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9 788538 76317 8
Tecnologia
assistiva
2017
© 2014-2017 IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo,
sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
ISBN 978-85-387-6317-8
Boa leitura!
Sobre a autora
1 Dimensões de acessibilidade 9
6 Software Educativo 87
Objetivos:
Conhecer a contextualização
atual da acessibilidade, entender a
legislação que envolve a acessibilidade
e reconhecer a aplicabilidade das
dimensões de acessibilidade no
processo de inclusão.
1 Dimensões de acessibilidade
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Dimensões de acessibilidade 1
nos setores públicos, entre outros obstáculos. Vale verificar os números no
Censo Demográfico do IBGE, realizado em 2010, de características da popula-
ção, religião e pessoa com deficiência:
Os resultados do Censo Demográfico de 2010 apontaram 45 606 048
milhões de pessoas que declaram ter pelo menos uma das deficiên-
cias investigadas, correspondendo a 23,9% da população brasileira.
Dessas pessoas 38 473 702 se encontravam em áreas urbanas e 7 132
347 em áreas rurais. A região Nordeste concentra os municípios com
os maiores percentuais da população com pelo menos uma das defi-
ciências investigadas [...]. (IBGE, 2010, p. 73)
Os dados do Censo são significativos e justificam o incremento nas ações
voltadas à acessibilidade, inclusão, tecnologias assistivas e comunicação alter-
nativa nos espaços de educação formal e não formal e organizações do estado
nacional. Ainda, vale um alerta, devemos considerar que a possibilidade de en-
frentamento das barreiras, obstáculos do cotidiano ou até mesmo da condição
de deficiência temporária assola qualquer pessoa em alguma situação de vida,
senão a todos os sujeitos no processo do desenvolvimento do envelhecer que
traz limitações naturais a todo o ser humano.
Outro aspecto fundamental nessa contextualização e que interfere na aces-
sibilidade e no processo inclusivo trata da globalização que, como um processo
complexo atual, traduz o modo das interações entre os continentes e os países.
Esse mecanismo interfere nas decisões numa gama de aspectos econômicos,
educacionais, culturais e políticos, que articulam os confrontos planetários.
Por meio da globalização, as pessoas estão mais próximas de todo mundo,
os governos e as organizações trocam ideias, realizam transações e disseminam
um modus operandi nas questões da educação e cultura pelos quatro cantos do
planeta, como as proposições da ONU e da Unesco, expandindo, dessa forma,
os limites das fronteiras e da territorialidade e consequentemente interferindo
nas atitudes das pessoas.
Tecnologia Assistiva 11
1 Dimensões de acessibilidade
Extra
Recomendamos a leitura da Declaração Mundial sobre Educação para Todos
(Conferência de Jomtien – 1990). Brasil, UNICEF. Disponível em: <www.unicef.
org/brazil/pt/resources_10230.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
Liste cinco palavras-chave relacionadas à acessibilidade.
Referências
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília: julho, 2010.
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>.
Acesso em: 21 mar. 2017.
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Dimensões de acessibilidade 1
SOUSA SANTOS, Boaventura (Org.). A globalização e as Ciências Sociais. São Paulo:
Cortez, 2002. Disponível em: <http://www.do.ufgd.edu.br/mariojunior/arquivos/
boaventura/globalizacaoeciencias.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
Acessibilidade: lei, cidadania, autonomia, globalização, comunicação.
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1 Dimensões de acessibilidade
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Dimensões de acessibilidade 1
O Decreto 5.296/2004, que regulamenta, inclusive, a Lei Federal 10.098/2000,
sustentando a acessibilidade e estabelecendo as normas e critérios básicos para
a promoção de acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade redu-
zida, em seu artigo 8° (incisos I e II) esclarece:
Das condições gerais da acessibilidade
Art. 8° Para os fins de acessibilidade, considera-se:
I. acessibilidade: condição para utilização, com segurança e auto-
nomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos
urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos disposi-
tivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;
II. barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça
o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança
e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à
informação, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos es-
paços de uso público;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das
edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas inter-
nas de uso comum nas edificações de uso privado multifamiliar;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de trans-
portes; e
d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entra-
ve ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o
recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos,
meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa,
bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à
informação. (BRASIL, 2004)
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1 Dimensões de acessibilidade
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Dimensões de acessibilidade 1
Extra
Recomendamos assistir ao vídeo Jovens brasileiros participam na sede da ONU
de debate sobre a inclusão. Disponível no link <http://www.inesc.org.br/noticias/
noticias-do-inesc/2014/setembro/quatro-adolescentes-e-jovens-brasileiros-participam
-na-sede-da-onu-de-debate-sobre-inclusao-escolar>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
Construa um pequeno texto de três a quatro linhas relacionando Direitos
Humanos Universais – Cidadania – Diversidade.
Referências
BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da
União, em 20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l10098.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
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1 Dimensões de acessibilidade
SASSAKI, Romeu. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
WVA, 1997.
Resolução da atividade
Entende-se que, em essência, o que as leis voltadas aos direitos humanos preservam
é o valor da diversidade humana e a garantia de igualdade social como instrumento
de bem-estar e de desenvolvimento inclusivo, social e educacional. Para ser cidadã ou
cidadão, cada pessoa, única e singular, precisa conviver com toda a sociedade e ofe-
recer a todos o seu saber, habilidades e competências, em uma troca de permanente
aperfeiçoamento.
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Dimensões de acessibilidade 1
pleno exercício da cidadania, entendido como o lugar máximo de todo ser hu-
mano na civilização.
É importante considerar, na aplicação das propostas de acessibilidade, a
existência de situações ambientais, atitudinais, tecnológicas em que possam
ocorrer barreiras, obstáculos de diversos âmbitos. Essas situações devem ser
tomadas como parâmetros investigativos para se encontrar a solução viável aos
problemas vividos. A alternativa acessível deve considerar o processo históri-
co, cultural e educacional, demonstrando a necessidade de constante alinha-
mento para soluções criativas e enriquecedoras do ser humano na permanente
construção e atualização da sociedade inclusiva.
Para a aplicação das seis dimensões de acessibilidade apresentamos algu-
mas alternativas:
1. Acessibilidade arquitetônica – sem barreiras ambientais físicas
dentro dos critérios preconizados pela norma NBR 9050 (2004), que
estabelece os parâmetros técnicos a serem observados quando do
projeto, construção, instalação e adaptações de edificações, mobi-
liários, equipamentos urbanos ás condições de acessibilidade como
rampas, piso tátil, banheiros adaptados, nos transportes coletivos,
entre outros.
cowardlion/Shutterstock RioPatuca/Shutterstock
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tomgigabite/Shutterstock NataLT/Shutterstock
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Dimensões de acessibilidade 1
andar, tomar banho etc.) e de lazer, esporte e recreação (dispositivos
que atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais etc.).
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1 Dimensões de acessibilidade
Extra
Sugerimos a leitura do artigo de Romeu Sassaki intitulado “Inclusão: aces-
sibilidade no lazer, trabalho e educação”. Disponível em: <www.apabb.org.br/
admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20lazer,%20tra-
balho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
No artigo indicado anteriormente, de Romeu Sassaki, é apresentado um
histórico da acessibilidade no Brasil. Monte um esquema com o principal as-
pecto de cada década.
Referências
BRASIL. Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em
20 dezembro de 2000. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>.
Acesso em: 21 mar. 2017.
______. Decreto 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis 10.048, de 8
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para
a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União, em 3 dezembro
de 2004. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/
D5296.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Disponível
em: <www.apabb.org.br/admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20
lazer,%20trabalho%20e%20educacao.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
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Dimensões de acessibilidade 1
VILLAVERDE, Adão (Org.). Manual de redação – mídia inclusiva. Porto Alegre:
Assembleia Legislativa, 2011. Disponível em: <www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/
uploads/1313497232Manual_de_Redacao_AL_Inclusiva.pdf.> Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
Breve histórico de acessibilidade no Brasil:
• Anos 50 – profissionais denunciam a existência de barreiras.
• Anos 60 – Universidades do EUA iniciam eliminação das barreiras
arquitetônicas.
• Anos 70 – 1975, ONU – Declaração dos Direitos das Pessoas Diferentes.
• Anos 80 – Participação plena e igualdade. Ano Internacional das pessoas
deficientes.
• Anos 90 – Desenho Universal. Diversidade Humana.
• Século XXI – 2006, ONU – Acessiblidade.
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1 Dimensões de acessibilidade
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Assim, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos -
Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (CORDE) -, a NBR 9050 encontra-se no site: http://www.mj.
gov.br/sedh/ct/corde/dpdh/corde/normas_abnt.asp.
