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Livro de Leitura e Produção Textual
Livro de Leitura e Produção Textual
PRODUÇÃO
TEXTUAL
PROF.a JOAGDA REZENDE ABIB
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
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emissão de conceitos.
LEITURA E
PRODUÇÃO TEXTUAL
PROF.a JOAGDA REZENDE ABIB
SUMÁRIO
AULA 01 LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 05
AULA 05 COESÃO 48
AULA 06 COERÊNCIA 60
AULA 10 PONTUAÇÃO 92
INTRODUÇÃO
Você alguma vez já tentou se expressar, por meio da escrita ou da fala, e não
conseguiu? Tinha excelentes ideias, mas, na hora de expô-las não foi capaz de fazer
com que as pessoas reconhecessem o quão incríveis elas eram?
Pois é! Essas coisas acontecem quando não sabemos como nos comunicar de
maneira eficiente, quando não sabemos utilizar a língua a nosso favor.
Muitos estudantes questionam o fato de terem que aprender língua portuguesa. É
comum ouvirmos por aí: “Mas pra que eu vou usar isso?”. Então, quero dizer a você
o porquê.
A comunicação é importante em qualquer profissão. Não importa se você quer ser
um engenheiro, um biólogo ou um advogado. Saber comunicar-se de maneira efetiva
é essencial em qualquer trabalho.
Agora você pode estar se perguntando: “Mas o que comunicação tem a ver com
leitura e produção textual?” E eu respondo de maneira bem simples: TUDO!
É isso mesmo. Você verá, ao longo deste curso, que, quando queremos nos comunicar,
produzimos textos, sejam eles verbais ou não verbais. Também precisamos saber
interpretá-los, para que consigamos compreender corretamente a mensagem que
nos está sendo transmitida.
Não se trata apenas de ler e escrever, mas de comunicar-se de modo geral.
E, é claro, precisamos saber escrever e interpretar textos escritos. Isso é essencial
em nossa vida. Para resolvermos um problema matemático, precisamos, primeiramente,
interpretá-lo, não é mesmo?
Imagine que você vai escrever um e-mail para seu chefe ou para um cliente. É
necessário que você saiba escrever corretamente, pois um mau uso da língua pode
fazer com que você perca toda sua credibilidade.
Nosso objetivo neste curso é fazer com que você faça uma viagem pelo mundo
da língua portuguesa, aprendendo o que é necessário para que a comunicação seja
eficiente e, também, aprendendo coisas essenciais para a produção e interpretação
de textos (escritos ou falados) em nosso idioma.
Espero que as informações e o conhecimento que você irá adquirir durante este
curso o ajude a se tornar um profissional ainda mais incrível.
Desejo a você ótimos estudos!
AULA 01
LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA
Fonte: https://nossaciencia.com.br/colunas/ciencia-e-linguagem/
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/voce-pisa-na-ou-grama.htm
Como podemos observar, na figura acima, temos uma placa em que a indicação
é de que não se pise na grama, e isso é feito por meio do uso de palavras escritas.
Temos, portanto, uma placa em que foi utilizada a linguagem verbal.
Fonte: https://www.vix.com/pt/ciencia/537528/mensagens-de-whatsapp-com-ponto-final-sao-indicio-de-pessoas-mentirosas
Na figura acima, temos o print de uma tela de Whatsapp. Percebam que, nesse print,
notamos uma conversa em que foram utilizadas apenas palavras. Trata-se, portanto,
de mais um exemplo do uso de linguagem verbal.
Agora, imaginem a seguinte situação: em vez de escrever, a pessoa decide mandar
um áudio. Nesse caso, temos também linguagem verbal. A diferença é que, no áudio,
a linguagem verbal está em sua forma falada e, nas mensagens acima, ela está em
sua forma escrita.
A linguagem não verbal é aquela que se utiliza de outros meios para comunicar
ideias. Em vez de palavras são utilizadas figuras, imagens, gestos, cores, sons, cheiros
etc. Pensando, ainda, nas conversas de Whatsapp, um meio de comunicação tão
utilizado por nós em nosso cotidiano, não podemos nos esquecer dos emojis, das
figurinhas, dos gifs...
Esses recursos do aplicativo utilizam imagens. Trata-se, portanto, de linguagem não
verbal. Os emojis servem para que expressemos nossas ideias, nossos sentimentos,
nossas reações sem que precisemos utilizar palavras, e a não utilização delas caracteriza
a linguagem não verbal.
Fonte: https://vittavivace.com.br/como-usar-emojis-de-forma-inclusiva-%F0%9F%A4%93%F0%9F%98%8D/
Agora, vamos pensar naquela placa de “Não pise na grama” que eu utilizei como
exemplo de linguagem verbal. Temos, abaixo, uma outra placa com a mesma mensagem.
No entanto, o tipo de linguagem utilizado é diferente.
Na placa a seguir, temos apenas uma imagem, ou seja, a linguagem utilizada neste
caso é a linguagem não verbal.
Fonte: https://www.cogumeloshop.com.br/placa-decorativa-20x20-sonic-nao-pise-na-grama
Por fim, temos a linguagem mista que, como o próprio nome sugere, é uma junção
dos outros dois tipos de linguagem. Quando nos comunicamos, não é necessário
escolher apenas uma linguagem ou um tipo de linguagem. Podemos utilizar palavras
(orais ou escritas) e, ao mesmo tempo, fazermos uso de um gesto, de uma imagem,
de um som, de qualquer outra linguagem que não se utilize de palavras. Quando isso
acontece, estamos utilizando uma linguagem mista.
Vejamos alguns exemplos:
Fonte: https://pocosdecaldas.mg.gov.br/cartazcovid/
é de que não é permitido que as pessoas pisem na grama. No entanto, aqui, neste
caso, foram utilizadas palavras e imagens. Trata-se, pois, de uma placa em que se
fez uso da linguagem mista.
Fonte: https://www.extra.com.br/placa-sinalizacao-condominio-nao-pise-na-grama/p/1510329650
1.2. Língua
Fonte: https://lanpeconomiacomportamental.home.blog/2019/12/15/a-lingua-que-voce-fala-muda-a-maneira-como-voce-se-comporta/
A língua é o idioma. Nosso idioma oficial no Brasil é a língua portuguesa. Cada país
tem seu idioma oficial. Alguns têm mais de um, como é o caso do Canadá, onde uma
parte do país fala francês e a outra, inglês. Cada língua tem suas regras, seu vocabulário,
suas características. Alguns idiomas, por terem origem a partir de uma mesma língua,
apresentam diversas semelhanças. É o que acontece, por exemplo, com o francês, o
português, o espanhol e o italiano. Por terem sua origem a partir do latim, essas línguas
apresentam várias coisas em comum. A gramática possui semelhanças, muitas palavras
se parecem. Por isso, para nós, falantes de uma língua latina, o português, é mais fácil
aprender outro idioma que também tenha sua origem a partir do latim. Quando começamos
um curso de espanhol, por exemplo, é normal sentirmos mais facilidade em aprender a
língua do que quando iniciamos um curso de inglês. O inglês é uma língua germânica. Sua
origem é outra. Isso faz com que sua gramática, sua pronúncia, seu vocabulário sejam
muito diferentes do português, o que acaba “dificultando” nosso aprendizado.
Uma língua pode variar devido a vários fatores. Imagine um país como nosso, com
uma grande extensão territorial. É claro que haverá mudanças na maneira de falar de
uma região para outra. E não é só a questão geográfica que implica variações em uma
língua. Um idioma pode sofrer variações ao longo do tempo, pode variar de acordo
com o grupo social que o utiliza, de acordo com o contexto em que é utilizado. Enfim,
diversos fatores podem fazer com que haja variação linguística. Veremos, portanto,
quais são eles.
Fonte: http://www.lopessupermercados.com.br/portalrevista/receita-de-gratinado-de-mandioca-e-bolo-cremoso-de-mandioca-sem-lactose-e-sem-gluten/
No Brasil, os três nomes presentes na imagem acima são utilizados para designar
o mesmo tubérculo. Dependendo da região do país, a nossa tradicional mandioca
(estado de São Paulo), é chamada de “aipim” ou “macaxeira”
A mesma coisa ocorre com a nossa tradicional mexerica (estado de São Paulo),
que em outras regiões pode ser chamada de “bergamota” ou “tangerina”.
Fonte: https://www.tudosaladeaula.com/2021/07/atividade-portugues-variacao-linguistica-4ano-5ano.html
que moram em outros estados podem, muitas vezes, não entender o que essas palavras
ou expressões significam.
Fonte: https://rederiohoteis.com/conheca-as-girias-cariocas/
Esse tipo de variação de uma comunidade para outra ocorre também com relação
a comunidades de diferentes profissionais. Alguma vez vocês já foram a um médico
e, ao dar o diagnóstico, ele utilizou palavras tão difíceis, que você não fazia ideia do
que se tratava? Pois é, às vezes os termos são tão estranhos para nós que não somos
médicos que chegamos a pensar que se trata de algo grave, quando, muitas vezes, é
algo bem simples. Isso ocorre quando os médicos utilizam JARGÕES, ou seja, palavras
específicas de sua profissão, que, muitas vezes, não são conhecidas por pessoas que
não são profissionais dessa área.
Fonte: http://www.geocities.ws/luisacortesao/linguagem.html
Imagine que você terá uma reunião com seu chefe, uma entrevista de emprego,
fará uma apresentação de um projeto em uma grande empresa, precisa falar com o
diretor da faculdade. Todas essas situações são exemplos de momentos e contextos
em que precisamos utilizar a língua em sua forma “mais correta”. Trata-se, portanto,
do nível FORMAL ou CULTO da língua.
Esse nível é a língua utilizada de acordo com a gramática normativa, ou seja,
utilizamos, para falar ou escrever, o nosso idioma, seguindo todas as regras gramaticais,
evitando utilizar gírias e expressões coloquiais
Fonte: https://mundotexto.wordpress.com/2014/02/18/linguagem-coloquial-e-linguagem-culta-no-ensino-de-portugues-brasileiro/
Fonte: https://sites.google.com/site/profaldavariacoeslinguisticas/
Imaginemos, agora que você está em um churrasco com seus amigos, conversando
com seu irmão pelo whatsapp, falando com seus colegas de sala na hora do intervalo
entre uma aula e outra. Essas situações não requerem formalidade. Nesses casos,
podemos, portanto, utilizar a língua sem nos atentarmos a regras gramaticais, sem
nos preocuparmos em pronunciar as palavras perfeitamente. Podemos também utilizar
gírias e expressões coloquiais que sejam de conhecimento das pessoas com quem
estamos nos comunicando.
Esse nível da língua é o que chamamos de INFORMAL ou COLOQUIAL. Podemos
dizer que é uma forma mais “livre” de utilizar a língua, menos engessada.
de sua área, deve evitar os jargões, pois, sendo leiga, a pessoa com que esse profissional
está falando pode não conhecer os termos e a comunicação não será efetiva, pois
para que haja comunicação, é necessário que todos que fazem parte daquele contexto
comunicativo entenda a língua ou a linguagem que está sendo utilizada.
Fonte: http://fronteiraslinguisticas.blogspot.com/2011/04/exemplo-de-variacao-historica.html
Por fim, existem as variações diacrônicas que são as variações históricas, ou seja,
as variações que a língua sofre com o passar do tempo.
