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LUÍS ADÃO GONFULO


Docente e Orientador nos cursos de Licenciatura. Mestre em Direcção
Financeira. Contabilista Membro da Ordem dos Contabilistas e Peritos
Contabilistas de Angola. Reitor do Centro de Estudos Kanjaya. CEO da
Kanjaya, Lda. Co-Autor das obras Colectânea da Legislação da
Contabilidade. Angola, Legislação sobre o Imposto Sobre o Valor
Acrescentado e Conexos. Comentado – Angola
2

Ficha Técnica

Título:
CONTABILISTA OU PARASITA? PERFIL, RESPONSABILIDADE E
FUNÇÃO DO PROFISSIONAL ANGOLANO

AUTOR
Luís Adão Gonfulo

EDITOR
CENTRO DE ESTUDOS KANJAYA
Maianga, Luanda - Angola
kanjaya.lda@outlook.com
932 401 223
www.kanjaya.net

1ª edição: 1 de Maio de 2020

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

GONFULO, Luís Adão; Contabilista ou Parasita?


Perfil, Responsabilidade e Função do Profissional
Angolano. / 1. ed. Luanda: Centro de Estudos Kanjaya,
2020.
262 p.

ISBN: 978-65-00-03971-9

1. Contabilidade 2. Sociologia das profissões.


3. Educação 4. Legislação

Copyright 2020 Kanjaya, Lda


A reprodução total ou parcial é permitida mediante a autorização
expressa do Editor e do seu Autor.
0

Para Domingas Pascoal e Israel Kanjaya,


in memoriam.
1
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Índice
Índice de Tabelas ...................................................................... 7
Índice de Exemplos ................................................................... 8
Índice de Quadros ..................................................................... 9
Índice de Caixas ....................................................................... 10
Abreviaturas ............................................................................ 11
Prefácio .................................................................................... 14
Agradecimentos ...................................................................... 16
Introdução ............................................................................... 18
Introduction ............................................................................ 22
Introduction ............................................................................ 26
引言 .......................................................................................... 30
Estado da Profissão Contabilística em Angola ...................... 34
1.1. Surgimento, Classificações, Cédula ...........................34
1.2. Angola, Nacionalidade, Angolano..............................44
1.3. Profissão, Profissional, Profissionalismo .................46
1.4. Independente e Independência ................................56
1.5. Serviço público e o interesse público .......................60
Contabilista ou Parasita? ........................................................ 64
2.1. Abordagem sistémica.................................................64
2.2. Abordagem laboral ....................................................67
2.3. Abordagem contingencial ..........................................68
2.4. Abordagem evolucionista ..........................................70
2.5. Abordagem parasítica ................................................71
Estudo empírico e as estatísticas ........................................... 74
3.1. Organização unipessoal profissional independente75
3.2. Estrutura do mercado do contabilista ......................76
3.3. Envolvente ao contabilista ........................................81
3.4. De técnico de contas à Contabilista, e depois? .........84
3.5. Capacidade adquirida ou merecida?.........................85
3.6. Ponto da situação das estatísticas sobre a profissão
contabilística em Angola ....................................................87
3.7. Estatísticas ..................................................................89
5

Perfil do Contabilista .............................................................. 96


4.1. Entrada na profissão ..................................................96
4.2. Competência e Qualidade ........................................102
4.3. Escolas.......................................................................112
Responsabilidades do Contabilista ...................................... 134
5.1. Conceptualização de responsabilidade ..................134
5.2. Origem da «responsabilidade» em Angola .............136
5.3. Demonstrações financeiras .....................................137
5.4. Assinatura do contabilista .......................................137
5.5. Responsabilidade civil .............................................140
5.6. Responsabilidades dos auditores e revisores ........147
5.7. Responsabilidade perante Administração Tributária
147
5.8. Responsabilidade social ..........................................147
5.9. Responsabilidade colectiva/solidaria ....................147
5.10. Responsabilidade moral ..........................................148
5.11. Responsabilidade financeira ...................................148
5.12. Responsabilidade criminal ......................................148
5.13. Responsabilidade tributária ....................................149
5.14. Responsabilidade Ética e deontologia profissional
149
5.15. Responsabilidade internacional .............................150
5.16. Responsabilidade disciplinar ..................................150
5.17. Salvaguardas.............................................................151
Funções do Contabilista ....................................................... 156
6.1. Conceitos, surgimento .............................................156
6.2. Direitos funcionais ...................................................165
6.3. Deveres funcionais ...................................................166
6.4. Funções internas ......................................................166
6.5. Funções externas......................................................168
6.6. Poderes em geral ......................................................172
6.7. Poderes especiais .....................................................173
6.8. Funcionamento.........................................................183
6.9. Início das funções .....................................................186
6.10. Cessação das funções ...............................................189
6

6.11. Conflitos ....................................................................191


6.12. Incompatibilidades gerais .......................................191
6.13. Incompatibilidades específicas ...............................193
6.14. Impedimentos ..........................................................195
6.15. Suspensão das funções ............................................196
6.16. Interdição do exercício das funções .......................196
6.17. Fiscalização nas funções ..........................................197
6.18. Exercício profissional ..............................................197
Organizações relacionadas à Profissão Contabilística ....... 204
Órgão reitor .......................................................................205
Organismos nacionais.......................................................205
Organizações internacionais ............................................213
Legislação sobre a profissão contabilística em Angola ...... 216
Inventário bibliográfico da Contabilidade em Angola ....... 230
Glossário de termos e expressões........................................ 235
Referências ............................................................................ 246
Sítios visitados ...................................................................... 249
Apêndices................................................................................. 250
Anexos ..................................................................................... 255
7

Índice de Tabelas
Tabela 1: Distribuição de Contabilistas e Peritos Contabilistas
admitidos até 31 de Dezembro de 2018 ...................................................90
Tabela 2: Distribuição dos Membros Colectivos da OCPCA
admitidos até 31 de Dezembro de 2018 ...................................................90
Tabela 3: Distribuição Geral das MPME 2012-2019 ...........................91
Tabela 4: Distribuição das MPME por províncias 2012-2019 ........92
Tabela 5: Distribuição das empresas por província, segundo a
situação perante a actividade em 2017 ....................................................93
8

Índice de Exemplos
Exemplo 1 - tenho uma só profissão ..........................................................39
Exemplo 2 - tenho várias profissões ..........................................................39
9

Índice de Quadros
Quadro 1: Síntese histórica do surgimento do Contabilista
Angolano .................................................................................................................35
Quadro 2: Classificador de Profissões de Angola - CPA/97 .............37
Quadro 3: Categorias conforme Estatutos da OCPCA .........................37
Quadro 4: Classificação de Profissões de Angola – Contabilistas e
Auditor .....................................................................................................................38
Quadro 5: Várias profissões ...........................................................................39
Quadro 6: Classificação das Actividades Económicas de Angola ...41
Quadro: 7 Primeiro Contabilista Angolano Inscrito na OCPCA ......42
Quadro: 8 Da Certidão à Cédula ...................................................................42
Quadro 9: Estrutura do mercado de trabalho e de RH .......................77
Quadro: 10 Factores a ter em conta no apuramento e fixação de
honorários (Artigo 86º EOCPC) ....................................................................79
Quadro: 11: Ambiente interno ......................................................................82
Quadro: 12 Fontes de dados contabilísticos ...........................................88
Quadro: 13 Ficha técnica do processo metodológico .........................89
Quadro 14: Estrutura Curricular e Modular do Curso de
Actualização ..........................................................................................................98
Quadro: 15 Escolas de formação na área de contabilidade .......... 113
Quadro: 16 Funções estatutivas dos Contabilistas ........................... 161
Quadro: 17 Funções estatutivas dos Peritos Contabilistas ........... 162
10

Índice de Caixas
Caixa 1: Uma só profissão ................................................................. 39
Caixa 2: Várias profissões ................................................................. 40
Caixa 3: Trabalhador independente ............................................. 58
Caixa 4 Visão dos Órgãos Sociais da OCPCA .............................. 80
Caixa 5: Contabilidade Zero, comer o pão que o diabo
amassou.................................................................................................... 86
Caixa 6: Porque os contabilistas se especializam?............... 108
Caixa 7 Responsabilidade pela Assinatura ............................. 139
Caixa 8: Simulação de Seguro de Responsabilidade Civil . 152
Caixa 9: Definições a que refere a Lei nº 1/00, de 3 de
Fevereiro, Lei Geral da Actividade Seguradora, o seu Anexo I
................................................................................................................... 153
Caixa 10: Classificação da Profissão - Contabilista .............. 158
Caixa 11 Classificação da Profissão CPA-Rev.1 - Contabilista
................................................................................................................... 163
Caixa 12 Relatório de verificação de entrada dos sócios .. 168
Caixa 13: Declaração sobre responsável pela prestação de
contas da empresa ............................................................................ 187
11

Abreviaturas
AGT - Administração Geral Tributária
APC – Administração Pública Central
APCM – Administração Pública Municipal
APP – Administração Pública Provincial
BNA - Banco Nacional de Angola
CITE/ISCED Classificação Internacional Tipo de Ensino
CITP/ISCO - Classificação Internacional Tipo de Profissões
CMC - Comissão de Mercado de Capitais
CNEST - Conselho Nacional de Estatística
CONTIF - Plano de Contas das Instituições Financeiras
CPA - Classificação de Profissões de Angola
CPA - Classificador de Profissões de Angola
CRA - Constituição da República de Angola
DNCP - Direcção Nacional da Contabilidade Pública
DNPC - Direcção Nacional da Contabilidade Publica
DPC - Desenvolvimento Profissional Contínuo
DSI – Departamento de Supervisão de Instituições
Financeiras
ENAD - Escola Nacional de Administração
ENDRH - Estratégia Nacional de Desenvolvimento de
Recursos Humanos
ENFQ - Estratégia Nacional de Formação de Quadros
FPC - Formação Profissional Contínua
IDREA – Inquérito sobre Despesas, Receitas e Emprego em
Angola
IES - International Education Standards - Normas de
Educação Internacional
IFAC - International Federation of Accountants
IFMC - Instituto de Formação do Mercado de Capitais
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INE - Instituto Nacional de Estatística


INEFOP - Instituto Nacional do Emprego e Formação
Profissional
INFORFIP - Instituto de Formação de Finanças Públicas
ISAF - Instituto Superior Técnico de Administração e
Finanças
MAPTSS - Ministério da Administração Pública, Trabalho e
Segurança Social
MED - Ministério da Educação
MESCTI - Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia
e Inovação
MPME - Micro, Pequena e Media Empresas
OCPCA - Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de
Angola
OIC - Organismos de Investimento Colectivo
PCIF – Plano de Contas das Instituições Financeiras
PGC - Plano Geral de Contabilidade
PNFQ - Plano Nacional de Formação de Quadros
RGE - Registo Geral de Empresas
SEN - Sistema Estatístico Nacional
UAN - Universidade Agostinho Neto
UCAN - Universidade Católica de Angola
ULA - Universidade Lusíada de Angola
UMA - Universidade Metodista de Angola
UNIBELAS - Universidade de Belas
UPRA - Universidade Privada de Angola
UTANGA - Universidade Técnica de Angola
13
14

Prefácio
Dr. Flaviano Ferraz Macanga
15
16

Agradecimentos

A DEUS JEOVÁ

Ao conjunto alargado de instituições públicas e privadas


que comigo colaboraram e para as quais deixo os meus
profundos agradecimentos.

Particularmente gradeço as pessoas que contribuíram


para que este livro se tornasse realidade,
nomeadamente: Evandro José Coelho do Amaral e
Alfredo Israel Gonfulo.

Sem esquecer, pela paciência e compreensão, MINHA


ESPOSA Maria Elisete Jerónimo Policarpo Gonfulo,
MEUS FILHOS Patrício Alfredo Gonfulo, Luzia Gonfulo
Gonçalves, Lísia Alcidánia Gonfulo e Kétura Daniela
Policarpo Gonfulo.

Muito obrigado à todos.


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18

Introdução
O livro «Contabilista ou parasita? Perfil,
Responsabilidade e Função do profissional Angolano», é o
resultado de uma pesquisa contínua e da análise da realidade
cujo objecto de estudo é o contabilista no contexto angolano.
O estudo surge da necessidade de elucidar, de modo
geral, os empresários, chefias, gestores públicos e privados,
funcionários públicos, e de modo especial os contabilistas,
acerca do perfil, responsabilidades e funções do contabilista
nas organizações.
O perfil do contabilista, no que concerne as suas
competências, é multidisciplinar, e muitas vezes lhe é
atribuída funções e responsabilidades que defrontam os
estatutos e normas éticas. Os empresários e outros entes
querem o contabilista do seu jeito. Pessoalmente, vivi a forma
incompreensiva em como fui abordado e tratado na relação
contratual, era exigido a fazer tarefas de outras índoles, ao
longo de anos, nas organizações, fora do preceituado da
contabilidade.
Este livro foi elaborado com intuito de ser uma
ferramenta de apoio à actividade diária dos profissionais
contabilistas, estudantes e investigadores.
Na sua elaboração o autor teve a preocupação de tornar
o seu manuseamento e a sua leitura de fácil acesso,
procurando sistematizar a informação através de uma
abordagem cronológica, utilizando uma linguagem clara e
precisa sem descurar o facto de esta ter de primar pela
compreensibilidade quer de especialistas quer do público em
geral.
A abordagem explícita foi completada com referências
legislativas e as estatísticas que se espera não destorcidas.
Objectivamos no geral, estudar o estado da profissão
contabilística em Angola, especificamente, procuramos,
identificar o perfil do contabilista angolano, suas
responsabilidades e suas funções; revelar as organizações
19

relacionadas à profissão; inventariar livros que abordam


sobre a contabilidade angolana de diferentes autores;
sintetizar a legislação da profissão contabilística em Angola.
Como contabilista e pesquisador, consideramos a
opinião de pessoas competentes sobre a importância do
assunto. Mais objectivamente consideramos as opiniões de
peritos no assunto, das organizações profissionais e afins.
Visamos suscitar interesse científico, sabendo que é
importante, actual, pouco explorada e pouco conhecida no
momento, mas com boas perspectivas de desenvolvimento.
A escolha do tema, deve-se ao facto de questões ligadas
ao profissional pouco ou nada são tratadas, à luz na realidade
social, pela inexistência de literatura científica.
Consideramos de interesse prático, no caso, de poder
resolver e contribuir para enquadramento profissional do
contabilista no exercício da sua profissão com
profissionalismo.
O caminho que no geral seguimos resultou da pesquisa
bibliográfica, entrevistas, que consistiu junto das
instituições, autores e escritores, responsáveis e técnicos, o
levantamento da documentação que versa sobre a
contabilidade em angola, concretamente, o contabilista
angolano.
A abordagem inclui enquadramento geral, sobre o
surgimento e classificação do contabilista, bem como o país
Angola, a nacionalidade e o angolano; assim como a figura do
contabilista como profissão, o ser profissional e actuar com
profissionalismo. Estabelecendo a relação de independente
com a independência na profissão.
Abordagem inclui perfil, definimos e tipificamos o
perfil de entrada do profissional no órgão representativo da
classe, focamo-nos na construção de competências por via da
formação de capacitação contínua.
Abordagem inclui responsabilidades, vários tipos de
responsabilidades a que o profissional está vinculado e
necessita saber para o exercício pleno das suas funções.
20

Abordagem inclui funções que o profissional de


contabilidade e auditoria exercem no quadro das suas
atribuições, dentro e fora das organizações, como
funcionários internos e prestadores externos.
Abordagem inclui as instituições relacionadas à
actividade de contabilidade para o contabilista, tais como
reitora, de superintendência, reguladora e parceiros e afins,
a nível nacional, regional e internacional.
Abordagem inclui teorias da evolução, relativamente
ao estado evolutivo do profissional parasitário ou liberal, da
contingência com enfâse aos factores externos normativos,
do mercado o seu posicionamento enquanto órgão
independente, e dos sistemas apresentamos a visão global e
enquadramento do profissional para uma maior
independência e a teoria do profissionalismo.
Abordagem inclui estatísticas o tratamento de
informações pertinentes sobre o profissional enquanto
recurso quantificável.
Abordagem inclui legislação, concernente a profissão
contábil e outras que o profissional necessita para o exercício
das suas funções a rigor, organizou-se por lei, decreto, sua
referência ao Diário da República que o publica.
Abordagem inclui inventário, dos artigos e revistas,
assim como, dos manuais, livros e monografias publicadas na
área de contabilidade, no contexto angolano, por escritores e
autores angolanos e estrangeiros.
Finalmente, a abordagem inclui glossário de termos e
expressões, compilados de livros de Contabilidade.
21
22

Introduction
The book «Accountant or parasite? Profile,
Responsability, Function of the Angolan Professional» is the
result of ongoing research and the analysis of the reality,
which study objective is the accountant in the angolan
context.
This study comes out of the need to clarify
businesspeople, leaders, public and private managers, public
agents, and more specially accountants, about their profile,
responsabilities and functions in organizations.
Regarding competencies, the profile of the accountant is
multidisciplinary, and often they are given functions and
responsabilities that confront the statutes and ethical norms.
The businesspeople and others want the accountant their
way. Personally, throughout the yearsI have experienced
incomprehension by the way I was approached and treated
in the contratual relationship with different organizations,
with demands to perform tasks that were from other nature
than accounting.
This book was written with the intention of serving as a
supporting tool for the daily activity of professional
accountants, students an researchers.
While writing it, the author was concerned with making
its handling and reading easy and user friendly, on one hand,
systematizing the information through a chronological
approach, on the other hand, using a clear and precise
language that would serve both experts and the general
public.
The explanation has been supplemented with legislative
references and the statistics that are hopefully to be correct.
In general, we aim to study the state of the accounting
profession in Angola, specifically, we seek to identify the
profile of the Angolan accountant, his responsibilities and his
functions; reveal the organizations related to the profession;
inventory books dealing with Angolan accounting by
23

different authors; synthesize the legislation of the accounting


profession in Angola.
As an accountants and researchers, we consulted and
considered the opinion of competent people on the
importance of the subject matter. More objectivelly, we
considered the opinios of experts in this matter, of the
professional organizations and related.
We aim to raise scientific interest, knowing that it is
important, current, little explored and little known at the
moment, but with good prospects for development.
The choice of the topic is due to fact that in our social
reality, questions related to the professional are little or not
at all treated, because of the lack of scientific literature.
We consider that in this case, the practical interest may
solve and contribute to the professional setting of the
accountant to perform his/her job with professionalism.
The path that we have followed is a result of
bibliographic research, interviews to institutions, authors,
writers, responsibles and technicians, consulting documents
about accounting in Angola, concretely, the angolan
accountant.
The approach includes a general framework on the
emergency and classification of the accountant as an Angolan
citizen, as well as the accountant as a professional, being
professional and acting professionally, establishing the
independent relationship with independence in the
profession.
The approach includes profile, where we define and
tipify the entry profile of the professional into the
organization that represents the class, where focus on
constant injob training to increase people’s skill.
The approach includes responsabilities, different types
of responsabilities to which the professional is attached and
needs to know in order to fully perform on his or her duties.
The approach includes functions that the accounting and
audit professionals exert within their assignments, inside
24

and outside the organizations, as employees or service


providers.
The approach includes the institutions that deal with the
accounting activity for accountants, such as the governing
one, the regulator, partners and related, at national, regional
and international levels.
The approach includes theories of the evolution both of
the parasitic and liberal professionals, of the contingency
with emphasis on external normative factors, of the market
and his/her positioning as an independent body and of the
systems; we present a global vision and professional
framework for more independence and the professionalism
theory.
The approach includes statistics and the treatment of
relevant information about the professional as a quatifiable
resource.
The approach includes legislation concerning the
accounting and other professions that the accountant needs
in order to perform at his/her best, we organized by law,
decree and its reference to the Diário da República where it
was published.
The approach includes an inventory of the articles and
magazines, as well as the handbooks, books and monographs
published in accounting in the Angolan contex by both
Angolan and foreign authors and writers.
Finally, the apporach includes glossary of terms and
expressions, compiled from Accounting books.
25
26

Introduction
Le livre «Comptable ou parasite? Profil, responsabilité,
fonction du professionnel angolais », est le résultat d'une
recherche et d'une analyse continues de la réalité dont l'objet
d'étude est le comptable dans le contexte angolais.
L'étude découle de la nécessité d'élucider, en général, les
entrepreneurs, les gestionnaires, les gestionnaires publics et
privés, les fonctionnaires et en particulier les comptables, sur
le profil, les responsabilités et les fonctions du comptable
dans les organisations.
Le profil du comptable, en ce qui concerne ses
compétences, est pluridisciplinaire, et il lui est souvent confié
des rôles et des responsabilités confrontés aux statuts et aux
normes éthiques. Les entrepreneurs et autres veulent le
comptable à leur manière. Personnellement, j'ai fait
l'expérience de la manière incompréhensible dont j'ai été
approchée et traitée dans la relation contractuelle, j'ai été
amenée à effectuer des tâches d'autres types, au fil des
années, dans des organisations, en dehors du précepte de la
comptabilité.
Ce livre a été créé avec l'intention d'être un outil pour
soutenir l'activité quotidienne des comptables
professionnels, des étudiants et des chercheurs.
Dans son élaboration, l'auteur souhaitait rendre sa
manipulation et sa lecture faciles d'accès, cherchant à
systématiser l'information par une approche chronologique,
en utilisant un langage clair et précis sans négliger le fait qu'il
doit exceller dans la compréhension des deux experts et le
grand public.
L'approche explicite a été complétée par des
références législatives et des statistiques qui ne devraient
pas être déformées.
En général, nous visons à étudier la situation de la
profession comptable en Angola, en particulier, nous
cherchons à identifier le profil du comptable angolais, ses
27

responsabilités et ses fonctions; révéler les organisations


liées à la profession; livres d'inventaire traitant de la
comptabilité angolaise par différents auteurs; synthétiser la
législation de la profession comptable en Angola.
En tant que comptable et chercheur, nous considérons
l'opinion de personnes compétentes sur l'importance du
sujet. Plus objectivement, nous prenons en compte les avis
d'experts en la matière, d'organisations professionnelles et
connexes.
Nous visons à susciter l'intérêt scientifique, sachant qu'il
est important, actuel, peu exploré et peu connu pour le
moment, mais avec de bonnes perspectives de
développement.
Le choix du thème tient au fait que les questions liées au
professionnel sont peu ou rien traitées, à la lumière de la
réalité sociale, par le manque de littérature scientifique.
Nous considérons qu'il est d'un intérêt pratique, dans ce
cas, de pouvoir résoudre et contribuer au cadre
professionnel du comptable dans l'exercice de sa profession
avec professionnalisme.
Le chemin que nous avons généralement suivi est le
résultat de recherches bibliographiques, d'entretiens, qui
comprenaient les institutions, les auteurs et les écrivains, les
gestionnaires et les techniciens, l'enquête sur la
documentation relative à la comptabilité en Angola, en
particulier le comptable angolais.
L'approche comprend un cadre général, sur l'apparence
et la classification du comptable, ainsi que le pays Angola,
nationalité et angolais; ainsi que la figure du comptable en
tant que profession, étant professionnel et agissant
professionnellement. Établir une relation indépendante avec
l'indépendance dans la profession.
L'approche comprend le profil, nous définissons et
caractérisons le profil d'entrée du professionnel dans le
corps représentatif de la classe, nous nous concentrons sur le
28

renforcement des compétences à travers la formation


continue.
L'approche comprend les responsabilités, divers types
de responsabilités auxquelles le professionnel est lié et doit
connaître afin d'exercer pleinement ses fonctions.
L'approche comprend les fonctions que le professionnel
de la comptabilité et de l'audit exerce dans le cadre de ses
fonctions, à l'intérieur et à l'extérieur des organisations, en
tant qu'employés internes et prestataires externes.
L'approche comprend les institutions liées à l'activité
comptable du comptable, telles que le doyen, le surintendant,
le régulateur et les partenaires et autres, aux niveaux
national, régional et international.
L'approche comprend les théories de l'évolution,
concernant l'état évolutif du professionnel parasité ou
libéral, de la contingence en mettant l'accent sur les facteurs
normatifs externes, du marché son positionnement en tant
qu'organisme indépendant, et des systèmes que nous
présentons la vision globale et le cadre du professionnel pour
une plus grande indépendance et la théorie du
professionnalisme.
L'approche comprend des statistiques et le traitement
des informations pertinentes sur le professionnel en tant que
ressource quantifiable.
L'approche comprend la législation, concernant la
profession comptable et d'autres dont le professionnel a
besoin pour exercer ses fonctions strictement, organisée par
la loi, le décret, sa référence au Bulletin quotidien de la
République qui le publie.
L'approche comprend un inventaire, des articles et des
magazines, ainsi que des manuels, des livres et des
monographies publiés dans le domaine de la comptabilité,
dans le contexte angolais, par des écrivains et auteurs
angolais et étrangers.
Enfin, l'approche comprend un glossaire de termes et
d'expressions, compilé à partir de livres comptables
29
30

引言
«会计还是寄生虫?安哥拉专业人员的简介,责任和职能»
是对现实进行持续研究和分析的结果,其现实的研究对象
是安哥拉语境中的会计师。
该研究产生于一般需要阐明企业家,管理人员,公共和私
人管理人员,公务员,尤其是会计师的会计信息,其在组
织中的职责,职责和职能。
就其能力而言,会计师的资历是多学科的,并且经常被赋
予面对法规和道德标准的角色和职责。企业家和其他人希
望以自己的方式去做会计师。就个人而言,我经历了在合
同关系中与我接触和对待的一种难以理解的方式,这些年
来,我被要求在会计准则之外的组织中执行其他类型的任
务。
创建这本书的目的是成为支持专业会计师,学生和研究人
员的日常活动的工具。
在阐述过程中,作者关注的是使信息的处理和阅读更易于
访问,试图通过按时间顺序使用清晰准确的语言,将信息
系统化,而又不忽略必须在理解这两种信息方面都表现出
色的事实。专家和公众。
明确的方法已得到立法参考和统计数据的补充,这些信息
预计不会被扭曲。
总的来说,我们旨在研究安哥拉会计职业的状况,特别是
,我们试图确定安哥拉会计师的形象,其职责和职能;揭
31

示与该行业有关的组织;由不同作者处理安哥拉会计的库
存书;综合了安哥拉会计界的立法。
作为一名会计和研究人员,我们考虑有能力的人员对该主
题的重要性的看法。更客观地说,我们考虑该主题的专家
,专业组织和相关组织的观点。
我们的目标是引起人们的科学兴趣,因为它知道这是重要
的,当前的,目前很少探索和鲜为人知的,但是具有良好
的发展前景。
选择主题的原因是,根据社会现实,由于缺乏科学文献,
与专业人员有关的问题很少或根本没有得到解决。
在这种情况下,我们认为具有实际意义的是,能够以专业
的态度解决会计师的职业并为之作出贡献。
我们通常走的路来自书目研究,访谈,包括机构,作者和
作家,管理者和技术人员,有关安哥拉会计的文件调查,
特别是安哥拉会计。
该方法包括关于会计师的外观和分类以及安哥拉,国籍和
安哥拉国家的总体框架;以及会计师作为职业,专业和专
业行为的形象。建立与职业独立的独立关系。
方法包括个人简介,我们在班级代表机构中定义和代表专
业人员的进入简介,我们专注于通过持续培训来培养技能

方法包括责任,专业人员必须履行的,必须了解的各种责
任,以充分行使其职责。
方法包括会计和审计专业人士在其职责范围内(内部和外
部组织)以内部员工和外部提供者的身份执行的功能。
32

方法包括在国家,地区和国际各级与会计的会计活动有关
的机构,例如院长,主管,监管人员和合伙人等。
方法包括演化理论,涉及寄生或自由职业者的演化状态,
偶然性(着重于外部规范性因素),市场作为独立机构的
定位以及我们提出的具有更大独立性的全球观点和专业人
员框架的系统的理论。专业理论。
方法包括统计和将有关专业人员的相关信息作为可量化资
源进行处理。
方法包括与会计专业有关的立法,以及法律从业人员必须
严格执行其职能所需的其他法律,法令,他对发布该法律
的参考。
方法包括在安哥拉范围内由安哥拉和外国作家和作家在会
计领域出版的库存,文章和杂志,以及手册,书籍和专着

最后,该方法包括从会计账簿汇编的术语和表达词汇表。

2020年5月1日在罗安达的Kanjaya学习中心
33

Nota Importante
Neste livro, o termo «Contabilista» é muitas vezes utilizado,
de modo geral, indiscriminadamente para se referir, tanto ao
contabilista, quanto ao perito contabilista, que exerce a sua
actividade de forma individual, quer seja sócio ou empregado
de uma sociedade de contabilistas, assim como, aqueles
colaboradores, assistentes ou estagiários de Contabilistas e
ou de Peritos Contabilistas.
34

Estado da Profissão Contabilística em


Angola
Ela já não passa de uma profissão abstracta
da perversidade particular, do capricho privado, da
arbitrariedade.

(Kurz, 2013)

1.1. Surgimento, Classificações, Cédula

Surgimento
Na década de 70, através do chamado processo de
inscrição, veio a ocorrer o início do processo de
profissionalização do contabilista em Angola, apoiamos a
nossa afirmação, no Diploma Legislativo nº 35/72, de 31 de
Julho. Embora, anteriormente a esse processo já existissem
os Técnicos de Contas da então República Portuguesa.
Só em 1973, em Angola, Província de Portugal, passou-
se a fazer a inscrição de Técnicos de Contas Angolanos,
conforme a Portaria nº 441/73 de 14 de Julho, e também a
ser aceite inscrição na província, das pessoas que já estavam
oficialmente consideradas técnicos de contas em outro
espaço fiscal nacional de Portugal.
Por volta de 1978, foi decretado à todos os técnicos de
contabilidade, nomeadamente técnicos de contas,
contabilistas ou peritos contabilistas, nacionais ou
estrangeiros, exercendo ou não a respectiva actividade,
incluindo os que prestavam serviço na função pública,
procederem à sua inscrição, no Departamento Nacional de
35

Financiamento ou nas Direcções Provinciais de Finanças


respectivas, conforme tivessem domicílio ou escritório na
Província de Luanda ou em qualquer outra Província (Artigo
2º do Decreto executivo nº 82/78, de 12 de Dezembro).
Em 2001, com a aprovação e publicação da Lei nº 10/01,
de 31 de Maio, Lei da Alteração da Figura do Técnico de
Contas, foram criadas duas categorias profissionais para o
exercício legítimo das funções de Contabilista e de Perito
Contabilista.
Instituiu-se um novo quadro legal do exercício de
funções que coincidem parcialmente com aquela que
anteriormente se encontravam cometidas aos Técnicos de
Contas.
Portanto, a figura de técnico de contas e suas funções,
foram substituídas, com responsabilidades acrescidas.
A 22 de Outubro de 2014, passaram a ser considerados
como contabilistas, à luz do regime transitório previsto no
Código do Imposto Industrial, as pessoas singulares inscritas
como tal no Departamento Ministerial responsável pelas
finanças públicas, conforme a Lei nº 19/14, de 22 de Outubro,
Lei que Aprova o Código do Imposto Industrial.

Quadro 1: Síntese histórica do surgimento do


Contabilista Angolano
1972 Criação das bases para Diploma
regulamentação da actividade de Legislativo
Técnico de Contas Responsáveis nº 35/72, de
em Angola 29 de Abril.
1973 Inscrição e Registo de Técnico de Portaria nº
Contas angolanos e pessoas 441/73, de
oficialmente consideradas em 14 de Julho.
outro espaço fiscal nacional de
Portugal, na Direcção Nacional de
Impostos
1978 Inscrição no Departamento Decreto
Nacional de Financiamento ou na Executivo nº
36

Direcção Provincial de Finanças 82/78, de


respectiva 12 de
Dezembro.
1979 Determinada, medidas para o Decreto
controlo do levantamento da Presidencial
situação contabilística do país em nº 4/79, de
matéria de quadros 10 de
Janeiro.
1992 Considerados contabilistas Lei nº
responsáveis, os que estiverem 18/92, de 3
inscritos como tal na Entidade de Julho.
Representativa dos Contabilistas e
dos Peritos Contabilistas
2001 Inscrição e registo em Lei nº
conformidade com os Estatutos da 10/01, de
Ordem dos Contabilistas e dos 31 de Maio.
Peritos Contabilistas de Angola
2014 Considerados como contabilistas, Lei nº
as pessoas singulares e colectivas 19/14, de
inscritas como tal no 22 de
Departamento Ministerial Outubro.
responsável pelas finanças públicas
Luís Gonfulo, 2020

Classificações de contabilistas
Classificador de Profissões de Angola CPA/97 (INE,
1997)

A primeira classificação da profissão contabilística


adoptada em Angola, tem respaldo no Classificador de
Profissões de Angola - CPA/97 determinado no Decreto
Executivo Conjunto nº 31/03 de 24 de Junho. conforme
Quadro 2: Classificador de Profissões de Angola.
37

Quadro 2: Classificador de Profissões de Angola -


CPA/97
SUB-GRANDE GRUPO
GRANDE GRUPO

GRUPO BASE
PROFISSÕES
SUB GRUPO

0/1 PESSOAL DE PROFISSÕES


CIENTIFICAS
1-1 Contabilistas
1-10 Contabilistas
1-10.10 Contabilista
1-10.20 Auditor contabilista
1-10.90 Outros contabilistas
Luís Gonfulo, 2020

Categorias Profissionais conforme Estatutos da


OCPCA/2010

Nos termos do Estatuto da OCPCA, são membros


singulares da Ordem, com as categorias de Contabilista,
conforme (Artigo 41º do EOCPC), e Peritos Contabilistas,
conforme (Artigo 73º do EOCPC).

Quadro 3: Categorias conforme Estatutos da OCPCA


Categoria Legislação
Contabilista (Artigo 41º do EOCPC)
Perito Contabilista (Artigo 73º do EOCPC)
Luís Gonfulo, 2020

No entanto, augura-se, propor a expansão das


categorias, conforme consta do Programa de Mandato 2018-
2020 da OCPCA, mediante a revisão dos estatutos, com a
inclusão de categorias como:
 Estudante,
38

 Técnico de Contabilidade,
 Contabilistas Associado Geral (aqueles com grau
elevado de contabilidade, mas sem qualificação
profissional),
 Afiliados (aqueles que passaram a qualificação
profissional, mas que aguardam finalizar a
formação prática),
 Consultor,
 Docente,
 Outros.

Classificação de Profissões de Angola CPA/2016

Enquadrado na Resolução nº 07/14 de 11 de Fevereiro,


a segunda classificação da profissão adoptada em Angola,
tem respaldo na Classificação de Profissões de Angola, CPA-
Rev.1, de acordo o INE (Instituto Nacional de Estatística,
2016).

Quadro 4: Classificação de Profissões de Angola –


Contabilistas e Auditor
SUB-GRANDE GRUPO
GRANDE GRUPO

GRUPO BASE

PROFISSÕES

DESIGNAÇÃO
SUB GRUPO

2 ESPECIALISTAS DAS ACTIVIDADES


INTELECTUAIS
24 Especialistas em finanças, contabilidade,
organização administrativa
241 Especialistas em finanças e contabilidade
2411 2411.0 Contabilista, auditor, revisor oficial de
contas
2412 2412.0 Consultor financeiro e de investimentos
2413 2413.0 Analista financeiro
Luís Gonfulo, 2020
39

Qual a minha profissão principal segundo as regras de


classificação da CPA-Rev.1?

Exemplo 1 - tenho uma só profissão

No caso dum indivíduo exercer uma só profissão


descrita na CPA-Rev.1 a sua profissão corresponde aos cinco
dígitos dessa profissão.

Caixa 1: Uma só profissão


2411.0 CONTABILISTA
2411 Contabilista, auditor, revisor oficial de contas e
similares
241 Especialistas em finanças e contabilidade
24 Especialistas em finanças, contabilidade,
2 Especialistas das actividades intelectuais e
científicas
Luís Gonfulo, 2020

Exemplo 2 - tenho várias profissões


No caso dum indivíduo exercer mais do que uma
profissão.
Quadro 5: Várias profissões
SUB-GRANDE GRUPO
GRANDE GRUPO

% DE TEMPO
GRUPO BASE

PROFISSÕES
SUB GRUPO

OCUPADO

PROFISSÃO

2 23 231 2310 2310.0 Professor universitário 34%


2 24 241 2411 2411.0 Contabilista 26%
1 12 121 1211 1211.0 Director financeiro 40%
Luís Gonfulo, 2020
40

Nestas situações o indivíduo deve ser classificado pela


sua profissão principal, tomando como referência o seguinte:

 Caso o tempo ocupado numa profissão represente mais


de 50%, esta define a profissão principal ou
predominante do indivíduo;

 Tendo ocupado o mesmo tempo em duas profissões


(50%), a profissão principal a indicar é a que
proporcionou um maior rendimento;

 Caso a profissão principal não possa ser determinada


pelas duas regras anteriores, a profissão principal
deverá ser determinada pela importância relativa do
tempo despendido em cada profissão ponderado pelo
nível Grande Grupo (nível mais agregado).

Caixa 2: Várias profissões


A actividade do indivíduo reparte-se por três profissões
não detendo qualquer delas mais de 50%.
Neste caso, apesar da Profissão 1211.0 ter uma
percentagem superior a cada uma das duas restantes,
estas representam 60% e como pertencem ao mesmo
Grande Grupo.
A Profissão principal deve ser 2310.0 por ser a que ocupa
mais tempo dentro do Grande Grupo 2.
Luís Gonfulo, 2020
41

Classificação de Actividade Económica CAE

Quadro 6: Classificação das Actividades Económicas de


Angola

Subclass
Divisão

SECÇÃO K - SERVIÇOS
Classe
Grupo

PRESTADOS ÀS EMPRESAS

74 e Outras actividades de
serviços prestados
principalmente às empresas:

741 Actividades jurídicas, de


contabilidade e de auditoria;
consultoria fiscal; estudos de
mercado e sondagens de
opinião; consultoria
empresarial e de gestão:

7412 74120 Actividade de contabilidade,


auditoria e consultoria fiscal
Fonte: extraído do Decreto executivo nº 15/09 Tabela de
lucros mínimos

Cédula profissional
Consideramos, como sendo, o primeiro contabilista
angolano, por ser detentor da primeira cédula [vide Quadro:
7], no exercício em regime liberal de profissão, com a
categoria de perito contabilista, na OCPCA tendo sido
condicionado a inscrição prévia, e cumprindo o imposto pela
obrigação universal de registo profissional.
42

Quadro: 7 Primeiro Contabilista Angolano Inscrito na


OCPCA

# Nº de Categoria Nome Data de


Membro completo admissão
01 19940001 Perito Júlio 03/01/1994
Contabilista Ferreira
de
Almeida
Sampaio
Fonte: OCPCA, Despacho nº 1247/19, de 22 de Agosto.

Em síntese, apresentamos o abaixo o Quadro: 8 da


Certidão à Cédula, em que contam os períodos e as
entidades que emitiram os comprovantes aos profissionais.

Quadro: 8 Da Certidão à Cédula

Período Legislação Emitente


1973 Portaria nº Direcção dos
Técnico de Contas

1978 441/73, de Serviços de


14 de Julho Contribuições e
Impostos
Certidão

1978 Decreto Departamento


Técnico de contas

1979 Executivo nº Nacional de


11/78, de 12 Financiamento.
Comprovante

de Dezembro
43

1993 Decreto Departamento de

Técnico de contas
Executivo nº Normas e
82/78, de 12 Orientação

Comprovante
de Dezembro

1991 Decreto Direcção Nacional

Técnico de contas
Executivo nº de Contabilidade
82/78, de 12
Comprovante
de Dezembro

2010 Decreto Departamento de


Técnico de contas

Executivo nº Produção de
82/78, de 12 Informação
Comprovante

de Dezembro Contabilístico

2014 Ordem dos


Perito Contabilista

2019 Contabilistas e dos


Peritos
Contabilista

Contabilistas de
Angola
Cédula

Luís Gonfulo, 2020


44

1.2. Angola, Nacionalidade, Angolano


Angola
Angola, nome do país, segundo (Neto T. S., 2012)
derivou, provavelmente, da expressão Ngola Nzinga nome do
rei do reino do Ndongo, ou originou-se das expressões Ana-
a-Ngola, que significam «filhos do Ngola» e «gente do Ngola»,
respectivamente.

 ANGOLA
18
 Províncias
164 Municípios
518 Comunas
44
 Distritos Urbanos
1.246.700 Km2 Superfície territorial
25.789.024 Habitantes
20,6
 Pessoas por cada Km2
71%  Fala em casa na língua portuguesa
65%  0 à 24 anos de idade
86,5% Taxa de actividade
61,6% Taxa de emprego
28,8% Taxa de desemprego
13,5% Taxa de inactividade
42,2% População empregada na actividade
económica primário
14.735.487 População em idade activa
12.749.140 População economicamente activa
9.073.321 População empregada
3.675.819 População desempregada
2,3% População de nacionalidade
estrangeira
38% População com acesso as TIC
88% População pratica a religião
76% População habita em casa própria
45

0,533 Índice de Desenvolvimento Humano


em 2015
175 Posição classificada no Relatório
Doing Business para 2018
A0A Angola Kwanza
AKZ Angola Kwanza
Fonte: INE, Censo 2014, IDREA 2018-2019 e MEP, Plano de
Desenvolvimento Nacional 2018-2022

Passou a ser província Ultramarina de Portugal, á partir


da Conferência de Berlim de 1885, quando as fronteiras dos
países de África foram arbitrariamente definidas e os países
repartidos entre as potências coloniais.
Está localizada na costa sudoeste de África, banhada pelo
Oceano Atlântico, sendo o maior o rio o Kwanza; faz fronteira
com a República Democrática do Congo (norte e este), a
República do Congo Brazzaville (norte), a Zâmbia (este) e a
Namíbia (a sul).
Angola, desde 11 de Novembro de 1975 é uma república
soberana e independente, baseada na dignidade da pessoa
humana e na vontade do povo angolano, que tem como
objectivo fundamental a construção de uma sociedade livre,
justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso
social (Artigo 1º da Constituição da República de Angola de
2010).
Portanto, em todo território nacional, compete aos
Contabilistas e aos Peritos Contabilistas o exercício das
funções descritas nos seus Estatutos (Artigos 41º e 73º do
EOOCPCA).

Nacionalidade
Nacionalidade, segundo (Birou, 1978) é o conjunto
humano constituído por todos os homens que têm uma
origem ou, pelo menos, uma história e tradições comuns, e
laços também comuns de homogeneidade cultural.
46

A nacionalidade angolana pode ser originária ou


adquirida (Artigo 9º da CRA). É cidadão angolano de origem,
nacionalidade de pleno direito, o filho de pai ou mãe de
nacionalidade angolana nascido em Angola; o filho de pai ou
mãe de nacionalidade angolana nascido no estrangeiro
(Artigo 9º da Lei nº 1/05, de 1 de Julho, Lei da
Nacionalidade). É cidadão de nacionalidade angolana
adquirida, por motivo de filiação (Artigo 10º da LN), por
adopção (Artigo 11º da LN), por casamento (Artigo 11º da
LN), por naturalização (Artigo 13º da LN), por outros casos
mediante solicitação (Artigo 13º da LN).

Angolano
Consideram-se cidadão angolano, aquele a quem foi
atribuída essa nacionalidade pela Lei da Nacionalidade, de 11
de Novembro de 1975 e pela Lei 8/84, de 7 de Fevereiro
(Artigo 7º da Lei da Nacionalidade).

