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2009 Unicentro Portugues MD Sirley de Jesus Oliveira Hey
2009 Unicentro Portugues MD Sirley de Jesus Oliveira Hey
Cadernos PDE
VOLUME I I
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica
2009
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Letramento literário
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DO MINICONTO AO CONTO:
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ESTRATÉGIA DE LEITURA
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RUMO AO LETRAMENTO
LITERÁRIO
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Sirley de Jesus Oliveira Hey
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Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Superintendência da Educação
CADERNO PEDAGÓGICO
DO MINICONTO AO CONTO:
ESTRATÉGIA DE LEITURA
RUMO AO LETRAMENTO
LITERÁRIO
PITANGA/UNICENTRO
PDE/2009
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APRESENTAÇÃO
“Aprender é uma das coisas mais bonitas, mais gostosas da vida. Acontece em
qualquer tempo, em qualquer idade, em qualquer lugar. Ajudar as pessoas a
descobrir esse prazer, a “degustar” o sabor dessa iguaria é ascender às mais
altas esferas da atuação humana. (Antunes, 2003, p. 175)
3
Literário, com o título Do miniconto ao conto: estratégia de leitura rumo ao
letramento literário.
Por que a Literatura? Martha (2008, p.107) afirma que “o reconhecimento de que
a fruição da literatura é um direito inalienável do homem decorre, sobretudo, da
concepção que temos dela como manifestação universal de todos os homens e em
todos os tempos”.
...assim como o homem sonha todas as noites, não é capaz de passar seu dia
sem se entregar, ao universo fabulado, ainda que por meio de uma piada, de
uma canção ou de uma novela, pois a autora, o crítico considera a literatura
uma necessidade universal, o sonho acordado das civilizações que acredita
que o homem necessita do sonho para seu equilíbrio.
(Cândido (1972), (Martha, 2008. p. 10)
4
a construírem significados e a ampliarem seus horizontes de leitura, despertando seu
interesse, também, pela escrita e expressão oral.
Além dos vários textos e atividades de interpretação e compreensão dos textos,
este material didático propõe o lúdico por meio de algumas brincadeiras, música, das
cores, dos desenhos, das colagens e outros, coisas que a determinada faixa etária
ainda aprecia. Propõe, também, o envolvimento da comunidade escolar, durante as
atividades do Clubinho de leitura. Este deve ser um momento muito importante: formar
uma comunidade de leitores, compartilhar, socializar as leituras com os pais, equipe
pedagógica, outros professores, expandindo os horizontes de expectativas do aluno,
levando-o rumo ao letramento, por meio do letramento literário.
Como sabemos, nenhum material didático é fechado, muitas outras
possibilidades poderão ser desenvolvidas a partir deste, então, colegas professores,
um ótimo trabalho para todos nós!
Professora Sirley
sirleyhey@seed.pr.gov.br
sirleyhey@yahoo.com.br
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SUMÁRIO
6
MOTIVAÇÃO
TEXTO I
Era Uma Vez (Sandy &Junior)
TEXTO II
(http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=hp&q=sala+de+aula+vazia&gbv=2&aq=0&oq=sala+de+aula+va)
Ficou assim:
7
(http://images.google.com.br/images?hl=pt-
BR&source=hp&q=sala+de+aula+cheia&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&oq=)
1
Conversando sobre os textos:
a) Sobre o que os textos estão tratando?
b) 2Observamos no texto palavras que nos proporcionam diferentes sentidos.
Vocês podem apontar alguma que dê ideia de tristeza, alegria, tranqüilidade, etc.
c) O texto fala em cores, mas que cores são essas?
d) As fotos fazem parte do texto 2. Elas foram importantes para compreendê-lo?
Justifique sua resposta.
e) Você já leu outros textos onde apareceu a expressão “era uma vez”, quais? Que
ideia essa expressão quer manifestar?
f) Você costuma ler histórias? Conte.
1
Sugiro complementar esta atividade com uma sequência de fotos da turma, tiradas antecipadamente, (TV/Pendrive) imagino que
começar o projeto desta maneira, despertará nos alunos muito interesse, porque é um texto que está falando sobre eles. Verão
suas fotos e ficarão curiosos.