São exemplos das disposições da NBR 9050/ 2004: a vaga reservada
com o símbolo internacional de acessibilidade na entrada das empresas; as
rampas de acesso com até 8% de inclinação; largura das portas e áreas de
circulação adequadas às cadeiras de rodas; sinalização tátil, visual e audi-
tiva; tipos de piso; adequação de mobiliários, sanitários, vestiários e bebe-
douros, dentre outros. Assim, encontram-se normatizados, desde a entrada
nas empresas, edifícios até o detalhamento de como deve ser o ambiente de
trabalho para acolher todos os trabalhadores com deficiência ou não.
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e a inclusão
Objetivos:
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Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
que cada pessoa é única e detentora de potencialidades singulares. Boaventura
Souza Santos assim se expressa: “temos o direito a ser iguais quando a diferença
nos inferioriza, e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos
descaracteriza” (SANTOS, 2003 apud SOUSA, 2011, p. 1).
O diagnóstico é o início de um atendimento, que pode desdobrar-se num
plano de tratamento, num encaminhamento. É no ato de debruçar-se na pro-
cura de sinais, sintomas, causas que o levantamento de hipóteses diagnósticas
estabelece prováveis prognósticos e prescreve direções de tratamento para os
respectivos quadros particulares que singularizam o diagnóstico de cada pessoa.
Um processo diagnóstico satisfatório exige uma postura de distanciamen-
to do seu próprio ponto de vista para considerar os outros pontos de vista,
muitas vezes, contrários aos seus. Assim, o diagnóstico inclusivo sugere uma
prática em equipe multidisciplinar e interdisciplinar, entre profissionais de di-
versos segmentos da saúde como: psicólogo, médico, fisioterapeuta, fonoau-
diólogo, entre outros.
Finalmente, as práticas diagnósticas precisam ser repensadas dia a dia
para que os discursos não sejam abstrações de palavras vazias, sem sentido e
significado, ditos de todos, que se revestem de padronizações limitadoras, que
rotulam, e que excluem de maneira velada as diferenças existentes no espaço
escolar, até mesmo na sociedade.
Extra
A sugestão é assistir ao fime Somos todos diferentes (Taare Zameen Par,
Índia, 2007), dirigido por Aamir Khan, que trata de um assunto muito delicado
e importante: a dislexia e a falta de conhecimento e informação do educador
para observar e diagnosticar esses casos. Disponível em: <www.youtube.com/
watch?v=fK09tpyvEr4>. Acesso em: 21 mar. 2017.
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Atividades
Sugerimos a leitura do artigo de Fernanda Rodrigues Cacciari, Flávia Teresa
de Lima e Marli da Rocha Mernard: “Ressignificando a prática: um caminho para
a inclusão”. Publicado em 2005. A atividade consiste em escrever uma síntese bre-
ve com as principais ideias apresentadas no artigo. Disponível em: <http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542005000100011>.
Acesso em: 22 mar. 2017.
Referências
CACCIARI, Fernanda Rodrigues; LIMA, Flávia Teresa De; BERNARDI, Marli
da Rocha. Ressignificando a prática: um caminho para a inclusão. Construção
Psicopedagógica, [online]. v. 13, n. 10. São Paulo: 2005. Disponível em: <http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542005000100011>. Acesso em:
22 mar. 2017.
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Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Resolução da atividade
As autoras concluem que a instituição demanda tanta atenção e tantos cuidados
quanto a própria criança a ser incluída. O professor também merece um olhar diferen-
ciado, pois estabelece com essa criança uma relação que precisa ser cuidada. A atenção
dispensada a todos os envolvidos institucionalmente resultam na melhoria do ambiente
para todos que nela estão inseridos. A metodologia do diálogo percorreu o trabalho e se
pode entender a complexidade das atuações subjetivas, bem como das relações institu-
cionais estabelecidas. A atuação junto ao professor é fundamental para que a inclusão
escolar aconteça de forma satisfatória.
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2 Tecnologia Assistiva e a inclusão
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Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
a cada pessoa com baixa visão ou cega. O tempo de perda da acuidade visual
se ao nascer ou ainda na infância, exigirá necessidades sociais e educacionais
diferentes daquelas que perderam a visão mais tarde.
Na deficiência física, podemos dizer que existe uma variedade de fatores
que interferem na mobilidade corporal e na coordenação motora global e fina,
comprometendo o sistema dos movimentos físicos que compreende o sistema
ósteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As causas podem ser
adquiridas e ou genéticas, com índices de alta incidência de malformações ge-
néticas que ocasionam alterações funcionais e estruturais no cérebro e como
consequência, levam a um parto com complicações, às paralisias cerebrais de
grau leve, moderado ou grave.
Na deficiência intelectual, são inúmeros os fatores de risco que podem
ocasioná-la. O atual conceito de deficiência intelectual compreende limitações
significativas tanto no funcionamento intelectual (raciocínio, aprendizagem,
resolução de problemas) quanto no comportamento adaptativo das pessoas,
que se expressam nas habilidades conceituais, práticas e sociais e ocorrem an-
tes dos 18 anos de idade (AAIDD, 2010 – American Association on Intellectual and
Developmental Disabilities). As Ajudas Técnicas ao deficiente intelectual devem
ser planejadas como os recursos e estratégias individuais necessários para a
promoção do desenvolvimento integral e da qualidade de vida.
Na deficiência auditiva conhecer os fatores que a ocasionam é importante,
para o planejamento de ações de prevenção e proteção das dificuldades do sur-
do. Uma vez que, na deficiência auditiva, a comunicação está comprometida
em diferentes graus, seja no reconhecimento das intenções do ouvinte e das
regras conversacionais para estabelecer um diálogo ou transmitir uma ideia. As
causas mais comuns da surdez são: genéticas, pré-natais (como, por exemplo,
rubéola, toxoplasmose, sífilis, medicamentos, incompatibilidade Rh), perina-
tais (como traumatismos de parto, falta de oxigênio) e pós-natais (como trau-
matismos, infecções, medicamentos).
Tecnologia Assistiva 33
2 Tecnologia Assistiva e a inclusão
Extra
Para refletir sobre o impacto causado pela deficiência no ser humano, su-
gerimos alguns vídeos:
Comercial Inclusão Social – Pessoa com deficiência. Disponível em: <www.youtu-
be.com/watch?v=ANFu9gcIQho>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Eficiente ou deficiente? Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=
G9xjw7Wec8I>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Além destes vídeos, sugerimos também alguns filmes consagrados sobre
diferentes casos de deficiência:
• Deficiência física – Meu pé esquerdo (1989).
• Deficiência visual – Ensaio sobre a cegueira (2008).
• Deficiência auditiva – Filhos do silêncio (1986).
• Deficência intelectual – Uma mente brilhante (2002).
Atividades
Retire do texto da ficha de estudo uma frase que apresenta a função com-
prometida em cada uma das deficiências descritas: deficiência auditiva, defi-
ciência visual, deficiência física e deficiência intelectual.
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Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Referências
DEFICIENTES EM AÇÃO. Disponível em: <http://deficientesemacao.cpanel0076.
hospedagemdesites.ws>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
• Deficiência auditiva – reconhecer as intenções do ouvinte e as regras para
conversação e transmissão de ideias;
• Deficiência visual – diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada,
severa ou profunda;
• Deficiência física – interfere na mobilidade corporal e na coordenação motora
global e fina, comprometendo o sistema dos movimentos físicos.
• Deficiência intelectual – limitações no funcionamento intelectual (raciocí-
nio, aprendizagem, resolução de problemas) e no comportamento adaptativo
da pessoa.
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2 Tecnologia Assistiva e a inclusão
36 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
Acrescentamos, neste momento, a contribuição da Tecnologia Assistiva –
TA, que por definição dirige-se aos recursos de acessibilidade que atendam à
pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida e limitada nas suas funções
motoras, auditivas, visuais ou de comunicação. Teófilo Galvão Filho (2013), ao
refletir sobre a definição de Tecnologia Assistiva, declara que em relação às
características, deve-se considerar na TA: o que, para quem e para quê. O primeiro
caracteriza o tipo de recurso tecnológico, por exemplo, um recurso de acessi-
bilidade física. O segundo, caracteriza a quem se destina o recurso, exemplo, o
usuário com limitação motora no caminhar. O terceiro, o para que, caracteriza a
finalidade do recurso em auxiliar na mobilidade de determinada limitação do
usuário em questão, para um idoso com dificuldade de locomoção será útil um
andador que lhe proporcione segurança e autonomia no caminhar. Favorece
deste modo, a vida independente e a inclusão social.
Percebe-se que os recursos das tecnologias assistivas configuram-se coe-
rentes com a civilização do conhecimento, valorizando as diferenças indivi-
duais e reconhecendo a diversidade cultural.
