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Adilson Gomes de Oliveira
Adilson Gomes de Oliveira
SÃO PAULO – SP
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
SÃO PAULO – SP
2022
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA FENOMENOLOGICA- EXISTENCIAL NA
HUMANIZAÇÃO DA MORTE NO CAMPO HOSPITALAR.
adilsongomes@gmail.com
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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
sem antes, ter aprendido a perder e morrer. Viver o próprio morrer frequentemente
causa muita dor. Parte do excesso de sofrimento que essas experiências nos
causam tem ligação com o fato de que as perdas e a morte se transformaram em
tabus em nossa sociedade.
As representações sociais e pessoais negativas construídas a respeito da
morte influenciam sobremaneira como vivenciamos essas experiências. Outros
aspectos como a fase do ciclo vital, momento de vida e religiosidade, também
influencia a forma como vivemos essas experiências (ARRIÉS, 1981; KOVÀCS,
1992).
condição humana. A morte não escolhe idade, sexo ou classe social. Situações de
vida e morte envolvem vários personagens: pacientes, familiares, equipe de
saúde, além da instituição hospitalar.
Na maior parte das instituições hospitalares observa-se ainda uma posição
paternalista, baseada no princípio da beneficência, em nome do desejo de se fazer o
bem evitando sofrimento adicional, a equipe termina agindo sozinha justificada pela
ideia de que sabe o que é melhor para o paciente, considerando que não esteja
preparado para saber o que é o melhor. (CAPRARA, RODRIGUES, 2004).
Quando todo saber é depositado na equipe de saúde, também todas as
responsabilidades são assumidas. No âmbito desse debate estão envolvidas dentre
outras, questões Médicas, Sociais, do Direito, Filosofia e Teologia. Com intenção de
modificar essa realidade surgiram movimentos e grupos que tentam resgatar o lugar
social das perdas e da morte, dando-lhes dignidade.
Entre estes estão Kübler-Ross (2005), uma das precursoras dos estudos e
pesquisas sobre morte, os profissionais de Tanatologia, bioética, humanização
hospitalar, a filosofia do hospice que teve início na Inglaterra e se espalhou pelo
mundo todo para e cuidar de pacientes com diagnóstico reservado e muitos outros
profissionais que incitam o acolhimento, reflexão e amadurecimento da sociedade
frente a esses temas. O movimento de acolhimento à vida e a morte é cada vez
maior.
3. PSICOLOGIA EXISTENCIAL
4. A FENOMENOLOGIA.
chocam com sentimentos de raiva em relação ao morto por este ter causado
tamanho sofrimento a eles e ainda tê-los colocado numa situação socialmente
discriminada, como se a família não tivesse sido capaz de impedir o acontecimento
(ANGERAMI-CAMON, 1984).
É fundamental para o psicólogo compreender os aspectos psicodinâmicos do
adoecer e as reações emocionais envolvidas no processo. Conhecer o tipo de
doença que a pessoa enfrenta, como ela se instalou, em que momento da vida e
quais as modificações que houve na vida e no ambiente da pessoa nos períodos
anteriores e posteriores a doença (ANGERAMI-CAMON, 2001).
O objetivo do psicólogo no hospital na abordagem fenomenológica-
existencial é garantir tratamento humanizado ao paciente e seus entes por que
equipe de saúde diante de suas responsabilidades biológicas diante do morrer
podem por vezes vir a esquecer do quão humano é o processo do morrer.
Humanizar o tratamento é consequentemente diminuir sofrimentos desnecessários
que o paciente possa vir a sofrer no contexto hospitalar.
O psicólogo além de auxiliar o paciente nas questões de cunho psicológico,
também deve contribuir junto ao paciente para a adesão ao tratamento, ajudando o
paciente, por exemplo, em algumas questões práticas como verificar sua rede de
apoio e ajudá-lo a se organizar de maneira a se sentir mais seguro e confortável no
hospital.
O trabalho no hospital sempre envolve a tríade paciente+família+equipe de
saúde. É um trabalho interdisciplinar em que o foco principal é a possível cura do
paciente e o seu bem-estar. Como um membro da equipe o psicólogo também está
a serviço de criar um canal de comunicação mais simétrico entre esta tríade,
facilitando a aproximação e o vinculo de respeito e confiança. (ANGERAMI-CAMON,
2001; ISMAEL, 2005).
É importante realizar uma avaliação psicossocial e um exame do estado
mental do paciente, a fim de conhecer a vida do paciente, e também avaliar quais os
processos mentais afetados pela a doença. Esclarecer família e equipe sobre o
estado psicológico da pessoa, esclarecer as relações psicológicas que ela
estabeleceu com a doença, com a equipe de saúde e com e contexto hospitalar
são procedimentos que o psicólogo pode fazer para favorecer a comunicação e
compreensão entre paciente-família-equipe (KOVÀCS, 1992).
Na verdade pacientes assim, têm muita dificuldade de entrar em contato com
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6. CONCLUSÃO.
coragem para construir-se e ser autêntico também é conseguir nos perdoar pelas
nossas “inautenticidades”.
A Psicologia Fenomenológica-Existencial tem muito a contribuir, não como
respaldo psicoterápico enquanto abordagem teórica, pois não o é. Ela oferece
respaldo para uma postura ética, verdadeira, acolhedora e de respeito com o cliente
ou paciente que o seja. Essa postura realmente só tem eficácia quando usada de
forma verdadeira, vê a cura da alma como sendo uma libertação do ser das amarras
que bloqueavam suas possibilidades de expansão. Pode-se concluir que o ser
humano tem necessidade de cura porque tem necessidade de expansão, e
expansão é amor. É somente num encontro genuinamente humano de amor e
respeito a realidade do paciente que as curas ou libertações podem se dar.
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REFERÊNCIAS.