1.3. Profissão, Profissional,


Profissionalismo
Primeiro, discutimos, a ideia de «profissão»
enquadrados na legislação, confrontando teorias no campo
da sociologia das profissões, neoweberiana. Trabalhamos
especificamente com o processo de profissionalização em
Angola.
Segundo, discutimos, a ideia de «profissional»,
apresentando argumentos teóricos, confrontando teorias no
campo da sociologia das profissões e estabelecendo diálogos
entre elas a funcionalista e a interacionista.
Terceiro, discutimos, a ideia de «profissionalismo»,
47

Profissão
Na abordagem neoweberiana, a profissão consiste numa
estratégia de fechamento, excluindo do seu âmbito aquele
que não possui diploma e nem credenciamento, ou seja,
autorização formal e legal para exercer determinada
actividade.
Uma profissão corresponde ao conjunto dos postos de
trabalho cujas principais tarefas e funções detêm um elevado
grau de afinidade e pressupõe conhecimentos semelhantes.
Por posto de trabalho entende-se as tarefas e funções a
realizar por uma pessoa, trabalhador por conta de outrem ou
por conta própria. A tarefa refere-se a uma actividade física
ou intelectual executada por uma pessoa que integra um
posto de trabalho, conforme (Instituto Nacional de
Estatística, 2016).
Portanto, na visão da corrente sociológica neoweberiana,
as profissões consistiriam naquelas «[...] ocupações
particularmente bem-sucedidas em seu projecto de
fechamento com base em credenciais educacionais, e de
controle das condições de mercado [...]», garantindo
legalmente, dessa forma, o monopólio na prestação de
serviços profissionais (Diniz, 2001, p. 31).
Para os neoweberianos, a profissionalização surge como
um mecanismo excludente, capaz de limitar e controlar a
entrada em uma ocupação, com o objectivo de garantir ou
maximizar o seu valor de mercado.
As profissões além de envolver «fechamento» e
monopólios profissionais, possibilitam, também, a formação
de jurisdições que são constantemente disputadas como
«domínios profissionais exclusivos». Segundo (Diniz, 2001, p.
33), são as pretensões jurisdicionais que «fornecem o ímpeto
e os padrões das formas organizacionais das profissões.»
Como exemplo de disputas jurisdicionais «nos Estados
Unidos a dos contadores contra os advogados». Em Angola,
os contabilistas contra os juristas.
48

Os Contabilistas têm o dever de contribuir para o


prestígio da profissão, evitando qualquer actuação contrária
à dignidade da mesma (Artigo 64º do EOCPC).
Os critérios que distinguem uma profissão das demais
ocupações geralmente aceites pelos cientistas que mais se
dedicaram a esta sociologia das profissões (entre outros,
Carr-Sauders, Parsons, E. Hughs, T. Johson, etc) que aí se
devem incluir:

Uma formação escolar (pós-básica) prolongada e exigente;


uma especialização aprofundada do conhecimento e do
domínio técnico da sua aplicabilidade prática; a noção de
um serviço benéfico prestado à colectividade; a faculdade
de julgamento individual sobre os actos técnicos
específicos da profissão e correspondente
responsabilização legal; um acesso restrito e controlado ao
exercício da profissão; um controlo colegial dos
profissionais sobre esse acesso e sobre as condições do seu
exercício; e, finalmente, um reconhecimento oficial,
público, da profissão. (Freire, 2006)

Este conjunto de critérios corresponde, no fundo, ao


modelo das chamadas profissões liberais – Contabilistas,
conforme a lista a que se refere o nº 3 do artigo 3º, do Código
do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, do Decreto
Legislativo Presidencial nº 2/14, - onde se encontram, em
muito elevado grau, uma qualificação específica, elevados
rendimentos económicos, prestígio e poder profissional
(autonomia e responsabilidade) amplamente consagrados.
A regulamentação legal do exercício da profissão de
Técnico de Contas em Angola emerge do Código do Imposto
Industrial, aprovado pelo Diploma Legislativo nº 35/72, de
29 de Abril, que exigia, em certos casos, a intervenção de
técnicos de contas responsáveis, nas declarações de
rendimento e outros elementos de escrita que as deviam
acompanhar, estabelecia que só poderiam ser considerados
49

técnicos de contas responsáveis os que estivessem inscritos


como tal na Direcção Nacional de Impostos.
Por sua vez, o artigo 9º do DL nº 35/72 prescrevia que o
Ministro das Finanças fixaria, até 31 de Julho de 1972, as
condições para a inscrição dos técnicos de contas
responsáveis até que se procedesse em Angola a
regulamentação legal do exercício da profissão de Técnico de
Contas.
Em Angola, a classificação da profissão contabilista
consta do Decreto Executivo Conjunto nº 31/03, e foi
publicado e entrou em vigor aos 24 de Junho de 2003 e
posteriormente, enquadrado na Resolução nº 07/14 de 11 de
Fevereiro.
O Contabilista, quer interno quer externo, deve exercer
a sua profissão na perspectiva de dar apoio continuado, de
ser oportuno, que, deveras, o torne consultor actuante e
empenhado.
Constitucionalmente, está consagrado o principio da
igualdade, que determina que ninguém pode ser prejudicado,
privilegiado, privado de qualquer direito ou isento de
qualquer dever em razão da sua profissão (Artigo 23º da
CRA).
São atribuições das associações de profissões liberais,
nos termos da lei:
 a defesa dos interesses gerais dos utentes;
 a representação e a defesa dos interesses gerais da
profissão;
 a regulação do acesso e do exercício da profissão;
 conferir, em exclusivo, os títulos profissionais das
profissões que representem;
 conferir, quando existam, títulos de especialização
profissional;
 a elaboração e a actualização do registo profissional;
 o exercício do poder disciplinar sobre os seus
membros;
50

 a prestação de serviços aos seus membros, no


respeitante ao exercício profissional,
designadamente em relação a informação e a
formação;
 a colaboração com as demais entidades da
administração pública na prossecução de fins de
interesse público relacionados com a profissão;
 audição obrigatória, não vinculativa, na elaboração
da legislação que diga respeito as respectivas
profissões;
 a participação nos processos oficiais de acreditação
e na avaliação dos cursos que dão acesso a profissão;
 quaisquer outras que lhes sejam cometidas por lei.

Facto é, que as associações públicas não podem


estabelecer restrições a liberdade de profissão que não
estejam previstas na lei, nem infringir as regras da
concorrência na prestação de serviços profissionais, nos
termos da lei. Não podem deliberar sobre o regime jurídico
da profissão, nem sobre os requisitos e as restrições ao
exercício da profissão, salvo no caso dos códigos
deontológicos (Artigo 7º da Lei nº 3/12, de 13 de Janeiro. Lei
de Bases das Associações Públicas LBAP)
Compete a OCPCA superintender em todos os aspectos
relacionados com o exercício da profissão (Artigo 1º do
Decreto Presidencial nº 232/10, de 11 de Outubro) e
promover o acesso ao exercício da profissão (Artigo 3º, b)
EOCPC).

Profissional
Para a (OCPCA, 2018) profissional, refere-se a um
Contabilista ou um Perito Contabilista, inscrito nas
respectivas listas de registo da OCPCA.
De acordo com a abordagem interacionista das
profissões, teoria dominada por Everett Hughes, há duas
51

noções básicas e essenciais para entender o fenómeno


profissional: o «diploma» e o «mandato».
O diploma seria a licença, ou seja, a autorização legal
para exercer uma actividade. Nesse sentido, a profissão só
deve ser exercida pelos portadores dessa licença, excluindo,
portanto, os não-portadores.
Já o mandato seria a «obrigação legal de assegurar uma
função específica» (Dubar, 2005, p. 133) para o autor, tanto o
diploma, quanto o mandato formam as bases da «divisão
moral do trabalho».
Ou seja, consiste no processo em que as diferentes
funções que são valorizadas pela sociedade são distribuídas
entre os componentes dessa sociedade, o que implica,
necessariamente, numa hierarquização das funções e a
separação entre funções essenciais, reconhecidas como
sagradas e funções secundárias, tidas como profanas.
Actualmente, em Angola, a profissão de contabilista, só
pode ser exercida pelos portadores das cédulas, isto é, a
quem tenha sido deferido o pedido de inscrição para o
exercício da profissão, nos termos do Estatuto da OCPCA, e
que estejam em pleno gozo dos seus direitos (Artigos 41º e
73º do EOCPC).
Segundo Hughes, os profissionais, ou seja, os portadores
de diploma e mandato, necessariamente devem ter consigo
dois atributos essenciais e distintos.
O primeiro seria o «saber inconfessável», ou seja, é a
autorização que o profissional possui para ouvir os segredos,
informações embaraçosas ou «coisas culpabilizadoras» de
seus clientes e permanecer em sigilo absoluto. Esse saber
seria o mecanismo regulador da relação entre profissional e
cliente e sociedade (Dubar, 2005).
O segundo ponto importante para o profissionalismo,
tido como um atributo seria a necessidade da existência de
instituições competentes para proteger o diploma e
assegurar o mandato dos seus membros. Seriam
organizações corporativas que impediriam a realização de
52

actividades profissionais por aqueles que não possuem o


diploma e o mandato, separando, portanto, o profissional do
charlatão (Dubar, 2005).
Em Angola, a Ordem dos Contabilistas e Peritos
Contabilistas de Angola, é o órgão ao qual compete
representar e defender os interesses profissionais dos seus
membros e a dignidade e prestigio da função, bem como
superintender em todos os aspectos relacionados com o
exercício da profissão (Artigo 1º do EOCPC)
Tais organizações também teriam o dever de gerir os
erros profissionais. «Assim, a organização desempenha um
papel essencial na desculpabilização em caso de erro desde
que as regras da arte tenham sido respeitadas» (Dubar, 2005,
p. 135).
Para aqueles que não cumprem as regras, sendo
considerados falsários e incompetentes, o papel das
organizações profissionais seria o de livrar-se deles, para que
não houvesse a quebra da relação de confiança e de respeito
entre o profissional e o cliente.
De acordo com a abordagem funcionalista das
profissões, teoria dominada por Parsons, Barber e outros
Sociólogos funcionalistas americanos, segundo (Diniz, 2001,
p. 20) há uma proposição de listagem de atributos que define
o profissional:
 a existência de um corpo de conhecimento
suficientemente abstracto e complexo para requerer
um aprendizado formal prolongado;
 uma cultura profissional sustentada por associações
profissionais;
 uma orientação para as necessidades da clientela e
um código de ética,
Neste sentido, uma ocupação só ascende ao status de
profissão se atender no mínimo a estes atributos.

São objectivos da OCPCA no que toca aos profissionais:


53

 Promover e contribuir para a formação profissional


(Artigo 3º, b) EOCPC).
 Definir normas e esquemas técnicos de actuação
profissional (Artigo 3º do EOCPC)
 Defender o direito de exclusividade dos títulos
profissionais dos seus membros (Artigo 3º, l) do
EOCPC).

São competência da OCPCA no que toca aos


profissionais:
 Representar e defender os interesses profissionais
dos seus membros (Artigo 1º do EOCPC).

Questões de ordem ética e deontologia profissional à


todos os contabilistas e Peritos Contabilistas de acordo os
princípios:
 de Integridade impõe que sejam correctos e honestos
no seu relacionamento profissional (CEDP, Secção 5,
1.4.1).
 da Objectividade impõe a obrigação de não
comprometerem as suas apreciações profissionais
(CEDP, Secção 6, 1.5.1); o seu julgamento profissional
(CEDP, Secção 6, 1.5.2)
 Competência e zelo profissional impõe manter
conhecimentos e competências profissionais,
assegurar um serviço profissional de qualidade,
actuar com diligencia de acordo as normas técnicas e
profissionais (CEDP, Secção 7, 1.6.1) o exercício de
julgamento sólido na aplicação de conhecimentos e
habilitações profissionais (CEDP, Secção 7, 1.6.2),
consciência contínua e um conhecimento dos
desenvolvimentos técnicos, profissionais e dos
negócios relevantes. (CEDP, Secção 7, 1.6.3).
 Da Confidencialidade impõe a obrigação de se abster
de divulgar e usar informação confidencial adquirida
em consequência de relacionamentos profissionais
54

em sua vantagem pessoal ou de terceiros (CEDP,


Secção 8, 1.7.1).
 Do Comportamento profissional impõe evitar
qualquer acção que possa contribuir para o
descredito da profissão (CEDP, Secção 9, 1.8.1), um
comportamento profissional irrepreensível e nunca
pôr em causa o bom nome da profissão (CEDP, Secção
9, 1.8.2).

Julgamento profissional e cepticismo apropriada (Tribunal


de Contas de Angola, 2014):

É vital que os auditores exerçam o cepticismo profissional e


adoptem uma abordagem crítica, mantendo uma distância
objectiva a partir das informações fornecidas. Espera-se que
os auditores realizem avaliações racionais e realcem as suas
preferências pessoais e as dos demais. De qualquer modo, as
opiniões e argumentos devem ser receptivos, evitando-se
erros de julgamento ou preconceitos cognitivos. O respeito,
a flexibilidade, a curiosidade e a vontade de inovar são
igualmente importantes. A inovação é aplicada ao processo
de auditoria em si, mas também para processos ou
actividades auditadas. Espera-se que os auditores examinem
as questões a partir de diferentes perspectivas e mantenham
um diálogo aberto e atitude objectiva a vários pontos de
vista e argumentos. Se não forem receptivos, podem perder
importantes argumentos ou provas “chave”. Os auditores
trabalham para desenvolver novos conhecimentos e
precisam ser criativos, flexíveis, engenhosos e práticos nos
seus esforços para recolher, interpretar e analisar os dados.
Deve-se manter um alto padrão de comportamento
profissional durante o processo de auditoria, desde a
selecção do tema e do planeamento, execução e elaboração
do relatório da mesma. É importante que os auditores
trabalhem de forma sistemática, com o devido cuidado e
objectividade e sob uma supervisão
55

Profissionalismo
Existe um importante processo de profissionalização, na
sociedade angolana, é possível encontrar actualmente várias
evidências:

i.Denota-se pelo grande fluxo de mulheres no mercado


de trabalho, devido sobretudo ao aumento de sua
habilitação a nível superior, promovendo, assim, a
feminização de algumas profissões.
ii.Constitui-se no aumento significativo do número de
universitários Licenciados em Angola e no exterior
que, para Angola, é sim um importante indicador do
profissionalismo.
iii.Observa-se o crescimento do número de empregos
que exigem o diploma universitário.
iv.Confirma-se, também, que houve um enorme e
importante crescimento do número de profissionais
no mercado de trabalho com ensino superior.
Conforme (Neto A. B., 2005) apresentava a evolução
população de estudantes universitários na
Universidade Agostinho Neto de 1997 a 2003, sendo,
no ano lectivo 1997/98 eram 9.967 estudantes;
1998/99 eram 10.512 estudantes; 1999/00 eram
9.623 estudantes; 2000/01 eram 10.537 estudantes;
2001/02 eram 10.537 estudantes; 2002/03 eram
14.749 estudantes; 2003/04 eram 19.812
estudantes.
v.Confirma-se que as universidades públicas e privadas
passaram a receber grande contingente de
estudantes.
vi.Confirma-se a busca pelo reconhecimento oficial da
profissão e, particularmente do controlo dos
profissionais sobre seu trabalho.
vii.Cada vez mais os grupos profissionais definem a sua
área de trabalho, buscam o reconhecimento do
56

trabalho nos moldes profissionais e até procuram


definir os limites jurisdicionais para o exercício da
profissão.
viii.Exige-se cada vez mais, por parte das empresas, o
maior nível de qualificação do profissional.
ix.Evidencia-se, a formação de nível superior hoje em
dia não é o suficiente para inserir ou manter um
profissional no mercado de trabalho.
x.Actualmente é necessário que, além da formação
superior, o profissional se capacite constantemente
através de cursos de especialização e de pós-
graduação.

1.4. Independente e Independência


Independente
O Código de Ética e Deontologia Profissional da OCPCA
exige que os membros da equipa de trabalho, as firmas e
firmas em rede, associações ou alianças, sejam
independentes dos clientes (CEDP 3.0.1).
Seria arriscado? Afirmar que, em Angola, apenas uma
escassa parte de indivíduos correspondem ao modelo
consagrado da profissão liberal, embora uma confortável
parte desse universo fosse constituída por trabalhadores
isolados. Isto é, do ponto de vista das qualificações, muitos
que trabalham por conta própria dispõem apenas de uma
qualificação escolar de nível médio ou superior.
E do ponto de vista da sua motivação e estratégia
individual, há também segmentos significativos de
independentes que apenas o são por mero aproveitamento
de oportunidades, quiçá como recurso de sobrevivência,
enquanto que a outra parte almejaria sobretudo um projecto
distinto: o de tornar-se chefe na empresa.
Todos os profissionais que preencham os requisitos
legais para o exercício da profissão e a desejam exercer, em
57

regime liberal ou não. Têm direito a inscrever-se nas


associações públicas (Artigo 24º da LBAP).
No exercício de Profissão Liberal. Admite-se esta
actividade quer como individual (profissional
independente), quer como exercício associado em gabinetes
da especialidade ou poli-especialistas (sob a forma de
sociedade cooperativa, por quotas, etc.).
O exercício em regime liberal de profissão é organizado
em associação pública ficando condicionado a uma inscrição
prévia, salvo se regime diferente for estabelecido na lei de
criação, podendo a lei estender a obrigação de inscrição a
todos os profissionais, ou impor pelo menos uma obrigação
universal de registo profissional (Artigo 23º da LBAP).
Curiosamente, embora parte considerável destes
profissionais exerçam a sua actividade por conta própria,
como independentes, isso não acontece com todos, nem no
mesmo grau, nesta profissão.
Uma boa fracção dos contabilistas, por exemplo,
encontra-se sob estatuto do assalariado, quer de empresas
privadas quer de entidades públicas.
Muitos partilham a sua actividade entre vários regimes,
acumulando simultaneamente uma função por conta de
outrem com um part-time independente.
Outros ainda distribuem a sua atenção por várias
colaborações e assessorias, prestadas a entidades diversas e
remuneradas sob formas especiais, como avenças,
comissões, etc.
O Exercício de profissão liberal no formato societário ou
associativo foi introduzido pela Lei nº 4/19, de 18 do Abril,
no seu Artigo 1º, Lei que altera alguns artigos do Código de
Imposto industrial visando introduzir ajustes pontuais com
vista a introduzir alguma flexibilização, justiça material e
equidade no domínio da tributação do rendimento das
empresas, tendo em conta a realidade concreta do Pais,
buscando aproximar o modelo actual aos mais evoluídos de
tributação.
58

Por sua vez, autores provenientes da corrente marxista


apontam um processo de proletarização dos profissionais e
da profissão.
Apontam, dentre várias análises, que existe uma
tendência transparente à substituição da autonomia
profissional pelo exercício profissional assalariado.
Segundo (Diniz, 2001, p. 42) profissionais «incapazes de
manter uma condição económica independente, mais e mais
profissionais vendem sua força de trabalho e se tornam
assalariados em grandes organizações, tanto no sector
privado quanto no sector público.
De acordo (Diniz, 2001) ao assumirem o exercício
profissional assalariado nas organizações e empresas, os
profissionais se submetem a procedimentos típicos de ordem
fabril: «[...] fragmentação, padronização e rotinização das
tarefas, controle hierárquico através de regras e
regulamentos e avaliação de produtividade».
Realidade angolana, os contabilistas, de forma
independente, desempenham actividades que constam da
Lista de profissões, de trabalhadores por conta própria,
incluídos no Grupo C, em sede do IRT (Artigo 3º do LACIRT)

Caixa 3: Trabalhador independente


03. Economistas, contabilistas, actuários e técnicos
similares:
1. Economistas, consultores e auditores;
2. Contabilistas, Peritos Contabilistas e Técnicos de
Contas;
3. Actuários
Luís Gonfulo 2020

Independência
O uso do termo «independência» por si só, pode criar
mal-entendidos. Em isolado, a palavra pode conduzir os
observadores a supor que uma pessoa que exerça julgamento
59

profissional está isenta de relacionamentos económicos,


financeiros e outros. Isto não é assim, pois todos os membros
da sociedade relacionam uns com os outros (OCPCA, 2018).
O Tribunal de Contas de Angola, usa distintamente o
termo independência, como sendo, a liberdade que a
Instituição Suprema de Controlo em matéria de auditoria tem
para agir de acordo com o seu mandato de auditar as
entidades públicas sem interferência externa ou intervenção
na sua actuação (Tribunal de Contas de Angola, 2014).
A característica mais avançada de autonomia encontra-
se nas profissões liberais, onde os clientes contratam
livremente no mercado os serviços de um profissional e
submetem-se à sua competência técnico-científica, pois
confiam no seu conhecimento para a resolução de seu
problema e, em resposta, o remuneram pelo serviço
prestado.
No exercício da actividade, quando não vinculados por
contracto de trabalho, os Contabilistas desempenham as suas
funções em regime de total Independência técnica, funcional
e hierárquica, relativamente às entidades para as quais
prestam serviço (Artigo 43º EOCPC).
Os cidadãos angolanos, constitucionalmente, têm o
direito de, livremente e sem dependência de qualquer
autorização administrativa, constituir associações (Artigo
48º da CRA), é garantida a todos os profissionais liberais ou
independentes (Angola, 2010) e em geral a todos os
trabalhadores por conta própria, a liberdade de associação
profissional para a defesa dos seus direitos e interesses e
para regular a disciplina deontológica de cada profissão,
(Artigo 49º da CRA).

De certa forma, o Código de Ética e Deontologia Profissional


(3.0.8), nos trabalhos de garantia de fiabilidade a
independência exige:
60

 Independência de espirito - o estado mental que permite


a expressão de uma conclusão sem ser afectado por
influências que comprometam o julgamento profissional,
permitindo que o individuo aja com integridade.
 Independência na aparência – o evitar factos e
circunstancias que sejam tão significativos que um
terceiro, tendo conhecimento de informação relevante,
incluindo as salvaguardas aplicadas, conclui-se que a
integridade, a objectividade e o cepticismo profissional
de uma firma ou de um membro da equipa de garantia de
fiabilidade estavam comprometidos.

1.5. Serviço público e o interesse público

Serviço público
Conforme o direito administrativo angolano, os serviços
públicos, são organizações humanas, parte integrante da
pessoa colectiva pública, que desempenham as atribuições
da pessoa colectiva pública, e são dirigidas e actuam sob
direcção dos órgãos da pessoa colectiva pública.

De acordo com (Neto A. P., 2011, pp. 21, 22) o serviço público:

tem por escopo prosseguir e realizar – através de acções


preparatórias e executivas, com regularidade e
continuidade, no seio da pessoa colectiva pública em que
se insere e sob a direcção do respectivo órgão
administrativo – os interesses públicos (…) são os poderes
de autoridade e os deveres e restrições públicos (…) que
garantem a efectivação dos interesses públicos.
61

São a partir dos interesses públicos, que se modela e se


move todo tecido estrutural e funcional em que se efectiva a
Administração Pública através do seu sistema de entidade e
acções.

A luz do preâmbulo do Decreto Presidencial nº 232/10,


de 11 de Outubro foram considerados:

a) os profissionais contabilistas são agentes que a


desenvolvem,
b) é de natureza pública as actividades desenvolvidas
no exercício das funções de contabilidade e
auditoria,
c) as actividades são de primordial importância para o
desenvolvimento político e económico nacional e
para todos os agentes económicos, nos quais se
inclui o Estado.

Interesse público
No que respeita o «Interesse público» é o Estado que os
titula e lhes dá sentido e alcance jurídicos, são inerentes à
própria condição e estrutura da comunidade.

Segundo (Neto A. P., 2011, p. 21):

não é sem dose de acerto que podemos afirmar que o


interesse público é, de uma forma, o esse axiomático e o
substractum da Administração Pública e, de outra, o
desideratum principal de todos o Direito Administrativo.

Portanto, a administração pública prossegue, nos


termos da Constituição e da lei, o interesse público, devendo,
no exercício da sua actividade, reger-se pelos princípios da
igualdade, legalidade, justiça, proporcionalidade,
62

imparcialidade, responsabilização, probidade administrativa


e respeito pelo património público (Artigo 198º CRA).
Destacamos aqui, que as associações públicas só podem
ser constituídas para a satisfação de necessidades
específicas, concretamente, quando a regulação da profissão
envolver um interesse público de especial relevo que o
Estado não deva prosseguir por si próprio (Artigo 11º da
LBAP).
Assim sendo, uma das atribuições das associações
públicas, visa a colaboração com as demais entidades da
administração pública na prossecução de fins de interesse
público relacionados com a profissão (Artigo 7º da LBAP).
É ponto assente, que um dos objectivos da OCPCA é
colaborar com as demais entidades da Administração Pública
na prossecução de fins de interesse público relacionados com
as questões profissionais, conforme o Artigo 2º, alínea m) do
Decreto Presidencial nº 318/14 de 2 de Novembro.
O Contabilista considera que existem informações, sobre
as entidades que são úteis para o público por permitirem
ajudar a avaliar a utilidade da entidade a sua capacidade, por
exemplo, de emprego e desenvolvimento de negócios como
clientes e outras tomadas de decisões importantes (PGC).
Finalmente, se consideram ainda, os trabalhos de
peritagem, auditoria, revisão ou outros trabalhos
equivalentes são feitos no interesse público (CEDP 3.0.1)
63
64

Contabilista ou Parasita?
Como comparar, por exemplo, o homem e os primatas?
Pelas suas anatomias biológicas, pelos comportamentos,
pelas capacidades de produção de artefactos, ou de bens afectivos,
artísticos e culturais?
Como compatibilizar estas comparações com outras
espécies animais?
Como poderemos caracterizar uma sociedade de caçadores
e recolectores do paleolítico Inferior, aparentemente portadores
de consciência, mas tão diferentes de nós, capazes de pensar
colectivamente o passado, o presente e o futuro?
E como resolver o problema da coexistência de várias
espécies de australopitecos com diferentes espécies de homos
quando pretendemos fazer a história da humanização encadeada
em estruturas cerebrais?
Quando, casuisticamente, queremos passar de uma história
zoológica para uma história humana?

(Cooperativa de Ensino Universitário - CRL, 2014)

2.1. Abordagem sistémica


A Teoria de Sistemas, surgiu com os trabalhos do biólogo
alemão Ludwig Von Bertalanffy, após análise em que fez
verificação de que existia uma tendência para a integração
das ciências naturais e sociais (Chiavenato, 2003).
Na abordagem administrativa da teoria sistémica, as
organizações actuam como um sistema, em que o estudo do
geral se sobrepuja ao particular, privilegiando uma visão
mais abrangente e permitindo uma análise, ao mesmo tempo
profunda e mais ampla das organizações.
Por conceituação, os sistemas são conjuntos de partes ou
elementos, interdependentes, que formam um todo
complexo, unitário, e organizado, no sentido de alcançar um
objectivo, anteriormente proposto.
65

A partir da Teoria dos Sistemas, passa-se a compreender


melhor o universo de outras ciências.
Surgiram então novas denominações como sistema solar
em Astronomia, sistema social em sociologia, sistema
monetário em Economia, sistema nervoso, digestório e
respiratório em Fisiologia, e, assim por diante. “O conceito de
sistemas passou a dominar as ciências, e principalmente, a
Administração” (Chiavenato, 2003, p. 474)
Da definição de sistema como conjunto de unidades
intimamente relacionadas, decorrem duas características
básicas: propósito ou objectivo – definem um arranjo que
visa uma finalidade a alcançar; e globalismo ou totalidade –
reacção global a qualquer estímulo produzido em parte ou na
unidade.
A Teoria dos Sistemas trouxe para a ciência
administrativa, uma ampliação na visão dos problemas
organizacionais se contrapondo às abordagens mais antigas
de sistemas fechados.
A concepção de homem funcional, com desempenho de
vários papéis e seus conflitos somados aos da organização
(mistos) compõem o quadro organizacional dessa
abordagem, que necessita de melhor sistematização e possui
pouca aplicação prática (Chiavenato, 2003).
Organização como sistema de papéis – a organização
consiste em papéis ou aglomerados de actividades esperadas
aos indivíduos. É uma estrutura de papéis.
O conceito de organização é de sistema aberto, com
interacção entre si e com o ambiente.
As características ambientais são variáveis
independentes, e as características organizacionais são
variáveis dependentes.
A concepção humanista é de homem complexo, que
desempenha vários papéis, caracterizando estrema
dinamicidade do sistema.
Nessa teoria, «as organizações são abordadas como
sistemas abertos, com interacção e independência entre as
66

partes e com o ambiente que o envolve, tendo várias entradas


e saídas para garantir o intercâmbio com o meio»
(Chiavenato, 2003, p. 496)
A Teoria de Sistemas baseia-se nas premissas de que os
sistemas são compostos de subsistemas, que os sistemas são
abertos e que as funções de um sistema dependem de sua
estrutura.
Edgar H. Schein, publicou Organizational Psychology, em
que propõe aspectos que a Teoria dos Sistemas considera na
definição de organização, que são: sistema aberto em
constante alteração, objectivos ou funções múltiplas,
conjunto de subsistemas interagindo dinamicamente e
mutuamente dependentes e múltiplos elos entre organização
e seu meio ambiente desfizeram fronteiras organizacionais.
Segundo Chiavenato (2003).
O paradigma sistémico (Freire, 2006, p. 31) começou a
manifestar-se em analises mais ou menos contemporâneas
das anteriores sobre, nomeadamente, a organização dos
sindicatos, ou das associações de empresas ou de
profissionais livres. Surge também em ensaios de construção
de modelos teóricos capazes de dar conta das relações
complexas estabelecidas entre vários actores sociais, em
contextos relativamente abertos.

Segundo (Chiavenato, 2003) as características das


organizações como sistemas abertos são:

1) Comportamento probabilístico e não


determinístico: significa que as organizações são
afectadas por variáveis externas, desconhecidas e
imprevisíveis no seu comportamento.
2) As organizações como partes de uma sociedade
maior, constituídas de partes menores. são vistas
como sistemas dentro de sistemas.
67

3) Interdependência das partes. sistema social cujas


partes são interdependentes, mas inter-
relacionadas.
4) Homeostase. a organização alcança um «estado
firme» ou equilíbrio quando satisfaz dois
requisitos: a unidirecionalidade e o progresso.
5) Fronteiras ou limites. os sistemas sociais
(organizações) têm fronteiras que não existem
fisicamente. Um mesmo indivíduo pode pertencer
a duas organizações.
6) Morfogénese. o sistema organizacional tem a
capacidade de modificar a si próprio e à sua
estrutura básica.
7) Resiliência. é a capacidade de superar o distúrbio
imposto por um fenómeno externo.

2.2. Abordagem laboral


Consideramos o mercado como qualquer espaço, seja ele
físico ou virtual, onde se transfere bens e serviços, intervindo
vendedores e compradores, geralmente regulamentados e
arbitrados pelo Estado.
Para (Freire, 2006, p. 379) trabalho é actividade
deliberadamente concebida pelo homem, consistindo na
produção de um bem material, na prestação de um serviço ou
no exercício de uma função, com vista à obtenção de
resultados que possuam simultaneamente utilidade social e
valor económico, através de dois tipos de mediações
necessárias, uma técnica e outra organizacional.
Segundo Angst (2009) apud (Fernandes, 2018) a
resiliência tratando-se de um processo complexo que
decorre da interacção do individuo com o seu meio ambiente,
pode ser tida como uma arte utilizada pelos indivíduos para
se adaptarem a condições adversas, podendo ser biológicas
ou psicossociológicas, potenciando os recursos internos e
68

externos, que permitem aliar uma construção psíquica


adequada e a inserção social.
Para (Tamo, 2012) do ponto de vista da economia do
mercado, existe o terceiro mercado, nomeadamente,
mercado de trabalho ou mercado de emprego, em que os
indivíduos oferecem ou vendem os seus serviços de seu
trabalho enquanto as empresas procuram-nos.
O mercado de trabalho relaciona a oferta de emprego
das organizações e a procura de trabalho, empregos por
parte dos indivíduos.
Entendemos, que o mercado de trabalho, configura-se
pelas vagas disponíveis, e comporta as organizações, que
procuram mão de obra e intelecto e oferecem emprego.
Considera-se mercado de recursos humanos segundo
(Tamo, 2012) como sendo um conjunto de candidatos, numa
situação de emprego ou de desemprego, podendo ser na
mesma organização ou em outras organizações,
preenchendo os requisitos, num determinado espaço e
tempo, para ocupar um determinado cargo.
Para Tamo (2012) a reconversão profissional é a
alternativa quando um determinado candidato se
encontrando numa fase que não corresponde ao estado do
mercado, enfrentando assim dificuldades de entrada ou de
situação.
Entendemos, que o mercado de recursos humanos,
configura-se pelos candidatos disponíveis, e comporta os
candidatos, que procuram emprego e oferecem a sua mão de
obra e intelecto.

2.3. Abordagem contingencial


A abordagem contingencial, teoria dominada por Paul R.
Laurence e Jay W. Lorsch, em 1967, realizaram a pesquisa,
sobre confrontamento entre as organizações e o ambiente,
segundo (Chiavenato, 2003) podemos supor que: «[Acções
69

Administrativas] são contingentes das [Características


Situacionais] para obter [Resultados Organizacionais]».
A preocupação dos autores esteve centrada nas
características que as empresas deveriam ter para enfrentar
com eficiência, as diferentes condições externas, tecnológicas
e de mercado.
Na Teoria da Contingência, a ênfase recai no ambiente e
na tecnologia, sem desprezar as tarefas, as pessoas e a
estrutura, sendo que esta última passa a ser um dos pilares
dessa abordagem, que também é explicativa e descritiva.
A Teoria Contingencial incorpora conceitos de várias
teorias anteriores, passando uma mensagem de que nada é
absoluto e que existe uma continuação entre teorias
aparentemente opostas.
Esta teoria nos mostra que existe um leque de
alternativas à disposição do Administrador e que após seu
diagnóstico da situação organizacional, poderá fazer a
abordagem que achar conveniente (Ferreira, Reis, & Pereira,
2002)
A abordagem contingencial procura analisar as relações
dentro e entre os subsistemas, e entre a organização e seu
ambiente, definindo as relações e os arranjos mais
convenientes a partir de suas variáveis.
Esta abordagem dá ênfase ao estilo extremamente
variado das organizações, verificando continuamente como é
o método de operação das mesmas por causa das constantes
mudanças nas condições ambientais.
A teoria da contingência de Friedler (1964) apud
(Fernandes, 2018) tenta combinar o perfil do líder com os
cargos em que podem vir a ser bem-sucedidos e passa pela
adequação do estilo às circunstancias, sugerindo que a
eficácia da liderança se encontra condicionada à forma como
o seu estilo se encaixa na função que ocupa.
O processo de adequação ao cargo é validado em torno
de três factores: a relação entre o líder e os seus seguidores;
70

o nível de estruturação do trabalho realizado pelos


seguidores; o poder posicional do líder.

2.4. Abordagem evolucionista


A Teoria Evolutiva ou Darwinismo, tem como expoente
o cientista britânico Charles Darwin que nasceu a 12 de
Fevereiro de 1809 e publicou sua obra maior o livro com o
título «A Origem das Espécies» em 1859.
Segundo (Noriega, 2009) a teoria de Darwin-Wallace ou
darwinismo baseia-se nos seguintes princípios:
- existe variação transmissível das características dos
indivíduos de uma população.
- nem todos os indivíduos têm as mesmas
características e algumas são melhores do que outras
para aproveitar os recursos do ambiente em que
vivem esses indivíduos.
O grande mérito de Darwin foi ter descoberto o
mecanismo pelo qual ocorrem modificações na
descendência, responsáveis pela alteração evolutiva: a
selecção natural.
A evolução segundo Darwin (1859) apud (Noriega,
2009) é uma alteração no perfil genético de uma população
de indivíduos que vai tendo lugar através de sucessivos
estados temporais (gerações).
Denomina-se facto evolutivo ao facto científico de que
todos os seres vivos são aparentados entre si e se foram
transformando ao longo do tempo. A teoria da evolução é o
modelo científico que descreve a transformação e
diversificação evolutivas e explica as suas causas (Noriega,
2009).
Estas modificações supõem a integração de novas
vantagens competitivas em termos de sobrevivência e
podem levar ao surgimento de novas espécies, à adaptação a
diferentes ambientes ou à emergência de novidades
evolutivas.
71

No início do estudo da evolução biológica, Darwin e


Wallace propuseram a selecção natural como principal
mecanismo da evolução.
Actualmente, a teoria da evolução combina as propostas
de Darwin e Wallace com as leis de Mendel, bem como com
outros desenvolvimentos posteriores da genética; por isso, é
designada por síntese moderna ou teoria sintética da
evolução.
Segundo (Noriega, 2009, p. 36) «é de destacar a
aplicação da teoria evolutiva ao estudo do comportamento
humano que deu origem à disciplina conhecida como
psicologia evolutiva, que está a contribuir de maneira
decisiva para que nos conheçamos melhor».

2.5. Abordagem parasítica


Segundo Hölldobler & Wilson (1990) apud (Soares,
2007) o parasitismo social é a coexistência no mesmo ninho
de duas espécies de insectos sociais, uma das quais é
parasiticamente dependente da outra.

Um parasita na perspectiva de (Birou, 1978, pp. 293,294), é:

um organismo que vive à custa da sua presença num outro


organismo ao qual é mais ou menos prejudicial, segundo o
caracter tóxico do seu metabolismo. Fala-se, metaforicamente,
de parasitas sociais, para assim caracterizar os indivíduos que
vivem à custa dos outros ou da sociedade em geral. Na medida
em que não contribuem em nada para a sociedade e dela só
tiram proveito, na medida em que por vezes também têm uma
conduta imoral e exploram essa mesma sociedade, podem
assim tornar-se elementos nocivos ao bom curso da vida
social.

O termo parasita em Biologia, diz-se de ou organismo


que vive de e em outro organismo, dele obtendo alimento e
não raro causando-lhe dano.
72

Parasita é, pois, o animal que se alimenta do sangue de


outro; ou o vegetal que se nutre da seiva do outro.
Transpondo para o âmbito da sociedade, parasita é todo
indivíduo que não trabalha e que vive às custas de alguém,
seja de uma pessoa, de uma organização ou do Estado.
Pejorativamente, diz-se de ou indivíduo que vive à custa
alheia por pura exploração ou preguiça.
Para Robert K. Merton apud (Birou, 1978), a análise das
funções manifestas e latentes, especialmente ao nível das
estruturas, deve incluir:
 a situação dos participantes na estrutura social:
participação diferencial;
 as significações afectivas ligadas à conduta por
aqueles que nela participam;
 distinção entre os motivos de participação e a
conduta em si mesma;
 os aspectos regulares da conduta, associados a estes
motivos, mesmo que sejam reconhecidos pelos
participantes.
73
74

Estudo empírico e as estatísticas


Todavia, os dados estatísticos do INE apresentam paradoxalmente
um figurino muito distante da realidade,
o que pressupõem-se haver necessidade de se abordar
exaustivamente este assunto de modo a
reduzir-se ou mesmo eliminar-se este desequilíbrio gritante.

(Ordem dos Contabilista e Peritos Contabilistas de Angola,


2017, p. 13)

Em geral, os gestores, consideram que dispor de


contabilidade organizada não é mais do que cumprir uma
exigência legal com vista ao cumprimento das obrigações
fiscais da organização.
Ou seja, nessa perspectiva, a contabilidade é esquecida
ou mesmo ignorada como sistema de informação
privilegiado que deveria servir de suporte às decisões dos
gestores.
Daí que os relatórios e contas surjam uma vez por ano,
nas vésperas do fim dos prazos para apresentação das
declarações exigidas pela administração tributária.
Pensamos, com a introdução do Imposto sobre o Valor
Acrescentado, com obrigações declarativas mensais para os
contribuintes adstritos aos regimes geral e transitório, essa
realidade possa ser diferente positivamente.
Em 2013, o Banco Nacional de Angola, elaborou um
estudo que indicou que o baixo nível de sofisticação
financeira foi apontado pelos bancos entrevistados como
uma barreira importante à concessão de credito sendo
estimado que 9 em 10 pedidos de credito sejam rejeitados a
partida por falta de contabilidade organizada e fiável,
sobretudo nas médias empresas.
75

3.1. Organização unipessoal profissional


independente
Pode o contabilista, profissional independente, por si só
constituir-se uma organização unipessoal?

Partindo do pressuposto da existência legal e teórica dos


conceitos atinentes, «firma individual, médio empreendedor,
micro empreendedor, pequeno empreendedor, e sociedade
unipessoal»
Entretanto, a partir da teoria dos sistemas, procurou-se
compreender melhor o universo das ciências sociais,
sugerimos então nova denominação como, organização
unipessoal profissional e independente.
Tomou-se em consideração, que os sistemas são
conjuntos de partes ou elementos, interdependentes, que
formam um todo complexo, unitário (unipessoal), e
organizado, no sentido de alcançar um objectivo,
anteriormente proposto.
Portanto, a função é percebida como papel a
desempenhar, pelo indivíduo, é o exercício de um cargo
(Birou, 1978), é o conjunto de suas atribuições (Maximiano,
2007) o conjunto de comportamentos que os outros
membros de uma organização esperam de uma pessoa pelo
facto de ele ter um determinado estatuto (Tamo, 2005) é,
portanto, um conjunto organizado de comportamentos que
pertencem a uma função ou posição (Maximiano, 2007).
A concepção de homem funcional, com desempenho de
vários papéis e seus conflitos somados aos da organização
(mistos) compõem o quadro organizacional dessa
abordagem, que necessita de melhor sistematização e possui
pouca aplicação prática (Chiavenato, 2003).
Podem os profissionais liberais, desde que inscritos
regularmente nas respectivas ordens profissionais,
constituir sociedade civil unipessoal (Artigo 18º da LSU), no
caso, o contabilista inscrito na OCPCA.
76

A Lei nº 4/19, de 18 do Abril, Lei que altera o código do


imposto industrial, no seu artigo 1º, alínea f) foi introduzido
a seguinte redacção «exercício de profissão liberal no
formato societário ou associativo».
O Estado Angolano respeita e protege a propriedade
privada das pessoas singulares e a livre iniciativa económica
e empresarial (Artigo 14º da CRA);
Confere o direito à livre iniciativa económica privada e
dos investimentos de pessoas singulares, privadas,
defendendo a emancipação económica e tecnológica dos
angolanos e os interesses dos trabalhadores (Artigo 38º da
CRA).
Segundo (Abbagnano, 2007) o conceito de operação
para um fim ou capaz de realizar um fim também está
implícito no uso dessa noção pelas ciências biológicas e
sociais.
Em biologia, função é a operação por meio da qual uma
parte ou um processo do organismo contribui para a
conservação do organismo total.
No que toca a personalidade e capacidade para
constituição, a sociedade unipessoal é constituída por um
único sócio, pessoa singular ou colectiva, que é o titular da
totalidade do capital social e subscritor do acto constitutivo
da sociedade (Artigo 7º da LSU), goza de personalidade
jurídica e passa a existir como tal (Artigo 10º da LSU).

3.2. Estrutura do mercado do contabilista


Como se estrutura e funciona o mercado de trabalho do
contabilista?

O trabalho é um direito e um dever de todos, consagrado


na Constituição da República de Angola (Artigo 76º da CRA).
Sendo que, todos têm o dever de contribuir para as
despesas públicas e da sociedade, em função da sua
capacidade económica e dos benefícios que aufiram, através
77

de impostos e taxas, com base num sistema tributário justo e


nos termos da lei (Artigo 88º da CRA).

É propósito, segundo (Ordem dos Contabilista e Peritos


Contabilistas de Angola, 2017, p. 13) preconizado no
programa de mandato 2018-2020 da OCPCA:

eliminarem-se, de facto, os serviços paralelos de contabilidade


e auditoria de pessoas e ou firmas que não estão certificadas,
inscritas na OCPCA, mas que por via de diversas engenharias
criadas para o efeito têm estado a estrangular o nosso
mercado e concomitantemente a nossa afirmação, relegando-
nos mesmo, para um plano quase inexistente

Dentre outras tarefas, o programa acima, refere sobre


oportunidades e mercado para os profissionais da Classe, de
que é feita uma abordagem genérica das várias dificuldades
que o profissional tem encontrado para a sua penetração no
seu próprio mercado.
Outra tarefa proposta, cinge-se com a criação de
parcerias com instituições do Estado de modo a criarem-se
as oportunidades de negócio para os profissionais.
Contudo, procurou-se sintetizar a estrutura do mercado
de trabalho e de recursos humanos do profissional no Quadro
9: Estrutura do mercado de trabalho e de RH

Quadro 9: Estrutura do mercado de trabalho e de RH


INTERVENIENTE PAPEL
Superintendente A OCPCA, poder regulamentar sobre todos
os seus membros e, os candidatos ao
exercício da profissão (Artigo 19º da LBAP)
Regulador Lei nº 3/01 Lei do Exercício da
Contabilidade e Auditoria (LECA), disciplina
o acesso e o exercício da actividade de
contabilidade e de auditoria
Vendedor (OCPCA, 2018) um Contabilista pode ser um
trabalhador de uma entidade, um prestador
de serviços individual ou um sócio ou
78

director de uma sociedade de Contabilistas


que preste serviços para uma ou mais
entidades. (Vide capitulo 4).
Oferta: Produto, Os Contabilistas apenas podem aceitar a
Serviço, Funções prestação de serviços para os quais tenham
capacidade profissional bastante, de modo a
poderem executá-los de acordo com as
normas legais e técnicas (Artigo 64º do
EOCPC). (Vide capitulo 6).
Cliente, Utentes da informação contabilística –
Comprador, Decreto 82/01, de 16 de Novembro;
Beneficiários dos Instituto Nacional de Estatística
Serviços
Concorrente Número máximo de empresas a que os
Contabilistas podem prestar os seus
serviços (Artigo 72º do EOCPC).
Preço, Remunerados pelos respectivos
Remuneração E beneficiários, por forma livre (Artigo 7º da
Avenças LECA) e (Artigo 86º do EOCPC).
Consumidor e Utentes da Contabilidade – Decreto 82/01,
hábitos de de 16 de Novembro; Instituto Nacional de
consumo Estatística - Decreto Presidencial nº 27/17,
de 22 de Fevereiro. Direcção Nacional de
contabilidade Pública - Decreto nº 36/09, de
12 de Agosto; Administração Geral
Tributária - Decreto Presidencial nº 50/11,
de 15 de Março
Dimensão do MPME - Lei 30/11, de 13 de Setembro;
mercado Grandes Contribuintes - Decreto
presidencial nº 147/13, de 1 de Outubro;
Sector Empresarial Público – Lei nº 11/13,
de 3 de Setembro; Institutos Públicos –
Decreto Legislativo Presidencial nº 2/20, de
19 de Fevereiro.
Envolvente Legislação nacional; Normas internacionais
de contabilidade; Tecnologias de
Informação e Comunicação aplicadas à
Contabilidade
Luís Gonfulo, 2020
79

Conforme (OCPCA, 2016) a forma legal da relação


contratual de um Contabilista, pode ser, um trabalhador de
uma entidade, um prestador de serviços individual ou um
sócio ou director de uma sociedade de Contabilistas que
preste serviços para uma ou mais entidades.
A segunda dimensão, preconizando pelo programa de
mandato 2018-2020 da OCPCA, visa a actuação regulada do
profissional no mercado, e o estudo de uma tabela de
honorários dos serviços a serem prestados.
Sem prejuízo das condições para o seu razoável
apuramento que possam vir a ser estabelecidas pela OCPCA
para o exercício da actividade em regime livre (Artigo 7º da
LECA).
De modo peculiar, a contabilidade exercida por
nomeação oficiosa de um tribunal é remunerada nos termos
fixados pelo tribunal (Artigo 7º da LECA).
De modo geral, a remuneração, dos serviços de
contabilidade prestados pelos contabilistas são remunerados
pelos respectivos beneficiários, de forma livre, não obstante
deverem ser calculados numa base razoável e justa, e
acordados previamente por escrito (Artigo 86º do EOCPC).
Quadro: 10 Factores a ter em conta no apuramento e fixação
de honorários (Artigo 86º EOCPC)

Relevância, vulto, complexidade e dificuldade do serviço a 


executar
Nível de competência técnica a afectar à prestação dos 
serviços
Tempo a consumir na execução do trabalho por cada um 
dos técnicos envolvidos
Nível de extensão da necessidade de envolvimento de 
meios informáticos
Lugar em que o serviço será prestado 
Outros 
Resultados financeiros que a prestação de serviços em 
causa possa originar para o beneficiário de tais serviços
Luís Gonfulo, 2020
80

Os Órgãos Sociais da OCPCA arrolaram no seu Programa


de Mandato para 2018-2020, gizando como missão para
dignificar a classe de profissionais, dar maior visibilidade aos
profissionais no mercado.
Na essência, a base de construção da linha de orientação
estratégica, conformam, oportunidade e a inserção do
profissional no mercado.