Nesta questão, há a possibilidade de alguns alunos falarem que é uma história triste, porque preferiam estar em férias ainda.
Então, pode-se conversar com eles sobre pontos de vista. A alegria/ tristeza no ponto de vista da escola, como a alegria no ponto
de vista do aluno.
8
ONDE E
COMO SE
REALIZARÁ?
QUE
PROJETO
É
ESTE?
9
INTRODUÇÃO
Agora, nós vamos ler algumas histórias de uma escritora que falaremos
bastante durante nossas aulas: Marina Colasanti. 3
(http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=marina%20colasanti&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wi)
3
Após a leitura da entrevista, ilustrar este momento com uma seleção de fotos da autora, bem como a exposição dos livros que há
na biblioteca da escola, ou fotos da capa dos outros livros. Assim como pode-se colocar um pequeno vídeo. Sugestão:
(http://www.youtube.com/watch?v=Pn52NC7n8bs )
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“Tenho tantas, tantas,. E olha que foi uma infância meio complicada, em meio à
Segunda Guerra Mundial. Mas tinha brincadeiras de índio _ o meu nome de pele-
vermelha era Sole Ridente (o sol que ri). E tinha uma casa com amendoeira em flor. [...]
Você tem muitos talentos, que a levaram a exercer várias atividades. Fale delas e
diga-nos o que há de interessante e especial em cada uma.
“ Eu não tenho exatamente muitos talentos. Eu tenho muitos desejos. E os realizo. E
gosto de ser autossuficiente. Tudo o que vejo que alguém fez, eu penso: dá pra eu
fazer também? Então vou, e faço. Assim é que cozinho, cuido de planta, faço tricô,
crochê, papel machê, costuro, bordo, [...]. Mas as fatias maiores da minha alma estão
na escrita e na pintura/desenho. Isso eu faço melhor _ embora seja uma cozinheira
poderosa _ isso eu estudei, estudo, cuido o tempo todo, mais do que cuido das plantas.
O que é que a leva a escrever livros para crianças e livros para adultos?
“O fato de querer dizer certas coisas para uns e certas para outros. E também o fato de
não me ligar muito em diferenças entre adultos e crianças. Eu apenas escrevo o que
tenho vontade de escrever.
Deixe de lado a modéstia e diga-nos quantos prêmios já ganhou até hoje.
“Não sou muito boa nessa coisa de citação de prêmios. Ganhei alguns. Ganhei os
importantes. Mais de uma vez. Gosto, mas com cuidado, porque, se a gente gosta
demais, acaba ficando triste quando não ganha. [...]. Prêmios não são só aqueles que a
gente ganha no fim do ano ou num concurso uma vez ou outra, mas sobretudo aqueles
que a gente ganha todo o dia, quando um leitor se debruça sobre um livro da gente e
viaja, viaja feliz.
Escritora e ilustradora: como é que você vive cada uma dessas atividades?
Juntas. Uma coisa não funciona sem a outra. Eu só ilustro meus próprios livros. E o
texto vem sempre antes da ilustração. Eu escrevo vendo a história na minha cabeça
não como um desenho, mas como a realidade. Só depois é que transformo a realidade
da minha cabeça em ilustração.
Quais são as coisas que lhe dão mais alegria?
Estar bem, bem com a natureza, com as filhas e o marido, bem comigo. Estar em
harmonia. E isso inclui criar, fazer.
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Para descontrair:
Ç L S M O E S C R I T O R A V E U T P C
D E S E N H O W E R T Y U I O P A S I O
O M P R P O E T A A F K A F R I C A N L
R Q A I M N B V C X Z Ç L K J N L J T A
N B T N R O T E I R E A L I D A D E U S
A B A A B C D C A Ç L K J P U O A C R A
L I V R O S T U R A Z X C T P R O U A N
E F B C D E A G O A S D F G G A Q W D T
I E P U B I L O I N F A N C I A S D E I
T A L E N T O S I L U S T R A D O R A I
O I D F G H N M C O N T O D E A M O R M
R Z B N M T G A R T E S O L A S A L M A
P Z Z X C B N O S P R E M I S S A B U T
R U M A I D S I A T O D A A Z U L D F S
E N T R E A E S P A D A E A R O S A B V
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LEITURA
O primeiro texto que leremos pertence à obra Contos de Amor Rasgados. É um texto
curto, chamado miniconto, então leremos agora; o segundo, Uma ideia toda azul, é
um texto mais longo, chamado conto, então vocês levarão para casa para ler e
conversaremos sobre ele, no decorrer das aulas.
