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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 7ª VARA CÍVEL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA

COMARCA DE SÃO PAULO - SP

Ref.: Procedimento do Juizado Especial Federal


Feito nº 5012270-76.2023.4.03.6100
Autor: Jonathas Damacena da Silva Barbosa Simões Camargo
Réus: Edna Ribeiro Oliveira

Jonathas Damacena da Silva Barbosa Simões Camargo., devidamente


qualificado nos autos do Procedimento do Juizado Especial Federal em epígrafe, advogando
em causa de Gizely da Silva Rodrigues, brasileira, solteira, psicóloga, portadora do RG nº
3464987, devidamente inscrita no CPF sob o nº 061.319.147-10, residente e domiciliada na
Rua Dionísio Abaurre, nº 400, apartamento 101, Bairro Jardim Camburi, CEP: 29090-630,
Cidade Vitória, Estado Espírito Santo, vem à presença de Vossa Excelência para,
respeitosamente, propor a presente:

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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face de Edna Ribeiro Oliveira, pessoa física, com sede na Rua Dionísio Abaurre, nº
400, Bairro Jardim Camburi, CEP: 29090-630, Cidade Vitória, Estado Espírito Santo,
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

1. DOS FATOS

Em 23/06/2023, às 09:40, a filha da Ré, que é sua vizinha, Amanda Safira da Silva Sales,
menor de idade, saiu do edifício em que habitam deixando o portão aberto, de modo que,
devido a essa negligência, foi possível que um morador de rua furtasse a bicicleta e o
cadeado da Requerente, avaliados, respectivamente, no valor de R$ 600,00 (seiscentos
reais) e R$ 56,00 (cinquenta e seis reais).

Por meio da análise das câmeras é possível comprovar o furto da bicicleta, como relatado

Após o ocorrido, a Requerente dialogou com a Ré por meio de mensagens de texto, no qual
acordaram que o bem furtado seria ressarcido no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais),
bem como o cadeado no valor de R$ 56,00 (cinquenta e seis reais).

Em 25/06/2023, a filha da Ré entrou em contato com a Requerente, porém, esta não quis
conversar com a mesma tendo em vista sua menoridade. Assim, tentou entrar em contato
com a mãe para que o valor, como havia sido combinado, fosse devidamente ressarcido,
contudo, não obteve resposta.

A Requerente relata que também contatou a responsável pelo imóvel em questão a fim de
que, caso não houvesse o ressarcimento, pretendia descontar o valor do aluguel, tendo em
vista que a Ré não iria pagar o valor mencionado.

Diante da total negligência da Ré e da filha da mesma na segurança dos pertences das


moradoras do presente imóvel, de modo a possibilitar furtos, a Requerente pede a
reparação pelos danos materiais e morais sofridos, pois teve sua integridade material e
moral abaladas por causa da negligência da Ré, que, primeiramente, permitiu que a
Requerente tivesse seus pertences furtados no interior do imóvel e, por segundo, sequer se
dispôs a ressarcir o bem no valor devidamente avaliado, restando comprovada sua
Responsabilidade Civil.

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2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

a) DO DIREITO A REPARAÇÃO DO DANO

Inicialmente cabe demonstrar que, ao ser vítima de dano, o Autor tem pleno direito a
reparação deste, isto posto consoante com determinação constitucional e do Código de
Defesa do Consumidor.
O artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal estabelece que:

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes
(...)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrentes de sua
violação;

O certo é que até o presente momento a requerente permanece sem receber a devida
reparação, tendo em vista que a Ré não responde as mensagens de texto, demonstrando
evidente negligência e manifesto descaso para a reparação dos danos.

Nesse diapasão, torna-se claro é que a Ré, tendo a filha cometido imprudente ato, afrontou
confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito, devendo, por isso,
sofrer à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pela requerente.

Diante do narrado, fica claramente demonstrado a indiferença da Ré em reparar o dano que


expressamente deveria ser feito.

Vale ressaltar que a reparabilidade do dano moral puro não mais se questiona no direito
brasileiro, porquanto uma série de dispositivos, constitucionais e infraconstitucionais,
garantem sua tutela legal.