A língua é viva, falada por um grande número de pessoas, e isso faz com que
ela seja passível de mudanças. Palavras novas podem surgir, outras podem cair em
desuso, algumas podem sofrer mudanças.
Como exemplo, podemos citar a mudança no pronome de tratamento Vossa Mercê.
Esse pronome passou por transformações ao longo dos anos, resultando no que
temos hoje: você. Além disso, temos, ainda, as variações “cê” e “ocê”.
1.4. Fala
A fala é a realização oral da língua. Ela depende de cada falante que, de acordo com
seu conhecimento do idioma, se utiliza dele para se comunicar de forma oral. Cada
falante pode adequar sua fala ao nível de formalidade do contexto em que se encontra.
Fonte: https://serpalestrante.com.br/falar-e-escrever/falar-e-escrever-3/
Por que em algumas regiões do Brasil se fala mais “tu” do que “você”?
Com que pronome eu vou? As origens de “tu” e “você” no jeitinho de falar brasileiro
https://super.abril.com.br/cultura/por-que-em-algumas-regioes-do-brasil-se-fala-mais-tu-do-que-voce/#:~:text=%E2%80%9CVoc%C3%AA%E2%80%9D%20
%C3%A9%20um%20pronome%20evolu%C3%ADdo,ser%20chamadas%20por%20%E2%80%9Ctu%E2%80%9D.
AULA 02
COMUNICAÇÃO E
SEUS ELEMENTOS
Se pararmos para pensar, estamos o tempo todo nos comunicando. Em casa, com
nossa família, no trabalho, com nossos colegas e professores, em momentos de lazer.
Nossa relação com o outro implica a comunicação.
Precisamos nos comunicar para pedir algo, para explicar, para perguntar, para
expressar nossos sentimentos, para dar informações. Já pararam para pensar que
seria impossível vivermos se não houvesse comunicação?
Pois é, a comunicação é essencial para nossa vida. E, pensando em situações
comunicativas, o linguista Roman Jakobson criou um esquema que representa o
processo de comunicação, com todos os elementos que são necessários para que
ela aconteça.
Esse esquema pode ser visto na figura abaixo:
Como podemos ver, para que haja comunicação, são necessários 6 elementos:
• Emissor
• Receptor
• Referente
• Código
• Mensagem
• Canal.
Veremos, a partir de agora, cada um desses elementos em diferentes situações de
comunicação para que possamos entender como isso funciona.
2.1. Emissor
Fonte: https://www.zinecultural.com/blog/melhores-tirinhas-da-mafalda
mas sua mãe, que é a autora da fala. O papel de emissor pode, portanto, como vimos
anteriormente, mudar de uma pessoa para outra.
2.2. Receptor
Fonte: https://vejasp.abril.com.br/blog/arte-ao-redor/15-tirinhas-mafalda-quino/
Nessa tirinha, temos Mafalda como emissora e o receptor é seu ursinho de pelúcia.
Usei esse exemplo propositalmente, pois se trata de uma comunicação não efetiva, ou
seja, ela não é eficiente. Mas por quê? Isso é simples! É só pensarmos que um ursinho
de pelúcia não é capaz de ouvir ou entender o que Mafalda está dizendo. Devido a
isso, também é impossível, nesse caso, que haja variação dos papéis de emissor e
receptor. O ursinho não pode ser o emissor. Esse papel então é exclusivo de Mafalda,
ficando seu brinquedo apenas com o papel de receptor.
Vamos ver outro exemplo:
Fonte: http://roquebastosprofessor.blogspot.com/2018/05/pratica-de-leitura-de-tirinhas-e.html
Aqui, já temos emissor e receptor “trocando” os papéis. Quando Mafalda fala, ela
é a emissora e Suzanita, a receptora. Quando Suzanita fala, os papéis se invertem.
No momento, estamos nos comunicando. Eu, Joagda, sou a emissora, pois fui eu
quem escreveu este livro para vocês. E cada um de vocês alunos, ao ler este livro, é um
receptor neste processo de comunicação, pois é a vocês que se destina o meu livro.
2.3. Referente
Quando vamos nos comunicar, temos que falar, escrever, gesticular acerca de algo,
ou seja, é preciso haver um assunto. Esse é o REFERENTE, aquilo sobre o que se quer
transmitir uma mensagem, seja ela escrita, falada, verbal ou não verbal.
Vejamos exemplos de referentes em um processo de comunicação:
Fonte: https://diamantina.mg.gov.br/comunicado/
Fonte: https://pri59.wordpress.com/2010/10/13/tirinha-de-domingo/tirinha-mafalda-escola/
2.4. Código
Fonte: https://www.recadosface.com/img-11675.html
Fonte: https://incrivel.club/inspiracao-relacionamento/15-mensagens-de-pais-que-comecaram-a-usar-o-whatsapp-359610/
Nesse exemplo, temos dois códigos: a língua portuguesa em sua forma escrita
(linguagem verbal) e os emojis (linguagem não verbal). Percebam que a mãe não
conhece direito os emojis e os utilizou de maneira “incorreta”, ou seja, ela queria dizer
uma coisa, mas utilizou emojis que representam outra. Nesse caso, a comunicação
com os emojis não foi efetiva. Para que houvesse entendimento, para que a mensagem
que a mãe queria passar para a filha fosse corretamente compreendida, foi necessário
que ela utilizasse outro código (a língua portuguesa).
2.5. Mensagem
Fonte: https://catracalivre.com.br/criatividade/muitas-tirinhas-da-turma-da-monica-para-se-esbaldar/
Nesse exemplo, Mônica é a emissora e a mensagem que ela produz para se comunicar
com seus amigos é tudo o que ela diz (“Atenção!”; “Sorriam!” e “Olha o passarinho!”)
Devemos lembrar sempre que uma mensagem não precisa estar escrita ou ser
falada. Um emoji pode ser uma mensagem...
Fonte: https://emojis.wiki/pt/cara-congelada/
Se você mandar esse emoji para alguém, a pessoa receberá a mensagem de que
você está com frio.
Um cartão amarelo ou vermelho que o juiz mostra também pode ser uma mensagem,
pois ao receber um cartão amarelo, o jogador sabe que foi advertido e, ao receber um
vermelho, sabe que deve deixar o campo.
Fonte: https://www.lideresportes.com/cartao-vermelho/
2.6. Canal
Por fim, temos o CANAL, que é o meio pelo qual a mensagem é transmitida do
emissor para o receptor. Se estamos em uma conversa de WhatsApp, o canal é o
AULA 03
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Quando nos comunicamos, nós o fazemos com diferentes funções. Como assim,
professora? Talvez você nunca tenha parado para pensar a esse respeito, já que a
comunicação é algo tão natural para nós, mas não o fazemos sempre com o mesmo
intuito. Nosso objetivo varia. Podemos nos comunicar para dar uma informação, fazer
um pedido, dar uma ordem, expressar nossos sentimentos, opiniões etc. Isso tudo
tem a ver com a FUNÇÃO DA LINGUAGEM, ou seja, para que estamos utilizando a
linguagem, com que finalidade nós estamos nos comunicando com alguém?
Nesta aula, iremos falar sobre as diferentes funções que a linguagem pode ter
e, para começar, preciso que vocês se lembrem do esquema de comunicação que
vimos na aula anterior. Mas por quê? Vocês viram que o esquema de comunicação
é composto por seis elementos (emissor, receptor, referente, código, mensagem e
canal), e cada função da linguagem tem como foco um desses elementos. Vamos,
então, ver isso mais detalhadamente.
Quando eu digo que cada função tem como foco um dos elementos da comunicação,
talvez isso pareça um pouco confuso. Mas não é. É bem simples! Imaginemos uma
situação em que a linguagem utilizada seja a língua portuguesa em sua forma oral.
Se eu for, então, falar com alguém para dizer minha opinião sobre algo, o foco está
em mim, concordam? Pois a principal intenção é dizer aquilo que eu penso. Se eu for
tentar convencer alguém de algo, então o foco está nessa pessoa com que eu estou
falando, porque eu busco convencê-la. Se eu vou passar uma informação, o foco é o
assunto do qual essa informação trata, e assim sucessivamente.
Como cada função da linguagem tem como foco um dos elementos da comunicação,
temos um total de seis funções da linguagem, que são as seguintes:
• Função emotiva;
• Função conativa;
• Função referencial;
• Função metalinguística;
• Função poética;
• Função fática.
No soneto de Vinícius, o “eu-lírico”, ou seja, a pessoa que fala nesse soneto, está
declarando seu amor. Temos, portanto, a função emotiva da linguagem, pois ela está
sendo utilizada para que o emissor expresse seus sentimentos.
Importante dizer que, em uma mesma situação de comunicação, é muito comum
que haja mais de uma função da linguagem. Uma função sempre será a predominante,
mas, na maioria das vezes, vem acompanhada de outras.
Vejamos mais exemplos de função emotiva.
Fonte: https://tirasarmandinho.tumblr.com/
Fonte: https://www.apple.com/br/newsroom/2018/07/apple-celebrates-world-emoji-day/
Quando utilizamos emojis que expressam o modo como nos sentimos com relação
a algo, estamos utilizando a função emotiva da linguagem.
Lembrem-se sempre: a linguagem tem função emotiva quando o emissor tem como
objetivo expressar o que sente ou pensa.
Vamos, então, à próxima função.
Fonte: https://tirasarmandinho.tumblr.com/
Fonte: https://www.mmsbeneficios.com.br/doe-sangue-doe-vida/
O intuito desse anúncio é convencer as pessoas de que doar sangue pode salvar
vidar e persuadi-las a fazer isso. Temos, portanto, função conativa.
ANOTE ISTO
Fonte: https://www.maracai.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/74521/uso-de-mascaras-e-obrigatorio-agora-em-maracai-
Fonte: https://acontecendoaqui.com.br/propaganda/snickers-relanca-campanha-como-voce-fica-quando-esta-com-fome
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/pais/1734779/hoje-e-noticia-universidades-travam-regresso-nova-doenca-pos-covid
ANOTE ISTO
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/04/01/o-avanco-da-pandemia-de-covid-19-no-mundo-e-no-brasil-no-mes-de-marco-artigo-jose-eustaquio-
diniz-alves/
felicidade
Significado de Felicidade
substantivo feminino
Sensação real de satisfação plena; estado de contentamento, de satisfação.
Condição da pessoa feliz, satisfeita, alegre, contente.
Estado de quem tem boa sorte: para sua felicidade, o chefe ainda não chegou.
Circunstância ou situação em que há sucesso: felicidade na realização do projeto.
Disponível em: https://www.dicio.com.br/felicidade/
Fonte: https://twitter.com/dukechargista/status/1144638363783356418
Poesia
Nesse poema, temos função metalinguística, pois trata-se de um poema que fala
sobre o processo de escrita de um poema, ou seja, a linguagem utilizada para falar
dela mesma.
Como podemos ver, existem rimas. Houve, portanto, preocupação por parte do
autor com a escolha das palavras. Além disso, temos um soneto, que é um poema
formado, pois dois quartetos (estrofes de quatro versos) e dois tercetos (estrofes de
três versos).
Essa preocupação com a forma caracteriza a função poética. Vamos a mais um
exemplo.
