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ELETRÔNICA 2

NOTAS DE AULA
DO CURSO DE
ELETRÔNICA 2
NOTAS DE AULA DO CURSO DE
ELETRÔNICA 2

Esta apostila tem por objetivo fornecer aos alunos um resumo completo de todo curso de eletrônica 2,
com isto, disponibilizar um material auxiliar de fácil compreensão e consequentemente facilitar o
entendimento do aluno ao longo do curso

Por: MATHEUS JESUS LAPA GARCEZ

Versão 0.1 – 13/ABRIL/22


Lista de Abreviaturas e Siglas
BJT: Bipolar Junction Transistor
MOSFET: Metal Oxide Semiconductor Field-Effect Transistor
PMOS: p-Channel Metal-Oxide Semiconductor
NMOS: n-Channel Metal-Oxide Semiconductor
Sumário
1. FILTROS DE SINAIS .............................................................................................................. 1

1.1 FILTROS DE TRANSMISSÃO ......................................................................................... 1

1.1.1 Tipos de Filtro ......................................................................................................... 2

1.2. FILTROS ATIVOS E FILTROS PASSIVOS ................................................................... 6

2. DIAGRAMA DE BODE .......................................................................................................... 8

2.1 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA BAIXA .......................................................... 8

2.2 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA ALTA PRIMEIRA ORDEM ....................... 11

3 DIAGRAMA DE BODE EM FILTROS DE SEGUNDA ORDEM ................................. 15

3.1 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA BAIXA SEGUNDA ORDEM ................. 15

3.3 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA ALTA SEGUNDA ORDEM ................... 17

3.4 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA FAIXA SEGUNDA ORDEM .................. 19

4 AMPLIFICADOR DIFERENCIAL TBJ .......................................................................... 21

4.1 PAR DIFERENCIAL BJT ................................................................................................ 21

5. PAR DIFERENCIAL COM RESISTOR NO EMISSOR ....................................................... 29

5.1 GANHO DIFERENCIAL ................................................................................................. 30

5.2 RESISTENCIA DE ENTRADA ....................................................................................... 30

5.3 RESISTENCIA DE SAÍDA.............................................................................................. 31

5.4 MODELO EQUIVALENTE............................................................................................. 32

6 PAR DIFERENCIAL COM MOSFETs .................................................................................. 33

6.1 GANHO DIFERENCIAL ................................................................................................. 34

6.2 RESISTENCIA DE ENTRADA ....................................................................................... 35

6.3 RESISTENCIA DE SAÍDA.............................................................................................. 35

6.4 MODELO EQUIVALENTE............................................................................................. 36

7. AMPLIFICADORES COM MÚLTIPLOS ESTÁGIOS ........................................................ 37

7.1 AMPLIFICADOR OPERACIONAL LM741 .................................................................. 37

7.2 AMPLIFICADOR OPERACIONAL TL061 .................................................................... 38

7.3 ANÁLISE DE MULTIPLOS AMPLIFICADORES ........................................................ 40

7.4 AMPLIFICADOR DE DOIS ESTÁGIOS MOSFET ....................................................... 41


7.5 ANÁLISE CC MODELO DE DOIS ESTÁGIOS ............................................................ 45

8. ESPELHOS DE CORRENTE ................................................................................................ 47

8.1 ESPELHOS DE CORRENTE BJT 1:1............................................................................. 48

8.2 ESPELHOS DE CORRENTE BJT 1:N ............................................................................ 49

8.3 ESPELHOS DE CORRENTE BJT IREF GERADA COM RESISTOR .......................... 50

8.4 ESPELHOS DE CORRENTE MOSFET .......................................................................... 51

9. PAR DIFERENCIAL COM CARGA ATIVA ....................................................................... 52

10 INTRODUÇÃO À REALIMENTAÇÃO – ESTTRUTURAS GERAIS .............................. 57

10.1 ESTRUTURA BÁSICA DE REALIMENTAÇÃO NEGATIVA .................................. 57

10.2 CIRCUITO DE REALIMENTAÇÃO TENSÃO-TENSÃO .......................................... 58

10.3 TOPOLOGIAS DE REALIMENTAÇÃO ...................................................................... 60

11. REALIMENTAÇÃO SITUAÇÃO IDEAL .......................................................................... 62

11.1 REALIMENTAÇÃO SÉRIE-PARALELO .................................................................... 62

11.2 REALIMENTAÇÃO SÉRIE-SÉRIE .............................................................................. 64

12 REALIMENTAÇÃO SITUAÇÃO REAL ............................................................................. 67

12.1 SÉRIE-PARALELO SITUAÇÃO REAL ....................................................................... 67

12.2 SÉRIE-SÉRIE SITUAÇÃO REAL ................................................................................ 69

13 CIRCUITOS FORMADORES DE ONDA – CRITÉRIO DE OSCILAÇÃO ....................... 72

14. CONTROLE NÃO LINEAR DE AMPLITUDE .................................................................. 76

14.1 CIRUITO LIMITADOR ................................................................................................. 77

15 OSCILADORES LC SINTONIZADOS ................................................................................ 80

15.1 OSCILADOR DE COLPITTS ........................................................................................ 80

15.2 OSCILADOR DE HARTLEY ............................................................................................ 85

16 MULTIVIBRADORES ......................................................................................................... 89

16.1 MULTIVIBRADORES BIESTÁVEIS ........................................................................... 89

16.2 MULTIVIBRADOR ASTÁVEL .................................................................................... 91

17 ESTAGIOS DE SAIDA ......................................................................................................... 93

17.1 RENDIMENTO .............................................................................................................. 93

17.2 CLASSE DE OPERAÇÃO ............................................................................................. 94


17.3 CLASSE A ...................................................................................................................... 95

17.4 RENDIMENTO AMPLIFICADOR CLASSE A............................................................ 97

17.5 CLASSE B ...................................................................................................................... 98

17.6 RENDIMENTO AMPLIFICADOR CLASSE B ............................................................ 99

17.7 CLASSE AB ................................................................................................................. 100

17.8 CLASSES DE AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA EM SUMA ............................. 102

18 DISSIPADORES PARA TRANSISTORES DE POTÊNCIA ............................................ 103


Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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1. FILTROS DE SINAIS
Nesta seção será abordado um dos mais importantes tópicos na matéria de eletrônica 2, os filtros
de sinais, a presença deste bloco é inerente no campo das comunicações e instrumentação de sistemas.
O estudo dos filtros de sinais é tão vasto que não seria possível abordar todos os seus tópicos em um
único capítulo, por isso, aqui será detalhado somente os principais assuntos relacionados a este tema.

1.1 FILTROS DE TRANSMISSÃO


Os filtros que serão estudados a seguir são, geralmente, representados por um bloco como o da
figura a seguir:

Figura 1.1.1: Filtro

Fonte: 5th edition MICROELETRONIC CIRCUITS – pág 1085

A função transferência destes tipos de circuito é a relação entre a tensão de saída V0(s) e a tensão
de entrada Vi(s) conforme a seguinte equação:

𝑉 (𝑠)
𝑇(𝑠) = 𝑉𝑜(𝑠) (1.1)
𝑖

Uma outra forma de representar a equação de transferência é avaliar a função T(s) assumindo os
valores de frequência, s = jw, por conseguinte, podendo ser avaliado em termos de sua magnitude e fase,
tem-se então:

𝑇(𝑗𝑤) = |𝑇(𝑗𝑤)|𝑒 𝑗𝜑(𝑤) (1.2)

Como o ganho de um filtro pode ser de grandes magnitudes sua representação geralmente é dada
em decibel, com isso, o ganho deste tipo de função é dado por:

𝐺(𝑤) = 20 log|𝑇(𝑗𝑤)| , 𝑑𝐵 (1.3)

Ou, de forma análoga, para em casos que o circuito se atenua em função da frequência tem-se:

𝐴(𝑤) = −20 log|𝑇(𝑗𝑤)| , 𝑑𝐵 (1.4)

Como é possível concluir, os filtros de sinais alteram a forma de frequência do sinal de entrada
de acordo com a função transferência, com isso, podendo entregar um valor de saída bem diferente do
que foi recebido. A partir de (1.1) observe que:
1
Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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|𝑉𝑜 (𝑗𝑤)| = |𝑇(𝑗𝑤)|𝑉𝑖 (𝑗𝑤)| (1.5)

Da mesma forma, as características de fase que o sinal carrega podem ser modificadas de acordo
com o tipo de filtro utilizado no circuito, mais especificamente, depende diretamente da função de fase
do filtro 𝜑(𝑤)

1.1.1 Tipos de Filtro


Existem diversos tipos de especificações de filtro que cumprem as mais diversas funções,
contudo, os filtros que serão abordados neste curso são, basicamente, filtros projetados para fazer uma
seleção de range de frequência, ou seja, fazendo passar alguns sinais em que a frequência esteja em
uma determinada faixa e parando-os quando atingir uma outra determinada faixa

Os filtros que serão estudados neste curso, que comportam estas características, são os filtros
passa-baixa (Low-Pass), passa-alta (High-Pass), passa-faixa (Band-Pass) e os filtros rejeita-faixa.

Observe cada uma das configurações mencionadas (em situação ideal) em função do ganho, |T|,
e a sua frequência w, tem-se:

Figura 1.1.1.1: Filtros micro eletrônica

Fonte:5th edition MICROELETRONIC CIRCUITS – pág 1085

2
Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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1.1.2 Especificações dos filtros


• Filtro Passa Baixa:

Este tipo de filtro permite que o sinal passe somente enquanto a frequência do circuito seja menor
do que a frequência de corte do sistema Figura 1.1.1.1-(a). a seguir um exemplo de filtro passa
baixa

Figura 1.1.2.1: Filtro Passa-Baixa

Fonte: Autoria Própria

Obtendo a função transferência deste filtro, tem-se:

1
𝑇(𝑗𝑤) = 𝑅𝐶
1
+ 𝑗𝑤
𝑅𝐶

Seu ganho:

1
𝐺(𝑗𝑤) = |𝑇(𝑗𝑤)| = | 𝑅𝐶 |
1
𝑅𝐶 + 𝑗𝑤

A demonstração do ganho do filtro Passa Baixa é feita ao analisar os casos em que w << 1/RC e
para w >> 1/RC. Se assemelhando com o gráfico da Figura 1.1.1-(a). A análise do diagrama de Bode
deste filtro se encontra nos próximos capítulos

3
Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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• Filtro Passa alta

Este tipo de filtro permite que o sinal passe somente após a frequência do circuito ultrapassar a
frequência de corte do sistema Figura 1.1.1-(b). A seguir um exemplo de filtro passa alta:

Figura 1.1.2.2: Filtro Passa-Alta

Fonte: Autoria Própria

Obtendo a função transferência deste filtro tem-se:

𝑗𝑤
𝑇(𝑗𝑤) =
1
𝑗𝑤 + 𝑅𝐶

Seu ganho:

𝑗𝑤
𝐺(𝑗𝑤) = |𝑇(𝑗𝑤)| = | |
1
𝑗𝑤 + 𝑅𝐶

A demonstração do ganho do filtro Passa Alta é feita ao analisar os casos em que jw << 1/RC e
para jw >> 1/RC. Se assemelhando com o gráfico da Figura 1.1.1-(b). A análise do diagrama de Bode
deste filtro se encontra nos próximos capítulos

• Filtro Passa Faixa

Este tipo de filtro permite somente a passagem de sinal em uma determinada faixa de frequência do
sistema vide a Figura 1.1.1-(c). a seguir um exemplo de circuito passa faixa:

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Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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Figura 1.1.2.3: Filtro Passa-Faixa

Fonte: Autoria Própria

Obtendo a função transferência deste filtro tem-se:

𝑅
( 𝐿 )(𝑗𝑤)
𝑇(𝑗𝑤) =
𝑅 1
(𝑗𝑤)2 + 𝐿 (𝑗𝑤) + 𝐿𝐶

Seu ganho:

𝑅
( 𝐿 )(𝑗𝑤)
𝐺(𝑗𝑤) = |𝑇(𝑗𝑤)| = | |
𝑅 1
(𝑗𝑤)2 + (𝑗𝑤) +
𝐿 𝐿𝐶

• Filtro Rejeita Faixa

Este tipo de filtro rejeita a passagem de sinal um uma determinada faixa de frequência do sistema
vide a Figura 1.1.1-(d). a seguir um exemplo de circuito rejeita faixa:

Figura 1.1.2.4: Filtro Rejeita Faixa

Fonte: Autoria Própria

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Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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Obtendo a função transferência deste filtro tem-se:

1
(𝑗𝑤)2 +
𝑇(𝑗𝑤) = 𝐿𝐶
𝑅 1
(𝑗𝑤)2 + (𝑗𝑤) +
𝐿 𝐿𝐶

Seu ganho:

1
(𝑗𝑤)2 +
𝐺(𝑗𝑤) = |𝑇(𝑗𝑤)| = | | 𝐿𝐶
2 𝑅 1
(𝑗𝑤) + (𝑗𝑤) +
𝐿 𝐿𝐶

1.2. FILTROS ATIVOS E FILTROS PASSIVOS


Existem duas classificações de filtros na eletrônica, a primeira delas é chamada de filtros passivos,
estes tipos de filtros são compostos por componentes passivos como resistência, indutores e capacitores,
geralmente são filtros mais simples de serem projetados por serem compostos somente de componentes
passivas, contudo, não é possível atribuir um ganho maior que 1 (um) nestes tipos de filtro.

Já os filtros ativos são compostos de algum elemento ativo, como transistores, amplificadores
operacionais e entre outros, diferentemente do filtro passivo, estes tipos de filtro podem comportar um
ganho maior que 1(um). Afim de exemplificar observe o seguinte circuito

Figura 1.2.1: Filtro ativo

Fonte: Autoria Própria

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Aula 01 – Filtros de Sinais – Tipos de Filtros – Eletrônica 2
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A função transferência deste circuito é:

1 1
𝑇(𝑗𝑤) = −
𝑅1 𝐶(𝑗𝑤) + 1
𝑅2

Observe que neste caso é possível controlar o ganho do amplificador ao controlar as resistências
R1 e R2 tem-se:

1 1
𝐺(𝑗𝑤) = |𝑇(𝑗𝑤)| = | |
𝑅1 𝐶(𝑗𝑤) + 1
𝐶𝑅2

A demonstração do ganho do filtro é feita ao analisar os casos em que jw << 1/R2C e para jw >>
1/R2C seu gráfico fica da seguinte forma:

Figura 1.2.2: Ganho do amplificador ativo

Fonte: Autoria própria

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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2. DIAGRAMA DE BODE
Hendrick Wade Bode (1905-1982) foi um engenheiro e cientista que contribuiu imensamente
para os campos de sistema e controle através de diversas invenções, uma delas é um método simples e
bastante acurado para a representação gráfica de ganho e de mudanças de fase em um sistema, chamado
de diagrama de Bode

“O diagrama de bode nada mais é do que uma ferramenta fundamental para a análise da resposta
em frequência. Com ela podemos saber qual será o ganho e a defasagem que produz o filtro (ou circuito)
na saída para cada frequência aplicada na entrada [...]” [Fabian Oliveira, 2022, Aula 02; notas de aula]

Como mostrado na Figura 1.1 o filtro pode ser representado como um único bloco com uma
tensão de entrada e uma tensão de saída, e a função de transferência deste circuito é dada pela equação
1.1, esta função transferência é pertencente ao domínio complexo e, por isto, depende da variável “jw”
do sistema.

