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Antiga Basílica de São Pedro

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As traseiras da basílica vistas do exterior, como eram vistas até 1450.

O imperador Constantino entre 326 d.C. e 333 d.C. ordenou a construção da Antiga Basílica de
[19]
São Pedro. Desta basílica nada restou, porém, através de descobertas arqueológicas,
descrições de peregrinos e desenhos antigos, os especialistas obtiveram as noções básicas da
sua estrutura. Como em quase todas as igrejas da antiguidade, seguiu-se o modelo da basílica
cívica romana: um salão retangular, dividido em nave central e naves laterais, que oferecia
espaço bastante para a congregação dos fiéis. As cerimónias no altar eram realizadas na abside
ao fim da nave central, bem visíveis a todos. Um fresco do século XVI na igreja de San Martino
ai Monti deu-nos uma ideia aproximada da aparência interior, com a sua cobertura em madeira,
[20]
porém é totalmente desconhecido quais estátuas ou pinturas que a ela pertenceram.
A basílica atual, com um estilo renascentista e barroco, foi erguida sobre a antiga, o que exigiu
que o edifício fosse orientado para oeste, mas também que a necrópole antiga fosse aterrada,
sendo construídas muralhas de suporte para criar uma enorme base que servisse como
alicerce. Na plataforma, construiu-se então a basílica, com nave central e quatro naves laterais,
ricamente adornada com frescos e mosaicos, e um grande átrio dianteiro, demarcado com
colunas. Várias vezes alterado e restaurado, o edifício de Constantino, conhecido por velha
[21]
igreja de São Pedro, sobreviveu até ao início do século XVI.

Plano de reconstrução
No final do século XV, após o papado de Avignon, a basílica paleocristã encontrava-se bastante
deteriorada, com sérios riscos de desabar. O primeiro papa a considerar uma reconstrução ou
pelo menos realizar radicais intervenções na estrutura, foi Nicolau V em 1452. Assim, o trabalho
foi encomendado a Leon Battista Alberti e Bernardo Rossellino (ambos arquitectos), que se
encarregaram de projetar as modificações mais importantes a cumprir. No seu projecto,
Rossellino manteve o corpo longitudinal das cinco naves com cobertura ababadada e renovou o
transepto, com a construção de uma abside mais ampla à qual acrescentou um coro. Esta nova
intersecção entre o transepto e a abside seria coberta por uma cúpula. Tal configuração
desenvolvida por Rossellino influenciou o projecto futuro de Donato Bramante. O trabalho foi
interrompido três anos depois da morte do Papa, quando as paredes apenas haviam alcançado
um metro de altura. Entretanto, o papa ordenou a demolição do Coliseu de Roma e, até ao
momento da sua morte, 2 522 carradas de pedra tinham sido transportadas para uso do novo
[15][22]
edifício.
Cinquenta anos depois, em 1505, sob orientação do Papa Júlio II, as obras foram retomadas,
com o propósito de que o novo edifício fosse um marco importante e apropriado para acomodar
[nt
o seu túmulo. O papa pretendia com a obra "engrandecer-se a si mesmo nos ideais do povo".
2][8]
Foi então celebrado um concurso para o projecto, existindo actualmente vários dos
desenhos na época elaborados, na Galleria degli Uffizi, em Florença. No pontificado de Júlio II
(1503 a 1513) decidiu-se afinal derrubar a igreja velha e em 18 de abril de 1506, Bramante
recebeu o encargo de desenhar a nova basílica. Os seus planos eram de um edifício
centralmente planificado, com um domo inscrito sobre o centro de cruz grega, forma que
correspondia aos ideais da Renascença pela semelhante relação com um mausoléu da
antiguidade. Uma sucessão de papas e arquitectos nos 120 anos seguintes participariam da
construção que culminou no edifício atual. Iniciada por Júlio II, continuou através dos
pontificados do Papa Leão X (1513-1521), Papa Adriano VI (1522-1523). Papa Clemente VII
(1523-1534), Papa Paulo III (1534-1549), Papa Júlio III (1550-1555) , Papa Marcelo II (1555),
Paulo IV (1555-1559), Papa Pio IV (1559-1565), Papa Pio V (santo) (1565-1572), Papa Gregório
XIII (1572-1585), Papa Sisto V (1585-1590), Papa Urbano VII (1590), Papa Gregório XIV
(1590-1591), Papa Inocêncio IX (1591), Papa Clemente VIII (1592-1605), Papa Leão XI (1605),
[23]
Papa Paulo V (1605-1621), Papa Gregório XV (1621-1623), Papa Urbano VIII (1623-1644) e
[24]
Papa Inocêncio X (1644-1655).

Renascença

Fachada da Basílica à noite

Um método utilizado para financiar a construção da Basílica de São Pedro foi a concessão de
indulgências em troca de contribuições daqueles que com esmolas ajudaram na reconstrução
da basílica. O grande promotor deste método de angariação de fundos foi Alberto de Mainz, que
se viu forçado a liquidar as dívidas à Cúria Romana, contribuindo para o programa de
reconstrução. Para facilitar, Alberto nomeou o alemão Johann Tetzel, pregador da Ordem dos
dominicanos, cuja arte de propaganda e venda de indulgências motivou um avultado
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escândalo. O agressivo marketing de Johann Tetzel em promover esta causa foi mal
encarado por alguns eclesiásticos, até que um padre alemão agostiniano, Martinho Lutero,
escreveu ao arcebispo Alberto, argumentando contra essa "venda de indulgências", incluindo
porém a sua "disputa de Martinho Lutero sobre o poder e eficácia das indulgências", que veio a
[26]
ser conhecido pelas "95 Teses" (Tetzel seria inclusive punido por Leão X pelos seus sermões,
que iam muito além dos ensinamentos reais sobre as indulgências). Embora Lutero não
[27]
negasse o direito do Papa ou da Igreja de conceder perdões e penitências, exigia no entanto,
a correção de abusos na prática. Isto tornou-se um factor importante para o início da Reforma
[28][29]
Protestante, com o nascimento do protestantismo.
Um século mais tarde o edifício ainda não estava completado. A Bramante sucederam, como
arquitectos, Rafael, Giovanni Giocondo, Giuliano da Sangallo, Baldassare Peruzzi, Antonio da
Sangallo. O Papa Paulo III (pontificado de 1534-1549) em 1546 entregou a direção dos
[5]
trabalhos a Miguel Ângelo. Este, aos 72 anos, deixou-se fascinar pela cúpula, concentrando
nela os seus valorosos esforços, apesar que não ter conseguido completá-la antes de sua morte
em 1564. O zimbório é visível de toda a cidade de Roma, dominando seus céus, e tem diâmetro
de 42 metros, ligeiramente menor ao domo do Panteão, contudo é mais imponente por ser
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significativamente mais alto, com 132,5 m. Graças aos seus planos e a um modelo em
madeira, seu sucessor, Giacomo della Porta, foi capaz de terminar a cúpula com ligeiras
modificações. O modelo segue o da famosa cúpula que Brunelleschi ergueu na catedral de
Florença, que cria impressão de grande imponência. A diferença é que, ao contrário do que
Miguel Ângelo havia planeado, não se trata de uma cúpula semicircular, mas afunilada o que
cria um movimento de impulso para cima até culminar na lanterna cujas janelas, inseridas em
[30]
fendas entre duas colunas, deixam a luz inundar o seu interior. Terminada em 1590, ainda é
uma das maravilhas da arquitectura ocidental. Vignola, Pirro Ligorio, Giacomo della Porta
[31]
continuaram entretanto os trabalhos na basílica.

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