- A notícia que vou apresentar hoje é sobre acusações feitas
ao líder do Banco Mundial, David Malpass, relacionadas com o negacionismo climático. - Antes de passar para a notícia em si, quero primeiro clarificar o significado desse conceito. O negacionismo climático refere-se ao pensamento de pessoas que negam que a humanidade tem um papel relevante neste fenómeno. Neste caso, David Malpass foi confrontado 3 vezes com as declarações do ex-vice-presidente norte- americano Al Gore, que referiu que Malpass devia ser substituído, pois trata-se de um negacionista climático, já que Malpass financia projetos que envolvem queima de combustíveis fósseis que, como todos nós sabemos (ou devíamos saber), são fatores agravantes dos problemas climáticos. - Desafiado a responder se acreditava que as emissões dos gases com efeito estufa provocadas por ação humana estão por detrás da crise climática cada vez mais grave, Malpass recusou-se a fazê-lo, dizendo apenas: “Não sou um cientista”. A resposta do líder do Banco Mundial levou assim a um enorme escândalo entre diplomatas e chefes de Estado e de governo de todo o mundo da Assembleia Geral da ONU, para além dos ativistas que participam nas atividades da Semana do Clima. A dimensão desse escândalo levou Malpass, mais tarde, a recuar relativamente às declarações da CNN, em que ele declarou que, de facto, as emissões de gases de efeito de estufa provêm de fontes produzidas pelo homem, incluindo os tais combustíveis fósseis e argumentou que ele e a sua equipa estão a trabalhar com afinco para mudar isso, justificando assim que ele não é um negacionista climático e que ele nem sempre é claro a transmitir uma mensagem exata. - Porém, para a diretora da Climate Action Network International, o problema está longe de ser tratado como um simples mal-entendido. Se o suposto mandato do Banco Mundial é acabar com a pobreza, então o financiamento contínuo de projetos com envolvimento de queima de combustíveis fósseis são atos incompatíveis e contraditórios, já que o estrato social mais afetado por esta crise climática é a pobreza. Deste modo, bem como a comunidade científica e representantes da sociedade, até mesmo os ex-diplomatas e negociadores se começaram a posicionar publicamente contra Malpass, o que significa que ultimamente foi começado a ser debatido o caso do líder do Banco Mundial se resignar e ser substituído por alguém novo. Para finalizar esta apresentação, quero vos fazer 3 perguntas que considero relevantes. - 1º: Deverá David Malpass se manter no cargo de líder do Banco Mundial? - 2º: Seria correto, como advogado, defender um negacionista climático? - 3º: Qual é a vossa opinião sobre como a pobreza é negativamente influenciada pela crise climática? - As ondas de calor reduzem a capacidade de trabalho e a produtividade. - Os furacões, ciclones e tufões deixam milhões de pessoas na mais absoluta pobreza após arrasar cidades com total indiferença. - As secas reduzem as colheitas, dificultando cada vez mais a árdua tarefa de alimentar uma população mundial que chegará a 10 bilhões de pessoas em 2050 - O Banco Mundial adverte: se não adotarmos medidas de caráter urgente, os impactos causados pela mudança climática poderão levar mais 100 milhões de pessoas à pobreza até 2030. Bibliografia: - https://www.esquerda.net/artigo/lider-do-banco-mundial- recua-apos-acusacoes-de-negacionismo-climatico/83023 - https://www.nytimes.com/2022/09/06/magazine/law-firm- job-ethics.html - https://www.nytimes.com/2022/09/22/climate/malpass- world-bank-climate.html - https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/consequencias- das-mudancas-climaticas