Caixa 4 Visão dos Órgãos Sociais da OCPCA


2.5. A oportunidade e o mercado para os profissionais
Nesta dimensão, a abordagem incide essencialmente sobre
o profissional liberal, a oportunidade e o mercado de
actuação no país. Inúmeras são as reclamações
apresentadas pela classe, quanto a oportunidade de se
inserirem de forma adequadamente aceitável para o
exercício da profissão, que é de principio liberal, mas que
encontram barreiras, sem explicação, tornando difícil a sua
penetração e concomitante arrecadação de receitas próprias
para sua manutenção no mercado.

2.5.1. Considerações sobre o mercado de trabalho


 Existem muitos membros da OCPCA, que deveriam estar
neste momento a exercerem a profissão liberal de
contabilidade e auditoria em pleno, estarem, no entanto no
desemprego ou praticamente sem mercado para oferecerem
os seus serviços, contrariando-se gritantemente
pressupostos económicos básicos;
 Existem muitas firmas angolanas de Contabilidade e
Auditoria sem mercado aparente para exercerem a sua
actividade primária devido a um conjunto de empecilhos
criados a margem da autoridade reguladora;
 Existem muitos membros da OCPCA a trabalharem por
conta de outrem e a sentirem-se totalmente discriminados
em relação os seus trabalhos e respectivas remunerações.

OCPCA. Conselho Directivo. Plano de Actividades para 2018


Luís Gonfulo, 2020
81

Referente ao desenvolvimento institucional e a


regulação da profissão a OCPCA enfatiza uma abordagem
necessária para a devida institucionalização da profissão e a
aplicação das normas internacionais de Auditoria e de
Contabilidade (IAS e IFRS), de modo a tornar o quadro legal
mais robusto, sobre a necessidade de revisão e adequação
permanente, bem como, sobre a análise dos instrumentos
legais e regulamentares que estipulam os requisitos de relato
financeiro e respectiva actuação regulada dos profissionais
no mercado. (Ordem dos Contabilista e Peritos Contabilistas
de Angola, 2017)
Tendo em vista garantir uma elevada qualidade dos
serviços prestados pelos Contabilistas, bem como a defesa da
concorrência entre os mesmos, ficou acometida, ao Conselho
Directivo da OCPCA a obrigação de propor à Assembleia
geral, a provação de um sistema de limitação do exercício de
actividades que fixe, nomeadamente, o numero máximo de
empresas a que os Contabilistas podem prestar os seus
serviços (Artigo 72º do EOCPC).

3.3. Envolvente ao contabilista

Como funciona a envolvente do contabilista?

Alfred Chandler, publicou em 1962, as conclusões de


uma pesquisa realizada em quatro empresas americanas: Du
Pont, General Motors, Standard Oil Company, e Sears, Raebuck
& Company. Concluiu que a estrutura segue a estratégia
organizacional e que a estrutura pode ser definida como
design da organização através do qual a empresa é
administrada (Ferreira, Reis, & Pereira, 2002).
82

Quadro: 11: Ambiente interno

Entrada, input, insumos, importação


fornecimento de material ou informação para a sua
operação. 
Contabilista, Perito Contabilista, Fiscalista, Consultor,
Administrativo, Desenvolvedor. Licenças, know-how,
Direitos, Certificação, Metodologia, Estudos. Instalações,
Mobiliário, Tecnologias de Informação e Comunicação
Aplicada a Contabilidade, Legislação, Livros, Consumíveis,
Documentos.

Operação, throughput, processamento,


transformação
conversão das entradas
Estudos, Relatórios, Pareceres, Processamento,
Escrituração, Análises, Inventários, Contabilidade,
Auditoria, Consultoria, Demonstrações Financeiras,
Escrituração, Biblioteca Técnica, Documentação, Dossiês

Saída, output, resultados


realizações para alcançar os propósitos do sistema
Cedência de Profissionais, Formações, Manuais,
Relatórios, Avaliações, Diagnósticos, Orientações
Profissionais, Balancetes, Inventários, Demonstrações
Financeiras, Relatórios, Opiniões, Newsletter, Certificação,
Dossiês

Retroacção, feedback, retorno, mais valia


comparação da saída com os critérios estabelecidos
Clientes, Utentes da informação contabilística,
Profissionais, Salário ao tempo, Salario ao rendimento,
Salario à peça, Mais valia, Prestígio, Experiências, Network,
Remuneração, cliente, Certificações, Competência,
Competitividade.
Luís Gonfulo, 2020
83

Uma das características à organização como um sistema


aberto ela possui:
 entrada, processamento, saídas, retorno,
 ciclos de eventos que se repetem,
 entropia negativa (formas organizadas que chegam
à desintegração),
 informação como insumo,
 retroacção negativa e processo de codificação,
 estado firme e dinâmica,
 diferenciação, (vários caminhos, e mesmo
resultado final),
 limites ou fronteiras (barreiras entre o sistema e o
ambiente).

Ambiente ou subsistemas são partes do sistema em que


se desenvolvem as actividades interdependentes, inter-
relacionadas e interactuantes, que são especializadas, em
consequência da divisão do trabalho, e são interligadas por
uma rede de comunicações dinâmica e alimentada
continuamente conforme as mudanças por que passa o
ambiente.

O Contabilista presta serviços:


a) nas empresas do sector empresarial público,
empresas cotadas em bolsa, organizações não
governamentais, instituições públicas e privada, e
associações;
b) em sectores específicos como diamante, petróleo,
hoteleiro, agrícola, de construção;
c) nas situações, de recém ingressadas na formalidade,
recém-criadas, inoperância, recuperação,
restruturação, redimensionamento, extinção;
d) com várias dimensões, nas grandes empresas, nas
Micro, Pequena e Media Empresas - MPME,
84

e) como perito forense certifica e verifica a


conformidades de documentos contabilísticos como
provas em tribunal.
f) A título individual, desenvolve actividade por conta
própria; enquanto sócio de sociedade profissional;
enquanto sócio, gerente ou director de sociedade
comercial; sob contracto de prestação de serviços;
sob contracto de trabalho celebrado com outro
Contabilista; por conta de outrem; sob contracto de
trabalho celebrado com sociedade profissional; sob
contracto de trabalho celebrado com sociedade
comercial; por conta de outrem; desenvolve a
actividade em exclusividade (Artigo 42º EOCPC)
g) De Contabilidade Geral, Contabilidade Industrial,
Contabilidade Comercial, Contabilidade Agrícola,
Contabilidade Bancária, Contabilidade das
Autarquias, Contabilidade Analítica e forense.

3.4. De técnico de contas à Contabilista, e


depois?
Como tem evoluído a profissão de contabilista?

Actualmente, (Darwin, 2003) quase todos os


naturalistas admitem a evolução sob qualquer forma, M.
Mivart crê que as espécies mudam em virtude «de uma força
ou de uma tendência interna», sobre a natureza da qual nada
se sabe.
Uma nota, a contabilidade intelectual começou a ser
estudada nos anos 1970 e pode ser definida como a soma de
todos os conhecimentos que possui o pessoal da empresa, e
que dão a esta última uma vantagem competitiva (Tepa,
2013)
Em Angola, por conta da lei, observamos a evolução da
profissão conforme apresentamos Quadro 1: Síntese
histórica do surgimento do Contabilista Angolano
85

Outra via, por outras dinâmicas, a serem introduzidas


pelo órgão que superintende o exercício da actividade de
contabilidade em Angola, apresentado no ponto 1.1.2.2.
Categorias Profissionais conforme Estatutos da OCPCA/2010

Como será no futuro a profissão de contabilista?

Por força das tecnologias aplicadas à contabilidade; por


força das necessidades efectivas e urgentes das organizações;
por força do enquadramento global no contexto mundial; ou,
por força própria?

3.5. Capacidade adquirida ou merecida?


Segundo Agostinho Filipe in (OCPCA, 2017) os técnicos de
contabilidade e de auditoria:

são muitas vezes colocados à margem das principais


decisões políticas que afectam o nosso quotidiano, mas se
analisarmos as normas internacionalmente aceites,
verificamos que parte das grandes decisões estratégicas
tomadas em outras latitudes provem da análise dos factos
contabilísticos históricos que nos servem de ensinamento
para as decisões que possamos vir a tomar.

Para Darwin (1859) apud (Darwin, 2003) a co-adaptação:

não existe menos entre o mais humilde parasita e o animal


ou a ave com pêlos ou com penas às quais se prende; na
estrutura do escaravelho que mergulha na água; no grão
com pêlos que a mais leve brisa transporta; numa palavra,
podemos notar admiráveis adaptações por toda a parte e
em todas as partes do mundo organizado.

Portanto, seja por qual força, que venha do seu interior


ou exterior, exigirá uma certa capacidade, seja ora adquirida
ou por merecimento, todavia terá de adaptar-se. A adaptação
86

exigirá nova estrutura organizativa ou por simplesmente a


co-adaptação.

Caixa 5: Contabilidade Zero, comer o pão que o diabo


amassou
A contabilidade é necessária em qualquer ramo da
nossa economia e está sendo cada vez mais importante na
medida em que a nossa economia vai se desenvolvendo.
Assim, hoje em dia, os indivíduos, hospitais, escolas,
igrejas, organizações não governamentais, autarquias e
todos os outros que estão na indústria, comércio, serviços,
devem contabilizar as receitas e despesas de acordo os
princípios da contabilidade.
Entre as providencias iniciais para colocar em
funcionamento a maquina organizacional de qualquer
organização, impõem-se a planificação geral do sector
contabilístico.
O contabilista estuda a natureza da actividade, verifica
os tipos de transacções que provavelmente ocorrerão e
planeia a maneira pela qual essas transacções serão
registadas, sintetizadas e evidenciadas.
Escolhe dependente do volume e da complexidade dos
registos o processo de escrituração a ser adoptado, sejam
manuais, mecanizados ou electrónicos.
Enquadra a organização de acordo a dimensão,
estrutura, função, visão e missão.
Estabelece o quadro funcional e legal das relações
institucionais internas e externas;
Apoia a tomada de decisão nos vários domínios da sua
qualificação, certifica e verifica documentos e faz perícia a
título forense de provas em tribunais.
Serve de agente de ligação entre os vários órgãos e
entidades internas e externas à organização, conformando
os actos, factos, operações e relações de dependência entre
os interessados nos resultados das actividades exercidas
pelo contabilista.
Luís Gonfulo, 2020
87

3.6. Ponto da situação das estatísticas


sobre a profissão contabilística em
Angola
Em Angola, todos têm o direito e a liberdade de informar,
de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem
discriminações (Artigo 40º da CRA) sendo como um dos
direitos e deveres fundamentais, a liberdade de informação,
consagrado na Constituição da República de Angola.
O Registo Geral de Empresas (RGE) é um acto
administrativo consubstanciado no registo de novas
empresas que se realiza de forma contínua, em conformidade
com o Decreto nº 92/82 de 18 de Outubro, do Conselho de
Ministros.
A classificação das Profissões de Angola constitui o
instrumento oficial adequado e de observação obrigatória
para os serviços da administração pública e das empresas em
matéria de recolha e tratamento de informação sobre
profissões em Angola, no âmbito do Decreto Executivo
Conjunto nº 31/03, de 24 de Junho, de 24 de Junho,
Classificador de Profissões de Angola, versão de 1997
(C.P.A./97)
O Decreto Executivo 155/04 de 31 Dezembro, determina
o Registo Nominal de Trabalhadores – RENT, junto do
Observatório do Emprego e Formação Profissional, da
Direcção Nacional do Trabalho e Formação Profissional,
órgão dependente do Ministério da Administração Pública,
Trabalho e Segurança Social.
A Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de
Angola - OCPCA conforme a alínea e) do nº 1 dos artigos 29º
e 31º da Secção IV, conjugado com o nº 1 do artigo 57º,
subsecção I, dos seu Estatuto, publica anualmente a lista dos
profissionais contabilistas, peritos contabilistas e empresas
de especialidade.
88

Peculiarmente, nos defrontamos com a ausência de


uniformização a nível das classificações utilizadas pelas
entidades detentoras das informações, porque geralmente
fazem-se a classificação somente pela actividade económica
principal (CAE) e muito mais pesaroso, as intuições não
divulgarem as informações sobre os estados, concernentes,
por exemplo a constituição, alterações e ou modificações,
relacionadas as empresas e o seu objecto, etc.
É nossa humilde opinião, de que as matérias
transversais relacionadas com o desenvolvimento da
profissão contabilística em Angola não estão bem
diagnosticadas e há um número significativo de fontes de
informação disponíveis para facultar dados sobre o ponto de
situação da profissão contabilística em Angola.
Estas fontes incluem instituições ver Quadro: 12 Fontes
de dados contabilísticos e forneceriam, informações
relacionadas e correlacionadas, as características
sociodemográficas e profissionais, procura e oferta no
mercado de emprego e de recursos humanos e serviços
especializados de contabilidade.
Uma vez geradas, as informações poderão ser utilizadas
não apenas pelo Estado Angolano, a OCPCA, as PAOs
africanas, porém por todos interessados na criação de valia
da profissão contabilística.
Quadro: 12 Fontes de dados contabilísticos
OCPCA Profissionais; estagiários; Empresas de
especialidade; Contabilista por Empresas
INE Geral Empresas; Por CAE; Sub CAE;
Nascimento, Operacionalidade, Mortalidade
das Empresas
UIMO Procura e oferta de emprego
AGT Geral Empresas; Contabilistas;
Desempenho; Classificação Geral, Natureza
legal; Enquadramento por Grupo de
Impostos.
89

INAPEM Geral Empresas, Por CAE, Sub CAE,


Classificação MPME
CMC Registo dos Profissionais
BODIVA Geral Empresas
DNCP Profissionais; Empresas de especialidade;
Contabilista da Empresa
MAPTSS Profissões
MINPLAN Profissões
Instituições Formandos; Formações
de ensino
Luís Gonfulo, 2020

Quadro: 13 Ficha técnica do processo metodológico

UNIDADE DE PAÍS - ANGOLA


ANÁLISE
População estudada Contabilistas
Fontes de informação OCPCA, INE, UIMO, AGT, INAPEM,
GUE, CMC, BODIVA, DNCP –
MINFIN
Âmbito geográfico Nacional
Dimensão da amostra Dados entre 1975 a 2018
Trabalho de campo Realizado entre Janeiro e
Dezembro de 2019
Técnicas de análise Max, Moda
Software utilizado Ms Excel 2016
Luís Gonfulo, 2020

3.7. Estatísticas
Questões respondidas

Podemos verificar pela tabela nº 1 que de longe os


contabilistas estão em maior quantidade. 91,66% dos
profissionais são contabilistas e 8,34% dos profissionais são
peritos contabilistas. Este facto pode estar associado aos
90

anos de experiencia de que é exigida para o ingresso e a sua


penetração no mercado de trabalho.

Tabela 1: Distribuição de Contabilistas e Peritos


Contabilistas admitidos até 31 de Dezembro de 2018
Categoria Frequência Percentagem
Contabilista 4 310 91,66%
Perito Contabilista 392 8,34%
Total 4 702 100%
Fonte: Despacho nº 1247/19, de 22 de Agosto. Lista Anual
de Profissionais Contabilistas e Peritos Contabilistas Inscritos na
Ordem até 31 de Dezembro de 2018. Publicado no Diário da
República II Série nº 110 de 22 de Agosto 2019.

Podemos verificar na tabela nº 2 a predominância de


empresas de contabilidade na especialidade. 52,11% são as
empresas de contabilidade, 40,85% são empresas de
contabilidade e auditoria, e 7,04% as empresas as empresas
que desenvolvem em simultâneo a actividade de
contabilidade e auditoria. O facto de algumas empresas em
especializarem-se em simultâneo em contabilidade e
auditoria prende-se com o seu posicionamento a nível do
mercado.

Tabela 2: Distribuição dos Membros Colectivos da


OCPCA admitidos até 31 de Dezembro de 2018

Tipo Frequência Percentagem


Empresa de Contabilidade 37 52,11%
Empresa de Auditoria 5 7,04%
Empresa de Contabilidade e Auditoria 29 40,85%
Total 71 100%
Fonte: Despacho nº 1247/19, de 22 de Agosto. Lista Anual de Profissionais
Contabilistas e Peritos Contabilistas Inscritos na Ordem até 31 de Dezembro de
2018. Publicado no Diário da República II Série nº 110 de 22 de Agosto 2019.
91

Conforme a Tabela nº 3 sobre a distribuição geral das


MPME 2012-2019, as microempresas apresentam-se em
maior numero, sendo 18.020 microempresas certificadas ao
longo dos anos de 2012 ao primeiro trimestre de 2019.
Destaca-se o ano de 2017 por ter registado um grande
crescimento a nível da certificação das microempresas
correspondendo a 8.209 microempresas.
Observa-se um decrescimento a nível das pequenas e
medias empresas desde 2012, ano que registou o maior
numero de certificações para essas duas categorias, as
pequenas empresas apresentam 973 e as médias 685.

Tabela 3: Distribuição Geral das MPME 2012-2019


Ano Micro % Pequena % Media % Total
2012 3 787 69,55% 973 17,87% 685 12,58% 5 445
2013 1 624 60,06% 594 21,97% 486 17,97% 2 704
2014 827 59,54% 291 20,95% 271 19,51% 1 389
2015 1 130 63,70% 286 16,12% 358 20,18% 1 774
2016 784 56,69% 220 15,91% 379 27,40% 1 383
2017 8 209 91,00% 344 3,81% 468 5,19% 9 021
2018 1 444 87,94% 99 6,03% 99 6,03% 1 642
20191 215 88,48% 16 6,58% 12 4,94% 243
18 020 2 823 2 758 23 601
Fonte: INAPEM 2019

Podemos estabelecer o rácio de cobertura nacional, em


relação contabilistas e MPME com bases nos dados das
tabelas 1 e 3.
Seria Total de Contabilistas por Empresas, teríamos
4.702 contabilistas a distribuídos por 1.642 MPME
certificadas, obteríamos o coeficiente de 2,86. Isto é
aproximadamente a razão de 3 contabilistas disponíveis para
cada MPME.

1
referente ao I trimestre de 2019
92

Relativamente isso corresponderia a uma cobertura


nacional na ordem dos 286,35%.
A tabela nº 4 apresenta a distribuição das MPME por
províncias com referencia aos anos de 2012 até ao primeiro
trimestre de2019. Em termos gerais, a província de Luanda
conta com 13.284 MPME o que representa 56,29%. Atras da
província de Luanda, e de muito longe, segue a província de
Benguela 1.560 representando 6,61% das MPME angolanas.
As províncias de Luanda com 13.284, Benguela com
1.560 e Uíge 1.005, apresentam claramente necessidades de
serem atendidas em grande numero por contabilistas.

Tabela 4: Distribuição das MPME por províncias 2012-


2019

PROVÍNCIA MPME PERCENTAGEM


Bengo 246 1,04%
Benguela 1 560 6,61%
Bié 454 1,92%
Cabinda 721 3,05%
Cuando Cubango 415 1,76%
Cunene 591 2,50%
Huambo 717 3,04%
Huíla 972 4,12%
Kwanza Norte 269 1,14%
Kwanza Sul 393 1,67%
Luanda 13 284 56,29%
Lunda Norte 357 1,51%
Lunda Sul 762 3,23%
Malange 658 2,79%
Moxico 600 2,54%
Namibe 397 1,68%
Uíge 1 005 4,26%
Zaire 200 0,85%
Total 23 601 100,00%
Fonte: INAPEM 2019
93

A província de Luanda apresenta a maior percentagem


de 58,28% das empresas que se encontram em situação de
actividade perante província de Cuando Cubango com
apenas 0,94% das empresas em actividade.
As províncias do Bengo com 12,73% e a província de
Benguela com 11,01% respectivamente, apresentam-se com
maior percentagem das empresas com as actividades
suspensas, tendo a frente apenas a província de Luanda com
43,92% das empresas.
No que toda as empresas dissolvidas, a província de
Luanda com 172 e Benguela com 121, sendo que a maioria
das restantes províncias com números chegando as dezenas
cada. Pode ser um indicador de ausência de contabilidade o
motivo da situação.

Tabela 5: Distribuição das empresas por província,


segundo a situação perante a actividade em 2017

Aguardam Em Actividade
Província % % % Dissolvida % Total
inicio actividade suspensa
Bengo 3 154 2,73 681 1,38 244 12,73 1 0,18 4 080
Benguela 7 339 6,36 3 784 7,66 211 11,01 121 21,42 11 455
Bié 1 348 1,17 797 1,61 62 3,23 13 2,3 2 220
Cabinda 3 774 3,27 1 688 3,42 40 2,09 35 6,19 5 537
Cuando Cubango 929 0,8 465 0,94 64 3,34 24 4,25 1 482
Cuanza Norte 1 415 1,23 454 0,92 15 0,78 12 2,12 1 896
Cuanza Sul 3 041 2,63 2 244 4,54 73 3,81 32 5,66 5 390
Cunene 768 0,67 769 1,56 31 1,62 8 1,42 1 576
Huambo 3 517 3,05 2 026 4,1 27 1,41 69 12,21 5 639
Huíla 2 592 2,24 2 068 4,19 125 6,52 11 1,95 4 796
Luanda 76 658 66,39 28 775 58,28 842 43,92 172 30,44 106 447
Lunda Norte 1 074 0,93 992 2,01 13 0,68 4 0,71 2 083
Lunda Sul 1 365 1,18 534 1,08 10 0,52 16 2,83 1 925
Malange 2 709 2,35 980 1,98 33 1,72 10 1,77 3 732
Moxico 1 570 1,36 580 1,17 13 0,68 11 1,95 2 174
Namibe 1 420 1,23 1 034 2,09 41 2,14 10 1,77 2 505
Uíge 1 951 1,69 988 2 42 2,19 5 0,88 2 986
Zaire 848 0,73 517 1,05 31 1,62 11 1,95 1 407
115 472 100 49 376 100 1 917 100 565 100 167 330

Fonte: INE, Anuário de Estatísticas das Empresas 2014-


2017.
94

Podemos estabelecer o rácio de cobertura nacional,


relacionando os contabilistas e empresas, tendo como bases
os dados das tabelas 1 e 5.
Obteríamos o Total de Contabilistas por Empresas em
Actividade, onde 4.702 contabilistas distribuídos por 49.376,
obteríamos o coeficiente de 0,09. Isto é aproximadamente a
razão de 10,5 empresas para cada contabilista disponível.
Relativamente a cobertura nacional estaria na ordem dos
9,52%.

Questões levantadas e não respondidas

Retomamos neste ponto, algumas das questões achadas


pertinentes e as possíveis correlações que seriam feitas.

1º) Principais especialistas: Contabilista geral, Contabilista


Público, Contabilista do sector hoteleiro e construção,
Contabilista bancário, Contabilista petróleo, Contabilista
diamante, Contabilista agricultura, em percentagem
aproximada de membros da OCPCA na categoria,
trabalhando em tempo integral.
2º) Distribuição total de contabilistas por província em que
reside
3º) Total de micro, pequeno e médio empreendedores
existentes e as actividades que exercem.
4º) Empresas de especialidade de contabilidade, de
auditoria, e de contabilidade e auditoria certificadas
como MPME.
5º) Empresas cujo objecto social e único é a contabilidade e
ou a auditoria, na constituição ou em acto de alteração da
certidão.
6º) Total de sociedades comercias, por tipo, e as empresas a
título individual.
7º) Total de contabilistas registados, que representam as
organizações que assinaram as contas dos exercícios
95

Questões gostaríamos de levantar e de ver respondidas

1) Balanço das Necessidades-Oferta Interna em termos de


formação na área de contabilidade?
2) Distribuição de Contabilistas e Peritos Contabilistas
admitidos até 31 de Dezembro de 2018/2019 correlação
as MPME?
3) Distribuição de Contabilistas e Peritos Contabilistas
admitidos até 31 de Dezembro de 2018/2019 correlação
aos Grandes Contribuintes?
4) Equidade género de Contabilistas?
5) Equidade género de Peritos Contabilistas?
6) Estagiários inscritos e aprovados ao aos exames de
acesso ao OCPCA?
7) Índice de cobertura nacional de contabilistas e de peritos
contabilistas
8) Membros Colectivos da OCPCA admitidos até 31 de
Dezembro de 2018/2019 por localização geográfica –
Província
9) Paridade nas categorias de Contabilista e de Perito
Contabilistas correlação aos GC?
10) Quantos desempenham a profissão de forma
independente de um escritório de contabilidade?
11) Rácio de quantidade de contabilistas disponíveis em
relação as empresas por sectores (agrícola, bancário,
hoteleiro, etc.)
12) Taxa de crescimento de profissionais Contabilistas e de
Perito Contabilistas
96

Perfil do Contabilista
«As competências profissionais
são a articulação de três registros de variáveis:
saberes, esquemas de acção, um repertório de condutas e
de rotinas disponíveis.»

(Charlier, 2001, p. 90)

4.1. Entrada na profissão


Perfil, conjunto de traços psicológicos ou habilidades
que tornam alguém apto para determinado posto, encargo ou
responsabilidade.
Perfil significa:
- acto, efeito ou modo de formar, constituir (algo);
- criação, construção, constituição; maneira como
uma pessoa é criada;
- tudo que lhe molda o carácter, a personalidade;
criação, origem, educação;
- conjunto de conhecimentos e habilidades específicos
a um determinado campo de actividade prática ou
intelectual.
A entrada na profissão, acontece por via da formação
inicial, inscrição, registo, estágio e aprovação ao exame.

Formação inicial
A existência de uma habilitação, profissional ou
curricular, oficialmente reconhecida, exigida legalmente para
o exercício da profissão, é um princípio, estabelecido pela lei
de bases das associações profissionais, no acesso a profissão
(Artigo 23º da LBAP).
O candidato deve possuir habilitações académicas
exigidas pelo estatuto da OCPCA (Artigo 45º, e) do EOCPC).
97

Sendo que os estatutos determinam que os candidatos


devem possuir uma das seguintes habilitações (Artigo 47º do
EOCPC):
a) A nível superior – licenciatura ou bacharelato
 curso superior de economia,
 licenciatura ou bacharelato em finanças,
contabilidade e gestão
 curso de contabilista dos antigos Institutos
Comerciais,
 curso superior de organização e gestão de
empresas,
 cursos equivalentes tirados no estrangeiro, desde
que reconhecidos pela Ordem;
b) A nível médio
 curso médio de contabilidade ministrado nos
Institutos Médios de Economia,
 cursos ministrados pelo Instituto de Formação
Profissional do Ministério das Finanças nos níveis II
e o nível IV (contabilidade geral e analítica)
 antigos cursos geral do comércio, geral de
administração e comércio e complementar,
 outros cursos oficiais considerados equiparados e
ministrados por instituições internacionais
reconhecidas no ramo de contabilidade;

Curso de Actualização Profissional


O curso de actualização é uma obrigação estatutária do
membro da OCPCA para manutenção do seu certificado como
Contabilista e Perito Contabilista.
Ficando, no entanto, obrigados de acordo com o nº 4 do
artigo 48º Decreto Presidencial nº 318/14 de 28 de
Novembro.
A duração do curso é de 125 horas para contabilistas e
de 160 horas para peritos contabilistas.
98

O objectivo geral do curso visa a actualização de


conhecimentos nas áreas relevantes ligadas à profissão de
contabilista e de perito contabilista bem como algumas
matérias complementares.
O programa do curso foi rigorosamente preparado
seguindo as normas vigentes e aplicáveis na República de
Angola e tendo em consideração as normas internacionais de
contabilidade e de auditoria bem como os procedimentos e
doutrinas internacionais nas diversas matérias que
compõem o curso.
Portanto, se pressupôs com o curso um conjunto de
saberes e competências considerados como fundamentais e
que todo o contabilista deve dominar no final de uma
determinada formação ou ciclo de estudos.
Teve-se especial atenção aos normativos emitidos pela
IFRS – International Financial Reporting Standards
Foundation e pela IFAC – International Federation of
Accounts.

Quadro 14: Estrutura Curricular e Modular do Curso de


Actualização
Modulo Carga horária Sessões Destinatário
Contabilidade financeira CF 44 1 a 11 Contabilista e Perito Contabilista
Fiscalidade FS 32 1a8 Contabilista e Perito Contabilista
Direito das empresas DE 12 1a3 Contabilista e Perito Contabilista
Contabilidade de gestão CG 12 1a3 Contabilista e Perito Contabilista
Finanças e gestão financeira FG 8 1e2 Contabilista e Perito Contabilista
Matemática financeira MF 4 Única Contabilista e Perito Contabilista
Tecnologias de informação TI 4 Única Contabilista e Perito Contabilista
Economia EC 4 Única Contabilista e Perito Contabilista
Ética e deontologia ED 5 Única Contabilista e Perito Contabilista
Auditoria AU 35 1a9 Perito Contabilista
Duração: 160 horas Perito Contabilista
Duração: 125 Horas Contabilista
Luís Gonfulo, 2020

Inscrição
É através do processo de inscrição que os profissionais
se integram na Ordem dos Contabilistas e Peritos
Contabilistas de Angola.
99

Por sua vez, a Lei nº 3/12, de 13 de Janeiro, Lei de Bases


das Associações Públicas, no seu 23º artigo define os
requisitos para inscrição e consagra o direito a inscrição no
seu 24º artigo.
Os requisitos de que depende a inscrição definitiva em
associação pública profissional são taxativamente definidos
pelo decreto presidencial de criação da associação ou pelo
diploma legal de regulação da profissão (Artigo 23º da LBAP)
Têm direito a inscrever-se nas associações públicas
todos os profissionais que preencham os requisitos legais
para o exercício da profissão e a desejem exercer, em regime
liberal ou não (Artigo 24º da LBAP).
Segundo os seus estatutos e definidos no seu Artigo 45º,
são condições de inscrição para a OCPCA:
a) Ter nacionalidade angolana, ou possuir estatuto de
estrangeiro residente desde que, neste caso, haja
tratamento reciproco no seu país de origem;
b) Ter idoneidade moral para o exercício da profissão;
c) Não estar inibido ou interdito para o exercício da
profissão;
d) Não ter sido condenado pela pratica de crime doloso,
designadamente de natureza fiscal, económica ou
financeira, salvo se concedida reabilitação, nem ter
sido declarado interdito ou inabilitado;
e) Possuir habilitações académicas exigidas pelo
estatuto;
f) Estar no gozo pleno dos seus direitos civis e político;
g) Ter idade mínima 21 anos (contabilista) 25 anos
(perito contabilista);
h) Realizar, com aproveitamento, o estágio para
Contabilista/Perito Contabilista e obter aprovação
no exame final.
Já em 1972 se previa as condições para a inscrição dos
técnicos de contas responsáveis até que se procedesse na
província de Angola à regulamentação legal do exercício da
profissão (Artigo 9º do Diploma Legislativo nº 35/72)
100

Em 1978, foi decretado se proceder à inscrição à todos


os técnicos de contas, contabilistas ou peritos contabilistas,
no Departamento Nacional de Financiamento ou na Direcção
Provincial de Finanças respectiva (artigo Decreto executivo
nº 82/78, de 12 de Dezembro)

Estágios
Eventualmente, a verificação das capacidades
profissionais pela sujeição a estágio ou a período probatório
se consubstancia como um dos requisitos de que depende a
inscrição definitiva em associação pública profissional, desde
que, estejam taxativamente definidos pelo decreto
presidencial de criação da associação ou pelo diploma legal
de regulação da profissão (Artigo 23º da LBAP).
Um dos objectivos da OCPCA visa estabelecer um regime
de estágios para os candidatos a contabilistas e peritos
contabilistas (Artigo 3º, nº 1, g) do EOCPC)
Compete ao Conselho de Inscrição da OCPCA, verificar a
regularidade e as condições de acesso, duração, tramitação e
em todos os aspectos relacionados ao estágio (Artigo 29º do
EOCPC)
O candidato deverá realizar, com aproveitamento, o
estágio para Contabilista ou Perito Contabilista e obter
aprovação no exame final (Artigo 45º, h) do EOCPC).

Experiência profissional relevante


Consignado ao período transitório (Artigo 48º, nº 1, do
EOCPC), entende-se por experiência profissional relevante, o
exercício de funções de relevo no domínio de matérias
financeiras, contabilísticas e jurídicas, de natureza
empresarial, pelo período mínimo de 5 anos para
Contabilistas e de 10 anos para Peritos Contabilistas, a qual
deverá ser objecto de declaração do interessado, com
especificação das funções exercidas, confirmada pelas
101

entidades junto das quais essas funções foram exercidas


(Artigo 49º, nº 1 da AEOCPC)
Os profissionais inscritos no Ministério das Finanças,
(Artigo 48º, nº 2 do AEOCPC) que possuam o mínimo de 5
anos de experiência relevante, são aceites como membros da
OCPCA (Artigo 49º do EOCPC).
A experiência profissional relevante, como requisito de
admissão à condição de membro com plenos direitos, os
potenciais membros transferidos do Ministério da Finanças,
foi considerado como um critério e processo «de direitos
adquiridos» no Programa de Mandato 2018-2020 da OCPCA.

Exame
Um dos objectivos da OCPCA visa estabelecer um regime
de exames para os candidates a contabilistas e peritos
contabilistas; (Artigo 3º, nº 1, g) do EOCPC)
Excepcionalmente de acordo com o artigo 48º dos
estatutos da OCPCA, que regula o período transitório, os
contabilistas e os peritos contabilistas que se enquadrem nos
artigos 48º e 49º ficam dispensados de realizar, com
aproveitamento, o estágio para contabilistas e o exame final
subsequente referido na alínea h) dos artigo 45º, ficando no
entanto obrigados de acordo com o nº 4 do artigo 48º a, no
período de 36 meses apos tomada de posse dos órgãos socias
(este período termina em Dezembro de 2017), frequentarem
uma formação obrigatória ministrada pela Ordem ou por
organismo por ela certificada, formação essa que recebe o
nome de «curso de actualização».

Registo
Salvo se regime diferente for estabelecido na lei de
criação, ou impor pelo menos uma obrigação universal de
registo profissional (Artigo 23º da LBAP).
102

O Profissional que realiza a auditoria externa. No caso


de Sociedades Anónimas de Capital Aberto o profissional
contabilista terá que ter registro na Comissão de Mercados
de Capital (CMC).
A identificação do Contabilista inscrito na OCPCA, para
efeitos submissão electrónica das declarações obrigatórias e
confere plenos poderes declarativos ao Contabilista diante
da Administração Geral tributária, devendo para o efeito
proceder ao registo no Portal do contribuinte (Artigo 4º da
RASEDMII).

4.2. Competência e Qualidade


Competência, com origem no termo em latim competere
que significa uma aptidão para cumprir alguma tarefa ou
função.
Também é uma palavra usada como sinonimo de cultura,
conhecimento e jurisdição.
A competência conforme (Instituto Nacional de
Estatística, 2016) define-se com a capacidade para executar
as tarefas e funções inerentes a um dado posto de trabalho e
reveste duas dimensões: nível de competências e
competência especializada.

1) O nível de competências

Definido em função da complexidade das tarefas e


funções a executar numa profissão. Este nível é medido
considerando um ou mais do que um dos seguintes aspectos:
a) A natureza do trabalho realizado numa profissão em
relação às características das tarefas e funções
definidas para cada um dos quatro níveis de
competências definidos pela CITP/2008.
b) O nível formal de ensino definido pela Classificação
Internacional Tipo de Ensino CITE/97.
103

c) A experiência e formação obtidas na execução das


tarefas e funções duma profissão.
Os quatro níveis de competência da CPA-Rev.1,
adoptados da CITP/2008, definem-se como a seguir se
apresenta:
 nível de competências 1, compreende a execução de
tarefas simples e de rotina física ou manual.
 nível de competências 2, exige a capacidade para
interpretar as instruções de segurança, executar
cálculos aritméticos e registo de informação.
 nível de competências 3, envolve a execução de
tarefas técnicas e práticas complexas,
compreendendo a preparação de estimativas de
quantidades, custos de materiais e mão-de-obra
para um projecto específico, a coordenação e
supervisão das actividades de outros trabalhadores
e a execução de funções técnicas de apoio aos
especialistas.
 nível de competências 4, envolve a execução de
tarefas que requerem a resolução de problemas
complexos e a investigação de domínios específicos,
diagnóstico e tratamento de doenças, concepção de
máquinas e de estruturas de construção.

2) A competência especializada

Dentro de cada grande grupo, as profissões são


organizadas nos vários níveis que o compõem,
primordialmente, na base da competência especializada que
é caracterizada por quatro conceitos:

a) Os conhecimentos requeridos
b) As ferramentas e máquinas usadas
c) Os materiais trabalhados
d) Os produtos e serviços produzidos
104

Construção de competências
profissionais de contabilistas
Competências, qualidades de quem é capaz de analisar
uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou
problemas.
Para (Charlier, 2001) as competências são significativas
apenas quando se traduzem em actos e quando estes
assumem um sentido em função dos projectos que encarnam.
Para o autor, as competências profissionais são a
articulação de três registos de variáveis: saberes, esquemas
de acção, um repertorio de condutas e de rotinas disponíveis.
Neste contexto, entendemos, que a construção de
competências, significa uma formação progressiva associada
ao ensino e à experiencia.
A informação e formação inicial dos contabilistas, apesar
de muito diversificadas, criam as condições em termos de
aquisição de saber, saber fazer, saber ser, importantes como
mobilizadores de competências.

Há questões que as escolas de formação de contabilistas


devem responder:

1º) Quais as competências?


2º) Quem deve ter as competências?
3º) Quem é que, deve formar as competências?
4º) Quem é que, deve formar, quem forma as
competências?
5º) Quem é que, deve formar, quem forma as
competências, de quem deve formar as
competências?

Augura-se iniciar um programa de formação de


formadores que deverá abranger numa primeira fase entre
30 a 60 membros, patrocinado pela OCPCA, que irá integrar
um Mestrado em Contabilidade Internacional e formação
105

pedagógica (Ordem dos Contabilista e Peritos Contabilistas


de Angola, 2017)
Para (OCPCA, 2018) o principio da competência
profissional impõe obrigações aos Contabilistas em manter
conhecimentos e competências profissionais no nível exigido
para assegurar que os clientes recebam um serviço
profissional de qualidade e de acordo com o
desenvolvimento das praticas e técnicas correntemente
utilizadas.
Impõem-se, ainda, ao contabilista, actuar com diligencia
de acordo com as normas técnicas e profissionais e legislação
aplicáveis quando prestarem serviços profissionais.

A competência profissional pode ser dividida em duas


fases separadas:
a) obtenção de competência profissional;
b) manutenção da competência profissional.

As qualificações técnicas e profissionais em


contabilidade e auditoria, adquiridas no curso de
actualização, para os membros do período transitório,
constituiu, sem margem de dúvida, num grande desafio à
classe para a obtenção do reconhecimento internacional que
se pretende obter.
A manutenção da competência profissional exige uma
consciência contínua e um conhecimento dos
desenvolvimentos técnicos, profissionais e dos negócios
relevantes.
A formação profissional continua proporciona e mantem
as capacidades que possibilitam o desenvolvimento e
execução competentes no ambiente profissional.
O Contabilista deve, de forma continuada e actualizada,
desenvolver e aumentar os seus conhecimentos e
qualificações técnicas, bem como dos seus colaboradores.
Sempre que necessário, o Contabilista deve fazer com
que os clientes, entidades empregadoras ou outros utentes
106

dos seus serviços fiquem cientes das limitações inerentes a


esses serviços profissionais.

De acordo (Ordem dos Contabilista e Peritos Contabilistas de


Angola, 2017, p. 11) expectam com:

a implementação metódica, plena e adequada, [do


programa de mandato 2018-2020] resultará
efectivamente, no desenvolvimento e na capacitação de um
maior número de profissionais de Contabilidade e
Auditoria necessários para servirem a demanda dos
sectores públicos e privados. No limite, com a
concretização desses objectivos, esperamos alcançar com
bastante êxito a qualidade desejada das demonstrações
financeiras em Angola.

Um caso, particular, relativamente as competências do


auditor na administração pública segundo (Tribunal de
Contas de Angola, 2014) é determinante:

 Ter a competência técnica e profissional necessária


para realizar a mesma, o que inclui conhecimentos
sólidos de auditoria e métodos e técnicas de
investigação ou de avaliação, tais como habilidades
de comunicação, escrita e análise.
 Na auditoria de desempenho, requer-se habilidades
específicas, tais como o conhecimento das técnicas e
metodologias de avaliação aplicadas nas ciências
sociais, técnicas e habilidades de escrita, capacidade
analítica, criatividade e receptividade.
 Ter um bom conhecimento das instituições
governamentais, programas e funções, assegurando,
assim, que as áreas seleccionadas sejam as áreas
correctas para a auditoria e que os auditores possam
efectivamente realizar revisões de programas e
actividades do governo.
107

 Ter uma compreensão completa das medidas


(programas) do governo que são o objecto da
auditoria, bem como as causas relevantes e os
possíveis impactos destes mesmos programas.
 Atitude aberta a aprendizagem e uma cultura de
gestão são condições importantes para melhorar e
fortalecer as habilidades profissionais dos auditores
individualmente.
 Avaliar em que áreas são necessários peritos
externos para que se possam tomar as providências
necessárias, para complementar os conhecimentos.

Estes conhecimentos devem ser adquiridos ou


desenvolvidos especificamente para o trabalho.
As auditorias de desempenho implicam, muitas vezes,
um processo de aprendizagem e formação on job, devendo,
portanto, ser disponível um processo contínuo de formação.
108

Caixa 6: Porque os contabilistas se especializam?

Principal razão é a grande abrangência da Contabilidade.