Extra
Sugere-se a consulta ao site Assistiva – tecnologia e educação que apresenta
comentários, informações e definições sobre Tecnologia Assistiva. Disponível
em: <www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
Assista ao vídeo Método Montessori (Material sensorial), sobre a aplicação dos
materiais pedagógicos montessorianos ao desenvolvimento das experiências
sensoriais dirigidas, a qual destaca a diversidade na aprendizagem em sala de
aula. Em seguida, produza um pequeno texto que reflita sobre o trabalho com
Tecnologia Assistiva 37
2 Tecnologia Assistiva e a inclusão
Referências
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco
da Comissão Internacional para a educação do século XXI. Brasília. Julho, 2010.
Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf>.
Acesso em: 21 mar. 2017.
GALVÃO FILHO, Teófilo. A construção do conceito de tecnologia assistiva: alguns novos
interogantes e desafios. Revista Entreideias, Salvador, v. 2, n.1, p. 25-42, jan/jun.2013.
Disponível em: <www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo= 2430>. Acesso
em: 21 mar. 2017.
RODRIGUES, Patrícia Rocha; ALVES, Lynn Rosalina Gama. Tecnologia Assistiva: uma
revisão do tema. Holos. Ano 29, vol. 6, 2013. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/
ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1595/765>. Acesso em: 09 mar. 2017.
SOUSA, Nair Heloisa Bicalho de. Memorial de candidatura de Boaventura de Sousa
Santos ao título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Brasília. Brasília:
UnB, 2011. Disponível em: <www.boaventuradesousasantos.pt/media/Memorial_
Nair%20Heloisa%20Bicalho%20de%20Sousa_29%20Outubro%202012.pdf>. Acesso em:
21 mar. 2017.
Resolução da atividade
Montessori partiu de um princípio básico: A criança é capaz de aprender natural-
mente: Ofereça a ela um ambiente adequado com riqueza nos materiais e com experiências
educativas. Um ambiente onde ela possa, sem a intervenção inadequada do adulto, mer-
gulhar em atividades e descobertas pessoais. O ambiente deve ser preparado para que a
criança consiga desenvolver a espontaneidade, iniciativa, independência. Revoluciona as
práticas pedagógicas com seu método inovador. Sua pedagogia se sustenta em valores para
que a criança se revelar era necessário que o educador interferisse no seu trabalho de modo
adequado e oportunamente. As origens do desenvolvimento são internas: o desenvolvimento
psico-mental, se faz pela interação; o ambiente preparado visa nutrir o desenvolvimento
38 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva e a inclusão 2
mental da criança; os conceitos de percepção da criança são geralmente determinados pelo
meio social e físico; a criação determina a linguagem, os conceitos, as percepções e os valores
individuais; a capacidade é determinada pela aprendizagem.
Tecnologia Assistiva 39
2 Tecnologia Assistiva e a inclusão
40 Tecnologia Assistiva
3
Tecnologia Assistiva
aplicada I
Objetivos:
Conhecer a aplicação e
compreender o contexto atual e a
legislação da Tecnologia Assistiva.
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
42 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
(2012), instigam o desenvolvimento de produtos, estratégias e serviços inova-
dores que aumentem a autonomia, o bem-estar e a qualidade de vida das pes-
soas com deficiência. Também orientam uma rede de pesquisa em universi-
dades públicas do país. Ainda, disponibilizam uma linha de crédito facilitado
para aquisição de produtos.
Podemos mencionar também a conclusão do Comitê de Ajudas Técnicas1
que define como sendo adequada a nomenclatura TA e sugere uma definição
mais ampla para TA entendendo-a como área do conhecimento de prática mul-
tidisciplinar, voltada à promoção da funcionalidade de pessoas com o objetivo
de potencializar a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão so-
cial. Deve ser coerente aos princípios do Desenho Universal na composição de
produtos, estratégias e serviços.
Vale citar que a Legislação Brasileira, no Decreto 3.298/99, reconhece que
os primeiros conceitos para TA foram iniciados a partir dos conceitos de Ajudas
Técnicas. O decreto apresenta no seu artigo 19 a referência ao direito do cida-
dão às Ajudas Técnicas:
Consideram-se Ajudas Técnicas, para os efeitos deste Decreto,
os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações
funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de
deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da
comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão
social. (BRASIL, 1999)
Acrescentam-se aqui as tecnologias para a inclusão social em conso-
nância com as políticas públicas brasileiras. Refere-se à tecnologia social
entendida como:
1
Comitê de Ajudas Técnicas-CAT, instituído em 2006, pela Portaria n. 142, estabelecido pelo Decreto
n. 5.296/2004 no âmbito da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, na
perspectiva de ao mesmo tempo aperfeiçoar, dar transparência e legitimidade ao desenvolvimento
da Tecnologia Assistiva no Brasil. Ajudas Técnicas é o termo anteriormente utilizado para o que hoje
se convencionou designar Tecnologia Assistiva.
Tecnologia Assistiva 43
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
44 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
A CIF descreve as Ajudas Técnicas coerentes à ISO 9.999:
A classificação ISO 9.999 das Ajudas Técnicas define-se como
‘qualquer produto, instrumento, equipamento ou sistema técnico
utilizado por uma pessoa incapacitada, especialmente produzido
ou geralmente disponível, que se destina a prevenir, compensar,
monitorizar, avaliar ou neutralizar a incapacidade’. É aceite que
qualquer produto ou tecnologia pode ser de apoio. (vide ISO 9.999:
Ajudas Técnicas para pessoas com incapacidade). (CIF, 2004, p. 157)
Finalmente, a TA está engajada em trabalhar para ampliar a compreensão
sobre ela e as necessidades de diferentes áreas do conhecimento e pessoas, se
envolvendo na pesquisa do tema, visando à inter-relação de saberes em prol de
efetivas ações transformadoras das práticas discriminatórias da sociedade em
relação às pessoas com deficiência.
Extra
A sugestão é a leitura do artigo de Luciana Baptista, intitulado “Novas
tecnologias da informação e comunicação no contexto educacional”.
O artigo, com base em pesquisas bibliográficas, apresenta como as novas
tecnologias de informação e comunicação (NTIC) se comportam no contexto
educacional, analisando seus pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades
para o processo de ensino e aprendizagem apresentados. Demonstra a im-
portância do recurso para a construção de conhecimentos enfatiza que to-
dos (educadores e alunos) devem se preparar para a utilização das NTIC no
ambiente educacional. Disponível em: <http://201.55.32.167/retc/index.php/
RETC/article/view/180/pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva 45
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
Atividades
Baseando-se no texto desta aula retire o nome de quatro documentos le-
gais (leis, decretos etc.) que fundamentam a TA.
Referências
BRASIL. Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n. 7.853, de
24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência. Publicada no Diário Oficial da União, de 20 de dezembro de
1999. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em:
21 mar. 2017.
46 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Resolução da atividade
• Conferência da Guatemala;
• Decreto 3.956/2001;
• Decreto 3.298/99 – Política nacional para a integração da pessoa portadora
de deficiência;
• Plano Viver sem limite;
• Comitê Ajudas Técnicas.
Tecnologia Assistiva 47
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
48 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
4. Como auxílio para cegos ou com visão subnormal – inclui lupas e len-
tes, braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de
impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos
e publicações.
5. Como auxílio para surdos ou com déficit auditivo – inclui vários equi-
pamentos (infravermelho, FM) aparelhos para surdez, telefones com
teclado-teletipo (TTY), sistemas com alerta tátil-visual, entre outros.
6. Nas adaptações em veículos – acessórios e adaptações que possibilitam
a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas
modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal.
Extra
Sugerimos a leitura do material Tecnologia Assistiva nas escolas: Recursos
básicos de acessibilidade sócio-digital para pessoas com deficiência, da ITS Brasil
(Instituto de Tecnologia Social). Disponível em: <www.itsbrasil.org.br/sites/
itsbrasil.w20.com.br/files/Digite_o_texto/Cartilha_Tecnologia_Assistiva_
nas_escolas_-_Recursos_basicos_de_acessibilidade_socio-digital_para_
pessoal_com_deficiencia.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
Assista ao vídeo Tecnologia Assistiva. A partir do que é exposto, retire in-
formações importantes que se relacionam à TA. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=WEF-PvLC_QE>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva 49
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
Referências
BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Comitê de Ajudas Técnicas Tecnologia Assistiva. Tecnologia Assistiva. – Brasília:
CORDE, 2009. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/
files/publicacoes/livro-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Resolução da atividade
O vídeo justifica de forma lúdica que a TA veio para mediar as relações do homem
com o ambiente, e isso decorre do advento do desenvolvimento da tecnologia, o efeito da
globalização e a mudança no perfil dos alunos.
