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“Esse garoto vai ser como o Vinagre em excesso, um gosto azedo que estraga todo o resto de

comida ao redor” Essas foram as fofas palavras que meu pai disse quando me viu bebe e
decidiu me dar o nome de Aceto, Vinagre em Italiano.

Criado em uma mansão do Leblon, minha vida poderia muito bem ser de rico mimado, ainda
mais com meu pai Giovanni Ghirga sendo um lendário diretor de filmes de suspense,
precisando apenas suportar meu irmão mais velho Squalo, tubarão em italiano, mas nem tudo
são flores.

Ser diretor de filme de suspense no final das é uma fachada para meu pai fazer seu trabalho
como traficante para grandes influencias como políticos, atores e corporativos, basicamente
um líder de facção que adora se inspirar em máfias italianas (como dá pra ver claramente no
meu nome e do meu irmão), graças a tudo isso minha infância foi extremamente severa, meu
pai tinha expectativas anormais em mim e no meu irmão obrigando a gente a estudar
incansavelmente, adquirir resistência a venenos (incluindo um implante cibernético), e praticar
com armas, a única aula que eu realmente gostava eram as de oratória e de retórica e
conversação no geral, mas eu realmente odiava o resto, minha sorte é que minha mãe sabia
disso e tentava me ajudar, graças a isso eu conseguia fugir para rua ( e sem ela saber pra
favela) lá eu desenvolvi muito minha conversação e consegui alguns amigos, mais
especificamente Bruno e Leonardo Mercedes (meu melhores amigos) e Aurora Mendez(minha
namorada).

Durante esse tempo eu, o Leo e a Aurora tínhamos planejado uma empresa quando
virássemos adulto, eu ainda tenho a foto que o Bruno tirou da gente discutindo, naquele dia
eu voltei para casa no meio da noite e Squalo me encontrou, eu olhei para a cara dele e sabia
que ele tava bravo, eu sabia que é tinha inveja da mãe gostar mais de mim, do pai não se
importar mais comigo me deixando mais livre e de eu ter uma vida levemente fora dos planos
do velho, naquele dia, no meio da noite, sem ninguém por perto pra me salvar meu irmão
descontou toda a frustração acumulada em mim, a surra foi longe ao ponto que tive contusões
sérias no ouvido e foi necessário instalar os equipamentos auditivos que eu tenho até hoje.

Parece que depois daquilo ele quase esqueceu que eu existia, como se tivesse provado de vez
que era melhor que eu, só sobrou meu pai que parecia sempre me controlar, eu sabia que
mesmo na rua onde eu me sentia seguro os olhos dele estavam me observando.

Quando eu finalmente fiz 18 no dia depois do meu aniversário , com toda a família toda na
mesa de jantar, eu levantei e avisei finalmente, eu ia largar aquela família, esquecer o nome
Ghirga e viver minha vida e abrir uma farmácia, meu irmão já com 22 anos ficou surpreso com
o pequeno e insignificante eu tentando ter uma iniciativa pra fugir da grande gaiola que a
gente vivia, minha mãe que já sabia de todo o plano estava tranquila sobre tudo isso, mas meu
pai olhou friamente para mim e disse “Farmácia? Vai tentar abandonar os negócios da
família?”, eu lembro perfeitamente do medo daquela presença que sempre comandou minha
vida encarando com desprezo enquanto eu tentava sair dos trilhos, mas mesmo assim eu me
mantive firme na decisão e sai de casa, pela primeira vez usando a porta da frente e pronto
para não voltar mais.

Me encontrei com o Leo e a Aurora e começamos o plano, durante 6 anos a gente iniciou os
planos se construção da farmácia, o Leo seria o responsável pelos remédio e derivados, a
Aurora a gerente e eu recepcionista, marketing e tudo que envolve conversação.
No dia antes da abertura eu tive um encontro inesperado, durante os 6 anos eu encontrei
minha mãe sempre que dava mas não tinha mais encontrado meu pai.... ou meu irmão, mas lá
estava ele, na minha frente no meio do caminho para a farmácia, eu e ele sentamos em um
barzinho e começamos a conversar.

Ele disse que se inspirou em mim e saiu da casa do velho, decidiu que ao invés de esperar ele
morrer pra herdar tudo, iria tomar tudo com a própria força, com a própria Inteligência e
contatos, e me disse que gostaria de me ter do meu lado, que juntos um velho mal trapilho
não iria durar muito, eu obviamente recusei, mas ele suspirou e disse que eu não duraria
muito num ramo diferente do que o nosso pai desejava, eu me irritei e disse que darei
bastante durante 6 anos, ele balançou a cabeça e saiu me desejando boa sorte

Na noite antes da abertura a gente decidiu ser um pouco infantil e dormir na farmácia, mas
depois que eu fechei meus olhos, eu acordei numa lata de lixo com minhas coisas arrumadas
do lado, eu levantei confuso e vi uma fumaça saindo de um prédio próximo, eu levantei, fui
olhar e vi os bombeiros apagando o incêndio da farmácia que a gente tanto se esforçou para
abrir e dois corpos carbonizados sendo tirados de lá, eu lembrei do que meu irmão me disse e
fui de volta pro Leblon entrei pela porta da frente daquela velha mansão e encontrei na sala de
jantar o meu pai quase do mesmo jeito de quando eu fui embora, e avisei que ele conseguiu o
que queria, eu vou entrar nos negócios da família, pela primeira vez ele sorriu pra mim e disse
que mal podia esperar. Depois daquilo eu deixei o Vinagre italiano de lado e mudei para o
Inglês, o Vinegar, e faz 4 anos que estou nessa linha de negócios, com uma quantia respeitável
de influência, traficando armas e equipamentos, servindo de mediador para grupos dos mais
diversos, sempre contando com a ajuda do Bruno e esperando a oportunidade perfeita pra
derrubar dois dos líderes do tráfico na cidade, meus queridos irmão e pai.

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