Nesse trecho da música Meu Abrigo, da banda Melim, podemos notar a presença de
função poética (que está presente, na verdade, na música toda), pois houve preocupação
com a mensagem em si, pois, para que a música tenha ritmo e rimas, é necessário
preocupar-se com sua forma. E, além da função poética, temos também a função
emotiva e a função conativa. Percebam que no primeiro verso “Você é a razão da
minha felicidade”, o emissor expressa seu sentimento (função emotiva) e, nos outros
três versos, ele faz um pedido à pessoa amada (função conativa).
Por fim, temos a FUNÇÃO FÁTICA, cujo foco é o CANAL. Se o foco dessa função é
o canal, isso significa que a linguagem é utilizada para garantir que haja comunicação,
que a comunicação esteja sendo eficiente, pois o canal é o elemento responsável por
fazer que a mensagem do emissor chegue ao receptor.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/funcao-fatica.htm
http://guiaavare.com/noticia/memes-calor
AULA 04
TEXTO, TIPOS E
GÊNEROS TEXTUAIS
Nesta aula, veremos o que é um texto, quais os tipos de texto, de acordo com sua
função e, também, os gêneros textuais.
4.1 Texto
Texto é tudo aquilo que alguém diz ou escreve. Trata-se de uma proposta de
construção de sentido. Mas por que “uma proposta de construção de sentido?”
Quando produzimos um texto, nós o destinamos a um ou mais receptores. Portanto,
a interpretação desse texto, a construção do sentido desse texto depende daquele que o
recebe (lendo, ouvindo etc.). Isso acontece porque cada pessoa tem um conhecimento
de mundo. Nós, seres humanos, adquirimos conhecimentos e experiências ao longo
de nossa vida, e isso é individual. Cada um de nós, ao ler um texto, por exemplo,
atribuirá a ele um sentido, com base em nossas vivências passadas. Essa atribuição
de sentido ao texto recebe o nome de DISCURSO. O discurso é individual, pois, como
já vimos, as pessoas possuem, individualmente, suas experiências de vida.
Quando pensamos em um texto, precisamos também ter em mente o conceito
de ENUNCIAÇÃO. A enunciação é a intenção do emissor ao produzir seu texto. Há
sempre um propósito, um objetivo, uma intenção. Por exemplo, se uma mulher chega
para sua secretária do lar e diz: “O chão está sujo” ela, na verdade, não quer informar
sua secretária de que há sujeira no chão. Sua intenção é pedir que o chão seja limpo.
Essa é, portanto, a enunciação nesse texto.
A definição de texto que vimos até agora foi relacionada aos textos verbais. Mas
textos podem ser também não verbais.
Se o texto é uma proposta de construção de sentido, podemos utilizar uma linguagem
não verbal para sua criação. Se a linguagem utilizada for não verbal, temos um texto
não verbal. Uma imagem que transmite uma mensagem é um texto. Um som que
apresenta uma proposta de construção de sentido também é um texto. Por exemplo,
ao ouvir o sinal tocar na escola, os alunos, com base em seu conhecimento de mundo,
constroem, a partir da emissão desse som, o sentido de que a aula vai começar ou que
está terminando. Trata-se, portanto, de um texto não verbal, pois não utiliza palavras.
Agora que já sabemos o que é um texto, veremos quais são os tipos textuais.
A tipologia textual está ligada à função de cada texto. Diferentes tipos de texto
apresentam diferentes funções. Importante ressaltar que um texto pode conter
diferentes tipos.
Os tipos textuais são:
• Narração
• Descrição
• Dissertação
• Injunção
Veremos, a partir de agora, cada um deles.
4.2.1 Narração
https://www.passeidireto.com/arquivo/91370510/fabula-a-raposa-e-as-uvas-infantil
4.2.2 Descrição
Como podemos ver, no trecho acima, retirado do romance No seu olhar, de Nicholas
Sparks, temos a descrição da personagem Pete Margolis, para que o leitor, saiba,
com detalhes, como estava o policial em determinado momento da história. Temos
também a descrição física de Margolis. Trata-se, portanto, de um exemplo da tipologia
descritiva dentro da tipologia narrativa, pois o livro é um romance, ou seja, um texto
pertencente à tipologia narração.
Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/38155696
Fonte: https://www.secult.ce.gov.br/2021/02/26/artigo-de-opiniao-secretario-fabiano-piuba-o-virus-somos-nos/
O que nos resta de ar e de esperança é de que o antivírus somos nós mesmos. Davi
Kopenawa, por exemplo, é um antivírus. Só nós podemos fortalecer o sistema imune
de nossa natureza humana, espiritual e amorosa, produzindo anticorpos contra esse
ciclo devastador humano que tem infectado sua própria Mãe Terra. Que sobreviveria
sem nós, mais verde e mais azul. Porém, Ela nos ama tanto, que não desiste de seus
filhos. Seja uma árvore, um pássaro, um felino, um inseto, um peixe ou uma menina.
Fabiano dos Santos Piúba
Gestor cultural, poeta, historiador, doutor em Educação e secretário da Cultura do
Estado do Ceará
Disponível em: https://www.secult.ce.gov.br/2021/02/26/artigo-de-opiniao-
secretario-fabiano-piuba-o-virus-somos-nos/
as hipóteses, de modo que o autor possa defender aquelas que servem à sua intenção
e refutar aquelas que vão contra aquilo que ele quer defender.
Conclusão: é o fechamento do texto. Pode apresentar síntese de tudo que foi dito
anteriormente ou apresentar uma proposta de solução para o problema apresentado
na introdução.
ANOTE ISTO
4.2.4 Injunção
Um texto INJUNTIVO tem a função de instruir o leitor sobre a maneira como fazer
algo. Como exemplos, podemos citar as receitas culinárias, as bulas de remédio, as
receitas médicas, os manuais de instrução etc.
Fonte: https://www.aefpapeldeparede.com.br/manual-de-instrucoes-para-web
Fonte: https://www.oliveirao.com.br/bolo-de-cenoura-com-cobertura-de-chocolate/
ANOTE ISTO
Um mesmo texto, dentro de seu gênero, pode conter vários tipos textuais. Por
exemplo, a descrição de personagens e espaço dentro de um conto faz com que
exista, em um mesmo gênero (o conto), duas tipologias (a narração e a descrição).
4.4 Textualidade
ANOTE ISTO
Um texto:
• Surge a partir de uma intenção de quem o produz;
• É uma proposta de construção de sentido;
• Pertence a um gênero;
• Pode conter diferentes tipos textuais.
AULA 05
COESÃO
Portanto, para uma ligação lógica das ideias, uma conexão com sentido e, também,
para evitar repetição excessiva de uma mesma palavra, devemos lançar mão dos
mecanismos de coesão.
Veremos, nesta aula, os cinco tipos de coesão textual, que se diferenciam pelos
mecanismos utilizados. São eles:
• Coesão referencial;
• Coesão por elipse;
• Coesão léxica;
• Coesão por substituição;
• Coesão sequencial.
De acordo com Abreu (2002), a coesão referencial é feita por meio do uso de
pronomes pessoais (eu, ele, ela, nós, etc.), pronomes possessivos (meu, teu, dele, dela,
nosso, seu, etc.), pronomes demonstrativos (este, essa, aquela, etc.), advérbios de lugar,
ou seja, palavras que indicam localidade (lá, aqui, ali) e artigos definidos (o, a, os, as).
Vamos, agora, ver alguns exemplos de COESÃO REFERENCIAL.
https://acessaber.com.br/atividades/atividade-de-portugues-adverbios-de-lugar-7o-ano/
Percebam que, para evitar a repetição da palavra “loja, foi utilizado o advérbio de
lugar “lá”. Trata-se, portanto, de coesão referencial.
A COESÃO POR ELIPSE consiste na omissão de uma palavra que foi mencionada
anteriormente e que não precisa ser repetida para que saibamos que se trata dela.
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
ØPairou sobre os edifícios
ØAbriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
Como podemos ver, não foi necessário repetir a palavra “zepelim” para sabe que
foi ele que “pairou sobre os edifícios” e que “abriu dois mil orifícios”.
A COESÃO LÉXICA é feita por meio do uso de sinônimos e hiperônimos. Mas vocês
sabem o que é isso?
Sinônimos são palavras que têm o mesmo sentido, como:
Feliz – alegre
Gostoso – saboroso
Andar - caminhar
Nesse trecho da música Geni e o Zepelim, a palavra donzela foi utilizada como
hiperônimo de Geni. É claro que a palavra foi usada de maneira irônica, mas, mesmo
assim, é um hiperônimo, pois existem donzelas e Geni é uma dentro dessa categoria.
A coesão léxica nos permite fazer avaliações, ou seja, dar nossa opinião sobre
aquilo que está sendo retomado. Vejam o exemplo a seguir:
Ivete Sangalo fez um show ontem. Essa excelente cantora cantou seus maiores
sucessos, levando o público à loucura.
Nesse exemplo, podemos notar uma avaliação positiva da cantora Ivete Sangalo.
Importante ressaltar que as avaliações podem também ser negativas. Alguém que
não goste de Ivete Sangalo poderia dizer, por exemplo:
Ivete Sangalo fez um show ontem. Essa cantora pouco talentosa cantou seus
maiores sucessos.
5.6 As conjunções
Conjunções são palavras que ligam orações. De acordo com Abreu, “a função
básica da conjunção é a de introduzir e relacionar orações. Dependendo das orações
que introduzem, as conjunções se classificam em duas subclasses: conjunções
coordenativas e conjunções subordinativas.” (ABREU, 2018, p. 402)
5.6.1.1 Aditivas
São utilizadas para expressar ideia de adição/soma entre orações. São elas:
• E
• Nem.
No segundo exemplo, temos a conjunção NEM. Essa conjunção é utilizada para dizer
que as duas coisas não aconteceram: a pessoa não limpou a casa e não fez almoço.
Ontem não só perdi a hora, mas também tive problemas com o carro, o que me
fez chegar muito atrasada no trabalho.
5.6.1.2 Adversativas
5.6.1.3 Alternativas
Essas conjunções aparecem duas vezes na frase, como vimos nos exemplos acima.
A única que pode ocorrer apenas uma vez é a conjunção “ou”
Você precisa melhorar sua conduta, ou será demitido.
5.6.1.4 Conclusivas
Expressam ideia de conclusão a partir do que está sendo dito na outra oração.
• Logo
• Pois
• Portanto
• Então
• Assim
• Por conseguinte
• Por isso
5.6.1.5 Explicativas
As conjunções explicativas trazem uma explicação para algo dito na oração anterior.
• Pois
• Porque
• Que
• Porquanto
5.6.2.1 Concessivas
Essas conjunções c iniciam orações que trazem um fato que seria contrário à
realização daquilo que é dito na oração principal, mas que não impede que aquilo
aconteça.
• Embora
• Ainda que
• Posto que
• Se bem que
• Conquanto
• Apesar de que
• Mesmo que
• Por mais que
5.6.2.2 Condicionais
Essas conjunções expressam uma condição para que aconteça aquilo que é dito
na oração principal.
• Se
• Caso
• Uma vez que
• Desde que
• Dado que
• Sem que
• Contanto que
5.6.2.3 Consecutivas
5.6.2.4 Finais
Estamos fazendo hora extra durante a semana, a fim que de que não precisemos
trabalhar no sábado.
Você precisa terminar o projeto, para que o cliente possa aprová-lo.
5.6.2.5 Temporais
• Logo que
• Assim que
• Desde que
• Apenas
• Mal
• Eis que
• Senão quando
• Após o que
5.6.2.6 Causais
São utilizadas para introduzir a causa daquilo que é dito em outra oração.
