You are on page 1of 9
Capitulo VI VIOLENCIA COMO CATEGORIA: | ICTA DAORDEM Hebe Siguorini Gongaves ano de 2011 celebrou um aniversrio: hi cinco déeadas, precismente em 1961, Henry Kempe eunhou a expresso: sndrome evianga espaneada (Qattered child syndrome). Diante do espanto dos membros da Academia Americana de Peditris, sew presidente ‘efenden que todas 38 expecialidades médias, e a pediatna em parti- ular deveriam passar a considerae 4 hipstese de que slgumas das injrias obervadns nos corpos de seus pequencs pacientes pudessem Tver sido intencionment provoeadas por seus pais. deta preci, entio, use na heresia opus, aliadosprimeiros da patica médica tlesde o berg ela Pucsiculturs da Pediatr eram nagueta data deste | til do posto de cudadaves por excelénciae provedoresincondicio- ins, Rasgavarse o mito do amor mater | (Os muitos trabaltos que antevederam a definigo da sind ‘ne, asim camo as prmeitas publicagdes de Henry Kempe, efeian | teva danas eins fisicas:conforme suas revomendagbes. 08 e5PC- alitas deveriann afentay para as eauras, a8 queimairas, os dae Fates cons signos vsives partir das quis a sinrome pods fev detectada. Cont pasar os aos, cone satints Helfer U8" fexpressio cunt os aos 0 cot antes de chara 3 e163 fata aspects fsies de canes no acidenais ~ paso a fncorporar rr » te Sign Gees ‘outros eventos, Na década que se Segui fala incial de Kempe, ou” tras ora de inn aentaram o evi dos abusos cont aan ‘as negligincin,primeiro, em seguida os abusos psicoligicns, © For tine os abusos sexu todos agora refridas a formas que Tpresenam, ou no, sas Ciscoe, visiveis, Nas palavras de Helier (567, p. Gi, "asindrome deserita poe Kempe senow-se mais ampla& peri deserever nosso entendimonto dos problenias aga ru {Joba dgide global de eolapso ds precesss deiner Faiiares (spas no original). Foi assim que, nas cinco Gina diced, saimos te initia corporal coma rigno de abuso a diagnstico da falénein da elagao fama. eapéxima Nona Assembleia Mural de Said de 1996, ‘a considrar a violencia como urna questo mundial de sits plea, fpontava pers sigs consequancias soe individuos, iis, contuni- {es e prises, O Relatéio Mundial sobre Violeta em Sai, publi- ado em 2002 em resposta&sotcitagdo daguela Assembla, referiae Se violGnciacoletiva, A violencia social, politica e econSinica, 8 viow Tenciainerpessal nas fafa, ere paecios ov entre membros que tonvivem a mestna comonidade, 4 volGeis auloinflingida... cada {tna delas lida conforme sua natiteza: sca, vex, psicoligica, ne bligénin economia ou parimonial. Sus vias no eram mais pe ‘bat ay ctiangas, mas também og idosos © as mulheres, quando m0 ‘grupos ou pases interes. 'A perpleidide dos micas éiante do promunciamento de Henry Kempe nos anos 6D ext o esquecimenta e remete& memvia ‘de um tempo em que a violencia ilo estava ali, Nos dias auais, 20 ‘onto, a violencia parece habitar ocotiiano das eidades, sea nos spayos piblices seja nos expagos privados; hoje, quand a wokkneia fxtd ag, somos conclamados a conect-a, na pretensio de domi ‘Ts. Para domingsla, o recurso tem sido seu ésquadsinnamento pla via “a clasifieao: a proguglo recente acerca da violéncia tem enfatiza- tlo a identieagio das muita e varadas formas de sun manifestagio, {nserindo cada uma dels num quaroclassitieatério que visa dstacat prorimagdes edi feengas,esrutinar seus alorespreferenciais, spon Sep Hncing D0, oma sexi adntan o campo ex 1977, cam0 rotted rein dots ina. tara