenção como fatores que contribuem no sucesso diante do
nervosismo de se apresentar ao público e relata também que sentiu muita alegria em
fazer algo que lhe deu prazer tanto pessoal quanto ao perceber a alegria e a diversão
do público, os aplausos e os sorrisos, e reforça a necessidade de dedicação tanto no
treino quanto no momento da apresentação. Podemos perceber na fala de R. Gaona o
sentimento e a percepção de características que esta arte desperta nas pessoas tanto
por parte de quem pratica quanto de quem assisti. Ela trás em seu relato o fato de
aproveitar as oportunidades que a vida oferece e que poucas pessoas tem acesso, esta
fala trás a consciência da aluna sobre as desigualdades de acesso e a importância de
existirem iniciativas de propostas de atividades que contribuam para o acesso.
No geral, esta aluna sempre foi muito dedicada e comprometida nas aulas;
no segundo relato sobre suas impressões da segunda apresentação, ela percebeu que
participar ativamente de uma apresentação é diferente de assistir, pois quando está
apresentando há uma cobrança (por si e pelos outros) de fazer dar certo aquilo que foi
ensaiado, e também reforçou a questão da alegria de quem está assistindo, se
divertindo e aplaudindo.
Analisando os dados obtidos na escala de auto conceito, R. Gaona já
apresentava tendência para o lado positivo da tabela, porém, na primeira realização do
questionário havia respostas neutras que na segunda se concentraram no lado positivo
da tabela. Analisando o self pessoal referente á maneira como ela se percebe como
pessoa, houve mudança de respostas em pelo menos 2 valores para positivo nos
adjetivos: seguro, firme, decidido, seguro, dominante, estável, tranqüilo, controlado e
ativo. Apenas os adjetivos: realizado, corajoso e aventureiro baixaram de valor 2
positivo para 1 positivo para os dois primeiros adjetivos e de 3 positivo para 1 positivo
para o adjetivo aventureiro; talvez as atividades com os aparelhos aéreos (tecido e
trapézio) que envolvem altura e força, possam ter contribuído para esta mudança
decrescente na percepção de coragem e aventureiro.
No self pessoal direcionado para o auto controle, a maioria das respostas
se mantiveram iguais na primeira e segunda realização do questionário com melhora
positiva para os adjetivos: Atento, prudente, estável e firme.
No self social direcionado a percepção sobre sua maneira geral de
interagir com os outros, houve mudança decrescente na maioria das respostas como:
pacífico, gentil, paciente, calmo, delicado, pacífico, moderado e tranqüilo. Apesar das
respostas terem decrescido, elas permaneceram no lado positivo da tabela. Apenas o
adjetivo controlado mudou de valor positivo 2 para valor positivo 3. os demais tiveram a
mesma resposta.
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L.A. Stancowich
Idade: 16 anos
Gênero: Feminino
Freqüência nas aulas: De 32 aulas, a aluna faltou 8 (freqüentou 24 aulas)
L. V. Stancowich
Idade: 12 anos
Gênero: Feminino
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Freqüência nas aulas: De 29 aulas, a aluna faltou 9 e foi suspensa 1 aula pelo
educandário (freqüentou 19 aulas)
I. Orfey
Idade: 16 anos
Gênero: Masculino
Freqüência nas aulas: De 32aulas, o aluno faltou 3 (freqüentou 29 aulas)
na qual revela ter sentido muito frio na barriga, ele revela que se sente conhecido por
todos (provavelmente devida a apresentação para os amigos da creche).
No questionário de sua impressão sobre a segunda apresentação ao
público, que foi em um ambiente fora da academia, ele revelou que não gostava de
Circo (antes de participar deste grupo), mas que ao longo do projeto aprendeu a gostar,
inclusive que na segunda apresentação ele já havia se acostumado com o público e o
frio na barriga era bem menor.
Comparando as respostas na primeira e na segunda aplicação da escala
de auto conceito, o aluno apresentou pequenas alterações nas respostas; referente a
maneira como ele se percebe como pessoa (self pessoal), o aluno manteve todas as
respostas em valor positivo +3, apenas mudando 1 respostas para valor neutro nos
adjetivos passivo e ativo.
Já no self pessoal direcionado ao auto-controle, o aluno manteve suas
respostas em valor positivo +3, porém no adjetivo lembrado o aluno decresceu a
resposta de +3 para +2.
No self social, tiveram dois adjetivos com alterações: de valor +1 em
pacífico-brigueto, o aluno assinalou +3 na segunda aplicação e no adjetivo manso-
bravo, o aluno decresceu de +3 para +2 na segunda aplicação. O restante dos adjetivos
mantiveram suas respostas em valor positivo +3.
No self ético moral, todas as respostas foram assinaladas em valor
positivo +3 exceto dois adjetivos que foram: interessado-desinteressado e cortês e
descortês com valores positivos +2, na segunda aplicação, o aluno assinalou todos os
adjetivos com resposta positiva +3.