2.1 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA BAIXA


Para um filtro passa baixa simples de primeira ordem temos a seguinte estrutura:

𝑎𝑜
𝐻(𝑗𝑤) =
𝑗𝑤 + 𝑤𝑜

Fazendo a análises das assíntotas deste sistema temos 2 (dois) casos,

𝑎𝑜
1. 𝑤 ≪ 𝑤𝑜 → 𝐻(𝑗𝑤) ≅ então:
𝑤𝑜

O módulo:
𝑎𝑜
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤𝑜
A fase [arctg(Parte imaginária /Parte Real)]:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 0°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝒂𝒐
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨𝒈 ( ) → 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆
𝒘𝒐

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟎°
𝒂
2. 𝑤 ≫ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ 𝒋𝒘𝒐 então:

O módulo:
𝑎𝑜
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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A fase [arctg(Parte imaginária /Parte Real)]:


𝑎
− 𝑤𝑜
∠𝐻(𝑗𝑤) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( ) = −𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(∞) = −90°
0

Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠(𝒂𝒐 ) − 𝟐𝟎𝐥𝐨𝐠(𝐰) → −𝟐𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = −𝟗𝟎°

Desenhando os resultados no diagrama de Bode fica:

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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Figura 2.1.1: Gráfico de Bode - Módulo Passa Baixa 1ª ordem

Fonte: Autoria Própria

Figura 2.1.2: Gráfico de Bode - Fase Passa Baixa 1ª ordem

Fonte: Autoria Própria

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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2.2 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA ALTA PRIMEIRA ORDEM


Para um filtro passa alta simples de primeira ordem temos a seguinte estrutura:

𝑎1 (𝑗𝑤)
𝐻(𝑗𝑤) =
𝑗𝑤 + 𝑤𝑜

Fazendo a análises das assíntotas deste sistema temos 2 (dois) casos,

𝒂𝟏 (𝒋𝒘)
1. 𝑤 ≪ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ 𝒘𝒐
então:

O módulo:
𝑎1 𝑤
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤𝑜
A fase [arctg(Parte imaginária /Parte Real)]:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 90°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝒂𝟏 𝒘
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨 𝐠 ( ) → +𝟐𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄
𝒘𝒐

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟗𝟎°
2. 𝑤 ≫ 𝑤𝑜 → 𝐻(𝑗𝑤) ≅ 𝑎1 então:
O módulo:
|𝐻(𝑗𝑤)| = 𝑎1
A fase [arctg(Parte imaginária /Parte Real)]:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 0°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠(𝒂𝟏 ) → 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟎°

Plotando os resultados no diagrama de Bode fica:

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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Figura 2.2.1: Gráfico de Bode - Módulo Passa Alta 1ª ordem

Fonte: Autoria própria

Figura 2.2.2: Gráfico de Bode - Fase Passa Alta 1ª ordem

Fonte: Autoria Própria

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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Para um filtro genérico simples de primeira ordem, assumindo que 𝑎𝑜 /𝑎1 > 𝑤𝑜 temos a seguinte
estrutura:

𝑎1 (𝑗𝑤) + 𝑎𝑜
𝐻(𝑗𝑤) =
𝑗𝑤 + 𝑤𝑜

Fazendo a análises das assíntotas deste sistema temos 3 (três) casos,

𝒂
1. 𝑤 ≪ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ 𝒘𝒐 então:
𝒐

O módulo:
𝑎𝑜
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤𝑜
A fase [arctg(Parte imaginária /Parte Real)]:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 0°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝒂𝒐
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨 𝐠 ( ) → 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆
𝒘𝒐

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟎°
𝑎𝑜 𝒂
2. 𝑎1
≫ 𝑤 ≫ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ 𝒋𝒘𝒐 então:

O módulo:
𝑎𝑜
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤
A fase [arctg(Parte imaginária /Parte Real)]:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 0°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝒂𝒐
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠 ( ) → −𝟐𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄
𝒘

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = −𝟗𝟎°

Plotando os resultados no diagrama de Bode fica:

𝑎𝑜
3. 𝑎1
≪ 𝑤 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ 𝒂𝟏 então:

Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨 𝐠(𝒂𝟏 ) → 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆

A fase deste sistema:

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Aula 02 – Filtro de Sinais – Diagrama de Bode– Eletrônica 2
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∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟎°

Figura 2.2.3: Gráfico de Bode - Módulo Filtro Genérico 1ª ordem

Fonte: Autoria própria

Figura 2..2.4: Gráfico de Bode – Fase Filtro Genérico 1ª ordem

Fonte: Autoria própria


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Aula 03 – Filtro de Sinais – Segunda Ordem– Eletrônica 2
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3 DIAGRAMA DE BODE EM FILTROS DE SEGUNDA ORDEM


Como apresentado nas aulas anteriores os filtros de primeira ordem podem ser representados no
diagrama de Bode a partir de algumas relações, da mesma forma, os circuitos de segunda ordem, porém
as relações necessárias para ser possível representa-las é um pouco mais complexo.

Para iniciar a análise do diagrama de Bode em um sistema de segunda ordem é preciso fazer a
análise do seguinte sistema geral:

𝑎2 (𝑗𝑤)2 + 𝑎1 (𝑗𝑤) + 𝑎𝑜
𝐻(𝑗𝑤) = 𝑤𝑜
(𝑗𝑤)2 + (𝑗𝑤) + 𝑤𝑜 2
𝑄

Primeiramente, é necessário observar os polos da função, ou seja, calcular o valor das raízes do
𝑤𝑜
denominador da função transferência.→ (𝑗𝑤)2 + 𝑄
(𝑗𝑤) + 𝑤𝑜 2 = 0

Ao rearranjar a equação acima encontra-se a seguinte relação:

𝑤𝑜 1
𝑗𝑤 = − ∓ 𝑗𝑤𝑜√1 − 2
2𝑄 4𝑄

• Q: Fator de qualidade
• wo: Frequência natural

Observe que para 𝑄 → ∞ encontra-se a seguinte relação:

𝑗𝑤 ≈ 𝑗𝑤𝑜

Observe que para 𝑄 > 0.5 encontra-se dois polos complexos conjugados

3.1 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA BAIXA SEGUNDA ORDEM


Para um filtro passa baixa de segunda ordem temos a seguinte estrutura:

𝑎𝑜
𝐻(𝑗𝑤) = 𝑤
(𝑗𝑤)2 + 𝑜 (𝑗𝑤) + 𝑤𝑜2
𝑄

Fazendo a análises das assíntotas deste sistema temos 2 (dois) casos,

𝑎
1. 𝑤 ≪ 𝑤𝑜 → 𝐻(𝑗𝑤) ≅ 𝑤𝑜𝑜2 então:

O módulo:
𝑎𝑜
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤𝑜 2
A fase:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 0°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:
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Aula 03 – Filtro de Sinais – Segunda Ordem– Eletrônica 2
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𝒂𝒐
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨𝒈 ( 𝟐 ) → 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆
𝒘𝒐

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟎°
𝒂
2. 𝑤 ≫ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ (𝒋𝒘)𝒐 𝟐 então:

O módulo:
𝑎𝑜
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤2
A fase (parte Imaginária sobre a parte Real):
𝑎
− 𝑜2
∠𝐻(𝑗𝑤) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝑤 ) = −𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(∞) = −90°
0

Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠(𝒂𝒐 ) − 𝟐𝟎𝐥𝐨𝐠(𝐰 𝟐 ) → −𝟒𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = −𝟗𝟎°

Desenhando os resultados no diagrama de Bode fica:

Figura 3.0.1: Gráfico de Bode – Módulo- Filtro Passa Baixa 2ª ordem

Fonte: Autoria própria


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Aula 03 – Filtro de Sinais – Segunda Ordem– Eletrônica 2
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O pico que é observado no gráfico é um efeito causado por filtros de segunda ordem e é a derivada
do módulo da função transferência deste filtro, dado por:

|𝑎𝑜 |𝑄
𝐺(𝑗𝑤)(𝑝𝑒𝑎𝑘) =
1
𝑤𝑜 2 √1 −
4𝑄 2

Na análise do diagrama de Bode este ganho é dado por:

|𝑎𝑜 |𝑄
𝑀𝑑𝐵(𝑝𝑒𝑎𝑘) = 20 log
1
𝑤𝑜 2 √1 −
( 4𝑄 2 )

Perceba que a altura deste pico pode ser controlada pelo fator de qualidade Q. Em determinados
casos são projetados filtros com alto fator de qualidade “Q” para aumentar o valor do pico e, por
conseguinte aumentar uma frequência particular, ou, de forma paralela, diminuir o fator de qualidade
“Q” quando deseja-se projetar um filtro passa baixas comum.

O valor do fator de qualidade é obtido através da escolha dos componentes do circuito, sendo
possível assim, regular da forma que o projetista deseja.

3.3 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA ALTA SEGUNDA ORDEM


Para um filtro passa alta de segunda ordem temos a seguinte estrutura:

𝑎2 (𝑗𝑤)2
𝐻(𝑗𝑤) = 𝑤
(𝑗𝑤)2 + 𝑜 (𝑗𝑤) + 𝑤𝑜 2
𝑄

Fazendo a análises das assíntotas deste sistema temos 2 (dois) casos,

𝑎2 (𝑗𝑤)2
1. 𝑤 ≪ 𝑤𝑜 → 𝐻(𝑗𝑤) ≅ 𝑤𝑜2
então:

O módulo:
𝑎2 𝑤 2
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤𝑜 2
A fase:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 90°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝒂𝟐 𝒘𝟐
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨𝒈 ( ) → +𝟒𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄
𝒘𝒐𝟐

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟗𝟎°

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Aula 03 – Filtro de Sinais – Segunda Ordem– Eletrônica 2
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2. 𝑤 ≫ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ 𝒂𝟐 então:
O módulo:
|𝐻(𝑗𝑤)| = 𝑎2
A fase (parte Imaginária sobre a parte Real):
∠𝐻(𝑗𝑤) = 0°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠(𝒂𝟐 ) → 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟎

Desenhando os resultados no diagrama de Bode fica:

Figura 3.1.2: Gráfico de Bode – Módulo- Passa Alta 2ª ordem

Fonte: Autoria própria

O pico que é observado no gráfico é um efeito causado por filtros de segunda ordem e é a derivada
do módulo da função transferência deste filtro, dado por:

|𝑎2 |𝑄
𝐺(𝑗𝑤)(𝑝𝑒𝑎𝑘) =
1
√1 −
4𝑄 2
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Aula 03 – Filtro de Sinais – Segunda Ordem– Eletrônica 2
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Na análise do diagrama de Bode este ganho é dado por:

|𝑎2 |𝑄
𝑀𝑑𝐵(𝑝𝑒𝑎𝑘) = 20 log
1
√1 −
( 4𝑄 2 )

3.4 DIAGRAMA DE BODE FILTRO PASSA FAIXA SEGUNDA ORDEM


Para um filtro passa faixa de segunda ordem temos a seguinte estrutura:

𝑎1 (𝑗𝑤)
𝐻(𝑗𝑤) = 𝑤
(𝑗𝑤)2 + 𝑜 (𝑗𝑤) + 𝑤𝑜 2
𝑄

Fazendo a análises das assíntotas deste sistema temos 2 (dois) casos,

𝑎1 (𝑗𝑤)
3. 𝑤 ≪ 𝑤𝑜 → 𝐻(𝑗𝑤) ≅ 𝑤𝑜2
então:

O módulo:
𝑎1 𝑤
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤𝑜 2
A fase:
∠𝐻(𝑗𝑤) = 90°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝒂𝟏 𝒘
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎𝐥𝐨𝒈 ( 𝟐 ) → +𝟐𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄
𝒘𝒐

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = 𝟗𝟎°

𝒂𝟏(𝒋𝒘)
4. 𝑤 ≫ 𝑤𝑜 → 𝑯(𝒋𝒘) ≅ (𝒋𝒘)𝟐
então:

O módulo:
𝑎1
|𝐻(𝑗𝑤)| =
𝑤
A fase (parte Imaginária sobre a parte Real):
∠𝐻(𝑗𝑤) = −90°
Como conclusão, o ganho em módulo deste sistema é:

𝑎1
𝑴𝒅𝑩 = 𝟐𝟎 𝐥𝐨𝐠 ( ) → −𝟐𝟎𝒅𝑩/𝒅𝒆𝒄
𝑤

A fase deste sistema:

∠𝑯(𝒋𝒘) = −𝟗𝟎

19
Aula 03 – Filtro de Sinais – Segunda Ordem– Eletrônica 2
__________________________________________________________________________________

Desenhando os resultados no diagrama de Bode fica:

Figura 3.4.1: Gráfico de Bode – Módulo- Passa Faixa 2ª ordem

Fonte: Autoria própria

O pico que é observado no gráfico é um efeito causado por filtros de segunda ordem e é a derivada
do módulo da função transferência deste filtro, dado por:

𝑎1 𝑄
𝐺(𝑗𝑤)(𝑝𝑒𝑎𝑘) =
𝑤𝑜

Na análise do diagrama de Bode este ganho é dado por:

𝑎1 𝑄
𝑀𝑑𝐵(𝑝𝑒𝑎𝑘) = 20 log ( )
𝑤𝑜

20
Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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4 AMPLIFICADOR DIFERENCIAL TBJ


Como visto no curso de Eletrônica 1, um amplificador diferencial funciona em diferença, ou seja,
este amplificador atua fazendo a diferença entre duas tensões de entrada, representado pelo seguinte
bloco:

Figura 4.0.1: Bloco do amplificador diferencial TBJ

Fonte: Autoria Própria

Este amplificador é um dos mais utilizados no campo da microeletrônica devido as suas


características, sendo elas:

• Resposta a sinais diferenciais


• Rejeita o modo comum
• Rejeita o ruído/interferências comuns aos dois canais de entrada

4.1 PAR DIFERENCIAL BJT


Para iniciar os estudos acerca do amplificador diferencial BJT existe um sistema bastante
conhecido chamado de par diferencial, este circuito é composto por resistências, transistores, fontes de
tensão e fontes de corrente. Antes de ser apresentado é necessário fazer algumas considerações:

• Transistores e resistores casados: 𝑄1 ≡ 𝑄2 e 𝑅𝑐1 ≡ 𝑅𝑐2


• Fonte de corrente ideal

21
Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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Tem-se:

Figura 4.1.1: Par diferencial TBJ

Fonte: Autoria Própria

Analisando os nós tem-se:

Figura 4.1.2: Par diferencial análise

Fonte: Notas de Aula

Em grande sinal:

𝑉𝐵𝐸 𝑖𝑐 𝑖𝑐 𝛽
𝑖𝐶 = 𝐼𝑠 ∗ 𝑒 𝑉𝑇 ; 𝐼𝐵 = ; 𝑖𝐸 = ; ∝ =
𝛽 ∝ 𝛽+1

𝐼𝑠 𝑉𝑏1−𝑉𝐸
(1) 𝐼𝐸1 = 𝑒 𝑉𝑇

𝐼𝑠 𝑉𝑏2−𝑉𝐸
(2) 𝐼𝐸2 = ∝
𝑒 𝑉𝑇
22
Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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Juntando as equações 1 e 2, tem-se:

𝑉𝑏1−𝑉𝑏2 𝑉𝐷
𝐼𝐸1
(3) 𝐼𝐸2
= 𝑒 𝑉𝑇 = 𝑒 𝑉𝑇

Dai:

(4) 𝐼𝐸1 + 𝐼𝐸2 = 𝐼

Juntando as equações 3 e 4:

𝐼
𝐼𝐸1 = −𝑉𝐷
1+𝑒 𝑉𝑇

𝐼
𝐼𝐸2 = 𝑉𝐷
1 + 𝑒 𝑉𝑇

Graficamente:

Figura 4.1.3: Gráfico das correntes dos emissores

Fonte: Autoria Própria


23
Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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A saída diferencial:

𝑉𝑜𝑑 = [𝑉𝑐𝑐 − 𝑅𝑐1 ∗ 𝑖𝑐1 ] − [𝑉𝑐1 − 𝑅𝑐2 ∗ 𝑖𝑐1 ]

𝑉𝑜𝑑 = −𝑅𝑐1 [𝑖𝑐1 − 𝑖𝑐2 ]

𝑉𝑜𝑑 ≈ −𝑅𝑐1 [𝐼𝐸1 − 𝐼𝐸2 ]

𝐼 𝐼
𝑉𝑜𝑑 ≈ −𝑅𝑐 ∗ 𝐼 [ −𝑉𝐷 − 𝑉𝐷 ]
1+ 𝑒 𝑉𝑇 1+ 𝑒 𝑉𝑇

Graficamente, tem-se:

Figura 4.1.4: Gráfico da tensão diferencial

Fonte: Autoria Própria

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Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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OBS: 𝑉𝑜𝑑 depende somente da diferença das entradas 𝑉𝐵1 − 𝑉𝐵2 = 𝑉𝐷 . Dessa forma o par diferencial
rejeita o modo comum.