• Porque
• Como
• Pois
• Porquanto
• Já que
• Uma vez que
• Desde que
5.6.2.7 Proporcionais
5.6.2.8 Conformativas
5.6.2.9 Comparativas
Essas conjunções introduzem a ideia de comparação. Essa comparação pode ser de:
• IGUALDADE: Tão como, Tão quanto, Tanto como, Tanto quanto
• SUPERIORIDADE: Mais do que
• INFERIORIDADE: Menos do que
Conjunção
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/conjuncao.htm
Como vimos nesta aula, a coesão é uma qualidade indispensável a um bom texto.
Devemos, portanto, utilizar os mecanismos de coesão que aprendemos sempre que
formos escrever um texto, garantindo que ele tenha uma conexão de sentido, que
não seja repetitivo e que não seja apenas um monte de frases colocadas lado a
lado sem que se estabeleça uma relação entre elas.
AULA 06
COERÊNCIA
Nesta aula, falaremos sobre COERÊNCIA textual, uma qualidade indispensável para
um bom texto. Temos que ser coerentes na vida, não é mesmo? As coisas que fazemos
precisam fazer sentido. Não podemos falar uma coisa e fazer outra. Se dizemos que
maltratar os animais é errado e abandonamos um cachorrinho doente, não estamos
sendo coerentes, certo?
Pois é! Quando produzimos um texto, também não podemos falar uma coisa e, logo
em seguida, dizer outra que vá contra o que dissemos anteriormente. É necessário
haver coerência. Mas coerência não é só isso!
Veremos, portanto, quatro metarregras de coerência que foram propostas por Michel
Charollles. Essas metarregras, se respeitadas, garantem que o texto seja coerente.
As metarregras são:
http://humorgramaticos.blogspot.com/2011/02/incoerencia-textual.html
https://ideiafix.wordpress.com/2011/11/29/como-descobri-que-o-telespectador-e-incoerente/
Nesse exemplo, a metarregra da não contradição não foi seguida, pois foi anunciado
em um outdoor (que é um meio utilizado para fazer propagandas) que não devemos
acreditar em propagandas. Isso é completamente contraditório.
6.2 Progressão
https://projetocoe.wordpress.com/2014/05/19/a-propaganda-e-a-alma-do-negocio-ou-nao/
Primeiramente, preciso falar que há um erro nessa placa. A forma correta é “em
domicílio”, pois domicílio é o local (a casa da pessoa), e quando falamos em localidade,
a preposição que utilizamos é “em”. Por exemplo: Moro em uma rua deserta”. A rua é
o local onde eu moro, por isso utilizei a preposição “em”. Entregas em domicílio são
entregas feitas na casa da pessoa, por isso, nunca se esqueçam que “em domicílio”
é o correto.
Feitas essas considerações, voltemos à questão da coerência. Nesse texto, não
há progressão de sentido, porque a mesma coisa é dita duas vezes. Se as pessoas
pintam casas, é óbvio que elas precisam estar na casa para pintá-la. Por isso, dizer
que isso é feito em domicílio é absolutamente desnecessário e vai contra a metarregra
da progressão.
https://www.haikudeck.com/placas-sem-coerncia--uncategorized-presentation-veEfulYyHM
https://br.ifunny.co/picture/o-bar-do-fritz-joinville-no-momento-nao-esta-aberto-F8kPlX0b5
Se um estabelecimento não está aberto, ele tem que estar fechado, não é mesmo?!
Isso é mais uma coisa óbvia.
https://www.haikudeck.com/placas-sem-coerncia--uncategorized-presentation-veEfulYyHM
Mais uma vez, a repetição do óbvio. Vocês já viram gelo quente? Eu nunca vi!
https://www.gadoo.com.br/entretenimento/31-placas-com-erros-de-ortografia-que-provam-que-lingua-portuguesa-nao-e-tao-simples/
6.3 Continuidade
6.4 Relação
https://www.mairinque.sp.gov.br/arquivos/atividades-domiciliares/2922a1e4-ac3b-418a-8346-f11c26fd79fb.pdf
Nesse exemplo, não há relação com o mundo real ou com um mundo possível,
pois linguiças nunca são atendidas. O anúncio acabou se tornando engraçado.
https://br.pinterest.com/pin/355643701800996567/
Vocês já viram algum frango com orelhas? Esse anúncio de oferta está, claramente,
indo contra a metarregra de relação, não é mesmo?
https://cooeporedacao.weebly.com/temas/coesao-e-coerencia
Produtos com glúteos ainda não existem. Pelo menos ainda não conheço. Mais
um anúncio engraçado. Nesse caso, a metarregra da relação não foi seguida porque
houve um erro na escolha do vocabulário (“glúteos” em vez de “glúten”).
https://www.tediado.com.br/04/40-melhores-placas-e-avisos-de-todos-os-tempos/]
Nesse outro exemplo, a pessoa foi um pouco infeliz, não é mesmo? A metarregra
da relação não foi seguida, pois, no mundo real ou em um mundo possível, não
comemos pessoas, muito menos em pratos. Não somos canibais, certo?
https://www.largadoemguarapari.com.br/13largado/?p=26743
Vejam só esse jornal. O autor ou a autora dessa matéria colocou mortos para
andar. Impossível isso, concordam? Não há, portanto, relação com o mundo real
ou com um mundo possível.
Vimos, portanto, nesta aula, o que é preciso fazer para que nossos textos sejam
coerentes. Se seguirmos as quatro metarregras, garantiremos que nossos textos
façam sentido e que não se tornem motivo de piada por aí.
AULA 07
CONCORDÂNCIA NOMINAL
https://brainly.com.br/tarefa/27485361
Começamos nossa aula com esse erro de concordância. O aviso acima está um
pouco estranho, não acham? Temos aí um erro de concordância nominal. Vamos,
então, ver o que é concordância nominal e quais são as regras e as exceções a essas
regras, para que, a partir de hoje, não corramos o risco de escrever algo com um erro
como esse aí que acabamos de ver.
A concordância nominal consiste em concordar com os substantivos os pronomes
adjetivos (ou seja, pronomes que modificam um substantivo), os adjetivos (palavras
que dão qualidade a um substantivo) e os artigos (o, a, os, as, um, uma, uns, umas)
que se referem a ele.
A concordância deve ser feita:
• Em gênero – masculino e feminino
• Em número – singular e plural.
Importante lembrar que existem adjetivos que não têm distinção entre feminino
e masculino, ou seja, servem para qualificar tanto substantivos masculinos quanto
substantivos femininos. É o caso do adjetivo INTELIGENTE, por exemplo. Podemos
dizer:
• Menina inteligente.
• Menino inteligente.
• Meninas inteligentes.
• Meninos inteligentes.
E os PREDICATIVOS?
Predicativos são qualificadores do sujeito. Isso tudo se refere à estrutura das
sentenças. Para facilitar, vamos pensar que os predicativos são palavras que se referem
ao sujeito, dando a ele uma qualidade, uma característica, descrevendo seu estado.
Assim, fica mais fácil compreender sem ter que ficar pensando em termos difíceis.
A documentação está pronta.
Nesse exemplo, a palavra PRONTA é predicativo do sujeito A DOCUMENTAÇÃO,
pois expressa seu estado (ela está pronta).
Adjetivos compostos são aqueles formados por mais de uma palavra. Nesse caso,
a regra nos diz que devemos flexionar apenas a segunda palavra. Vejam:
Aquela artista é luso-brasileira.
Percebam que a palavra BRASILEIRA foi flexionada, concordando com o substantivo
artista, enquanto a palavra LUSO permaneceu sem sofrer nenhuma alteração.
O adjetivo SURDO-MUDO é uma exceção. As duas palavras que o compõem devem
ser flexionadas.
Menino surdo-mudo.
Menina surda-muda.
Meninos surdos-mudos.
Meninas surdas-mudas.
7.5 Cores
A regra para a concordância das cores diz que elas devem concordar com o
substantivo a que se referem.
Olhos verdes.
Roupa branca.
Sapatos azuis.
No entanto, existem cores que não são realmente cores. Muitas vezes, utilizamos
um substantivo que dá nome a uma outra coisa para descrever uma cor. Nesses
casos, não deve haver flexão.
Dias cinza.
Poltronas vinho.
Nesses casos, CINZA e VINHO não são cores, mas nomes de outras coisas que
são utilizados para representar uma cor. Por isso, não são flexionados.
Existe, nesse caso, uma exceção. A palavra LILÁS que, apesar de ser nome de uma
flor, possui forma plural:
Roupa lilás.
Roupas lilases.
As cores BEGE, AZUL-MARINHO e AZUL-CELESTE também são exceções, pois não
devem variar.
Esmaltes bege.
Esmaltes azul-marinho.
Esmaltes azul-celeste.
Com as cores compostas, devemos seguir a mesma regra dos substantivos
compostos, ou seja, apenas a última palavra deve ser flexionada.
Terno azul-escuro.
Ternos azul-escuros.
Colcha azul-escura.
Colchas azul-escuras.
Existem, no entanto, exceções. Se a segunda palavra for um substantivo, ela não
deve variar.
Meias azul-piscina.
Almofadas verde-bandeira.
7.7 Advérbios
O que são ADVÉRBIOS? Advérbios são palavras que modificam verbos, adjetivos
ou outros advérbios
Vejam um exemplo disso.
Maria é rápida.
Maria anda rápido.
No primeiro exemplo, RÁPIDO é um adjetivo, pois se refere a MARIA, que é um
substantivo. Na segunda frase, a palavra RÁPIDO é um advérbio, pois se refere à
maneira como Maria anda, ou seja, está relacionado ao verbo ANDAR, modificando-o.
Enquanto os adjetivos devem concordar com o substantivo a que se referem em
gênero e número, os advérbios são invariáveis, ou seja, não se flexionam em gênero
e número. Por isso, devemos prestar muita atenção!
João é rápido.
Maria é rápida.
João e Paulo são rápidos.
Maria e Ana são rápidas.
João anda rápido.
Maria anda rápido.
João e Paulo andam rápido.
Maria e Ana andam rápido.
Percebam que, quando temos adjetivo, ele concorda com o substantivo a que se
refere. Quando temos advérbio, ele permanece invariável.
É por isso que devemos dizer MEIO CANSADA, pois a palavra MEIO, nesse caso, é
um advérbio e deve, portanto, permanecer invariável.
https://enem.estuda.com/questoes/?id=86041
ANOTE ISSO
https://www.extra.com.br/placa-proibido-entrada-pessoas-estranhas-guarita-27x35/p/1512265891
https://www.americanas.com.br/produto/108212210 https://shopee.com.br/Placa-Decorativa-Aviso-Proibido-entrada-de-pessoas-se-
Camisa-i.323409264.13113569758
AULA 08
CONCORDÂNCIA VERBAL
Vocês se lembram de, alguma vez, terem conjugado verbos? Quando estamos na
escola e a professora nos pede para fazer a conjugação, o que nós fazemos?
• Eu amo
• Tu amas
• Ele ama
• Nós amamos
• Vós amais
• Eles amam
Provavelmente, todos vocês já devem ter feito isso pelo menos algumas vezes na
vida. Isso acontece porque, como podemos observar, o verbo tem diferentes formas,
dependendo da pessoa com quem ele concorda (eu, tu, ele, nós, vós ou eles).