sintomatologi com a gual se quer dizer a prior! quais suxs viti- vena, Produzios nesse pereuso una taxionomia, uma n0- Soria ews semioloyia da violencia. [Nosoyri, sf: MED: tatado com deseigio ou explicao das ‘oenga,(ouais, 2001) Nosorata, fs dverigho ou claaitiagfo metien das doco. (olan, 1975) ‘ening, L. Cle MED: mio e modo de se examina um do- te, esp. dose verifiarem os sina e sintomas;propedéutca,se- nlc, sntoratloga. Houses, 2001) “Taxionomia, sf |. Cacia da classifica, (Holanda, 1975) \Voltamos a citar, assim, um Velho camino conhecido d cigncins hunaas, da psiquatria e da pricologia: diante de questio {que parece por demais vasa, extense e complexa,escolhemos dsseeat ‘ompetender,diviir para clasifcar, esudar a minGeia porque & {otatidade pareve abrangentedemais para dare a conhecer. Instla-se, to interior de um campo dispar e vast, aexperiéncia da ordem, sobre ‘gual Foucault (1990, p. 10/11) assim $e refere: (soe undaenae de un een.) sa, logo de ete opener sop oe add dh run qua wh de encoun Ne ou enetdade do pen- ‘Sete tis ales on ntepetaps Ge Menor expla ber quo bb em gel una cde aque et geal obedeee, qu rt "pope uses porque rar 6 eta «erm entabeacds 6 to or, Manes ets de reid ho detects, ete tn “ominous opssar de er scbretdo on papel intermedia no ‘amos fundamental: 6 nal soni, tah ebro sem sia, Secs ol demi E igual, Vets da odes enprias ques so presen or stn o- ‘ens pig inautndo uta piety Gna rm elago 4 chs, an perder ua arena iia (~) Asi em toda cl fuente odo ques pode chamas Se obigos erent as reflexes sobre aordem, bd a experincia nua da orden © de {seus modos de ser * be Soin Ganates sie texio tat das expeidcias de ondenamento rooenes no campo das vslncas Sc dvds, ha taal de valor ge naga ‘propia vastdo do campo ators como Riis (1998) se ind {pan da valde da apronimasto de eapericcindipoes ne 8 tomada similares no reulo de wletas ue as une; ele se refee 4 ‘olencia como conoztovais, cua Vtidae se pee justamente ma Srangenca da questOee que sbacs, ind gue comyrtiedesas trios emuneo por om a coos ints © anit, como eee So, ane as enpergnelas hoje englobads sob cru de volentas de- fine campo vst, minha inengio com so 6 ane da amphi Ge gue af est conta, emprecner un pil esforg seed dos tefoge lasfeatros cds sentigas qu les prize ‘TANONOMIA, SEMIOLOGIA, NOSOGRAFI EXPERIENCTA NUA DA ORDEM 0 cesforgo clasifiatio das violéncias coincide com seu ine xesso no campo Ga sade. Atéento, nenfum dos textos que ratava da ‘eléncia, » maior parte no campo das ef@ncias humans, deuse a essa Emprliada; desde aguele que € reconbecido como o primeivo ratado Sobre volEncia ~ 0 Refleions sur fa violence, eseito pox Georges Sore fem 1808 ~, 0 toma foi preponderantemente abordado como fenémeno Felacional ¢ conesiads aos egos cultorais da époce, Foi o ingresso da ‘lela so campo da sade que trouve a necssidade da categorizngo. ‘Desee os pzmelnestabathos de Henry Kempe, o Jsignatvo child bate- red syrdvome aportava para uma forma de abuso que invocava 0 uso da [ga Zi esting, ferindo,o corp fisico, A marca fsica dea de set Signo necessrio Ce identfcasso conforme otras modalidades de vio ‘neta, que no se valem da forga fisiea nem atingem 0 compo fisic, pas sama ser também designades como abuses. Assim & que, a posteriori 8 “eranga espancada” de Kempe se convert na “criang via de abuso 3M, dvtata por sua vez da viima de neglgenci, de abuso psicolbak ‘cou de abuso sexual. A clasiieag, como