Como foi visto, na análise anterior o par diferencial rejeita o modo comum, a partir daí é possível
fazer uma simplificação considerável na análise do sistema, observe o seguinte circuito.

Figura 4.1.5: Amplificador diferencial padrão

Fonte: Autoria Própria

O circuito acima, por rejeitar o modo comum, é equivalente à:

Figura 4.1.6: Amplificador diferencial equivalente

Fonte: Autoria Própria

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Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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𝑉1+𝑉2
Como sabemos, o modo comum é rejeitado, na Figura 4.1.6, o modo comum é dado por 2

com isso, pode-se concluir que a mesma análise pode ser feita para o seguinte circuito:

Figura 4.1.7: Amplificador diferencial sem modo comum

Fonte: Autoria Própria

Ou seja, a análise feita a partir do circuito acima só leva em conta a parte diferencial, não
precisando, por conseguinte, se importar com o modo comum. Isto facilita a análise do circuito, uma
vez que, agora é possível assumir que o circuito da Figura 4.1.5 e o circuito da Figura 4.1.7 são
equivalentes, causando uma simetria que simplifica muito os cálculos dos sistemas.

Retomando o exemplo do Par diferencial:

Figura 4.1.8: Par diferencial

Fonte: Notas de Aula

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Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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Reescrevendo em pequenos sinais tem-se:

Figura 4.1.9: Par diferencial pequenos sinais

Fonte: Notas de Aula

Observe que agora, sabendo da rejeição do modo comum, as fontes em pequenos sinais são iguais
as fontes do amplificador da Figura 4.1.5 sendo 𝑉𝑑 = 𝑉1 − 𝑉2, também, que o circuito é
completamente simétrico, sendo a única diferença o sinal das tensões no terminal

Com esta diferença de sinal, o mesmo impulso que é aplicado de um lado do circuito é aplicado
para o outro, porém com o sinal inverso, isso faz com que seja gerado um ponto no centro de simetria
do circuito que não varia, este ponto é chamado de terra virtual

Finalmente, após todas estas análises chega-se ao circuito final simplificado do amplificador
que facilita muito as análises de circuitos deste tipo, dado pelo seguinte:

Figura 4.1.10: Par diferencial simplificado

Fonte: Notas de Aula

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Aula 04 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte I) – Eletrônica 2
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Calculando o circuito simplificado.

𝑣𝑑
𝑉𝑐1 = −𝑔𝑚1 ( ) 𝑅𝑐
2
𝑣𝑑
𝑉𝑐2 = 𝑔𝑚 ( ) 𝑅𝑐
2

𝑉𝑜𝐷 = −𝑔𝑚𝑅𝑐 𝑉𝑑

Ao pensar este circuito como amplificador é possível calcular o ganho “𝑨𝒗𝒅 ” diferencial que é dado por:

𝑉𝑜𝐷
𝐴𝑣𝑑 = = −𝑔𝑚 𝑅𝑐
𝑉𝐷

Como já visto no curso de eletrônica 1 a transcondutância “gm” é dada pelo seguinte:

𝐼𝑐
𝑔𝑚 =
𝑉𝑡

𝐼
Como demonstrado o valor de 𝐼𝑐 = 2 então o ganho, para este exemplo, de par diferencial é:

𝐼 𝑅𝑐
𝐴𝑣𝑑 = −
2 𝑉𝑇

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Aula 05 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte II) – Eletrônica 2
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5. PAR DIFERENCIAL COM RESISTOR NO EMISSOR


Nesta aula será feita a análise do par diferencial, porém com a resistência no emissor, a
análise é bem parecida com a da aula passada, as únicas mudanças significativas são o modelo
equivalente do transistor, agora utilizando o modelo T e a resistência no emissor, tem-se:

Figura 5.0.1: Par diferencial circuito resistor no emissor

Fonte: Notas de Aula

Levando em consideração o seguinte:

• 𝑅𝐸1 = 𝑅𝐸2 = 𝑅𝐸3


• 𝑅𝐶1 = 𝑅𝐶2 = 𝑅𝐶3
• 𝑄1 = 𝑄2
• I ideal

Queremos a análise de ganho do amplificador, resistência de entrada e resistência de saída.

Em pequenos sinais, considerando ro infinito:

Figura 5.0.2: Par diferencial resistor no emissor pequenos sinais

Fonte: Notas de Aula

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Aula 05 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte II) – Eletrônica 2
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5.1 GANHO DIFERENCIAL


Analisando o lado esquerdo:

𝑉𝑐1 = −𝑔𝑚 ∗ 𝑣𝑏𝑒1 ∗ 𝑅𝑐 (1)

𝑟𝑒 𝑣𝑑
𝑉𝑏𝑒 = 𝑟𝑒+𝑅𝐸 ∗ 2
(2)

Juntando as equações 1 e 2:

𝑟𝑒 𝑣𝑑
𝑉𝑐1 = −𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑐 ∗ ∗
𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 2

Por simetria, o lado direito:

𝑟𝑒 𝑣𝑑
𝑉𝑐2 = 𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑐 ∗ ∗
𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 2

Como 𝑣𝑜𝑑 = 𝑉𝐶1 − 𝑉𝐶2:

𝑟𝑒
𝑣𝑜𝑑 = 𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑐 ∗ ∗𝑣
𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 𝑑

O ganho diferencial:

𝒗𝒐𝒅 𝒓𝒆
𝑨𝒗𝒅 = = −𝒈𝒎 ∗ 𝑹𝒄 ∗ ( )
𝒗𝒅 𝒓𝒆 + 𝑹𝑬

5.2 RESISTENCIA DE ENTRADA


Para o cálculo da resistência de entrada do sistema utiliza-se da primeira lei de ohm 𝑉 =
𝑟 ∗ 𝐼, como temos o valor da tensão, e descobriremos o valor da corrente em “B”, isola-se a
resistência na equação de Ohm, tem-se:

Figura 5.2.1: Resistência de entrada

Fonte: Notas de Aula

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Aula 05 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte II) – Eletrônica 2
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Vbe:

𝑟𝑒 𝑣𝑑
𝑉𝑏𝑒 = ∗ (3)
𝑟𝑒+𝑅𝐸 2

Nó B:

𝑣𝑑
2
𝑔𝑚 ∗ 𝑣𝑏𝑒 + 𝐼 = 𝑟𝑒+𝑅𝐸
(4)

Juntando 3 e 4:

(1 − 𝑔𝑚 ∗ 𝑟𝑒) 𝑣𝑑
𝐼= ∗
𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 2

Então:

𝑣𝑑 2(𝑟𝑒 + 𝑅𝐸 )
𝑅𝑖𝑛 = =
𝐼 1 − 𝑔𝑚 ∗ 𝑟𝑒

𝛽
Sabendo que 𝑔𝑚𝑟𝑒 = 𝑟𝑜+1 encontramos:

Resistencia de entrada:

𝑹𝒊𝒏 = 𝟐(𝜷 + 𝟏)(𝒓𝒆 + 𝑹𝑬)

5.3 RESISTENCIA DE SAÍDA


O procedimento de cálculo de resistência de saída é parecido com o cálculo de resistência
de entrada, contudo, utilizaremos a resistência ro pois terá maior influência no resultado de
resistência de saída.

Figura 5.3.1: Resistência de Saída

Fonte: Notas de Aula

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Aula 05 – O Amplificador Diferencial BJT (Parte II) – Eletrônica 2
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Perceba que as tensões de entrada são nulas, uma vez que buscamos analisar a resistência
de saída do circuito, então:

Resistencia de saída:

𝒓𝒄 ∗ 𝒓𝒐
𝑹𝒐𝒖𝒕 = 𝟐(𝑹𝒄 ||𝒓𝒐) = 𝟐
𝑹𝒄 + 𝒓𝒐

Lembrando que:

𝑉𝑇
• 𝑟𝑒 = 𝐼𝐸
𝐼𝑐
• 𝑔𝑚 = 𝑉𝑇

5.4 MODELO EQUIVALENTE


Agora, pode-se projetar o sistema equivalente para este amplificador.

O ganho diferencial:

𝑣𝑜𝑑 𝑟𝑒
𝐴𝑣𝑑 = = −𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑐 ∗ ( )
𝑣𝑑 𝑟𝑒 + 𝑅𝐸

Resistencia de entrada:

𝑅𝑖𝑛 = 2(𝛽 + 1)(𝑟𝑒 + 𝑅𝐸)

Resistencia de saída:

𝑟𝑐 ∗ 𝑟𝑜
𝑅𝑜𝑢𝑡 = 2(𝑅𝑐||𝑟𝑜) = 2
𝑅𝑐 + 𝑟𝑜

Dai:

Figura 5.4.1: Modelos Equivalentes

Fonte: Notas de Aula

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Aula 06 – Par diferencial com MOSFETs – Eletrônica 2
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6 PAR DIFERENCIAL COM MOSFETs


Antes de fazer análises do par diferencial com MOSFETs é necessário relembrar alguns
conceitos vistos na matéria de eletrônica 1, o primeiro deles é a saturação do MOSFET, tem-se:

𝑏
𝐼𝐷 = (𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝑇 )2
2

A análise em pequeno sinal do transistor MOSFET NMOS:

Figura 6.0.1: MOSFET pequeno sinal

Fonte: Notas de Aula

O valor de transcondutância gm é a derivada da corrente de saturação do MOSFET, ID.

𝑔𝑚 = 𝑏(𝑉𝐺𝑆 − 𝑉𝑇𝐻 ) 𝑜𝑢 𝑔𝑚 = √2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑖𝑑

A segunda equação é utilizada quando se tem uma polarização no transistor por uma fonte
de corrente, já a primeira quando se tem a tensão 𝑉𝐺𝑆 no gate.

𝑉𝐴
• 𝑟𝑜 = 𝐼𝐷

Sendo VA a tensão Early.

Perceba que este modelo é bem parecido com o modelo TBJ, com a diferença que não flui
corrente no gate do transistor, e não possui resistência 𝑅𝜋 , este tipo de transistor facilita bastante
a resolução de problemas em algumas análises de circuito em microeletrônica,

Então o circuito par diferencial com MOSFET fica:

Figura 6.0.2: Par diferencial MOSFET

Fonte: Notas de Aula

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Aula 06 – Par diferencial com MOSFETs – Eletrônica 2
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Considerações:

• 𝑅𝐷1 = 𝑅𝐷2 = 𝑅𝐷
• 𝑅𝑆1 = 𝑅𝑆1 = 𝑅𝑆
• 𝑀1 = 𝑀2
• Fonte de Corrente ideal

Levando estas considerações, o par diferencial MOSFET também rejeita o modo comum,
de forma similar ao par diferencial TBJ, com isso, as conclusões e simplificações do circuito
também podem ser aplicadas a este circuito.

Figura 6.0.3: Pequeno Sinal MOSFET

Fonte: Notas de Aula

6.1 GANHO DIFERENCIAL


Analisando o circuito esquerdo:

Figura 6.0.4: Circuito esquerdo MOSFET

Fonte: Notas de Aula

No nó Vs:

𝑣𝑑 𝑉𝑠
𝑔𝑚 ( − 𝑣𝑠 ) =
2 𝑅𝑠

Então:

𝑔𝑚 𝑣𝑑
𝑣𝑠 = ( )
1 2
𝑔𝑚 + 𝑅
𝑠

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Aula 06 – Par diferencial com MOSFETs – Eletrônica 2
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No nó Vo1:

𝑉𝑑
𝑉𝑜1 = −𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑑 ( − 𝑉𝑠 )
2

Juntando as equações:

𝑅𝐷 𝑣𝑑
𝑉𝑑1 = 𝑔𝑚 ∗ ∗
𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑠 + 1 2

Por simetria:

𝑅𝐷 𝑣𝑑
𝑉𝑑2 = −𝑔𝑚 ∗ ∗
𝑔𝑚 ∗ 𝑅𝑠 + 1 2

A tensão de saída:

𝑉𝑜𝑑 = 𝑉𝑜1 − 𝑉𝑜2

O ganho diferencial 𝑨𝒗𝒅 :

𝑉𝑜𝑑 𝑅𝑑
𝐴𝑣𝑑 = = −𝑔𝑚 ∗
𝑣𝑑 𝑔𝑚 ∗ 𝑅1 + 1

Algumas observações:

• Se 𝑅𝑠 = 0 → 𝐴𝑣𝑑 = −𝑔𝑚𝑅𝐷
𝑅𝐷
• Se 𝑔𝑚𝑅𝑠 >> 1 → 𝐴𝑣𝑑 = −
𝑅𝑠

6.2 RESISTENCIA DE ENTRADA


Observando a topologia, conclui-se que não existe corrente transportada no gate, logo a
resistência de entrada do sistema é infinita

6.3 RESISTENCIA DE SAÍDA


Figura 6.3.1: Resistência de saída

Fonte: Notas de Aula

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Aula 06 – Par diferencial com MOSFETs – Eletrônica 2
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Ao anular a tensão de entrada do sistema encontra-se a resistência de saída:

𝑅𝑜𝑢𝑡 = 𝑅𝐶 ||𝑟𝑜

6.4 MODELO EQUIVALENTE


Como resultado:

O ganho diferencial Avd:

𝑅𝑑
𝐴𝑣𝑑 = −𝑔𝑚 ∗
𝑔𝑚 ∗ 𝑅1 + 1

A resistência de entrada 𝑅𝑖𝑛 :

𝑅𝑖𝑛 = ∞

A resistência de saída 𝑅𝑜𝑢𝑡 (nos dois lados):

𝑅𝑜𝑢𝑡 = 2𝑅𝐶||𝑟𝑜

Dai:

Figura 6.4.1: Modelo equivalente

Fonte: Notas de Aula

36
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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7. AMPLIFICADORES COM MÚLTIPLOS ESTÁGIOS


Uma Técnica muito utilizado na eletrônica é a utilização de circuitos compostos por vários
estágios amplificadores, utilizando este método é possível obter um ganho maior na saída de um
sistema, geralmente são compactados em blocos.

