da colônia, mas tudo sofreu uma transformação. Mezzoloth’s funcionam como uma colmeia, compartilhávamos uma consciência coletiva, onde todos estavam ligados por um elo psíquico, formando uma única mente que os guiava em suas tarefas diárias. O equilíbrio dessa colônia era mantido pela conexão entre todos os seus membros, e a voz da Rainha Suprema ecoava em meus pensamentos, garantindo a ordem e a coesão. Não me lembro o que era, mas algo entrou na colônia, o medo que senti, pensando bem talvez aquele medo nem seja meu, lembro de algo rápido e forte como um turbilhão, aquilo que me atingiu afetou a rainha, conseguia sentir sua dor, acho que foi a primeira vez que pensei por mim mesmo, e quando se tem a consciência da morte parece ser implacável, mas é nossa atitude diante dela que define quem somos, definiu quem eu sou. Eu corri o máximo que consegui, enquanto fugia escutava a rainha em minha mente dizendo “Torpeza Torpeza Torpeza Torp... (...)”. Senti a consciência coletiva fragmentando e, por um momento, eu senti tudo e todos, a dor de cada membro da colônia, parecia que minha mente iria se estilhaçar, senti como se cada parte do meu corpo estivesse sendo arrancado de mim, cada momento efêmero que se passava em minha mente a incerteza de quem eu era ou se iria sobreviver fez-me sentir vivo, os pensamentos de meus semelhantes sempre tornavam a uma silhueta de onde veio aquele turbilhão, e aquilo procurava algo, algo que a rainha tinha ou sabia. E então, pela primeira vez, conheci o desespero. Após isso eu apaguei. Acordei aparentemente horas depois, e a colônia havia voltado a funcionar sobre o comando de uma nova rainha, os corpos e cascas de meus semelhantes mortos eram usados para concertar o interior da colônia, escutava os resquícios da consciência coletiva, só pensavam em concertar e sobreviver, se agarrando a algo que os despreza, com todas as suas forças ir embora era minha única opção, aquela não era mais minha realidade, o que aconteceu comigo talvez seja apenas um acaso, mas é um acaso precioso. “Torpeza” era o que ela dizia significa “Desonra”, “Indignidade”. Então essa vai ser meu nome Torpezza, pois não me sinto dessa forma, não trai minha vida. Desde então caminho como um curioso, tem muita coisa que ainda não entendo, e eu adoro isso.