se vé, eaminfa ao lado da thenrgio de outas formas de abuso que no o fisico, A categoriaagio organiza o campo de modo a nfo permitir que sua expansto sj interpre- tac con inedmoda insti. Toi apenas em 2002, com a publicaglo do Relatirio Mundial sobre Violeneka ¢ Said pela Organieaglo Mundial de Sade (OMS, 2042), que essa categorizgio aleangou seu desenho mais aprimorado, {Sinttoduglo do Relatirio noma seus objetivos: > desorever @ magniade eo impacto da violéncia em todo 0 ‘mundo; wer 08 prineipais fatores de riseo que causam a vio- » recomendar ages om nivel loeal, nacional ¢ internacional (OMS, 2002, p. xis) Em seu corpo, o Relat responde a esses propésitos: tata- se de documento de peso que do apenas compa dados levantados por mais de 160 especalistas em todo © mundo com prope, com thse nesses levantamentos, una rae anaitica de leitara da violencia, toms como problema de sade os eventos s80 eategorizadose clas sificados ~ firs, portato, uma taxionomia ~ e desse esforg emer- gem clementos que visim’& compreensto etiolégiea da violencia ~ ‘uma nosografia ~ e alguns modos pelos quais a Vieléncia pode ser prevenida¢tratada uma semiologia.” Ata publieagdo do Retatsrio, eventos violentos erara reme~ tidos ao Capitulo XX da Classficagio Internacional de Doengas {CID-I0), O' Capitulo XX classifica eventos provocados por casas externas introduzindo distingles conforme sit imencionalidade (ack Aentais,intencionas e de causalidade indeterminads) e eonforme sua faturezn (08 acidentes de transporte; a8 Testes auteinflingidas; as agressBes, as inervengdes legais e operagdes de gherray © as coop cagies derivadas de assistncin méicn e eirrgia): Duss questies refsaltam dai, Em primeira lugar, a C1D-10 ne nomein a violencia; 05 ddanos oriundos dela, por iss, eram usualmente remetidos 208 e68igos ‘XBS-Y0S, que tata das agressBes; Y35-Y36, qu fala dos danos pro- voeados em intervengSes Tegais © operag8es de guerra: © X60-XS4, {que cuida das lees intencionais,anto-inflingidas. Tudo quanto remne- tis a esses eddigos oi absorvide no wonjunto de evenoy tale no Relatério da OMS de 2002, que os trata ~ agora, sim sei a denon ago global de violncia, - Em segundo lugat, mas no menos importante: enguao & CuD-10 empreende un esforgo clasfcatiio,o Retain a ale Apresentao arrazoado gue inthe vieleein no earnp dase OS argumentosapresentado Yo do inpact inact solwe se 90 mnimero escent de pessoas por ca sings em foo mno Todo ano, mais de um mith de pessoas perdem suas vidas © Iuitas outras sofrem lesbies nfo faias,resullanes da vol cia auto-inflingida interpessoa! ou coletiva, (.) 0 exsto da violéncia se traduz em tiltes de délaresamericanos em ens tos anuais com assisténcia& sade no mide tx e(.) alguns bilhes ema termos de dias de trabalho peedidos,apl- cago das leis e perdas em investimentos (OMS, 2002, p. 2). Seo ob esp omar ie ed sae een Sealer it aT ice camer ido e outra, & declarar que aquele dano resultou de acidente ou de in- tengo de agente sobre o qual a cena em examen oftrece in [No Tras, essa € uma das difieuldades na produsio de estates de | morbi-mortiidade Em 1990, Mello Jorge argumenava gue, no qu toads eausas externas a qualidade & tabi, de alguna forms, diseutive,principsieate im fanglo de os Tega por temor, tv, de evolvimento com a joni ou com pla surat Mello Tore, 1987), colocarem ne atsiadesemente usa médica" da more, on sea, a matureza do wave ou esto que levou ao dito, grande