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CONCURSO PARA ADMISSAO DE 100 CANDIDATOS AO CURSO DE FORMACAO DE INSPETORES ESTAGIARIOS Prova A PROVA ESCRITA DE CONHECIMENTOS ESPECIFICOS 26 de outubro de 2019 Critérios de correcao Cotagées: Aprova tem a valoracao de 20 valores, com a seguinte distribuicgo: Grupo |—0,25 valores por cada questo (32), num total de 8 valores Grupo I~ 3 valores por cada uma das 4 questées & escolha, num total de 12 valores Grupo | Na resposta as quest6es de escolha miltipla (Grupo I), a cotacdo da questao ¢ atribuida a resposta que se apresente, de forma inequivoca, como Ginica op¢&o correta ou a mais completa. Séo classificadas com zero valores as respostas em que é assinalada uma opcio incorreta ou mais do que uma opcéo. Grupo II No Grupo II sao critérios gerais de classificagéo: a qualidade da informagao transmitida pelo candidato, a pertinéncia do contetido das respostas, a capacidade de anilise e de sintese, a simplicidade e clareza da exposigdo e o dominio da lingua portuguesa. ‘As respostas ilegiveis ou que ndo possam ser claramente identificadas so classificadas com zero valores. Sd sero avaliadas 4 das 6 questdes do grupo Il. Caso 0 candidato responda a mais do que quatro questées, sero apenas consideradas as primeiras quatro respostas, por ordem numérica crescente. As respostas escritas fora do espaco indicado nao serdo avaliadas. Aclassificacao a atribuir devers ser distribufda pelos diversos aspetos focados na resposta, constantes da sugestio de correcdo. No entanto, deve ter-se em atencdo que a sugestéo de corre¢lo apresentada no esgota as possibilidades de resposta relevante. Deste modo, respostas que, embora néo sendo totalmente coincidentes com as sugestées apresentadas, estejam cientificamente corretas e sejam adequadas ao solicitado na questo em causa, sero igualmente classificadas. ‘As respostas no serio desvalorizadas por nao utilizarem uma terminologia exatamente id&ntica & utlizada nas sugestdes constantes dos critérios especificos de classificagdo, desde que a terminologia sada em alternativa seja adequada e rigorosa. yw Grupo! 1 10. 11 Art. 3.2, 1.21, al. a), b} ec) da LOIC jéria, a Guarda Nacional Republicana e a Policia de Seguranga Publica. A Policia Ju Art. 11.2 da LOP) (© Assessor de Investigacdo Criminal, o Coordenador de Investigac3o Criminal e o Inspetor Chefe. ‘Art. 12.2, 1.21, al. b), da LOPL Revista. Art. 3.2 e 21.2 da LOPJ e art. 68. da LOP) 275-A/2000, de 9 de nov. Da organizagio hierdrquica interna da Policia Judiciaria. Art, 17.2, n.2 2, LOPJ A quaisquer repartigées ou servicos piiblicos, empresas comerciais ou industriais e outras \stalagSes publicas ou privadas, quando devidamente identificados e em missdo de servico. Art. 30.2 LOPY Unidade de Informagéo de Investigacdo Criminal; Unidade de Cooperacio Internacional; Laboratério de Policia Cientifica e a Unidade de Telecomunicages e Informatica, Art, 53.2, n.22, al. b), €55.2 do CPP e art. 2.2 da LOIC A direcdo da investigacSo compete ao Ministério Pablico, na fase de inquérito, sendo coadjuvado pelos érgaos de policia criminal. Art, 56.2 do CPP, art. 2.8, 5.2 e 6.2 da LOIC e art. 3. da LOPY Sob a orientacdo das autoridades judicidrias e na sua dependéncia funcional, mantendo a sua independéncia organica e autonomia técnica e tética.() Art. 7.2, 1e2,e82,n.21,da Loic Os crimes que sdo da sua competéncia reservada e ainda aqueles que o Procurador-Geral da Republica deferir, nos termos da lei. Art. 1.2 da LOIC Todas as respostas estao corretas. Art.7.2, m2, ab I), da LOIC Nao, porque ¢ um crime da competéncia reservada exclusiva da Policia Judiciéria, no podendo ser deferida a outros érgéos de policia criminal. 