7.1 AMPLIFICADOR OPERACIONAL LM741


Um exemplo de circuito compostos múltiplos estágios é o amplificador operacional LM741
da seguinte forma:

Figura 7.1.1 LM741

Fonte: Notas de Aula

Seu funcionamento:

Figura 7.1.2: Funcionamento LM741

Fonte: Notas de Aula

37
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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Seu esquemático

Figura 7.1.3: Esquemático LM741

Fonte: Notas de Aula

De forma resumida, primeiro estágio é um par diferencial PNP, em suas saídas são
utilizados espelhos de corrente, transportando os para os próximos estágios, no segundo estágio
é feita à amplificação, obtendo um maior ganho de tensão e, por fim, o terceiro e último estágio,
composto por um amplificador de potência, este amplificador NÃO amplifica a tensão
“somente” faz com que o amplificador seja capaz de entregar a corrente demandada na carga.

7.2 AMPLIFICADOR OPERACIONAL TL061


Outro circuito utilizado em laboratório é o Amplificador. Operacional TL061, da seguinte
forma:

Figura 7.2.1: Amplificador Operacional TL061

Fonte: Notas de Aula

38
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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Seu funcionamento:

Figura 7.2.2: Funcionamento TL061

Fonte: Notas de Aula

Seu esquemático:

Figura 7.2.3: Esquemático TL061

Fonte: Notas de Aula

39
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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O amplificador TL061 é composto por transistores JFET na entrada, a vantagem deste


amplificador é que a impedância de entrada do sistema tem um valor bastante alto.

Como veremos, a impedância de entrada de um amplificador é muito importante, uma vez


que, com uma alta impedância de entrada, a resistência de saída do amplificador não afeta os
cálculos do amplificador acoplado a ele

7.3 ANÁLISE DE MULTIPLOS AMPLIFICADORES


Como foi visto, os amplificadores operacionais são bastantes complexos, compostos por
diversos estágios e, com isso, torna-se difícil fazer seus estudos. Uma forma de simplificar os
circuitos seria analisar cada estágio de forma independente, esta técnica simplifica bastante as
análises e é feita convertendo os blocos em circuitos equivalentes, como visto em aulas anteriores,
tem-se, por exemplo:

Figura 7.3.1: Simplificação de circuitos

Fonte: Notas de Aula

Conhecendo o comportamento de cada estágio é possível analisa-los como uma cascata de


modelos equivalentes, resolvendo o exemplo acima tem-se:

Figura 7.3.2: Circuito Equivalente em cascata

Fonte: Notas de Aula

40
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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• Estágio 1

𝑅𝑖𝑛1
𝑉1 = 𝑉
𝑅𝑖𝑛1 + 𝑅𝑠 𝑠

• Estágio 2

𝑅𝑖𝑛2
𝑉2 = 𝐴 ∗𝑉
𝑅𝑖𝑛2 + 𝑅𝑜1 1 1

𝑅𝐿
𝑉𝑜 = 𝐴 ∗𝑉
𝑅𝐿 + 𝑅𝑜2 2 2

Calculando o ganho deste sistema encontra-se:

𝑉𝑜 𝐴1 ∗ 𝐴2 + 𝑅𝑖𝑛1 ∗ 𝑅𝑖𝑛2 ∗ 𝑅𝐿
𝐴𝑣 = =
𝑉𝑠 (𝑅𝑖𝑛1 + 𝑅𝑠 )(𝑅𝑖𝑛2 + 𝑅𝑜1 )(𝑅𝐿 + 𝑅𝑜2 )

Observe que quando a resistência de entrada 𝑅𝑖𝑛2 do estágio 2 é muito grande encontra-se:

𝑉2 = 𝐴1 ∗ 𝑉1

Como conclusão, quando temos uma resistência de entrada 𝑅𝑖𝑛2 muito alta, o valor da
resistência de estágio de saída 𝑅𝑜1 pode ser desprezada, por conseguinte, não precisando modelar
a resistência de saída do estágio anterior.

7.4 AMPLIFICADOR DE DOIS ESTÁGIOS MOSFET


Antes de verificar o amplificador de dois estágios, vamos relembrar a estrutura dos
amplificadores MOSFET.

Figura 7.4.1: MOSFET pequeno sinal

Fonte: Notas de Aula

41
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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O amplificador de dois estágios:

Figura 7.4.2: Amplificador de dois estágios MOSFET

Fonte: Notas de Aula

Simplificado:

Figura 7.4.3: Simplificado 2 Estágios MOSFET

Fonte: Notas de Aula

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Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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Analisando o estágio 2:
Figura 7.4.4: Estágio 2

Fonte: Notas de Aula

Em pequeno sinal:

Figura 7.4.5: Pequeno Sinal estágio 2

Fonte: Notas de Aula

No nó Vo:

𝑣𝑜 𝑣𝑜
𝑔𝑚2 𝑣𝑜1 + + =0
𝑅𝑑2 𝑅𝑙

O ganho:

43
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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𝑣𝑜 𝑔𝑚𝑅𝐷2 𝑅𝐿
= −
𝑣𝑜1 𝑅𝐷2 + 𝑅𝐿

Analisando o estágio 1:

Figura 7.4.6: Estagio 1

Fonte: Notas de Aula

Em pequeno sinal:

Figura 7.4.7: Pequeno sinal Estagio 1

Fonte: Notas de Aula

No nó 𝑉𝑜1 :

𝑣𝑜1 𝑔𝑚𝑉𝑖𝑛
− =0
𝑅𝑑1 2

O ganho:

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Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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𝑣𝑜1 𝑅𝐷1
𝐴𝑣1 = = −𝑔𝑚1 ∗
𝑣𝑖𝑛 2

O ganho total do sistema:

𝑣𝑜1 𝑣𝑜 𝑔𝑚1 ∗ 𝑔𝑚2 ∗ 𝑅𝐷1 ∗ 𝑅𝐷2 ∗ 𝑅𝐷3


𝐴𝑣 = ∗ =
𝑣𝑖𝑛 𝑣𝑜1 2(𝑅𝐷2 ∗ 𝑅𝐿 )

7.5 ANÁLISE CC MODELO DE DOIS ESTÁGIOS


A análise CC é feita para calcular os parâmetros de pequeno sinal gm1 e gm2. Tem-se:

Figura 7.5.1: Amplificado de 2 Estágios

Fonte: Notas de Aula

Em CC:

Figura 7.5.2: Em CC Amplificador de 2 Estágios

Fonte: Notas de Aula

45
Aula 07 – Amplificador com Múltiplos estágios – Eletrônica 2
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Para o primeiro Estágio:

𝐼 2𝛽𝑛 𝐼
𝐼𝐵1 = → 𝑔𝑚1 = √ = √𝛽𝑛 𝐼
2 2

𝑉𝑜1 = 𝑉𝑑𝑑 − 𝑅𝑑1 ∗ 𝐼1𝛽

Para o segundo Estágio:

Conhecendo Vo1 → Calculo Vs2

Logo,

𝛽𝑝
𝐼𝑠2 = 2
(𝑣𝑠2 − 𝑣𝑜1 − 𝑣𝑡ℎ )2

𝑔𝑚2 = 𝑏𝑝(𝑣𝑠2 − 𝑣𝑜1 − 𝑣𝑡ℎ )

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Aula 08 – Espelhos de Corrente – Eletrônica 2
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8. ESPELHOS DE CORRENTE
O espelho de corrente é um componente muito importante na eletrônica, e tem a função de
realizar copias de um valor de corrente de referência para polarizar o circuito, neste capítulo
veremos como este dispositivo é implementado para transistores BJT e MOSFETs

Como visto no capítulo passado, um amplificador de múltiplos estágios é composto não só


de amplificadores, mas também de espelhos de corrente, observe o amplificador operacional
LM741 a seguir.

Figura 8.0.1: Espelho de corrente LM741

Fonte: Notas de Aula

Os blocos destacados implementam o espelho de corrente, eles fazem o controle de corrente


que passa nos demais blocos, servindo principalmente para realizar a polarização dos diferentes
amplificadores dentro do circuito.

O funcionamento deste componente é da seguinte forma, observe o exemplo a seguir:

Figura 8.0.2: Espelho de corrente

Fonte: Notas de Aula

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Aula 08 – Espelhos de Corrente – Eletrônica 2
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Como pode-se observar neste circuito, existe uma corrente de referência, que é uma
corrente cuidadosamente projetada para que não haja uma alta variação, de forma a tentar
minimizar ao máximo as influências externas, ou seja, ela não varia com temperatura, pressão,
tensão aplicada e etc.

Para que não seja necessário criar diversas correntes de referência, pois é mais custoso e
complexo, é feita a cópia, ou o espelhamento de corrente para os demais terminais do sistema, e,
dependendo da confecção do amplificador, a corrente espelhada pode ser multiplicada por fatores
que o projetista deseja, neste caso observe que no bloco “Circuito 1” a corrente de referência está
sendo multiplicada por um fator N, já no bloco “Espelho P” está sendo multiplicada por um fator
M, da mesma forma o bloco “Circuito 2” sendo multiplicado pela razão 𝑀/𝑆 ( o Espelho P faz a
razão inversa de multiplicação, para casos em que se utiliza de transistores NMOS).

8.1 ESPELHOS DE CORRENTE BJT 1:1


Um exemplo básico de espelho de corrente é o espelho de corrente BJT, este espelho faz
uma relação de entrada e saída de 1:1, a corrente de saída Io é a mesma da corrente de referência,
sua arquitetura é a seguinte:

Figura 8.1.1: Espelho de corrente BJT 1:1

Fonte: Notas de Aula

Corrente no transistor Q1:

𝐼𝑐1 = 𝛽 ∗ 𝐼𝐵1

Assumindo que:

• 𝑄1 = 𝑄2
• 𝐼𝐵1 = 𝐼𝐵2
• 𝐼𝑥 = 2𝐼𝐵1

48
Aula 08 – Espelhos de Corrente – Eletrônica 2
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Nó x:

2
𝐼𝑅𝐸𝐹 = 𝑖𝑐1 + 𝑖𝑥 = 𝐼𝑐1 (1 + )
𝛽

Então:

𝐼𝑅𝐸𝐹
𝐼𝑐1 =
2
1+
𝛽

Como 𝑄1 = 𝑄2 → 𝐼𝐶1 = 𝐼𝐶2 = 𝐼𝑜

𝐼𝑅𝐸𝐹
𝐼𝑜 =
2
1+𝐵

8.2 ESPELHOS DE CORRENTE BJT 1:N


Este espelho de corrente faz a divisão da corrente de referência para n transistores, sua
arquitetura:

Figura 8.2.1: Espelho de corrente BJT 1:N

Fonte: Notas de Aula

Assumindo que:

• 𝑄1 = 𝑄2 = 𝑄𝑛

Valor de ix:

𝑖𝑥 = 𝑖𝑏0 + 𝑖𝑏1 + 𝑖𝑏2 + ⋯ + 𝑖𝑏𝑛

𝑖𝑥 = (𝑛 + 1)𝑖𝑏

No nó x:

𝐼𝑅𝐸𝐹 = 𝑖𝑐 + 𝑖𝑥

Então:

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Aula 08 – Espelhos de Corrente – Eletrônica 2
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𝐼𝑅𝐸𝐹
𝑖𝑐 =
𝑛+1
1+
𝑏

Já a corrente Io:

𝐼𝑅𝐸𝐹
𝑖𝑜 = 𝑛 ∗ 𝑖𝑐 → 𝑛 ∗
𝑛+1
1+
𝑏

8.3 ESPELHOS DE CORRENTE BJT IREF GERADA COM RESISTOR


Uma forma mais simplificada, não tão precisa, de se gerar uma corrente de referência é
utilizar uma resistência, tem-se:

Figura 8.3.1: Espelho de corrente 𝐼𝑟𝑒𝑓 por resistência

Fonte: Notas de Aula

Assumindo que na região ativa dos transistores 𝑉𝑏𝑒 = 0.7V, a corrente de referência fica:

𝑉𝑐𝑐 − (𝑣𝑠𝑠 + 0.7) 𝑉𝑐𝑐 − 𝑉𝑠𝑠 − 0.7


𝐼𝑅𝐸𝐹 = =
𝑅 𝑅

Como resultado:

𝑉𝑐𝑐 − 𝑉𝑠𝑠 − 0.7 𝑛


𝐼𝑜 = ( )( )
𝑅 𝑛+1
1+
𝑏

Perceba que o resultado é bem parecido com o do tópico anterior, a diferença é o valor da
corrente de referência, agora em função da corrente.

50
Aula 08 – Espelhos de Corrente – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

8.4 ESPELHOS DE CORRENTE MOSFET


Outro tipo de espelho de corrente é o espelho implementado com MOSFET, é bem parecido
com as de arquiteturas anteriores, porém, por se tratar agora de um MOSFET a lógica é um pouco
diferente, tem-se, por exemplo.