50 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Esse aspecto está bem descrito no documento que o modelo de classifica-
ção Horizontal European Activities in Rehabilitation Technology – HEART (BRASIL,
2009) apresenta sobre a aplicação da Tecnologia Assistiva. Destaca que se deve
conhecer o seu uso e a sua utilização no ambiente de convivência social do
usuário. O HEART considera três componentes fundamentais de planejamento
e de produção em Tecnologia Assistiva: técnicos, humanos e socioeconômicos.
Especificamente, neste momento, destacamos o componente socioeconômico:
Este grupo de componentes indica que a tecnologia afeta as inte-
rações dentro do contexto social (pessoas, relacionamentos e im-
pacto no usuário final). Os socioeconômicos também enfatizam as
vantagens e desvantagens dos diferentes modelos de prestação de
serviços. (BRASIL, 2009, p. 22)
O HEART (BRASIL, 2009) destaca que o componente socioeconômico vai
contemplar no planejamento as qualidades de acessibilidade e usabilidade do
recurso ou serviço de TA, adaptações do local de trabalho, perspectivas na so-
ciedade, procedimentos para financiamento de TA. Lembrando que os contex-
tos de vida do usuário podem ser o profissional, o escolar ou familiar.
No espaço escolar, a questão da aplicação da TA focaliza a prática educa-
tiva facilitadora e promotora do aprender. “Potencializar pode ser a chave do
processo, no sentido de ampliar as facilidades do ensino e da aprendizagem”
(BARROS, 2012, p. 211). Quer dizer, para compreender como as pessoas apren-
dem e como focar no desenvolvimento das habilidades pessoais do aprendiz, a
descoberta de estilos de aprendizagem facilita esse processo. Assim, o sucesso
escolar está associado à oferta de recursos e soluções da TA que auxiliem o alu-
no na superação de limitações funcionais no ambiente escolar.
Apresentamos nessa aula a descrição de outras cinco categorias de TA e
sua aplicação:
1. Recursos de acessibilidade ao computador – equipamentos de en-
trada e saída (síntese de voz, braille), teclados adaptados, auxílios
Tecnologia Assistiva 51
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
Extra
A sugestão é a consulta às seguintes fontes:
Site: Assistiva – tecnologia e educação, de Mara Lucia Sortoretto, e Rita Bersch
(2014). Disponível em: <www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em: 21
mar. 2017.
52 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
Texto: “Design e avaliaçao de tecnologia web-acessível”, de Amanda Melo,
e Maria Cecilia C. Baranauskas, apresentado no XXV Congresso da Sociedade
Brasileira de Computação. Unisinos, São Leopoldo, RS. Disponível em: <www.
lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/jai/2005/006.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
É necessário conhecer o ambiente escolar para que a TA auxilie as práticas
educativas como facilitadora e promotora do aprender. A TA participa como
potencializadora do processo do aprender. Quais as perguntas iniciais que de-
vemos fazer ao ambiente escolar, a fim de identificar a TA adequada?
Referências
BARROS, Daniela. Estilos de aprendizagem e uso de tecnologias na formação
de professores para a prática pedagógica inclusiva valorizando as competências
individuais. In: GIROTO, Claudia; POKER, Rosimar e OMOTE, Sadao (Orgs.). As
tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária.
São Paulo: Cultura acadêmica, 2012. Disponível em: <www.marilia.unesp.br/Home/
Publicacoes/as-tecnologias-nas-praticas_e-book.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2017.
LUZ, Claudia Ferreira da Silva; SOUZA, Ana Lúcia Santos; DUARTE, Ana
Cristina Santos. Educação inclusiva e tecnologias assistivas: uma análise acerca
da aprendizagem de deficientes visuais. IV Colóquio Internacional Educação e
Contemporaneidade, São Cristóvão – SE, 2012. Disponível em: < http://educonse.com.
br/2012/eixo_11/PDF/25.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva 53
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
Resolução da atividade
Perguntas básicas:
1. Quem é o aluno ? (por exemplo, ele tem deficiência física)
2. Quais são as barreiras que limitam sua aprendizagem? (por exemplo, limita-
ções motoras)
3. Que recursos a escola tem para minimizar as barreiras ? (TA disponíveis na
escola)
4. Que novos recursos podem ser construídos que vão facilitar a aprendizagem?
(planejamento e produção de TA)
54 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada I 3
maior da TA é proporcionar à pessoa com deficiência maior
independência, qualidade de vida e inclusão social, através
da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de
seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho
(MELLO, 2006, p. 7).
As modalidades de TAs estão em pleno desenvolvimento e agrupam-
-se em categorias como: acessibilidade física, acessibilidade a computador,
acessibilidade à internet, apoios educativos e comunicação. Cada uma
dessas categorias oferece recursos distintos que podem ser usados pela es-
cola pra facilitar a aprendizagem de alunos independente da deficiência.
A TA viabiliza que pessoas com deficiência (física, auditiva, visual e
mental), tenham melhor qualidade de vida, com mais possibilidades de
serem incluídas na escola e na sociedade. Por meio dessas tecnologias,
pessoas com deficiências ganham autonomia e possibilidade da realiza-
ção das tarefas do cotidiano desde as tarefas mais básicas de autocuidado
até o desempenho de atividades educacionais e profissionais.
O professor dispõe de um arsenal de material de apoio, mas indiscu-
tivelmente o computador é muito mais do que uma ferramenta, é a opor-
tunidade de comunicação, de autonomia e pode ser para ele um grande
aliado para melhorar a aprendizagem de todos os alunos, principalmente
dos alunos com necessidades educacionais especiais.
Para pessoas com deficiências motoras, sensoriais ou cognitivas, o
computador pode contribuir para sua autonomia e acesso a informação.
Há uma quantidade significativa de softwares educacionais disponíveis no
mercado. Esses são aplicativos que contribuem par o desenvolvimento
cognitivo do aluno, facilitando a apresentação dos conteúdos, tornando a
ação pedagógica dinâmica e interessante.
Tecnologia Assistiva 55
3 Tecnologia Assistiva aplicada I
56 Tecnologia Assistiva
4
Tecnologia Assistiva
aplicada II
Objetivos:
58 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
deficiência, mobilidade reduzida ou idosos. Refere-se aqui à postura adotada
coerente com a acessibilidade atitudinal.
Nesse contexto identificamos outra postura, um outro estilo de vida,
um pensar e intervir, do/no século XXI. O clima ambiental promove mui-
tos dispositivos legais para o movimento inclusivo psicossocial. Um dos
dispositivos fundamentais apresentado por SASSAKI (2007), como sendo
a semente da inclusão, a Disabled People International (DPI), Organização
Não Governamental dirigida por pessoas com deficiência, define em sua
Declaração de Princípios de 1981, o conceito de equiparação de oportuni-
dades, que era, em parte, o seguinte:
O processo mediante o qual os sistemas gerais da sociedade, tais
como o meio físico, a habilitação e transporte, os serviços sociais e
de saúde, as oportunidades de educação e trabalho, e a vida cul-
tural e social, incluídas as instalações esportivas e de recreação, é
feito acessível para todos. Isto inclui a remoção de barreiras que
impedem a plena participação das pessoas deficientes em todas
estas áreas, permitindo-lhe assim alcançar uma qualidade de vida
igual à de outras pessoas. (SASSAKI, 1997, p. 39)
Conhecer os dispositivos legais atuais e históricos voltados aos proces-
sos inclusivos, o conceito de inclusão e a sua forma normatizadora significa
saber que, como toda relação social, a inclusão é pautada em direitos e de-
veres que constroem a cidadania participativa e transformadora da realidade
sócio-histórica-cultural.
A inclusão social e educacional ainda no século XXI depara-se com gran-
des obstáculos, uma vez que a sociedade não está preparada para os desafios
implícitos ao processo de inclusão. Entre eles, o estranhamento é o mais difícil
de ser percebido e vencido por todos. O estranhamento é uma reação humana
às novidades que permeiam as inter-relações, portanto, podem aparecer nas
relações pessoais a qualquer tempo e momento.
Tecnologia Assistiva 59
4 Tecnologia Assistiva aplicada II
Extra
O filme Entre os muros da escola, do diretor Laurent Cantet, é baseado em
situações reais vividas por um professor e seus alunos. A escola está localizada
na periferia de Paris e o perfil do alunado é diverso.
A trama discute o choque entre as diferentes culturas na comunidade es-
colar, aborda as dificuldades na relação professor-aluno e abre diálogos funda-
mentais entre os personagens. O filme nos convoca a responsividade frente à
diversidade, e aponta para uma reflexão importante: como nós nos posiciona-
mos frente às barreiras atitudinais do preconceito, da arrogância e do egoísmo
que impedem a verdadeira inclusão psicossocial?
60 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
Atividades
Assista ao filme Entre os muros da escola e em seguida relacione-o com os prin-
cipais conceitos da acessibilidade atitudinal, num breve texto de até 10 linhas.
