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Câncer do pulmão
(Carcinoma Pulmonar)
Por Robert L. Keith , MD, Division of Pulmonary Sciences and Critial Care Medicine, Department of Medicine, Eastern
Colorado VA Healthcare System, University of Colorado

Última revisão/alteração completa abr 2018| Última modificação do conteúdo abr 2018

O tabagismo é a causa mais comum do câncer de pulmão.

Um sintoma comum é a tosse persistente ou a mudança no caráter de uma tosse crônica.

Radiografias torácicas podem detectar a maioria dos cânceres de pulmão, mas são necessários outros exames
de imagem e biópsias.

Cirurgia, quimioterapia, agentes específicos e radioterapia podem ser utilizados para tratar o câncer de pulmão.

(Veja também Considerações gerais sobre tumores pulmonares.)


O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer, tanto em homens como em mulheres. O número de
mortes devido ao câncer de pulmão tem diminuído em homens e parece estar se nivelando ou diminuindo em
mulheres após décadas de aumento. Essa tendência reflete uma mudança no número de fumantes nos últimos 30
anos. Em 2018, as estimativas apontavam para a morte de mais de 154.000 pessoas em decorrência de câncer de
pulmão, cerca de 83.500 homens e 70.500 mulheres. Esses números representam quase 25% de todas as mortes
provocadas por câncer.
O câncer primário de pulmão é o câncer que se origina das células pulmonares. O câncer primário de pulmão pode
surgir nas vias respiratórias que se ramificam da traqueia para abastecer os pulmões (os brônquios) ou nos pequenos
sacos de ar do pulmão (os alvéolos).
O câncer pulmonar metastático é o câncer que se propagou para o pulmão a partir de outras partes do corpo (mais
comumente das mamas, cólon, próstata, rins, glândula tireoide, estômago, colo do útero, reto, testículos, ossos ou
pele).

Câncer do pulmão

Existem duas categorias principais de câncer primário de pulmão:


Câncer de pulmão de células não pequenas: Cerca de 85 a 87% dos cânceres de pulmão estão nessa
categoria. Esse câncer cresce mais lentamente do que o carcinoma de pulmão de células pequenas. Entretanto,
quando cerca de 40% dos indivíduos são diagnosticados, o câncer já se propagou para outras partes do corpo
fora do tórax. Os tipos mais comuns de câncer do pulmão de células não pequenas são carcinomas de células
escamosas, adenocarcinoma e carcinoma de células grandes.

Câncer de pulmão de células pequenas: Por vezes denominado carcinoma de célula de aveia, esse câncer éCookies
responsável por cerca de 13 a 15% de todos os cânceres de pulmão. Ele é muito agressivo e se propaga
rapidamente. Quando a maioria dos indivíduos é diagnosticada, o câncer já se espalhou para outras partes do
corpo.

Tipos raros de câncer de pulmão incluem


Tumores carcinoides brônquicos (que podem ser também não cancerígenos)

Carcinomas brônquios glandulares

Linfomas (cânceres no sistema sanguíneo)

Mesotelioma (devido à exposição ao amianto)