Exige alem do treinamento inicial em contabilidade o possuir
habilidades e treinamentos adicionais, o que leva o contabilista
a especializar-se neste ou naquele ramo.
Embora se possa dominar ramos como a contabilidade
financeira, de custos, a auditoria interna ou externa, sistema e
métodos, controller. Deve-se considerar que o ramo de natureza
contabilística executado numa entidade, numa outra
organização, tende como os demais ramos do conhecimento, a
especializar-se em varias ramificações.
As principais subáreas da contabilidade consideradas são:
Contabilidade geral, Contabilidade Pública, Contabilidade
hoteleira, Contabilidade obras, Contabilidade bancária,
Contabilidade dos petróleos, Contabilidade dos diamantes,
Contabilidade da agricultura.
Definimos contabilidade como uma disciplina única, como
em geral se faz. Todavia, essa área na verdade é um conjunto de
subáreas. Cada uma tem características e exigências próprias e
exclusivas.
E no âmbito geral pode razoavelmente ser chamada de
estudos contabilísticos ou relatos financeiros, em vez de
contabilidade.
Cada entidade na Contabilidade, é uma pessoa distinta e terá
o seu património. Nesse sentido, o património da empresa não
se confunde com o património de seus sócios, que são outras
entidades.
O património, objecto de estudo da Contabilidade, não se
resume ao das pessoas jurídicas com fins lucrativos, pessoas
jurídicas de direito público, como, Estados, Autarquias,
Institutos, e pessoas físicas também têm seus patrimónios, que
são estudados pela ciência contábil.
Sobretudo, porque o património não é uma condição estável:
está em constante movimento e requer técnicas para sua
apuração.
Luís Gonfulo, 2020
109

Papel da OCPCA na construção de


competências
A OCPCA tem como objectivo promover e contribuir
para a formação profissional e o aperfeiçoamento dos seus
membros, designadamente através da organização de cursos,
colóquios, conferenciais, seminários e de cursos de
actualização, bem como promover o acesso ao exercício da
profissão (Artigo 3º do EOCPC).
Colaborar no ensino da contabilidade, a todos os níveis
do ensino oficial de contabilidade, gestão e economia,
designadamente participando na formulação dos planos
curriculares dos cursos que directa ou indirectamente, digam
respeito ao ensino da contabilidade (Artigo 3º do EOCPC).
Colaborar, com quaisquer entidades nacionais ou
estrangeiras, no fomento e realização de estudos,
investigação e trabalhos que visem o aperfeiçoamento de
assuntos de natureza contabilística e fiscal (Artigo 3º do
EOCPC).
Outro esforço a serem evidenciados pela OCPCA, com
base no programa de mandato 2018-2020, passará por uma
abordagem colaborativa com as Universidades e partes
interessadas de modo a se nivelar o entendimento,
desenvolvendo material de formação especifico,
relativamente a educação e formação profissional dos
Membros da OCPCA.
A OCPCA, através da sua Academia, com início no ano
2017, e desde então, tem tido um aumento significativo dos
actos formativos em função de um conjunto de temas
identificados através de inquérito efectuado aos seus
membros da Ordem.
A formação contínua, configura-se em 6 tipologias:
formação especializada; formação eventual; formação
complementar; formação estruturante; actos especiais e
formação personalizada em função das características de
tempo de formação e temáticas.
110

Qualidade
Qualidade é o «conjunto das características de um
produto ou serviço que lhe conferem aptidão para satisfazer
necessidades explícitas ou implícita» (Lobo, 2010)
De um modo geral, o preâmbulo do Decreto Presidencial
nº 232/10, de 11 de Outubro, considerou que a qualidade do
exercício das funções de contabilidade e auditoria depende,
em grande medida, do nível de organização dos agentes que
a desenvolvem.
Todavia, para garantir uma elevada qualidade dos
serviços prestados pelos Contabilistas, bem como a defesa da
concorrência entre os mesmos, ficou acometida, ao Conselho
Directivo da OCPCA a obrigação de propor à Assembleia
geral, a provação de um sistema de limitação do exercício de
actividades que fixe, nomeadamente, o numero máximo de
empresas a que os Contabilistas podem prestar os seus
serviços (Artigo 72º do EOCPC).
À OCPCA no âmbito do exercício do controlo da
qualidade que ela efectuar, o dever de sigilo profissional não
abrange a prestação de informações que ela venha a exigir
(Artigo 67º, nº 2, d) do EOCPC).
Um serviço de qualidade profissional exige o exercício
de julgamento sólido na aplicação de conhecimentos e
habilitações profissionais no desempenho de tal serviço.
Está previsto pelos estatutos da OCPCA a elaboração de
um projecto de Regulamento de Controlo de Qualidade, a
submeter à apreciação e votação do Conselho Directivo
(Artigo 33º do EOCPC).
De modo em particular, na administração pública,
concretamente, no tribunal de contas, os auditores devem
aplicar procedimentos para salvaguardar a qualidade,
garantido que se cumpram os requisitos aplicáveis e
enfatizando os relatórios apropriados, equilibrados, que
agregam valor e respondem as questões de auditoria.
111

A ISSAI 40 - Controlo de Qualidade dispõe de orientações


gerais sobre o sistema de controlo de qualidade,
estabelecidas a nível organizacional para cobrir todas as
auditorias.

Na execução das auditorias de desempenho, devem ser


abordadas as seguintes questões específicas:

 exercício de um alto grau de juízo profissional e


discrição sobre as questões relevantes. Isto deve ser
tido em conta no controlo de qualidade;
 estabelecimento de um ambiente de trabalho de
confiança mútua, de responsabilidade nas equipas de
auditoria devendo ser visto como parte da gestão da
qualidade. Implicar a aplicação de procedimentos de
controlo de qualidade;
 considerar, uma parte essencial das medidas para
salvaguardar a qualidade;
 definir claramente o que constitui um relatório de
alta qualidade e as medidas de controlo de qualidade
geral devem ser complementadas com as medidas
específicas de auditoria.

Contudo, conforme (Tribunal de Contas de Angola, 2014)


pressupõe-se dizer, que:

 Nenhum procedimento de controlo de qualidade ao


nível da auditoria, individualmente, pode garantir um
relatório de auditoria de alta qualidade.
 Importante que os auditores sejam e continuem a ser
competentes e motivados.
 Os mecanismos de controlo devem ser
complementados com medidas de apoio, como
formação on job e orientação para a equipa de
auditoria.
112

4.3. Escolas
Escola, para o nosso livro, entendem-se as Academias,
Centros de Formação, Institutos, Faculdades e Universidades.

Levantamos as seguintes questões:

Quais as instituições angolanas de credenciamento e


acreditação das escolas e dos cursos?

Quais os critérios para licenciamento de escolas e


credenciando dos cursos para as escolas que dão formação
para contabilistas?

Escolas de formação de contabilistas em


Angola
Apresentamos, as escolas, conforme as leis que as
credenciam, os cursos correspondentes ao nível e as leis que
as autorizam ou certificam.
Com isso, se destaca, assim, dentre outras coisas, a
exigência do conhecimento técnico-científico, o crescimento
do número de profissionais, a crescente expansão das
universidades e ensinos profissionais que emitem
certificados e diplomas e o crescimento de estudantes de
nível superior.
Os referidos dados, resultam da pesquisa documental,
extraída dos diários oficiais da república de Angola, a que se
teve acesso.
Destacamos algumas instituições pelo sua especificidade
o Centro Académico de Contabilidade do Huambo o Instituto
Comercial de Sá da Bandeira, foram uma das instituições
pioneiras, que se inclui a formação de contabilistas.
113

Quadro: 15 Escolas de formação na área de


contabilidade
INSTITUIÇÃO E DECRETO DE CURSOS E DIPLOMA LEGAL DE
CRIAÇÃO CRIAÇÃO DOS CURSOS
Escola Nacional de Administração Cursos: Contabilidade Geral
[Decreto nº 37/08, de 9 de Junho]. Informatizada; Auditoria e controlo
financeiro na administração pública;
Auditoria fiscal; Contabilidade Geral I;
Contabilidade Geral II; Contabilidade
Geral III; Estudos de viabilidade
económico-financeira de projectos de
investimentos; Fiscalidade
Universidade Agostinho Neto. Licenciatura: Gestão Financeira,
Gestão de Empresas, Contabilidade e
Administração, Contabilidade e
Auditoria, Economia. Mestrado:
Economia Monetária e Financeira.
Doutoramento: Economia.
Instituto Superior Politécnico Privado Licenciatura: Contabilidade de Gestão.
do Uíge. Decreto Executivo nº 132/17, Decreto Executivo de criação dos
de 19 de Junho cursos a aguardar publicação
Instituto Superior Politécnico Lusíada Licenciatura: Contabilidade Superior
do Huambo. Decreto Presidencial nº de Gestão Decreto Executivo nº
168/12, de 24 de Julho 192/17, de 28 de Março
Instituto Superior Politécnico Licenciatura: Finanças e
Independente da Huíla. Decreto Contabilidade. Decreto Executivo nº
Executivo nº 116/11, de 5 de Agosto 402/12, de 8 de Outubro
Instituto Médio de Economia do
Kilamba Kiaxi [Decreto executivo nº
26/00 de 7 de Abril]
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Contabilidade,
Humanidades e Tecnologias - Ekuikui Fiscalidade e Auditoria. Decreto
II. Decreto Presidencial nº 112/11, de Executivo nº 222/17 de 17 de Abril
5 de Agosto
Instituto Médio de Economia de
Luanda [Despacho nº 36/89]. Nível de
ensino: Médio Técnico.
Instituto Médio de Economia do Curso de Contabilidade e Gestão e
Lubango [Decreto Executivo nº Nível II - Curso de Auxiliares de
283/08 de 20 de Outubro]. Contabilidade. Foi criado na década
70, reinaugurado 2010 fo
Instituto de Formação de Finanças Cursos: Gestão Orçamental e
Públicas [Decreto nº 237/12 de 4 de Financeira Publica; Gestão
Dezembro]. Orçamental e Financeira do OGE
(Decreto Presidencial nº 307/14, de
21 de Novembro).
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Economia; Gestão
Ciências e Tecnologias [Decreto Empresarial; Contabilidade (Decreto
114

Presidencial nº 168/12, de 24 de Executivo nº 482/17, de 2 de


Julho]. Outubro).
Instituto de Planificação, Gestão,
Finanças e Administração de Luanda
[Despacho nº 14/78, de 18 de Março].
Passou a designar-se Instituto Médio
de Economia de Luanda. Por
Despacho nº 36/89.
Instituto Superior de Administração e Licenciatura: Gestão Bancária e de
Finanças [Decreto Presidencial nº Seguros; Contabilidade e Finanças;
59/17, de 17 de Março]. Informática de Gestão Financeira
(Decreto Executivo nº 292/17, de 24
de Maio).
Instituto Superior de Ciências de Licenciatura: Contabilidade e
Administração e Humanas. Decreto Administração. Decreto Executivo nº
Presidencial nº 168/12, de 24 de 425/12, de 16 de Outubro
Julho
Instituto Superior de Ciências e Licenciatura: Contabilidade e
Relações Internacionais. Decreto nº Auditoria. Decreto Executivo nº
26/07 de 7 de Maio 212/17, de 5 de Abril
Instituto Superior Politécnico Jean Licenciatura: Contabilidade e
Piaget de Benguela. Decreto Finanças, Decreto Executivo nº
Presidencial nº 168/12, de 24 de 192/16, de 6 de Abril
Julho
Instituto Superior Politécnico Licenciatura: Gestão e Contabilidade.
Atlântida. Decreto Presidencial nº Decreto Executivo nº 437/17, de 29
168/12, de 24 de Julho de Setembro
Instituto Superior Politécnico Lusíada Licenciatura: Contabilidade de Gestão.
de Cabinda. Decreto Presidencial nº Decreto Executivo nº 191/17 de 28 de
168/12, de 24 de Julho Março
Instituto Superior Politécnico Licenciatura: Contabilidade e
Alvorecer da Juventude. Decreto Auditoria. Decreto Executivo nº
Presidencial nº 168/12, de 24 de 426/12, de 17 de Outubro
Julho
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Gestão e Contabilidade.
Cabinda. Decreto Presidencial nº Decreto Executivo nº 216/17, de 7 de
168/12, de 24 de Julho Abril
Instituto Superior Politécnico Licenciatura: Gestão de Contabilidade.
Kalandula de Angola. Decreto Decreto Executivo nº 434/12, de 25
Presidencial nº 168/12 de 24 de Julho de Outubro
Instituto Superior Politécnico do Licenciatura: Contabilidade e
Zango. Decreto Presidencial nº Finanças
168/12 de 24 de Julho Decreto Executivo nº 246/17, de 21
de Abril
Instituto Superior Politécnico Licenciatura: Finanças e
Independente. [Decreto Executivo nº Contabilidade; Gestão de Empresa
116/11, de 5 de Agosto]. (Decreto Executivo nº 402/12, de 8 de
Outubro).
115

Instituto Superior Politécnico do Licenciatura: Contabilidade e Gestão


Cuanza Sul [Decreto nº 7/09, de 12 de (Decreto Presidencial nº 144/12, de
Maio]. 25 de Junho).
Instituto Superior Politécnico Lusíada Licenciatura: Contabilidade. Decreto
de Benguela. Decreto Presidencial nº Executivo nº 193/16 de 7 de Abril
168/12, de 24 de Julho
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Contabilidade e
Maravilha. Decreto Presidencial nº Auditoria
168/12, de 24 de Julho Decreto Executivo nº 195/16, de 11
de Abril
Instituto Superior Politécnico do Licenciatura: Gestão Empresarial e
Cazenga. Decreto nº 113/11, de 5 de Contabilidade. Decreto Executivo nº
Agosto 79/12, de 22 de Fevereiro
Instituto Superior Politécnico Católico Licenciatura: Contabilidade
do Huambo. Decreto Presidencial nº Administrativa
98/18, de 19 de Abril Decreto Executivo de criação dos
cursos a aguardar publicação
Instituto Superior Politécnico Católico Licenciatura: Contabilidade e
de Benguela. [Decreto Presidencial nº Administração (Decreto Executivo nº
168/12, de 24 de Julho]. 257/16, de 15 de Junho)
Instituto Superior Politécnico Licenciatura: Contabilidade e
Tocoísta. Decreto Presidencial nº Finanças. Decreto Executivo nº
83/16, de 18 de Abril 215/17, de 7 de Abril
Instituto Superior Politécnico Sol Licenciatura: Contabilidade e
Nascente. Decreto Presidencial nº Finanças. Decreto Executivo nº
168/12, de 24 de Julho 202/17 de 29 de Março
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Contabilidade e
Walinga. Finanças
Decreto Presidencial nº 132/17, de 19 Decreto Executivo de Criação dos
de Junho Cursos a aguardar publicação
Instituto Superior Politécnico Cardeal Licenciatura: Contabilidade e Gestão.
Dom Alexandre do Nascimento. Decreto Executivo de Criação dos
Decreto Presidencial nº 132/17, de 19 Cursos a aguardar publicação
de Junho
Instituto Superior Politécnico da Licenciatura: Gestão e Contabilidade.
Tundavala. Decreto Executivo nº Decreto Executivo nº 40/12, de 3 de
114/11, de 5 de Agosto Fevereiro
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Contabilidade. Decreto
Tecnologias e Ciências. Decreto Executivo nº 607/17, de 6 de Outubro
executivo nº 111/11, de 5 de Agosto
Instituto Superior Politécnico do Contabilidade e Gestão. Decreto
Libolo. Decreto Presidencial nº Executivo de criação dos cursos a
227/17, aguardar publicação
de 27 de Setembro
Instituto Superior Técnico de Angola. Licenciatura: Contabilidade e
Decreto nº 24/07, de 7 de Maio Administração. Decreto Executivo nº
33/12, de 23 de Janeiro
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Gestão Empresarial e
Porto Amboim. Decreto Presidencial Contabilidade. Decreto Executivo nº
nº 168/12, de 24 de Julho 197/16, de 12 de Abril
116

Universidade Católica de Angola. Licenciatura: Contabilidade e


Decreto nº 38-A/92,de 7 de Agosto Administração Decreto Executivo nº
497/15, de 27 de Julho
Universidade Lusíada de Angola. Licenciatura: Contabilidade de Gestão.
Decreto nº 42/02, de 20 de Agosto Decreto Executivo nº 121/04, de 26
de Outubro. Contabilidade e Finanças.
Decreto Executivo nº 433/17, de 21
de Setembro. Mestrado: Contabilidade
e Finanças. Decreto Executivo nº
414/17, de 13 de Setembro.
Contabilidade Internacional. Decreto
Executivo nº 509/17, de 3 de
Outubro. Doutoramento:
Contabilidade. Decreto Executivo nº
412/17, de 13 de Setembro. Finanças.
Decreto Executivo nº 413/17, de 13
de Setembro
Universidade Óscar Ribas. Decreto nº Licenciatura: Contabilidade e
27/07, de 7 de Maio Finanças. Decreto Executivo nº
377/17, de 7 de Agosto
Universidade Independente de Licenciatura: Contabilidade e
Angola. Decreto nº 11/05, de 11 de Auditoria. Finanças e Contabilidade.
Abril Decreto Executivo nº 474/17, de 2 de
Outubro
Universidade Metodista de Angola. Licenciatura: Contabilidade e
Decreto nº 30/07, de 7 de Maio Fiscalidade. Decreto Executivo nº
691/15, de 22 de Dezembro.
Mestrado: Auditoria e Contabilidade.
Decreto Executivo nº 479/17 de 2 de
Outubro
Instituto Superior Politécnico de Licenciatura: Contabilidade e
Ciências e Tecnologias. Decreto Finanças. Decreto Executivo nº
Presidencial nº 168/12, de 24 de 196/16, de 12 de Abril
Julho
Universidade de Belas. Decreto nº Licenciatura: Contabilidade e Gestão.
25/07, de 7 de Maio Decreto Executivo nº 77/08, de 13 de
Junho
Universidade Privada de Angola. Licenciatura: Gestão e Contabilidade.
Decreto nº 28/07, de 7 de Maio Decreto Executivo nº 178/08, de 19
de Agosto
Universidade Técnica de Angola. Licenciatura: Contabilidade e
Decreto nº 29/07, de 7 de Maio Finanças. Decreto Executivo nº 15/12,
de 6 de Janeiro
Luís Gonfulo, 2020
117

Um olhar sobre os planos curriculares


No âmbito dos planos curriculares, a OCPCA preconiza
recalibrar o curriculum das disciplinas de Auditoria,
Contabilidade e outras relacionadas com a profissão por
intermédio de acordos entre instituições de ensino superior
e uma instituição membro da IFAC (Ordem dos Contabilista e
Peritos Contabilistas de Angola, 2017)

Enquanto isto, a OCPCA, se propõe, no âmbito da


estratégia do seu programa de mandato 2018-2020:
1) em formar professores qualificados dada a
importância e a correlação que o estudo das
matérias ligadas à profissão encerra,
2) iniciar um estudo sobre a viabilidade para a
constituição da Academia OCPCA.
3) relacionar-se com instituições do ensino superior
4) harmonizar os currículos académicos para a
contabilidade e auditoria.

Colaborar no ensino da contabilidade, a todos os níveis


do ensino oficial de contabilidade, gestão e economia,
designadamente participando na formulação dos planos
curriculares dos cursos que, directa ou indirectamente,
digam respeito ao ensino da contabilidade, é um dos
objectivos estatuídos pelo Decreto Presidencial nº 232/10,
de 11 de Outubro, no seu artigo 3º e alínea d).
Nesta senda os programas de formação deverão estar
alinhados as Normas de Educação Internacional IES emitidas
pelo conselho internacional de Normas de Educação
Contabilísticas da IFAC.

Licenciamento
O licenciamento consiste na autorização para o início de
funcionamento da instituição de ensino, concedida pelo
118

Departamento Ministerial responsável pelo ensino superior,


na sequência de um processo de verificação das condições
técnico-pedagógicas necessárias para o cumprimento da
missão a que a Instituição de Ensino Superior Privada se
propõe, após ter sido autorizada a sua criação pelo Titular do
Poder Executivo (Artigo 15º do RCLIES).
O licenciamento é formalizado com a entrega a
instituição de Ensino Superior Privada de um certificado de
licenciamento, no caso de avaliação positiva do processo de
verificação das condições técnico-pedagógicas para o início
de funcionamento da respectiva instituição (Artigo 15º do
RCLIES).

Certificação e homologação
Com a pretensão de se munir o mercado, de quadros
qualificados e certificados em matérias de contabilidade e
auditoria, e para atender a demanda do sector público e
privado do País, realizou-se ó Curso de Actualização
Profissional as suas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª edição, cujo conteúdo
corresponde à formação obrigatória a que se refere do artigo
48º do OCPCA (Ordem dos Contabilista e Peritos
Contabilistas de Angola, 2017)
Com efeito, foi passado um certificado final de
participação no curso de actualização aos membros que
tenham estado presente a todos os módulos numa
percentagem de pelo menos 90% do tempo de cada módulo
do curso (Artigo 20º Certificados do Regulamento do Curso
de Actualização).
Especificamente, aos membros que optaram por ser
avaliados na decorrência do curso, foi passado um certificado
de presença e aproveitamento, com a menção da classificação
(Artigo 20º Certificados do Regulamento do Curso de
Actualização).
No que toca a homologação de cursos, os estatutos da
OCPCA determinam a homologação pelo Ministério da
119

Educação (Artigo 47º, nº 1, c) do EOCPC) dos cursos


ministrados por estabelecimentos privados de ensino médio
e superior, definidos no seu Artigo 45º sobre as condições de
inscrição na OCPC.

Acreditação
As Instituições de Ensino Superior licenciadas são
submetidas periodicamente a um processo de acreditação
institucional, nos termos da Legislação em vigor (Artigo 15º
do RCLIES).
Uma das atribuições das associações públicas, nos
termos da lei, visa a participação nos processos oficiais de
acreditação e na avaliação dos cursos que dão acesso a
profissão (Artigo 7º da Lei nº 3/12, de 13 de Janeiro. Lei de
Bases das Associações Públicas)
O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) é um
instrumento facilitador que articula o sistema de educação,
formação profissional e o mercado de trabalho, através da
identificação, caracterização e validação de competências
profissionais, promovendo o desenvolvimento humano,
profissional e social.
Surge da necessidade de articular as qualificações
obtidas no âmbito dos subsistemas de educação e formação
num quadro único e valorizar as competências adquiridas ao
longo da vida em contextos informais e não formais.
(Ministério da Economia e Planeamento, 2018)
Trata-se de um elemento essencial no caminho da
Qualificação e Certificação Profissional dos indivíduos, mas,
também, responsável por determinar o que é relevante em
matéria de produção de perfis profissionais para o mercado
de trabalho.
Ou seja, dos requisitos essenciais inerentes ao trabalho
e ao desempenho de uma profissão, devendo, assim,
contribuir para a promoção da adequação da oferta
120

formativa às necessidades de desenvolvimento do País,


segundo as exigências do mercado de trabalho.
O SNQ contém as seguintes componentes: Quadro
Nacional de Qualificações (QNQ); Catálogo Nacional de
Qualificações(CNQ); Processo de Acreditação,
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.
(Ministério da Economia e Planeamento, 2018)
A SADC definiu como meta, o alcance progressivo da
equivalência, harmonização e padronização dos Sistemas de
Educação e Formação da região, com vista a facilitar o
reconhecimento mútuo das qualificações entre os Estados
membros.
Reconhece que importa dispor de programas de
formação e de qualificações harmonizadas, num sistema
coerente de reconhecimento mútuo das competências, onde
a portabilidade das qualificações de formação técnica e
profissional através das fronteiras nacionais pode constituir
um factor de integração em África. (Ministério da Economia
e Planeamento, 2018)
A UTG do PNFQ será a estrutura responsável pela
coordenação dos trabalhos para a implementação do SNQ em
Angola, em articulação com outros organismos com
competências nos domínios da concepção e da execução das
políticas de educação e formação profissional,
nomeadamente o MED, o MAPTSS e o MESCTI. (Ministério da
Economia e Planeamento, 2018)

Políticas activas de formação de


contabilistas em Angola
Nesta secção do livro, fazemos apenas extractos, sem, no
entanto, algum comentário. Procurou-se manter as
referencias e destacou-se os assuntos relativos a
contabilidade.
As políticas activas de formação de contabilistas em
Angola, consubstanciam-se no Plano Nacional de
121

Desenvolvimento (PND), Plano Nacional de Formação de


Quadros (PNFQ), Estratégia Nacional de Formação de
Quadros (ENFQ) e a Estratégia Nacional de Desenvolvimento
de Recursos Humanos (ENDRH).

Plano Nacional de Formação de Quadro PNFQ 2013-2020

1) POLITICA NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS (PONTO 5)

Objectivos Específicos:
viii) Melhorar as condições de funcionamento e de prestação de
serviços da Administração Pública, através da valorização e
capacitação dos seus recursos humanos, com particular
incidência nos dirigentes e quadros superiores e técnicos,
nomeadamente, em áreas prioritárias como sejam: (…),
carreiras de auditoria e (…) e afins;

Prioridades e Programas de Acção Fundamentais (5.3)

[22] Os Programas de Acção devem atingir as seguintes


Metas:
Programas de acção Metas
Formação de Quadros para 12,5 Mil jovens graduados a nível superior em
o Empreendedorismo e «Gestão de Empresas» e «Gestão Financeira e
Desenvolvimento Contabilidade»;
Empresarial 7,5 Mil licenciados e executivos, pós-graduados a
nível profissional e académico, em «Gestão de
Empresas» e «Gestão Financeira e
Contabilidade»;
40.000 jovens graduados a nível médio, em
«Gestão Financeira e Contabilidade» e »Gestão
Comercial e Marketing»

2) PROGRAMAS DE ACÇÃO FUNDAMENTAIS (PONTO 6)

Enquadramento (6.1.1); Quadro Geral de Necessidades de


Quadros Superiores (6.1.1.3)

[31] O “Balanço” revela algumas situações potenciais que


importa evidenciar:
122

iv) O Deficit ou Excedente potencial em formações superiores deve


ser analisado de forma articulada com excedente ou deficit ao
nível da formação média. É o caso de contabilidade,
excedentária ao nível da formação média e deficitária a nível
superior ou, o contrário, em gestão de recursos humanos. O
que recomenda a adopção de medidas de reorientação da
procura;

Quadro 6.1 Balanço Necessidades - Oferta Educativa Interna nos


Domínios Estratégicos de Formação Superior
Áreas Cientificas, Previsão de Previsão de Saldo Saldo/Oferta
Ciências e Domínios Necessidades Oferta Final Interna (%)
Totais Interna Total 2010-
2010-2020 2010-2020 2020
Ciências da Gestão e
Administração
Contabilidade 8.250 6.230 -2.020 -32.4

Quadro 6.2 Domínios de Formação por Natureza do Saldo Procura-Oferta


Domínios de Formação Saldo Saldo/Oferta
Procura- Interna (%)
Oferta
3. Domínios Com Deficit Forte
Contabilidade -2.2020 -32

Projecto 1.3 Domínios Estratégicos de Formação Potencialmente


Excedentária (6.1.3.3.); Objectivos (6.1.3.3.1.)

[44] A prossecução destes objectivos implica a adopção de


acções, tais como:
b) promover em 2013 intervenções específicas para os
cursos onde o excedente potencial é mais elevado,
As intervenções deverão considerar a articulação com a
formação a nível médio, pois que, também a este nível, se
identificam potenciais excedentes nos domínios de (…) e
Contabilidade e Gestão Financeira.
Nos Domínios Excedentários, a nível superior e médio,
em que não seja possível promover reorientação,
ascendente ou descendente, de procura, as soluções mais
viáveis serão: limitações quantitativas (suspensão de
novos cursos, redução do mínimo de alunos por turma,
introdução de limitações de vagas aos cursos existentes)
ou encerramento de cursos ou instituições e reafectação
123

de meios para cursos de áreas deficitárias, como sejam


Contabilidade (a nível superior);
Programa de Acção 2: Formação de Quadros Médios (6.2);
Enquadramento (6.2.1); Quadro Estratégico (6.2.1.1)

[57]. Cada uma das áreas de formação integra um conjunto


de cursos, a saber:
 Administração e serviços (6):
Gestão Empresarial; Contabilidade e Gestão; Administração
Pública; Estatística e Planeamento; Contabilidade;
Secretariado.
Quadro Geral de Necessidades de Quadros Médios (6.2.1.2)
[61]. No quadro seguinte procede-se ao Balanço
Necessidades-Oferta Interna nos 47 Domínios Estratégicos
de Formação Média.
Quadro 6.4 Balanço Necessidades - Oferta Interna Nos Domínios
Estratégicos de Formação Média
Áreas Científicas, Ciências e Previsão de Previsão de Saldo
Domínios Necessidades oferta Final
Totais – 2010- Interna 2010-
2020 Total – 2020
2010-202
Ciências da Gestão e
Administração
Gestão e Administração
Formação Técnica em 25.000 65.000 40.000
Contabilidade e Gestão

[66]. Não existem Domínios com Excedente Potencial Muito


Forte (igual ou superior a 100% da Oferta Potencial) e são 5
os Domínios com Excedente Potencial Forte (de 25% até
100% da oferta potencial): (…) Contabilidade e Gestão
Financeira.
Projectos (6.2.3); Projecto 2.3 Domínios Estratégicos de Formação
Potencialmente Excedentários (6.2.3.3)

[76]. Para que estes objectivos se concretizem, deverão ser


adoptados vários tipos de acção de que se destacam:
124

a) Promover a regulação do número de diplomados pelo


Ensino Técnico-Profissional nos Domínios Estratégicos de
Formação cujo Balanço de Necessidades-Oferta Interna, aponta
para uma oferta interna potencialmente excedentária, com um
excedente conjunto da ordem dos 59,5 milhares de
diplomados, dos quais cerca de 67% serão contabilistas.
Domínios Cursos Actuais Excedente Excedente /
potencialmente Potencial Oferta Interna
Excedentários (%)
Contabilidade e Contabilidade 40.000 61,5
Gestão Financeira Contabilidade e gestão

e) Definir o processo de acompanhamento e contenção específico


para a formação de técnicos de contabilidade dada a
dimensão quantitativa do desequilíbrio, devendo ser realizado
um estudo detalhado sobre a empregabilidade e desemprego
de técnicos médios de contabilidade e tipo de formação
ministrada.
Programa de Acção 3: Formação e Capacitação de Professores e de
Investigadores para o Ensino Superior e Sistema Nacional de
Ciência, Tecnologia e Inovação (6.3.); Mestres e Doutores (6.3.1.4.)

[95]. No Quadro 6.6 é feito um resumo das necessidades de


formação pós-graduada, nos domínios específicos de quadros
superiores e nas áreas de incidência da Política Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação PNCTI. Estas necessidades tiveram em conta
os mestrandos e doutorandos no estrangeiro em 2011.
De acordo com estas previsões, será necessário, até 2020, graduar
cerca de 4,8 mil Mestres e de 1,5 mil Doutores, sendo,
respectivamente, 2,8 mil Mestres para os Domínios da ENFQ e 2
mil para outros Domínios e 767 Doutores para os Domínios da
ENFQ, 600 para outros Domínios e 140 para o SNCTI.
Quadro 6.6. Necessidades de Mestres e Doutores para 2020
Domínio/Área Necessidade Necessidade
Mestrados Doutoramentos
Ciências da Gestão e da Administração
Contabilidade e Gestão Financeira 132 39

[98]. Os Domínios de Formação considerados na ENFQ com


maior necessidade de Mestres e Docentes são:
125

 Contabilidade e Gestão financeira (132 Mestres e 39


Doutores);
Programa de Acção 4: Formação de Quadros Docentes e de
Especialistas e Investigadores em Educação (6.4); Enquadramento
(6.4.1); Professores do I Ciclo do Ensino Secundário (6.4.1.5)

[134]. Necessidades qualitativas: professores em exercício


sem a qualificação adequada.
Quadro 6.12 Disciplinas do 1º ciclo do ensino secundário e da formação
profissional básica para as quais não há oferta de cursos de formação
integrada no ensino médio normal
Introdução à Contabilidade
Fonte: Elaborado a partir da comparação entre as disciplinas dos planos de
estudos do I ciclo do ensino secundário (geral e formação profissional básica) e a
oferta de formação do ensino médio normal para as mesmas

Professores do II Ciclo do Ensino Secundário (6.4.1.6)

[139]. Necessidade qualitativas: professores em exercício


sem a qualificação adequada. Por exemplo, para a docência
de (…) Contabilidade.
Programa de Acção 5: Formação de Quadros para a Administração
Pública (6.5); Enquadramento (6.5.1); Necessidades Actuais e
Futuras de Formação (6.5.1.2)

[161]. Quadros a abranger. O presente Programa de Acção


visa abranger o universo de dirigentes e de quadros
superiores e médios, actual e futuro, das carreiras do regime
geral e dos regimes especiais da Administração Pública
angolana.
Também não são abrangidas as formações médias e superiores
que os funcionários públicos frequentam antes de serem
recrutados, como por exemplo em Contabilidade, (…).
Projectos (6.5.3); Projecto 5.3 Formação Geral e de Especialização
para Quadros Superiores (6.5.3.3); Acções a Empreender B)
[172]. Para que estes objectivos se concretizem deverão ser
adoptados vários tipos de acção de que se destacam:
126

Mais especificamente, estas ofertas formativas visam desenvolver


as competências técnicas e comportamentais sistematizadas no
Quadro 6.24.
Quadro 6.24 Competências a desenvolver na formação de quadros
superiores
Competências P6 P7 P7 P7 P8
Quadros Quadros Quadros Quadros Quadros
Superiores Superiores Superiores Superiores Superiores
Após APC APP APM >
Ingresso Licenciados
Direito
(APC+APP)
Procedimentos
financeiros
Contabilidade X
pública

Programa de Acção 6: Formação de Quadros para o


Empreendedorismo e Desenvolvimento Empresarial (6.6);
Enquadramento (6.6.1); Quadro Estratégico (6.6.1.1)
[190]. Os Domínios Estratégicos de Formação para assegurar
a disponibilidade destas Profissões, são basicamente as
seguintes: (…), Contabilidade (...).
Quadro Geral de Necessidades de Formação e Capacitação (6.6.1.3)
[196] Os Grupos-Alvo serão diferenciados:
Quadro 6.33 Formação e Capacitação em Empreendedorismo e
Desenvolvimento Empresarial. Metas 2013-2020
Área de Formação Tipo de Cursos Grupos-Alvo Metas 2013-
2020
Gestão de empresas2 Graduação Jovens 12.500
Superior
(Formação Superior) Pós-graduação Executivos e 7.500
Licenciados
Total 20.000
Gestão de Empresas3 Formação Média Jovens 40.000

[198]. A organização e desenvolvimento das empresas


angolanas dependem também, ao nível dos recursos
humanos, de um conjunto de profissões estratégicas que não

2 Abrange «Gestão de Empresas» e «Gestão Financeira e Contabilidade»


3Abrange «Gestão Financeira e Contabilidade» e «Gestão Comercial e
Marketing»
127

sendo exclusivas da actividade empresarial, são


fundamentais para o seu desenvolvimento. A ENFQ,
apresenta uma desenvolvida lista de Profissões de Formação
Superior e Formação Média consideradas estratégicas para o
desenvolvimento empresarial.
Quadro 6.34 Empreendedorismo e Desenvolvimento Empresarial.
Domínios Estratégicos Formação
Quadros Superiores Quadros Médios
Domínios de Neces Oferta Saldo Necess Oferta Saldo
Formação sidad Intern idade Interna
e a 2010- 2010-2020
2010- 2010- 2020
2020 2020
Gestão Financeira e 8.250 6.230 -2.020 25.000 65.000 40.00
Contabilidade 0

[199]. Destes Domínios, considerados críticos para a


sustentabilidade, produtividade e competitividade das
empresas angolanas, surgem, para a década 2010-2020.
Apresentam-se como potencialmente deficitários: (…) Gestão
Financeira e Contabilidade (…).

Quanto à formação a nível médio, verifica-se que, uma situação


generalizada de oferta potencialmente excedentária, havendo um
domínio largamente excedentário, reflectindo a rápida proliferação
de cursos em Contabilidade promovidos pelas escolas privadas.
Uma parte deste desequilíbrio, poderá ser mitigado, ainda que
ligeiramente, com a transição para a formação superior em Gestão
Financeira e Contabilidade, onde se prevê algum défice.
Projectos (6.6.3); Projecto 6.2: Capacitação Empresarial (6.6.3.2);
Acções a Empreender (6.6.3.2.2)

[205]. Para que estes objectivos sejam atingidos serão


necessárias acções, de que se evidenciam:

c) A Formação e Capacitação de Empresários poderão ser


estruturadas com base nos seguintes níveis de formação,
todas eles certificados:
A Nível Básico devem ser asseguradas, pelo menos:
128

 Conhecimentos Básicos de Contabilidade;


A Nível Médio devem ser asseguradas, pelo menos:
 Contabilidade e Gestão Financeira;

Projecto 6.3 Formação em Gestão de Empresas (6.6.3.3);


Objectivos (6.6.3.3.1.)

[206]. Este Projecto prosseguirá os seguintes objectivos:


ii) Promover a graduação de 12.500 jovens em «Gestão de
Empresas» e «Gestão Financeira e Contabilidade»;
iii) Incentivar a pós-graduação, académica e profissional, em
«Gestão de Empresas» e «Gestão Financeira e Contabilidade» de
7.500 licenciados e executivos;
iv) Promover a formação, de nível médio, no máximo, de 40 mil
jovens em «Gestão Financeira e Contabilidade» e «Gestão
Comercial e Marketing».

[207]. A realização destes objectivos implicará a implementação de acções,


parte relevante das quais deverão da responsabilidade da iniciativa
privada, considerando que as entidades executoras são instituições de
ensino superior, maioritariamente privadas neste domínio de formação:

c) Promover a reorientação da oferta e da procura de formação


superior em «Gestão de Empresas» para «Gestão Financeira e
Contabilidade», que apresenta deficit potencial (da ordem dos
20%)
d) Introduzir fortes medidas de contenção na oferta de formação
média em «Gestão Financeira e Contabilidade», onde existe um
elevadíssimo excedente previsto (superior a 150%), incluindo a
redução de cursos oferecidos, a introdução de limitações
quantitativas, o acesso a formação superior na área da «Gestão
Financeira»
e) Promover o alargamento de mercado na área da «Gestão
Financeira e Contabilidade», através da revisão e aplicação de
normas contabilísticas e fiscais à generalidade das empresas e
do desenvolvimento e obrigatoriedade efectiva dos processos
de revisão e auditoria de contas das empresas.
f) Limitar a concessão de vistos de trabalho na área da contabilidade;
129

g) Apoiar a criação de uma capacidade técnica nacional de


prestação de serviços às empresas, nas áreas da Gestão
Financeira, Fiscalidade e Contabilidade;
Resultados Esperados (6.6.4)
[208]. Os Resultados Esperados deste Programa de Acção podem ser,
assim, sumariamente apresentados:

g) Graduados 12.500 jovens, a nível superior, em «Gestão de Empresas» e


«Gestão Financeira e Contabilidade»;
h) Pós-graduados 7.500 licenciados e executivos, a nível académico e
profissional, em «Gestão de Empresas» e «Gestão Financeira e
Contabilidade»;
i) Graduados 40.000 jovens, a nível médio, em «Gestão Financeira e
Contabilidade» e «Gestão Comercial e Marketing».

Medidas de Politica (6.6.5)


[209]. Para a obtenção destes resultados devem concorrer,
nomeadamente, as seguintes Medidas de Política:
x) Introduzir medidas de contenção moderada na oferta de
formação superior em «Gestão de Empresas» e fortes medidas
de contenção na oferta de formação média em «Gestão
Financeira e Contabilidade», promover a reorientação da oferta
e da procura de formação superior em «Gestão de Empresas»
para «Gestão Financeira e Contabilidade» e limitar a concessão
de vistos de trabalho na área da contabilidade;
xi) Apoiar a criação de uma capacidade técnica nacional de
prestação de serviços às empresas, nas áreas da Gestão
Financeira, Fiscalidade e Contabilidade;

Programa de Acção 7: Apoio à Procura de Formação Superior:


Política Pública de Bolsas de Estudos (6.7); Enquadramento da
Política Actual de Bolsas para Formação Superior (6.7.1); Projecto
de mudança da política pública de bolsas de estudo para formação
superior (6.7.1.4); 6.7.1.4.2. Mudanças nas prioridades da política
pública de bolsas

[254]. Especificação dos domínios prioritários de formação


de bolsas de graduação em termos de cursos.
130

Quadro 6.47 Domínios de formação em que a oferta actual é inexistente,


deficitária, suficiente ou excedentária face à previsão de quadros
superiores necessários para o desenvolvimento do País em áreas
socioeconómicas estratégicas, no horizonte de 2020
Oferta Oferta com Oferta com Oferta Oferta
Inexistente défice 1ª défice 2ª Suficiente Excedente
prioridade prioridade
CIÊNCIA DA GESTÃO E DA ADMINISTRAÇÃO
 Gestão  Contabilidade  Gestão Pública
Hoteleira e  Gestão e
do Administração
Turismo de Empresas
Fonte: Seção 5.2 deste PNFQ

3) PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA (PONTO 7)


Estimativa de Custos por Programa de Acção (7.1); Programa
de Acção 2: Formação de Quadros Superiores (7.1.2);
Pressupostos e Parâmetros de Cálculo (7.1.2.1);
C) Outros Pressupostos
 Duração dos cursos: genericamente de 5 anos.
 Número de Alunos majorado em 30% para compensar a taxa de
conclusão.
 Rácio alunos/docente
Domínios Rácio (alunos/docente tempo integral)
Contabilidade 18

4) SÍNTESE (PONTO 9)

Programas de Acção (9.1.)

Programa de Acção 1: Formação de Quadros Superiores


Necessidades 43 Domínios > Balanço Necessidades-Oferta Interna
Estratégicos de 7 Domínios (dos 43 estratégicos) com um défice de
Formação oferta forte, com um saldo deficitário total de 7
Superior > onde milhares de diplomados, assim distribuído:
se devem Medicina Engenharia Telecomunicações
concentrar as Dentária Civil (1.640) (1.280)
intervenções (295)
prioritárias, Engenharia Engenharia Ciências Políticas
tendo sido do Ambiente Florestal e dos (235)
sobre estes (1.120) Recursos
elaborado um Naturais
balanço entre (415)
necessidades e Contabilidade
oferta interna (2.020)
de formação
131

para 2013-
2020.

Programa de Acção 2: Formação de Quadros Médios


Necessidade 63 Domínios de > Balanço Necessidades-Oferta Interna
s Formação Média 5 Domínios (dos 47 estratégicos) com Excedente de
maisrelevantes > Oferta Potencial Forte
47foram Informática Telecomunicações Desenho de
considerados (7.500) (3.000) Construção
estratégicostendo Civil (5.000)
sido sobreestes Economia Contabilidade e
elaborado um (4.000) Gestão Financeira
balanço entre (40.000)
necessidades e
ofertainternade
formação para
2013-2020.

Projectos/Acções Projecto 2.3 Objectivos Acções


Domínios i) Adequar a *Promover a
Estratégicos formação de regulação do número
de Formação Quadros de diplomados pelo
Potencialment Médios às Ensino Técnico-
e necessidades Profissional, nos
Excedentários do País. Domínios
ii) Ajustar a Estratégicos de
oferta interna Formação, com oferta
dos cursos interna
potencialment potencialmente
e excedentária;
excedentários *Promover a
às reorganização dos
necessidades. estabelecimentos e
cursos existentes;
*Introduzir, nos
Domínios
identificados,
limitações na
concessão de vistos
de trabalho para
estrangeiros;
*Reduzir o número
de alunos por turma
nos cursos
potencialmente
excedentários;
*Definir o processo
de acompanhamento
e contenção
especifico para a
formação de técnicos
de contabilidade.
132

Programa de Acção 6: Formação de Quadros para o Empreendedorismo e


Desenvolvimento Empresarial
Necessidad Grupos-Alvo diferenciados > Balanço Necessidades-Oferta Interna -
es > 3 Tipos de Acções: Metas 2013-2020
a) Formação Inicial em Oferta de Formação (dos 11 Domínios
Empreendedorismo - Estratégicos) Potencialmente Deficitária, a
Candidatos em geral a Nível Superior:
empreendedores/empresá Engenharia Engenharia Gestão
rios e grupos específicos; Mecânica Electrotécni Financeira e
b) Formação Contínua e (4.790) ca e Contabilida
Avançada em Capacitação Electrónica de (2.020)
Empresarial – Empresários (2.150)
em geral e grupos Engenharia Engenharia
específicos; Civil Alimentar
c) Formação em Gestão de (1.640) (1.125)
Empresas – jovens para  Oferta de Formação (dos 11
uma graduação superior Domínios Estratégicos) Potencialmente
ou média e empresários, Excedentária, a Nível Médio:
executivos e gestores para
uma formação pós-
graduada.
Contabilida Engenharia Engenharia
de (40.000) Informática Civil
(25.000) (11.500)

Projectos/Acções Projecto Objectivos Acções


6.3 i) Promover a *Promover a avaliação
Formação formação de dos planos de estudo
em Gestão qualidade, a nível dos cursos existentes, a
de superior e médio, nível superior e médio;
Empresas de jovens, em *Introduzir medidas de
gestão e contenção moderada
organização de na oferta de formação
empresas. superior em «Gestão de
ii) Promover a Empresas»;
graduação de *Promover a
12.500 jovens em reorientação da oferta
«Gestão de e da procura de
Empresas» e formação superior em
«Gestão «Gestão de Empresas»
Financeira e para «Gestão
Contabilidade». Financeira e
iii) Incentivar a Contabilidade»;
pós-graduação, *Introduzir fortes
académica e medidas de contenção
profissional, em na oferta de formação
«Gestão de média em «Gestão
Empresas» e Financeira e
«Gestão Contabilidade»;
Financeira e *Promover o
Contabilidade» de alargamento de
133

7.500 licenciados mercado na área da


e executivos. «Gestão Financeira e
iv) Promover a Contabilidade»;
formação, de nível *Limitar a concessão de
médio, no vistos de trabalho na
máximo de 40 mil área da contabilidade;
jovens em *Apoiar a criação de
«Gestão uma capacidade técnica
Financeira e nacional de prestação
Contabilidade» e de serviços às
«Gestão empresas, nas áreas da
Comercial e Gestão Financeira,
Marketing» Fiscalidade e
Contabilidade;
*Promover a
organização de «Jogos
de Gestão» e instituir
«Prémios» para os
Melhores Gestores e
Alunos de Gestão de
Empresas;
*Incentivar a
investigação aplicada
em
«Empreendedorismo e
Desenvolvimento
Empresarial»

Anexo 4 I Fichas de Programação da Oferta Formativa Administração


Pública
Ficha de Formação Inicial para Quadros Superiores
Programação 6
(P5)
Público-alvo Futuros quadros superiores licenciados após
admissão na carreira e no início da carreira
Temas/Domínios *Contabilidade Pública
de Formação
Objectivos do Fornecer formação de carácter generalista,
Programa dirigida a licenciados que foram seleccionados
em concurso para ingressar como quadro
superior na Administração angolana.
Visa proporcionar formação actualizada,
desenvolver capacidade de trabalho em equipa
e de decisão e criatividade e inovação pelo
estudo e aprendizagem de temas transversais á
função pública.
134

Responsabilidades do Contabilista
Se, pois, o faço de vontade própria, tenho recompensa;
mas, se não é de vontade própria, estou apenas incumbido
de uma mordomia.