Referências
MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na educação inclusiva: entendendo esse
desafio. Curitiba: IBPEX, 2008.
SASSAKI, Romeu. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
_____. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 7. ed. Rio de Janeiro: WVA, 2007.
Resolução da atividade
O filme retrata as relações intra e interpessoais do cotidiano de muitas escolas,
que pode nos remeter inclusive à realidade das escolas brasileiras. Retrata nos diálogos
entre os personagens as ambiguidades inter e intrapessoais frente às diferenças, quer
dizer, revela os amores e os ódios humanos, as qualidades e os defeitos, a natureza boa e
má das pessoas, quer seja aluno ou professor. Retrata de maneira brilhante as mazelas e
contradições sociais que engendram a convivência grupal, na lida com as hierarquias, a
liderança, a autoridade, as tarefas em grupo. Finalmente, revela as barreiras nas atitu-
des das pessoas em aceitar a diversidade e as diferenças individuais, marca a necessida-
de de normatizar os comportamentos estabelecendo critérios de normalidade para uma
convivência entre iguais. Esquecem o principal propósito da acessibilidade atitudinal
Tecnologia Assistiva 61
4 Tecnologia Assistiva aplicada II
62 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
inclui as características físicas e materiais do ambiente em que o
indivíduo se encontra, bem como o contato direto com outros in-
divíduos, tais como, família, conhecidos, colegas e estranhos.
(b) Social – estruturas sociais formais e informais, serviços e regras de
conduta ou sistemas na comunidade ou cultura que têm um impacto
sobre os indivíduos. Esse nível inclui organizações e serviços rela-
cionados com o trabalho, com atividades na comunidade, com orga-
nismos governamentais, serviços de comunicação e de transporte e
redes sociais informais, bem como, leis, regulamentos, regras formais
e informais, atitudes e ideologias.
(2) Os Fatores Ambientais interagem com os componentes das
Funções e Estruturas do Corpo e as Atividades e a Participação.
Para cada componente, a natureza e a extensão dessa interação po-
dem ser mais bem definidas com base nos resultados de trabalhos
científicos a desenvolver no futuro. A incapacidade é caracteriza-
da como o resultado de uma relação complexa entre a condição
de saúde do indivíduo e os fatores pessoais, com os fatores exter-
nos que representam as circunstâncias nas quais o indivíduo vive.
Assim, diferentes ambientes podem ter um impacto distinto so-
bre o mesmo indivíduo com uma determinada condição de saú-
de. Um ambiente com barreiras, ou sem facilitadores, vai restringir
o desempenho do indivíduo; outros ambientes mais facilitadores
podem melhorar esse desempenho. A sociedade pode limitar o de-
sempenho de um indivíduo criando barreiras (e.g. prédios inaces-
síveis) ou não fornecendo facilitadores (e.g. indisponibilidade de
dispositivos de auxílio). (OMS, 2004, p.19, grifos nossos)
Os fatores ambientais vão ao encontro, e devem se interagir e integrarem-
-se a acessibilidade nas suas dimensões: arquitetônica, comunicacional, instru-
mental, atitudinal, metodológica e programática. Conceitua-se aqui a TA como
área do conhecimento, que com seus recursos e serviços instrumentaliza as
Tecnologia Assistiva 63
4 Tecnologia Assistiva aplicada II
pessoas com deficiência para sua autonomia e empoderamento, para seu pleno
exercício de cidadania e para a conquista da inclusão psicossocial.
Apresentamos nesse grupo as possíveis aplicações de TA como dispositi-
vos de auxílio ambiental, seja pessoal ou para a vida coletiva:
• nos ambientes íntimos adaptados como quartos de dormir e banheiro;
• facilitadores na mobilidade pessoal como as cadeiras de rodas ma-
nuais e motorizadas, os mais variados tipos de andadores para pes-
soas com deficiência ou mobilidade reduzida;
• no ambiente do entorno do indivíduo levantamos as adaptações nos
veículos, como acessórios e adaptações que possibilitam a condução
do veículo, elevadores para cadeiras de roda e camionetas modifica-
das e outros veículos automotores usados no transporte pessoal;
• no ambiente natural e de mudanças feitas pelo homem, como a geo-
grafia física, clima, flora e fauna;
• na comunicação suplementar e alternativa que consiste de recursos
eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e recep-
tiva das pessoas. São muito utilizadas as pranchas de comunicação
com os símbolos PCS ou Bliss, além de vocalizadores e softwares diri-
gidos para esta finalidade.
Extra
O documentário nacional Pro dia nascer feliz, dirigido por João Jardim, tem
o foco central no ambiente individual e social e seus efeitos ao indivíduo e ao
grupo social. Especificamente, mostra o cotidiano de escolas de três estados bra-
sileiros e as relações entre professores e alunos circunscritas no ambiente edu-
cacional, bem como seus comportamentos. Expõe o cotidiano da desigualdade,
da discriminação, da violência, quer dizer, aponta para a complexidade am-
biental que envolve a vida pessoal e coletiva entre as pessoas. O documentário
64 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
pode ser acessado pelo link: <www.youtube.com/watch?v=g5W7mfOvqmU>.
Acesso em: 21 mar. 2017.
Atividades
Ao assistir o documentário Pro dia nascer feliz, verificamos que a ausência
de fatores ambientais, essenciais na vida individual e social dos alunos e pro-
fessores, interfere no sucesso das relações, do desempenho e do aproveitamen-
to escolar com reflexos na formação profissional.
Apresente sua análise reflexiva, num texto, com o máximo de 05 linhas,
sobre os efeitos da ausência de fatores ambientais na escola.
Referências
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Direção-Geral da Saúde. Lisboa-Portugal,
2004. Amélia Leitão – tradução e revisão. Disponível em: <www.inr.pt/uploads/docs/
cif/CIF_port_%202004.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
O documentário Pro dia nascer feliz mostra a diferença entre os ambientes das
escolas particulares e públicas e os efeitos da desigualdade social na educação dos ado-
lescentes e o drama vivenciado pelos professores. Desde as precárias condições físicas
das escolas, o desinteresse dos alunos pelo aprender, os péssimos salários dos professores
das escolas públicas, retrata a banalização da educação nacional, do ambiente social no
entorno dos alunos e professores.
Tecnologia Assistiva 65
4 Tecnologia Assistiva aplicada II
66 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
Limitações da atividade são dificuldades que um indivíduo pode
ter na execução das atividades. Uma limitação da atividade pode
variar de um desvio leve a grave em termos da quantidade ou da
qualidade na execução da atividade comparada com a maneira ou
a extensão esperada em pessoas sem essa condição de saúde.
Participação é o envolvimento de um indivíduo numa situação da
vida real. Ela representa a perspectiva social da funcionalidade.
Restrições na participação são problemas que um indivíduo pode
enfrentar quando está envolvido em situações da vida real. A pre-
sença da restrição de participação é determinada pela comparação
entre a participação individual com aquela esperada de um indi-
víduo sem deficiência naquela cultura ou sociedade.
Apresentamos neste grupo as possíveis aplicações de TA como dispositi-
vos ao esporte e lazer:
• apoios e relacionamentos com pares, colegas, pessoas em posição de
autoridade e animais domesticados;
• vida comunitária em todos os aspectos da vida social em comunida-
de, como, vínculos com associações esportivas, beneficentes e clubes
profissionais;
• nas atividades desportivas a participação em jogos colaborativos e
competitivos ou de atletismo, organizados informal ou formalmente,
sozinho ou em grupo, como por exemplo, atividades de ginástica,
tênis de mesa, basquete e nado sincronizado;
• participação em jogos com regras ou jogos sem regras, que podem
ser “livres” e a recreação espontânea ou dirigida, como por exemplo,
jogos de roda, jogo de xadrez, corrida do saco, brincadeiras, jogos de
tabuleiro e pular corda.
Tecnologia Assistiva 67
4 Tecnologia Assistiva aplicada II
Extra
A sugestão é navegar no site da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos
da Pessoa com Deficiência e conhecer as propostas voltadas às politicas públicas
no Esporte, Cultura e Lazer. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/
app/node/518>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividade
Consulte o texto As modalidades paraolímpicas, da autora Ana França, no qual
ela indica os critérios paraolímpicos e a lista do quadro de modalidades espor-
tivas. Selecione os critérios de classificação dos atletas para as categorias espor-
tivas. Disponível em: <http://esporte.hsw.uol.com.br/jogos-paraolimpicos3.htm>.
Acesso em: 22 mar. 2017.
Referências
LUZ, GOMES, Thalison Carlos Fernandes; OLIVEIRA, Luciene Chagas de. Tecnologia
assistiva aplicada no desenvolvimento de um jogo para reabilitação de indivíduos com
deficiência física. XIII CEEL, Universidade Federal De Uberlândia, Uberlândia, 2015.