O desiderato da Promovente também está sob a proteção da Lei Substantiva Civil. Eis o
teor dos seus artigos 186 e 927:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

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Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Eis a acepção de dano moral na jurisprudência pátria:

Entende-se por dano moral a lesão a um bem jurídico integrante de própria personalidade
da vítima, como a sua honra, imagem, saúde, integridade psicológica, causando dor,
tristeza, vexame e humilhação à vítima.(TRF 2ª Região – 5ª Turma; Apelação Cível nº
96.02.43696-4/RJ – Rel. Desembargadora Federal Tanyra Vargas).

Doutrinadores e Tribunais põem-se de acordo quanto à indenização do dano moral para


satisfação da ofensa de atos lesivos à honra, à dignidade, ao nome de quem é atingido e
tisnado por abusos, a exemplo do que aconteceu com a autora.

É de bom alvitre, também, frisar que o dano moral, por sua natureza subjetiva, prescinde
de demonstração, da prova do dano, sendo suficiente, para caracterizá-lo, a ocorrência de
seus três elementos essenciais: o dano, o ato culposo e o nexo causal – todos presentes no
caso sub judice.

Quanto à prescindibilidade de demonstração do dano, eis o uníssono entendimento do


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: Conforme entendimento firmado nesta Corte, não
há falar em prova de dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento,
sentimentos íntimos que o ensejam. Precedentes: REsps. Nºs:.261.028/RJ;
294.561/RJ;661.960/PB. (STJ – REsp nº 702872/MS – Rel. Min. Jorge Scartezzini – 4ª
Turma – DJU 01/07/2005 – p. 557).

Diante da possibilidade de reparação do dano puramente moral, resta-nos trilhar o caminho


referente ao quantum da indenização que, se não deve ser exagerado, certamente, não
poderá ser arbitrada como indulgência a quem causou malefício a outrem.

Sob tal prisma, o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, por sua 2ª Câmara Cível,
tem assim decidido:

A indenização por dano moral é arbitrável, mediante estimativa prudencial que leve em
conta a necessidade de, com a quantia, satisfazer a dor da vítima e dissuadir de novo
atentado, o autor da ofensa.(TJ-SP – Apelação Cível nº 198.117 – 2ª Câmara – em
21.12.93 – Rel. Des. Cezar Peluso – RT nº 706, Ago/11, pág. 67.

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Nesse viés, tem-se exortação do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAÍBA, onde o dano
moral puro ou objetivo não necessita de prova do efetivo reflexo patrimonial, sendo
suficiente a comprovação do ato ilícito e do nexo de causalidade, bem como presumidos os
efeitos nefastos na honra do ofendido.

A indenização por dano moral não tem finalidade de obtenção de lucro ou de qualquer
vantagem financeira, tendo por objetivo, isto sim, o de reparar de forma sensata os danos
morais efetivamente ocasionados pelo ofensor(TJPB – Apelação Cível nº 888.2002.0017 –
1ª Câmara Cível – Rel. Des. Jorge Ribeiro Nóbrega – jul. 20/06/2002).

Um dos elementos da responsabilidade é o dano ou prejuízo, que traduz a violação a um


interesse jurídico tutelado material ou moralmente. Assim, o dano material (que não pode
ser hipotético, mas certo) consiste na violação dos direitos patrimoniais, já o dano moral
implica na violação dos direitos da personalidade.

No entanto, prevê claramente o dano moral, diante de todo exposto, a requerente requer a
reparação mediante indenização por todos os danos causados a autora da ação.

4. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer a este Douto Juízo:

1. A total procedência da ação para que seja a Ré condenada ao pagamento de indenização


por danos morais de, no mínimo, R$ 657,00 (seiscentos e cinquenta e sete reais);

2. Seja a Ré citada para, querendo, apresentar contestação no prazo legal;

3. A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a testemunhal e o


depoimento pessoal do representante da Ré;

4. Manifesta-se interesse na audiência de conciliação.

Dá-se à causa o valor de R$ 657,00 (seiscentos e cinquenta e sete reais).

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Termos em que,

Pede e espera deferimento.

São Paulo, 06/07/2023

Jonathas Damacena da Silva Barbosa Simões Camargo – OAB/SP nº 490.502

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