Lendo em casa:
Vocês levarão para ler em casa, o texto “Uma ideia toda azul”, em forma de um
pequeno livrinho. À medida que forem lendo, assim como Marina Colasanti, ilustrem as
páginas com desenhos, colagens, pinturas, etc, de maneira que sua ilustração
complemente a leitura do texto.
Lembrem-se o que ela disse: “Eu escrevo vendo a história na minha cabeça, não como
um desenho, mas como a realidade”
TEXTO III
ENFIM, UM INDIVÍDUO DE IDÉIAS ABERTAS
a coceira.
13
INTERPRETAÇÃO
4
1. Nós vimos no texto anterior, como a ilustração foi importante para entendermos
o texto. Agora você vai fazer a mesma coisa: complementar o texto de Marina
Colasanti com desenhos.
OS CINCO SENTIDOS
VISÃO AUDIÇÃO TATO OLFATO PALADAR
Imagina-se que os alunos realmente desenharão algo que expresse o sentido literal do texto: alguém colocando a chave na orelha.
Após a discussão do texto espera-se que essa ilustração mude para outro foco.
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1. De todas as palavras que foram copiadas, quais você considera mais
importantes para a compreensão do texto? Por quê?
3. Você acredita que essa atitude em enfiar uma chave na orelha e abrir a mente é
possível de acontecer?
4. Se não é, então dizemos que muitas palavras do texto são metáforas, porque,
na verdade, estão querendo dizer outra coisa, o que seria então?
Nos dois sentidos, percebemos que as palavras devem ter uma relação de semelhança
uma com a outra. Sendo assim, no texto, as palavras a seguir tem relação de
semelhança com o quê?
- Coceira: _____________________________________________________________
- Molho de chaves:______________________________________________________
- Orifício encerado:______________________________________________________
- Chave: ______________________________________________________________
- Cabeça se abria: ______________________________________________________
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PRODUÇÃO:
Agora que nós já conversamos bastante sobre o texto, analise o desenho que você
fez, pense se o texto adquiriu um novo sentido e depois ilustre-o novamente. O que
você mudaria?
ORALIDADE:
INTERVALO DE LEITURA
Vocês levaram para casa o conto “Uma idéia toda azul”, de Marina Colasanti. Como
está a leitura? Quem já leu, pode contar um pouquinho?
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ENTÃO....
VAMOS
E ABRIR
NOSSAS IDEIAS?
http://thumbs.dreamstime.com/thumb_192/1191534805015dp.jpg
(08/06/2010)
???
MAS...
http://1.bp.blogspot.com/_YdEmewFsaSc/SrSqxD7WcxI/AAAAAAAABBA/gWlj56Co8us/s400
interroga%C3%A7%C3%A3o-thumb7519009.jpg (08/06/2010)
UMA SUGESTÃO
MUITO LEGAL É
...
http://linkmonografia.com.br/wp-content/uploads/2009/08
/leitura1-265x300.jpg
17
http://leiturinhas.zip.net/images/Mazali.jpg)
18
O que precisamos fazer?
(http://cultura.maiadigital.pt/biblioteca/actividades/clube-de-leitura)
5
ORALMENTE OU EM GRUPO:
6- Que tipo de leitura os pais gostam? Que tal organizar uma entrevista?
8- Todo clube tem suas regras. Quais serão as regras deste clube?
5
Escolher um aluno para registrar, no quadro, as ideias que vão sendo dadas pela classe; ou, se for em grupo, eleger
um coordenador para registrá-las . Depois socializar.
6
Propor que cada aluno leia com os pais e depois registrar suas impressões sobre a leitura no caderno de registro.