I Coríntios 9:17

5.1. Conceptualização de
responsabilidade
Segundo (Birou, 1978) responsabilidade é a capacidade
de ser responsável, quer dizer, de assumir inteiramente a
decisão dos seus actos, sem referência à vontade de outra
pessoa.
Para (Abbagnano, 2007) o termo e seu conceito
aparecem pela primeira vez em inglês e em francês em 1787.
O primeiro significado do termo foi político, em
expressões como «governo responsável» ou «Responsável do
governo», indicativas do carácter do governo constitucional
que age sob controlo dos cidadãos e em função desse
controlo.
Em filosofia, o termo foi usado nas controvérsias sobre a
liberdade e acabou sendo útil principalmente aos empiristas
ingleses, que quiseram mostrar a incompatibilidade cio juízo
moral com a liberdade e a necessidade absolutas.
O termo responsabilidade segundo (Pinto, Santos, &
Melo, 2014, p. 256) é utilizado conjugado com a palavra
accountability, confundindo-se, muitas vezes, os dois
conceitos:
Enquanto a responsabilidade consiste na obrigação de agir no
interesse público [vide página 61], accountability consiste na
obrigação de prestar informação (que pode não ser apenas
financeira), de prestar contas pelas acções pelas quais se é
responsável. Assim, accountability envolve duas responsabilidades: a
135

de tomar determinadas acções (ou proibir que elas sejam tomadas) e


a responsabilidade de prestar informação sobre essas acções.
A responsabilidade é, portanto, ao mesmo tempo o acto
de assumir conscientemente a execução e as consequenciais
de um acto e a obrigação moral que deriva do exercício de um
cargo ou do cumprimento de uma missão.
A ideia de responsabilidade implica a de liberdade de
escolha ou aceitação voluntária de um emprego, de um cargo.
Pressupõe também que se é capaz de compreender o
conteúdo do acto, o seu alcance, as suas consequenciais.
Responsabilidade para (Abbagnano, 2007) é a
possibilidade de prever os efeitos do próprio
comportamento e de corrigi-lo com base em tal previsão.
Está claro que, no caso da necessidade, a previsão dos
efeitos não poderia influir na acção, e que tal previsão não
poderia influir na acção no caso da liberdade absoluta, que
tornaria o sujeito indiferente à previsão.
Responsabilidade é diferente de imputabilidade, que
significa a atribuição de uma acção a um agente, considerado
seu causador. Platão aludia à noção de imputabilidade
quando, a propósito da escolha que as almas fazem de seu
próprio destino, afirmava: "Cada qual é a causa de sua
própria escolha, ela não pode ser imputada à divindade"
(Birou, 1978). A imputabilidade assim entendida é um
conceito completamente diferente do de responsabilidade.
Na verdade, a noção de responsabilidade baseia-se na de
escolha, e a noção de escolha é essencial ao conceito de
liberdade limitada.
Portanto, o conceito de responsabilidade inscreve-se em
determinado conceito de liberdade, e mesmo na linguagem
comum chama-se alguém de «responsável» ou elogia-se seu
«senso de responsabilidade» quando se pretende dizer que a
pessoa em questão inclui nos motivos de seu comportamento
a previsão dos possíveis efeitos dele decorrentes.
Define-se ainda a responsabilidade como a obrigação de
responder pelas acções próprias ou dos outros; dever
jurídico resultante da violação de determinado direito,
136

através da prática de um acto contrário ao ordenamento


jurídico.
Logo, a obrigação de responder pelos actos próprios ou
de terceiros. Podemos aferir que responsabilidade é a
qualidade pela qual alguém responde por algo que lhe é
confiado.

5.2. Origem da «responsabilidade» em


Angola
Em Angola, o termo «responsável» surge associado,
como adjectivo que o qualifica, nos seguintes termos
contidos nas disposições legais:
 Técnicos de contas responsáveis - Diploma
Legislativo nº 35/72, de 29 de Abril
 Técnicos de contas responsáveis - Portaria nº
441/73, de 14 de Julho
 Contabilista responsável – Lei 10/01, de 31 de Maio,
Lei de Alteração da Figura do Técnico de Contas, com
as alterações que foram introduzidas pela Lei nº
18/92, de 3 de Julho ao Artigo.
Nota-se que, a figura de técnico de contas nos termos de
diversa legislação, e nomeadamente no Código do Imposto
Industrial, foi substituída, com responsabilidades acrescidas
pela categoria profissional agora sob alçada da OCPCA.
Portanto, os contabilistas têm o dever de contribuir para
o prestígio da profissão, desempenhando conscienciosa e
diligentemente as suas funções, e evitando qualquer
actuação contrária à dignidade da mesma (Artigo 64º do
EOCPC).
Para (OCPCA, 2018) os Contabilistas devem assumir
uma conduta pessoal idónea e responsável, de acordo com os
princípios e normas do Código de Ética e Deontologia
Profissional e outras normas aplicáveis, deve abster-se de
qualquer conduta desprestigiante para o profissional e para
a profissão.
137

Contudo, pode haver circunstancias em que as


responsabilidades do Contabilista em relação à entidade
empregadora estão em conflito com as responsabilidades
profissionais para cumprir os princípios fundamentais.
As altas responsabilidades e consideráveis poderes
conferidas pela lei aos contabilistas e peritos contabilistas
justificam um acréscimo da sua responsabilidade.
Prontamente, esta responsabilidade emprega-se no
exercício das funções nas empresas privadas, empresas
públicas, empresas com capitais maioritariamente públicos,
empresas com capitais minoritariamente públicos, empresas
cooperativas, nas micro, pequenas e médias empresas.

5.3. Demonstrações financeiras


O Decreto nº 82/01, de 16 de Novembro determina que
a gerência e/ou outro órgão de gestão da entidade é
responsável pela preparação e apresentação das
demonstrações financeiras e de preparar informações
adicionais que vão de encontro às suas próprias
necessidades.
Não obstante, o contabilista em regime de profissão
liberal, pode ser individual ou conjuntamente responsável
pela preparação e relato da informação financeira e outras
informações em que, tanto as entidades empregadoras, como
os investidores, financiadores, credores, governo e público
podem confiar (OCPCA, 2018).

5.4. Assinatura do contabilista


O nº 2, do Artigo 5º, do Decreto nº 82/01, de 16 de
Novembro, determina, que as demonstrações financeiras
preparadas, em obediência ao Plano Geral de Contabilidade,
devem ser assinadas por contabilistas inscritos na OCPCA.
138

O instituto da assinatura, era determinada pelo DL nº


35/72, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei
nº 18/92, de 3 de Julho no seu Artigo 53º.
Passou-se por um período transitório, conforme o Decreto
Presidencial nº 318/14, de 2 de Novembro, que altera o
Artigo 49º, no seu nº 2, do Decreto Presidencial nº 232/10,
de 11 de Outubro, foi introduzida a seguinte redacção: podem
assinar os elementos de relato, os profissionais inscritos no
Ministério das Finanças, nos termos definidos no estatuto da
OCPCA.
No âmbito do Decreto Executivo Conjunto nº 31/03, de
24 de Junho, de 24 de Junho, Classificador de Profissões de
Angola, o contabilista procede ao apuramento de resultados
dirigindo o encerramento das contas e o respectivo balanço,
que apresenta na forma devida e assina.
No Estado, o Decreto nº 36/09, de 12 de Agosto, que
regulamento o seu sistema contabilístico, o artigo 20º, no nº
4, determina que as demonstrações financeiras devem ser
assinadas por contabilista portador de registo profissional,
concedido pela autoridade competente.
Já o regulamento de funcionamento dos conselhos fiscais
das empresas públicas e o paradigma do respectivo relatório,
no seu Artigo 5º, sobre as reuniões e deliberações, constantes
do Decreto Executivo nº 20/98, de 30 de Abril, no nº 4 da
alínea a), do referido artigo, determinava a regularização da
convocatória mediante a sua assinatura; no nº 5 determina
que das reuniões do Conselho Fiscal devem ser lavradas
actas, assinadas por todos os membros que nela tenham
participado. Cujo relatório elaborado, deve ser assinado por
todos os membros do Conselho Fiscal.
Actualmente, deverão ser devidamente assinados e
rubricados pelo contabilista responsável pela sua
elaboração, a declaração Modelo 1 do Imposto Industrial, e
os documentos que o acompanham, conforme:
 dos contribuintes do Grupo A e B (Artigo 51º do CII);
139

 dos Organismos de Investimento Colectivo OIC (Artigo


10º Decreto Legislativo Presidencial nº 1/14, de 13 de
Outubro do RFOIC);
 das Entidades Exploradoras de Jogos (Lei nº 5/16, de
17 de Maio, Lei da Actividade de Jogos, Capítulo VII
Regime Fiscal, Artigo 52º obrigações Declarativas,
alínea d)).
De notar, que a submissão electrónica da Declaração
Modelo 1 do Imposto Industrial deve ser feita por
contabilista certificado pela OCPCA, devendo para o efeito
proceder ao registo no Portal do contribuinte (Artigo 4º da
RASEDMII).
Nos casos, da cessação de actividade, está disposto, no
artigo 53º, no seu nº 3, da Lei nº 19/14, de 22 de Outubro, Lei
Que Aprova o CII, determina que o Relatório elaborado é
assinado por contabilista com descrição dos actos e negócios
jurídicos de liquidação societária, com breve descrição do
seu impacto da situação patrimonial da sociedade,
acompanhado de copias da documentação comprovativa da
sua habilitação profissional.

Caixa 7 Responsabilidade pela Assinatura

ORDEM DOS CONTABILISTAS E PERITOS CONTABILISTAS DE ANGOLA


COMUNICADO
RESPONSABILIDADE PELA ASSINATURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, DECLARAÇÃO FISCAL
MODELO 1 E RELATÓRIOS DE AUDITORIA REPORTADOS AO EXERCÍCIO ECONÓMICO DE 2014

Tendo sido criado um regime transitório para a inscrição e


registo na Ordem dos profissionais de Contabilidade e de
Auditoria, previsto no Artigo 48º dos Estatutos da Ordem dos
Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola aprovado pelo
Decreto Presidencial 232/10 de 11 de Outubro e alterado pelo
Decreto Presidencial nº 318/14 de 28 de Novembro, somos a
esclarecer a todos os Profissionais e Empresas de Contabilidade
e Auditoria e demais interessados o seguinte:
1. Relativamente aos Profissionais de Contabilidade e
Auditoria
a. Os Profissionais inscritos na Ordem dos
Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola que
140

tenham frequentado regularmente um dos 5 Cursos


promovidos pela sua Comissão Instaladora,
b. Os Profissionais inscritos regularmente no
Ministério das Finanças e que possuam o respectivo
número e comprovativo,
Podem, excepcionalmente, assinar as Demonstrações
Financeiras e a Declaração Fiscal Modelo 1, reportados ao
Exercício Económico de 2014.
2. As firmas de Auditoria certificadas pelo Ministério das
Finanças podem, excepcionalmente, assinar os
Relatórios de Auditoria referentes ao Exercício
Económico de 2014.
3. O período transitório estabelecido no Decreto
supracitado não suspende quaisquer outras obrigações
fiscais e legais constantes de outros diplomas
nomeadamente as que se referem à obrigatoriedade de
realização de Auditorias e Prestação de Contas.
Luanda, 31 de Março de 2015
OCPCA-Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas
de Angola
Júlio Ferreira de Almeida Sampaio, Presidente do
Conselho Directivo
Fonte: Jornal de Angola

5.5. Responsabilidade civil


A responsabilidade civil para (Birou, 1978) confina-se
na obrigação imposta pela lei de assumir os prejuízos
causados a terceiros pela falta de cumprimento de uma
obrigação ou pela realização de um acto delituoso.
Conforme o Código Civil Angolano, no seu artigo 483º nº
1, aborda a responsabilidade para, aquele que, com dolo ou
mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou
qualquer disposição legal destinada a proteger interesses
alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos
resultantes da violação.
A responsabilidade civil dos contabilistas e dos peritos
contabilistas relaciona-se com as suas funções:
141

 Enquanto membros do órgão de fiscalização da


sociedade, desempenhando funções internas
(Artigo 86º da LSC);
 Enquanto peritos independentes e externos à
sociedade, desempenhando funções externas
(Artigo 87º da LSC).

Membro do órgão de fiscalização


O perito contabilista e o contabilista, enquanto membro
do órgão de fiscalização da sociedade, desempenhando
funções internas (Artigo 86º da LSC), tem responsabilidade
civil contratual, própria perante a sociedade, os sócios,
credores e terceiros

Responsabilidade civil contractual


Perante a sociedade, respondem para com a sociedade
pelos danos que lhe causarem
 por actos ou omissões praticadas com violação dos
deveres legais ou contratuais (Artigo 77º da LSC).
 fiscalizar a administração da sociedade (Artigo 441º
da LSC);
Nos casos, em que se apreciem as contas do exercício, e
nos casos, em que para as quais seja convocado, perito
contabilista que integra o órgão de fiscalização, responde
pela ilicitude por violação da lei (441º, nº 1 e 443º LSC):
 participar nas reuniões órgão de fiscalização (Artigo
443º da LSC);
 comparecer às Assembleias Gerais (Artigo 443º da
LSC);
 comparecer às reuniões do Conselho de Administração
(Artigo 443º da LSC);
 Não exercer as suas funções de fiscalização de forma
conscienciosa e imparcial;
142

 Não guardar segredo dos factos e informações de que


teve conhecimento no exercício das suas funções;
 Não dar a conhecer à administração das verificações e
diligencias que tiveram feito e dos resultados das
mesmas;
 Não relatar, na primeira Assembleia Geral que se
realize, todas as irregularidades e inexactidões por ele
verificadas;
 Não relatar, se obtiveram ou não esclarecimentos de
que necessitam para o exercício das suas funções;
 Não pode divulgar nem se aproveitar de segredos
comerciais ou industrias de que tenha tomado
conhecimento no exercício das suas funções;
 Não participar ao Ministério Público os factos de que
tenham tomado conhecimento e que constituam crime;
Nos casos, em que deve cumprir com o dever de
diligência, porque pode constitui-se ilicitude por violação do
dever de diligência (444º, nº 1 LSC).
A diligencia abrange a responsabilidade para agir de
acordo com os requisitos de um trabalho de forma cuidada,
completa e em tempo útil. (OCPCA, 2018), no entanto, deve
comunicar imediatamente e por escrito ao Presidente do
Conselho de Administração todos os factos que cheguem ao
seu conhecimento e que sejam susceptíveis de afectar a
realização do objecto social ou a situação financeira da
sociedade.

Responde, solidariamente, verificados os requisitos da


responsabilidade contratual, por actos ou omissões, no
exercício das suas funções.
 Responde, pelos danos causados pela fusão à
sociedade, desde que, na verificação da situação
patrimonial da sociedade e na conclusão da fusão, não
tenham observado a diligencia de um gestor criterioso
(Artigo 116º da LSC)
143

 Responde, por actos ou omissões destes no exercício


das suas funções, salvo se provar que os danos se
teriam produzido ainda que tivessem cumprido as suas
obrigações de fiscalização (Artigo 86º da LSC).
 Responde, se forem vários os fundadores, gerentes ou
administradores responsáveis, nos termos dos artigos
76º e 77º da LSC e conforme o (Artigo 78º da LSC).
 Responde, pelo procedimento de fecho (Artigo 37º da
LSC).
 Responde, solidariamente, pela descapitalização da
empresa (Artigo 34º da LSC).
 Responde civilmente pelos actos ou omissões dos seus
representantes legais, nos mesmos termos em que os
comitentes respondem pelos actos ou omissões dos
seus comissários, nas operações associadas ao
financiamento. (Artigo 7º da LSC).
Nos casos, caberá aos membros do órgão de fiscalização
provar que os danos sempre se teriam produzido ainda que
tivessem cumprido as suas obrigações de fiscalização (Artigo
86º da LSC),

Perante os sócios, respondem para com os sócios, pelos


danos que lhes causarem:
 com a sua conduta culposa, sendo-lhes aplicável o
Artigo 77º e 84º da LSC (Artigo 87º da LSC) e no caso
tenham celebrado acordos parassociais (Artigo 88º
da LSC)
 respondem, em termos gerais, pelos danos que, no
exercício das suas funções, lhes tenha causado
(Artigo 84º da LSC)

Solidariamente:
 respondem, pelos danos causados pela fusão aos
sócios, desde que, na verificação da situação
patrimonial da sociedade e na conclusão da fusão,
144

não tenham observado a diligência de um gestor


criterioso (Artigo 116º da LSC)
 respondem, com o sócio que o havia designado, desde
que haja culpa na escolha da pessoa designada e
sobre esta recai também a obrigação de
indeminização (Artigo 88º da LSC)

Perante os credores sociais, respondem, para com os


credores, pelos danos que lhes causarem
 com a sua conduta culposa (Artigo 86º da LSC) e no
caso tenham celebrado acordos parassociais (Artigo
86º da LSC)
 Responde, para com os credores da sociedade nos
termos do artigo 83º da LSC, quando, pela
inobservância culposa das disposições legais ou
contratuais destinadas a protecção destes, o
património social se torne insuficiente para a
satisfação dos respectivos créditos. Com obrigação de
indeminização (Artigo 87º da LSC).

Solidariamente:
 Responde, pelos danos causados pela fusão aos
credores, desde que, na verificação da situação
patrimonial da sociedade e na conclusão da fusão,
não tenham observado a diligencia de um gestor
criterioso (Artigo 116º da LSC)

Perante terceiros, responde, para com os terceiros da


sociedade, pelos danos que, no exercício das suas funções,
lhes tenham causado,
 nos termos dos artigos 77º nos nºs 2 a 5, do artigo 78º
e no artigo 79º no seu nº1 da LSC (Artigo 84º da LSC).
 Responde, em termos gerais, pelos danos que, no
exercício das suas funções, lhes tenha causado
(Artigo 84º da LSC)
145

Responsabilidade civil extracontratual


Perante os sócios, respondem para com os sócios
(Artigo 86º da LSC) pelos danos que lhes causarem (Artigo
84 da LSC)
 por actos ou omissões praticadas com violação dos
deveres legais ou contractuais (nº 1, Artigo 77º da
LSC).
 com a sua conduta culposa (nº 1, Artigo 87º da LSC).

Solidariamente, responde, com o sócio


 que o havia designado, caso tenham celebrado
acordos parassociais, desde que haja culpa na escolha
da pessoa designada e sobre esta recai também a
obrigação de indeminização (Artigo 88º da LSC)

Perante terceiros, respondem nos mesmos termos dos


(sócios)

Perante os credores sociais, respondem para com os


credores da sociedade (Artigo 87º da LSC)
 quando, pela inobservância culposa das disposições
legais ou contractuais destinadas a protecção destes,
o património social se torne insuficiente para a
satisfação dos respectivos créditos (Artigo 83º da
LSC).

Perante a sociedade, respondem, solidariamente


 as Sociedade de Peritos Contabilistas (Artigo 28º
Decreto nº 38/00, de 6 de Outubro) com os seus
dirigentes que derem causa aos danos, nos termos em
que os comitentes respondem pelos actos ou
omissões dos comissários.
 os fiscais únicos (Artigo 28º Decreto nº 38/00, de 6
de Outubro) nos mesmos termos das Sociedade de
Peritos Contabilistas
146

Contabilistas, Peritos Independentes e


externos
São contabilistas, peritos independentes e externos à
sociedade, desempenhando funções externas (Artigo 87º da
LSC).

Responsabilidade civil contractual

Perante a sociedade, respondem para com a sociedade


pelos danos que lhes causarem
 com a sua conduta culposa (nº 1, Artigo 87º da LSC).
 por actos ou omissões praticadas com violação dos
deveres legais ou contractuais (nº 1, Artigo 77º da
LSC).

Responsabilidade civil extracontratual

Perante os sócios, respondem para com os sócios pelos


danos que lhes causarem
 com a sua conduta culposa (nº 1, Artigo 87º da LSC).
 por actos ou omissões praticadas com violação dos
deveres legais ou contractuais (nº 1, Artigo 77º da
LSC).

Perante os credores sociais, respondem para com os


credores da sociedade (Artigo 87º da LSC) quando, pela
inobservância culposa das disposições legais ou contractuais
destinadas a protecção destes, o património social se torne
insuficiente para a satisfação dos respectivos créditos (Artigo
83º da LSC).
Perante a sociedade, respondem solidariamente para
com a sociedade pela inexactidão e deficiência de quaisquer
declarações que tenham prestado para a sua constituição
(Artigo 76º da LSC) e pela realização das entradas.
147

5.6. Responsabilidades dos auditores e


revisores
De acordo as ISA 200 e 240, as principais
responsabilidades dos auditores passam por: obter uma
segurança razoável sobre as demonstrações financeiras;
relatar e comunicar conforme exigido pelas ISA.
Perante os sócios, e credores sociais respondem, nos
mesmos termos que os Peritos

5.7. Responsabilidade perante


Administração Tributária
Os peritos em contabilidade, consultoria e auditoria que
actuem em representação da Administração Tributária e que,
por acção ou omissão, não cumpram, no âmbito de
procedimento tributário especificamente regulado por Lei,
os deveres legais a que estiverem obrigados são punidos,
independentemente da responsabilidade criminal que
houver lugar com multa (Artigo 201º do CGT)

5.8. Responsabilidade social


Para (Birou, 1978) a responsabilidade social, é a
responsabilidade daquele que é chamado a responder pelos
seus actos face à sociedade ou à opinião pública, perante uma
comissão de inquérito ou em tribunal, na medida em que tais
actos assumam dimensões ou consequências sociais.

5.9. Responsabilidade colectiva/solidaria


A responsabilidade colectiva segundo (Birou, 1978)
considera a responsabilidade solidaria de todos os membros
148

de um grupo pelo acto cometido por um deles na qualidade


de membro desse grupo.

5.10. Responsabilidade moral


Entende-se, como responsabilidade moral, segundo
(Birou, 1978) que um acto bom ou mau é imputável ao seu
autor. Foi ele que tomou a liberdade de o realizar, pelo que
lhe cabe todo mérito ou demérito de o ter querido e realizado.

5.11. Responsabilidade financeira


A efectivação da responsabilidade financeira segundo o
(Tribunal de Contas de Angola, 2014) resulta de uma
infracção financeira, que tem por base os relatórios de
verificação de contas e de auditorias, os acórdãos que as
apreciaram ou qualquer decisão que considere existir
alguma situação geradora de responsabilidade financeira.
Em qualquer das suas formas (reintegradora ou
sancionatória), não prejudica a efectivação da
responsabilidade criminal, disciplinar ou civil a que haja
lugar (Tribunal de Contas de Angola, 2014).

5.12. Responsabilidade criminal


No âmbito da Lei nº 34/11, de 12 de Dezembro, Lei do
Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento
do Terrorismo, estão sujeitos os revisores oficiais de contas,
os técnicos de contas, auditores, contabilistas a respeitar as
obrigações da referida lei, quando intervenham por conta do
cliente ou noutras circunstâncias nas áreas abaixo indicadas:
i. Compra e venda de imóveis e participações sociais
ii. Gestão de fundos, valores mobiliários ou outros
activos de diferente natureza
iii. Gestão de contas bancárias e contas poupança
149

iv. Organização de contribuições destinadas à criação,


exploração e gestão de sociedades
v. Criação, exploração ou gestão de pessoas colectivas
ou de centros de interesse colectivo sem
personalidade jurídica, e compra e venda de
estabelecimentos e de entidades comerciais;
vi. Prestadores de serviços a sociedades, a outras
pessoas colectivas ou a centros de interesses
colectivos sem personalidade jurídica

5.13. Responsabilidade tributária


Segundo (Santos, 2018, p. 230) em todas as situações em que:

os órgãos, representantes, procuradores e agentes praticam


infracções, não obstante a responsabilidade primária e
originária da pessoa colectiva, as pessoas singulares que
tenham executado ou sancionado a tarefa não ficam imunes
a responsabilização tanto no plano do direito societário,
comercial, civil ou laboral, como em sede do direito
tributário.

Só havendo culpa e demonstrada pela Administração


Tributária ou pelo Tribunal é que se pode imputar
responsabilidade tributária às pessoas singulares e
colectivas (Santos, 2018).

5.14. Responsabilidade Ética e


deontologia profissional
Não é relevante relativamente às responsabilidades
éticas que recaem sobre o Contabilista, a forma legal da
relação contratual de um Contabilista (OCPCA, 2018).
Um Contabilista pode ter uma posição de relevo no seio
da entidade empregadora. Quanto maior for essa posição
150

maior será a capacidade e oportunidade de influenciar


acontecimentos, práticas e oportunidades.
Por isso, espera-se que um Contabilista incentive uma
cultura baseada em princípios éticos que dê enfase à
importância que o órgão de gestão coloca no comportamento
ético.

5.15. Responsabilidade internacional


Responsabilidade internacional é o instituto segundo o
qual um sujeito de direito internacional, ao qual é imputado
um acto ou omissão contrário às suas obrigações
internacionais, é constituído no dever de reparar o sujeito
que foi vítima desse acto – em si ou na pessoa dos seus
nacionais (David Ruzié).
A responsabilidade internacional surge com a adopção
por um sujeito de direito internacional de um
comportamento ilícito. Subsistem, pois, dois elementos
essenciais: a ilicitude do comportamento, ou elemento
objectivo e a imputabilidade do mesmo (ou elemento
subjectivo) a um sujeito de Direito Internacional.

5.16. Responsabilidade disciplinar


Considera-se infracção disciplinar o facto, nos termos da
lei, ainda que meramente culposo, praticado pelo
profissional com violação de algum dos deveres inerentes ao
exercício da função profissional, em especial os consagrados
na presente lei e nos estatutos da respectiva associação e em
quaisquer outras disposições reguladoras da actividade
profissional (Artigo 31º da LBAP).
O arguido que não respeite a natureza secreta do
processo disciplinar incorre em responsabilidade disciplinar
(Artigo 33º da LBAP).
151

5.17. Salvaguardas
Papel da OCPCA
Certificar, sempre que tal for solicitado, que os seus
membros se encontrem no pleno exercício da sua capacidade
funcional nos termos dos seus estatutos e demais legislações
aplicáveis (Artigo 3º do EOCPC).
Propor às entidades legalmente competentes medidas
relativas à defesa da classe profissional e dos seus interesses
(Artigo 3º do EOCPC).
Exercer jurisdição disciplinar sobre os seus membros
(Artigo 3º do EOCPC).
Estabelecer princípios e normas de ética e deontologia
profissional (Artigo 3º do EOCPC).
Para a defesa da dignidade e do prestígio dos seus
membros e da função, a OCPCA pode intervir como assistente
aos processos judiciais em que seja parte um dos seus
membros e em que estejam em causa questões relacionadas
com o exercício da profissão, bem como garantir patrocínio
judiciário aos mesmos, em qualquer tipo de processo (Artigo
3º do EOCPC).
Compete ao Conselho disciplinar da Ordem instruir os
processos disciplinares, bem como propor as sanções a
aplicar, nos termos dos seus estatutos e do regulamento que
vier a ser aprovado para o efeito (Artigo 33º do EOCPC).
Dar parecer sobre as reclamações das entidades a quem
os membros da OCPCA prestem os seus serviços,
relativamente ao desempenho das suas funções (Artigo 33º
do EOCPC).
Proceder às averiguações que entenda necessárias, por
iniciativa própria ou mediante participação de outro órgão
da OCPCA ou de terceiros, tendentes a fiscalizar a actividade
dos seus membros em termos de observância dos princípios
técnicos e deontológicos da actividade (Artigo 33º do
EOCPC).
152

Seguro de Responsabilidade Civil


Profissional
As empresas de seguros garantem através do seguro de
responsabilidade civil a cobertura da responsabilidade, que
ao abrigo da lei civil possa ser imputada por actos por si
involuntariamente praticados, ou aqueles que lhe estão
ligados por laços familiares ou profissionais.
Garante a responsabilidade civil por danos provocados a
terceiros que sejam cliente, no exercício da sua profissão.
Enquadrado na Lei nº 1/00, de 3 de Fevereiro, Lei Geral
da Actividade Seguradora, no Anexo II - Nomenclatura dos
Ramos e Seguros em Angola, de acordo com referido anexo,
em Angola, os seguros classificam-se e estruturam-se, dentre
outros, em: III. Seguros de responsabilidade civil: 1.
Responsabilidade Civil Geral. 2. Responsabilidade Civil
Específica.

Caixa 8: Simulação de Seguro de Responsabilidade Civil

Ramo: Responsabilidade Civil Profissional


Data Início: 14-11-2019
Duração: Ano
Vencimento: 14-11-2020
Prémio Total Anual: 68.400,00 AKZ
Prémio Total Semestral: 34.200,00 AKZ
Prémio Total Trimestral: 17.100,00 AKZ
Empresa: Kanjaya, Lda.
Actividade: 74120 - Actividades de Contabilidade, Auditoria e
Consultoria
Cobertura: Responsabilidade Civil Geral
Capital: 1.000.000,00 AKZ
Franquia: 10% dos prejuízos indemnizáveis mínimo de 50.000,00 AKZ
Estimativa de facturação anual para anuidade 2019: 20.000.000,00 AKZ
Objecto: O presente contracto garante a responsabilidade civil
extracontratual resultante das actividades ou qualidades reguladas nas
Condições gerais e especiais ou outras expressamente indicadas nas
condições particulares
153

Caixa 9: Definições a que refere a Lei nº 1/00, de 3 de


Fevereiro, Lei Geral da Actividade Seguradora, o seu Anexo I

Beneficiário (do contracto): Pessoa singular ou colectiva definida


nas condições particulares a favor de quem reverte a prestação da
empresa de seguros, ou da mutua ou da cooperativa de seguros,
decorrente de um contracto de seguros.
Contracto de seguro: Convenção entre uma empresa de seguros e
uma pessoa singular ou colectiva, fixando o objecto e as condições de
seguro;
Empresa de seguros: Entidade legalmente autorizada a exercer a
actividade seguradora que subscreve, com o tomador de seguro, o
contracto de seguro. O mesmo conteúdo, para sociedades de seguros;
Prémio de seguro: Valor previamente pago pelo tomador de seguro,
mediante o qual, uma parte, a empresa de seguros se compromete, na
eventualidade de ocorrer um evento aleatório, a fornecer a outra parte
contratante, uma prestação em dinheiro ou serviço;
Tomador de seguro: Pessoa singular ou colectiva que, por sua conta
ou por conta de uma ou várias pessoas, celebra o contracto de seguro
com a empresa de seguros, sendo responsável pelo pagamento do
prémio.

Protecção na prestação de informação


As informações prestadas de boa fé no cumprimento das
obrigações ao abrigo da Lei nº 34/11 LCBCFT não constituem
violação de qualquer obrigação de segredo, imposto por via
legislativa, regulamentar ou contratual, nem implicam, para
quem os preste, responsabilidade disciplinar, civil ou
criminal (Artigo 18º da LCBCFT)
Os revisores oficiais de contas, técnicos de contas,
auditores, contabilistas, que exerçam actividade em
território angolano, estão sujeitos a aplicação da Lei nº 34/11
LCBCFT, determinado na alínea g) do seu artigo 3º.
Devem, por sua iniciativa, informar, de imediato a
Unidade de Informação Financeira ao abrigo do Artigo 13º da
LCBCFT:
 sempre que saibam,
 suspeitem
154

 ou tenham razões suficientes para suspeitar que


teve lugar,
 está em curso
 ou foi tentada uma operação susceptível de estar
associada à prática do crime de branqueamento de
capitais ou de financiamento do terrorismo
 ou de qualquer outro crime.
Não podem revelar ao cliente ou a terceiros, que
transmitiram as comunicações legalmente devidas ou que se
encontra em curso uma investigação criminal (Artigo 17º da
LCBCFT).

Sindicatos
Os direitos dos trabalhadores são reflexo directo, em
grande parte, das transformações no mundo do trabalho.
Apresentamos em síntese alguns marcos etnográficos
angolanos e algumas referências internacionais.
 Portaria nº 441/73, de 14 de Julho. Técnicos de Contas –
Exigia certificado de Inscrição sindical do requerente,
como requisito à inscrição de Técnico de Contas,
conforme nº 3, alínea d). Aprovada em de 14 de Julho de
1973. [revogado].
 Resolução nº 7/01, de 16 de Fevereiro. Convenção nº 87
sobre a liberdade sindical e a protecção do direito
sindical – Defesa dos interesses do trabalhador com vista
a melhorar as suas condições de vida. Aprovada em 17 de
Janeiro de 2001.
 Constituição da República de Angola de 2010 CRA –
Liberdade Sindical (Artigo 50º da CRA). Entrou em vigor
em 3 de Fevereiro de 2010.
 Dia do Contabilista Angolano. Não foi institucionalizado
nem se fazem comemorações.
 Lei nº 7/15, de 15 de Junho. Lei Geral do Trabalho LGT –
Visa garantir maior responsabilização e dignificação dos
sujeitos da relação laboral. Promulgada aos 4 de Junho de
2015.
155

 Organização Internacional do Trabalho OIT – com


finalidade principal na actuação legislativa internacional,
no campo do direito do trabalho. Em 1919, foi criada, a
Organização Internacional do Trabalho, na Conferência
de Paz que aprovou o Tratado de Versalhes.
 Declaração Universal dos Direitos Humanos DUDH –
contem alguns artigos relevantes para as relações de
trabalho. Em 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia
Geral das Nações Unidas, aprovou a Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
156

Funções do Contabilista
O exercício das funções de contabilidade e auditoria
constituem actividades de primordial importância para o
desenvolvimento político e económico nacional e para todos os
agentes económicos, nos quais se inclui o Estado, enquanto
entidade directamente interessada na informação financeira
produzida por esses profissionais relativamente às diversas
empresas.

Decreto Presidencial 232/10, de 11 de Outubro.

6.1. Conceitos, surgimento


Conceitos
Função, do latim funtio, de fungi: cumprir, conformar-se.
Em inglês function; francês fonction. No grego ergon.
Função segundo (Birou, 1978) é o exercício de um cargo,
de um emprego ou de uma atribuição, reconhecidos num
corpo social, para (Maximiano, 2007) é sua atribuição
específica, ou o conjunto de suas atribuições.
Portanto, a função é percebida como obrigação a
cumprir, papel a desempenhar, pelo indivíduo ou por uma
instituição; emprego, exercício, actualidade de um cargo.

Para (Abbagnano, 2007) o termo função, tem duas


significações fundamentais, operação e relação, no que se
refere a:

Operação: Platão, diz que a função dos olhos é ver, a função


dos ouvidos é ouvir, que cada virtude é uma função de
determinada parte da alma e que a função da alma, em seu
conjunto, é comandar e dirigir. Aristóteles afirma «a função
é o fim, e o acto é a função. Kant a unidade do acto de
157

ordenar diversas representações sob uma representação


comum. Durkheim definiu como a correspondência entre
uma instituição e as necessidades de um organismo social,
vale dizer, como a actividade pela qual uma instituição
contribui para a manutenção do organismo.

Para o mesmo autor, a segunda significação fundamental do


termo função é a:

Relação: Pierce afirma: «Dizer que uma quantidade é a


função dada de certas quantidades que valem como
argumentos significa dizer simplesmente que os valores
deles estão em dada relação com os valores dos
argumentos, ou que uma proposição dada é verdadeira em
todo o conjunto de valores de sua ordem. Dizer
simplesmente que uma quantidade é uma função. De certas
outras significa nada dizer, já que se pode dizer o mesmo
de cada conjunto de valores. Isso, todavia, não torna inútil
a palavra função, assim como dizer que um conjunto de
coisas que têm entre si alguma relação não torna inútil a
palavra relação.

Sobre o papel a desempenhar como função (Tamo,


2005) considera o conjunto de comportamentos que os
outros membros de uma organização esperam de uma
pessoa pelo facto de ele ter um determinado estatuto e
(Maximiano, 2007), corrobora, que papel é um conjunto
organizado de comportamentos que pertencem a uma função
ou posição.
Para (Abbagnano, 2007) o uso do conceito de função nas
ciências tende a suplantar o do conceito de causa, podendo
ser considerado equipolente ao uso do conceito de condição.
Expressa a interdependência dos fenómenos e permite a
determinação quantitativa dessa interdependência sem
pressupor ou assumir nada sobre a produção de um
fenómeno por parte de outro.
158

Surgimento
Em Angola, a função e ou funções do contabilista, a sua
origem encontra respaldo, na legislação, conforme abaixo
descrito:
Com a publicação da Lei 3/01, de 23 de Março, Lei do
Exercício da Contabilidade e Auditoria, veio instituir um novo
quadro legal do exercício de funções que coincidem
parcialmente com aquela que anteriormente se encontravam
cometidas aos técnicos de contas.
De acordo com o novo enquadramento socioprofissional
que é dado ao exercício das funções próprias dos
contabilistas e peritos contabilistas.
O Decreto Presidencial nº 232/10, de 11 de Outubro,
considerou que o exercício das funções de contabilidade e
auditoria constituem actividades de primordial importância
o que torna indispensável a tomada de medidas necessárias
para a regulamentação de tão importantes funções.

Principais tarefas e funções. CPA/97


[Vide ]

Caixa 10: Classificação da Profissão - Contabilista


Contabilistas (1-1).
Os trabalhadores pertencentes a este subgrupo
organizam e dirigem serviços de contabilidade e
organizam a verificação dos documentos de natureza
contabilística de empresas ou instituições.

Os trabalhadores classificam-se no seguinte grupo-base:

Contabilistas (1-10)
Os trabalhadores classificados neste grupo-base
organizam e dirigem os serviços de contabilidade.
As suas funções consistem em: dar conselhos sobre
problemas contabilísticos; organizar e efectuar a
159

verificação dos documentos de natureza contabilística


de empresas ou instituições; exercer outras funções
similares.

Contabilista (1-10.10)
Organiza e dirige os serviços de contabilidade e dá
conselhos sobre problemas de natureza contabilística a
empresa ou instituições:
Estuda a planificação dos circuitos contabilísticos
analisando os diversos sectores da actividade da
empresa, de forma a assegurar uma recolha de
elementos precisos com vista à determinação de custos
e resultados de exploração; elabora o plano de contas a
utilizar, tendo em vista o tipo de indústria ou comércio,
para a obtenção dos elementos mais adequados a gestão
económico- financeira e cumprimento da legislação
comercial e fiscal; supervisiona a escrituração dos
registos e livros de contabilidade, coordenando,
orientando e dirigindo os trabalhadores encarregados
dessa execução; fornece os elementos contabilísticos
necessários à definição da política orçamental e
organiza e assegura o controlo da execução do
orçamento; elabora ou certifica os balancetes e outras
informações contabilísticas a submeter à administração
ou a fornecer a serviços públicos para fins fiscais,
estatísticos ou outros; procede ao apuramento de
resultados dirigindo o encerramento das contas e o
respectivo balanço, que apresenta na forma devida e
assina; efectua os desdobramentos das contas de
resultados nos quadros necessários a uma clara
interpretação; elabora o relatório explicativo que
acompanha a apresentação de contas ou fornece
indicações para essa elaboração; efectua as revisões
contabilísticas necessárias verificando os livros ou
registos para se certificar da correcção da respectiva
escrituração.
Pode ser incumbido de fazer inquéritos ou
investigações, em caso de fraude presumida, ou de
participar como perito ou liquidatário em casos de
falência ou de liquidação de sociedades.
160

Auditor contabilista (1-10.20)


Organiza e efectua a verificação dos documentos e
registos de natureza contabilística de uma empresa ou
instituição, com vista a informar sobre a sua situação
financeira ou a certificar, perante a própria
administração, os accionistas, entidades financiadoras,
serviços públicos ou outras entidades, a veracidade dos
elementos fornecidos pela respectiva contabilidade:
Organiza o processo de verificação determinando os
pontos que necessitam de um controlo pormenorizado
e os que deverão merecer uma apreciação por simples
sondagem; analisa as cotas do balanço, verificando se os
respectivos valores têm base correcta, quer através de
documentos, quer pedindo informações a bancos,
clientes e fornecedores; verifica se a formação e
composição do capital, bem como os encargos sobre
quotas, estão de acordo com o acto de constituição;
consulta as actas da sociedade para se assegurar de que
a constituição das reservas está correcta e devidamente
fundamentada, para outras resoluções de interesse na
certificação das contas ou para outros fins; verifica a
constituição do activo imobilizado e observa se as
depreciações foram efectuadas de harmonia com a lei;
examina o custo de vendas, verificando se os gatos
directos ou indirectos estão correctamente
determinados e atendendo às exigências do inventário
anterior e às actuais, cujas quantidades e respectivos
valores assegura-se de que os gastos gerais estão
devidamente fundamenados e que apresentam o saldo
correcto; analisa a conta de «ganhos e perdas» mais
pormenorizado, explicando devidamente o significado
de diversos saldos, aconselhando sobre critérios de
classificação contabilística, deficiência de organização e
outros elementos que possibilitem uma melhor gestão.
Por vezes é chamado a fazer inquéritos ou investigações
por litígio entre sócios ou por suspeita de desvios, a
participar, como perito ou liquidatário, em casos de
falência ou de liquidação de sociedades e a prestar
informações de carácter fiscal.
161

Pode ser incumbido de elaborar planos de contas e


sistemas de custos.

Outros contabilistas (1-10.90)


Estão aqui incluídos os contabilistas que não estão
classificados em outra parte.
Fonte: CPA/97 Classificador de Profissões de Angola (INE,
1997), Decreto Executivo Conjunto nº 31/03 de 24 de Junho.

Funções estatutivas - OCPCA 2010


Como membro da Ordem, conforme (Artigo 41º do
EOCPC) compete exclusivamente a categoria profissional dos
Contabilistas o exercício das funções referidos no Quadro: 16.

Quadro: 16 Funções estatutivas dos Contabilistas


Funções Competência
Inerente:  Efectuar o processamento contabilístico das
transacções das entidades sujeitas ao Plano
Geral de Contabilidade ou Planos de
Contabilidade Sectórias, de acordo com o
normativo contabilístico aplicável;
 Zelar pela regularidade fiscal da forma e
registo das transacções;
 Assegurar o apuramento do Imposto de
Rendimento a pagar;
 Preparar as demonstrações financeiras de
acordo com os princípios contabilísticos
geralmente aceites;
Consultoria:  Exercer funções de consultoria em matérias
relacionadas com as habilitações que
possuam;
Docente:  Exercer funções de docência das matérias que
constituam objecto de exame da Ordem para
obtenção da qualificação de Contabilistas.
Outras:  Exercer as demais funções que por lei lhe
sejam atribuídas.
162

Como membro da Ordem, conforme (Artigo 73º do EOCPC)


compete exclusivamente a categoria profissional dos Peritos
Contabilistas o exercício das funções referidos no quadro abaixo.
Quadro: 17 Funções estatutivas dos Peritos Contabilistas
Funções Competência
Inerente:  Realizar auditorias impostas por lei;
 Realizar auditorias de natureza facultativa;
Consultoria:  Exercer funções de consultoria em matérias
relacionadas com as habilitações que
possuam;
Docente:  Exercer funções de docência das matérias que
constituam objecto de exame da Ordem para
obtenção da qualificação de Perito
Contabilista;
Outras:  Exercer as demais funções que por lei lhe
sejam atribuídas.

Funções da Lei do Exercício da


Contabilidade e Auditoria. 2011

Contabilista – (Artigo 1º da LECA)


A actividade profissional de contabilidade compreende:

 a preparação de demonstrações financeiras


decorrentes de imposição legal;
 a realização de outros tipos de trabalho a executar
por um contabilista decorrente de imposição legal.