Causas
O tabagismo é a principal causa de câncer, sendo responsável por cerca de 85% de todos os casos de câncer de
pulmão. O risco de desenvolver câncer de pulmão varia com o número de cigarros fumados e o número de anos
fumando. Ainda assim, alguns fumantes compulsivos não desenvolvem câncer de pulmão. O risco de desenvolver o
câncer de pulmão diminui nas pessoas que param de fumar, mas ex-fumantes sempre estarão em maior risco de
desenvolver câncer de pulmão do que pessoas que nunca fumaram.
Cerca de 15 a 20% das pessoas que desenvolvem câncer de pulmão nunca fumaram ou fumaram muito pouco. A
causa de câncer de pulmão nessas pessoas é desconhecida, mas pode estar relacionada com certas mutações
genéticas.
Outros possíveis fatores de risco são poluição do ar, fumar maconha, exposição à fumaça de tabaco e tabagismo
passivo, além de exposição a carcinógenos, como amianto, radiação, radônio, arsênico, níquel, cromatos, éteres
clorometila, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, gás mostarda ou emissões de forno de coque, presentes ou
inalados no trabalho, bem como uso exclusivo de fogueiras para cozinhar e aquecer. O risco de contrair esse tipo de
câncer aumenta nas pessoas expostas a essas substâncias e que também são fumantes.
O risco de câncer de pulmão relacionado a sistemas eletrônicos de administração de nicotina, como cigarros
eletrônicos, ainda não foi determinado.
Se e quanto a exposição ao radônio doméstico aumenta o risco de câncer de pulmão é controverso. Contudo, alguns
relatórios sugerem que a exposição ao radônio é um fator de risco para o câncer de pulmão.
Em casos raros, cânceres de pulmão, em especial o adenocarcinoma e o carcinoma de células bronquíolo-alveolares
(um tipo de adenocarcinoma) se desenvolvem em pessoas cujos pulmões apresentam cicatrizes provocadas por
outras doenças pulmonares, como tuberculose. Os fumantes que tomam suplementos de betacaroteno também
podem ter um risco maior de desenvolver o câncer de pulmão.

Você sabia que...


Apesar de o tabagismo ser a causa da

maioria dos casos, pessoas que nunca


fumaram também podem ter câncer de

pulmão.

Sintomas
Os sintomas de câncer de pulmão dependem do tipo, da sua localização e da maneira como ele se espalha dentro dos
pulmões ou para áreas próximas aos pulmões, ou para outras partes do corpo. Algumas pessoas não apresentam
sintomas por ocasião do diagnóstico.
Um dos sintomas mais comuns é a tosse persistente ou, em pessoas com tosse crônica, uma mudança nas
características da tosse. Algumas pessoas expectoram sangue ou muco com estrias de sangue (hemoptise).
Raramente, o câncer de pulmão cresce em um vaso sanguíneo subjacente e pode causar sangramentos graves.
Outros sintomas não específicos de câncer de pulmão incluem perda de apetite, perda de peso, fadiga, dor torácica e
fraqueza.