parte des vous, sem qualuer referncis &verdadeira (ou mesmo presuida) cause sia da i ‘morte, dfinida pela Organizagdo Mundlal da Sade coma 0 "po ‘de acidente on volncia gue ocaionow af ese que lvaram @ morte” (Mello Jorge, 1990, 9-217) Quatorze anos ms tarde, anilse de confide das op taisticas de mortalidade no Brasil ainda eng coeges ingots tn clasificaglo por casas extemans done 347 alesados de bilo por __Stueasexterte Je tipo ignrado, 291 (8.9%) from relssiicdoe polos peequinadores que oe exaroaram (Laureate al, 2004, abla Bye 914) indicando uma dificuldade relevant e persist, Diante dessas dificuldades, o Relaério da OMS predur 9 efeito de constisigo de um eampo ge azn voli pra es | fade, so mesmo tempo qu organiza e orienta a8 ag6e; com 0, | oferese recursos de enfeentamento de dificuldades istics. Ese tmovimento ~ que const pare a volécia ma txionoaia pebpria— Cstrutura 0 esforgoclssfenirio sem colocar en erve 0 modelo de Sse Passe, 2006), difcedade ual de toda cassifcaao. Passe (2006) aborda essa difculdade focando« cxtenria ceuleure-bound syndromes (CBS), staves da quel a DSM-IV desgna ‘Passel (2006: 27) sun a expresso ao dct inode de etegci c= | farebondSydrmes (CBS) no Manan Disgabstine satsio de Ttso- fs Mla, Suge aga gic ober vlan no pose seria coma \ ‘Sula preocuupto som 2 integrate do modelo ex mesa: tae eu Similaiade po aves, +O Manual Diagadsico Essien de Tantomas Mest ¢ mais conecdo ‘o'Brsl pla silo DSM, deadn de sua denominagao em iaglés Digest | ‘and Sasa! Manual of Mental Disorder. como problemas psicopatolégicos certos comportamentos tpicos de calturas loesis, nfo hegeménicas. Analisando experiences, narstivas estratégias de softimento na Guiné-Bissau e entre migrants tadica- dvr iin © om Portugal, autor cha ato pa nave jo de patologizar expressies dispares e miltiplas que constituem o ‘mundo interior dos sueitos Diz ea Define etiquetar uma attude “estan” ou “nia conveacional come um problema médica sigifia legit «netesidade de i= tervengo médica para controlar, limita ou modifica ee compar ‘tamento(.) 0 que nfo pode ser eduzido aun dngndsticn Fania entra anomaticamente na lists das CBS e, portato nf pe em ei se omodelo de base (Pusset, 2006, p. 26-7) A autora chama a atengfo pata o fato de que nesse movimento 1 manifestagdo subjtiva 6 lida como sintoma e rssigificada no campo ‘da patologia, onde alcanga sentido muito diverso do original. Entender 8 iferenea ene o primeira sentido ~ de origem ~ e o segundo ~imposto ‘pola categoria 6 entender onde e como o ato de classifica abandona a neutralidade, afastase de qualquer alegado rigor cienifco ¢ adentra 0 ‘terreno do politic, eonstruindo uma leitura de mundo e organizando as formas de intervengo sobre o real e sobre os sujeitos: 1 sclegdo de detecminadas sensagSes corporsis ou aspects com: portamentais como “siatomas” resulta de ura interpretspo, igada por sun vez 4 um cédigo de referénciaexpecco. A defini do fe €siatoma, do que & doenga, do que é anormalidade ou desvio 2 por conseguine, um facto focal 6, a0 mesmo fempo, um acto politico Pusseti, 2006, p. 7). “Trago aqui as crticas & classficagho de doengas meniais pelo DSM, pois as ialeras andises e publicagdesdisponiveis nos perm tem examinar mais de perto os problemas do exereico cassifieatrio na irea da sade, O DSM tzata de transtornos clinicos e ments, pro- biomas do desenvolvimento e aprendizado, trnstomos de persoaali dade, ¢ fatores ambientais