Figura 8.4.1: Espelho de corrente MOSFET

Fonte: Notas de Aula

A corrente de saturação em NMOS:

𝐵𝑛 2
𝐼𝐷 = (𝑉𝑔𝑠 − 𝑉𝑇𝐻 )
2

O valor de Bn é dependente da Largura W eo o comprimento L do transistor:

𝑤
𝐵𝑛 = 𝐾𝑛 ∗
𝐿

Para Id1:

𝑤1 𝐾𝑛 2
𝐼𝑑1 = ∗ ∗ (𝑉𝑔𝑠1 − 𝑉𝑡ℎ𝑛 ) = 𝐼𝑅𝐸𝐹
𝐿1 2

Para Id2:

𝑤2 𝐾𝑛 2
𝐼𝑑2 = ∗ (𝑉 − 𝑉𝑡ℎ𝑛 ) = 𝐼𝑜
𝐿2 2 𝑔𝑠2

Dividindo ambas as equações, se encontra a corrente de saída, em função de IREF:

𝑤2 𝐿1
𝐼𝑜 = 𝐼𝑅𝐸𝐹 ∗ ( ∗ )
𝑤1 𝐿2

51
Aula 09 – Par diferencial com carga ativa – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

9. PAR DIFERENCIAL COM CARGA ATIVA


As análises anteriores levavam em consideração somente resistores no coletor, no caso
BJT, ou no dreno, no caso do MOSFET. Porém, uma forma de melhorar o ganho no sistema é
conecta-lo com uma carga ativa no circuito e, com isso, obter um ganho bem maior do que
anteriormente. Um exemplo de par diferencial com carga ativa é dado a seguir:

Figura 9.0.1: Par diferencial com carga ativa

Fonte: Notas de Aula

Análise CC:

Figura 9.0.2: Par diferencial com carga ativa CC

Fonte: Notas de Aula

52
Aula 09 – Par diferencial com carga ativa – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Encontra-se:

𝐼
𝐼𝐷1 = 𝐼𝐷2 = 𝐼𝐷3 = 𝐼𝐷4 =
2

• Transcondutâncias
𝑔𝑚1 = 𝑔𝑚2 = √𝛽𝑛𝐼

𝑔𝑚3 = 𝑔𝑚4 = √𝛽𝑝𝐼


• Resistores de Early:
𝑉𝐴 2𝑉𝐴
𝑟𝑜 = 𝑟𝑜1 = 𝑟𝑜2 = 𝑟𝑜3 = 𝑟𝑜4 = =
𝐼𝐷 𝐼

Analisando em pequenos sinais:

Figura 9.0.3: Par diferencial com carga em pequeno sinal

Fonte: Notas de Aula

Realizando algumas simplificações no circuito encontra-se:

Figura 9.0.3: Par diferencial com carga em pequeno sinal simplificado

Fonte: Notas de Aula

53
Aula 09 – Par diferencial com carga ativa – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Agora é possível dividir este circuito em 2 (dois), tem-se:

Figura 9.0.4: Par diferencial com carga em pequeno sinal simplificado 2 circuitos

Fonte: Notas de Aula

O circuito equivalente:

Figura 9.0.5: Par diferencial com carga em pequeno sinal simplificado equivalente

Fonte: Notas de Aula

Analisando o circuito 1:

𝑣𝑑 𝑟𝑜 1
𝑉𝑔 = −𝑔𝑚1 ( ) ( | | )
2 2 𝑔𝑚3

Analisando o circuito 2:

𝑣𝑑 𝑣𝑜
𝑔𝑚2 ∗ − 𝑔𝑚4 ∗ 𝑣𝑔 − 𝑟 = 0
2 𝑜
2

Resolvendo sistema encontra-se:

𝑣𝑜 𝑔𝑚1 𝑟𝑜 𝑔𝑚3 𝑟𝑜 + 1
= ∗( )
𝑣𝑑 2 𝑔𝑚3 𝑟𝑜 + 2

54
Aula 09 – Par diferencial com carga ativa – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Considerando 𝑔𝑚3𝑟𝑜 ≫ 2 o valor da influência do espelho de corrente é 1 (um) resultando no


seguinte:

𝑣𝑜 𝑔𝑚1 𝑟𝑜
=
𝑣𝑑 2

Como foi verificado em capítulos passados o valor de ro tem um valor muito elevado, por
isso, ao multiplicar a transcondutância por ro, o par diferencial tem um ganho diferencial muito
alto.

“As resistências Early ro’s têm valores muito elevados! O que permite ter um ganho de
tensão bem maior que os amplificadores que tínhamos visto em aulas passadas” [Fabian Oliveira,
2022, Aula 09; notas de aula]

55
_____________________________________________________________________________

Observações – Fim da matéria da P1:

• Estas aulas contemplam somente parte da matéria da PROVA 01 e PROVA FINAL, por
isso, também estude pelas listas e pelos livros indicados pelo docente.
• Esta apostila foi feita por um aluno a partir notas de aulas, caso haja alguma
discrepância entre esta apostila e o que foi apresentado em aula, confie no que foi dito
pelo professor!

56
Aula 10 – Realimentação (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

10 INTRODUÇÃO À REALIMENTAÇÃO – ESTTRUTURAS GERAIS


Como visto na matéria de sistemas de controle, a realimentação de sistemas é fundamental para
uma análise mais aprofundada e eficiente de um circuito, com ela é possível otimizar características que
sem a realimentação seriam impossíveis obter. Neste capitulo será discutido um pouco sobre os tipos de
realimentação que serão abordados no curso de eletrônica 2.

Existem 4 (quatro) topologias básicas de realimentação:

• Amplificador com realimentação Série – Paralelo (Tensão-Tensão)


• Amplificador com realimentação Série – Série (Tensão – Corrente)
• Amplificador com realimentação Paralelo – Paralelo (Corrente-Tensão)
• Amplificador com realimentação Paralelo-Série (Corrente-Corrente)

Neste curso será abordado de forma mais aprofundada as topologias Série-Série e Série-Paralelo

Como já visto na matéria de sistemas de controle, existem dois tipos de realimentação, a


realimentação positiva e a realimentação negativa, como a realimentação positiva será abordada mais
para frente no curso, esta parte será mais focada na realimentação negativa.

Propriedades da realimentação negativa:

• Ganho menos sensíveis a variações


• Reduz distorção
• Controla a impedância
• Estende a faixa de passagem dos amplificadores

10.1 ESTRUTURA BÁSICA DE REALIMENTAÇÃO NEGATIVA


A estrutura básica de realimentação é a seguinte:

Figura 10.1.1: Estrutura básica de realimentação negativa

Fonte: Notas de Aula

Analisando este sistema

𝑥𝑠 − 𝑥𝑖 (𝐴𝐵) = 𝑥𝑖

57
Aula 10 – Realimentação (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

𝑥𝑖 ∗ 𝐴 = 𝑣𝑜

Juntando ambas as equações acima obtêm-se a função transferência do circuito:

𝑥𝑜 𝐴
=
𝑥𝑠 (1 + 𝐴𝛽)

O termo “AB” é chamado de “ganho de malha”

10.2 CIRCUITO DE REALIMENTAÇÃO TENSÃO-TENSÃO


Um exemplo clássico de uma estrutura geral de realimentação é o circuito de realimentação de
Tensão-Tensão:

Figura 10.2.2: Exemplo de realimentação Tensão-Tensão

Fonte: Notas de Aula

Observe que a topologia deste exemplo é bem parecida com o da Figura 10.1.1, em que existe
uma ramificação realimenta o circuito. Já o ganho “B” do circuito pode ser facilmente calculado ao
encontrar a relação de vf e xo, dada a seguir:

Dai:

𝑣𝑜 = (𝑣(+) − 𝑣(−) ) ∗ 𝐴

𝑣𝑜 = (𝑣𝑠 − 𝑣𝐵) ∗ 𝐴

Então:
58
Aula 10 – Realimentação (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

𝑣𝑜 𝐴
=
𝑣𝑠 (1 + 𝐴𝛽)

Onde:

𝑅1
𝛽=
𝑅1 + 𝑅2

A partir daí podemos revisitar algumas características de realimentação negativa:

• Dessensibilidade do ganho
Podemos descrever o ganho como uma função que depende o A e do 𝛽, da seguinte forma:
𝑥𝑜 𝐴
𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 = (𝐴, 𝐵) =
𝑥𝑠 1 + 𝐴𝛽
Normalmente a Variação de “A” é bem grande, por exemplo, no amplificador LM741, pode
variar de 2000/4000 ou 3000/4000. Esta variação não é nada interessante para a estabilidade do
𝑥𝑜
sistema. Para evitar esta variação o que é feito é a derivação do Ganho 𝑥𝑠 , tem-se:
𝑑𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 1 𝐴
= −
𝑑𝐴 1 + 𝐴𝛽 (1 + 𝐴𝛽)2
Passando para o modo diferencial e isolando o ∆𝐴 tem-se:
∆𝐴
∆𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 =
(1 + 𝐴𝛽)2
“Normalmente (1 + 𝐴𝛽)2 é bem grande, fazendo com que a variação do ganho seja muito
pequena em relação à variação da amplificação ∆𝑨” [Fabian Oliveira, 2022, Aula 09; notas
de aula]
Contornando, portanto, a alta variação de “A” nos amplificadores.
• Extensão de Faixa de Passagem
Ao considerar que o amplificador tem uma resposta em frequência A(s):
𝐴𝑀
𝐴(𝑠) = 𝑠
1 + 𝑤𝐻

Quando realimentado por B, fica:


𝐴𝑀
𝐴𝑀 ( )
1 + 𝐴𝑀𝛽
𝐴𝑓(𝑠) = =
1 + 𝛽𝐴(𝑠) 1 + ( 𝑠
)
[𝑊𝐻(1 + 𝐴𝑀𝛽)]
A analisando a formula acima, perceba que o Ganho ficou reduzido e em contrapartida a
frequência de corte ficou maior, ou seja, quando é feita a realimentação, é reduzido o ganho
original, porém a frequência de corte do circuito é aumentada na mesma proporção, em outras
palavras reduz o ganho, porém aumenta a faixa de passagem.

59
Aula 10 – Realimentação (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

10.3 TOPOLOGIAS DE REALIMENTAÇÃO


1. A primeira topologia que veremos é a do tipo Realimentação Série-Paralelo, da seguinte forma:

Figura 10.3.1: Realimentação série-paralelo (Tensão- Tensão)

Fonte: Notas de Aula

Para que esta topologia funcione é feita a soma em série da tensão de entrada e em seguida é feita
em paralelo na tensão de saída, fazendo assim a conversão de Tensão-Tensão de realimentação negativa.

2. A topologia Paralelo-Série é da seguinte forma:

Figura 10.3.2: Realimentação paralelo-série (Corrente-Corrente)

Fonte: Notas de Aula

Para fazer a subtração da corrente de entrada é somando-as em paralelo, e, para medir o valor da
corrente de saída e coloca-la na malha de realimentação é feita a conexão em série com a carga.

60
Aula 10 – Realimentação (Parte I) – Eletrônica 2
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3. A topologia Série-Série é da seguinte forma:

Figura 10.3.3: Realimentação série-série (Tensão-Corrente)

Fonte: Notas de Aula

Também chamado de amplificador de transcondutância, para poder obter a corrente, soma-se


em série a saída, e para poder somar as tensões na entrada, basta as colocar em série.

4. A topologia Paralelo-Paralelo dada pelo seguinte:


Figura 10.3.4: Realimentação paralelo-paralelo (Corrente-Tensão)

Fonte: Notas de Aula

Para obter a tensão, é feita a conexão em paralelo na saída, já na entrada, é feita a conexão em
paralelo para obter a subtração das correntes. É conhecido como amplificador de transresistência.

61
Aula 11 – Realimentação (Parte II) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

11. REALIMENTAÇÃO SITUAÇÃO IDEAL


Neste capitulo veremos a situação um pouco mais real das estruturas de realimentação série-
paralelo, e série-série, que ainda sim é considerada ideal, pois a impedância de malha de realimentação
não é considerada nas contas.

11.1 REALIMENTAÇÃO SÉRIE-PARALELO


Relembrando a topologia:

Figura 11.1.1: Amplificador de Tensão Realimentado

Fonte: Notas de Aula

Considerando que o circuito β tem impedância de entrada infinita, não circulará corrente em Ro,
portanto, a tensão Vo é da seguinte forma:

No circuito A:

𝑉𝑜 = 𝐴 ∗ 𝑣𝑖

No circuito B:

𝑉𝑓 = 𝛽 ∗ 𝑉𝑜

Juntando ambas as equações:

𝑉𝑜 = 𝐴(𝑉𝑠 − 𝛽𝑉𝑜 )

Com isso, podemos encontrar o ganho da malha fechada do sistema, também conhecida como “Af”.

𝑉𝑜 𝐴
𝐴𝑓 = =
𝑉𝑠 1 + 𝐴𝛽

O modelo equivalente desta realimentação fica da seguinte forma:


62
Aula 11 – Realimentação (Parte II) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Figura 11.1.2: Modelo equivalente Série-Paralelo

Fonte: Notas de Aula

Calculando agora a resistência de entrada “Rif”:

𝑉𝑠 𝑉𝑠 𝑉𝑠
𝑅𝑖𝑓 = = = ∗ 𝐴 ∗ 𝑅𝑖
𝐼𝑖 𝑉𝑖 𝑉𝑜
𝑅𝑖

OBS:

𝑉𝑖 𝑉𝑜
𝐼𝑖 = 𝑒 𝑉𝑖 =
𝑅𝑖 𝐴

Agora, a partir do ganho “Af”, substituindo na equação:

𝑅𝑖𝑓 = 𝑅𝑖 (1 + 𝐴𝛽)

Calculando agora a resistência de entrada “Rof”:

Para calcular a resistência vista na fonte 𝑅𝑜𝑓 devemos colocar a fonte independente 𝑉𝑠 = 0

Figura 11.1.2: Modelo equivalente com fontes desligada

Fonte: Notas de Aula

Fazendo a análise:

𝑉𝑜 − 𝐴𝑉𝑖 𝑉𝑜 + 𝐴𝛽𝑉𝑜
𝐼𝑜 = =
𝑅𝑜 𝑅𝑜

Como resultado:

𝑉𝑜 𝑅𝑜
= 𝑅𝑜 𝑓 =
𝐼𝑜 1 + 𝐴𝛽
63
Aula 11 – Realimentação (Parte II) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Resumindo os parâmetros do amplificador Série-Paralelo

O ganho em malha fechada “Af”:

𝑉𝑜 𝐴
𝐴𝑓 = =
𝑉𝑠 1 + 𝐴𝛽

Resistência de entrada “Rif”:

𝑅𝑖𝑓 = 𝑅𝑖 (1 + 𝐴𝛽)

Resistência de saída “Ro”:

𝑅𝑜
𝑅𝑜𝑓 =
1 + 𝐴𝛽

Como conclusão em relação ao amplificador de tensão original (Circuito A), a realimentação:

• Diminuiu o ganho
• Aumenta a resistência de entrada
• Diminui a resistência de saída

11.2 REALIMENTAÇÃO SÉRIE-SÉRIE


Da mesma forma que anteriormente, o objetivo é fazer um circuito equivalente através dos
parâmetros de ganho em malha fechada, resistência de entrada e resistência de saída. Para a
realimentação Série-Série, tem-se:

Figura 11.2.1: Amplificador de transcondutância realimentado

Fonte: Notas de Aula

A corrente 𝐼𝑜 não passa pela resistência ro, esta característica, nos casos ideais, ajuda na
confecção da análise dos circuitos.

64
Aula 11 – Realimentação (Parte II) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Cálculo ‘Af”:

𝐼𝑜 = 𝐴 ∗ 𝑉𝐼

𝑉𝑖 = 𝑉𝑠 − 𝑉𝑓 = 𝑉𝑠 − 𝛽𝐼𝑜

Daí:

𝐼𝑜 = 𝐴(𝑉𝑠 − 𝛽𝐼𝑜)

Rearranjando os termos, tem-se:

𝑰𝒐 𝑨
𝑨𝒇 = =
𝑽𝒔 𝟏 + 𝑨𝜷

A resistência de entrada ‘Rif”

𝑉𝑠 𝑉𝑠
𝑅𝑖𝑓 = = 𝑅𝑖 ( )
𝐼𝑖 𝑉𝑠 − 𝛽𝐼𝑜

Então:

𝐼𝑜
𝑅_𝑖𝑓 −1 = 𝑅𝑖 −1 (1 − 𝛽 ( ))
𝑉𝑠

𝑅𝑖
𝑅𝑖𝑓 = = 𝑹𝒊 (𝟏 + 𝑨𝜷)
𝐴𝛽
1−
1 + 𝐴𝛽

Resistência de saída “Rof”

Da mesma forma que foi calculado para a realimentação série-paralelo, desliga-se a fonte de
entrada, então:

𝑉𝑜
𝑅𝑜𝑓 =
𝐼𝑜

A corrente é dada por:

𝑉𝑜
𝐼𝑜 = −𝛽𝐼𝑜𝐴 +
𝑅𝑜

Dai:

𝑉𝑜
𝐼𝑜 (1 + 𝐴𝛽) =
𝑅𝑜

Tem-se:

𝑹𝒐𝒇 = 𝑹𝒐 (𝟏 + 𝑨𝜷)
65
Aula 11 – Realimentação (Parte II) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

O modelo equivalente do circuito Série-Série:

Figura 11.2.2: Modelo Equivalente Série-Série

Fonte: Notas de Aula

Como conclusão em relação ao amplificador de transcondutância original (Circuito A), a


realimentação:

• Diminuiu o ganho
• Aumenta a resistência de entrada
• Diminui a resistência de saída

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Aula 12 – Realimentação (Parte III) – Eletrônica 2
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12 REALIMENTAÇÃO SITUAÇÃO REAL


Neste capítulo será visto mais detalhadamente as topologias Série-Paralelo e Série-Série em sua
situação real, ou seja, quando existe impedâncias de entrada e impedâncias de saída.