2n7 12. Art. 32.8, n 22, da CRP © Todo o arguido se presume inocente até trénsito em julgado da sentenca de condenacéo. + 13. Art. 29.8, n.2 1, da CRP e art. 1.2, n.2 1, do CP ww Ae ‘© Descrito e declarado passivel de pena por lei anterior ao momento da sua pratica. : ipo 14, Art 4.2@5.2do cP © Emterritério portugués, seja qual for a nacionalidade do agente, a bordo de navios ou aeronaves Portugueses e a factos praticados fora do territério portugués em casos especialmente previstos. 15. Art. 30.2, n.23, da CRP (© Tal situacdo é impossivel uma vez que no nosso ordenamento juridico a responsabilidade penal é insuscetivel de transmisséo. 16. Art. 210.8, n.21, do CP © Roubo. 17. Art. 131.2 132.2do CP © 25anos, 18. Art. 158.2, n.24,doCP © Sequestro. 19. Art. 171.2,n.21e3, al. b), do CP ‘© Praticou um crime de abuso sexual de crianga. 20. Art. 373.8, n8 1e 2, do CP © Consuma-se se o funcionério solicitar ou aceitar uma vantagem patrimonial ou no patrimonial, ou a sua promessa, para a pratica de um ato ou omissio, sejam ou ndo contrérios aos deveres do cargo. 21. Art. 210.2 203.2 do CP © Asubtracao do objeto é praticada com violéncia ou ameaga contra as pessoas, 22, Art. 158.2, n.21e2,al.a)ee), do CP © Sequestro agravado. 23. Art. 13.2,n.22,e 14.8, n.22, al, a), do CPP. ‘© Um homicidio pode ser julgado em tribunal coletivo ou, quando requerido, por tribunal de j 3nr 2. 28, 29, Art. 58.2, n.2 1, al. a), do CPP Correndo inquérito contra pessoa determinada em rela¢o 8 qual haja suspeita fundada da pratica de crime, esta prestar declaragSes perante qualquer autoridade judictéria ou 6rgo de policia criminal. Art, 134.2, n.2 1, al. a), do CPP Se for descendente, ascendente, irmo ou cénjuge do arguido. Art. 17 Quando for ordenada ou autorizada pelo juiz, nos casos de terrorismo, criminalidade .2,n.22, al. a), do CPP especialmente violenta ou altamente organizada. Art, 171.8, n.81, € 172.8, n2 1, do CPP ‘Sim, para recolher os vestigios que ajudem a esclarecer e a fazer prove de um crime fazem-se ‘exames a lugares, coisas e pessoas, e se alguém recusar que a policia the faca esse exame, pode ser obrigado por uma autoridade judiciéria a submeter-se ao mesmo. Art. 64.2 do CPP Nas situagdes que a lei estipula, Art. 187.2, n.2 1, do CPP ‘Apenas o juiz de instruco, durante a fase de inquérito. Art. 1772, n.23,€ 174.2, n.25, do CPP Em caso de consentimento do visado, desde que devidamente documentado, de flagrante delito € de criminalidade violenta, quando haja fundados indicios da pratica iminente de crime que a vida ou a integridade de qualquer pessoa. ponha em grave Art, 126.2, 0.21, al. a), do CPP Nao é permitida a utilizagdo de hipnose em caso algum Art. 50.8, n.2 1, do CPP Apresente queixa, se constitua assistente e deduza acusa¢o particular. 4n7 eB LE of Grupo Il 1. Ocandidato pode, entre outras, abordar as seguintes questées: Cv tewe Referir que, em termos sisteméticos, o crime de corrupgao encontra-se previsto no “Titulo Vdo Cédigo Penal— Dos crimes contra o Estado”. ae Identificar os artigos do Cédigo Penal em que se encontram previstos os crimes de corrupgio (passiva e ativa) ~ arts, 373.2 @ 374.2 do Cédigo Penal. |dentificar 0 bem jurfdico protegido pelo crime de corrupsaéo (integridade do exercicio das fungdes piblicas pelo funciondrio ou autonomia intencional do Estado). Referir que o bem juridico protegido é supraindividuale visa salvaguardar a confianga dos cidadaos ra corre¢o da administragdo publica. Referir que a violagio do bem juridico protegido pelo crime de corrup¢do afeta o normal funcionamento do Estado, designadamente porque o funcionério, ao mercadejar com o seu cargo, no atua de acordo com a prossecugo do interesse piiblico mas sim de acordo com os seus interesses pessoais, visando apenas obter vantagens que de outra forma nao conseguitia Referir que 0 crime de corrupcao tem efeitos sociais, politicos e econdmicos, levando ao enfraquecimento do Estado de Direito. Exemplificar de que forma o normal funcionamento do Estado pode ser afetado pela pratica do crime de corrup¢ao (ex: violagdo dos principios da igualdade, da prossecucao do interesse puiblico, da transparéncia, da livre concorréncia, etc). 