A regra da concordância verbal é a seguinte: o verbo deve concordar com o sujeito
em número e em pessoa. As pessoas são: primeira (quem fala), segunda (com quem
se fala) e terceira (de quem ou do que se fala). O número é singular ou plural.
• Eu – primeira pessoa do singular.
• Tu – segunda pessoa do singular.
• Ele – terceira pessoa do singular.
• Nós – primeira pessoa do plural.
• Vós – segunda pessoa do plural.
• Eles – segunda pessoa do plural.
ANOTE ISTO
O sujeito de uma oração é aquele que encontramos quando fazemos para o verbo
a pergunta: QUEM? A resposta a essa pergunta sempre será o sujeito. Mas lembrem-
se sempre de que o sujeito não precisa ser uma pessoa.
Maria caiu da escada.
Quem caiu? Maria. Nessa frase, portanto, o sujeito é MARIA.
Meu carro quebrou.
Quem quebrou? Meu carro. Nesse exemplo, o sujeito é MEU CARRO. Vejam que
essa foi a resposta que obtive ao perguntar QUEM?
Muitas vezes, temos em uma oração, o núcleo do sujeito, ou seja, a palavra mais
importante do sujeito, no plural. Nesse caso, se o artigo também estiver no plural, a
concordância deve ser feita no plural. Vejam:
• Os Estados Unidos são uma grande potência.
• Os Estados Unidos é uma grande potência. *
A segunda frase está errada, enquanto a primeira está perfeitamente correta. Como
o artigo OS e o núcleo do sujeito (ESTADOS UNIDOS) estão no plural, o verbo também
deve ir para o plural.
As pessoas costumam errar porque acham que devido ao fato de os Estados Unidos
serem um país só, a concordância deve ser feita no singular, mas quando o artigo está
no plural (OS) e o núcleo do sujeito está no plural (ESTADOS UNIDOS), a concordância
do verbo deve ser feita no plural.
Vamos ver mais um exemplo.
Os membros da equipe deram o seu melhor.
Percebam que o verbo DAR concorda no plural com OS MEMBROS (artigo OS e
núcleo do sujeito MEMBROS).
https://blog.enem.com.br/erros-de-concordancia-confira-os-principais/
https://app.estuda.com/questoes/?id=440518
Nessa charge, no primeiro quadrinho, poderíamos ter a mesma frase dita de outra
maneira: A MAIORIA DOS GATOS NÃO TOMAM SORVETE.
8.4 Frações
8.6 Um dos que, cerca de, perto de, mais de, menos de
Para concordar corretamente com essas expressões, o verbo deve ficar na terceira
pessoa do plural.
Esse é um dos problemas que mais me preocupam.
Perto de dez pessoas se feriram no acidente.
Menos 8 alunos estavam na aula.
8.8 Horas
https://www.facebook.com/ArtedeFalarPortugues/photos/erros-de-concord%C3%A2ncia-verbal-e-nominal/769799599742064/
Os verbos SER, DAR, SOAR e BATER, quando estiverem se referindo às horas, devem
concordar com o número de horas. Desse modo, esses verbos devem no singular com
MEIO-DIA, MEIA-NOITE e UMA HORA. Com as demais, o verbo deve concordar no plural.
São nove horas.
Deram nove horas.
É meio-dia.
É meia noite.
É uma hora
Existem expressões que indicam adição. É o caso de expressões como NÃO SÓ...MAS
TAMBÉM, NÃO SÓ...MAS AINDA, TANTO...COMO. Como elas indicam adição (soma),
devemos utilizar o verbo no plural. Vejam:
Não só os alunos, mas também os professores devem ter comprometimento.
Tanto os alunos quanto os professores devem ter comprometimento.
Em ambos os casos, os alunos e os professores devem ter comprometimento. Por
isso, o verbo fica no plural.
Devemos fazer a concordância eito no plural quando o sujeito composto está antes
do verbo.
Uma mulher e um homem foram atingidos.
No entanto, é possível que o sujeito composto esteja depois do verbo. Nesse caso,
a concordância pode ser feita de duas maneiras: no plural ou com o primeiro núcleo,
ou seja, a primeira palavra mais importante daquele sujeito.
Foram atingidos um homem e uma mulher.
Foi atingido um homem e uma mulher.
Na primeira frase o verbo está concordando no plural (concorda com UM HOMEM
E UMA MULHER). Na segunda, o verbo concorda apenas com o primeiro núcleo do
sujeito (HOMEM)
Com essas expressões, fica tudo muito fácil, pois podemos utilizar o verbo no
singular ou no plural. Tanto faz!
Um e outro não gostou da comida.
Um e outro não gostaram da comida.
Nem eu nem você estamos bem.
Nem eu nem você está bem.
8.13 Ou
O verbo deve concordar sempre com a palavra que vem após a conjunção OU e, se
ela aparecer mais de uma vez na frase, o verbo concordará com a palavra que vem
após a última vez em que ela aparece.
Ou eles ou nós seremos os campeões.
Ou nós ou eles serão os campeões.
Ela ou eu serei contratada.
Eu ou ela será contratada.
ANOTE ISTO
https://portuguesemplacas.blogspot.com/2014/
AULA 09
REGÊNCIA VERBAL
9.1 Aspirar
https://docplayer.com.br/5911096-Materia-lingua-portuguesa-professor-karla-gomes-serie-3o-ano-tipo-trabalho-de-recuperacao-2a-etapa.html
O verbo ASPIRAR tem dupla regência. Esse verbo assume significados diferentes,
dependendo se está ou não seguido de preposição. Quando o utilizamos sem preposição,
ele é sinônimo de respirar, inspirar, inalar, etc.
Vejamos alguns exemplos:
9.2 Visar
9.3 Assistir
https://atividadesdeportugueseliteratura.blogspot.com/2019/10/transitividade-verbal-exercicio-com.html
9.4 Implicar
https://brainly.com.br/tarefa/36448342
Essa frase está incorreta, pois não utilizamos a preposição EM (NA= EM + A) com
o verbo implicar.
O verbo implicar também pode ter o sentido de antipatizar, cismar, importunar,
provocar, etc. Nesses casos, ele deve ser seguido pela preposição COM. Vejam o
exemplo a seguir:
https://br.pinterest.com/pin/53902526768486433/
9.5 Obedecer
Pode até não parecer, mas essa placa apresenta erro de regência. O verbo OBEDECER
deve ser seguido pela preposição A. É o que diz a gramática normativa. Existe uma
tendência a utilizarmos esse verbo sem preposição, assim como podemos ver na
placa. Porém, temos que ter cuidado, pois, em contextos formais, em que devemos
utilizar a norma culta da língua, precisamos nos atentar à regência correta. O correto
nesse caso seria, portanto:
OBEDEÇA À SINALIZAÇÃO.
Deveria ocorrer crase (A – preposição + A – artigo), assunto que veremos em uma
de nossas próximas aulas.
Tenham sempre em mente que o correto com relação à regência do verbo obedecer
é: obedecer A algo ou A alguém.
Devemos obedecer aos nossos pais.
O aluno deve obedecer ao professor.
http://www.vsgcondominios.com.br/?p=1251
https://www.facebook.com/supermercado.dorense/photos/bom-dia-avisamos-aos-nossos-clientes-e-amigos-que-o-supermercado-dorenserede-
uai/1315372911935637/
9.7 Reclamar
https://pt.dopl3r.com/memes/graciosos/cloe-ironica-voce-gosta-do-calor-eu-nao-ta-doida-e-do-frio-voce-gosta-tambem-nao-do-que-voce-gosta-eu-gosto-e-de-
0-entaeo-reclamar/206398
Está aí um verbo que todos nós conhecemos. O verbo RECLAMAR. Quem nunca
reclamou de alguma coisa que atire a primeira pedra. Uns reclamam mais, outros,
menos, mas a verdade é que todos nós, vez ou outra, temos uma reclamaçãozinha
a fazer, não é mesmo?!
Reclamar DE algo é mostra-se descontente com aquilo. Podemos reclamar do
clima, do trabalho, dos estudos, dos amigos, dos colegas, do preço do combustível,
da inflação. Enfim, podemos reclamar DE muitas coisas. Mas vocês sabiam que o
verbo RECLAMAR possui outra regência que faz com que ele tenha outro sentido?
Pois é, podemos também RECLAMAR ALGO, ou seja, reivindicar. Nesse caso, não
há preposição.
A população deve reclamar seus direitos.
O filho reclamou a herança do pai.
9.8 Ir
https://www.bombounowa.com/imagens/voce-vai-na-festa-neto/
Pode parecer que não, mas na imagem apresentada, temos um erro de regência. É
muito comum dizermos que vamos EM algum lugar, não é mesmo. Tudo bem, no dia
a dia podemos fazer isso, utilizando a linguagem coloquial. No entanto, precisamos
conhecer a regência correta do verbo IR.
ANOTE ISTO
https://brainly.com.br/tarefa/13194169
AULA 10
PONTUAÇÃO
Uma das coisas que mais nos deixam confusos na hora de escrever é, sem dúvida,
a pontuação. Para sermos mais específicos, o que realmente nos deixa de cabelo em
pé é nossa querida amiga vírgula, não é mesmo?!
Muitas vezes, ouvimos pessoas dizerem que temos que colocar vírgula onde
respiramos. Arriscado, não acham? Se for assim, quando estivermos cansados,
respirando com uma frequência maior, colocaremos mais vírgula. Imagine alguém
com uma crise de asma escrevendo um e-mail. Teríamos vírgulas até no meio das
palavras.
Brincadeiras à parte. Mas, realmente, essa informação de que devemos colocar
vírgulas quando respiramos é arriscada e não faz muito sentido. Precisamos, portanto,
conhecer as regras para que realmente saibamos quando colocar ou não vírgulas em
nosso texto.
Aí vocês podem pensar se faz mesmo tanta diferença colocarmos vírgulas
corretamente em nossos textos. E eu digo a vocês que é extremamente importante,
pois ela tem o poder de mudar todo o sentido de uma frase.
Sabiam que a ausência de uma vírgula pode nos tornar canibais? Vou mostrar a
vocês que não estou mentido. Vejam:
Quero comer, gente!
Quero comer gente!
Na primeira frase, a palavra GENTE após a vírgula se torna vocativo, ou seja,
estou me referindo às pessoas com quem estou falando. Na segunda frase, GENTE
é complemento do verbo COMER. Então estou dizendo que quero comer gente. Tenso,
não acham? É como dizer: Quero comer chocolate!
Então, tomem muito cuidado com as vírgulas. Muito cuidado mesmo
Vamos dar uma olhada em alguns casos em que a vírgula ou a ausência dela fez
toda a diferença?
https://segredosdomundo.r7.com/virgula/
Um pouco estranho esse aviso, não acham? Bicicletas não podem fumar cães. É
mais ou menos isso o que está escrito aí. Faltaram vírgulas!
Vamos ao próximo exemplo.
NÃO FIQUE!
NÃO, FIQUE!
Sabem qual é a diferença entre as duas frases? Na primeira a pessoa não quer
que você fique. Não segunda, ela está te pedindo para ficar. Vejam só, uma vírgula
mudando tudo. Poderosa, não acham?
Agora, observem isto:
https://segredosdomundo.r7.com/virgula/
Esse aí está vendendo pessoas. Tráfico de pessoas é crime. Olha a vírgula tornando
as pessoas criminosas. O que aconteceu foi que a vírgula foi colocada no lugar errado.