12.1 SÉRIE-PARALELO SITUAÇÃO REAL


Este tipo de circuito de realimentação é um circuito amplificador de tensão básico realimentado
com uma malha de realimentação. A primeira etapa de análise de circuito é entender que a malha de
realimentação afeta o seguinte circuito, conhecido como circuito A.

Figura 12.1.1: Circuito A – Série-Paralelo

Fonte: Notas de Aula

Perceba que existem agora duas resistências acopladas ao circuito, diferentemente, do da situação
ideal, isto acontece pois agora está sendo considerado os valores de impedância de entrada “R22” e
uma impedância de saída “R11” da malha de realimentação.

Outro detalhe importante para a correta confecção do circuito A é o posicionamento destas


resistências, perceba que, como se trata de um realimentador Série-Paralelo a conexão de entrada da
malha de realimentação em que a resistência R22 está acoplada fica em paralelo, já a conexão de
saída do realimentador em que a resistência R11 está posicionada fica em Série.

Agora, sabendo o conceito por trás destas impedâncias, fica fácil calcular tanto a impedância de
entrada “R22”, quando a impedância de saída “R11”.

R11 e R22 são calculados como:

Figura 12.1.2: Resistências na malha de Realimentação Série-Paralelo

Fonte: Notas de Aula


67
Aula 12 – Realimentação (Parte III) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

R11 Série - Paralelo:

Observe que para poder calcular a resistência de saída “R11”, basta fazer um curto circuito no lado
direito da malha de realimentação e, a partir daí calcular a resistência vista por esta entrada.

R22 Série Paralelo:

Para calcular a resistência de entrada “R22”, deixa-se aberto o lado esquerdo da malha de realimentação,
e é calculado então, a resistência vista.

Outra etapa da análise é levar em consideração o circuito β, que é da seguinte forma:

Figura 12.1.3: Circuito β Série-Paralelo

Fonte: Notas de Aula

Este circuito é bem mais simples, pois para sua confecção só é necessário utilizar a malha de
realimentação. Para calcular o ganho β basta colocar uma tensão “Vo” na entrada medir a tensão de saída
Vf, do circuito, a partir daí calcular a função transferência da malha.

𝑉𝑓
𝛽=
𝑉𝑜

Para calcular o ganho em malha fechada “Af”.

𝑉𝑜 𝐴
𝐴𝑓 = =
𝑉𝑠 1 + 𝐴𝛽

Por fim, calcula-se as resistências de entrada “Rif” e saída “Rof” do circuito A.

Figura 12.1.4: Resistências de entrada e saída Série-Paralelo

Fonte: Notas de Aula

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Aula 12 – Realimentação (Parte III) – Eletrônica 2
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Relembrando os conceitos aplicados em aulas passadas em Série-Paralelo:

𝑅𝑖𝑓 = 𝑅𝑖(1 + 𝐴𝛽)

𝑅𝑜𝑓 = 𝑅𝑜/(1 + 𝐴𝛽)

Os valores de “Ri” e Ro” são obtidos zerando as fontes independentes, então, 𝑉𝑖’ = 0 e 𝑉𝑥 = 0 ,
realiza-se a partir daí os cálculos padrões de lei de Ohm, neste caso:

𝑅𝑖 = 𝑅𝑠 + 𝑅𝑖𝑑 + 𝑅11

𝑅𝑜 = 𝑅𝑜\\𝑅22\\𝑅𝐿

Como resultado:

𝑅𝑖𝑓 = (𝑅𝑠 + 𝑅𝑖𝑑 + 𝑅11)(1 + 𝐴𝛽)

𝑅𝑜\\𝑅22\\𝑅𝐿
𝑅𝑜𝑓 =
1 + 𝐴𝛽

12.2 SÉRIE-SÉRIE SITUAÇÃO REAL


O procedimento para o realimentador Série-Série é bem parecido com o realimentador Série-
Paralelo, porém, é necessário se atentar em alguns detalhes importantes, fazer algumas substituições
para adaptar a saída, que no caso agora é em corrente.

Figura 12.2.1: Circuito A Série-Série

Fonte: Notas de Aula

Observe que “R22” se encontra em série com a carga RL, pois a entrada da malha de
realimentação é em série, “R11” da mesma forma se encontra em série, pois a saída da malha de
realimentação também é em série.

DIFERENTEMENTE DO CIRCUITO SÉRIE PARALELO, os valores de impedância de entrada e


saída são calculados como:

69
Aula 12 – Realimentação (Parte III) – Eletrônica 2
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Figura 12.2.2: Resistências na malha de Realimentação Série-Série

Fonte: Notas de Aula

R11 Série-Série

No caso da impedância R11 em Série-Série o circuito na direita agora fica ABERTO, a partir daí
calcula-se a resistência vista por esta entrada.

R22 Série-Série

Para calcular a resistência de entrada “R22”, deixa-se aberto o lado esquerdo da malha de realimentação,
e é calculado então, a resistência vista.

Agora, o circuito β:

Figura 12.2.3: Circuito β Série-Série

Fonte: Notas de Aula

Agora, a fonte é de corrente, para calcular β então fica:

𝑉𝑓 ′
𝛽=
𝐼𝑜 ′

O Ganho realimentado Af

𝐼𝑜 𝐴
𝐴𝑓 = =
𝑉𝑠 1 + 𝐴𝛽

Por fim, calcula-se as resistências de entrada “Rif” e saída “Rof” do circuito A.

70
Aula 12 – Realimentação (Parte III) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Figura 12.2.4: Resistências de entrada e saída Série-Série

Fonte: Notas de Aula

Relembrando os conceitos aplicados em aulas passadas para Série-Série:

𝑅𝑖𝑓 = 𝑅𝑖(1 + 𝐴𝛽)

𝑅𝑜𝑓 = 𝑅𝑜(1 + 𝐴𝛽)

Os valores de “Ri” e Ro” são obtidos zerando as fontes independentes, então 𝑉𝑖’ = 0 e 𝑉𝑥 = 0
, realiza-se a partir daí os cálculos padrões de lei de Ohm, neste caso:

𝑅𝑖 = 𝑅𝑠 + 𝑅𝑖𝑑 + 𝑅11

𝑅𝑜 = 𝑅𝑜 + 𝑅22 + 𝑅𝐿

Como resultado:

𝑅𝑖𝑓 = (𝑅𝑠 + 𝑅𝑖𝑑 + 𝑅11)(1 + 𝐴𝛽)

𝑅𝑜𝑓 = (𝑅𝑜 + 𝑅22 + 𝑅𝐿)(1 + 𝐴𝛽)

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Aula 13 – Circuitos Formadores de Onda (Parte I) – Eletrônica 2
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13 CIRCUITOS FORMADORES DE ONDA – CRITÉRIO DE OSCILAÇÃO


Os circuitos formadores de onda são circuitos muito importantes na engenharia, pois com ela é
possível criar sinais periódicos, senoidais, triangular, quadrada e etc. somente a partir de uma tensão de
realimentação. Aplicado principalmente em circuitos digitais pois muitas das vezes é necessário ter uma
portadora ou uma onda senoidal em uma determinada frequência para poder enviar os dados. A ideia de
circuitos formadores de onda fora primeiramente pensada e projetada pelo engenheiro e projetista
Heinrich Barkhausen

Ou seja, estes circuitos formam ondas a partir de uma tensão de realimentação CC

Figura 13.0.1: Formador de onda

Fonte: Notas de Aula

Nas aulas passadas vimos as aplicabilidades de circuitos realimentados negativamente, quando


falamos em circuito formadores de onda utiliza-se a realimentação positiva.

Figura 13.0.2: Realimentação Positiva

72
Aula 13 – Circuitos Formadores de Onda (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Fonte: Notas de Aula

Encontra-se:

𝑥𝑜 𝐴(𝑠) 𝐴(𝑠)
𝐴𝑓 = = =
𝑥𝑠 1 − 𝐴(𝑠)𝛽(𝑠) 1 − 𝐿(𝑠)

“Supondo que existe wo tal que L(jwo) = 1, pode ser observado que o ganho da realimentação é
necessariamente infinito 𝐴𝑓(𝑗𝑊𝑜) = ∞. Portanto, temos duas soluções possíveis.”

Barkhausen percebeu que ao ter um ganho de malha igual a 1(um) é possível encontrar um sistema
que se auto-mantém oscilando (isto na prática é impossível sem um controle linear de amplitude, porém,
quando estudamos os casos ideais a afirmativa ainda é válida rs):

Para elucidar na prática como aplicar os conceitos de osciladores de onda, observe o seguinte exemplo:

Figura 13.0.3: Oscilador senoidal

Fonte: Notas de Aula

Observe que o realimentador neste exemplo é um filtro passa faixa, ou seja, só vai deixar passar
uma determinada frequência central, com isso, é possível ajustar os termos do realimentador para
alcançar o ganho malha aberta unitário (para uma única frequência de sinal que o passa-faixa deixa
passar).

A primeira coisa a se fazer ao se deparar com este tipo de circuito oscilador é calcular o ganho de
malha aberta, para isso, basta abrir a malha em algum ponto da malha de realimentação. O ponto de
escolha para abrir a malha, geralmente, é um ponto com o qual a impedância vista para frente é infinita,
também, quando a malha é aberta tem que ser possível calcular o ganho no ponto “vi” até o ponto “vo”,
ou seja, basicamente precisa ser um circuito “fechado” sendo possível calcular a relação entre “vi” e
“vo”. Do exemplo acima, o circuito de malha aberta é da seguinte forma:
73
Aula 13 – Circuitos Formadores de Onda (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Figura 13.0.4: Oscilador senoidal em aberto

Fonte: Notas de Aula

Quando for calculado o ganho de malha aberta, a ideia de Barkhausen é impor com que este ganho
seja igual a 1(um), e assim ser possível determinar os parâmetros necessários para que o realimentador
cumpra os requisitos impostos.

Chamando o realimentador de H(s) e calculando o ganho:

𝑥𝑜 = 𝑣𝑖 ∗ 2

𝑣𝑜 = 𝑥𝑜 ∗ 𝐻(𝑠)

Tem-se:

𝑣𝑜 2𝑎1 (𝑗𝑤)
𝐿(𝑗𝑤) = = 2 ∗ 𝐻(𝑠) =
𝑣𝑖 (𝑗𝑤)𝑤𝑛
(𝑗𝑤)2 + 2
𝑄 + 𝑤𝑛

Aplicando o critério de oscilação de Barkhausen, ou seja, impondo L(jwo)= 1:

2𝑎1 (𝑗𝑤)
𝐿(𝑗𝑤) = =1
2 (𝑗𝑤)𝑤𝑛 2
(𝑗𝑤) +
𝑄 + 𝑤𝑛

Ao jogar o denominador para o outro lado, fica:

𝑤𝑛
(𝑗𝑤)2 + (𝑗𝑤) [ − 2𝑎1 ] + 𝑤𝑛2 = 0
𝑄

A partir daqui a ideia é separar os coeficientes em uma parte Real e parte Imaginária:

𝑤𝑛
[𝑤𝑛2 − 𝑤 2 ] + 𝑗 [ − 2𝑎1 ] = 0
𝑄

Perceba que a única forma da equação acima ser 0(zero) é para quando a parte Real e a parte Imaginária
sejam também 0(zero), daí consegue-se tirar algumas conclusões deste exemplo como:
74
Aula 13 – Circuitos Formadores de Onda (Parte I) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

Frequência de oscilação:

𝑤 = 𝑤𝑛

Condição de oscilação:

1 𝑤𝑛
𝑎1 = ∗
2 𝑄

OBS: Os valores acima são obtidos a partir do exemplo dado, NÃO SÃO AXIOMAS.

75
Aula 14 – Circuitos Formadores de Onda (Parte II) – Eletrônica 2
_____________________________________________________________________________

14. CONTROLE NÃO LINEAR DE AMPLITUDE


Como visto na aula passada, Barkhausen percebeu que para manter a oscilação, o ganho do
circuito precisa ser unitário, o grande problema encontrado na prática é que é impossível manter o ganho
exatamente em 1(um) devido as características reais das componentes do circuito como resistências /
Capacitores / Indutores que geram estes pequenos erros.

Estes ganhos ainda sim são muito próximos, para um pouco mais ou para um pouco menos de
1(um), contudo, conforme o sinal se auto mantém no sistema, a propagação de erro faz com que ou sinal
exploda (instável) na saída em um determinado instante, para quando o sinal é um pouco maior que
1(um), ou tenda a 0(zero) (Estável) na saída, para quando o sinal é um pouco menor que 1(um).

Um circuito instável é da seguinte forma

Figura 14.0.1: Sinal instável

Fonte: Notas de Aula

Por outro lado, o circuito estável irá perder amplitude com o tempo:

Figura 14.0.2: Sinal estável

Fonte: Notas de Aula

Para driblar estes problemas basicamente é feito, de forma proposital, um circuito instável, ou
seja, um ganho de malha aberta maior que 1(um), e no final se controla-se a amplitude do sinal dentro
de um limite projetado. Este tipo de circuito é chamado de circuito limitador:

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Aula 14 – Circuitos Formadores de Onda (Parte II) – Eletrônica 2
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14.1 CIRUITO LIMITADOR


Figura 14.1.1: Circuito limitador

Fonte: Notas de Aula

Neste circuito limitador são conectados dois diodos na entrada “negativa” do amplificador, um
destes diodos é conectado no nó 𝑉𝑎 e outro conectado ao nó 𝑉𝑏 , com estes dois diodos conectados,
quando a saída do sistema começa a ser muito alta ou muito baixa, acaba fazendo com que um dos
diodos entre em condução (Um diodo entra em condução quando o sinal é muito baixo e o outro entra
em condução quando o sinal é muito alto, os diodos não conduzem ao mesmo tempo).