Perito Contabilista – (Artigo 8º da LECA)


A actividade profissional de auditoria compreende:

 a realização de auditorias decorrentes ou não de


imposição legal e serviços relacionados;
 a realização de outro tipo de trabalho a executar por
um perito contabilista decorrente de imposição legal.
163

Principais tarefas e funções. CPA-


Rev.1/2016
Caixa 11 Classificação da Profissão CPA-Rev.1 - Contabilista
2 ESPECIALISTAS DAS ACTIVIDADES INTELECTUAIS E
CIENTÍFICAS
Compreende as tarefas e funções das profissões intelectuais
e científicas, com particular incidência nos domínios da
investigação, desenvolvimento e aplicação do conhecimento
humano (ciências físicas, naturais, sociais e humanas).

24 Especialistas em finanças, contabilidade, organização


administrativa, relações públicas e comerciais
Compreende as tarefas e funções dos especialistas em
finanças e contabilidade, em organização administrativa, em
vendas, marketing e relações públicas.

241 Especialistas em finanças e contabilidade


Compreende as tarefas e funções do contabilista, revisor
oficial de contas, consultor financeiro, de investimentos e
analista financeiro, com especial incidência na preparação e
organização de demonstrações financeiras e preparação de
relatórios de actividade, aconselhamento financeiro a
pessoas individuais ou empresas.

2411 Contabilista, auditor, revisor oficial de contas e similares


2411.0
Compreende as tarefas e funções do contabilista, auditor,
revisor de contas e similares que consistem,
particularmente, em:
 Planear, organizar e supervisionar sistemas de
informação contabilística
 Analisar registos contabilísticos e assegurar a sua
consistência com as normas
 Planear e implementar sistemas contabilísticos,
orçamentais e de controlo
164

 Preparar demonstrações financeiras, declarações


fiscais e apoiar reclamações junto das entidades
fiscais
 Preparar relatórios de planeamento e orçamento
 Proceder a inquéritos financeiros nos casos de
suspeita de fraude, falência ou insolvência
 Proceder a auditorias das demonstrações financeiras,
contas, documentos e registos contabilísticos, em
empresas e na Administração Pública
 Desenvolver e controlar sistemas que permitam
determinar o custo unitário de produtos e serviços.
Inclui, nomeadamente, técnico oficial de contas e
administrador de insolvências.
Não inclui:
 Director financeiro (1211.0)
 Técnico administrativo de contabilidade (3313.2)

2412 Consultor financeiro e de investimentos


2412.0
Compreende as tarefas e funções dos consultores financeiros
e de investimentos que consistem, particularmente, em:
 Desenvolver planos financeiros individuais ou para
organizações
 Construir base de clientes e gerir fundos por conta
destes
 Entrevistar clientes para determinar estatuto,
objectivo e grau de tolerância ao risco para o
desenvolvimento de planos financeiros e estratégias
de investimento
 Monitorizar o andamento dos investimentos e rever
planos baseados nas mudanças do mercado
 Recomendar a cobertura de um seguro adequado ao
perfil dos clientes.
Inclui, nomeadamente, gestor de conta bancária.

2413 Consultor financeiro e de investimentos


2413.0
Compreende as tarefas e funções do analista financeiro que
consistem, particularmente, em:
165

 Analisar informação financeira para efeitos de


negócios
 Analisar dados que possam afectar programas de
investimento (preços, rendimento, estabilidade,
conjuntura futura e influência económica)
 Recomendar o tipo de investimento e a melhor altura
para investir
 Determinar preços dos activos e compará-los com
outros da mesma natureza
 Preparar planos de acção para investimentos baseados
na análise financeira.
Fonte: CPA-Rev.1 Classificação de Profissões de Angola,
Revisão 1 (INE, 2016)

6.2. Direitos funcionais


Relativamente a quem prestam serviço (Artigo 63º do
EOCPC):
 obter os documentos, informações e demais elementos
de que necessitem, mesmo relativamente a terceiros;
 exigir a confirmação, por escrito, de qualquer instrução
que considerem necessária;
 ter assegurado que todas as operações ocorridas estão
devidamente suportadas e que lhe foram
integralmente transmitidas
 recusar emitir relatório, ou reservar a respectiva
opinião, sempre que para tal tenha fundamento ou
quando, no seu juízo independente, repute insuficiente
ou não lhe mereça confiança a informação que lhe é
prestada, de acordo o Artigo 1º, nº 3, do decreto nº
38/00, de 6 de Outubro.

Relativamente à OCPCA (Artigo 63º do EOCPC):


 recorrer à protecção da OCPCA, sempre que lhes sejam
cerceados os seus direitos ou lhes sejam postos
obstáculos impeditivos do regular exercício das suas
funções;
166

 beneficiar de assistência técnica e jurídica prestada


pelos gabinetes especializados da OCPCA;
 eleger e ser eleito para os órgãos da OCPCA;
 requerer a convocação da Assembleia Geral;
 examinar, nos prazos para tanto fixados, os livros da
OCPCA e os documentos relacionados com a sua
contabilidade;
 apresentar à OCPCA propostas, sugestões ou
reclamações sobre assuntos que julguem do interesse
da classe ou do seu interesse profissional.

6.3. Deveres funcionais


Relativamente a quem prestam serviço (Artigo 64º do
EOCPC):
 Aceitar a prestação de serviços para os quais tenham
capacidade profissional bastante, de modo a poderem
executá-los de acordo com as normas legais e técnicas.

Relativamente à OCPCA (Artigo 64º do EOCPC):


 contribuir para o prestígio da profissão,
desempenhando conscienciosa e diligentemente as
suas funções, e evitando qualquer actuação contrária à
dignidade da mesma.

6.4. Funções internas


Quer como como contabilista interno, quer como auditor
interno, no exercício das suas funções deve:

 nas sociedades comerciais, verificar se o aumento de


capital por incorporação de reservas, está a ser
realizado depois de aprovadas as contas do exercício
anterior à deliberação, se não estiverem vencidas todas
as prestações do capital inicial ou aumentado (Artigo
97º da LSC).
167

 nas sociedades comerciais, verificar, se já tiverem


decorrido mais de seis meses apos essa aprovação, a
existência de reservas a incorporar só pode ser
aprovada pelos sócios mediante a apresentação de um
balanco especial, organizado e aprovado nos termos
prescritos para o balanço anual (Artigo 97º da LSC).

 nas sociedades em anónimas, convocar a Assembleia


Geral dos Accionistas, nos casos especiais, o Conselho
Fiscal (Artigo 395º da LSC) só pode convocar a
Assembleia de Accionistas depois de, em vão, ter
requerido a convocação ao Presidente da Mesa da
Assembleia Geral, competindo-lhe, neste caso,
organizar e fixar a ordem de trabalhos com a
antecedência mínima de 30 dias em relação à data da
assembleia, deve-se realizar-se na sede da sociedade,
mas, se não tiver condições para a reunião, pode
escolher outro lugar dentro da mesma localidade ou,
não sendo possível, dentro da área de jurisdição do
tribunal provincial em que se situe a sede social (Artigo
397º da LSC).

 Os peritos contabilistas que tenham examinado as


contas da sociedade devem estar presentes na
Assembleia Geral Anual, dando cumprimento as suas
obrigações (Artigo 399º da LSC).

 As notificações ou declarações de um administrador


destinadas à sociedade devem ser dirigidas ao
Presidente do Conselho de Administração ou, se for
este a fazê-las, ao Conselho Fiscal, dando cumprimento
representação da administração e fiscalização (Artigo
427º da LSC).
168

6.5. Funções externas


O Contabilista independente e Auditor independente, no
exercício das suas funções, deve

1) Proceder a avaliação das entradas em espécie

 nas sociedades comerciais, verificar as entradas de


bens diferentes de dinheiro, devendo ser objecto de
relatório específico elaborado (Artigo 30º, nº 2 da LSC)
o referido relatório só pode ser utilizado para o fim a
que se destina, se tiver sido elaborado até noventa (90)
dias antes da data.

Caixa 12 Relatório de verificação de entrada dos sócios


Relatório a que se refere o artigo 30º, nº 4, LSC
a) Descrever os bens e avaliá-los, indicando os critérios
utilizados para a avaliação;
b) Identificar os titulares e a situação jurídica dos bens;
c) Declarar se os valores dos bens atingem ou não o valor
nominal da parte, quota ou acções atribuídas aos sócios que
efectuaram as entradas em espécie, acrescidos dos prémios
de emissão, se for caso disso ou da contrapartida a pagar
pela sociedade.
Luís Gonfulo 2020

2) Determinar a contrapartida da amortização da


participação social do sócio

 nas sociedades comercias, no caso, em que o


sócio se exonere em virtude de fusão (Artigo 109º, nº 2
da LSC), cisão (Artigos 109º e 120º) e transformação
(Artigo 136º, nº 2 da LSC); para amortização coerciva
(Artigo 256º da LSC) ou consentida (Artigo 257º da
LSC); sendo que o valor da amortização nunca pode ser
inferior ao valor real da participação social (Artigo
109º da LSC).
169

3) Integrar a comissão liquidatária da sociedade

 nas sociedades comerciais, requerer a inscrição da


dissolução no registo comercial (Artigo 145º, nº 3 da
LSC) deve ser publicada (Artigo 145º, nº 2) integram a
Comissão Liquidatária as sociedades de peritos
contabilistas ou de peritos contabilistas (Artigo 151º,
nº 5 da LSC).

 nas empresas com domínio público, podem, nos


termos da legislação aplicável às sociedades
comerciais (Artigo 68º da LBSEP)

4) Emitir parecer independente sobre a fusão, cisão ou


transformação

 nas sociedades comercias, nos casos, de fusão (Artigo


104º, nº 2 da LSC), cisão (Artigos 120º da LSC) e
transformação (Artigo 132º, nº 3 da LSC), pode ser um
único parecer de um contabilista ou perito contabilista
indicado em conjunto pelas sociedades participantes
(104º, nº 3 LSC)

5) Elaborar relatório para que o juiz proceda à


aprovação das contas que a sociedade não aprovou

 nas sociedades comercias, nos casos, em que as


contas não forem aprovadas ou forem rejeitadas pelos
sócios (Artigo 73º, nº 6 da LSC).

6) Examinar as contas para que o juiz proceda à


aprovação das contas que a sociedade não aprovou

 nas sociedades comercias, nos casos, em que as


contas não forem aprovadas ou forem rejeitadas pelos
sócios (Artigo 73º, nº 6 da LSC).
170

7) Fornecer demais informações para que o juiz


proceda à aprovação das contas que a sociedade não
aprovou

 nas sociedades comercias, nos casos, em que as


contas não forem aprovadas ou forem rejeitadas pelos
sócios (Artigo 73º, nº 6 da LSC).

8) Realizar as auditorias externas obrigatórias que a


lei impõe

 nas empresas públicas e empresas de domínio


público, devendo ser realizada por pessoa colectiva
(Artigo 25º da LBSEP)
 nas instituições financeiras, devendo ser realizada
por pessoa colectiva (Artigo 97º da LBSEP).

9) outras determinadas por lei

 nas sociedades por quotas, pode acompanhar o sócio,


que pessoalmente, na sede da sociedade, faça a
consulta da escrituração, livros ou documentos, bem
como tirar copias ou fotografias, nos termos do (Artigo
576º do Código Civil), para dar cumprimento, do
direito à informação, concretamente, o direito dos
sócios à informação (Artigo 236º, nº 6 da LSC).

 nas sociedades por quota, auditar a gestão, por


nomeação dos sócios que representem 10% do capital
social, e suportada as despesas por esses (Artigo 236
da LSC).

 nas sociedades em nome colectivo e em comandita,


acompanhar o sócio, assim como, os sócios
comanditados, que pessoalmente, na sede da
sociedade em nome colectivo, assim como, da
171

sociedade em comandita, respectivamente, façam a


consulta da escrituração, livros ou documentos, bem
como tirar copias ou fotografias, nos termos do (Artigo
576º do Código Civil), para dar cumprimento, do
direito à informação, concretamente, o direito dos
sócios à informação (Artigo 183º da LSC) e o direito
dos sócios comanditados à informação (Artigo 216º da
LSC).

 nas sociedades em anónimas, acompanhar o


accionista ou pessoa que possa representa-lo na
Assembleia Geral, que pessoalmente, na sede da
sociedade anónima, faça a consulta da escrituração,
livros ou documentos, bem como tirar copias ou
fotografias, nos termos do (Artigo 576º do Código
Civil), para dar cumprimento, do direito à informação,
concretamente, o direito dos sócios à informação
(Artigo 320 da LSC).

 nas sociedades anonimas, certificar o balanço


intercalar, elaborado com antecedência máxima de 30
dias, para autorização do órgão de fiscalização,
demonstrando a existência de importâncias
disponíveis para o efeito, para dar cumprimento, do
direito aos lucros, concretamente, adiantamento sobre
lucros no decurso do exercício (Artigo 329º da LSC).

 no Banco Nacional de Angola, assessoriamente, o


Conselho de Auditoria pode ser coadjuvado por
técnicos, especialmente designados ou contratados
para esse efeito ou por empresas especializadas em
trabalho de auditoria (Artigo 69º da LBNA).

 no Banco Nacional de Angola, as contas estão sujeitas


à auditoria externa anual, a ser realizada por uma
empresa de auditoria estabelecida em Angola,
172

seleccionada em concurso público. A empresa de


auditoria externa não pode exercer as referidas
funções por um período superior a quatro anos, findos
os quais só podem vir a ser, novamente, seleccionável
decorrido igual período (Artigo 73º da LBNA).

 nas Empresas Públicas de grande dimensão, sempre


que necessário e para o correcto desempenho das suas
funções, o Conselho Fiscal poderá, com o acordo do
Conselho de Administração, ser assistido por auditores
externos, sendo o respectivo custo encargo da empresa
(Artigo 2º, nº 3, do RCFEP).

6.6. Poderes em geral


Os poderes em geral, dos contabilistas, no exercício das
suas funções, enquanto membros do órgão de fiscalização
passam por obter informações e participar de reuniões da
sociedade.

1) Obter da administração ou de qualquer dos


administradores:
 a apresentação dos livros, dos registos e dos
documentos da sociedade, para exame e verificação
(Artigo 442º, nº 1, a) da LSC);
 informações ou esclarecimentos das operações,
actividades ou negócios da sociedade (Artigo 442º, nº
1, b) da LSC);
 as informações de terceiros sobre operações por conta
da sociedade (Artigo 442º, nº 1, c) da LSC);

2) Assistir às reuniões da administração,


 sempre que julguem conveniente (Artigo 442º, nº 1, d)
da LSC)
173

6.7. Poderes especiais


Os poderes especiais, dos contabilistas, no exercício das
suas funções, enquanto membros do órgão de fiscalização
passam por fiscalizar, certificar, emitir pareceres e
pronunciar-se sobre os assuntos da sociedade.

Fiscalizar
10) A administração da sociedade

 nas sociedades comerciais (Artigo 441º, nº 1, a) da


LSC); verificar se a actividade da administração
defende o interesse da sociedade (Artigo 69º da LSC);
levar em conta que o parecer favorável ou
consentimento do órgão de fiscalização não isentam a
administração de responsabilidade civil (Artigo 77º, nº
5 LSC);
 nas empresas do sector empresarial público, a
gestão (Artigo 50º a) da LBSEP);
 nas sociedades por quotas, apurar se a administração
da sociedade actua dentro das suas competências e
respeita as deliberações dos sócios (Artigo 272º e 282º
da LSC);
 nas sociedades anónimas, o mesmo que nas
sociedades por quotas (Artigo 393º e 425º da LSC);
 no Banco Nacional de Angola, acompanhar o
funcionamento do Banco Nacional de Angola e o
cumprimento das leis e dos regulamentos que lhe são
aplicáveis (Artigo 68º a) da LBNA).
 nas empresas públicas de grande dimensão,
fiscalizar o funcionamento da empresa, bem como o
cumprimento das normas reguladoras da actividade da
mesma (Artigo 2º nº 1, a) do RCFEP).
 nas empresas públicas de grande dimensão solicitar
a convocação extraordinária do Conselho de
174

Administração, sempre que o entenda necessário;


(Artigo 2º do nº 1 f) do RCFEP).

11) A legalidade da actividade social

 nas sociedades comerciais, de zelar pela observância


da lei e do contracto de sociedade (Artigo 441º, nº 1, b)
da LSC); pedir a declaração de nulidade (Artigo 62º da
LSC);
 nas empresas do sector empresarial público, o
cumprimento das normas reguladoras da actividade da
empresa (Artigo 50º a) da LBSEP);
 nas cooperativas, verificar o cumprimento da Lei, dos
estatutos e dos regulamentos (Artigo 79º f) da LC);

12) A actividade da Assembleia Geral

 nas sociedades comerciais, informar a Assembleia


Geral de qualquer deliberação nula (Artigo 62º, nº 1 da
LSC) ou anulável (Artigo 64º, nº 1 da LSC) detectada,
para que promova a sua renovação
 nas sociedades comercias, propor acção judicial com
vista à declaração de nulidade (Artigo 61º, nº 2 e 3 da
LSC) ou anulação (Artigo 64º, nº 2 da LSC) de uma
deliberação da Assembleia Geral.
 nas sociedades anónimas, convocar a Assembleia
Geral quando a gerência ou o presidente da mesa não o
faça (Artigo 441º, nº 1, h) LSC);
 nas sociedades por quotas, as mesmas disposições
correspondentes das sociedades anonimas (Artigo
276, nº 1, e 292º da LSC);
 nas cooperativas, requer a convocação da reunião
extraordinária nos termos da lei (Artigo 79º, d) da LC);

13) A regularidade dos registos contabilísticos


175

a) Livros e registos

 nas sociedades comerciais, a regularidade dos livros,


registos contabilísticos e documentos que lhes servem
de suporte (Artigo 441º, nº 1, c) da LSC); a extensão da
caixa e as existências de qualquer espécie de bens ou
valores (Artigo 441º, nº 1, d) da LSC); o balanço e a
demonstração de resultados (441º, nº 1, e) da LSC), os
critérios valorimétricos adoptados (441º, nº 1, f) da
LSC);
 nas empresas do sector empresarial público, a
contabilidade da empresa e proceder à verificação dos
valores patrimoniais (Artigo 50º, c) da LBSEP);
 nas cooperativas, as contas, saldos de caixa,
respectivos documentos, se existem títulos de valores
(Artigo 79º, a) e b) da LC)
 nas empresas públicas de grande dimensão,
certificar os valores patrimoniais pertencentes a
empresa ou por ela detidos, a título de garantia,
depósito ou qualquer outro título; (Artigo 2º, nº 1, b)
do RCFEP).
 nas empresas públicas de grande dimensão,
verificar se os critérios valorimétricos utilizados pela
empresa conduzem a uma correcta avaliação do
património e dos seus resultados; (Artigo 2º, nº 1, c) do
RCFEP).

b) Capital social

 nas sociedades comercias, se os sócios que diferiram


as suas entradas procederam a entrega dos valores à
sociedade (Artigo 8º, nº 2 da LSPCSC),
 nas sociedades comerciais, os sócios que diferiram as
suas entradas (Artigo 225º da LSC) e a falta de
liberalização de acções (Artigo 339º, 2, f) da LSC)
176

 nas cooperativas, o capital subscrito deve ser


integralmente realizado no prazo máximo de um (1)
ano (Artigo 35º, nº 3 da LC)
 nas instituições financeiras bancárias, a realização
de, pelo menos 50% do montante subscrito no acto de
constituição, e a realização integral, no prazo de seis
(6) meses, do capital diferido subscrito na constituição
ou no aumento (Artigo 16º, nº 3 da LBIF)

c) Acções/quotas próprias

 nas instituições financeiras bancárias só podem


adquirir se os estatutos expressamente autorizarem e
têm de comunicar a aquisição ao Banco Nacional de
Angola (Artigo 16º, nº 9 da LBIF) e é necessário
destacar no balanço: dedução na conta outras reservas,
pelo custo da operação (Aviso nº 1/05 do BNA)
 nas cooperativas, só podem adquirir títulos de
participação próprios em regime gratuito (Artigo 38º
da LC);
 nas sociedades comercias, a aquisição de quotas
próprias não integralmente liberalizadas, a título
gratuito (Artigo 243º da LSC), subscrição e aquisição
lícita (Artigo 338º a 373º da LSC).
a. só podem representar até 5% do capital social, mas
podem representar mais de 5% quando, por
exemplo, a aquisição seja feita a título gratuito, ou
seja, para redução do capital social (Artigo 339º, nº
2 da LSC)
b. a sociedade só pode usar para pagamento valores
quando tiver valores superiores ao da aquisição em
reservas livres (Artigo 339º, nº 3 e 243º, nº 2 da
LSC);
c. é necessária deliberação da assembleia geral (em
casos excepcionais, pode ser o conselho de
177

administração quem decide) (Artigo 341º e 343º da


LSC);
d. ou são vendidas: a sociedade não pode conceder
empréstimos para a sua aquisição (Artigo 344º, nº
1 da LSC)
e. a sociedade só pode manter acções próprias (10 %
capital social) até um máximo de 3 anos; se as
adquiriu ilicitamente, só as pode manter até 1 ano.
(Artigo 345º, nº 1 da LSC),
f. as acções devem ser extintas, se não forem
vendidas, nos prazos legais (Artigo 345º, nº 2 LSC);
g. as acções próprias não dão direito a voto nem
direito a lucros; só dão direito a receber novas
acções por aumento de capital por incorporação de
reservas (346º, nº 1, a) da LSC);
h. enquanto mantiver acções próprias, deve manter
uma reserva indisponível de valor igual ao valor
contabilístico das acções (346º, nº 1, b) da LSC);

d) Reserva legal

nas sociedades anónimas, se 5% dos lucros líquidos


de exercício são alocados à reserva legal, até que perfaça 20%
do capital social (Artigo 327º da LSC);
 nas empresas do sector empresarial público, se 5%
dos lucros líquidos de exercício são alocados à reserva
legal, até que perfaça 20% do capital social (Artigo 27º,
nº 1 da LBSEP);
 nas sociedades por quotas, se 5% dos lucros líquidos
de exercício são alocados à reserva legal, até que
perfaça 30% do capital social (Artigo 240º, nº 1 das
LSC);
 nas cooperativas, se 5% dos lucros líquidos de
exercício são alocados à reserva legal, até que perfaça
um valor igual ao capital social (Artigo 89º, nº 3 da LC);
178

 nas instituições financeiras bancárias, a cada


exercício devem constituir à reserva legal, não inferior
a 10% dos lucros líquidos apurados (Artigo 89º, nº 1
da LBIF).

14) Certificação das contas da sociedade

 nas sociedades comerciais, examina o relatório e


contas apresentados pelo conselho de administração
(Artigo 452º, nº 1 da LSC)
 nas sociedades comerciais, elabora um relatório
anual sobre a fiscalização efectuada, nos termos da
alínea g) do artigo 441º da LSC;
 nas sociedades comerciais, emitir um documento de
certificação legal das contas, com ou sem reservas, ou
uma declaração de recusa de certificação legal, ou uma
declaração de impossibilidade de certificação, nos
termos da lei (Artigo 452º, nº 3 da LSC)

Emitir parecer
O órgão de fiscalização ou o contabilista ou o perito
contabilista independente, emite pareceres sobre o aumento,
redução, perda do capital social e sobre os documentos de
prestação de contas, bem como, sobre os projectos de fusão,
cisão e transformação das empresas (Artigo 294º da LSC)

1) Prestação de contas

 nas empresas do sector empresarial público, sobre


os documentos de prestação de contas da empresa
(Artigo 50º, b) da LBSEP);
 no Banco Nacional de Angola, emitir parecer acerca
do orçamento e certificar as demonstrações
financeiras e respectivos anexos; (Artigo 68º b) da
LBNA).
179

 nas empresas públicas de grande dimensão, emitir


parecer sobre o relatório e contas do exercício
apresentados pelo Conselho de Administração; (Artigo
2º, nº 1, d) do RCFEP).

 nas empresas públicas de grande dimensão, emitir


parecer acerca do orçamento e das operações
financeiras externas da empresa; (Artigo 2º, nº 1, h) do
RCFEP).

 nas sociedades comerciais, dar parecer sobre o


relatório e contas apresentadas pela administração
(Artigo 441º, nº 1, g) da LSC);

 nas sociedades comerciais, proceder à todos exames


e verificações necessários à revisão e certificação legais
das contas, nos termos legais (Artigo 441º, nº 3 da
LSC);

 nas empresas do sector empresarial público, emitir


parecer sobre os documentos de prestação de contas
da empresa (Artigo 50º, b) da LBSEP)

2) Aumento do capital por incorporação de reservas

 nas sociedades comerciais,


a. é necessário que as contas do exercício findo
tenham sido aprovadas, e caso a aprovação tenha
mais de 6 meses é necessário elaborar um balanço
especial (Artigo 97º, nº 2 da LSC);
b. a deliberação da assembleia geral deve indicar
como aumentam as quotas ou as acções; as
quotas/acções próprias também aumentam (Artigo
97º, nº 4 e 98º da LSC);
180

c. o órgão de fiscalização deve emitir declaração em


como não se verificaram diminuições patrimoniais
na sociedade (Artigo 99º, nº 1 da LSC);

3) Aumento de capital por novas entradas em


dinheiro, deliberado pela administração

a. o órgão de fiscalização deve dar parecer favorável


(Artigo 454º, nº 2 da LSC);

4) Redução do capital social sem autorização


judicial

a. só para redução destinada à cobertura de perdas


(Artigo 101º, nº 3 da LSC);

5) Redução do capital social com autorização


judicial (Artigo nº 1487º do CPC)

a. Para libertação de excesso de capital (Artigo 100º,


nº 1, a) da LSC);
b. Por liberação das obrigações de entrada (Artigo 29º,
nº 1 da LSC);
c. Em caso de cisão simples, em que o valor do
património da sociedade cindida se torne inferior à
soma das importâncias do capital social e da reserva
legal (Artigo 123º, nº 1, a) da LSC);
d. Em caso de amortização de quotas/acções (Artigo
372º, nº 4 e 461º LSC
e. Por anulação de acções próprias (Artigo 372º, nº 4,
e 461º da LSC).

6) Perda de metade do capital

a. deve propor aos sócios, que a sociedade seja


dissolvida ou o capital social seja reduzido, a não ser
181

que os sócios se comprometam a efectuar, e


efectuem, nos 60 dias seguintes à à deliberação
novas entradas, em pelo menos, 2/3 a cobertura do
capital (Artigo 37º, nº 1 da LSC);

7) Projecto de Fusão

 nas sociedades comerciais, dar parecer (Artigo 104º,


nº 2 e 3 da LSC) fundamentado e incidido sobre a
adequação e razoabilidade da relação de troca das
participações sociais (Artigo 104º, nº 4 da LSC);
 Exigir das sociedades participantes as informações ou
documentos que julguem necessários (Artigo 104º, nº
5 da LSC);

8) Projecto de Cisão

 nas sociedades comerciais o projecto de cisão (Artigo


119º da LSC) é aplicável, com as necessárias
adaptações, no disposto relativamente à fusão (Artigo
120º da LSC).

9) Projecto de Transformação

 nas sociedades comerciais, o projecto de


transformação (Artigo 132º, nº 3, da LSC) à sua
fiscalização, aplica-se com as necessárias adaptações, o
disposto no artigo 104º e no nº 3 do artigo 105º da LSC.

Examinar
 nas empresas do sector empresarial público,
examinar a contabilidade e proceder à verificação dos
valores patrimoniais (Artigo 50º c) da LBSEP);
 no Banco Nacional de Angola, examinar a
escrituração, as casas-fortes e os cofres do Banco
182

Nacional de Angola sempre que o julgue conveniente,


com sujeição às inerentes regras de segurança; (Artigo
68º c) da LBNA).
 nas sociedades comerciais, proceder aos exames
indispensáveis, do projecto de fusão, dando
cumprimento das suas funções (Artigo 104º, nº 5 da
LSC);

Participar
 nas empresas do sector empresarial público, as
irregularidades de que tenha conhecimento aos órgãos
competentes (Artigo 50º d) da LBSEP);

Pronunciar-se
 nas empresas do sector empresarial público, sobre
qualquer assunto de interesse da empresa (Artigo 50º
e) da LBSEP);

 nas sociedades comerciais, requerer judicialmente a


nomeação ou destituição de liquidatários (Artigo 151º,
nºs 1, 3 e 4 da LSC)

 nas sociedades por quotas, cumprindo com dever de


prevenção, deve comunicar imediatamente à
sociedade por escrito, os factos que considere
reveladores de graves dificuldades na prossecução do
objecto social (Artigo 293º da LSC)

 no Banco Nacional de Angola, referir, ao Governador


ou ao Conselho de Administração, qualquer assunto
que entenda dever ser ponderado e pronunciar-se
sobre qualquer matéria que lhe seja submetida por
aqueles órgãos (Artigo 68º d) da LBNA).
183

 nas empresas públicas de grande dimensão,


pronunciar-se sobre quaisquer assuntos que lhe sejam
submetidos pelos órgãos de gestão da empresa; (Artigo
2º, nº 1, g) do RCFEP).

 nas empresas públicas de grande dimensão,


pronunciar-se sobre qualquer assunto de interesse
para a empresa; (Artigo 2º, nº 1, i) do RCFEP).

 nas empresas públicas de grande dimensão,


informar o Ministério das Finanças sobre quaisquer
assuntos importantes, que o órgão de gestão se recuse
a apreciar e corrigir. (Artigo 2º, nº 1, j) do RCFEP).

6.8. Funcionamento
Fiscal Único
1) Composição:

 para as sociedades comerciais, um (1) fiscal único e


um suplente (Artigo 432º, nº 1, b) da LSC).

 para os institutos públicos, um (1) fiscal único (Artigo


30º, nº 1 do RCFAEIP)

2) Personalidade e capacidade jurídica:

 têm de ser obrigatoriamente, peritos contabilistas ou


contabilistas (Artigo 433º, nº 4, da LSC), (Artigo 30º, nº
2 do RCFAEIP)

3) Só pode haver Fiscal Único, nos seguintes casos:

 determinados pelos estatutos das cooperativas (Artigo


78º, nº 2 da LC)
184

 determinados pelos estatutos das Empresas Públicas e


Empresas de Domínio Publico, nomeados por decisão
do Ministro responsável pelo Sector Empresarial
Público (Artigo 49º, nº 4, da LBSEP)
 em que, empresas públicas ou entidades legalmente
equiparadas ao Estado detenham a maioria do capital
social (Artigo 304º, nº 2 da LSC);
 em que, lei especial assim o determine (Artigo 315º, nº
2, c) da LSC);
 o capital social não seja superior, em kwanzas, a uma
quantia equivalente, a USD 50.000,00 (Artigo 315º, nº
2, b) da LSC);

4) Reuniões

 nas sociedades comerciais, o conselho fiscal deve


reunir, pelo menos, uma vez por trimestre, e sempre
que o presidente o entenda necessário (Artigo 441º, nº
1 da LSC)

 nas cooperativas, o órgão fiscal deve reunir, pelo


menos, uma vez por quadrimestre, quando o
presidente o convocar (Artigo 82º, nº 2 da LC)

5) As deliberações

 nas sociedades comerciais, as deliberações são


aprovadas por maioria, devem conter as opiniões
dissidentes e constar de acta lavrada, no respectivo
livro (445º, nºs 2 e 4 da LSC); o presidente do conselho
fiscal tem voto de qualidade (445º, nº 3 da LSC)

 nas empresas públicas de grande dimensão


o elaborar relatórios semestrais sobre a sua acção
fiscalizadora de acordo com o paradigma de
185

relatório4 e submetê-los à apreciação do Ministro


das Finanças, com conhecimento ao Ministro do
tutela (Artigo 2º, nº 1, e) do RCFEP).
o os membros do Conselho Fiscal devem proceder,
conjunta ou separadamente, a todos os actos de
verificação e inspecção que considerem necessários
para o cabal cumprimento das suas obrigações de
fiscalização (Artigo 2º, nº 4 do RCFEP).
o o membro do Conselho Fiscal que for técnico de
contas ou tiver formação contabilística deve, sem
prejuízo da actuação dos outros membros, proceder
a todos os exames e verificações contabilísticas
necessárias, além de exercer as demais acções
especificas do cumprimento das suas funções.
(Artigo 2º, nº 5 do RCFEP).

Conselho Fiscal
Conselho Fiscal é o órgão de fiscalização da empresa (Artigo
49º, nº 1, da LBSEP).

1) Composição:

 para as sociedades comerciais, três (3) ou cinco (5)


membros efectivos e dois (2) suplentes conforme se
estabelecer no contracto de sociedade (Artigo 432º, nº
1, a) da LSC).

 para as empresas públicas e empresas com domínio


público, três (3) membros, sendo um (1) Presidente e
dois (2) vogais, (Artigo 49º, nº 1, da LBSEP).

4O relatório do Conselho Fiscal tem como objectivo primordial a definição


dum sistema de informação padronizado e periódico que permita aos
Ministérios das Finanças e de tutela efectuar o acompanhamento e o controlo
macro--económico da empresa, bem como informar sobre o funcionamento
dos Conselhos Fiscais e a forma da sua coordenação (Anexo II, nº 1, do RCFEP).
186

 para as cooperativas, três (3) membros, sendo um (1)


Presidente e dois (2) vogais (Artigo 78º, nº 1 da LC),
determinados pelos estatutos podem estabelecer uma
composição mais alargada, desde que o número seja
impar (Artigo 78º, nº 2 da LC).
 para os institutos públicos, três (3) membros, sendo
um (1) Presidente e dois (2) vogais (Artigo 27º, nº 2 do
RCFAEIP)

2) Personalidade e capacidade jurídica:

 nas sociedades comerciais, podem as pessoas


singulares sendo accionistas ou não; as sociedades de
peritos contabilistas e as sociedades de advogados, um
dos membros tem de ser obrigatoriamente, perito
contabilista ou contabilista, mas não sócio da
sociedade (Artigo 433º, nºs 1, 2, 3 e 4, da LSC).

 nas cooperativas, se o conselho fiscal contar com


pessoas não membros, uma delas tem de ser
contabilista com pelo menos 12 meses de experiência
comprovada (Artigo 78º, nº 3 da LC)

6.9. Início das funções


Entendemos que o principio das funções, acontece em
razão da eleição, reeleição, nomeação, designação e
contratação.
Nos termos do Artigo 44º dos estatutos da OCPCA, o
inicio de funções do Contabilista, nas entidades sujeitas por
lei à preparação de demonstrações financeiras em
obediência às disposições do Plano Geral de Contabilidade ou
às disposições de planos sectórias específicos devem
comunicar, por meio de carta dirigida à OCPCA e assinada
igualmente por este:
187

 até 30 de Março de cada ano, ou


 nos 30 dias imediatos ao inicio da actividade
Caixa 13: Declaração sobre responsável pela prestação de
contas da empresa
KANJAYA, LDA
Telefone celular 932401223
E-mail: kanjaya.lda@outlook.com
Rua e Casa s/nº Maianga
Luanda - Angola

DECLARAÇÃO SOBRE RESPONSÁVEL PELA PRESTAÇÃO DE


CONTAS DA EMPRESA

Nós, Kanjaya, Lda, empresa com sede em Angola, Província de


Luanda, NIF 5417291358, alvará comercial E20170045,
conhecedores de:
 Artigo 44º dos Estatutos da OCPCA
 Ser conhecedores da Lei 3/01 da República de Angola – Artigo
2º - nº 2 e 3
Sabemos que temos que informar até 31 de Março de cada ano
quem é o técnico responsável pela prestação de contas da nossa
empresa às autoridades Angolanas.

Assim, informamos que o Técnico responsável pela prestação


das Contas da nossa empresa é Alfredo Israel, técnico inscrito na
OCPCA com o nº 20150638.

Por ser verdade fazemos esta declaração que vai assinada por
ambas as partes.

Kanjaya, Lda: Ka n ja ya

O Profissional: Al fr e do I sr a el

Luanda, 1 de Janeiro de 2020


Fonte: Modelo disponível em www.ocpcangola.org
188

Por Eleição
 nas sociedades comerciais, em assembleia geral pelo
período estabelecido no contracto (Artigo 436º, nº 1,
da LSC)

 designado ou eleito o presidente do conselho fiscal


deve ser feito expressamente no contracto de
sociedade (Artigo 436º, nº 3 da LSC)

Por Reeleição
 nas cooperativas, só é permitida a reeleição de 1/3
dos seus membros (rotatividade) (Artigo 54º, nº 2 da
LC),

Por nomeação
 judicialmente pelo tribunal, a pedido da
administração ou dos sócios (Artigo 437º, nº 1 da LSC).

 judicialmente a pedido da administração ou dos


sócios (Artigo 437º, nº 1, da LSC)

 judicialmente a pedido dos accionistas com pelo


menos 10% do capital (Artigo 438º, nº 1 da LSC)

 nas empresas públicas e empresas com domínio


publico, por despacho conjunto do Ministro
responsável pelo sector empresarial público, e do
Ministro das Finanças (Artigo 49º, nº 2 da LBSEP)
189

Por designação
1) Situações várias

 nas sociedades comerciais, é designado por


deliberação dos sócios, sendo contratados, apenas os
outros sócios que não efectuam aquelas entradas em
espécie (Artigo 30º da LSC).

2) Membros do órgão de fiscalização

 nas sociedades comerciais, pela primeira vez, no


contracto de sociedade (Artigo 436º, nº 1, da LSC)

 designado ou eleito o presidente do conselho fiscal


deve ser feito expressamente no contracto de
sociedade (Artigo 436º, nº 3 da LSC)

 no Banco Nacional de Angola, é designado pelo


Ministro das Finanças, três dos quais, (Artigo 66º, nº 1
da LBNA) um (1) perito contabilista (Artigo 66º, nº 2
da LBNA)

6.10. Cessação das funções


A cessação de funções de Contabilista deve ser
comunicada à Ordem, no prazo de 30 dias após a cessação do
contracto, por ambas as partes, no caso das entidades
sujeitas por lei à preparação de demonstrações financeiras
em obediência às disposições do Plano Geral de
Contabilidade ou às disposições de planos sectórias
específicos (Artigo 44º do EOCPC).

(OCPCA, 2018) conforme o principio de


confidencialidade, impõe a obrigação do Contabilista o dever
190

de confidencialidade e mantem-se mesmo após cessação de


funções profissionais.
Por infracção disciplinar, poderá aplicar-se a pena de
expulsão consiste no impedimento definitivo do Contabilista
ou Perito Contabilista exercer a sua função (Artigo 89º do
EOCPC).
Por infracção disciplinar, poderá aplicar-se a pena de
suspensão consiste no impedimento temporário do
Contabilista ou Perito Contabilista exercer a sua função
(Artigo 89º do EOCPC).

Por caducidade
1) Os membros do órgão de fiscalização e auditoria
perdem o cargo:

 por ser fixada no contracto de sociedade a duração do


mandato dos membros do órgão de fiscalização, a qual
não pode ser superior a quatro (4) anos (Artigo 435º
da LSC);

 por a designação e eleição serem feitas para o período


máximo de quatro (4) anos, sendo permitida a
reeleição (Artigo 436º, nº 2 da LSC);

 por sem motivo justificado, não assistirem, durante o


exercício social, a pelo menos duas reuniões do órgão
de fiscalização, ou não comparecerem a uma
Assembleia Geral (Artigo 443º, nº 4 da LSC)

 no Banco Nacional de Angola, exerce as suas funções


por um período de três anos, renovável por uma só vez,
por igual período (Artigo 67º da LBNA).
191

Por destituição
2) Os membros do órgão de fiscalização são destituídos:

 com justa causa (Artigo 440º, nº 1 da LSC), sempre


que não tenham sido nomeados judicialmente (Artigo
438ºda LSC).

 judicialmente pelo tribunal, a pedido da


administração ou dos sócios (Artigo 440º, nº 3 da LSC).

Por substituição
 por se encontrar temporariamente impedidos
(Artigo 439º da LSC)

6.11. Conflitos
(OCPCA, 2018) existe um conflito de interesses sempre
que um Perito Contabilista exerça funções de interesse
público, nos termos estabelecido no Estatuto da OCPCA, e,
simultaneamente, mantenha vinculo laboral com organismos
ou entidades públicas em que exerça funções de inspecção,
fiscalização tributária ou de supervisão pública. Devendo
resignar a uma delas e comunicar a sua escolha à OCPCA.

6.12. Incompatibilidades gerais


Determinadas pela Lei nº 3/12, de 13 de Janeiro – Lei de
Bases das Associações Públicas:

Regra geral, os estatutos das associações públicas devem


regular, nomeadamente, matérias sobre, incompatibilidades
no respeitante ao exercício dos cargos associativos (Artigo
13º, nº 1, f) da LBAP).
192

É incompatível entre si, o exercício das funções


executivas, disciplinares e de fiscalização em órgãos das
associações públicas (Artigo 21º, nº 1, da LBAP);
É ainda incompatível com o exercício de quaisquer
funções de direcção e chefia na função pública, se assim os
estatutos da associação o determinarem, e com qualquer
outra função com a qual se verifique um manifesto conflito
de interesses, o cargo de titular de órgão das associações
públicas profissionais (Artigo 21º, nº 2 da LBAP).

Determinadas pela Lei nº 3/01, de 23 de Março – Lei do


Exercício da Contabilidade e Consultoria:

O exercício da contabilidade e auditoria são


incompatíveis com as funções de Membro do Governo;
Governador e Vice-Governador Provincial; Governador e
Vice-Governador do Banco Nacional de Angola (Artigos 4º e
11º, nos seus nºs 1, e a), b) e c) da LECA).
Ainda incompatíveis com o exercício da actividade, são
qualquer que seja o regime adoptado, as actividades
consideradas como tal no estatuto da OCPCA (Artigos 4º e
11º, nos seus nºs 2, e a) da LECA) e; quaisquer outras que por
lei especial sejam ou venham a ser consideradas
incompatíveis com o exercício da contabilidade (Artigo 4º e
11º, nos seus nºs 2 b) da LECA)

Determinadas pelo Decreto Presidencial nº 232/10, de


11 de Outubro – Estatuto da Ordem dos Contabilistas e
Peritos Contabilistas:

O exercício da função de Contabilista é incompatível com


o exercício de quaisquer funções que, por lei ou
regulamentação ou ainda, de acordo o Código de Ética e
Deontologia, venham a ser consideradas como incompatíveis
(Artigo 71º do EOCPC).
193

Outras determinações

As funções de membro do Conselho de Auditoria são


acumuláveis com outras funções profissionais que se não
mostrem incompatíveis (Artigo 67º da LBNA).

6.13. Incompatibilidades específicas


Determinadas pelo Decreto Presidencial nº 232/10, de
11 de Outubro – Estatuto da Ordem dos Contabilistas e
Peritos Contabilistas:

Prevista, mas desde que com a aprovação da assembleia


Geral o sistema de limitação do exercício de actividades que
fixe, nomeadamente, o numero máximo de empresas a que os
Contabilistas podem prestar os seus serviços (Artigo 72º do
EOCPC).

Incompatibilidades que obstam para ser eleito ou designado


membro do Conselho Fiscal ou Fiscal Único:

nas sociedades comerciais,

 por estar a exercer ou ter exercido nos últimos três (3)


anos funções de administrador na sociedade (Artigo
434º, nº 1, a) da LSC);

 por integrar os órgãos de administração ou fiscalização


de uma sociedade que se encontre em relação de
domínio ou grupo com a sociedade fiscalizada (Artigo
434º, nº 1, b) da LSC);

 por prestar serviços com carácter permanente, por


exemplo, as sociedades de advogados e de peritos
contabilistas, à sociedade fiscalizada ou a sociedade
194

que com ela se encontre em relação de domínio (Artigo


434º, nº 1, d) da LSC);

 por exercer funções em empresas concorrentes (434º,


nº 1, e) da LSC);

 Ser familiar directo, até ao 3º grau na linha recta ou


colateral, dos membros dos órgãos de administração
ou fiscalização, dos prestadores de serviços, dos que
exerçam funções em empresas concorrentes (Artigo
434º, nº 1 f) da LSC);

 por estar inibido de exercer funções públicas ou


actividades comerciais (Artigo 434º, nº 1 g) da LSC);

 por ser contabilista e perito contabilista e sócio da


sociedade fiscalizada (Artigo 434º, nº 2 da LSC) e
(433º, nº 4 da LSC).

nas cooperativas,

 aplica-se o mesmo regime determinado às sociedades


comerciais (Artigo 58º da LC)

Incompatibilidades que obstam por ser gerente de empresa de


especialidade de contabilidade e/ou auditoria:

A gerência ou direcção das sociedades está atribuída, em


exclusivo, a Contabilistas ou Peritos Contabilistas inscritos
na Ordem (Artigo 83º, nº 1, a) do EOCPC), portanto, não pode
exercer, a título individual, funções comtempladas no
estatuto, com excepção da docência (Artigo 84º do EOCPC).
O Decreto nº 38/00, de 6 de Outubro, alterou o artigo 4º
do Decreto-Lei nº 49 381, de 6 de Novembro de 1969, e
introduziu a seguinte redacção, nº 2, aos membros do
Conselho Fiscal e técnicos da sociedade de peritos
195

contabilistas aplicam-se as causas de incompatibilidade e


inabilidade a que se referem as alíneas a) a f) do artigo 2º do
Decreto-Lei nº 49 381, de 23 de Julho de 1970.