19
7
DIA DO
CLUBINHO
http://discursoacido.files.wordpress.com/2010
/02/leitura-criancas-lendo-ilustracao.jpg -
(08/06/2010)
7
Professor (a), neste Momento de leitura, disponibilizar também textos e livros de minicontos. Observar o interesse
dos alunos por esse gênero textual.
Além disso, organizar um espaço adequado ou criar um cenário na própria sala de aula, levar um lanche, almofadas,
etc. (ver com os alunos como deixar a sala de aula mais bonita.)
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EXPANSÃO:
CLUBINHO DE LEITURA
MOTIVAÇÃO
LEITURA
Agora, leremos, de Ana Mello, alguns textos bem curtos chamados minicontos.
Mas o que é um miniconto?
o leitor a tarefa de entender a história por trás da história. Assim, alguns escritores se
dedicam à economia das palavras, vindo de encontro com a correria da nossa vida
cotidiana, com acontecimentos tristes, engraçados, trágicos, felizes, etc. Pois, como
qualquer história curta, o miniconto tem de interessar o leitor imediatamente, com
recursos expressivos capazes de despertá-lo a seguir o desenvolvimento da história,
até chegar a uma reviravolta que provocará o impacto, que geralmente é o objetivo do
autor.
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TEXTO 1 - FANTASIANDO
TEXTO 2 - MAGIA
Menino nunca entende adulto. Às vezes nem quer entender mesmo. Gabriel sempre
acreditou ser assim e pronto.
Mas certamente tinha alguma magia, alguma coisa estranha que acontecia com os
pais nas férias. [...]. Nada de brigas ou exigências. Brincavam, corriam. A mãe dava
gargalhada. Beijava a toda hora.
Quando a professora perguntou o que ele queria ser depois de grande, não teve
dúvida:
- Pai em férias.
22
TEXTO 3 – NO INFERNO VIII
TEXTO 4 – UM AMIGO
23
TEXTO 5 - DESEJOS
- Dormir.
TEXTO 6 - QUIMERA
fadas.
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INTERPRETAÇÃO
2) Como já falamos anteriormente, uma leitura pode nos proporcionar os mais diversos
sentimentos: de amor, de alegria, de tristeza, de nojo, de piedade, de riso, de
curiosidade e tantos outros. De maneira muito particular, que sentimentos esses textos
despertaram em você?
a) Fantasiando: _________________________________________________________
b) Magia: ______________________________________________________________
c) No inferno VIII________________________________________________________
d) Um amigo___________________________________________________________
e) Desejos_____________________________________________________________
f) Quimera_____________________________________________________________
g) Amor adolescente_____________________________________________________
TEXTO 1 – A fantasia faz parte de nossa vida e estimula nossa imaginação. Como foi a
fantasia para o personagem?
TEXTO 2 – Por que o menino quis ser o pai em férias? Que vantagem ele viu nisso?
Você já viveu alguma situação semelhante?
TEXTO 3 – Como será que era o chefe? E o funcionário? Onde eles estão?
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TEXTO 4 – O que aconteceu com um dos amigos?
TEXTO 7- Fale desse tipo de amor. Você viveu ou vive algum parecido? Ou conhece
alguém que tenha te contado sobre um amor assim?
Para descontrair:
Vamos brincar de STOP, você já conhece essa brincadeira?
Então, vamos organizar a classe em grupos com 4 alunos. À medida que formos
selecionando as letras, devemos procurá-las nos sete textos (Podem ser palavras dos
textos, como podem ser palavras que tenha relação com os textos).
OS CINCO SENTIDOS
VISÃO AUDIÇÃO TATO OLFATO PALADAR
26
DIA
DO
CLUBINHO
http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-
criancas-lendo-ilustracao.jpg -(08/06/2010)
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LEITURA:
UMA IDEIA
TODA AZUL
(MARINA COLASANTI)
Um dia o rei teve uma idéia. Era a primeira da vida toda e, tão maravilhado ficou
com aquela idéia azul, que não quis saber de contar aos ministros. Desceu com ela
para o jardim, correu com ela nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros
pensamentos, encontrando-a sempre com alegria, linda idéia dele toda azul. Brincaram
até o rei adormecer encostado numa árvore.