Complicações do câncer de pulmão


O câncer de pulmão pode estreitar as vias aéreas, causando sibilos. Se um tumor bloquear uma via aérea, a parte do
pulmão preenchida pela via aérea pode colabar, o que é chamado atelectasia. Outras consequências das vias
respiratórias obstruídas são dificuldade respiratória e pneumonia, que podem causar tosse, febre e dor torácica. Cookies
Se o tumor crescer no interior da parede torácica, ele pode causar dor torácica persistente e incessante. O líquido
contendo células cancerosas pode se acumular no espaço entre o pulmão e a parede torácica (um quadro chamado
derrame pleural maligno). Grandes quantidades de líquido podem levar à falta de ar. Se o câncer se espalhar pelos
pulmões, os níveis de oxigênio no sangue tornam-se baixos, causando falta de ar e, por fim, o aumento do lado direito
do coração e uma possível insuficiência cardíaca (um distúrbio chamado cor pulmonale).
O câncer de pulmão pode se desenvolver em certos nervos do pescoço, causando pálpebra caída, pupilas contraídas e
transpiração reduzida em um dos lados do rosto – em conjunto, esses sintomas são denominados síndrome de
Horner. Cânceres no topo do pulmão podem crescer nos nervos que abastecem o braço, fazendo com que o braço ou
o ombro fiquem doloridos, dormentes e fracos. Os tumores nesses locais são normalmente denominados tumores de
Pancoast. Quando o tumor cresce nos nervos no centro do peito, os nervos que suprem a laringe podem ser
danificados, tornando a voz rouca, e o nervo para o diafragma pode ser danificado, causando falta de ar e baixos
níveis de oxigênio no sangue.
O câncer de pulmão pode se desenvolver no esôfago ou perto dele, dificultando a deglutição ou tornando a deglutição
dolorosa.
O câncer de pulmão pode invadir o coração ou o centro do tórax (mediastino), causando arritmias cardíacas,
obstrução do fluxo sanguíneo para o coração ou acúmulo de líquido na estrutura sacular que envolve o coração (saco
pericárdico).
O câncer pode invadir ou comprimir uma das grandes veias do tórax (veia cava superior). Esse quadro é denominado
síndrome da veia cava superior. O bloqueio da veia cava superior faz com que o sangue retorne a outras veias da
parte superior do corpo. As veias da parede torácica aumentam de tamanho. O rosto, o pescoço e a parede torácica
superior — incluindo as mamas — podem inchar, o que causa dor, e ficar ruborizadas. A doença também pode
provocar dificuldade respiratória, dor de cabeça, visão desfocada, enjoo e sonolência. Esses sintomas tendem a piorar
quando a pessoa se inclina para a frente ou se deita.
O câncer de pulmão também pode se propagar pela corrente sanguínea para outras partes do copo, normalmente
para o fígado, cérebro, glândulas adrenais, medula espinhal ou ossos. A disseminação do câncer de pulmão pode
ocorrer na fase inicial da doença, especialmente em caso de câncer de pulmão de células pequenas. Alguns sintomas
— como dor de cabeça, confusão, convulsão e dor óssea — podem se desenvolver antes de algum problema no
pulmão se tornar evidente, o que dificulta um diagnóstico precoce.
As síndromes paraneoplásicas consistem dos efeitos causados pelo câncer, mas que ocorrem em partes afastadas
do câncer em si, como em nervos e músculos. Essas síndromes não têm uma relação com o tamanho ou a localização
do câncer de pulmão e não indicam necessariamente que este tenha se propagado para fora do tórax. Essas
síndromes são provocadas por substâncias segregadas pelo câncer (como hormônios, citocinas e diversas outras
proteínas). Efeitos paraneoplásicos comuns do câncer de pulmão incluem
Hipercalcemia (altos níveis de cálcio no sangue) em pessoas com carcinoma espinocelular

Síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH)

Baqueteamento digital com ou sem osteoartropatia pulmonar hipertrófica (inflamação dos ossos e articulações)

Hipercoagulabilidade com trombose venosa superficial migratória (síndrome de Trousseau), frequentemente


causando coágulos de sangue nas pernas

Sintomas similares aos da miastenia grave (síndrome de Lambert-Eaton)

Síndrome de Cushing

Vários outros tipos de disfunções do sistema nervoso

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Diagnóstico
Diagnóstico por imagem

Exame microscópico das células tumorais

Teste genético do tumor

Estágios

Os médicos exploram a possibilidade de câncer de pulmão quando uma pessoa, especialmente um fumante, tem
tosse persistente ou agravada ou outros sintomas pulmonares (como falta de ar ou expectoração de muco com rajas
de sangue) ou perda de peso.

Diagnóstico por imagem


A radiografia torácica é, geralmente, o primeiro teste. A radiografia torácica é capaz de detectar a maioria dos
tumores pulmonares, embora alguns pequenos possam passar despercebidos. Às vezes, uma sombra detectada na
radiografia torácica feita por outros motivos (como antes de uma cirurgia) dá ao médico uma primeira pista, apesar de
esse tipo de sombra não ser uma prova de câncer. Cookies
A tomografia computadorizada (TC) pode ser o próximo exame a ser feito. A TC pode indicar padrões característicos
que ajudam o médico a fazer o diagnóstico. Ela também pode indicar tumores menores, que não são visíveis nas
radiografias torácicas, e revelam se os linfonodos dentro do tórax estão aumentados.
Novas técnicas, como atomografia por emissão de pósitrons (PET), e um tipo de TC chamada helicoidal (espiral) estão
melhorando a capacidade de detecção de cânceres pequenos. Os oncologistas (médicos que se especializam em tratar
as pessoas com câncer) utilizam o exame PET-TC com frequência, que combina a tecnologia PET e TC em um
equipamento para avaliar os pacientes com suspeita de câncer. Ressonância magnética (RM) também pode ser
utilizada se a TC ou o PET-TC não oferecer informações suficientes ao médico.