Quando os diodos entram em condução, o nó que está na parte “negativa” do amplificador ganha
uma determinada tensão, esta tensão causa uma diferença de potencial que acaba limitando a tensão de
saída 𝑉𝑜 , fazendo com que o circuito fique estável:

Análise do circuito:

A análise deste circuito é separada em 3(três) casos:

1- Quando 𝑣𝑖 e 𝑣𝑜 são muito pequenos, os diodos estão em corte, o circuito equivalente fica:
Figura 14.1.2: Circuito equivalente caso I

Fonte: Notas de Aula

77
Aula 14 – Circuitos Formadores de Onda (Parte II) – Eletrônica 2
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Como resultado Equação 1:

𝑅𝑓
𝑉𝑜 = −𝑉𝑥 ( )
𝑅1

Isolando a tensão encontrando 𝑉𝑎 Equação 2:

𝑅3 𝑅2
𝑉𝑎 = 𝑉𝑐𝑐 ( ) + 𝑉𝑜 ( )
𝑅2 + 𝑅3 𝑅2 + 𝑅3

Isolando a tensão encontrando 𝑉𝑏 Equação 3:

𝑅4 𝑅5
𝑉𝑏 = 𝑉𝑠𝑠 ( ) + 𝑉𝑜 ( )
𝑅4 + 𝑅5 𝑅4 + 𝑅5

2- Quando 𝑣𝐼 > 0V, conforme a Eq (1), 𝑣𝑜 < 0V. Se consideramos 𝑣𝐼 grande suficiente, o diodo
D1 entrará em condução. Isso “Grampeará” a tensão 𝑣𝐴 = −0.7𝑉.
Figura 14.1.3: Circuito equivalente caso II

Fonte: Notas Aula


Logo, com a Eq(2), a qual é válida no momento de “grampeamento”, podemos calcular o valor
mínimo de tensão 𝑣𝑜, o que chamamos de 𝐿− .
𝑅3 𝑅3
𝑉𝑜 |𝑉𝑎= −0.7𝑉 = 𝐿− = −𝑉𝑐𝑐 ∗ − (0.7) [1 + ]
𝑅2 𝑅2
3- De forma similar ao passo 2, quando 𝑣𝐼 <0V, conforme Eq(1), 𝑣𝑜 > 0𝑉. Se considerarmos 𝑣𝐼
grande suficiente (negativo) o diodo D2 entrará em condução, isso “grampeará” a tensão 𝑣𝑏 =
−0.7𝑉.
Figura 14.1.4: Circuito equivalente caso III

Fonte: Notas de Aula


Logo, com a Eq(3), a qual é válida no momento do “grampeamento”, podemos calcular o valor
máximo de tensão 𝑣𝑜 , o qual chamaremos de 𝐿+ .
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Aula 14 – Circuitos Formadores de Onda (Parte II) – Eletrônica 2
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𝑅4 𝑅4
𝑉𝑜 |𝑉𝑎= −0.7𝑉 = 𝐿+ = −𝑉𝑠𝑠 ∗ + (0.7) [1 + ]
𝑅5 𝑅5

O gráfico do funcionamento do limitador fica:

Figura 14.1.5: Gráfico do limitador

Fonte: Notas de Aula

Como visto, na prática, o limitador tem uma pequena inclinação devido as resistências 𝑅𝑓 , 𝑅4 e
𝑅1 no limite superior, e outra inclinação no limite inferior devido as resistências 𝑅𝑓 , 𝑅3 e 𝑅1 , perceba
que no instante em que nenhum dos dois diodos está conduzindo o sinal é próprio ganho do inversor

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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15 OSCILADORES LC SINTONIZADOS
Estes circuitos formadores de onda são compostos por indutores e capacitores, as duas topologias
mais conhecidas nestes casos são os LC sintonizados de Colpitts e Hartley

Figura 15.0.1: Topologias de Colpitts e Hartley

Fonte: Notas de Aula

A topologia de Colpitts se utiliza de 2(dois) capacitores e 1(um) indutor já o circuito de Hartley


se utiliza de 2(dois) indutores e 1(um) capacitor.

OBS: o circuito mostrado nestas figuras não inclui o circuito de polarização CC, somente mostra o
equivalente de pequenos sinais.

15.1 OSCILADOR DE COLPITTS


O procedimento de cálculo para o oscilador de Colpitts é a seguinte:

Figura 15.1.1: Oscilador de Colpitts

Fonte: Notas de Aula

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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1- Vamos estudar a polarização CC do circuito para calcular os parâmetros de pequeno sinal do


transistor 𝑔𝑚 , 𝑟𝑜 .
2- No circuito equivalente em pequenos sinais, abrir a malha de realimentação para calcular o
ganho de malha aberta 𝐿(𝑗𝑤).
3- Aplicar o critério de Barkhausen no ganho de malha aberta para determinar a frequência e
condição de oscilação.

Então:

A polarização CC do circuito:

Indutores (curto circuito):

𝑍𝐿 = 𝐿(𝑗𝑤) → 𝑍𝐿 = 0

Capacitores (Circuito aberto):

1
𝑍𝐶 = → 𝑍𝐶 = ∞
𝑗𝑤𝐶

O circuito fica da seguinte forma:

Figura 15.1.2: Colpitts Análise CC

Fonte: Notas de Aula

Os parâmetros em pequeno sinal ficam:

𝛽𝐼𝛽 𝑉𝐴
𝑔𝑚 = 𝑒 𝑟𝑜 =
𝑉𝑇 𝛽𝐼𝛽

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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Agora que foi calculado os parâmetros em CC, é necessário calcular os parâmetros em pequeno
sinal, uma observação importante é que no circuito de Colpitts existem capacitores que são considerados
infinito e outros capacitores que não são considerados infinitos, o indutor 𝐿𝐶𝐻𝑂𝐾𝐸 também é considerado
infinito, isto muda tudo em pequeno sinal, em pequeno sinal os capacitores “infinitos” vão ficar em
curto e o indutor 𝐿𝐶𝐻𝑂𝐾𝐸 se comporta como um circuito aberto, ficando:

Figura 15.1.3: Colpitts Pequeno sinal

Fonte: Notas de Aula

Depois de feito o circuito em pequeno sinal é escolhido um lugar conveniente para abrir o circuito:

Figura 15.1.4: Colpitts Malha Aberta

Fonte: Notas de Aula

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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O circuito equivalente em pequeno sinal fica da seguinte forma:

Figura 15.1.5: Circuito Aberto equivalente Colpitts

Fonte: Notas de Aula

A impedância vista para frente 𝑍𝑉 precisa ser calculada para que o circuito funcione de forma
plena, uma vez que a resistência vista para frente não é infinita, se fosse um transistor MOSFET não
precisaria calcular a resistência vista para frente. Já que neste tipo de transistor a resistência de entrada
é “infinita”.

Neste caso, podemos fazer uma simplificação do sistema eliminando a resistência 𝑍𝑉 , Para simplificar
os cálculos, vamos assumir que próximo da frequência e oscilação do circuito se cumpre a seguinte
1
condição, 𝑤 ≪ 𝑅𝐵2 \\𝑟𝜋 , resultando:
𝑜 𝐶2

Figura 15.1.6: Circuito Equivalente sem resistência vista para frente

Fonte: Notas de aula

Perceba que é possível analisar somente a parte direita do circuito, com ela é possível obter as relações
necessárias para a malha aberta para L(jw) = 1:

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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Figura 15.1.7: Parte direita do circuito

Fonte: Notas de Aula

Nó 𝑉𝑥 :

𝑣𝑥 𝑣𝑥 𝑣𝑥 − 𝑣𝑜
−𝑔𝑚 𝑣𝑖 − − − =0
𝑟𝑜 𝑍𝑐1 𝑍𝐿

Nó 𝑉𝑜 :

𝑟𝑜
(𝑉𝑥 − 𝑟𝑜 )/𝑍𝐿 − =0
𝑍𝑐2

Resolvendo o sistema:

𝑉𝑜 𝑔𝑚 𝑟𝑜
𝐿(𝑗𝑤) = (𝑗𝑤) =
𝑉𝑖 [𝐶2 𝐿𝑤 − 1] + (𝑗𝑤)[𝑅(𝐶1 𝐶2 𝐿𝑤 2 − 𝐶1 − 𝐶2 )]
2

Ao aplicar o critério de Barkhausen:

𝐿(𝐽𝑤𝑜 ) = 1 → [𝑔𝑚 𝑟𝑜 + 1 − 𝐶2 𝐿𝑤 2 ] + (𝑗𝑤)[𝑟𝑜 (𝑐1 + 𝑐2 − 𝑐1 𝑐2 𝐿𝑤 2 )] = 0

Consegue-se a partir daí a frequência de oscilação e a condição de oscilação:

Frequência de oscilação:

𝐶1 + 𝐶2
𝑤𝑜 = √
𝐶1 𝐶2 𝐿

Condição de oscilação:

𝐶2
𝑔𝑚 𝑟𝑜 =
𝐶1

Na prática a condição de oscilação precisa ser um pouco maior que 1(um), com isso:

𝐶2
𝑔𝑚 𝑟𝑜 >
𝐶1

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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Uma coisa interessante sobre o circuito de Colpitts é que não é necessário um controle de
amplitude pois quando a senoide for ficando muito pequena o transistor entra em saturação, no instante
em que o transistor entra em saturação ele acaba perdendo a transcondutância, ou seja a limitação do
circuito transistorizado fica automática, se auto ajusta, por conseguinte é possível chegar a uma oscilação
sem precisar controlar a amplitude do circuito.

15.2 OSCILADOR DE HARTLEY


Diferentemente do oscilador de Colpitts o oscilador de Hartley é composto por indutores da
dispostos da seguinte forma:

Figura 15.2.1: Oscilado de Hartley

Fonte: Notas de Aula

O procedimento é similar ao o oscilador de Colpitts, somente tomando cuidado pois se trata de


uma topologia diferente, então:

1- Vamos estudar a polarização CC do circuito para calcular os parâmetros de pequeno sinal do


transistor 𝑔𝑚 , 𝑟𝑜 .
2- No circuito equivalente em pequenos sinais, abrir a malha de realimentação para calcular o
ganho de malha aberta 𝐿(𝑗𝑤).
3- Aplicar o critério de Barkhausen no ganho de malha aberta para determinar a frequência e
condição de oscilação.

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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Em CC:

Figura 15.2.2: Oscilador de Hartley análise CC

Fonte: Notas de Aula

Os parâmetros em pequeno sinal:

𝛽𝐼𝛽 𝑉𝑎
𝑔𝑚 = 𝑒 𝑟𝑜 =
𝑉𝑇 𝛽𝐼𝛽

O circuito em pequeno sinal:

Figura 15.2.3: Oscilador de Hartley em pequeno sinal

Fonte: Notas de Aula

Abrindo a malha deste circuito na base do transistor:

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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Figura 15.2.4: Hartley malha aberta

Fonte: Notas de Aula

O circuito malha aberta equivalente fica:

Figura 15.2.5: Circuito Aberto equivalente Hartley

Fonte: Notas de Aula

Utilizando o mesmo argumento que foi usado para Colpitts, é possível remover a resistência vista para
frente:

Figura 15.5.6:Circuito equivalente Hartley

Fonte: Notas de Aula

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Aula 15 – Circuitos Formadores de Onda (Parte III) – Eletrônica 2
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Analisando o lado direito:

Figura 15.5.7 Circuito Equivalente sem resistência vista para frente

Fonte: Notas de Aula

Nó 𝑉𝑥 :

𝑣𝑥 𝑣𝑥 𝑣𝑥 − 𝑣𝑜
−𝑔𝑚 𝑣𝑖 − − − =0
𝑟𝑜 𝑍𝐿1 𝑍𝑐

Nó 𝑉𝑜 :

𝑣𝑥 − 𝑣𝑜 𝑣𝑜
− = ∞
𝑍𝑐 𝑍𝐿2

Resolvendo o sistema:

𝑣𝑜 𝑔𝑚 𝑟𝑜 (𝐿1 𝐿2 𝑟𝑜 𝐶𝑤 3 )𝑗
𝐿(𝑗𝑤) = (𝑗𝑤) = −
𝑣𝑖 𝑗[𝐿1 𝑤 + 𝐿1 𝐿2 𝐶𝑤 3 ] + [(𝐿1 + 𝐿2 )𝑟𝑜 𝑐𝑤 2 − 𝑟𝑜 ]

Aplicando o critério de Barkhausen:

𝐿(𝑗𝑤𝑜 ) = 1 → [(𝐿1 + 𝐿2 )𝑟𝑜 𝑐𝑤 2 − 𝑟𝑜 ] + 𝑗[𝐿1 𝑤 + 𝐿1 𝐿2 𝑐𝑤 3 + 𝑔𝑚 𝑟𝑜 𝐿1 𝐿2 𝑟𝑜 𝐶𝑤 2 ] = 0

Frequência de oscilação:

1
𝑤𝑜 =
√𝐶(𝐿1 + 𝑙2 )

Condição de oscilação:

𝐿1
𝑔𝑚 𝑟𝑜 =
𝐿2

Novamente, para que a condição de oscilação seja maior que 1(um):

𝐿1
𝑔𝑚 𝑟𝑜 >
𝐿2

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Aula 16 – Circuitos Formadores de Onda (Parte IV) – Eletrônica 2
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16 MULTIVIBRADORES
Os multivibradores são circuitos osciladores relativamente simples, com estes tipos de circuito,
por exemplo, não é necessário aplicar o critério de Barkhausen. Neste capítulo serão estudados os
multivibradores biestáveis e Astaveis. Um elemento biestável contém duas soluções estáveis, já um
circuito astável oscila entre duas soluções estáveis:

16.1 MULTIVIBRADORES BIESTÁVEIS


O circuito Biestável é realimentado na parte positiva isso faz com que o amplificador fique
saturando entre Vcc ou Vss, quando é colocado um sinal maior que 0(zero) entre os dois terminais o
amplificador operacional irá saturar rapidamente para Vcc já, quando e alimentado por um sinal menor
que 0(zero) na entrada irá saturar em sua saída para Vss.

Figura 16.1.1: Multivibrador Biestável

Fonte: Notas de Aula

O gráfico da sua saída então fica da seguinte forma:

Figura 16.1.2: Gráfico de saída multivibrador

Fonte: Notas de aula


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Aula 16 – Circuitos Formadores de Onda (Parte IV) – Eletrônica 2
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Como o circuito é biestável têm duas soluções possíveis:

𝑅1
𝑉𝑜 = 𝑉𝑐𝑐 → 𝑉 + = 𝑉𝐶𝐶 ∗ ( )
𝑅2 + 𝑅1

𝑅1
𝑉𝑜 = 𝑉𝑠𝑠 → 𝑉 + = 𝑉𝑠𝑠 ∗ ( )
𝑅2 + 𝑅1

Através deste circuito Biestável é possível construir um circuito astável, para entender a transição entre
os dois estados estáveis coloca-se uma fonte de tensão no nó 𝑣 − :

Figura 16.1.3: Transição de estados

Fonte: Notas de Aula

Perceba que a única forma de mudar o estado de saturação 𝑉𝑐𝑐 é quando e entrada 𝑉𝑖 vale uma tensão
maior que o nó 𝑣 + , isso faz com que o amplificador fique em histerese, vide o gráfico:

Figura 16.1.4: Soluções biestáveis

Fonte: Notas de Aula


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Aula 16 – Circuitos Formadores de Onda (Parte IV) – Eletrônica 2
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Em suma, a transição entre os dois estados estáveis é modificada em função da entrada 𝑣𝐼 , como
mostrado na figura acima.

Então perceba que é possível construir um circuito que oscile periodicamente na entrada 𝑣𝐼 , e,
com isso criar um circuito Astável, ou seja que varie entre duas soluções estáveis.