Foi acordar tateando a coroa e procurando a idéia, para perceber o perigo.
Sozinha no seu sono, solta e tão bonita, a idéia poderia ter chamado a atenção de
alguém. Bastaria esse alguém pegá-la e levá-la. É tão fácil roubar uma idéia! Quem
jamais saberia que já tinha dono?
[...]
Diante de cada porta o rei parava, pensava e seguia adiante. Até chegar à sala
do sono. Abriu. Na sala acolchoada, os pés do rei afundavam até o tornozelo, o olhar
se embaraçava em gases, cortinas e véus pendurados como teias. Sala de quase
escuro, sempre igual. O rei deitou a idéia adormecida na cama de marfim, baixou o
cortinado, saiu e trancou a porta.
[...]
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O tempo correu seus anos. Idéias o rei não teve mais, nem sentiu falta, tão
ocupado estava em governar. Envelhecia sem perceber, diante dos educados espelhos
reais que mentiam a verdade. Apenas sentia-se mais triste e mais só, sem que nunca
mais tivesse tido vontade de brincar nos jardins.
Só os ministros viam a velhice do rei. Quando a cabeça ficou toda branca,
disseram-lhe que já podia descansar, e o libertaram do manto. Posta a coroa sobre a
almofada, o rei logo levou a mão à corrente.
[...]
Como naquele dia, jovem, tão jovem, uma idéia menina. E linda. Mas o rei não
era mais o rei daquele dia. Entre ele e a idéia estava todo o tempo passado lá fora, o
tempo todo parado na sala do sono. Seus olhos não viam na idéia a mesma graça.
Brincar não queria, nem rir. Que fazer com ela? Nunca mais saberiam estar juntos
como naquele dia. Sentado na beira da cama o rei chorou suas duas últimas lágrimas,
as que tinha guardado para a maior tristeza. Depois, baixou o cortinado e, deixando a
idéia adormecida, fechou para sempre a porta.
INTERPRETAÇÃO I
29
h) Conflito: _________________________________________________________
1. O que há em comum entre os textos Uma ideia toda azul, com o texto Enfim, um
indivíduo com ideias abertas?
4. Normalmente, de que cor é o nosso dia? De que cor são nossos amigos?
INTERPRETAÇÃO II
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______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Vamos reler os minicontos de Ana Mello e falar um pouco mais sobre eles?
(http://www.google.com.br/images?q=Ana+Mello&hl=pt-BR&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-
BR:official&gbv=2&tbs=isch:1&sa=N&start=40&ndsp=20)
Ana Mello nos diz que “Escrever pode trazer muita cor a nossas vidas. Em tudo existe
poesia ou algo importante para contar. E contar é uma arte natural que pode ser
desenvolvida por todas as pessoas. Ler e contar torna a vida mais alegre e acrescenta
uma nova energia, transforma a história do autor e do leitor. Escrevo porque tenho
mais para dizer do que consigo falar e olha que falo muito. Pelos cotovelos, como diz
minha mãe. [...]
No mais, busco a felicidade simples, de viver apenas, fazer amigos e aprender tudo o
que puder. Pois tenho certeza, nós não viemos a este mundo a passeio.”
Vamos conhecer um pouco mais de Ana Mello e de seus minicontos? Então, vamos
entrevistá-la. (Organizar as perguntas com a classe e encaminhar via e-mail).
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
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Agora chegou a nossa vez de fazer como Marina Colasanti , Ana Mello e tantos outros
escritores. Vamos contar escrevendo minicontos. Será que é difícil?
PRODUZINDO MINICONTOS
O miniconto começa por uma pequena ideia. Se temos um texto longo, devemos
procurar as menores partes. Lembram o conto do rei? Por quantos momentos ele
passou? Quantos sentimentos ele viveu? Cada um deles pode ser uma ideia. É como
se fosse, também, uma fotografia e nela eu vou observar apenas um detalhe, uma
situação, algo que me chamou mais a atenção.
32
(fotos da autora)
Escolha uma delas, se concentre naquilo que observou e, com poucas palavras, conte
uma história sobre esse momento. O resto fica por conta da imaginação do leitor
(máximo 10 linhas).