No self somático, o aluno assinalou oito adjetivos com valor positivo +3 e 3
adjetivos com valor positivo +2 que foram: elegante, lindo, atraente. Já na segunda
aplicação, o aluno assinalou valor negativo -1 em desgracioso (obeso) e esbelto, valor
positivo +2 em sexy (decresceu 1 ponto em relação á primeira aplicação) e o restante
das respostas foram assinaladas com valor positivo +3.
E no self social referente á receptividade social, foi o único self que
apresentou maior alterações de respostas de forma crescente da primeira para a
segunda aplicação. O aluno assinalou solitário-social com resposta neutra; audaz-
tímido com resposta positiva +1; e aberto, popular, sociável, ativo, sensual, sexy e
desejado com resposta positiva +2; o restante dos adjetivos tiveram resposta positiva
+3. Já na segunda aplicação, todas as respostas foram assinaladas com valor positivo
+3, mostrando uma melhora em relação a traços que facilitam seu relacionamento
social.
D. Temperani
Idade: 13 anos
Gênero: Masculino
Freqüência nas aulas: De 32aulas, o aluno faltou 2 (freqüentou 30 aulas)
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G. K. Romanov
Idade: 12 anos
Gênero: Feminina
Freqüência nas aulas: De 32 aulas, a aluna faltou 7 e foi suspensa 1 aula pela creche
(freqüentou 24 aulas)
dominante-dominado (de neutro para -1). Nos adjetivos: decidido e controlado a aluna
apresentou resposta crescente de neutra para +1 e +2 respectivamente.
No self pessoal direcionado ao auto controle, a aluna apresentou 6
respostas neutras na primeira aplicação e 10 respostas neutras na segunda aplicação;
dois adjetivos tiveram mudança decrescente : cuidadoso (de +2 para +1) e trabalhador
(+3 para +1) e apenas um adjetivo teve mudança crescente de resposta neutra na
primeira aplicação foi para +2 na segunda aplicação.
No self social direcionado a sua maneira de interagir com os outros, a
aluna apresentou cinco respostas neutras na primeira aplicação e sete respostas
neutras na segunda, com mudança crescente nos adjetivos pacífico e controlado que
foram de resposta neutra para +2 e mudança decrescente nos adjetivos manso, calmo
e delicado que diminuíram 1 ponto em relação á primeira e segunda aplicação, mas se
mantiveram no lado positivo da tabela.
No self ético moral, a aluna apresentou 3 respostas neutras na primeira
aplicação e 10 respostas neutras na segunda aplicação com mudança decrescente nos
adjetivos: honesto, fiel, responsável, bondoso, amigo, respeitador e amado com
mudança de 1 ponto na respostas mas que se mantiveram no lado positivo da escala,
exceto o adjetivo amado-detestado que decresceu de +3 para resposta neutra na
segunda aplicação. Apenas 2 adjetivos tiveram mudança crescente de 1 ponto, foram
eles: franco e cortês.
O self somático, a aluna não respondeu a segunda aplicação
(possivelmente pulou a página sem perceber), mas na primeira aplicação a aluna se
mostra com 7 respostas neutras, e 2 respostas no lado negativo da tabela com valor -3
em desgracioso(obeso) e -1 em deforme e apenas 1 resposta no lado positivo da
escala com valor +2 em simpática. Estes dados revelam a percepção da aluna em
relação ao seu aspecto físico e não mostra agrado com sua forma física.
E no self social referente á sua receptividade social, foi a tabela que a
aluna apresentou maior mudança crescente nos seguintes adjetivos: retraído-
expansivo, extrovertido, aberto, audaz, sensual, sexy e realizado. Apenas os adjetivos:
alegre e seguro tiveram uma mudança decrescente de +3 para +2 em alegre e de +3
para +1 em seguro.
T. Silva
Idade: 12 anos
Gênero: Feminina
Freqüência nas aulas: De 23 aulas, a aluna faltou 4 (freqüentou 19 aulas)
de forma passiva, sempre tínhamos que chamar a atenção para que ela participasse
das atividades, ela apresentava dificuldades nas realizações dos movimentos e
percebíamos que sua limitação vinha de sua percepção sobre sua auto confiança e seu
auto controle.
Nos ensaios para a segunda apresentação, ela faltou e tivemos que deixá-
la de fora (junto com outra aluna que faltou) da coreografia como forma de punição e
atentar para a responsabilidade de participar das aulas e do processo de elaboração da
coreografia.
De modo geral, T. Silva era extrovertida, sempre que estava aprendendo
ou realizando algum movimento ela gritava para chamar a atenção dizendo que era
muito difícil e que ela não conseguiria realizar tal tarefa; pudemos percebemos que a
falta de crédito que ela tinha em si mesma, provavelmente vinha da falta da valorização
da família que acabou refletindo nas atitudes e na percepção dela.
J. Gruthenco (Juliana)
Idade: 12 anos
Gênero: Feminina
Freqüência nas aulas: De 16 aulas, a aluna faltou 6 (freqüentou 10 aulas)
D. Gaona
Idade: 12 anos
Gênero: Masculino
Freqüência nas aulas: De 11 aulas não faltou nenhuma aula (freqüentou 11 aulas)
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