16.2 MULTIVIBRADOR ASTÁVEL


O multivibrador Astável pode ser implementado da seguinte maneira:

Figura 16.2.1: Multivibrador Astável

Fonte: Notas de Aula

Perceba que o circuito composto pelo capacitor e a resistência pode ser visto como a fonte “Vi”,
ou seja:

“Incluindo uma malha de realimentação RC, o circuito multivibrador biestável pode ser forçado
a mudar de estado periodicamente” [Fabian Oliveira, 2022, Aula 16; notas de aula]

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Aula 16 – Circuitos Formadores de Onda (Parte IV) – Eletrônica 2
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Observe o gráfico:

Figura 16.2.2: Gráfco Amplificador Astável

Fonte: Notas de Aula

O funcionamento deste multivibrador astável é da seguinte forma.

A saída do amplificador operacional já estará saturada em Vcc ou Vss, no nosso caso Vcc, fazendo
a análise na carga do capacitor observe que em um determinado tempo ele se carregará com um valor
próximo ao valor da porta de saída “Vcc”, contudo, quando ele fica próximo de alcançar tal, o valor da
entrada do amplificador “V+” muda de sinal, neste momento a saída do sinal que era Vcc satura
instantaneamente para Vss. E a partir daí recomeça o ciclo, gerando uma fonte de sinal de onda quadrada.

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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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17 ESTAGIOS DE SAIDA
Até agora foram vistos vários tipos de amplificadores para pequenos sinais que entregam um
ganho de tensão elevada em sua saída, contudo a principal função dos estágios de saída e amplificadores
de potência é entregar uma corrente de qualidade para a carga acoplada a ela.

Neste capitulo será analisado os três tipos de estágios de saída de potência, assim como destacar
a importância dos estágios de saída em sistemas eletrônicos.

O funcionamento dos amplificadores de potência geralmente são da seguinte forma:

Figura 17.0.1: Estágio de Saída

Fonte: Notas de Aula

Foi visto nos capitulo passadas que os amplificadores em pequeno sinal recebem, como o próprio
nome já diz, um pequeno sinal e, em sua saída amplificam este sinal para uma faixa desejada, contudo,
estes amplificadores de pequeno sinal não têm a capacidade de entregar uma corrente um pouco mais
elevada para a carga, lembre-se que se for demandada muita corrente do amplificador de pequenos sinais
ele acaba saindo do ponto de operação e, por conseguinte, não funcionando direito. Para contornar esta
situação os estágios finais de potencias são pensados para este tipo de problema.

Um exemplo bastante visto de amplificadores de potência são os amplificadores de áudio, pois


precisam entregar grandes correntes para produzir um som audível nos alto-falantes.

17.1 RENDIMENTO
Uma das primeiras definições necessárias para compreender os amplificadores de potência é o
rendimento:

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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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Figura 17.1.1: Rendimento de estágio de saída

Fonte: Notas de Aula

Sendo:

• 𝑃𝑠 : Potência fornecida pela fonte de alimentação


• 𝑃𝐷 : Potência dissipada ao ambiente em forma de calor.
• 𝑃𝐿 : Potencia entregue à carga.

Como sabemos, a situação ideal do sistema seria que toda a potência gerada pela fonte de
alimentação seja entregue para a carga, nesta situação ideal o amplificador de potência atingiria 100%
de rendimento, de acordo com a formula:

𝑃𝐿
𝜂= ∗ 100%
𝑃𝑆

Contudo, em uma situação real existe uma fração da potência que acaba se dissipando ao longo
do caminho, principalmente por calor, nos estágios de saída. Ao considerar esta potência dissipada, a
formula acima é calculada da seguinte forma:

𝑃𝐷
𝜂% = [1 − ( )] ∗ 100
𝑃𝑆

Por definição, a eficiência do amplificador é a capacidade que o mesmo tem de aproveitar a


potência que sai da fonte de alimentação e entregar para a carga

17.2 CLASSE DE OPERAÇÃO


Existem 4(quatro) principais classes de operação cada uma destas classes comporta um nível de
rendimento diferente, sendo a Classe A de menor rendimento e a Classe C com o maior rendimento.

Os sinais de saída de corrente de cada classe de operação são da seguinte forma:

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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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Figura 17.2.1: Classes de operação

Fonte: Notas de Aula

A principal maneira de classificar cada classe é identificar a forma de condução dos


transistores quando aplicado um sinal de entrada a ele ou seja:

• Classe A conduz 100% do tempo, tanto no semi-ciclo positivo, quanto no semi-ciclo


negativo.
• Classe B conduz 50% do tempo, somente no semi-ciclo positivo.
• Classe AB conduz um pouco mais de tempo do que na classe B
• Classe C conduz por pouquíssimo tempo e, somente na parte positiva.

17.3 CLASSE A
O amplificador de potencia classe A tem a seguinte topologia

Figura 17.3.1: Topologia Classe A

Fonte: Notas de Aula


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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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“Os amplificadores de potência são projetados para entregar a máxima potência à carga de saída.
Portanto, a análise começa pela corrente de saída considerando um funcionamento pico-pico máximo.”
[Fabian Oliveira, 2022, Aula 17; notas de aula]

Considerando o funcionamento em senoide pico a pico (de -Vcc até + Vcc) na sua saída:

Figura 17.3.1: Sinal de tensão de saída A

Fonte: Notas de Aula

Também, como temos um resistor na saída, a corrente é proporcional à tensão de saída:

Figura 17.3.2: Sinal de Corrente de Saída A

Fonte: Notas de Aula

fazendo a LKC do amplificador

𝐼𝑄 = 𝐼𝐿 + 𝐼

Para termos um amplificador classe A, o transistor precisa conduzir 100% do tempo, ou seja, a fonte de
corrente precisa ser:

𝑉𝑐𝑐
𝐼=
𝑅𝐿

𝑉𝑐𝑐 2𝑉𝑐𝑐 𝑉
Perceba o seguinte, quando a corrente 𝐼𝐿 = 𝑅𝐿
a corrente 𝐼𝑄 = 𝑅𝐿
e quando a corrente 𝐼𝐿 = − 𝑅𝑐𝑐 a
𝐿

corrente 𝐼𝑄 = 0, seu gráfico:

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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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Figura 17.3.3: Sinal de corrente 𝐼𝑄 A

Fonte: Notas de Aula

A partir das características do gráfico acima é possível defini-lo como um amplificador de classe
A, pois conduz durante todo o tempo.

17.4 RENDIMENTO AMPLIFICADOR CLASSE A


Para calcular a eficiência do amplificador vamos relembrar a potência média de sinais senoidais
(este sinal senoidal é deslocado, por isso existe uma potência média diferente de 0(zero))

𝑉𝐼 𝑉 𝑅𝐿 𝐼
𝑃= = =
2 2𝑅𝐿 2

Com isso, a potência média na carga fica:

𝑣𝑜 2 𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝐿 = =
2𝑅𝐿 2𝑅𝐿

Potência média fornecida pela fonte:

• Fonte +𝑉𝑐𝑐 : 𝑃+𝑉𝑐𝑐 = 𝑉𝑐𝑐 ∗ 𝐼𝑄


• Fonte −𝑉𝑐𝑐 : 𝑃−𝑉𝑐𝑐 = −𝑉𝑐𝑐 (−𝐼)

A potência entregue pela fonte:

2𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝑆 = 𝑃+𝑉𝑐𝑐 + 𝑃−𝑉𝑐𝑐 = 2𝑉𝑐𝑐 𝐼 =
𝑅𝐿

A potência média dissipada no amplificador:

2𝑉𝑐𝑐2 𝑉𝑐𝑐2 3𝑉𝑐𝑐2


𝑃𝐷 = 𝑃𝑆 − 𝑃𝑠 = − =
𝑅𝐿 𝑅𝐿 2𝑅𝐿

Por fim, o rendimento teórico do amplificador classe A:

𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝐿 2𝑅𝐿 1
𝜂= = 2 = ≅ 0.25
𝑃𝑆 2𝑉𝑐𝑐 4
𝑅𝐿
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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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17.5 CLASSE B
O amplificador de potência classe B tem uma eficiência um pouco melhor, é composto por um
transistor NPN que conduz em uma metade do ciclo e o transistor PNP que conduz na outra metade do
ciclo, aproveitando melhor a corrente que passa pelo transistor.

Figura 17.3.1: Topologia Classe B

Fonte: Notas de Aula

Como no caso da classe A, começaremos analisando o circuito de forma a entregar a potência


máxima a carga:

Figura 17.3.2: sinal de Tensão de saída B

Fonte: Notas de aula

Perceba que existe uma pequena distorção no instante 0(zero) isto acontece porque no momento
em que a entrada fica no ponto 0(zero) os dois transistores acoplados no sistema deixam de conduzir,
causando essa pequena distorção na tensão de saída do amplificador de potência.

De forma proporcional, a corrente fica:

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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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Figura 17.3.3: Sinal de Corrente de Saída B

Fonte: Notas de Aula

Perceba que agora em cada semiciclo, um transistor diferente irá conduzir:

Figura 17.3.4: Funcionamento de Transistores B

Fonte: Notas de Aula

Importante notar que no ciclo negativo um transistor irá conduzir, e no ciclo positivo outro
transistor irá conduzir, funcionando de forma complementar, melhorando bastante a eficiência do
circuito:

17.6 RENDIMENTO AMPLIFICADOR CLASSE B


Da mesma forma que o amplificador de potência Classe B, a potência média na carga do
amplificador classe B:

𝑣𝑜 2 𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝐿 = =
2𝑅𝐿 2𝑅𝐿

Como sabemos o valor médio da senoide funcionando na metade do ciclo, basta substituir os valores:

𝑖𝑄
𝐼𝑄 =
𝜋

Então, a potencia média fornecida pela fonte:

𝑉2
• Fonte +𝑉𝐶𝐶 : 𝑃+𝑉𝑐𝑐 = 𝑉𝑐𝑐 ∗ 𝐼𝑄 = 𝜋𝑅𝑐𝑐
𝐿

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Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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𝑉2
• Fonte −𝑉𝐶𝐶 : 𝑃−𝑉𝑐𝑐 = −𝑉𝑐𝑐 ∗ −𝐼𝑄 = 𝜋𝑅𝑐𝑐
𝐿

A potência entregue pela fonte:

2𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝑆 = 𝑃+𝑉𝑐𝑐 + 𝑃−𝑉𝑐𝑐 = 2𝑉𝑐𝑐 𝐼 =
𝜋𝑅𝐿

Então, a potencia média dissipada no amplificador:

2𝑉𝑐𝑐2 𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝐷 = 𝑃𝑆 − 𝑃𝑠 = −
𝜋𝑅𝐿 𝑅𝐿

Por fim, o rendimento teórico do amplificador classe B:

𝑉𝑐𝑐2
𝑃𝐿 2𝑅𝐿 𝜋
𝜂= = 2 ≅ ≅ 78.54%
𝑃𝑆 2𝑉𝑐𝑐 4
𝜋𝑅𝐿

Perceba que o rendimento do amplificador Classe B (78.4%) é muito maior do que o amplificador
Classe A (25%).

17.7 CLASSE AB
Contudo, o maior problema do amplificador Classe B, é a distorção harmônica que acaba
acontecendo quando ambos os transistores não conduzem, para contornar este problema foi projetado o
amplificador Classe AB.

Figura 17.7.1: Classe AB

Fonte: Notas de Aula

Este amplificador é bem parecido com o amplificador Classe B a diferença é que ele é projetado
de uma forma a não deixar os transistores desligarem, diminuindo bastante a distorção na saída do
sistema. Para isso, é acrescentado fontes de tensão na entrada dos transistores, deixando-os conduzir um
pouco mais de tempo.

100
Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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“O objetivo deste circuito é eliminar a distorção causada pelo amplificador classe B. A análise de
potência e igual à classe B, dando o mesmo resultado de rendimento de 78.54%” [Fabian Oliveira, 2022,
Aula 17; notas de aula].

Figura 17.7.2: Amplificador AB – Gráficos

Fonte: Notas de Aula

101
Aula 17 – Estágios de Saída e Amplificadores de Potência – Eletrônica 2
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17.8 CLASSES DE AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA EM SUMA


Figura 17.8.1: Resumo dos amplificadores de Potencia

Fonte: Notas de Aula

102
Aula 18 – Dissipadores para Transistores de Potência – Eletrônica 2
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18 DISSIPADORES PARA TRANSISTORES DE POTÊNCIA


Como o amplificador de potência acaba gerando muito calor, é necessário utilizar dissipadores
para que não danifique os componentes, em contra partida, também acaba aumentando a potência
entregue à carga nos estágios de saída.

De forma ideal os BJTs de potência devem:

• Conduzir corrente na faixa de ampere


• Dissipar altas potências sem ser danificados

Utilizando o exemplo do capítulo anterior, com valores práticos:

Figura 18.0.1: Exemplo classe A

Fonte: Notas de Aula

Calculando os valores de corrente e potência dissipada:

2𝑉𝑐𝑐 24
𝐼𝑄𝑀𝐴𝑋 = 𝐼𝑄 = 2𝐼 = = = 3𝐴
𝑅𝐿 8

E:

3𝑉𝑐𝑐2 3(12)2
𝑃𝐷 = = = 27 𝑊
2𝑅𝐿 2∗8

Perceba que são valores de corrente e potência muito elevados que podem danificar os componentes,
existem algumas alternativas para solucionar este problema:

• TBJ com diferentes estruturas e especificações em relação ao TBJ de pequenos sinais.


• Necessidade de uso de dissipadores de potência.

103
Aula 18 – Dissipadores para Transistores de Potência – Eletrônica 2
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Para começar a calcular os dissipadores de potencia é necessário compreender alguns conceitos:

• 𝑇𝐽 : Temperatura de junção
• 𝑇𝑗𝑚𝑎𝑥 : Temperatura de junção máxima

𝑇𝑗𝑚𝑎𝑥 é a máxima temperatura que o transistor funciona sem sofrer danos permanentes:

Figura 18.0.2: Resistência Térmica

Fonte: Notas de Aula

• 𝑇𝑐 : Temperatura Capsulado
• 𝜃𝑗𝑎 : Representa a resistência térmica entre a junção e o ambiente.

A partir destas definições conseguimos definir a equação de condutividade térmica:

𝑇𝑗 − 𝑇𝑎 = 𝜃𝑗𝑎 ∗ 𝑃𝐷

Para facilitar a dissipação térmica e não danificar os componentes é acoplado ao equipamento um


dissipador:

Figura 18.0.3: Dissipador de potencia

Fonte: Notas de Aula


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Aula 18 – Dissipadores para Transistores de Potência – Eletrônica 2
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Agora a equação de condutividade térmica tem mais componentes, a resistência térmica entre o
dissipador e a temperatura ambiente e a resistência térmica entre o equipamento e o dissipador,
transformando a equação de condutividade térmica:

𝑇𝑗 − 𝑇𝑎 = (𝜃𝑗𝑐 + 𝜃𝑐𝑠 + 𝜃𝑠𝑎 ) ∗ 𝑃𝐷

Portanto, o dissipador aumenta a potência que o circuito pode dissipar, por conseguinte, aumenta
a potencia que pode ser entregue à carga.

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Observações – Fim da matéria da P2:

• Estas aulas contemplam somente parte da matéria da PROVA 02 e PROVA FINAL, por isso,
também estude pelas listas e pelos livros indicados pelo docente.
• Esta apostila foi feita por um aluno a partir notas de aulas, caso haja alguma discrepância
entre esta apostila e o que foi apresentado em aula, confie no que foi dito pelo professor!

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