______________________________________________________________________
Vamos escrever mais um? Agora fazendo o contrário. Com a economia das palavras, o
autor consegue narrar uma história que desafia o leitor a completar o que não está
escrito. Escolha um dos minicontos de Ana Mello e amplie-o, isto é, aumente-o, com as
informações que não aparecem no miniconto, (Onde acontece a história,? Quem são
os personagens?). Use sua imaginação.
33
DIA
DO
CLUBINHO
http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-
criancas-lendo-ilustracao.jpg -(08/06/2010)
34
MOTIVAÇÃO
LEITURA
ENTRE A
ESPADA E A
ROSA
http://www.skoob.com.br/img/livros_new/1/6964/
ENTRE_A_ESPADA_E_A_ROSA_1232033718P.jpg
(Marina Colasanti)
Qual e a melhor hora de casar, senão aquela em que o coração diz “quero”? A
hora que o pai escolhe. Isso descobriu a Princesa na tarde em que o Rei mandou
chamá-la e, sem rodeios, lhe disse que, tendo decidido fazer aliança com o povo das
fronteiras do norte, prometera dá-la em casamento ao seu chefe. [...]
De volta ao quarto, a Princesa chorou mais lágrimas do que acreditava ter para
chorar. Embolada na cama, aos soluços, implorou ao corpo, à sua mente , que lhe
fizessem achar uma solução para escapar da decisão do pai. Afinal, esgotada,
adormeceu.
[...]
Passou os dedos lentamente entre os fios sedosos. E já estendia a mão
procurando a tesoura, quando afinal compreendeu. Aquela era a sua resposta. Podia
35
vir o noivo buscá-la. Podia vir com seus soldados, suas ovelhas e suas moedas. Mas
quando a visse, não a quereria. Nem ele nem qualquer outro escolhido pelo Rei.
[...].
A Princesa fez uma trouxa pequena com suas joias, escondeu um vestido de
veludo cor de sangue. E, sem despedidas, atravessou a ponte levadiça, passando para
o outro lado do fosso. Atrás ficava tudo o que havia sido seu, adiante estava aquilo que
não conhecia.
Na primeira aldeia aonde chegou, depois de muito caminhar, ofereceu-se de
casa em casa para fazer serviços de mulher. Porém ninguém quis aceitá-la porque,
com aquela barba, parecia-lhes evidente que era homem.
Na segunda aldeia, esperando ter mais sorte, ofereceu-se para fazer serviços de
homem. E novamente ninguém quis aceita-la porque, com aquele corpo, tinham
certeza de que era mulher.
[...] Então, sem mais nada pedir, a Princesa vendeu sua joias a um armeiro,
em troca de uma couraça, uma espada e um elmo. E tirando do dedo o anel que havia
sido de sua mãe, vendou- a um mercador, em troca de um cavalo.
Agora, debaixo da couraça, ninguém veria seu corpo, debaixo do elmo, ninguém
veria sua barba. Montada a cavalo, espada em punho, não mais seria homem nem
mulher. Seria guerreiro.
[...]
Pouco se demorava em cada lugar. Lutava cumprindo seu trato e dever, batia-se
com lealdade pelo Senhor. Porem suas vitorias atraiam os olhares da corte, e cedo os
murmúrios começaram a percorrer os corredores. Quem era aquele cavaleiro, ousado
e gentil, que nunca tirava os trajes de batalha? Por que não participava das festas, nem
cantava para as damas? Quando as perguntas se faziam em voz alta, ela sabia que
era chegada a hora de partir. E, ao amanhecer, montava seu cavalo, deixava o castelo,
sem romper o mistério com que havia chegado.
Somente sozinha, cavalgando no campo, ousava levantar a viseira para que o
vento lhe refrescasse o rosto, acariciando os cachos rubros. Mas tornava a baixá-la tão
logo via tremular na distancia as bandeiras de algum torreão.
[...]