Disponível em: < http://www.ceel.eletrica.ufu.br/artigos2015/ceel2015_artigo014_r01.
pdf>. Acesso em: 09 mar. 2017.
Resolução da atividade
Conforme o Movimento Paraolímpico Internacional, os atletas podem ser classifi-
cados em seis grupos:
68 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
• amputados;
• paralisados cerebrais;
• deficientes visuais;
• lesionados na medula espinhal;
• deficientes mentais;
• les autres (inclui todos os atletas com alguma deficiência de mobilidade e que
não se enquadram nos demais grupos).
Além desses critérios, o atleta ainda é classificado de acordo com os critérios pró-
prios de cada modalidade, segundo suas habilidades funcionais e desempenho.
Tecnologia Assistiva 69
4 Tecnologia Assistiva aplicada II
70 Tecnologia Assistiva
Tecnologia Assistiva aplicada II 4
Interação natural (IN) é considerada um conceito, quase ciência, que estu-
da formas de o homem interagir com dispositivos eletrônicos através dos
cinco sentidos do ser humano, seja através de gestos, comandos de voz,
movimentos e expressões corporais ou detecção e identificação de partes do
corpo humano como rosto, mão, polegar, retina, articulações, entre outros.
Com o surgimento de novos equipamentos, a interação natural veio
ganhando destaque nos jogos, onde o usuário interage por meios de ges-
tos e fala com a máquina. A Interação Natural se tornou popular com o
advento de jogos para videogame com tecnologias como o Kinect e o Wii.
No entanto, seu conceito já faz parte da ficção e da literatura científica.
Os jogos ajudam na circulação e movimentação dos músculos, o que
é algo essencial para os deficientes físicos, pois se não houver algum tipo
de movimento os atos mais superficiais podem se tornar dolorosos para
aqueles que não praticam algum tipo de atividade física. O jogo trará mo-
tivação ao deficiente físico, por se tratar de algo divertido que combaterá
muita das vezes até algum tipo de abalo emocional.
Tecnologia Assistiva 71
5
Conhecendo a CIF –
Classificação Internacional
de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde
e o Desenho Universal
Objetivos:
74 Tecnologia Assistiva
Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 5
baseado no diagnóstico etiológico da disfunção, evoluindo para
um modelo que incorpora as três dimensões: a biomédica, a psico-
lógica (dimensão individual) e a social. Nesse modelo cada nível
age sobre e sofre a ação dos demais, sendo todos influenciados
pelos fatores ambientais. (FARIAS; BUCHALLA, 2005, p. 189)
Veja como esses mesmos autores descrevem em esquema as interações en-
tre as dimensões:
Condição de saúde
(transtorno ou doença)
Fatores Fatores
ambientais pessoais
Tecnologia Assistiva 75
5 Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal
Extra
Sugerimos assistir ao filme Lutando contra o destino, dirigido por Andy
Wolk, 2005. O roteiro do filme baseia-se em fatos da vida real. O drama gira
em torno da personagem principal – Marilyn Gambrell. O enredo descreve os
76 Tecnologia Assistiva
Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 5
obstáculos vividos por Marilyn para implantar um programa de autoajuda
com vistas a treinar o autocontrole e fortalecer a autoestima de crianças em
idade escolar cujos pais estão presos. O desejo de Marilyn é que as crianças
possam fazer escolhas na vida diferentes das escolhas feitas por seus pais.
Atividades
Conhecer a aplicação da CIF na abordagem da “deficiência” psicossocial
e nos critérios de aplicação, funcionalidade e restrições de participação. Em
poucas palavras, construa um texto identificando esses aspectos no estudo de
caso apresentado abaixo:
QUEIXA PRINCIPAL
- Desequilíbrio e RESTRIÇÕES
Instabilidade na Marcha
ATIVIDADES
PARTICIPAÇÃO
ESTRUTURA E FUNÇÃO - Sensação de cansaço durante
- Dificuldade em par-
CORPORAL o dia (d2301.13)
ticipar
- Cérebro (s1100.370) - Não realiza perfeitamente a
de eventos sociais (mis-
- Hemiparesia (b7302.2) limpeza de casa (d6402.24)
sa) (d9300.14)
- Hiperlonia Esquerda - Dificuldade para se deslocar
- Impossibilidade de
(b7352.2) dentro e
realizar
- Hiper-reflexia Esquerda fora de casa (d465.14)
atividades artesanais
(b7502.2) - Dificuldade em realizar
(pintura, crochê)
- Desiquilíbrio (b2351.2) movimentos finos
(d9203.23)
- Diminuição de ADM com a mão (d440.22)
(b7101.3)
Tecnologia Assistiva 77
5 Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal
Referências
BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE, 2009. p. 138.
Disponível em <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/
livro-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
OLIVEIRA, Ana Irene Costa de; SILVEIRA, Katyana Rocha Mendes da. Utilização
da CIF em Pacientes com Sequelas de AVC. Rev Neurocienc, 2011; 19(4):653-662.
Disponível em: <www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2011/RN1904/relato%20
de%20caso%2019%2004/561%20relato%20de%20caso.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
A avaliação considera a abordagem biopsicossocial da CIF nos fatores individuais
e coletivos, voltada à saúde integral do ser humano. Aborda a compreensão da “defi-
ciência” numa visão contextualizada e possibilita uma ação que atende e responsabiliza
o indivíduo e o grupo.
78 Tecnologia Assistiva
Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 5
do corpo1 ou nas suas estruturas do corpo2, tais como um desvio significativo ou
uma perda. Assim, a conceituação de Desenho Universal contempla a diversidade
e o bem-estar3 do ser humano.
O conceito de Desenho Universal do Instituto Nacional de Reabilitação,
descrito a seguir, visa à concepção de objetos, equipamentos e estruturas do
meio físico destinados a ser utilizados por todas as pessoas indiscriminada-
mente. Seu fundamento é simplificar a vida de todos, tornando os produtos,
estruturas, a comunicação e o meio edificado utilizáveis pelo maior número de
pessoas possível, a baixo custo ou sem custos extras, para que todas as pessoas
possam integrar-se totalmente numa sociedade inclusiva.
Desenho Universal: O conceito de desenho universal se propõe a
gerar ambientes, serviços, programas e tecnologias acessíveis, uti-
lizáveis equitativamente, de forma segura e autônoma por todas
as pessoas – na maior extensão possível – sem que precisem ser
adaptados ou readaptados especificamente. O desenho universal
engloba e avança conceitualmente em relação à acessibilidade e
às ajudas técnicas. O propósito do desenho universal é atender às
diversas necessidades e viabilizar a participação social e o acesso
a bens e serviços à maior gama possível de usuários, contribuindo
para que pessoas impedidas de interagir com a sociedade passem
a fazê-lo. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RS, 2011, p. 7)
1 Funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos, incluindo as funções psico-
lógicas. “Corpo” refere-se ao organismo humano como um todo e, portanto, inclui o cérebro. As-
sim, as funções mentais (ou psicológicas) são consideradas parte das funções do corpo. O padrão
para essas funções é a norma estatística para a população humana. (CIF, 2004, p. 186)
2 Estruturas do corpo são as partes estruturais ou anatômicas do corpo, tais como órgãos, membros
e seus componentes classificados de acordo com os sistemas orgânicos. O padrão para essas estru-
turas é a norma estatística para a população humana. (CIF, 2004, p. 187)
3 Bem-estar é um termo geral que engloba o universo total dos domínios da vida humana, incluindo
os aspectos físicos, mentais e sociais, que compõem o que pode ser chamado de uma “vida boa”. Os
domínios da saúde são um subconjunto dos domínios que compõem o universo total da vida huma-
na. Esta relação é apresentada no seguinte diagrama que representa o bem-estar. (CIF, 2004, p. 185)
Tecnologia Assistiva 79
5 Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal
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Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 5
para o desenvolvimento das habilidades e competências dos alunos. Desse
modo, a escola cumpre seu papel de formadora, facilitando assim o exercício
da cidadania.
Extra
Recomendamos a palestra de Romeu Sassaki: Acessibilidade, Inclusão,
Desenho Universal – Universalidade M2U03989. Disponível em: <www.
youtube.com/watch?v=FbBx-gfZCJI>. Acesso em: 30 nov. 2014.
Outra dica é navegar pelas propostas de acessibilidade da Cooperativa para
a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Gaia (CERCIGaia), fun-
dada em 1976 (Portugal) por iniciativa de um grupo de pais de crianças deficien-
tes mentais que não encontravam resposta sobre seus filhos, em creches ou em
escolas. Disponível em: <http://cercigaia.weebly.com/>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividades
Sugere-se a leitura do livro infantil O menino que tinha medo do escuro de
Susana Campos (Edições Vieira da Silva, 2014). Após a leitura escreva um breve
comentário sobre suas impressões.