Ele quis falar com as meninas. Deveria, portanto, ter escrito da seguinte forma:
Vendo, meninas. Aceito cartão.
E tem mais. Deem só uma olhada:
https://segredosdomundo.r7.com/virgula/
Nesse caso, a pessoa disse que queria virar menina. Faltou nossa amiga vírgula
mais uma vez. O correto seria:
Vamos virar, meninas.
Agora que já mostrei como uma vírgula pode fazer uma enorme diferença e até nos
tornar criminosos ou canibais, vamos aprender então algumas regras com relação ao
uso desse sinal de pontuação tão importante e tão necessário.
Nesta aula, não falarei de todas as regras de pontuação, pois seria algo muito
extenso. Porém, passarei para vocês as principais regras com relação ao uso da
vírgula, para que, a partir de hoje, vocês possam usá-la com maior segurança, sem
correrem o risco de escrever algo que não queriam apenas pelo fato de colocar uma
vírgula onde não deviam ou então por não colocarem uma onde ela deveria estar.
Vamos às regras
Existem alguns casos em que não podemos, em hipótese alguma, usar vírgulas.
Vamos dar uma olhada.
Não podemos utilizar vírgula para separar sujeito e verbo. A regra é bem clara. Mas,
para sabermos utilizá-la, é necessário que saibamos identificar o sujeito da oração.
Para achar o SUJEITO de uma oração, devemos perguntar ao verbo: QUEM?
A resposta não precisa ser, necessariamente, uma pessoa. Vejam:
Magali comeu uma melancia inteira.
QUEM comeu? MAGALI = Sujeito
Meu carro quebrou na estrada.
QUEM quebrou? MEU CARRO = Sujeito
A maçã estava podre.
QUEM estava podre? A MAÇÃ = Sujeito
Pronto! Já sabemos achar o sujeito. Também sabemos que não podemos separá-lo
do verbo com vírgula. Deem uma olhada nesta frase:
João, estava cansado de tanto trabalhar * (ERRADO)
A frase acima está errada, pois JOÃO é sujeito e ESTAVA é verbo, e essas palavras
estão separadas por vírgula. A versão correta seria:
João estava cansado de tanto trabalhar.
O único caso em que uma vírgula aparecerá depois do sujeito e quando formou
colocar alguma palavra ou bloco de palavras entre o sujeito e o verbo, por exemplo:
João, meu melhor amigo, estava cansado de tanto trabalhar.
Nesse caso, MEU MELHOR AMIGO está explicando quem é o João. Esse grupo de
palavras foi colocado entre o sujeito e o verbo. Quando fazemos isso, colocamos esse
“bloquinho” de palavras entre vírgulas. É como se as vírgulas estivessem abrindo um
espaço ali para podermos acrescentar informações.
10.2.1 Vocativo
Os vocativos devem sempre vir isolados por vírgulas. Mas o que é um VOCATIVO?
De maneira bem simples, vocativo é a palavra que nós utilizamos para chamar alguém
quando estamos falando com essa pessoa. Vejam os exemplos:
João, venha aqui!
Maria, você pode vir trabalhar mais cedo amanhã?
Quero falar com você, Pedro.
Vamos, gente!
Estou vendendo maquiagem, meninas.
Preciso marcar uma reunião, pessoal, o mais rápido possível.
Percebam que as palavras JOÃO, MARIA, PEDRO, GENTE, MENINAS e PESSOAL
são utilizadas para “chamar” a pessoa ou as pessoas com que estamos falando. São,
portanto, vocativos e devem ser isolados por vírgula, independentemente da posição
que ocupam na frase (começo, meio ou fim).
As orações adjetivas, de maneira bem simples, são grupos de palavras, nos quais pelo
menos uma delas é verbo, que são utilizados para dar características, para qualificar
algo que foi mencionado na frase.
Um outro caso de uso da vírgula é quando temos elipse do verbo. Elipse nada mais é
do que a omissão de um termo. De maneira bem simples, temos elipse de uma palavra
quando ela está “escondida” na frase. Ela não está ali, mas é coo se estivesse. Vejam:
Vou tentar explicar esse último caso para vocês de maneira bem simples. As palavras,
dependendo da função que exercem, tem um local padrão nas frases. Por exemplo:
Comprei um par de sapatos para minha mãe ontem.
A palavra ONTEM é um ADJUNTO ADVEBIAL. Mas o que é isso? Adjuntos adverbiais
dão informações extra na frase. Se eu dissesse que comprei um par de sapatos para
minha mãe, essa frase já faria sentido. Mas eu quis dar informação extra. Quis dizer
que fiz isso ontem. ONTEM é, portanto, um adjunto adverbial de tempo. A posição
padrão dos adjuntos adverbiais é o fim da frase. No entanto, podemos deslocar esses
adjuntos e colocá-los em outras posições. Se fizermos isso, precisamos colocá-los
entre vírgulas. Vejam:
Ontem, comprei um par de sapatos para minha mãe.
Comprei, ontem, um par de sapatos para minha mãe.
Comprei um par de sapatos, ontem, para minha mãe.
Toda palavra ou grupo de palavras que formos utilizar em uma frase fora de sua
posição precisa ser colocado entre vírgulas. Como já disse anteriormente nesta aula,
as vírgulas abrem espaço para colocarmos algo ali. Imaginem as vírgulas têm o poder
de empurrar as palavras para a esquerda e para a direita, abrindo espaço para palavras
“a mais” que queremos encaixar na frase.
Nesta aula, pudemos ver algumas regras relacionadas ao uso da vírgula, regras
essas que os ajudarão a não cometer erros básicos quando forem escrever seus
textos. Espero que, a partir de hoje, as vírgulas não sejam mais um “monstrinho” na
vida de vocês.
AULA 11
ESCLARECENDO
ALGUMAS DÚVIDAS
Com certeza, vocês, pelo menos alguma vez na vida, já se encontraram em dúvida
entre suas palavras ou duas expressões, sem saber qual delas utilizar na hora de falar
ou escrever. Existem algumas pedrinhas em nosso caminho quando o assunto é a
língua portuguesa. Mas não se preocupem! Nesta aula, ensinarei a vocês como se
livrar dessas pedrinhas, de modo que vocês terão menos dúvidas quando forem se
comunicar, seja por escrito ou oralmente.
Quando dizemos que uma coisa vai AO ENCONTRO DE outra, estamos dizendo
que essas coisas estão em concordância. É só pensarmos que, quando vamos ao
encontro de alguém, queremos encontrar essa pessoa, queremos estar junto dela.
Meus projetos vão de encontro aos seus.
Nesse exemplo, portanto, os projetos têm as mesmas ideias, os mesmos fins. Um
projeto “concorda” com o outro, eles têm objetivos comuns.
Por outro lado, a expressão DE ENCONTRO A significa estar em lado oposto, discordar,
ser contrário a algo.
Meus projetos vão de encontro aos seus.
Aqui, os projetos têm ideias contrárias, um discorda do outro, os objetivos são
opostos.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/educalab/em-vez-de-ou-ao-inves-de-veja-diferenca-das-duas-expressoes-1.2988494
Essas duas expressões indicam a substituição de uma coisa por outra. No entanto,
existe diferença entre elas.
AO INVÉS DE faz a substituição de algo pelo seu oposto.
Você não prefere se sentar ao invés de ficar em pé? (sentar-se e ficar em pé são
opostos)
Já a expressão EM VEZ DE deve ser utilizada quando substituímos uma palavra
ou expressão por outra que não é seu oposto.
Em vez de viajarmos, decidimos guardar dinheiro para comprar nossa casa própria.
http://memegenerator.net/instance/76702810/galo-cego-meme-no-nada-a-ver-irmo
11.5 Anexo
A palavra ANEXO pode ser um adjetivo. Nesse caso, deve concordar com o substantivo
a que se refere, como vimos no capítulo sobre concordância nominal.
Segue ANEXO o documento.
Segue ANEXA a ata.
Seguem ANEXOS os documentos.
Seguem ANEXAS as atas.
No entanto, a palavra ANEXO pode, também, ser um substantivo, significando aquela
“parte extra” de um documento, livro, etc. Nesse caso, podemos dizer que existe algo
EM ANEXO, ou seja no anexo que existe em um documento, edital, livro, etc.
Segue, EM ANEXO, o documento.
https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/112736731289/tirinha-original
https://www.facebook.com/linguaportuguesa07/photos/simples-assim-ela-diz-obrigada-e-ele-diz-obrigadoapostilas-digitais-com-exerc%C3%ADci/5028796917134239/
https://clubedamafalda.blogspot.com/2014/06/tirinha-704.html#.YY3obWDMI2w
O verbo HAVER joga o tempo para trás. Portanto, indica tempo passado.
O acidente aconteceu agora há pouco.
Há dias não te vejo. (Esses dias já passaram.)
A preposição A joga o tempo para frente. É, portanto, utilizada para se referir a
tempo futuro.
A reunião começará daqui a pouco.
Tenho muita coisa a fazer. (Coisas para fazer no futuro.)
11.9 Em domicílio
https://www.avozdobem.com/2020/03/itapiuna-relacao-dos-comercios-que-fazem-entregas-em-domicilio/
https://www.pensador.com/frase/MTUzNzc3Mg/
Não sei se esse é um bom ou um mau conselho. O que posso dizer a vocês é que
existe aí um erro de concordância verbal. O verbo VIR na terceira pessoa do plural
(eles) deve receber acento circunflexo (eles vêm).
A maneira correta de se escrever é:
Ele vem – eles vêm.
O mesmo acontece com o verbo TER:
Ele tem – eles têm.
https://www.mensagens10.com.br/mensagem/11181
A FIM significar com o intuito, com o objetivo, com interesse. Portanto, quando
estamos interessados em alguém ou em algo, devemos dizer que estamos A FIM
daquilo ou daquela pessoa. Portanto, essa imagem nos mostra um erro com relação
à escrita.
Vamos ver outros exemplos:
Fiz esta festa A FIM DE arrecadarmos dinheiro para nosso projeto. (com o objetivo
de)
Estamos A FIM DE viajar. (temos interesse em viajar)
ANOTE ISTO
Os porquês
https://brainly.com.br/tarefa/26206209
Como vocês, com certeza, devem saber, existem quatro porquês em nossa língua:
Porque – junto e sem acento.
Porquê – junto e com acento.
Por que – separado e sem acento.
Por quê – separado e com acento.
Veremos, a partir de agora, como utilizar essas quatro palavras corretamente.
POR QUE
• No começo de perguntas.
Por que você não me ligou?
• Quando podemos colocar antes de POR QUE “o motivo”, ou, depois de POR
QUE, “motivo”.
Gostaria de saber POR QUE você não me ligou.
Gostaria de saber “o motivo” POR QUE você não me ligou.
Gostaria de saber POR QUE “motivo” você não me ligou.
• Quando podemos trocar POR QUE por PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS
ou PELAS QUAIS.
Ele não me disse a razão POR QUE não compareceu.
Ele não me disse a razão PELA QUAL não compareceu.
PORQUE
PORQUE é uma conjunção explicativa ou causal e, por isso deve ser utilizada para
explicar ou para falar a causa (ele é explicativo ou causal)
PORQUE choveu eu não saí de casa.
Gosto de dormir tarde PORQUE acordo tarde.
POR QUÊ
Essa forma é utilizada em finais de frases afirmativas, negativas ou perguntas.