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Desde o dia em que a vira, parada diante do grande portão, cabeça erguida,
oferecendo sua espada, ele havia demonstrado preferi-la aos outros guerreiros. Era a
seu lado que queria nas batalhas, era a ela que chamava para os exercícios na sala de
armas, era ela sua companhia preferida, seu melhor conselheiro. Com o tempo, mais
de uma vez, um havia salvado a vida do outro. E parecia natural, como o fluir dos dias,
que suas vidas transcorressem juntas.
Companheiro nas lutas e nas caçadas, inquietava-se, porem, o Rei vendo que
seu amigo mais fiel jamais tirava o elmo. E mais ainda inquietava-se ao sentir crescer
dentro de si um sentimento novo, diferente de todos, devoção mais funda por aquele
amigo do que homem sente por um homem.
[...]
Muitos dias se passaram em que, tentando fugir do que sentia, o Rei evitava vê-
la. E outros tantos em que, percebendo que isso não a afastava de sua lembrança,
mandava chamá-la, para arrepender-se em seguida e perdir-lhe que se fosse.
Por fim, como nada disso acalmasse seu tormento, ordenou que viesse ter com
ele. E com voz áspera lhe disse que há muito tempo tolerava ter a seu lado um
cavaleiro de rosto sempre encoberto. Mas que não podia mais confiar em alguém que
se escondia atrás do ferro. Tirasse o elmo, mostrasse o rosto. Ou teria cinco dias para
deixar o castelo.
[...].
E na noite sua mente ordenou, e no escuro seu corpo brotou. E ao acordar de
manha, com os olhos inchados de tanto chorar, a Princesa percebeu que Algo estranho
se passava. Não ousou levar aos mãos ao rosto. Com medo, quanto medo! Aproximou-
se do escudo polido, procurou seu reflexo. E com espanto, quanto espanto! Viu que,
sim, a barba havia desaparecido. Mas em seu lugar, rubras como os cachos, rosas lhe
rodeavam o queixo.
[...]
Uma após a outra, as rosa murcharam, despetalando-se lentamente, sem
que nenhum botão viesse substituir as flores que se iam. Aos poucos, a rósea pele
aparecia. Ate que não houvesse mais flor alguma. So um delicado rosto de mulher.
37
Era chegado o quinto dia. A Princesa soltou os cabelos, trajou seu vestido cor de
sangue. E arrastando a cauda de veludo, desceu as escadarias que a levariam ate o
Rei, enquanto um perfume de rosas se espalhava no castelo.
INTERPRETAÇÃO I
8
Individual ou em dupla, usando tinta guache, façam uma pintura abstrata
representando com as cores todos os sentimentos vividos pela princesa no decorrer
da história. Depois faremos uma moldura para exposição.
INTERPRETAÇÃO II
1. Lembram o que já falamos sobre minicontos? Então, copie do texto a cena que
você mais gostou, depois escreva um miniconto envolvendo esse momento. Não
se esqueça de pôr um título bem legal, pois ele sugere o sentido, desperta o
interesse do leitor para o tema.
______________________________________________________________
2. Assim que todas as pinturas estiverem expostas, escolha uma delas e depois
produza um miniconto.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
8
Verificar com a professora de Artes se os alunos já tiveram conhecimento da pintura abstrata, caso contrário, pode-
se trabalhar esse assunto de maneira interdisciplinar.
38
Tradicionais ou modernas, as narrativas podem ser definidas por fases:
b) No inferno VIII_____________________________________________________
c) Desejos__________________________________________________________
d) Quimera_________________________________________________________
39
DIA
DO
CLUBINHO
http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-
criancas-lendo-ilustracao.jpg -(08/06/2010)
40
MOTIVAÇÃO
Mais uma cena do filme “Uma história sem fim”, abordando a importância da
imaginação, da fantasia.
INTRODUÇÃO
Leremos, agora, mais alguns minicontos do livro Contos Contidos, da autora Maria
Lúcia Simões. (mostrar o livro, a capa, comentar sobre a autora)
LEITURA
Miniconto 1
O SAXOFONE
41
Miniconto 2 –
NARCISO
Miniconto 3
SURPRESA
42
Miniconto 4
O FRASCO
Miniconto 5
ESCRITA A LÁPIS
em branco.