6.14. Impedimentos
Determinadas pela Lei nº 3/12, de 13 de Janeiro – Lei de
Bases das Associações Públicas:

Por penas disciplinares, a interdição definitiva do


exercício da actividade (Artigo 36º da LBAP) aplicável a
interdição definitiva do exercício da actividade as infracções
que inviabilizam a manutenção da licença (Artigo 37º da
LBAP).
Em caso de aplicação de pena que tenha como efeito a
interdição do exercício da profissão, cessa imediatamente a
inscrição na associação pública profissional (Artigo 24º, nº 2,
da LBAP)

Determinadas pela Lei nº 3/01, de 23 de Março – Lei do


Exercício da Contabilidade e Consultoria:

Impedidos de exercer a actividade de contabilidade,


conforme, Artigo 5º da LECA:
a) quando tiverem sido expulsos de uma entidade por
inadequada conduta;
b) quando tiverem sido condenados, em Angola ou por
outro Estado, por roubo, fraude, falsificação,
perjúrio ou outros crimes dessa natureza;
c) se forem declarados incapazes ou interditos;
d) se forem declarados insolventes;
e) quando não respeitarem as demais condições
previstas no estatuto da Entidade Representativa
dos Contabilistas e dos Peritos Contabilistas;
196

f) quando se enquadrarem em outras situações


qualificadas por lei como impedimentos ao exercício
da contabilidade

Determinado pela Lei nº 1/04, de 13 de Fevereiro – Lei


das Sociedades Comerciais:

Por ter elaborado o relatório de verificação das entradas


de bens diferentes de dinheiro. O Contabilista independente,
não pode, durante dois (2) anos contados a partir da data da
celebração da escritura, exercer quaisquer cargos ou funções
profissionais na mesma sociedade ou em sociedades em
relação de domínio ou de grupo com a mesma (Artigo 30º, nº
3 da LSC).

6.15. Suspensão das funções


Por aplicação de penas disciplinares, nomeadamente,

 suspensão do exercício da actividade até seis meses


(Artigo 36º da LBAP) em caso de negligência grave ou
de grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres
profissionais (Artigo 37º da LBAP);
 suspensão do exercício da actividade por mais de seis
meses até um ano (Artigo 36º da LBAP) nos casos de
procedimento que atente gravemente contra a
dignidade e prestígio do profissional ou da respectiva
função liberal ou independente (Artigo 37º da LBAP).

6.16. Interdição do exercício das funções


Por aplicação de penas disciplinares, nomeadamente,
 interdição definitiva do exercício da actividade (Artigo
36º da LBAP) às infracções que inviabilizam a
manutenção da licença.
197

6.17. Fiscalização nas funções


Em tudo, o que se relacione com o exercício da função
dos membros da Ordem, compete a OCPCA, a fiscalização da
actividade dos respectivos membros, mediante a realização
de inspecções (Artigo 27º da LBAP).
Neste âmbito, compete a OCPCA:
 elaborar o regulamento das inspecções;
 determinar a realização de inspecções, através dos
serviços de inspecção da associação;
 designar os inspectores e proceder a distribuição dos
processos de inspecção;
 apreciar e decidir sobre as propostas e sugestões
constantes dos relatórios de inspecção;
 exercer competência disciplinar sobre os membros da
associação, nos termos e domínio que lhe sejam
cometidas por lei
Por sua iniciativa, a pedido de membro da associação, ou
ainda em consequência de participações ou de queixas, o
Titular do Poder Executivo ou o seu órgão auxiliar que
exerça, pode por delegação dos poderes a tutela determinar
a realização de inspecções (Artigo 28º da LBAP).

6.18. Exercício profissional


Nestes últimos desenvolvimentos fomos levados a
referir algumas condições teóricas, deontológicas e
metodológicas mais decisivas para uma prática
profissionalizada da contabilidade nas organizações.
É, por isso, justificável que se indique aqui a existência
em Angola da Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas
de Angola, que se propõe a defesa da classe.
Sabe-se, porém, como é ainda incipiente e precário o
reconhecimento que em Angola é feito às capacidades
profissionais dos contabilistas.
198

No entanto, é significativo que, ao longo dos últimos


anos, tenham vindo a ser implementadas disciplinas e
mesmo cursos da área de da contabilidade, em varias
universidades, públicas e sobretudo nas privadas.
Sendo assim, é previsível que aquele panorama
pessimista possa vir a alterar-se significativamente nos
próximos anos, para o que que terão de empenhar-se os
próprios profissionais, as academias, as organizações e a
administração pública.
Nesta perspectiva, pode fazer-se uma sequência e
sistematização das funções e competências do contabilista,
enquanto profissional.

Nas organizações
1) aconselhar sobre critérios de classificação contabilística,
deficiência de organização e outros elementos que
possibilitem uma melhor gestão;
2) analisar a conta de «ganhos e perdas» mais
pormenorizado, explicando devidamente o significado de
diversos saldos;
3) analisar as contas do balanço, verificando se os
respectivos valores têm base correcta, quer através de
documentos, quer pedindo informações a bancos,
clientes e fornecedores;
4) assessorar em diversas matérias, determinadas por lei
5) certificar os balancetes e outras informações
contabilísticas a submeter à administração ou a fornecer
a serviços públicos para fins fiscais, estatísticos ou
outros;
6) consultar as actas da sociedade para se assegurar de que
a constituição das reservas está correcta e devidamente
fundamentada, para outras resoluções de interesse na
certificação das contas ou para outros fins;
7) dar conselhos sobre problemas contabilísticos;
8) dirigir os serviços de contabilidade
199

9) efectuar as revisões contabilísticas necessárias


verificando os livros ou registos para se certificar da
correcção da respectiva escrituração.
10) efectuar os desdobramentos das contas de resultados nos
quadros necessários a uma clara interpretação;
11) Efectuar peritagem, análise e produção de relatórios
previstos na lei.
12) elaborar balanço especial, determinados por lei.
13) elaborar o plano de contas a utilizar, tendo em vista o tipo
de indústria ou comércio, para a obtenção dos elementos
mais adequados a gestão económico-financeira e
cumprimento da legislação comercial e fiscal;
14) elaborar o relatório explicativo que acompanha a
apresentação de contas
15) elaborar os balancetes e outras informações
contabilísticas a submeter à administração ou a fornecer
a serviços públicos para fins fiscais, estatísticos ou
outros;
16) elaborar planos de contas e sistemas de custos.
17) emitir declaração em como não se verificaram
diminuições patrimoniais na sociedade, determinados
por lei;
18) Estudar a planificação dos circuitos contabilísticos
analisando os diversos sectores da actividade da
empresa, de forma a assegurar uma recolha de elementos
precisos com vista à determinação de custos e resultados
de exploração;
19) examinar o custo de vendas, verificando se os gatos
directos ou indirectos estão correctamente
determinados e atendendo às exigências do inventário
anterior e às actuais, cujas quantidades e respectivos
valores assegura-se de que os gastos gerais estão
devidamente fundamenados e que apresentam o saldo
correcto;
20) exercer outras funções similares.
200

21) fazer inquéritos ou investigações por litígio entre sócios


ou por suspeita de desvios,
22) fazer inquéritos ou investigações, em caso de fraude
presumida;
23) fornecer indicações para elaboração do relatório
explicativo que acompanha a apresentação de contas
24) fornecer os elementos contabilísticos necessários à
definição da política orçamental
25) Informar ou certificar sobre a sua situação financeira,
perante a própria administração, os accionistas,
entidades financiadoras, serviços públicos ou outras
entidades, a veracidade dos elementos fornecidos pela
respectiva contabilidade.
26) organizar e assegurar o controlo da execução do
orçamento;
27) organizar e efectuar a verificação dos documentos de
natureza contabilística de empresas ou instituições;
28) organizar e efectuar a verificação dos documentos e
registos de natureza contabilística de uma organização,
29) organizar o processo de verificação determinando os
pontos que necessitam de um controlo pormenorizado e
os que deverão merecer uma apreciação por simples
sondagem;
30) organizar os serviços de contabilidade
31) participar como perito ou liquidatário em casos de
falência ou de liquidação de sociedades.
32) participar, como perito ou liquidatário, em casos de
falência ou de liquidação de sociedades
33) prestar informações de carácter fiscal.
34) Prestar serviço de auditoria num cliente, numa entidade
de interesse publico, um trabalho de garantia de
fiabilidade num cliente que não é de auditoria.
35) proceder ao apuramento de resultados dirigindo o
encerramento das contas e o respectivo balanço, que
apresenta na forma devida e assina;
201

36) supervisionar a escrituração dos registos e livros de


contabilidade, coordenando, orientando e dirigindo os
trabalhadores encarregados dessa execução;
37) verificar a constituição do activo imobilizado e observa
se as depreciações foram efectuadas de harmonia com a
lei;
38) verificar se a formação e composição do capital, bem
como os encargos sobre quotas, estão de acordo com o
acto de constituição;

Noutros desempenhos profissionais do


contabilista
Para além das organizações acima consideradas,
podemos enumerar mais as seguintes possibilidades de
exercício profissional do contabilista, as quais resultam
logicamente de adequadas adaptações das funções atras
indicadas:

39) nas autarquias locais.


40) no ensino e formação.
41) na Administração Pública, independentemente das
instituições dela dependentes, trata-se aqui da função de
tutela e enquadramento técnico-jurídico típica da
Administração Pública.
42) na investigação contabilística.
43) no exercício de profissão liberal, realizando estudos de
situação e prospectivos, consultoria, diagnósticos,
projectos, acompanhamento de acções de
experimentação tributaria-fiscal, financeira, económica.

No desenvolvimento da cultura empresarial em


Angola
202

44) adaptar à realidade empresarial e cultural às práticas


empresariais internacionais às angolanas.
45) ajudar as empresas que forem sendo criadas, a serem
financeiramente bem geridas, assegurando a sua
sustentabilidade, tanto em tempos auspiciosos como em
tempos de crise
46) contribuir com os saberes para a realidade a
diversificação da economia em Angola
47) dar apoio técnico especializado aos empreendedores e ao
empreendedorismo real evidenciando verdadeiros
empresários angolanos;
48) desenvolver a cultura empresarial angolana em todos os
sectores público e privado;
49) exercer com legitimidade as funções de contabilidade e
auditoria.
50) incutir responsabilidade social nas empresas, com vista a
trazer desenvolvimento económico e benefícios globais.
51) influenciar a mudança de mentalidades junto dos
empreendedores, empresários e gestores de
organizações;
52) influenciar os gestores para boas práticas de
contabilidade e de fazer negócios;
53) preocupar-se com os princípios de transparência,
independência e prestação de contas;
54) preparar-se para actuar no mercado accionista e
enfrentar novos mecanismos de financiamento;
55) promover a credibilidade das empresas angolanas como
parceiros investidores, apostados na sua
internacionalização com a implementação das regras de
boa governação;
56) ter atenção aos conflitos de interesses que urgem nas
sociedades comerciais entre quem é titular do capital e
quem é administrador;
203
204

Organizações relacionadas à
Profissão Contabilística
A redução das funções do Estado permitiu a emergência do
terceiro sector, um conjunto diverso de grupos e organizações
sociais que são privadas, mas não visam fins lucrativos e
perseguem objectivos públicos ou colectivos, numa multiplicidade
de formas (...).
(Pacheco, 2011, p. 179)

Entendemos, ser de especial relevância, levar ao


conhecimento as organizações, quer nacionais, quer
estrangeiras, que de algum modo, estão relacionadas com a
actividade contabilística em Angola.
Destacamos, que o objectivo principal do Programa de
Mandato para o Triénio 2018 – 2020, para a OCPCA, visa seu
fortalecimento institucional, com parcerias internacionais
idóneas reconhecidas, a constituição de parcerias
estratégicas com instituições congéneres reconhecidas sobre
a profissão e o fortalecimento de parcerias com o Estado,
Tribunais, Instituições de Ensino, Associações de Sectores de
negócios, reguladores económicos, organizações congéneres
(Ordem dos Contabilista e Peritos Contabilistas de Angola,
2017).
Constitui ainda, o objectivo da OCPCA, colaborar, com
quaisquer entidades nacionais ou estrangeiras, no fomento e
realização de estudos, investigação e trabalhos que visem o
aperfeiçoamento de assuntos de natureza contabilística e
fiscal; propor às entidades legalmente competentes medidas
relativas à defesa da classe profissional e dos seus interesses
(Artigo 3º do EOCPC).
Constitui, também, objectivo da OCPCA a sua filiação em
organismos internacionais da área da sua qualidade, e fazer-
se representar e ou participar em congressos, reuniões
manifestações de caracter técnico ou científico.
205

Órgão reitor
OCPCA: ORDEM DOS CONTABILISTAS E PERITOS CONTABILISTAS
DE ANGOLA

Pessoa colectiva de direito público, de âmbito nacional,


dotada de personalidade jurídica e autonomia
administrativa, financeira e patrimonial, à qual compete
representar e defender os interesses profissionais dos seus
membros e a dignidade e prestígio da função, bem como
superintender em todos os aspectos relacionados com o
exercício da profissão (Artigo 1º do EOCPC).
No âmbito da fiscalização, compete à OCPCA, a
fiscalização da actividade profissional dos respectivos
membros, mediante a realização de inspecções, em tudo o
que se relacione com o exercício da função dos membros da
associação (Artigo 27º da LBAP).
A OCPCA, para prossecução do seu papel de Órgão Reitor
e orientador da actividade profissional de Contabilidade e
Auditoria, se compromete a tomar de determinadas acções,
de forma mais abrangente, relativamente a orientação
metodológica com as entidades públicas e entes privados.

Organismos nacionais
MINFIN: MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Departamento Ministerial que tem a missão de propor a


formulação, conduzir, executar e avaliar a política financeira
do Estado, promovendo a gestão racional dos recursos
financeiros e patrimoniais públicos e o equilíbrio interno e
externo das contas públicas, bem como a Inspecção Geral e
fiscalização das finanças públicas.
Atribuições genéricas: elaborar propostas de normas e
regulamentos que regem a Contabilidade Pública; tutelar as
actividades de contabilidade e auditoria empresariais;
realizar inspecções e auditorias analíticas à actividade
206

financeira de qualquer instituição, organismo, ou entidade


pública ou privada (Decreto Presidencial nº 299/14, de 4 de
Novembro).
As relações da OCPCA com o Ministério das Finanças far-
se-ão por intermédio dos órgãos com competência específica
para as matérias a tratar (Artigo 102º do EOCPC).
DNCP: DIRECÇÃO NACIONAL DA CONTABILIDADE PÚBLICA

Serviço executivo responsável pelo Sistema


Contabilístico do Estado, nomeadamente quanto às funções
de orientação, registo e controlo da execução orçamental,
financeira e patrimonial, pela elaboração da Conta Geral do
Estado, que compreende as contas dos Órgãos da
Administração Central e Local do Estado, da Segurança Social
e de todos os Serviços e Fundos Autónomos e as contas
consolidadas do Sector Empresarial Público.
Compete, especificamente, o seguinte:
 estabelecer normas e procedimentos contabilísticos
para o registo dos actos e factos que decorrem da
gestão orçamental, financeira e patrimonial do
Estado;
 instituir e manter actualizado o Plano de Contas do
Estado;
 prestar o apoio técnico necessário aos organismos
integrantes do Sistema Contabilístico;
 promover a realização da Contabilidade Geral do
Estado, em conjunto com os órgãos sectoriais do
Sistema Contabilístico do Estado;
 acompanhar as actividades contabilísticas das
unidades englobadas no Sistema Integrado de
Gestão Financeira do Estado e atender às
necessidades operacionais dos utilizadores do
Sistema;
 avaliar a consistência dos dados orçamentais,
financeiros e patrimoniais;
207

 manter o controlo dos responsáveis pelos registos


dos dados;
 analisar e avaliar os relatórios de contas das
entidades do Estado, assim como de outros
organismos que beneficiem de qualquer tipo de
dotação do Orçamento Geral do Estado;
 definir os procedimentos quanto à integração dos
dados dos balancetes e balanços dos órgãos da
Administração Pública que possam não estar
integrados no Sistema Integrado de Gestão
Financeira do Estado;
 Instituir e manter actualizado o Manual de
Contabilidade do Estado;
 Elaborar e divulgar balancetes, balanços e outras
demonstrações contabilísticas resultantes da
gestão orçamental, financeira e patrimonial das
entidades da Administração Pública;
 Produzir informações contabilísticas para a
gerência e a consequente tomada de decisão;
 Elaborar o balancete e relatório trimestral da
execução do Orçamento Geral do Estado;
 Registar para efeitos de contabilização de todas as
doações e ajudas internacionais ao Estado;
 Propor as inspecções necessárias resultantes dos
processos de verificação;
 Elaborar a Conta Geral do Estado.
A DNCP, ao abrigo do Decreto Executivo nº 82/78, de 12
de Dezembro, fazia a inscrição e registo de Técnico de Contas.
Realidade alterada com a instituição da OCPCA.
Compete ao órgão central acompanhar as actividades
contabilísticas dos órgãos integrados no aplicativo
informático do Sistema Integrado de gestão Financeira do
Estado e atender as necessidades operacionais dos
utilizadores, bem como identificar e promover acções de
formação (Artigo 8º f) do Decreto nº 36/09, de 12 de Agosto,
Regulamento do Sistema Contabilístico do Estado.
208

MED: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Departamento Ministerial Auxiliar do Titular do Poder


Executivo que, tem como missão definir, propor, conduzir,
executar e controlar a política pública, público-privada e
privada, referente ao Sistema de Educação e Ensino (Decreto
Presidencial nº 17/18, de 25 de Janeiro).
Tem as seguintes atribuições:
 Assegurar a definição, direcção e coordenação da
execução da política educativa, através dos seus
órgãos e serviços, bem como das demais
instituições de ensino;
 Conceber e propor políticas referentes ao Sector,
visando a qualidade da educação e ensino, a
valorização do professor, a expansão e consolidação
da rede escolar;
 Promover a implementação de programas e
procedimentos em matéria de educação e ensino;
 Fiscalizar a correcta aplicação da política educativa
e das estratégias definidas pelo Executivo em todos
os órgãos e instituições públicas, público-privadas e
privadas;
MESCTI: MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Órgão auxiliar do Presidente da República e Titular do


Poder Executivo que tem por missão conceber, formular,
executar, monitorizar, fiscalizar e avaliar as políticas públicas
e programas sectoriais do Governo, nos domínios do ensino
superior, ciência, tecnologia e inovação. Tem as seguintes
atribuições:
 Propor e coordenar a implementação das políticas
do Governo nos domínios do Ensino Superior,
Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como conceber
o modo de organização, financiamento, execução,
acompanhamento e avaliação das actividades de
209

ensino, investigação cientifica, desenvolvimento


tecnológico e inovação e extensão;
 Promover o desenvolvimento, a modernização, a
qualidade, a excelência, a competitividade e
proceder à avaliação interna e externa das
instituições afectas ao Subsistema de Ensino
Superior, bem como do Sistema Nacional de Ciência,
Tecnologia e Inovação;
 Estimular e apoiar a formação graduada e pós-
graduada e a qualificação de recursos humanos em
áreas prioritárias para o desenvolvimento
socioeconómico do País;
 Promover, estimular e apoiar o estabelecimento de
parcerias entre instituições de ensino superior, de
investigação científica e de desenvolvimento
tecnológico com as suas congéneres nacionais e
estrangeiras;
AGT: ADMINISTRAÇÃO GERAL TRIBUTÁRIA

Foi criada a Administração Gral tributária,


concretizando-se um dos objectivos preconizados nas Linhas
Gerais do Executivo para a Reforma Tributária, aprovados
pelo Decreto Presidencial nº 50/11, de 15 de Março.
Dentre outras, compete a Direcção do Imposto sobre o
Valor acrescentado, prestar todo esclarecimento necessário
no âmbito do dever de colaboração com a Ordem dos
Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola, nas matérias
do IVA (Artigo 35º B do Decreto Presidencial nº 215/19 de
15 de Julho).
MAPTSS: MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, TRABALHO
E SEGURANÇA SOCIAL

Órgão auxiliar do Titular do Poder Executivo ao qual


compete conceber, propor, coordenar, executar e fiscalizar as
políticas públicas e os programas sectoriais nos domínios da
Administração Pública, Administração do Trabalho e
210

Segurança Social (Decreto Presidencial nº 182/14, de 28 de


Julho).
Tem as seguintes atribuições:
No domínio da Administração Pública: velar pela
valorização e dignificação dos recursos humanos através de
políticas públicas e programas de formação e
aperfeiçoamento profissional;
No domínio da Administração do Trabalho: propor a
definição de políticas e programas fundamentais no âmbito
da formação profissional;
No domínio da Segurança Social: propor a definição de
políticas públicas no âmbito da protecção social obrigatória;
INEFOP: INSTITUTO NACIONAL DE EMPREGO E FORMAÇÃO
PROFISSIONAL

Instituto público dotado de personalidade jurídica e de


autonomia administrativa, financeira e patrimonial a quem
compete assegurar a execução da política de emprego e de
formação profissional definida e aprovadas pelo Governo
(Decreto nº 34/98, de 2 de Outubro).
São atribuições genéricas do INEFOP assegurar a
execução das políticas de emprego e formação profissional a
nível nacional.
BNA: BANCO NACIONAL DE ANGOLA

É uma pessoa colectiva de direito público, dotada de


autonomia administrativa, financeira e patrimonial (Artigo
1º da LBNA). Como banco central e emissor, tem como
principal atribuição e outras funções, assegurar a
preservação do valor da moeda nacional e participar na
definição das políticas monetária, financeira e cambial; a
execução, o acompanhamento e o controlo das políticas
monetária, cambial e de crédito, a gestão do sistema de
pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da
política económica do País (Artigo 3º da LBNA).
211

INE: INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICAS

Órgão Executivo Central do Sistema Estatístico Nacional


(SEN), a quem cabe a produção e difusão de informação
estatística oficial de interesse geral para o País.
O INE é uma pessoa colectiva de direito público, do
sector económico ou produtivo, dotada de personalidade
jurídica e de autonomia técnica, administrativa, financeira e
patrimonial, integra a administração indirecta do Estado e
visa a dinamização, coordenação da recolha, tratamento e
difusão da informação estatística oficial nacional (Decreto
Presidencial nº 27/17, de 22 de Fevereiro).
Tem as seguintes atribuições:
 Planificar, recolher, processar, apurar, analisar,
difundir e coordenar os dados estatísticos oficiais;
 Produzir dados estatísticos e prestar serviços
estatísticos que permitam satisfazer, em termos
economicamente viáveis, outras necessidades dos
utilizadores públicos ou privados, nacionais ou
estrangeiros,
 Efectuar inquéritos, recenseamentos e outras
operações estatísticas;
 Aceder, para fins exclusivamente estatísticos, à
informação individualizada relativa às Empresas
Públicas, Empresas Privadas, Cooperativas,
Instituições do Crédito, Comerciantes, Sociedades em
Nome Individual e outros Agentes Económicos,
recolhida no quadro da sua missão pela administração
pública, central, provincial ou local ou pelas
instituições de direito privado concessionárias de um
serviço Público.
TC: TRIBUNAL DE CONTAS

O Tribunal de Contas é o órgão supremo de fiscalização


da legalidade das finanças públicas e de julgamento das
contas que a lei sujeitar à sua jurisdição (Artigo 182º da CRA).
212

O Tribunal de Contas fiscaliza a legalidade das finanças


públicas e julga as contas que a lei sujeite à sua jurisdição.
Esta estende-se por todo o território nacional e aos serviços
do Estado no estrangeiro.
A história do surgimento do Tribunal de Contas, como
órgão de fiscalização das finanças públicas, remonta ao ano
de 19717, com o Decreto nº 3621, de 28 de Novembro, que
criou um Tribunal Privativo que julgava diferendos de
natureza administrativa, fiscal e de contas, denominando-se,
entretanto, Tribunal do Contencioso e de Contas.
IGAE: INSPECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO

É o órgão auxiliar do Titular do Poder Executivo para a


inspecção, auditoria, controlo e fiscalização da actividade nos
serviços ou entidades. Coordena o Sistema de Controlo
Interno da Administração Pública, e é dotada de autonomia
funcional, administrativa e patrimonial (Artigo 1º do
EOIGAE).
No quadro da luta contra a fraude e a corrupção, tem
como, uma das atribuições específicas, realizar auditorias,
inquéritos, averiguações, sindicâncias, exames fiscais e
demais exames, nos Órgãos da Administração Directa e
Indirecta do Estado, bem como das administrações
autónoma e independente, Organismos e Serviços da
Administração Central e Local do Estado, incluindo as
Missões Diplomáticas e Consulares da República de Angola
no exterior (Artigo 6º do EOIGAE).

CNNCA: COMISSÃO NACIONAL DE NORMALIZAÇÃO DA


CONTABILÍSTICA DE ANGOLA

Decreto Presidencial nº 65/19 estabelece as normas


para a criação e institucionalização do Conselho Nacional de
Normalização Contabilística de Angola.
O CNNCA é um órgão público de natureza consultiva,
dotado de autonomia técnica e administrativa, no qual estão
representados, à nível nacional, as entidades públicas e
213

privadas interessadas, no domínio da contabilidade, que tem


como missão emitir pareceres e recomendações, bem como
propor normas contabilísticas para o sector empresarial e
sector público com vista a uma harmonização com as
melhores práticas internacionais.
Conforme relato em entrevista do Dr. Júlio Sampaio, “As
acções de normalização (embora de forma não sistemática)
que tivemos no passado, estavam muito dependentes de
iniciativas de pendor fiscal. Ainda bem que assim foi, pois se
não houvesse a iniciativa do Ministério das Finanças em se
preocupar com este assunto no passado, não teríamos agora
as bases para a normalização que rapidamente se avizinha”
(Ordem dos Contabilistas e peritos Contabilistas de Angola,
2017)
A proposta da constituição da comissão é uma iniciativa
da própria da Ordem (Ordem dos Contabilistas e peritos
Contabilistas de Angola, 2017)
Na generalidade dos países existe um organismo que
tem por objectivo emitir normas e estabelecer
procedimentos contabilísticos harmonizados,
designadamente com as normas internacionais ou
supranacionais da mesma natureza.

Organizações internacionais
FINANCIAL ACCOUNTING STANDARD BOARD / IASB

O IASB (Almeida, Miranda, Nogueira, Silva, & Pinheiro,


2017) pode ser definido como um organismo independente
emissor de normas e interpretações contabilísticas e de
relato financeiro de abrangência internacional, criado em
2001 a partir da reestruturação do International Accounting
Standard Committee (IASC)
214

PAFA: FEDERAÇÃO PAN-AFRICANA DE CONTABILISTAS


(FPAC)
PAN AFRICAN FEDERATION OF ACCOUTANTS (PAFA)

Organismo regional que tem como objectivo representar


os contabilistas profissionais africanos com uma e audível
voz, particularmente na relação com a Federação
Internacional de Contabilistas (IFAC).
O Conselho do PAFA identificou os seguintes objectivos
estratégicos fundamentais:
 Organizações Profissionais de Contabilidade fortes e
sustentáveis— construir organizações profissionais de
contabilidade fortes e sustentáveis em cada país
africano, reconhecendo-as como estando a contribuir
para os profissionais a nível nacional, o
desenvolvimento económico e social e que
demonstrem a sua conformidade com as Declarações
de Obrigações dos Membros da Federação
Internacional de Contabilistas do (IFAC SMOs).
 Normas Internacionais e melhores práticas—
influenciar, adoptar e aplicar e facilitar as normas
internacionais e as melhores práticas em cada país
membro do PAFA, trabalhando de forma coerente com
IFAC SMOs e orientações comuns conforme exigido
pela profissão contabilística em África por forma a
melhorar a qualidade dos relatórios financeiros para
uma melhor tomada de decisões.
 Sector-Público— facilitar a contribuição da profissão
contabilística para o reforço de sistemas gestão das
finanças públicas (PFM) a fim de alcançar a disciplina
fiscal, alocação eficaz e efectiva e prestação de serviço
aos cidadãos, assim acrescentado valor ao seu
dinheiro.
 Cooperação Regional — reforçar uma abordagem
comum de trabalho que facilita a partilha de
conhecimentos, recursos e de experiências.
215

 Liderança de Pensamento— engajar-se na geração de


conhecimento de ponta e soluções sobre questões do
futuro que terão impacto na economia, sociedade e a
profissão.
Os primeiros três objectivos estratégicos representam
os principais pilares de uma profissão contabilista forte em
África: Desenvolvimento da PAO— para alcançar uma forte e
sustentável PAO; Normas e Técnicas — concentrar-se sobre
a adopção e aplicação de normas internacionais e melhores
práticas; Gestão Financeira Pública— para contribuir para o
fortalecimento de sistemas PFM e foco no sector público.
AFROSAI: Organização das Instituições Africanas de Controlo
AFROSAI-E: Organização das Instituições Superiores de Controlo
dos Países Africanas de Expressão Inglesa
ECSAFA: Eastern Central and Southern African Federation of
Accountants
IAASB International Auditing and Assurance Standards Board
IASB: International Accounting Standard Board
IESBA International Ethics Standards Board of Accountants
IIFAC: International Federation of Accounting
PASAI: Associação das Instituições Supremas de Auditoria do
Pacífico
SAIs: Instituições Supremas de Controlo
216

Legislação sobre a profissão


contabilística em Angola
O principio de competência e zelo profissional impõe
obrigação aos Contabilistas de actuar com diligencia de acordo
com as normas técnicas e profissionais e legislação aplicáveis
quando prestarem serviços profissionais.
(OCPCA, 2018)

Segundo (Birou, 1978) legislação é o conjunto das leis e


regulamentos que regem juridicamente as relações sociais,
que definem os direitos e deveres dos cidadãos no âmbito de
um dado país.
A actuação dos profissionais contabilísticas tem se
mostrado cada vez mais imprescindível à sociedade, pois é
facto notório que a contabilidade é capaz de assegurar a
veracidade e de atestar a confiabilidade de informações que
dizem respeito ao interesse colectivo.
Achamos ser de capital importância no processo de
capacitação profissional, a legislação da profissão contábil, e
esperamos, vem ao encontro da necessidade da classe na
busca permanente de actualização e na pesquisa histórica,
em relação às normas contabilísticas passadas e vigentes.
Elaborado com o propósito de coadjuvar no quotidiano
de labuta e servir de fonte segura, actualizada e de sentido
histórico a respeito da legislação contábil, esta parte do livro
traz as leis, decretos e despachos relacionados a
Contabilidade, além de outras normatizações de interesse da
profissão.
Em Angola para além do PGC, que é de aplicação
generalizada pelas empresas, existem outros planos de
contas, consubstancia os denominados planos de contas
sectórias. Daí que os planos sectoriais possam ser arrumados
basicamente à luz de três grandes modelos:
 Plano de Contas das Empresas de Seguros
217

 Plano de Contas do Sistema Bancário


 Plano de Contas Geral, aplicados aos demais planos
sectoriais, concretamente às Sociedades Comerciais,
Empresas Públicas, privadas, cooperativas
Existem, porem, o Plano de Contas do sector publico e o
Plano de contas Nacional.
Em função da realidade internacional e da constatação
local, a (Ordem dos Contabilista e Peritos Contabilistas de
Angola, 2017), propõem-se a trabalhar em Planos de Contas
específicos para vários segmentos de entidades que devem
apresenta-las, simplificando-as a medida que a natureza e
dimensão do negócio determinarem.
O principio da normalização da contabilidade de
estabelecimento bancários tem evoluído ao longo dos
tempos, tendo surgido, pela primeira vez, na então Província
de Angola, no final do século 19 (Peres, 2011, p. 74).
No que tange as Normas Internacionais, o Fundo
Soberano de Angola foi a primeira organização em Angola a
adoptar as normas internacionais.
Embora as normas internacionais assumam um caracter
de prática geralmente aceite, resultante de uma escolha
colectiva com vista a solucionar problemas de caracter
repetitivo, em Angola as normas contabilísticas têm até agora
assumido um caracter legal que nesta fase, face ás inúmeras
alterações a introduzir, se optou por manter.
À medida que a implementação destas alterações se
torne efectiva e com vista a flexibilizar a sua actualização em
função das alterações que vierem a ser introduzidas nas
normas internacionais, haverá, então, conveniência em
substituir o caracter legal actual por práticas geralmente
aceites o que se prevê venha a acontecer de forma
progressiva.
Organizamos, Constituição da República de Angola,
Ordem dos Contabilistas e dos Peritos Contabilistas de
Angola, Profissão de Contabilista e de Perito Contabilista,
Contabilidade Geral e do Sector Empresarial do Estado,
218

Contabilidade do Sector Bancário, Contabilidade do Sector


Público Administrativo, Contabilidade do Sector de Seguros,
Modelos Declarativos Oficiais e Obrigações Declarativas,
Legislação de interesse profissional e listagem das Normas
Internacionais de Contabilidade.
De referir a síntese da legislação abaixo que se
apresenta, constituiu a base da organização do livro
«Colectânea da Legislação da Contabilidade. Angola»

LEGISLAÇÃO GERAL
Constituição da República de Angola, 2010. Diário da
República I Série nº 23, de 5 Fevereiro de 2010
Decreto Presidencial nº 299/14, de 4 de Novembro. Estatuto
Orgânico do Ministério das Finanças. Diário da
República I Série nº 198, de 4 de Novembro de 2014
Lei nº 3/12, de 13 de Janeiro, Lei de Bases das Associações
Públicas. Estabelece um novo regime jurídico para a
organização e funcionamento das associações públicas.
Diário da República I Série nº 9, de 13 de Janeiro de
2012

ORDEM DOS CONTABILISTAS E DOS PERITOS


CONTABILISTAS DE ANGOLA
Despacho nº 1247/19, de 22 de Agosto. Lista Anual de
Profissionais Contabilistas e Peritos
Contabilistas Inscritos na Ordem até 31 de
Dezembro de 2018. Diário da República II Série nº
110, de 22 de Agosto 2019
Decreto Presidencial nº 215/19, de 15 de Julho. Alteração do
nº 5 do Artigo 9º e o aditamento do artigo 35º-B ao
Estatuto Orgânico da Administração Geral
Tributária. Diário da República I Série nº 93, de 15
de Julho 2019
219

Decreto Executivo nº 371/14, de 26 de Novembro. Prorroga


o mandato da comissão instaladora da ordem
dos contabilistas e dos peritos contabilistas de
angola até ao dia 31 de Dezembro de 2014.
Diário da República I Série nº 210, de 26 de
Novembro 2014
Decreto Presidencial nº 318/14 de 2 de Novembro.
Alteração do Decreto Presidencial nº 232/10, de
11 de Outubro. Diário da República I Série nº 21,2
de 28 de Novembro 2014
Decreto Executivo nº 310/14, de 8 de Outubro. Prorroga o
mandato da Comissão Instaladora da Ordem dos
Contabilistas e dos Peritos Contabilistas de
Angola até ao dia 20 de Novembro de 2014.
Diário da República I Série nº 186, de 4 de Outubro
de 2014
Decreto Executivo nº 98/14, de 9 de Abril. Membros que
passam a compor a Comissão instaladora da
Ordem dos Contabilistas e dos Peritos
Contabilistas de Angola. Diário da República I
Série nº 67, de 9 de Abril 2014
Lei nº 34/11, de 12 de Dezembro. Lei do Combate ao
Branqueamento de Capitais e do Financiamento
ao Terrorismo. Diário da República I Série nº 238,
de 12 de Dezembro de 2011
Decreto Executivo nº 72/11, de 9 de Maio. Nomeia a
Comissão Instaladora da Ordem dos
Contabilistas e dos Peritos Contabilistas. Diário
da República I Série nº 85, de 9 de Maio 2011
Decreto Presidencial nº 232/10, de 11 de Outubro. Estatuto
da Ordem dos Contabilistas e dos Peritos
Contabilistas. Diário da República I Série nº 193, de
11 de Outubro de 2010
Decreto nº 33/91, de 26 de Julho. Processo Disciplinar
Relativo a Funcionários e Agentes da
220

Administração Pública. Diário da República I Série


nº 31, de 26 de Julho de 1991

PROFISSÃO DE CONTABILISTA E DE PERITO


CONTABILISTA
Lei nº 21/14, de 22 de Outubro. Lei Que Aprova o Código
Geral Tributário. Diário da República I Série nº
192, de 22 de Outubro 2014
Lei nº 19/14, de 22 de Outubro. Lei que Aprova o Código do
Imposto Industrial. Diário da República I Série nº
192, de 22 de Outubro 2014
Lei nº 18/14, de 22 de Outubro. Lei Que Aprova o Código
do imposto sobre os Rendimentos do Trabalho.
Diário da República I Série nº 192, de 22 de Outubro
2014
Decreto Executivo Conjunto nº 31/03 de 24 de Junho, de 24
de Junho. Código de Profissões de Angola. Diário
da República I Série nº 49, de 24 de Junho de 2003
Lei nº 10/01, de 31 de Maio. Lei de Alteração da Figura do
Técnico de Contas. Diário da República I Série nº
25, de 31 de Maio 2001
Lei nº 3/01, de 23 de Março. Lei do Exercício da
Contabilidade e Auditoria. Diário da República I
Série nº 14, de 23 de Março 2001
Anula o Decreto nº 36/00, de 29 de Setembro, publicado
na 1ª Série do Diário da República nº 39, de 29 de
Setembro. Diário da República I Série nº 52, de 8 de
Dezembro de 2000
Decreto nº 36/00, de 29 de Setembro. Lei do Exercício da
Contabilidade e Auditoria. Diário da República I
Série nº 39/00, de 29 de Setembro de 2000
Decreto Presidencial nº 4/79, de 13 de Janeiro. Determina
medidas, para o controlo do levantamento da
situação contabilística do país em matéria de
221

quadros. Diário da República I Série nº 11, de 13 de


Janeiro de 1979
Decreto executivo nº 82/78, de 12 de Dezembro. Inscrição
para Técnicos de Contabilidade e Empresas de
Contabilidade. Diário da República I Série nº 307,
de 30 de Dezembro de 1978
Portaria nº 441/73, de 14 de Julho. Técnicos de
Contas
Diploma Legislativo nº 35/72, de 29 de Abril.
Código do Imposto Industrial

CONTABILIDADE GERAL E DO SECTOR


EMPRESARIAL DO ESTADO
Decreto Presidencial nº 180/19, de 24 de Maio.
Regulamento do Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado. Diário da República I Série Nº 72, de 24
de Maio de 2019
Lei nº 7/19, de 2 de Abril. Imposto sobre o Valor
Acrescentado. Diário da República I Série nº 55, de 24
de Abril de 2019
Decreto nº 82/01, de 16 de Novembro. Aprova o Plano
Geral de Contabilidade. Diário da República I Série nº
52, de 16 de Novembro 2001
Resolução nº 6/01, de 6 de Março. Sobre auditoria às
contas do sector empresarial do Estado de 2000 e
2001. Diário da República I Série nº 11, de 6 de Março
de 2001
Resolução nº 7/01, de 6 de Março. Sobre a estratégia de
fiscalização tributária das empresas do Grupo A.
Diário da República I Série nº 11, de 6 de Março de
2001
Decreto nº 38/00, de 6 de Outubro. Sujeição à auditoria.
Diário da República I Série nº 40, de 6 de Outubro de
2000
222

Decreto nº 70/89, de 23 de Dezembro. Plano de Contas


Empresarial e as suas respectivas instruções.
Diário da República I Série nº 65, de 23 de Dezembro
de 1989
Decreto nº 250/79, de 19 de Outubro. Plano de Contas
Nacional. Diário da República I Série nº 280, de 1979.
Decreto-Lei nº 49 381, de 15 de Novembro de 1969.
Conselho Fiscal e Entidades afins. Revogado pela Lei
nº 1/04, de 13 de Fevereiro. Lei das Sociedades
Comerciais, no seu artigo 526º. Diário da República I
Série nº 268, de 15 de Novembro de 1969

CONTABILIDADE DO SECTOR BANCÁRIO


Aviso nº 06/2016, de 22 de Junho. Estabelece os princípios
gerais a serem observados, a partir do exercício de
2016, inclusive, pelas Instituições Financeiras
Bancarias, no âmbito da adopção plena das Normas
Internacionais de Contabilidade/Normas
Internacionais de Relato Financeiro, adiante
abreviadamente designadas por IAS/IFRS. Diário da
República I Série nº 102, de 22 de Junho de 2016
Lei nº 12/15 de 17 de Junho. Lei de Bases das Instituições
Financeiras. Diário da República I Série nº 89, de 17
de Junho de 2015
Lei nº 16/10 de 15 de Julho. Lei do Banco Nacional de
Angola. Diário da República I Série nº 132, de 15 de
Julho de 2010
Instrutivo nº 09/07, de 19 de Setembro do Banco Nacional de
Angola. É instituído o novo Plano de Contas das
Instituições Financeiras (CONTIF).
Lei nº 12/15 de 17 de Junho. Lei de Bases das Instituições
Financeiras.
Instrutivo nº 09/07, de 19 de Setembro do Banco Nacional de
Angola. É instituído o novo Plano de Contas das
Instituições Financeiras (CONTIF)
223

CONTABILIDADE DO SECTOR PÚBLICO


ADMINISTRATIVO
Decreto presidencial nº 214/19, de 15 de Julho. Regulamento
de Gestão do Fundo Soberano de Angola. Revoga o
Decreto Presidencial nº 108/13, de 28 de Junho, que
aprova o Regulamento de Gestão do Fundo
Soberano, e toda a legislação que contrarie o disposto
no presente diploma. para o quinquénio 2019 – 2023.
Diário da República I Série nº 93, de 15 de Julho 2019
Decreto Presidencial nº 212/19, de 15 de Julho. Estatuto
Orgânico do Fundo Soberano de Angola. Diário da
República I Série nº 93, de 15 de Julho de 2019
Decreto nº 36/09, de 12 de Agosto. Regulamento do
Sistema Contabilístico do Estado. Diário da
República I Série nº 151 de 12 de Agosto 2009
Decreto Presidencial nº 223/18, de 26 de Setembro.
Regulamento do Sistema de Arrecadação de
Receitas Públicas. Diário da República I Série nº 145,
de 26 de Setembro de 2018
Decreto Executivo nº 365/17, de 27 de Julho. Normas sobre
Arrecadação de Receitas Públicas. Diário da
República I Série nº 126, de 27 de Julho de 2017

CONTABILIDADE DO SECTOR DE SEGURO


Decreto Presidencial nº 180/19, de 24 de Maio.
Regulamento do Código do Imposto sobre o Valor
Acrescentado. Diário da República I Série nº 72 de 24
de Maio de 2019
Decreto nº 79-A/02, de 5 de Dezembro. Plano de Contas
para empresas de seguro. Diário da República I Série
nº 98 de 10 de Dezembro de 2002
Lei nº 1/00, de 3 de Fevereiro. Lei Geral da Actividade
Seguradora. Diário da República I Série nº 5, de 3 de
Fevereiro de 2000
224