Ele não veio e não me disse POR QUÊ.
Você desistiu da vaga de emprego, POR QUÊ?
PORQUÊ
PORQUÊ é um substantivo. Usado sempre com artigos (o, um) ou pronomes (esse,
aquele, nenhum, algum, etc.)
Ele desistiu do emprego sem ter nenhum PORQUÊ.
Ele não veio e não me disse o PORQUÊ.
AULA 12
DESVENDANDO OS
MISTÉRIOS DA CRASE
O que é crase?
CRASE, ao contrário do que muitos pensam, não é o nome que damos para este
acento => `. Esse é o acento grave, que, ao contrário do acento agudo (´), que abre a
pronúncia de uma vogal, serve para fechar a pronúncia de vogais em algumas línguas,
como o francês, por exemplo.
Na língua portuguesa, no entanto, o acento grave não é utilizado com essa função.
Vocês, com certeza, nunca viram uma palavra em português com acento grave utilizado
para fechar a pronúncia de uma vogal, porque isso realmente não existe em nossa
Por que não ocorre crase antes de palavra masculina? A resposta é simples. Como
já vimos, para haver crase, é necessário que haja a preposição A e o artigo feminino
A. Se o artigo é feminino, ele não aparecerá antes de palavras masculinas. Quando há
junção de preposição + artigo antes de palavras masculinas, o que temos é a palavra
AO (A – preposição + O – artigo).
https://site.ubuntufin.com.br/compras-a-vista-ou-compras-a-prazo/
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/05/20/motos-sao-proibidas-de-trafegar-na-marginal-pinheiros-a-partir-desta-segunda-feira.ghtml
Assim como não há artigo feminino antes de palavras masculina, também não
há artigo feminino antes de verbos. Portanto, em construções como A PARTIR e A
SEGUIR, por exemplo, não ocorre crase.
A partir de amanhã, abriremos a loja às 8:00h.
Para saber se estamos diante de um verbo, tenho uma boa dica. O A preposição
ocorre antes de verbos no infinitivo, ou seja, o verbo em sua forma terminada em AR,
ER ou IR. Por exemplo:
A cantar.
A fazer.
A sorrir.
Em casos como esses, nunca haverá crase.
Tenho mais uma dica para sabermos se a palavra que está após o A é um verbo.
Verbos são palavras que podemos conjugar. Mas como assim?
É simples. Vejam:
A palavra MULHER é verbo?
Para sabermos se é ou não, tentamos conjugar essa palavra. Não é possível dizer
eu mulher, tu mulheres, ele mulher, etc. Portanto, não se trata de um verbo.
Já a palavra FAZER é um verbo, pois podemos conjugá-la (eu faço, tu fazes, ele
faz, etc.).
Antes de pronomes pessoais (eu, tu, ele, ela, nós, et.), pronomes indefinidos (algum,
nenhum, todos, todas, nada, etc.) e pronomes demonstrativos (este, esta, esse, essa,
etc.) não há artigo feminino. Portanto, não ocorre crase antes dessas palavras.
https://topfrasesemensagens.com/frases-do-dia-do-caminhoneiro/parabens-a-todos-os-caminhoneiros/
12.2.1 Distância
12.2.2 Casa
Não corre crase antes da palavra casa, quando estivermos nos referindo à nossa
própria casa ou à casa da pessoa de quem estamos falando. Observem:
Preciso voltar a casa. Esqueci meu celular. (minha própria casa)
João voltou a casa para pegar alguns papéis. (João voltou para sua própria casa).
Quando falamos, por exemplo, que iremos à casa de uma outra pessoa, aí sim,
devemos utilizar crase.
Amanhã, iremos à casa da Joana, pois é seu aniversário.
12.2.3 Terra
12.2.5 Horários
Existem algumas expressões em que existe crase. Você pode conferir muitas delas
no endereço a seguir:
https://duvidas.dicio.com.br/expressoes-que-se-escrevem-com-e-sem-crase/
Com crase ou sem crase: uso da crase em expressões
Espero que, com esta aula, vocês tenham conseguido entender a ocorrência da
crase e , se ela era um problema na vida de vocês, que não seja mais A PARTIR de hoje.
AULA 13
PARA EU OU PARA MIM?
– ENTENDENDO OS
PRONOMES PESSOAIS
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/educalab/para-mim-ou-para-eu-confira-o-uso-correto-dos-dois-pronomes-pessoais-1.2988500
Importante ressaltar que, no caso da terceira pessoa, aquela de quem se fala, essa
pessoa do discurso não precisa necessariamente ser uma pessoa, um ser humano.
Podemos, por exemplo, falar sobre um lugar, sobre um objeto, sobre um animal, etc.
Temos, então, três pessoas do discurso, e essas pessoas têm forma singular e plural:
• Eu
• Tu
• Ele
• Nós
• Vós
• Eles
Os pronomes pessoais do caso reto são os pronomes que exercem função de sujeito
em uma oração. Vocês se lembram do que devemos fazer para identificar o sujeito?
Basta perguntarmos ao verbo: QUEM? E a resposta será o sujeito da oração.
O gato caiu do telhado.
Quem caiu? O gato.
Nessa oração, portanto, o sujeito é O GATO.
Meu computador está com problema.
Quem está com problema? Meu computador.
Nesse caso, o sujeito é MEU COMPUTADOR.
Nesse exemplo, temos o pronome O sendo utilizado para retomar JOÃO. Esse
pronome exerce, na oração, a função de objeto direto do verbo ver (Eu o vejo). É
muito comum ouvirmos e dizermos, em nosso dia a dia, EU VEJO ELE. No entanto, o
pronome ELE não pode ser utilizado com a função de objeto direto de uma oração.
Então, em contextos que exigem o uso da norma culta da língua, precisamos estar
muito atentos a isso.
O pronome ELE, que pertence ao caso reto, só pode ser utilizado com função de
objeto indireto, ou seja, quando ele é complemento de um verbo e vem precedido de
preposição. Vejam:
Comprei um presente para ele.
Nesse caso, PARA ELE é objeto indireto do verbo comprar. Podemos, portanto, após
a preposição PARA, utilizar o pronome ELE com função de objeto indireto.
Os pronomes do caso oblíquo se dividem em ÁTONOS e TÔNICOS. Os átonos são
aqueles que utilizamos quando não há preposição, e os tônicos devem ser utilizados
após preposição.
Vamos dar uma olhada na tabela.
CASO OBLÍQUO
ÁTONOS TÔNICOS
ME MIM, COMIGO
TE TI, CONTIGO
SE, O, A, LHE SI, CONSIGO, ELE e ELA, após preposição (para ele, com ela, etc.)
NOS CONOSCO, NÓS, após preposição (de nós, para nós, etc.)
VOS CONVOSCO, VÓS, após preposição (a vós, por vós, etc.)
SE, OS, AS, LHES SI, CONSIGO, ELES e ELAS, após preposição (por eles, a elas, etc.)
Agora, se formos pensar que as formas TU e VÓS quase não são utilizadas, podemos
pensar que, para a segunda pessoa, a tabela dos pronomes ficaria assim:
ANOTE ISTO
O pronome LHE significa A/PARA ELE, A/PARA ELA, A/PARA VOCÊS. Portanto,
utilizamos esse pronome, assim como sua forma plural LHES, apenas quando o
verbo pedir a preposição A ou a preposição PARA.
Vejam:
Eu lhe vi ontem.*
Essa frase está errada, pois o verbo VER não pede preposição A ou preposição
PARA. Nós não vemos A/PARA alguém. Nós vemos alguém. Portanto, o uso do
pronome LHE , nesse caso, está incorreto.
Agora, observem:
Meu irmão fez aniversário e eu lhe dei um celular novo.
Nesse caso, o uso do pronome LHE está perfeitamente correto, pois eu dei um
celular A ele (ou PARA ele).
Eu quero um carro novo para mim.
• Eu = sujeito.
• Mim = objeto indireto do verbo comprar (para mim).
Eu o vi no shopping ontem.
• Eu = sujeito.
• O = objeto direto do verbo ver (o vi = “vi ele” – objeto direto do verbo ver).
Nós a buscamos na rodoviária.
• Nós = sujeito do verbo buscar.
• A = objeto direto do verbo buscar (“buscamos ela”)
Ontem, foi aniversário da Laura. O João lhe deu um celular novo.
• Lhe = objeto indireto do verbo dar (deu para ele)
Ele não se perdoará por ter perdido essa oportunidade.
• O pronome SE e o pronome SI são reflexivos, ou seja, referem-se à própria
pessoa, ao próprio sujeito. O pronome CONSIGO tem a mesma característica.
• Não SE perdoará = não perdoará a si mesmo.
Vocês irão à festa conosco?
• Conosco = com nós.
Venha amanhã e traga consigo suas anotações para que possamos discuti-las.
• Consigo = reflexivo, ou seja, traga com você mesmo.
https://dbconcurseiro.blogspot.com/2018/11/fgv-analista-bancario-bnb2014.html?m=1
https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/118624091004/tirinha-original
• Ela cuida de MIM = o pronome MIM é objeto indireto do verbo cuidar e está
precedido de preposição.
• ME ama, ME ensina, ME educa = “ama eu”, “ensina eu”, “educa eu”. Nesses três
casos, ME é objeto direto dos verbos amar, ensinar e educar.
https://vitrinecatarina.wordpress.com/tag/ilustracao/
IMPORTANTE:
Os pronomes O, A, OS AS, podem sofrer variações quando utilizados após um verbo.
As suas variantes são:
• O, A = LO, LA, NO, NA.
• OS, AS = LOS, LAS, NOS, NAS.
https://observatorio3setor.org.br/noticias/escritora-faz-tirinhas-sobre-cultura-negra-e-empoderamento/
• Abri-la = abrir ela = o pronome A sofreu variação pode ser utilizado após o verbo
ABRIR, que tem sua terminação em R.
Esta aula serviu para que vocês aprendessem um pouco mais sobre os pronomes
pessoais. Espero que, a partir de hoje, seja mais fácil para você fazer as escolhas
corretas na hora de utilizar esses pronomes.
Até a próxima aula!
AULA 14
CONSTRUINDO IMAGENS COM
AS PALAVRAS – COMPARAÇÃO,
METÁFORA E METONÍMIA
https://www.todamateria.com.br/metafora/
Percebam que, nesse exemplo, houve duas comparações: O AMOR É COMO UMA
FLOR e O AMOR É COMO UM CARRO.
Como eu disse, a comparação se faz explícita. Nesse caso, isso acontece por meio
do uso da palavra COMO. É importante prestarmos atenção ao fato de que a primeira
comparação não “tocou” Armando, pois não se trata de uma comparação feita com um
elemento de seu universo. Quando, no entanto, a namorada utiliza uma comparação
com algo que faz parte de suas preferências de seus interesses, ele consegue entender
o que ela está dizendo. Isso ilustra muito bem o que eu disse a vocês no início desta
aula. As figuras nos ajudam a chegar ao leitor, a “tocá-lo”, fazer com que nosso texto
cause um efeito sobre ele. Mas, para que isso aconteça, é necessário que utilizemos
elementos de seu mundo, coisas que nosso leitor/ouvinte entenda, que façam sentido
para ele.
Vamos ver mais exemplos de comparação.
Chora minha alma
Como um pássaro de asas machucadas
Nos meus sonhos, te procuro
Chora minh’alma.