2. Ocandidato pode, entre outras, abordar as seguintes questées: Referir que a CRP, no seu art. 342, n® 4 (Titulo ll, Capitulo | — Direitos, Liberdades e Garantias Pessoais}, profbe toda a ingeréncia das autoridades publicas nas telecomunicagées e nos demais ‘meios de comunicacdo, salvo 0s casos previstos na lei em matéria de processo criminal Referir que, por representarem uma compresséo de um direito fundamental consagrado na CRP, as escutas telefénicas so um meio excecional de obtenco de prova, sé sendo admissivels nos casos previstos na lei processual penal Identificar 0 artigo do CPP em que se encontra prevista a admissibilidade das escutas telefénicas ‘como meio de obtengdo de prova (art. 1872 do CPP). Referir que as escutas telefénicas sé podem ser autorizadas se houver raz6es para crer que a diligéncia € indispensével para a descoberta da verdade ou que a prova seria, de outra forma, impossivel ou muito dificil de obter. Indicar que as escutas s6 podem ser autorizadas por despacho fundamentado do juiz de instrugéo, obrigando a uma ponderagio do caso concreto Indicar que as escutas s6 so permitidas quando esteja em causa um dos crimes de catélogo Previstos no art. 1878, n?s 1 © 2 do CPP. Indicar que as escutas s6 podem ser autorizadas contra um universo limitado de sujeitos, previsto no art. 1872 n? 4 do CPP. si7 3. Resposta: Por ordem de entrada foram Pedro, Alvaro e Duarte. Anténia no acertou em nenhum nome, logo elimina Fernando, Gomes e Alcino, Dos trés indicados por Bento, dois jé foram eliminados por via da testemunha Anténia, restando Duarte, mas com ordem errada de entrada em casa de Vitor. Carla apenas acertou num nome, mas na ordem correta, logo estando Ié Duarte, eliminam-se automaticamente os outros dois (Silva e Maria). CONCLUSAO = Duarte entrou em 3.2 na casa de Vitor. Dos 3 nomes indicados por David, 2 jé foram eliminados por via da testemunha Carla, restando apenas Alvaro, ora como David acertou num nome, mas na ordem de entrada incorreta, Alvaro sera ou 0 1.2 00 2.2 que entrou na casa de Vitor. Esteves acertou num nome, na ordem correta. O nome Silva jé fol eliminado por via da testemunha Carla. Restam Pedro em 1.2 na ordem de entrada na casa e Sezinando em 3.8. ‘Como 0 3.2 entrar na casa de Vitor foi o Duarte, elimina-se 0 3.2 indicado pela testemunha Esteves, 0 Sezinando, logo: CONCLUSAO = Pedro f De onde se infer CONCLUSAO = Alvaro foi o 2.2 a entrar em casa de Vitor. 12a entrar em casa de Vitor. 4, Ocandidato pode, entre outras, abordar as seguintes questdes: Referir a natureza e missSo da Policia Judiciaria, previstas nos artigos 1.2 2.2 da LOPI (Lein.® 37/2008, de 6 de agosto). Referir 0 artigo 14.2 da LOPJ, nomeadamente a alinea b), onde constam os deveres especiais do pessoal da Policia Judiciéria Referir 0s artigos da Constituiggo da Republica Portuguesa, nomeadamente: © artigo 9.%, alinea b), por ser tarefa fundamental do Estado garantir os direitos e liberdades fundamentais, artigo 13.2, enunciando o Principio da igualdade, mormente o seu ntimero 2, 0 artigo 18.8, relativo a Forga juridica dos preceitos constitucionais, e ia das entidades puiblicas por atos praticados pelos artigo 22.2, quanto & responsabilidade solid: seus agentes. 