DISFARCES
necessidade da hora.
lhe os traços.
INTERPRETAÇÃO I
44
NARCISO: _______________________________________________________
SURPRESA: _____________________________________________________
O FRASCO: ______________________________________________________
ESCRITA A LÁPIS: ________________________________________________
DISFARCES: _____________________________________________________
1. Um dos contos acima tem lembra o conto “Uma idéia toda azul”, qual deles?
Justifique sua resposta.
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Escolha o miniconto que mais chamou sua atenção. Observe um detalhe, algo
que você achou muito interessante, depois produza outro miniconto a partir
desse detalhe.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
INTERPRETAÇÃO II
Assistir todo o filme “Uma história sem fim”, valorizando a fantasia, a leitura. (antes da
organização final).
45
DIA
DO
CLUBINHO
ENCERRAMENTO
http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-
criancas-lendo-ilustracao.jpg -(08/06/2010)
46
PRODUÇÃO FINAL:
ORGANIZANDO A COLETÂNEA
Agora, nós vamos organizar o nosso livro de minicontos. O que precisamos fazer?
(Eleger dois redatores: uma para registrar as idéias no quadro e o outro para registrá-
las no caderno)
1. Verificar se todos os textos estão bem escritos, legíveis;
2. Os textos serão digitados, quem fará esse trabalho?
3. Serão ilustrados?
4. Que título daremos ao livro?
5. Como será a capa?
6. A quem será a dedicatória?
7. Organizar o índice;
ORGANIZANDO A EXPOSIÇÃO
47
MOMENTO DA
EXPOSIÇÃO.
http://fmodia.terra.com.br/portal/blog/alexandrewoolley/images/godofredo.jpg
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. - 1. ed., 2ª – São Paulo: Contexto,
2007;
- KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. 9ª Ed., Campinas, SP: Pontes, 2002;
- SIMÕES, Maria Lúcia. Contos Contidos/ Maria Lúcia Simões; introdução Valmiki Vilela
Guimarães – Belo Horizonte – MG. RHJ – Belo Horizonte – 1996. 72 p.;
- GAGLIARDI, Eliana. Trabalhando com gêneros do discurso: narrar: conto de fadas/ Eliana
Gagliardi, Heloisa Amaral. _ São Paulo: FTD, 2001. – (Coleção Trabalhando com os gêneros do
discurso);
- COLASANTI, Marina. Entre a espada e a rosa/ Marina Colasanti (Ilustrações da autora) – São
Paulo: Editora Melhoramentos, 2009. (Biblioteca juvenil);
49
- COLASANTI, Marina, 1937. Uma idéia toda azul/ Marina Colasanti. – Rio de Janeiro:
Nórdica, 1979. (Coleção Para Ler com prazer)
- MELLO, Ana/ Minicontando. Porto Alegre. Casa Verde, 200g. 120 p. (série Liliput. V.6)
- BORGATTO, Ana Maria Trinconi. Tudo é linguagem/ Ana Maria Trinconi Borgatto,
Terezinha Costa Hashimoto Bertin, Vera Lúcia de Carvalho Marchezi, ilustrações Faifi e Glair
Alonso. – São Paulo, Ática, 2006.
______ et. al. Leitura do texto poético: uma abordagem semiótica. Mosaicos. UEMS, ano 1, n.1,
p. 75-86, 2005.
MERITH-CLARAS, Sônia. Sala de aula e semiótica: uma experiência de leitura com crianças.
Estudos Semióticos. [on-line] Disponível em:
hhttp://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es. Editores Responsáveis: Francisco E. S. Merçon e
Mariana Luz P. de Barros. Volume 5, Número 1, São Paulo, junho de 2009, p. 84–91. Acesso em
“dia/mês/ano”.
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http://www.globaleditora.com.br/Loader.aspx?ucontrol=bWVudUhvbWUsZmljaGFsaXZybw==
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50
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http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=2753 04/03/2010)
http://minicontosanamello.blogspot.com
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BR%3Aofficial&gbv=2&tbs=isch%3A1&sa=3&q=UMA+IDEIA+TODA+AZUL&btnG=Pesqu
isar+imagens (15/06/2010)
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