Disponível em: https://www.vagalume.com.br/bruno-e-marrone/choram-as-rosas.html
https://revistavelha.wordpress.com/2012/10/
Aqui, temos a roupa comparada a uma pétala de rosa. A construção dessa imagem
intensifica o sentido, pois sabemos o quão delicada uma pétala de rosa é, e o uso
dessa comparação nos remete a isso.
Na música Carta de amor, gravada por Maria Bethânia, temos comparação metafórica
no seguinte trecho:
Vivo de cara pra o vento na chuva e quero me molhar
O terço de Fátima e o cordão de Gandhi cruzam o meu peito
Sou como a haste fina que qualquer brisa verga
Mas nenhuma espada corta.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/maria-bethania/carta-de-amor/
Na canção, ela se compara a uma haste fina que pode ser facilmente vergada, o
que nos faz visualizar mentalmente sua fragilidade, sua fraqueza.
14.2 Metáfora
dessa “comparação”. O domínio alvo é aquele que receberá essas características. Por
exemplo:
https://www.petboop.com/prestadores/Jardim-Florida--Campina-Grande-do-Sul--PR/stilo-pet/18944/
Nesse exemplo, temos a metáfora SEU CÃO SAI UM GATO”. O domínio de origem
é o GATO, que “empresta” ao cão uma de suas características (a beleza).
Não posso deixar de comentar que há um erro de ortografia nesse anúncio. O
correto seria LEVA E TRAZ. TRAZ é do verbo trazer. TRÁS é da parte de trás, ou seja,
a parte oposta à frente.
Mas, voltemos à metáfora. Mesmo sem perceber, sem saber que estamos utilizando
uma metáfora, fazemos isso com muita frequência em nosso dia a dia. Quando falamos,
por exemplo: Fulano é um deus grego, estamos utilizando uma metáfora, pois estamos
transferindo à pessoa uma das características de um deus grego, que é a beleza.
Vamos dar uma olhada em mais alguns exemplos.
https://www.maisbolsas.com.br/enem/lingua-portuguesa/metafora-e-comparacao
Temos, aqui, três metáforas que remetem ao bem que a pessoa faz para a outra. Nada
melhor que um colírio quando nossos olhos estão coçando, um descongestionante
nasal quando estamos com o nariz entupido e um antiácido quando estamos com
azia, não é mesmo?!
http://professordiorges.blogspot.com/2020/11/figuras-de-linguagem-7-ano-metafora.html
Temos, nesse exemplo, mais uma metáfora: FILHO, VOCÊ É MEU SOL. Aqui, são
transferidas para o filho algumas características do sol: a importância, a grandeza, a
beleza, o fato de que sem o sol não viveríamos.
As metáforas são muito presentes nas músicas, pois com elas fica muito mais
fácil mexer com as emoções. Vejam esse trecho da música Fogo e Paixão, gravada
pelo cantor Wando.
Você é luz
É raio estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô
Você é “sim”
E nunca meu “não”
Quando tão louca
Me beija na boca
Me ama no chão
Disponível em: https://www.letras.mus.br/wando/49324/
Vejam, nessa música, a importância que a pessoa amada tem na vida da outra,
pois é luz, raio, estrela, luar, manhã de sol. Várias metáforas sendo utilizadas para
caracterizar aquele ou aquela que se ama.
Observem a música Fico assim sem você, que foi gravada por Adriana Calcanhoto
e Claudinho e Buchecha:
Por que é que tem que ser assim Neném sem chupeta,
se o meu desejo não tem fim. Romeu sem Julieta,
Eu te quero a todo instante sou eu assim sem você.
nem mil alto falantes Carro sem estrada,
vão poder falar por mim. queijo sem goiabada,
sou eu assim sem você
Amor sem beijinho,
Bochecha sem Claudinho, Por que é que tem que ser assim
sou eu assim sem você. se o meu desejo não tem fim.
Circo sem palhaço, Eu te quero a todo instante
namoro sem amasso, nem mil auto falantes vão poder
sou eu assim sem você falar por mim
Alguns de vocês podem até não gostar da música, podem achá-la brega, mas não
podemos negar que o uso de metáforas faz com que percebamos e consigamos
14.3 Metonímia
https://www.todamateria.com.br/figuras-de-linguagem/
Nesse caso, não se trata de uma boca, mas de uma pessoa para alimentar dentro
do barraco. Existem outros tipos de metonímia, como, por exemplo, O AUTOR PELA
OBRA. Utilizamos o nome do autor para nos referirmos não a ele, mas à obra que ele
produziu. Vejam:
https://www.goconqr.com/quiz/13353800/figuras-de-linguagem-prof-edna
É claro que aqui não se trata de ler a pessoa Machado de Assim, e sim, sua obra,
ou seja, os livros que ele escreveu.
Quando digo que gosto de ouvir Caetano, não quero dizer que gosto de ouvir Caetano
falando, mas que gosto de suas músicas.
Um tipo muito comum de metonímia é A MARCA PELO PRODUTO.
Preciso comprar omo. (sabão em pó)
Gosto muito de danone. (iogurte)
Não tem mais gilette em casa. (aparelho de barbear)
Você comprou pó royal? (fermento em pó)
Quer tomar coca? (refrigerante)
ANOTE ISTO
AULA 15
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE
TEXTOS: DICAS E ESTRATÉGIAS
Nesta aula, veremos algumas dicas que podem nos ajudar a compreender e
interpretar textos. Apresentarei a vocês algumas estratégias, alguns pontos gramaticais
que podem ajudá-los e, na segunda parte da aula, falaremos sobre intertextualidade.
A primeira coisa que precisamos ter em mente com relação à leitura e interpretação
de textos é que não existe um segredo, não existe fórmula. Para sabermos interpretar,
precisamos praticar.
Um jogador de futebol, por exemplo, só chega à excelência com muita prática,
são horas e horas diárias de treino. A pessoa pode ter talento, mas sem a prática,
não conseguirá ser excelente naquele esporte. Isso vale para tudo em nossa vida. se
quisermos ser muito bons em algo, precisamos de treino.
Com a interpretação de texto não é diferente. Se quisermos ser muito bons na
hora de interpretar, precisamos praticar. Quanto mais lermos, quanto mais fizermos
exercícios de interpretação, melhores seremos, podem ter certeza disso.
Aí vocês podem me perguntar o motivo desta aula então, já que não existe uma
fórmula mágica para aprendermos a interpretar. Realmente, não existe! Porém, posso
dar a vocês algumas dicas, muitas delas relacionadas ao conteúdo que aprendemos
durante este curso. Tudo aquilo que vocês aprenderam até aqui, com certeza, irá
ajudá-los na hora da interpretação.
Alguns pontos gramaticais são importantíssimos na hora de interpretarmos um texto,
pois eles podem, muitas vezes, nos confundir. É o caso, por exemplo, da pontuação.
Vocês se lembram de como uma vírgula pode mudar completamente o sentido de
uma frase? Pois então! Muita atenção às vírgulas a partir de agora. Não caiam em
armadilhas.
15.1.1 Exceto
15.1.2 Respectivamente
Essas palavras estão muito “na moda”. É muito comum nós as encontramos em
provas, em várias questões. Trata-se de palavras sinônimas, ou seja, elas têm o mesmo
significado. Quando nos perguntam o que podemos inferir ou depreender a partir da
leitura de um texto, estão nos pedindo para dizer o que é possível concluir, a que
conclusão podemos chegar com a leitura daquele texto.
Observem a questão a seguir:
(FATEC SP)
Leia a charge:
https://nikoguru.uai.com.br/disciplinas/portugues/denotacao-e-conotacao/
Nesse exemplo, temos a palavra PNEU utilizada com sentido DENOTATIVO, quando
o mosquito fala de seu “amor” por pneus, e com sentido CONOTATIVO na fala da
mulher, que se refere às suas gordurinhas, chamando-as de PNEUS, ou seja, não se
trata de pneus de verdade, a palavra não foi utilizada com seu sentido real.
15.2 Intertextualidade
Agora, vamos falar um pouco sobre algo que também pode nos ajudar muito na hora
da interpretação e, também, na hora da produção de textos: a INTERTEXTUALIDADE.
A intertextualidade é quanto temos em um texto pistas físicas de um outro texto.
Como assim, professora?
É simples! Vamos pensar em um tipo de intertextualidade que utilizamos muito no
ambiente acadêmico. Quando vamos escrever o TCC, por exemplo, precisamos citar
outros autores. Utilizamos livros, artigos, por exemplo, escritos por outras pessoas, que
tratam daquele assunto que estamos abordando em nosso trabalho. Para utilizá-los,
fazemos, muitas vezes, citações, diretas ou indiretas. Esse é um tipo de intertextualidade,
pois trazemos para nosso texto trechos de textos de outros autores.
Existem vários tipos de intertextualidade (paródia, citação, tradução, alusão, etc.).
Falar de todos esses tipos deixaria nossa aula muito longa, e esse não é nosso objetivo
aqui. Quero apenas que vocês saibam que a intertextualidade é trazer para um texto
pistas físicas de outro, é incorporar um texto ao outro. Importante ressaltar que isso
pode acontecer com textos verbais e não verbais.
Vamos, então dar uma olhada em alguns exemplos de intertextualidade.
https://beduka.com/blog/materias/portugues/o-que-e-intertextualidade/
https://www.todoestudo.com.br/portugues/intertextualidade
Temos, aqui, a intertextualidade com a capa do álbum Abbey Road, lançado pela
banda Beatles, em 1969.
No exemplo a seguir, podemos notar intertextualidade com linguagem verbal e
com a linguagem não verbal. A propaganda do Hortifruti, traz intertextualidade com
o cartaz do filme O diabo veste Prada. Percebam que as pistas físicas estão nas
imagens (o sapato e quiabo, a forma como o cartaz foi construído, o formato das
letras) e, também, na linguagem verbal (O quiabo veste Prada = O diabo veste Prada).
https://www.proenem.com.br/enem/lingua-portuguesa/intertextualidade-tipos/
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/tipos-intertextualidade.htm
Neste último exemplo, trago para vocês um texto foi muito utilizado em vários
casos de intertextualidade. Trata-se da Canção do Exílio, escrita por Gonçalves Dias.
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Esse poema tem como tema a saudade da terra natal. O eu-lírico expressa sua
vontade de, um dia, voltar a viver no local onde nasceu.
Como eu disse anteriormente, existem muitos casos de intertextualidade com
esse poema de Gonçalves Dias, textos de vários gêneros, e eu escolhi um deles para
apresentar a vocês. Trata-se de uma tirinha da Turma da Mônica. Observem que o
texto traz pistas físicas do poema: Minha terra tem... Onde canta o sabiá. Vejam:
https://noticiasconcursos.com.br/wp-content/uploads/2021/02/noticiasconcursos.com.br-interpretacao-o-que-e-intertextualidade-simpsons-1024x376-1.png
Nesta aula, falamos de alguns pontos que podem nos ajudar na hora da interpretação
de textos. Espero que, a partir de agora, vocês tenham mais facilidade e maior segurança
com a leitura e a interpretação.
INTERTEXTUALIDADE (TIPOS)
Aprenda sobre O Texto e suas Relações, Dialogismo, Polifonia e Hipertextualidade e
Tipos de Intertextualidade.
https://proenem.com.br/enem/lingua-portuguesa/intertextualidade-tipos/