Referências
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO GRANDE DO SUL. Manual de redação. Mídia
inclusiva. Assembleia inclusiva. Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: <www2.al.rs.
gov.br/assembleiainclusiva/LinkClick.aspx?fileticket=Pyw-mnmUWDc%3d&tabid=524
8&language=pt-BR>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva 81
5 Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal
Resolução da atividade
O livro traz, em formato alternativo, um exemplo de como um livro multiformato
pode se “abrir” a novos leitores e a novas leituras. Serve ao Desenho Universal uma vez
que pode ser lido por todos.
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Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 5
seguros, segurança social, trabalho, educação, economia, política
social, desenvolvimento de políticas e de legislação em geral e al-
terações ambientais. Por estes motivos foi aceita como uma das
classificações sociais das Nações Unidas, sendo mencionada e
estando incorporada nas Normas Padronizadas para a Igualdade
de Oportunidades para Pessoas com Incapacidades. Assim, a CIF
constitui um instrumento apropriado para o desenvolvimento de
legislação internacional sobre os direitos humanos bem como de
legislação a nível nacional. (CIF, 2004, p. 9-10, grifo nosso)
A CIF permite descrever situações relacionadas com a funcionalidade do
ser humano que remete às funções do corpo e às suas incapacidades, ou, dito
de outra forma, às suas restrições e limitações na participação, e serve como
enquadramento para organizar essas informações. A CIF organiza a informa-
ção em duas partes com dois componentes cada.
1. Componentes da Funcionalidade e da Incapacidade
O componente Corpo inclui duas classificações, uma para as fun-
ções dos sistemas orgânicos e outra para as estruturas do corpo.
Nas duas classificações os capítulos estão organizados de acordo
com os sistemas orgânicos.
O componente Atividades e Participação cobre a faixa completa
de domínios que indicam os aspectos da funcionalidade, tanto na
perspectiva individual como social.
2. Componentes dos Fatores Contextuais
O primeiro componente dos Fatores Contextuais é uma lista de
Fatores Ambientais. Estes têm um impacto sobre todos os compo-
nentes da funcionalidade e da incapacidade e estão organizados
de forma sequencial, do ambiente mais imediato do indivíduo até
ao ambiente geral.
Tecnologia Assistiva 83
5 Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal
Extra
Sugere-se a leitura do livro Direitos das pessoas com deficiência: garantia de
igualdade na diversidade, de Eugênia Favero, Editora WVA, Rio de Janeiro: 2004.
Referências
FARIAS, Norma; BUCHALLA, Cassia Maria. A Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial da Saúde: Conceitos,
Usos e Perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, vol. 8, n. 2, 2005. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v8n2/11.pdf>. Acesso em: 09 mar. 2017.
OLIVEIRA, Ana Irene Costa de; SILVEIRA, Katyana Rocha Mendes da. Utilização
da CIF em Pacientes com Sequelas de AVC. Rev Neurocienc 2011; 19(4):653-662.
Disponível em: <www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2011/RN1904/relato%20
de%20caso%2019%2004/561%20relato%20de%20caso.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
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Conhecendo a CIF – Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal 5
2004. Tradução e revisão de Amélia Leitão. Disponível em: <www.inr.pt/uploads/docs/
cif/CIF_port_%202004.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
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Funcionalidade, Incapacidade e Saúde e o Desenho Universal
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6
Software
Educativo
Objetivos:
Conhecer as tecnologias
nas práticas educativas.
6 Software Educativo
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Software Educativo 6
e intuitivos. Sendo assim, possibilita a reconstrução constante do espaço das
relações humanas” (VERASZTO et al., 2008, p. 79).
Na medida em que a escola norteia suas práticas educativas sob a diversi-
dade humana, as diferenças individuais e, propõem facilitadores1 ao processo
do aprender, avança diversos passos na efetivação do paradigma da inclusão
psicossocial, neste mesmo caminho, as TAs integram as práticas educativas
como ajudas tecnológicas adequadas no ambiente escolar.
As tecnologias, aplicadas ao contexto educacional, vêm para possibilitar
o acesso virtual, a inclusão digital a todas as pessoas que devido às restrições
participativas e limitações que podem ser motoras, visuais, auditivas e físicas
necessitam do uso dos recursos de hardware e software que a sociedade informa-
cional disponibiliza.
A Tecnologia Assistiva como área de conhecimento oferece muitas alter-
nativas e muitos recursos e serviços de apoio ao professor que ajudam na edu-
cação dos alunos com deficiência. Todos os alunos, em determinado momento
de sua vida escolar podem apresentar necessidades educacionais especiais que
comprometam o sucesso escolar pela falta de soluções que os auxiliem na su-
peração de dificuldades funcionais no ambiente da sala de aula e fora dele. Os
professores que conhecem as TAs se beneficiam de diferentes estratégias para
dar respostas às necessidades dos alunos. Garantem, desta maneira, o acesso e
a permanência na escola para todos os agentes escolares.
Buscar alternativas e estratégias que promovam melhores condições de
vida para toda a comunidade, na igualdade de oportunidades educativas e so-
ciais e na construção de valores éticos socialmente desejáveis, é uma maneira
1 Facilitadores são fatores ambientais que, através da sua ausência ou presença, melhoram a fun-
cionalidade e reduzem a incapacidade de uma pessoa. Estes fatores incluem aspectos como um
ambiente físico acessível, disponibilidade de tecnologia de assistência apropriada, atitudes posi-
tivas das pessoas em relação à incapacidade, bem como serviços, sistemas e políticas que visam
aumentar o envolvimento de todas as pessoas com uma condição de saúde em todas as áreas da
vida. A ausência de um fator também pode ser um facilitador, por exemplo, a ausência de estigma
ou de atitudes negativas. Os facilitadores podem impedir que uma deficiência ou limitação da
atividade se transforme numa restrição de participação, já que o desempenho real de uma ação é
melhorado, apesar do problema da pessoa estar relacionado com a capacidade (CIF, 2004, p. 187).
Tecnologia Assistiva 89
6 Software Educativo
Extra
Indicamos o livro Inclusão: construindo uma sociedade para todos, de Romeu
Sassaki (Rio de Janeiro, WVA, 1997).
Atividade
Assista a Mobiliário adaptado em PVC e comente brevemente, num tex-
to de até 10 linhas, o vídeo articulado ao conceito de tecnologia facilitadora.
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=JKy-dKQMEvc>. Acesso em:
22 mar. 2017.
Referências
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CIF - Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Direção-Geral da Saúde. Lisboa-Portugal,
2004. Amélia Leitão - tradução e revisão. Disponível em: <www.inr.pt/uploads/docs/
cif/CIF_port_%202004.pdf> Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
O vídeo mostra o desenvolvimento de Tecnologia Assistiva de baixo custo, aplicado
a crianças com disfunção neuromotora. As crianças precisam de um mobiliário para uso
cotidiano. O exemplo apresentado trabalha com tubos de PVC de solda e de roscas, que
mostra ser um material com acessibilidade e usabilidade. Neste sentido é um recurso
90 Tecnologia Assistiva
Software Educativo 6
facilitador na eliminação de barreiras e, restrição de participação às crianças com defi-
ciência. O grupo relata que desenvolveu sete tipos de equipamentos, como: andadores,
vaso sanitário, mesas, entre outros. Os recursos apresentados, por exemplo, o andador
pode ser ajustado com um sistema de roscas, de acordo ao tamanho da criança. Este
mobiliário, segundo relato de profissionais da saúde auxilia no tratamento complemen-
tar realizado em casa. A confecção do mobiliário é fácil e não exige alta tecnologia. Um
outro ponto interessante da reportagem trata da divulgação da TA, esta é uma atitude
importante que atende à acessibilidade atitudinal, ao Desenho Universal fortalecendo o
compromisso da TA com o estilo de vida independente das pessoas.
Tecnologia Assistiva 91
6 Software Educativo
◦ Linha braille – ligado ao computador por cabo, que possui uma ré-
gua de células braile, cujos pinos se movem para cima e para baixo
e que representam uma linha de texto da tela do computador.
c. Sistema operacional
◦ DOSVOX – software de interface especializada que se comunica
com o usuário em português, por meio de síntese de voz. É um
recurso nacional de relação custo/benefício acessível.
d. Leitora de tela
◦ Virtual Vision – software de leitura de telas desenvolvido para
funcionar sobre os aplicativos mais comuns utilizados;
◦ Jaws – permite ao usuário que configure a intensidade da leitura;
◦ OpenBook – permite acesso e edição de materiais impressos me-
diante um processo de digitalização.
2. Deficiência auditiva e a acessibilidade digital, alguns exemplos:
a. Tecnologia baseada na oralização
◦ Comunicar e palavras baralhadas – videojogos educativos.
b. Tecnologia baseada na Libras
◦ Karytu – software de letramento;
◦ Falibras – tradutor de português para libras;
◦ Dicionário de Libras INES - Instituto Nacional de Educação de
Surdos;
◦ Teclado especial – utiliza recursos das ferramentas de autotexto
e autocorreção do Word.