ob psicossocisis que contrbuem para a8 ‘esordens, Proposto pela. Associapio Americana de Piguitria, 0 DSM tem sido intensamente diseutido no bojo do debate contempori- ‘neo en foro do diagnéstic e das polticas de sade mental (Figvei- in, Pare Reet Cie s redo ¢ Tendrio, 2002; Delgado, 2008). Para efit de presente discus So, ineresasme trata mais expeifcemente das andes que sistent Ge, a ciagnostcarpurmeate com base em sinomas, © DSM iz 2 ainas no exam do conten de via da pesson que ests sen ding: nliezly, pos @ aqui que o carter polico do DSM, smn por Passi (3006), pro efeitos ptees no catidano ds sujetos, Em artigos publicados spoximadamente ao longo dos itimos 5 anos, Otivio Serpe J tem regsgado retradamente seu ineOmado de professor com a nosogatia proposts pelo DSM em suas plas, fa ata quis qe exclusiamente dt dimensio desentiva de dosnt {Serpa fonior, 2007. Ainda que baju ai valor operativo © did, esr enaia oso d fare com que a Lgica da donga Sia cone dio ext ime da aparécia ed stoma, Pra Serpa Junior 2007), 1 clasfeago esconde aqullo que €essencial no adoccimen, a 6 Imetsiosubjetve da experioea eeu quanto dz respeito is relages Interpessoas, parte incgrante eenstitutve do adoeciment Se tomarmos a classifcagfo como uma atvidede mecinice, aque apenas extra dado diagnético do eonjunto de sistas iden: ‘Heados no doont,allmentamos a uso de ques alvdade de dag oscar limmpa de foda e qualquer eontaminagio de um avalagao, “Sabjeivin’,e or isu enldo pode sr ebamada de “cient”, Para «autor, ada'é mais falso © nada € mais indouo do ponto de vista do ‘bemesia do dosnt (ou do sjeito que est sendo examninado). # fso porque mascara a dimensto humane da doensa men- tal, expressa na dor que el provoca na doente e nos seus enes quer dos esa dor nao eabe na feza da classifeagéo mamutlizada. Serpe Junior (2007) nfo faz uma ert iolada. Oliveira (2008), por exem- plo, contasta a elssieagio da DSM 4s categorias psianaliias © ‘Minne que, enqvanto a primeira diagnosica pra busar @neutal ‘lo ou aremissto do sintoma, a tlie clastic para entender a fu ‘ho do sintoma na vida do sjetoe busar al x inteligibildade que Ibe € prdpria. Para Delgado (2008), a atenco fisicalista que embasa 0 [DSM faz ealaro sueito em seu sintoma e configura tatamentos que rascaram sentengas eondenatrias esegregadoras,vsando a adequa- {odo sujet: © DSM paiquiatia a vida soca indeuo porque ignara justamente aquilo que € central na cexperiéncia do adoecimento ~ a saber, a singlardade da experizcia *Passim tomarse de posco valor para o proprio doe, aquele sue a aii 6 He Signi Gunes mais precisa entender a fonte de sua dor para buscat a sua porta de saida. E conclui, com perspicaz ironia: a dor i jor que se apazigua & a do observador, que com a emissio do diagnéstico fabrica Inteligibilidade no interior da loucura e livra-se do incOmodo do desconhecide. Aqui também ha concordincias: Diagnostica, muitas vezes,servia para apacar a angst, ou sei rnomear 0 desconhecido, Tal ocedimento promovia urn engi dramento diagnéstico, eo pacientepassavaentio a prtencer a de- teriinado grupo lassficatio: 0 grupo dos deprimidos, ds ps- ‘cbticos, dos adicios outros. (Oliveira, 2008, p. 116) ah aac ahcen ee See ee erat pia cin ete on See we 2 Ae ge en ene a ee ca ey ni i eo a ae spas i i ae sre in i nea re coil bl, En frie ee Tae don a= sae ge game emer a a mo fn Pretenso de eco og bo: evi de gia, Noh aided emu dee inact: cheng cps ta sei