MODELOS DECLARATIVOS OFICIAIS E


OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
Decreto Presidencial nº 231/19, de 22 de Julho. Alteração do
Regime Jurídico de Submissão Electrónica dos
Elementos Contabilísticos dos Contribuintes. Diário
da República I Série nº 96, de 22 de Julho de 2019
Despacho Presidencial nº 85/19, de 24 de Maio. Delegada
competência ao Ministro das Finanças para
aprovar os modelos declarativos do Imposto sobre
o Valor Acrescentado. Diário da República I Série nº
72, de 24 de Maio de 2019
Despacho nº 135/18, de 24 de Maio. Prorrogado para o dia
30 de Junho de 2018, o prazo para entrega das
Declarações Fiscais dos Contribuintes dos Grupos
A e B do Imposto Industrial, respeitantes ao Exercício
Fiscal de 2017. Diário da República I Série nº 75, de 24
de Maio de 2018
Lei nº 4/19, de 18 de Abril. Lei que altera o Código do
Imposto Industrial. Diário da República I Série nº 53,
de 18 de Abril de 2019
Decreto Presidencial nº 292/18, de 3 de Dezembro, Regime
Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes.
Diário da República I Série nº 182, de 3 de Dezembro
de 2018
Decreto Executivo nº 40/18, de 9 do Abril. São aprovados os
modelos de impressos e formulários legais de
Mapa de Retenção na Fonte, anexos ao presente
Diploma. Diário da República I Série nº 45, de 9 de
Abril de 2018
Decreto Executivo nº 40/18, de 9 de Abril. Modelos de
impressos e formulários legais de Mapa de
Retenção na Fonte. Diário da República I Série nº 45,
de 9 de Abril 2018
Decreto Executivo nº 456/17, de 2 de Outubro. Modelos de
impressos e formulários legais para processos e
225

procedimentos tributários. Diário da República I


Série nº 171, de 2 de Outubro 2017
Lei nº 5/16, de 17 de Maio. Lei da Actividade de Jogos.
Diário da República I Série nº 76, de 17 de Maio 2016
Despacho nº 221/17, de 11 de Maio, Entrega pela via
electrónica da Declaração Modelo 1, referente ao
exercício fiscal de 2016, para os contribuintes do
Grupo A do Imposto Industrial. Diário da República I
Série nº 77, de 11 de Maio de 2017
Despacho nº 225/16, de 31 de Maio. A Declaração Modelo
1, pode ser entregue pela via electrónica. Diário da
República I Série nº 115, de 12 de Julho de 2016
Lei nº 21/14, de 22 de Outubro. Lei Que Aprova o Código
Geral Tributário. Diário da República I Série nº 192,
de 22 de Outubro 2014
Lei nº 19/14, de 22 de Outubro. Lei que Aprova o Código do
Imposto Industrial. Diário da República I Série nº
192, de 22 de Outubro 2014
Decreto Legislativo Presidencial nº 2/14, de 21 de Outubro.
Revisão e republicação do código do imposto de
selo. Diário da República I Série nº 191, de 21 de
Outubro de 2014
Decreto Legislativo Presidencial nº 2/14, de 20 de Outubro.
Revisão e republicação do código do imposto sobre
aplicação de capitais. Diário da República I Série nº
191, de 21 de Outubro de 2014
Decreto Legislativo Presidencial nº 1/14, de 13 de Outubro.
Imposto sobre o Valor Acrescentado. Diário da
República I Série nº 190, de 20 de Outubro de 2014
Decreto Legislativo Presidencial nº 1/14, de 13 de Outubro.
Imposto sobre o Valor Acrescentado. Diário da
República I Série nº 188, de 13 de Outubro de 2014
Decreto Presidencial nº 147/13, de 1 de Outubro. Regime de
Tributação dos Grupos de Sociedade. Diário da
República I Série nº 188, de 1 de Outubro de 2013
226

LEGISLAÇÃO DE INTERESSE PROFISSIONAL


Decreto Presidencial nº 65/19 estabelece as normas para
a criação e institucionalização do Conselho
Nacional de Normalização Contabilística de Angola.
Lei nº 9/19, de 24 de Abril. Lei que altera o Código do
Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho. Diário
da República I Série nº 55, de 24 de Abril de 2019
Decreto Legislativo Presidencial nº 2/19, de 11 de Março.
Regime Jurídico de Regularização e Cobrança da
Dívida dos Contribuintes e Beneficiários à
Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória.
Diário da República I Série nº 32, de 11 de Março de
2019
Decreto Presidencial nº 207/15, de 5 de Novembro.
Estabelece o regime de reintegrações e
amortizações aplicável aos bens do activo
imobilizado de todas as sociedades e entidades
sujeitas ao Imposto Industrial, mesmo que dele
isentas.
Decreto Executivo nº 363/11, de 26 de Julho. Regime
Jurídico Tramitação e Registo Electrónico dos
Procedimentos e Processos Tributários. Diário da
República I Série nº 125, de 26 de Julho de 2017
Decreto executivo nº 216/08, de 1 de Outubro. Criação da
Incubadora de Empresas – IEMP. Diário da República
I Série nº 184/08, de 1 de Outubro de 2008
Resolução nº 27/06, de 14 de Agosto. Convenção da União
Africana Sobre à Prevenção e o Combate À
Corrupção. Diário da República I Série nº 98/06, de 14
de Agosto de 2006
Lei nº 11/2003, de 13 de Maio. Lei de Bases do
Investimento Privado. Diário da República I Série nº
37/03, de 13 de Maio de 2003
Decreto Executivo nº 20/98, de 30 de Abril. Regulamento de
Funcionamento dos Conselhos Fiscais das
227

Empresas Públicas e o Paradigma do respectivo


Relatório. Diário da República I Série nº 20/98, de 30
de Abril de 1998

NORMAS INTERNACIONAIS DE
CONTABILIDADE
NI – NORMAS INTERPRETATIVAS
NI 1 Consolidação – entidade de finalidades especiais
NI 2 Uso de técnicas de valor presente para mensurar o valor de uso
[NIRF] NORMAS INTERNACIONAIS DE RELATÓRIO FINANCEIRO
[IFRS] INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARDS
IFRS 1 Adopção pela primeira vez das normas internacionais de
relato financeiro
IFRS 2 Pagamento com base em acções
IFRS 3 Concentrações de actividades empresariais
IFRS 4 Contractos de seguros
IFRS 5 Activos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas
IFRS 6 Exploração e avaliação de recursos minerais
IFRS 7 Instrumentos financeiros: Divulgações
IFRS 8 Segmentos operacionais
IFRS 9 Instrumentos financeiros
IFRS 10 Demonstrações financeiras consolidadas
IFRS 11 Acordos conjuntos
IFRS 12 Divulgações de interesses em outras entidades
IFRS 13 Mensuração do justo valor
[SIC] STANDING INTERPRETATIONS COMMITTEE
SIC 7 Introdução do Euro
SIC 10 Apoios governamentais – sem relação especifica com
actividades operacionais
SIC 15 Locações operacionais – incentive
SIC 25 Impostos sobre o rendimento – alterações na situação fiscal
de uma entidade ou de accionistas
SIC 27 Avaliação da substancia de transacções que envolvam a
forma legal de uma locação
SIC 29 Divulgação – acordos de concessão de serviços
SIC 31 Rédito – transacções de troca directa envolvendo serviços de
publicidade
SIC 32 Activos intangíveis – custos com web sites
[IAS] INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARD
IAS 1 Apresentação das demonstrações financeiras
IAS 2 Inventários
228

IAS 7 Demonstrações dos fluxos de caixa


IAS 8 Politicas contabilísticas, alterações nas estimativas e erros
IAS 10 Acontecimentos apos a data do Balanço
IAS 11 Contractos de construção
IAS 12 Impostos sobre o rendimento
IAS 16 Activos fixos tangíveis
IAS 17 Locações
IAS 18 Rédito
IAS 19 Benefícios dos empregados
IAS 20 Contabilização dos subsídios governamentais e divulgação
dos apoios governamentais
IAS 21 Os efeitos de alterações em taxas
IAS 23 Custos de empréstimos obtidos
IAS 24 Divulgações de partes relacionadas
IAS 26 Contabilização e relato dos planos de benefícios de reforma
IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas
IAS 28 Investimentos em associadas
IAS 29 Relato financeiro em economias hiperinflacionárias
IAS 31 Interesses em empreendimentos conjuntos
IAS 32 Instrumentos financeiros: apresentação
IAS 33 Resultados por acção
IAS 34 Relato financeiro intercalar
IAS 36 Imparidade de activos
IAS 37 Provisões, passivos contingentes e activos contingentes
IAS 38 Activos intangíveis
IAS 39 Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração
IAS 40 Propriedades de investimento
IAS 41 Agricultura
[NCRF] NORMAS CONTABILÍSTICAS E DE RELATO FINANCEIRO
NCRF 1 Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras
NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa
NCRF 3 Adopção pela primeira vez das NCRF
NCRF 4 Politicas contabilísticas, alterações nas estimativas
contabilísticas e eros
NCRF 5 Divulgação de partes relacionadas
NCRF 6 Activos intangíveis
NCRF 7 Activos fixos tangíveis
NCRF 8 Activos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas
NCRF 9 Locações
NCRF 10 Custos de empréstimos obtidos
NCRF 11 Propriedades de investimentos
NCRF 12 Imparidade de activos
CRF 13 Interesses em empréstimos conjuntos e investimentos em
associadas
229

NCRF 14 Concentrações de actividades empresariais


NCRF 15 Investimento em subsidiarias e consolidação
NCRF 16 Exploração e avaliação de recursos naturais
NCRF 17 Agricultura
NCRF 18 Inventários
NCRF 19 Contractos de construção
NCRF 20 Rédito
NCRF 21 Provisões, passivos contingentes e activos contingentes
NCRF 22 Contabilização dos subsídios do governo e divulgação de
apoios do governo
NCRF 23 Os efeitos de alterações em taxas de cambio
NCRF 24 Acontecimentos apos a data de balanço
NCRF 25 Imposto sobre o rendimento
NCRF 26 Matérias ambientais
NCRF 27 Instrumentos financeiros
NCRF 28 Benefícios dos empregados
[IFRIC] INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING INTERPRETATIONS
COMMITTE
IFRIC 1 Alterações em Passivos por Descomissionamento, Restauro
e Outros Semelhantes
IFRIC 2 Acções do Membros em Entidades Cooperativas e
Instrumentos Semelhantes
IFRIC 4 Determinar se um acordo contem uma locação
IFRIC 5 Direitos a interesses resultantes de fundos de
descomissionamento, restauro e reabilitação ambiental
IFRIC 6 Passivos decorrentes da participação em mercados
específicos – resíduos de equipamentos eléctricos
IFRIC 7 Aplicar a abordagem da reexpressão prevista na IAS 29
IFRIC 8 Âmbito da IFRS 2
IFRIC 9 Reavaliação de derivados embutidos
IFRIC 10 Relato financeiro intercalar e imparidade
IFRIC 11 Transacção de acções do grupo e próprias
IFRIC 12 Acordos de concessão de serviços
IFRIC 13 Programas de fidelidade do cliente
IFRIC 14 Pré-pagamento de um requisito de financiamento mínimo
IFRIC 15 Acordos para construção de imóveis
IFRIC 16 Coberturas de um investimento líquido numa unidade
operacional estrangeira
IFRIC 17 Distribuições aos proprietários de activos não são caixa
IFRIC 18 Transferências de activos provenientes de cliente
IFRIC 19 Extinção de passivos financeiros através de instrumentos
de capital próprio
230

Inventário bibliográfico da
Contabilidade em Angola
Resultado de uma experiência de levantamento
bibliográfico, que consistiu junto das tendas, livrarias,
editoras e bibliotecas angolanas, mediante solicitação verbal
ou por escrito, das listagens, dos livros, das monografias, dos
artigos, cuja temática aborda sobre a contabilidade e ciências
afins.
Cujo objectivo, visou identificar quais os escritores,
autores, editores e publicadores, angolanos e estrageiros, de
livros, manuais, monografias, artigos técnicos, escritos sobre
a Contabilidade e Auditoria em Angola.

LIVROS
Almeida, Bruno Machado. (2014). Manual de Auditoria
Financeira: uma análise integrada baseada no risco. São
Paulo: Escolar Editora.
Almeida, Rui M. P. (2014). Plano Geral de Contabilidade
Angolano - explicado. Cacém: ATF – Edições Técnicas.
Edição 2014, compilado por Rui M. P. Almeida.
Almeida, Rui M. P. (coordenador). Sabino, José Miranda;
Nogueira, Ana; Silva, José Luís. & Pinheiro, Pedro M.
(2017). Plano Geral de Contabilidade Angolano –
Explicado. (2ª ed). Cacém: ATF – Edições Técnicas.
Almeida, Rui M. P. (coordenador). Sabino, José Miranda;
Nogueira, Ana; Silva, José Luís. & Pinheiro, Pedro M.
(2014). Plano Geral de Contabilidade Angolano –
Explicado. (1ª ed). Cacém: ATF – Edições Técnicas.
Amaral, José Gonçalves Dias. (2014). Contabilidade geral,
conceitos fundamentais. (Tomo I). Luanda:
Universidade Católica de Angola UCAN.
231

Banco Nacional de Angola. (2007). Manual do Plano


Contabilístico das Instituições Financeiras – CONTIF.
Luanda: Banco Nacional de Angola
Bastos, César Faustino da Silva. (2018). Finanças
empresariais – Teoria e prática. (2ª ed). Lisboa: Edições
Sílabo.
Borges, António; Rodrigues, Azevedo; Rodrigues, Rogério.
(2015). Elementos de contabilidade geral. (22ª ed).
Lisboa: Areas Editora. p. 161
Capessa, Gilberto Moisés Moma. (2012). O Relato Financeiro
Electrónico. Que informação procuram os utilizadores?
O caso Angolano. (1ª ed). Luanda: Were Angola Book
Publisher.
Costa, Carlos Baptista. (2010). Contabilidade Financeira. (7ª
ed). Lisboa: Rei dos Livros.
Costa, Carlos Baptista.(2014). Auditoria Financeira: teoria e
prática. (10ª ed). Lisboa: Rei dos Livros.
Costa, Carlos Baptista; Alves, Gabriel C.. (2011). Casos
Práticos de Auditoria. (6ª ed). Lisboa: Rei dos Livros.
Escolar Editora. Plano Geral de Contabilidade – República de
Angola. (2009). Lobito: Escolar Editora.
Gonçalves, Fernando. (2009). Fiscalidade para Contabilistas.
(1ª ed). Luanda: Texto Editores.
Gonçalves, Fernando. (2017). Fiscalidade, conteúdos revistos
e actualizados Angola - 2017. (3ª ed). Luada: Textos
editores.
Gonfulo, Luís Adão; Gonfulo, Alfredo Israel; Amaral, Evandro
José Coelho. Legislação da Contabilidade. Angola.
Editor: Kanjaya, Lda: Luanda: 2020.
Gonfulo, Luís Adão; Gonfulo, Patrício Alfredo; Amaral,
Evandro José Coelho; Gonfulo, Alfredo Israel.
Legislação sobre o Imposto sobre o Valor Acrescentado
e Conexos. Comentado - Angola. Luanda: Centro de
Estudos Kanjaya, 2020.
Grupo Parlamentar do MPLA. (2008). Organização das
finanças públicas. (2ª ed) Luanda: Stamppa.
232

Guerreiro, Luís Miguel. (2016). Gestão e análise financeira.


Luanda: Plural Editores.
Guerreiro, Marta. (2018). Plano Geral de Contabilidade
Explicado. Luanda: Plural Editores.
IFD Instituto de Formação e desenvolvimento. (2011).
Manual de Finanças Públicas e Gestão Orçamental. (Vol.
I). Londres: Herondawson & Sawyer.
Instituto de Formação Bancária de Angola. (1998).
Contabilidade bancária. (2ª ed). Luanda: Instituto de
Formação Bancária de Angola.
Instituto de Formação Bancária de Angola. (2004). Sistema
Financeiro de Angola. (2ª ed). Luanda: Instituto de
Formação Bancária de Angola.
Kiesse, João Luís Muheti. (2016). A prática de contabilidade
Geral para todos. Iniciação à teoria e aos princípios de
base da prática contabilística. (Tomo I) Luanda: João
Luís Muheti Kiesse.
Lopes, Carlos Rosa; Malaquias, Rui; Oliveira, Daniel; Pires,
João Rui; Claro, Bruno. (2016). Contabilidade e
Finanças para não financeiros. (6ª ed). Lobito: Escolar
Editora.
Lousã, Aires; Salguerinho, Cristina. (2015). A Contabilidade e
Gestão Diária. Luanda: Plural Editores.
Luíz, Wander. (2016). A Contabilidade Pública em Angola:
Uma Visão Geral no âmbito das Finanças Públicas. (1ª
ed). Luanda: Casa das Ideias.
Magro, José Luís Faria; Magro, Adelaide. (2008). Manual de
Contabilidade Angolano. (2ª ed). Porto: Uniarte Gráfica.
Manaia, Ana; Gameiro, António; Costa, Nuno Moita; Saldanha,
Ricardo Azevedo. (2018). Contabilidade para
empresários e gestores. (4ª ed). Alpiarça: edições
cosmos.
Moisés, Jacob Pinto. (2018). O investimento directo
estrangeiro em Angola. (1ª ed). Lisboa: Chiado Editora.
Muhongo, António Domingos. (2012). Contabilidade Geral.
Luanda: Eal – edições de Angola.
233

Ngo, Eduardo Nkossi. (2018). ABC da Contabilidade Geral.


Luanda: Bc Livtec.
Nunes, Elisa Rangel. (2007). Lições de Finanças Públicas e de
Direito Financeiro. (6ª ed). Luanda: Anistia Edições.
Ordem dos Contabilistas e peritos Contabilistas de Angola
OCPCA. (2018). Código de Ética e Deontologia
Profissional – Ordem dos Contabilistas e dos Peritos
Contabilistas de Angola. Luanda: OCPCA.
Pereira, Gil Fernando; Santos, Rui Manuel (2013). Técnicas
contabilísticas e os impostos em Angola. (3ª ed).
Pereira, Gil Fernando; Santos, Rui Manuel. (2012). PGC Plano
de Contabilidade de Angola. (2ª ed).
Peres, Jorge Leão. (2011). Contabilidade Bancária. Luanda:
Universidade Lusíada de Angola.
Plural Editores. (2007). Plano Geral de Contabilidade.
Luanda: Plural Editores.
Quindai, Manuel. (2014). Metodologia e Técnicas de
contabilidade. Foz Iguassu: Gráfica Grafel.
Quindai, Manuel. (2014). Normas e Técnicas de Auditoria. Foz
Iguassu: Gráfica Grafel.
Rodrigues, Jorge; Reis, Henrique. (2006). Gestão Orçamental.
(2ª ed). Lisboa: Escolar Editora.
Sebastião, Manuel Ribeiro. (2017). Gestão das Finanças da
Igreja. Abordagem à Igreja Metodista Unida de Angola.
Comissão de Finanças. Luanda: Eal – edições de Angola.
Sebastião, Manuel Ribeiro. Plano de Contabilidade de Angola.
Silva, Eusébio Pires; Silva, Ana Cristina Pires. (2011).
Contabilidade. Lisboa: Letras e Conceitos, Lda.
Tepa, Capela Dombaxi. (2013). Contabilidade Analítica
Pormenorizada 3. Luanda: Tekute Editora.
Tepa, Capela Dombaxi. (2013). Contabilidade Analítica
Pormenorizada 2. Luanda: Tekute Editora.
Tribunal de Contas de Angola. (2014). Manual de
Procedimentos de Auditoria de Desempenho. (1ª ed).
Luanda: Where Angola Book Publisher.
234

Vasco, Anselmo. (2017). Finanças públicas. (1ª ed). Luanda:


Bc Livtec.
Vigário, Álvaro. (2006). Consultoria Contabilística, aspectos
contabilísticos e fiscais das imobilizações. Luanda: Texto
Editores.

REVISTAS E PERIÓDICOS, PUBLICAÇÕES


Gilberto Caliatu. A Evolução da Normalização Contabilística e
o Caso de Angola.
Jaime Bastos. Normalização contabilística em Angola: um
entrave à atracção de investimentos. 21/09/2017 –
10:25, Opinião
Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola.
(1ª edição). Nº 1. Junho de 2017. Luanda: OCPCA.
Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola.
(2ª edição). Nº 2. Maio de 2019. Luanda: OCPCA.
Timóteo Filipe. Normalização contabilística… o inicio de uma
nova era. Revista Valor Economico. 29/04/2016. Ano
4, Nº 4. Opinião, p. 20

MONOGRAFIAS
CAPITA, Francisco Ernesto - O ensino de auditoria em angola
estudo de caso: as instituições de ensino superior na
região norte de angola (região académica III). Porto:
Instituto Superior de Contabilidade e Administração
do Porto; Instituto Politécnico do Porto, 2015. 116 f.
Dissertação de Mestrado
GILBERTO Caliatu. A Evolução da Normalização Contabilística
e o Caso de Angola.
235

Glossário de termos e expressões


O propósito de um glossário de termos e expressões,
apareceu com o objectivo de compilar os termos
contabilísticos, desenvolvidos em livros de Contabilidade. O
primeiro passo foi o levantamento bibliográfico e o segundo
convidar um revisor que pudesse dar um acabamento
especial para este trabalho.
Na execução deste glossário tomamos diversas
determinações no sentido de descobrir diversas
interpretações para muitos termos da contabilidade.
Um outro aspecto que nos levou a uma opção igualmente
sujeita a crítica é não teorizar os termos.
A escolha, entrementes, foi a simplicidade e
objectividade, preocupando-se, evidentemente, em não
prejudicar os nossos leitores. De modo geral, não quisemos
fazer algo que se parecesse a uma enciclopédia da
contabilidade e nem mesmo ter a pretensão de equacionar a
diversificação, às vezes polémicas, de interpretação ou
conceituação de muitos termos da contabilidade.
Optou-se ainda, em uma sucinta e singela tradução de
diversos termos em inglês, muito utilizados na Contabilidade.
Tendo em conta a tecnicidade de alguns termos e,
particularmente, a necessidade de colocar nas mãos dos
contabilistas e peritos contabilistas, e de outros utilizadores,
um Livro de fácil percepção, importa definir o alcance e a
compreensão de alguns termos e expressões aqui usados.
Em termos gerais cogitamos ser útil aos profissionais
contabilistas e aspirantes que precisam utilizar termos
contabilísticos sem o desígnio de fazer uma exegese sobre
esses termos.

Abordagem Comportamental. As informações contabilísticas


deveriam ser feitas «sob medida», de forma que os usuários
reagissem para tomar a decisão correcta. Esta abordagem
atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Economia.
236

É dada ênfase à forma pela qual os relatórios contabilísticos


são utilizados mais do que ao desenvolvimento lógico dos
demonstrativos.
Abordagem de Confiança. Estratégia preliminar de auditoria em
que o auditor necessita realizar um estudo mais extensivo do
controle interno da entidade para desempenhar testes
substantivos menos extensivos.
Abordagem Ética. A Contabilidade deveria apresentar-se como
justa e não enviesada para todos os interessados. Deveria
repousar nas noções de verdade e fairness (justiça). Ao mesmo
tempo em que todos concordam que a Contabilidade deveria
ser «verdadeira», “justa” e “não enviesada”, é muito difícil,
definir, objectivamente, o que vem a ser “justo”, “verdadeiro”
ou “não enviesado”.
Abordagem Macroeconómica. Esta abordagem é semelhante à da
teoria do comportamento, porém fixa-se em objectivos
económicos definidos. Utiliza-se da abordagem da teoria do
comportamento e outras para atingir determinados fins
macroeconómicos.
Abordagem Sistémica. Esta abordagem parece ser uma base
profícua para a Contabilidade, que, de facto, pode ser
conceituada como o método de identificar, mensurar e
comunicar informação económica, financeira, física e social, a
fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte
dos usuários da informação. Este processo de comunicação
implica o reconhecimento dos tipos de informação necessária
para cada principal usuário da informação contábil e a
avaliação da habilidade dos usuários em interpretar a
informação adequadamente.
Abordagem Social. A contabilidade, nesta abordagem, é julgada
por seus efeitos no campo social. É uma abordagem do tipo
«bem-estar social» (welfare), uma vez que os procedimentos
contabilísticos e os relatórios emanados da Contabilidade
deveriam atender a finalidades sociais mais amplas, inclusive
relatar adequadamente ao público, informações sobre a
amplitude e a utilização dos poderes das grandes empresas.
Abrange a dimensão ecológica e ambiental.
Abordagem Substantiva. Estratégia preliminar de auditoria em
que o auditor necessita realizar um estudo menos extensivo
237

do controle interno da entidade para desempenhar testes


substantivos mais extensivos.
Abordagens da Contabilidade. A teoria contábil pode ser
encarada sob várias abordagens (ênfases). É improvável,
todavia, que possamos utilizar apenas uma delas para definir
todo o modelo contábil. As principais abordagens são: a
abordagem ética; a abordagem comportamental; a abordagem
macroeconómica; a abordagem social; e a abordagem
sistémica.
Analista. Pessoa responsável pela realização da análise das
Demonstrações Financeiras. Sua preocupação é a de
transformar as Demonstrações Financeiras em informações
para a tomada de decisão.
Assurance ou assurance services. (1) Serviços profissionais
independentes (em geral auditores) que visam melhorar
(garantir, assegurar) a qualidade das informações para
tomadores de decisões. (2) Evidencia (verbal ou por escrito)
que assegura que algo irá, ou não irá ocorrer, ocorreu ou não
ocorreu.
Audit committee. Comité de Auditoria, grupo de directores não
empregados pelo cliente que agem como um contacto entre o
auditor e a administração do cliente.
Audit Hooks. Técnica de auditoria concorrente que permite
identificar indícios de fraude.
Audit Opinion. Parecer de auditoria.
Audit Sampling. Amostragem de Auditoria.
Audit Trail. Meio utilizado pela auditoria para rastrear os eventos
que foram agregados no saldo do razão geral.
Audit. Auditoria.
Auditagem. Termo que se refere ao acto de realizar auditoria.
Auditing Around The Computer. Auditoria em torno do
computador, quando os exames de auditoria são realizados
pela comparação dos resultados calculados manualmente com
os processados pelo computador.
Auditing Through The Computer. Auditoria através do
computador, quando os exames de auditoria são realizados
através da lógica e do processamento dos programas no
sistema de computador do cliente.
Auditing. Relativo à Auditoria.
238

Auditor Externo. É um profissional independente com firma


própria que se coloca à disposição da empresa que deseja um
exame imparcial de suas demonstrações financeiras.
Profissional que realiza a auditoria externa.
Auditor Independente. Ver Auditor Externo.
Auditor Interno. É um empregado da empresa, que tem como
objectivo verificar dados contabilísticos, revisar o sistema
contábil e de controle interno, aconselhar e auxiliar a
administração. Profissional que realiza a auditoria interna.
Auditor. Profissional idóneo, dotado de capacidades e
conhecimento de técnicas específicas, que realiza o seu
trabalho com observância de princípios, métodos e técnicas
geralmente aceites.
Auditoria Ambiental. Serviços de auditoria, em geral internos,
guiados pela orientação da série ISO14000, que visam
assegurar o cumprimento da legislação ambiental, definição
de obrigações a serem cumpridas, acompanhamento e
controle dos custos de cumprimento das obrigações, definição
das responsabilidades gerenciais em relação ao ambiente.
Auditoria de desempenho. É uma revisão independente,
objectiva e confiável sobre se as acções, sistemas, operações,
programas, actividades ou organizações da Administração
Pública funcionam de acordo com os princípios de economia,
eficiência e eficácia e se existem áreas de melhoria.
Auditoria de Gestão. (1) Objectiva emitir opinião com vistas a
certificar a regularidade das contas, verificar a execução de
contractos, convénios, acordos ou ajustes, a probidade na
aplicação do dinheiro público e na guarda, ou administração,
de valores e outros bens públicos. (2) Revisão, avaliação e/ou
emissão de opinião de processos e resultados exercidos em
linhas de negócios, produtos e serviços no horizonte de tempo
presente ou futuro.
Auditoria de Programas ou Projectos. Consiste no
acompanhamento, exame e avaliação da execução de
programas e projectos específicos, podendo suscitar a
realização de auditorias horizontais, isto é, o exame de um
tema especifico de controlo junto de várias entidades ou
serviços, tendo como finalidade abarcar o objecto do controlo
no conjunto das actividades.
239

Auditoria de Sistemas. Tipo de auditoria através da qual os


auditores recorrem ao estudo dos sistemas, em especial ao
estudo do controlo interno da entidade fiscalizada e a
identificação dos eventuais pontos fortes e/ou deficiências do
mesmo.
Auditoria Externa. (1) é uma actividade que tem por objectivo,
através do exame normal das demonstrações financeiras,
expressar uma opinião sobre a sua propriedade e, assegurar
que elas representem adequadamente a posição patrimonial e
financeira, o resultado de suas operações e as origens e
aplicações de recursos correspondentes aos períodos em
exame, de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade, aplicados com uniformidade durante os
períodos. (2) Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas,
tendo por objectivo emitir um parecer sobre as contas e a
situação financeira, a legalidade e regularidade das operações
e/ou sobre a gestão.
Auditoria Financeira. Análise das contas, da situação financeira,
da legalidade e regularidade das operações, realizada por um
auditor, com vista a emitir ou não uma opinião.
Auditoria Independente. Ver Auditoria Externa.
Auditoria Interna. (1) é uma actividade que visa assessorar a
administração da empresa com informações relativas ao
cumprimento de todos os procedimentos internos e políticas
da empresa, através da verificação dos sistemas
contabilísticos e de controle interno observando se estão
efectivamente sendo seguidos, e se todas as transacções
realizadas estão reflectidas contabilmente em concordância
com os critérios previamente definidos. (2) Serviço ou
departamento interno de uma entidade, incumbido pela
direcção de efectuar verificações e de avaliar os sistemas e
procedimentos da entidade, com vista a minimizar as
probabilidades de fraudes, erros ou praticas ineficazes. A
auditoria interna deve ser independente no seio da
organização e reportar directamente a direcção.
Auditoria Operacional ou de Resultados. Consiste na avaliação
da gestão dos recursos públicos, sob o ponto de vista da
economia, eficiência e eficácia.
Auditoria. (1) O trabalho desenvolvido com o objectivo de
expressar uma opinião profissional e independente sobre se
240

as demonstrações financeiras estão preparadas, com todos os


aspectos materialmente relevantes, de acordo com uma
estrutura conceptual de relato financeiro identificada. (2)
Exame ou verificação de uma dada matéria, tendente a
analisar a conformidade da mesma com determinadas regras,
normas ou objectivos, conduzido por uma pessoa idónea e
tecnicamente preparada. E também realizado com
observância de certos princípios, métodos e técnicas
geralmente aceites, com vista a possibilitar ao auditor formar
uma opinião e emitir um parecer sobre a matéria analisada.
Auditorias das Tecnologias de Informação. Auditorias em que
são analisados os sistemas informáticos, o ambiente
computacional, a segurança das informações, as politicas e os
controlos inerentes a área das tecnologias de informação da
entidade auditada.
Carta de Auditoria. Comunicação dos factos comprovados que o
auditor envia a entidade fiscalizada, sem comprometer a
instituição de auditoria como tal, e que trata dos resultados
das verificações enquanto temas potenciais para posteriores
conclusões e/ou das deficiências de rotina evidenciadas por
ocasião da auditoria, bem como das recomendações no
sentido de as corrigir.
Certificação das Contas. Parecer profissional, emitido por um
auditor habilitado, sobre se as contas apresentam, de forma
verdadeira e apropriada, a situação financeira e os resultados
das operações da entidade relativamente a data e ao período
a que as normas se reportam.
Cisão simples. Pela qual destaque parte do seu património para
com ela constituir outra sociedade.
Cisão-dissolução. Pela qual se dissolve e divida o seu património,
sendo cada uma das partes resultantes destinada a constituir
nova sociedade.
Cisão-fusão. Pela qual destaque partes do seu património ou se
dissolve, dividindo o seu património em duas ou mais partes,
para as fundir com sociedades já existentes ou com partes do
património de outras sociedades, separadas por idênticos
processos e com igual finalidade.
Contabilidade Agrícola. Ramo da contabilidade geral aplicada às
empresas agrícolas. No que tange à Contabilidade Agrícola,
devemos considerar basicamente o tipo de cultura existente:
241

cultura temporária (anual) ou cultura permanente (perene –


várias colheitas).
Contabilidade Ambiental. Ciência que estuda a variação do
património ambiental de uma instituição.
Contabilidade Analítica. Subsistema de informação que tem em
vista a medida e a análise dos custos, proveitos e resultados
das instituições, de cada tipo de produto ou de serviços
produzidos pela empresa, o mercado onde a empresa
desenvolve as suas actividades.
Contabilidade Centralizada. Forma de realização dos serviços
contabilísticos, normalmente na sede da empresa (matriz,
holding), tendo dessa forma um só corpo técnico realizando
todo o serviço de contabilidade de todas as filiais da empresa,
recebendo os dados sobre as operações realizadas e
remetendo relatórios para os gerentes das filiais.
Contabilidade Comercial. Ramo da Contabilidade aplicado ao
estudo e ao controle do património das empresas comerciais,
com o fim de oferecer informações sobre sua composição e
suas variações, bem como sobre o resultado decorrente da
actividade mercantil.
Contabilidade da Zootécnica. Ramo da contabilidade geral
aplicada às empresas que exploram a Zootécnica, ou relativo a
animais, fauna.
Contabilidade das Sociedades Comerciais. Estuda o
funcionamento das sociedades e oferece aos gestores um
instrumento de gestão e de decisão desde a criação, o aumento
e a amortização do Capital Social, a fusão das sociedades até à
sua liquidação.
Contabilidade de Custos. (1) um subsistema de gestão de custos
que se preocupa com a determinação do custo de produtos,
serviços, projectos, actividades, e outros objectos que podem
ser de interesse dos gestores. (2) O ramo da contabilidade que
se concentra em fornecer os dados detalhados sobre custos
que a administração precisa para controlar as operações
correntes, e planejar o futuro. (3) Ramo da contabilidade cujo
objectivo é fornecer informações que permitam à
administração de uma empresa uma análise dos custos de
produção de bens e serviços.
Contabilidade de Filiais. Ramo da contabilidade aplicada às filiais
das empresas. Toda empresa que possuir uma ou mais filiais
242

(agências ou sucursais) deve apresentar relatório


contabilístico individual de cada uma delas e um relatório
geral da empresa, para que a administração possa fazer suas
análises sobre as operações passadas, custos incorridos e
planejar as operações futuras. Os relatórios individuais
tornam cada filial um grande centro de responsabilidade. A
contabilização das operações realizadas pelas filiais pode ser:
centralizada ou descentralizada.
Contabilidade Descentralizada. Forma de realização dos serviços
contabilísticos em que todas as filiais têm seu corpo técnico e
produz a contabilidade individualizada, com livros próprios
(Diário, Razão e Caixa etc.). Recomenda-se a uniformização
entre plano de contas e critérios contabilísticos de matriz e
filiais.
Contabilidade Gerencial. (1) Especialização contabilística voltada
para fins internos, de carácter confidencial. (2) um subsistema
de gestão de custos que se preocupa com como informações
de custos e outras informações financeiras e não-financeiras
devem ser usadas para o planeamento, o controle e a tomada
de decisão.
Contabilidade intelectual. A soma de todos os conhecimentos que
possui o pessoal da empresa, e que dão a ultima vantagem
competitiva.
Contabilidade Nacional. Apresenta informações relativas às
actividades económicas de um País e fornece indicações sobre
o consumo, a produção ou o investimento nacional, os
indicadores do Produto Interno Bruto.
Contabilidade Orçamental. Tem como objectivo o registo e o
controlo do orçamento, quer das despesas, quer das receitas,
incluindo todas as operações derivadas dos orçamentos dos
exercícios correntes, findos ou futuros.
Contabilidade Pecuária. Ramo da contabilidade geral aplicada às
actividades pecuárias, de maneira geral a grandes animais
domesticáveis.
Contabilidade por Actividade. Ver Contabilidade por
responsabilidade.
Contabilidade por Balanços Sucessivos. Metodologia de ensino
que tem por base, em primeiro lugar, uma visão conjunta das
Demonstrações Financeiras, principalmente o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício e, em
243

segundo plano, as origens dos lançamentos que resultaram


naquelas demonstrações.
Contabilidade por Responsabilidade Baseado em Actividade.
Atribui responsabilidade para processos e usa ambas medidas
financeira e não-financeiras de desempenho.
Contabilidade por Responsabilidade. (1) um sistema que mede
os resultados de cada centro de responsabilidade e que
compara aqueles resultados com alguma medida de resultado
esperado ou orçado. (2) A atribuição de responsabilidade por
custos, ou resultados de produção para aqueles indivíduos
que têm a autoridade de influenciar custos, ou a produção.
Contabilidade Pública. (1) é aplicada nas organizações públicas
do Estado, nas colectividades territoriais e outros organismos
públicos. (2) Ramo da Contabilidade Geral aplicada às
entidades de direito público interno.
Contabilidade Rural. Ramo da contabilidade geral aplicada às
empresas rurais. São empresas rurais aquelas que exploram o
solo.
Contabilidade. (1) do ponto de vista do usuário, sistema de
informação e avaliação destinado a prover seus usuários com
demonstrações e análises de natureza económica, financeira,
física, de produtividade especial com relação à entidade
objecto de contabilização. Quanto a seu objecto, ciência do
Património, que evidencia as variações quantitativas e
qualitativas do mesmo. Em uma visão macro, ciência que
registra e avalia como e quão bem a entidade utilizou os
recursos a ela confiados. (2) O trabalho relativo à elaboração
do balanço, da demonstração de resultados, da demonstração
de fluxos de caixa e das notas das contas referentes a cada
exercício económico.
Contabilista existente. Contabilista que se encontre a
desempenhar funções próprias de contabilista num cliente, no
período para o qual foi contratado.
Contabilista substituto. Contabilista contactado que venha a ser
contratado para substituir o contabilista existente.
Contabilista. (1) Profissional de Contabilidade. (2) Especialista em
Contabilidade. (3) Pessoa singular membro da OCPCA a quem
compete o exercício das funções na área da contabilidade que
lhe estão atribuídas por lei e pelo Estatuto da OCPCA.
244

Contingência. (1) é uma condição ou situação cujo desfecho final,


ganho ou perda, só será confirmado na ocorrência ou na
ocorrência de um ou mais acontecimentos futuros e incertos.
A contingência reside na incerteza de acontecimento e não na
incerteza de valores pelo que uma estimativa não tem carácter
de contingência. (2) Situação de perda ou ganho que poderá
ocorrer futuramente e que a empresa pode criar provisões ou
reservas para tal.
Controller. (1) Controlador. (2) responsável pela Controladoria.
(3) Executivo financeiro responsável principalmente pelas
contabilidades gerencial e financeira.
Critérios de auditoria. O conjunto de padrões de desempenho
admissíveis e alcançáveis.
Demonstrações financeiras: uma representação estruturada da
informação financeira histórica, incluído notas anexas,
destinada a comunicar os recursos económicos e as
obrigações de uma entidade em determinada data ou as suas
alterações durante um período de acordo com o referencial
contabilístico aplicável. As notas anexas geralmente
compreendem um sumário das politicas contabilísticas
significativas e outras informações explicativas. Este termo
pode relacionar-se com um conjunto de demonstrações
financeiras, mas também se refere a uma demonstração
financeira isolada como por exemplo um balanço ou uma
demonstração de resultados e notas explicativas.
Empresa agrícola: é a entidade de caracter económico que tem por
finalidade utilizar a capacidade produtiva da superfície do
solo, através de um conjunto de meios apropriados que lhe
permitem obter com maior abundancia e mais
economicamente os produtos da natureza.
Instituições Supremas de Auditoria. Organismo público de um
Estado que, entretanto designado, constituído ou organizado,
exerce, em virtude da lei, a mais alta função de auditoria
pública daquele Estado.
Parasita. Diz-se de ou indivíduo que vive à custa alheia por pura
exploração ou preguiça.
Perito Contabilista Existente. Perito Contabilista que se encontra
a exercer as funções exclusivas Perito Contabilista num
cliente, no período pelo qual está contratado.
245

Perito Contabilista Substituto. Perito Contabilista que venha a


ser contratado para substituir o Perito Contabilista existente.
Perito Contabilista. Pessoa singular membro da OCPCA a quem
compete o exercício das funções exclusivas na área da
auditoria que lhe estão atribuídas por lei e pelo Estatuto da
OCPCA.
Relatório. Constatações, recomendações e outras observações
sobre a conclusão de uma auditoria.
Resultado Contabilístico. É o resultado global positivo ou
negativo, de um período, antes da dedução do respectivo
imposto sobre os lucros.
Salário ao rendimento. O trabalhador é remunerado com base em
um salario base, garantido (mas fixado a um nível claramente
insuficiente, em relação ao mercado), acrescido de premio,
função da produção individual do trabalhador.
Salario ao tempo. O trabalhador é remunerado com base na
multiplicação de uma tarifa referida a unidade de tempo
(hora, dia, mês).
Serviços profissionais. Qualquer serviço, como por exemplo
serviços de contabilidade, auditoria, fiscalidade, consultoria
de gestão e serviços de gestão financeira, que se enquadre no
âmbito das funções de Contabilistas ou de Peritos Contabilista
conforme o caso.
Serviços Relacionados. Os trabalhos de revisão limitada, de
procedimentos acordados e de compilações.
Sistema de Controlo Contabilístico. Conjunto de acções que se
consideram ser parte do sistema de controlo interno, sendo,
na sua globalidade, relativas a prossecução dos objectivos
contabilísticos da entidade, e incluem a conformidade as
políticas e aos procedimentos contabilísticos e financeiros e a
eficiência administrativa.
246

Referências
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Universidade de Belas. Obtido em 01 de Maio de
2018, de http://www.unibelas.ga/index.php

Sítios visitados
www.atf-edições.pt
www.ocpcangola.org
www.valoracrescentado-online.com
250

Apêndices
Apêndice I - Diagnóstico da situação profissional
Seja sincero,
Escolha apenas uma pontuação em cada coluna: sim 1; talvez 2;
não 3.

Perguntas Valor
1 Exerço a profissão de contabilista dispondo da cédula
2 Assino as demonstrações financeiras nos termos legais
3 Obtenho rendimentos exclusivos de serviços de contabilidade
4 Aplico os regulamentos que conformam a profissão
5 Tenho as minhas quotas regularizadas com a OCPCA
6 Actuo com ética e deontologia profissional

Transponha os pontos de cada uma das perguntas para o quadro


abaixo:

Pergunta Valor Pergunta Valor


1 2
3 4
6 5
TOTAL A TOTAL B

Calcule:

onde: C (contabilista) e P (parasita)

1º) soma os valores das perguntas 1, 3 e 6 = Total A


2º) soma os valores das perguntas 2, 4 e 5 = Total B
3º) soma os Total (A + B)
4º) ache a percentagem conforme as fórmulas
5º) identifique pela percentagem o grau de relação com C ou
P.

TOTAL (A) TOTAL (B)


C= x 100 P= x 100
TOTAL (A+B) TOTAL (A+B)

Elaborado por: Luís Gonfulo, 2020


251

Apêndice II - Grelha de levantamento de bibliografia


técnica
Tipo de fonte Livro; Secção do Livro
bibliográfica:
Autor:
Título:
Ano:
Cidade:
Editora:
Volume:
Tipo de fonte Artigo de Revista
bibliográfica:
Autor:
Título:
Nome da revista:
Ano:
Paginas:
Tipo de fonte Artigo em periódico
bibliográfica:
Autor:
Título:
Nome do
periódico:
Ano:
Mês:
Dia:
Paginas:
Tipo de fonte Relatório
bibliográfica:
Autor:
Título:
Ano:
Editora:
Cidade:
Elaborado por: Luís Gonfulo, 2020
252

Apêndice III – Guião de entrevista dirigido às


organizações

1- Qual o cargo/função do(a) senhor(a) na organização?

No sector (seguros, banca, público administrativo, público


empresarial, agrícola, financeiro) em Angola:

2- Qual o perfil (formação, certificação, experiência) exigido do


contabilista?

3- Qual o perfil (formação, certificação, experiencia) exigido do


perito contabilista (auditor)?

4- Função do contabilista?

5- Função do perito contabilista (auditor)?

6- Responsabilidades do contabilista?

7- Responsabilidades do perito contabilista (auditor)?

8- Responsabilidades do perito contabilista (auditor)?

9- Existe, um seguro de responsabilidade civil para profissional


contabilista? se sim, favor, descreva:

10- Por favor, escreva o que o(a) senhor(a) gostaria de acrescentar


ao presente questionário

Assinatura do entrevistado

Elaborado por: Luís Gonfulo, 2020


253

Apêndice IV – Levantamento estatístico nas


instituições
1- Qual o cargo/função do(a) senhor(a) na instituição?

2- Qual o número de empresas de especialidade de contabilidade


registadas em 2018?

3- Qual o número de empresas de especialidade de auditoria


registadas em 2018?

4- Qual o número de contabilistas registados em 2018?

5- Qual o número de auditores registados em 2018?

6- Qual o número de empresas existentes em 2018?

7- Qual o número de empresas em actividade em 2018?

8- Qual o número de empresas que apresentaram a contabilidade


organizada em 2018?

9- Qual o número de empresas auditadas em 2018?

10- Por favor, escreva o que o(a) senhor(a) gostaria de acrescentar


ao presente questionário

Assinatura do entrevistado

Elaborado por: Luís Gonfulo, 2020


254

Apêndice IV – Levantamento das instituições escolares

1- Qual o cargo/função do(a) senhor(a) na Escola?

2- Em que dia, mês e ano foi fundada a escola?

3- Endereço da escola?

4- Legislação, Decreto que cria a escola?

5- Cursos (níveis, duração, decreto que cria) ministrados na área


de contabilidade?

6- Qual a certificação que a escola tem para ministrar cursos na


área de contabilidade?

7- Que certificação a escola emite aos formandos que frequentam


os cursos na área de contabilidade?

8- Quantos contabilistas formou ao longo da existência da escola?

9- Por favor, escreva o que o(a) senhor(a) gostaria de acrescentar


ao presente questionário

Elaborado por: Luís Gonfulo, 2020


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Anexos
Anexo A - Primeira Cédula

Fonte: www.ocpcangola.org
256

Anexo B - Segunda Cédula

Fonte: www.ocpcangola.org
257

Anexo C - Terceira Cédula

Fonte: www.ocpcangola.org
258

Anexo D - Quarta Cédula

Fonte: www.ocpcangola.org
259

Anexo E - Quinta Cédula

Fonte: www.ocpcangola.org
260

Anexo F - Sexta Cédula

Fonte: www.ocpcangola.org
261

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