5. Ocandidato pode, entre outras, aborder as seguintes questées: Edmond Locard e 0 principio das trocas, segundo o qual o autor de um crime leva sempre consigo algo da vitima e/ou do local deixando nestes algo de si mesmo, dos instrumentos ou objetos que utilizou. {As trocas e sinais ou vestigios das alteragiies produzidas so os vestigios com interesse criminalistico, que devem ser identificados, tratados e analisados por forma a conseguirmos a reconstituicdo da verdade material dos factos, a identificagio do autor e o material probatério que permita a sua demonstracéo inequivoca em sede de julgamento, Estamos perante a prova material, objetiva, que resulta de evidéncias materials, fisicas, passiveis de serem interpretadas e demonstradas através de processos e métodos objetivos e cientificos, por oposicéo & prova testemunhal, pessoal ou subjetiva, que advém das declaracdes das testemunhas suspeitos/arguidos. ony Cee A investigacdo criminal recorre sistematicamente & ciéncia, a tecnologia ou a qualsquer outras éreas CL do saber, para que através do seu contributo se consigam os objetivos da investigacSo, averiguer da existéncia de crime, descobrir e recolher as provas (vestigios) e identificar o(s) autor(es) desse crime, estamos a falar das ciéncias auxiliares do Direito ou ciéncias forenses. ‘A.criminalistica como a disciplina que faz uso da interdisciplinaridade, que recorre a varias ciéncias e + reas do saber cientifico e tecnolégico que vdo ser adaptadas e aplicadas as necessidades do Direito, particularmente da investigagao criminal. eh: © Laboratério de Policia Cientifica da Policia Judiciéria tem um papel fundamental na pesquisae , - . recolha de vestigios, tendo as seguintes competéncias legais: pesquisar, recolher, tratar, registar fi vestigios e realizar pericias nos diversos dominios das ciéncias forenses, nomeadamente da balistica, biologia, documentos, escrita manual, fisica, lofoscopia, quimica e toxicologia ~ art. 162 do DL n? 42/2009, de 12 de fevereiro. 6. Ocandidato pode, entre outras, abordar as seguintes questdes: ‘As condutas tipificadas como crimes de terrorismo esto previstas na chamada “Lei de Combate a0 Terrorismo", a Lei 52/2003 de 22 de agosto. © fenémeno do Terrorismo levou a faléncia das conceges tradicionals de preven¢do e represso criminal, que se aplicavam as formas “tradicionais" de criminalidade, sendo que ao nivel da Prevencéo afiguram-se inadequados os principios classicos das politicas e métodos de prevencdo criminal. © direito penal tem uma natureza essencialmente reativa e no uma natureza preventiva, dai operar dentro de um processo penal que sé se inicia apés ser recebida a noticia de um crime e ndo antes de um crime ocorrer. Contudo, no se pode logicamente evitar a comissio de atentados terroristas esperando que os mesmos sejam cometidos e sé depois se reagir por via da punicSo dos seus autores, Assim, para fazer um combate preventivo ao crime de terrorismo, ainda antes de ele ocorrer, tem-se ajustado o direito penal as exigéncias determinadas por esta nova realidade, por via da proliferacao da criminalizacao de um numero cada vez mais alargado de atos preparatérios e instrumentais que antecedem em muito os crimes que os atentados terroristas concretamente consubstanciam, por forma a conseguit-se chegar a pessoas suscetiveis de estarem envolvidas em atividades terroristas, a conseguir a sua condenaco e a aplicac3o de penas ainda antes delas participarem ou ajudarem na comisséo efetiva de um atentado terrorista, A punigo dos atos preparatérios, instrumentais ou antecipatérios dos crimes de terrorismo propriamente ditos, trata-se de uma verdadeira antecipacao da tutela penal, onde o legislador optou Por criar crimes de perigo abstrato, no sendo necessdrio que haja um perigo efetivo para o bem juridico protegido, in casu, a paz puiblica nacional e internacional, de pessoas e instituigdes dos Estados, € sim uma mera perigosidade para esse bem juridico, sem que haja necessidade de comprovar, no caso em concreto, essa perigosidade. Esta antecipago da tutela penal leva @ que seja posto em causa o principio constitucional da intervengo minima do Direito Penal ou 0 chamado Principio da ultima ratio, passando agora o Direito Penal a ter uma verdadeira natureza de prima ratio na protecéo de bens juridicos. 77

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