ln, wen ig ye em a dein cs mca Sats pl oa eee anne Visi: Cotosing Peas Raden Citas oe AFALADA VIOLENCIA ee ee eee 2 ae ee Spin tone nee See ener ea a ra aang ope ng a ane raeearna Pope ee ea SS meeateenaerioeme Brees neeeeiecnereimce ee crtmnage ranean = ersten raga Er orgeene enti coer ‘nos diversos- campos académicos que hoje se encarregam desse tres. aera ican adeno Sei carn isis aplicivei a uma e ota stag. A escaluda nrmativa nos espreta {jlo etranhamos a necesidade de novee regiment, ewsOs ‘nos que os eapciter a iar com avilénca, a identifica and ela 36 tesco, falar con via e seus algo, Interv entim. Sea pei- St dos anos 6 soa estan a ela de deseo dos pas 0 Pate ‘ee esa 0 contro. {A produgo académica sobre a violénes, ¢ 08 muitos dispos- tivoslegais que ela se segura, eayendraram uma neraiva out 10 tempo. O senso comin = at rhealidades ~ opera hoje responded & texintégiatesentidos «ue, fords na academia orgiizados no nivel Tegal, edifcaram um todo novo de examina a vielncia. Em outros termos: eonsrvimos o que chamo aqui de uma fla da vilénca, Uso 8 ‘expresso para fazer alusio, e 0 mesmo tempo adnitr sinilaidade, Aquilo que Caldera (2003, p 9) charmou de fala do vine: “Tanto sista quanto materialmete, sus estatégias open de fon scmclant eas eteloce dforenas impiem diviis © fistneias, onsrosnsapaagies, mullpinm reas de eviag0@ trelusio¢vesringert or mowsments. Mus des operages fo Jstiieaas en converts do dati xj tema € 0 qe chao de fale do crime. (fos meus) Quando discute a contig de ume fala do crime, Caldeia (2003) se indage quais reais a fazem necessitia e qua efeitos ela {rodu. Seguindo o raciocinio da autora, somos levados a perceber oe toda uma indstra éa seguranca se consi ese istala poraue ‘fm fala sobre 6 crime, reproduzida & extusio, contibui para cons im a pereepedo de que 0 erime esfé a, que o Estado peréeu o conto Ie sobte ele, ¢ que compete por jss0 20 cidadioadotar as meds in- ‘Spensivels para se proteger € nese Ceritro simbolico que fores- teem os condominies privados, © comércio protezido, as Sepurangas Contrstadae os reclamos de controle penal acirrado. A fala do rime & por aso, expressdo do paradono que fz de seu objeto algo que &, 0 Inesmo tempo, estranhamente préximo e foremente ameagador, ela ‘constr o paradoxo do qual bots a insegurang. (0 sentimento de inseguranga tem sido trtado como eixo de -sustentagdo da eultra do controle. Para Garland (2008), 0 Estado con- temporineo jd no & capa de prover, com exclisividade, a segura terres encase eunaidade most de fo um erralsement do erine a partir dos anos 70, deafando quien TGockunentsnanceiforo fatineno € eonstatado em foo o mundo CEeNe Spat no Brasil incusive (Caldera, 2003). As pols (Conn de regnrang, por iss, precisa rinvenar Torn de conico- PeesS nde Lee de Carland (2008). ama efcaz fem ido a pare ‘eocont core cvs, convosndos prt de um sentimeno Je ite Seauranga au & precio, por iso, estima. TLevar& poplagao a experiéncn de inseguranca requer~ diz ‘carand 008) ~a transformago de um enorme conjunto de aranjos, seria altro de lendéneas sensors percepts emocinais ‘Rimentr « sensgdo de inseguranga requer que se consruam ceras {olin que se diseminem certs sensibilidedes,« posto de que 0 Conse dawuo que ¢ Wentficado como fonte de inseguranga sj, Sona gue adit, deseado (0 desejo do controle foi aleangado por meio de umd sie de sisposvos de coopagio que, 90 count, arsformaram minimos

You might also like