Exame microscópico
Um exame microscópico de tecido pulmonar da área possivelmente cancerosa é igualmente necessário para confirmar
o diagnóstico. Às vezes, uma amostra de expectoração possui material suficiente para se fazer o exame (denominado
citologia de escarro). Se o câncer tiver causado um derrame pleural maligno, a remoção e o exame do fluido pleural
podem ser suficientes. Normalmente, entretanto, o médico necessita obter uma amostra do tecido diretamente do
tumor. Uma maneira comum de se obter esta amostra de tecido é através de uma broncoscopia. As vias respiratórias
do indivíduo são diretamente observadas e podem ser coletadas amostras do tumor.
Se o câncer estiver muito longe das vias respiratórias principais para ser alcançado com um broncoscópio, o médico
normalmente obtém uma amostra inserindo um instrumento através da pele. Esse procedimento é chamado biópsia
percutânea. Às vezes, só é possível obter uma amostra através de um procedimento cirúrgico chamado toracotomia.
Os médicos também podem realizar uma mediastinoscopia, procedimento em que amostras dos linfonodos
aumentados (uma biópsia) do centro do tórax são coletadas e examinadas para determinar se a inflamação ou o
câncer é responsável por esse aumento.

Exames genéticos
Os médicos fazem testes genéticos no tecido da amostra para verificar se o câncer da pessoa foi causado por uma
mutação que pode ser tratada com medicamentos direcionados aos efeitos da mutação.

Estágios
Uma vez que o câncer for identificado em um microscópio, os médicos normalmente fazem exames para determinar
se ele se espalhou. Um exame PET-TC e um exame de imagem da cabeça (TC ou RM do cérebro) podem ser feitos para
determinar se o câncer de pulmão se disseminou, especialmente para o fígado, glândulas suprarrenais ou cérebro. Se
uma PET-TC não estiver disponível, podem ser feitos exames de TC torácica, abdominal e pélvica, bem como uma
cintilografia óssea. A cintilografia óssea pode indicar se o câncer se espalhou para os ossos.
Cânceres são categorizados com base em
Quão grande é o tumor

Se ele se espalhou para linfonodos próximos

Se ele se espalhou para órgãos distantes

As diferentes categorias são utilizadas para determinar o estágio do câncer. O estágio de um câncer sugere o
tratamento mais adequado e permite ao médico estabelecer o prognóstico da pessoa.

Triagem de câncer de pulmão


Nenhum estudo de triagem é universalmente aceito. Esses estudos de triagem utilizam radiografias torácicas, TC,
exames de escarro ou todos esses métodos para tentar detectar o câncer quando este ainda está em um estágio
inicial.
A triagem de todas as pessoas não indicou melhora na sobrevida das pessoas com câncer de pulmão e, portanto,
não é recomendada para pessoas sem fatores de risco. Os exames são caros e causam preocupação indevida se
produzirem resultados falso-positivos, indicando, de forma incorreta, a existência de um câncer. O contrário também é
verdade. Um exame de triagem pode fornecer um resultado negativo quando um câncer existe de verdade.
A triagem de pessoas sob alto risco, contudo, é recomendável. Os médicos tentam determinar com precisão o risco
de uma pessoa para um câncer em particular, antes que exames de triagem sejam feitos. As pessoas que podem se
beneficiar da triagem para câncer de pulmão são aquelas de meia-idade e idosos que fumam muito ou que fumaram
por muitos anos. As diretrizes atuais recomendam a triagem para pessoas entre 55 e 80 anos de idade com histórico
de tabagismo de mais de 30 maços-anos (calculado pela multiplicação dos anos fumando pelo número de maços por
dia) que ainda fumam ou que pararam nos últimos 15 anos. Uma TC anual com uma técnica que utiliza uma
quantidade de radiação abaixo do normal parece encontrar cânceres suficientes que podem ser curados para salvar
vidas. Contudo, radiografias torácicas de triagem e exames do escarro nestas pessoas de alto risco não são
recomendados.

Prevenção Cookies

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