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Resumo da aula proferida no dia 24/05/2023 pelo professor Manuel Gándara

O professor inicia indagando à turma o que são Direitos Humanos. Aos poucos,
as respostas vão surgindo e, inevitavelmente, surge uma divisão. De um lado, alguns
alunos falam que os direitos humanos são naturalmente inerentes aos indivíduos, ou
seja, direitos que naturalmente conferem ao indivíduo dignidade. Uma outra parte da
turma fala que esses direitos precisam ser postos na lei, aparecer num texto
regulamentar superior, um conjunto de direitos que precisam ser positivadas para ser
respeitados e garantir, dessa forma, a dignidade dos indivíduos. Assim, o professor
mostra como ocorre as visões jusnaturalistas e juspositivistas dos Direitos Humanos.
Esclarece que essa dicotomia é antiga e gera intenso debate que até hoje ainda não foi
solucionado.

A teoria hegemônica dos direitos humanos é a teria tradicional, isto é, a teria


liberal dos Direitos Humanos.

A ideia de Direito se opõe a ideia de privilégios. Quando uma parcela


minoritária da sociedade busca maiores direitos, está buscando, na verdade, uma
diminuição dos privilégios da classe dominante, da classe hegemônica, aquela que dita
os caminhos da sociedade.

Nesse sentido, os direitos são conquistas sociais advindas de muitas lutas, de um


intenso processo de lutas, como:
 Lutas sociais
 Debates teóricos
 Garantia jurídica e reconhecimento dessa norma jurídica
 Políticas públicas
 Construção de uma sensibilidade sócio-cultural

Os Direitos Humanos são um território de disputa. Sempre há uma disputa do que,


de fato, são Direitos Humanos.
Por exemplo, se a vertente mais jusnaturalista dos Direitos Humanos ganha
notoriedade, significa que os detentores do discurso do direito natural ditam os que são
os Direitos Humanos. Já se uma vertente juspositivista dos Direitos Humanos ganha
notoriedade, então os detentores da produção normativa tem o poder de ditar o que são
Direitos Humanos. Existe um perigo nesse ponto, trata-se do campo de disputa.

Os direitos são uma convenção política.

Os direitos também são um acordo, uma decisão, da própria sociedade. O direito


representa como a sociedade olha determinada questão, constituindo, assim, o
ordenamento jurídico.

Existem várias assimetrias na sociedade e o Direito busca tentar equacioná-las.


Trata-se de tarefa extremamente difícil e não se busca que esse ponto seja perfeito, no
entanto, qualquer evolução que se consiga é extremamente positivo.

Desafios dos operadores dos Direitos Humanos:

1. Precisa possuir expertise técnica, ou seja, precisa conhecer essa ciência jurídica
de forma aprofundada;
2. Mobilização social, onde a lei não é a única coisa que importa, mas também o
apoio social sobre determinado direito;
3. Articulação política, tendo em vista que a política rege a sociedade e o sucesso
nas disposições dos Direitos Humanos exigem articulação nessa frente.

Dessa forma será possível mobilizar forças para modificar a sociedade.

Gostaria de finalizar citando um pensamento do professor que me impressionou. Ele


disse que as elites sabem aguardar pacientemente para retomar seus privilégios e
suprimir os direitos conquistados pelas minorias sociais. O direito é uma constante
disputa, não só para conquista-lo, mas, acima de tudo, para mantê-lo.

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