3. Deficiência motora e a acessibilidade digital, alguns exemplos:
a. Hardwares
◦ Teclados - variedades de teclados;
92 Tecnologia Assistiva
Software Educativo 6
◦ Máscara de teclado – placa de plástico com um orifício corres-
pondente a cada tecla;
◦ Pulseiras de pesos – diversos modelos ajudam a reduzir a ampli-
tude do movimento causada pela flutuação do tônus;
◦ Mouses e acionadores – adaptados de acordo com as necessida-
des do usuário;
◦ Teclado virtual da PUCPR – reúne características de teclado vir-
tual, sintetizador de voz e sistema de predição da palavra.
Extra
Visite o site e conheça o Projeto Redescola, onde podem ser encontrados
diversos softwares educacionais. Disponível em: <http://www.redescola.com.
br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=126&Itemid=55>.
Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividades
Assista ao vídeo Educação e mudança, de Celso Antunes, e escreva um
breve comentário, de no máximo 10 linhas. Disponível em: <www.youtube.
com/watch?v=bLee1851_q0&feature=player_embedded#%21>. Acesso em: 22
mar. 2017.
Referências
MANZINI, Eduardo José; DELIBERATO, Débora. Portal de ajudas técnicas para
educação – Equipamento e material pedagógico especial para educação, capacitação
e recreação da pessoa com deficiência física - Recursos para comunicação alternativa.
2. ed. Brasília: MEC/SEESP, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/
arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Tecnologia Assistiva 93
6 Software Educativo
Resolução da atividade
O vídeo faz uma reflexão sobre o tema da mudança pessoal aplicada ao contexto
educacional. Destaca a importância da formação continuada para que o professor se
mantenha atualizado e que possa atualizar suas práticas educativas. Celso Antunes
sugere que o professor deva refletir sobre algumas interrogações, como: O mundo
mudou? O aluno não é mais o mesmo? Antunes diz que sim, o aluno mudou e mui-
tas vezes o professor percebe isso, mas não reconhece que ele também tem que mu-
dar, tem que se atualizar frente à sociedade informacional, globalizada. O professor
precisa perceber o papel fundamental da tecnologia na vida cotidiana e aplicá-la às
suas práticas pedagógicas.
94 Tecnologia Assistiva
Software Educativo 6
• Qual a vantagem de utilizá-lo?
• Como o sistema funciona?
• Quais os princípios gerais de interação com o sistema?
O computador a serviço da educação oferece softwares que agregam no seu
planejamento, funcionalidade e usabilidade com objetivos pedagógicos (SONZA,
2013), podem ser classificados em: tutoriais, de programação, aplicativos, exercí-
cios e práticas, multimídia e internet, simulação, modelagem e jogos.
Tutoriais – apresentam informações planejadas e organizadas para instigar
a aprendizagem do aluno, partindo da interação computador – usuário e perti-
nência curricular. No site da Secretaria de Educação do Paraná: Dia a Dia Educação –
você pode encontrar orientações sobre diversos softwares educacionais. O site
pode ser acessado pelo link: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/
conteudo/conteudo.php?conteudo=167>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Veja alguns exemplos:
Programação/autoria – tecnologia usada como ferramenta auxiliando a
aprendizagem, dá liberdade ao usuário para criar seu próprio programa de ati-
vidade. Como exemplo, podemos citar o Scratch, um website desenvolvido com
o foco na aprendizagem e educação, onde é possível desenvolver e programar
diversas atividades de forma dinâmica e estimuladora. Pode ser acessado atra-
vés do link: <http://scratch.mit.edu/>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Aplicativos – voltados para aplicações específicas, como processadores de
texto, planilhas eletrônicas e gerenciadores de banco de dados.
Exercícios e práticas – consiste somente na resolução de questões e ativi-
dades, sem se preocupar com o uso pedagógico, o aprendizado e o propósito
do software.
Multimídia e internet – com recursos de acessibilidade na escolha de mul-
timídias para executar uma navegação na internet.
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6 Software Educativo
96 Tecnologia Assistiva
Software Educativo 6
A sociedade globalizada e tecnológica exige que o cidadão utilize os recursos
e serviços tecnológicos. Atualmente são muitos os recursos disponíveis ao processo
educativo e são muito eficazes, desde que sejam usados adequadamente.
Extra
A sugestão é assistir à reportagem do Jornal Record – Prensa: tecnologias
acessíveis. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=9Z2WmHWdR7U>.
Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividades
Quais as perguntas básicas ao escolher um software educativo para um alu-
no com necessidades educacionais especiais?
Referências
SOFFA, Marilice Mugnaini; ALCÂNTARA, Paulo Roberto de Carvalho. O uso do
software educativo: reflexões da prática docente na sala informatizada. Educere,
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2008. Disponível em: < http://
www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/335_357.pdf>. Acesso em: 09
mar. 2017.
Resolução da atividade
A escolha do software deve ser pautada a partir dos seguintes questionamentos:
• Para que o sistema serve?
Tecnologia Assistiva 97
6 Software Educativo
98 Tecnologia Assistiva
Software Educativo 6
Portanto, é importante analisar em que medida o uso dos software na
visão dos professores, está colaborando para a aprendizagem dos alunos
dos primeiros anos da educação básica privada, pois muito recurso finan-
ceiro e muito “suor educativo” estão sendo dispensados nos últimos anos
nestas escolas.
Mas qual o conceito de software educativo? O software educativo ou
Programa Educativo por Computador não é o mesmo que software educa-
cional. Um software educacional é um “produto [...] adequadamente utili-
zado pela escola, mesmo que não tenha sido produzido com a finalidade
de uso no sistema escolar” (OLIVEIRA, 2001, p. 73). Ou seja, são progra-
mas que podem ser utilizados na administração escolar ou em contextos
pedagógicos, ou seja, são caracterizados pela sua inserção em contextos
educacionais. Na verdade, o software educativo é uma classe pertencente a
este. O que diferencia um software educativo de outras classes de softwares
educacionais é o fato de ser desenvolvido com o desígnio de levar o aluno
a construir um determinado conhecimento referente a um conteúdo didá-
tico. O objetivo de um software educativo é a de favorecer os processos de
ensino-aprendizagem e sua característica principal é seu caráter didático.
A escolha do software, além de ser fundamental para o trabalho que o
educador irá desenvolver com seus alunos, pressupõe uma visão de mun-
do, uma concepção de educação. Fica assim evidenciada a importância
que deve ser dada à escolha dos programas que serão selecionados para
serem utilizados com intuito educacional. “A utilização de um software
está diretamente relacionada à capacidade de percepção do professor em
relacionar a tecnologia à sua proposta educacional” (TAJRA, 2001, p.74).
Tecnologia Assistiva 99
7
Sala de recursos
multifuncionais e
acessibilidade
Objetivos:
Extra
Assista à Campanha do plano Viver sem limite 2014. Disponível em: <www.
pessoacomdeficiencia.gov.br/app/viversemlimite/campanhas>. Acesso em: 22
mar. 2017.
Atividades
Para esta atividade, assista ao vídeo Tecnologia Assistiva – Inclusão Escolar
– Comunicação Alternativa – Treino de escrita. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=WamEl8aeQxc>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Esse vídeo exemplifica o que se entende por escola acessível. Recorte do
texto dessa aula uma frase de três linhas que contemple essa ideia.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância.
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de Tecnologia
Educacional – Proinfo: diretrizes. Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.
br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretrizes1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Galvão Filho e Miranda (2012), em uma análise crítica sobre questões da edu-
cação inclusiva na atualidade, discorrem sobre a parceria entre a sala de recursos
multifuncionais e as TAs e a extensão dos efeitos dessa parceria para além dos
muros da escola, incrementando a vida social do aluno e sua autonomia2.
É na sala de recursos multifuncional que o aluno aprende a utili-
zar os recursos de TA, tendo em vista o desenvolvimento da sua
autonomia. Porém, estes recursos não podem ser exclusivamen-
te utilizados nessa sala, encontra sentido quando o aluno utiliza
essa tecnologia no contexto escolar comum, apoiando a sua esco-
larização. Portanto, é função da sala de recursos avaliar esta TA,
adaptar material e encaminhar esses recursos e materiais adapta-
dos, para que sirvam ao aluno na sala de aula comum, junto com
a família e nos demais espaços que frequenta. (GALVÃO FILHO;
MIRANDA, 2012, p. 249, grifo nosso)
Dessa forma, garantem a acessibilidade do aluno com deficiência. São ati-
tudes que paulatinamente eliminam ou evitam a segregação, a discriminação
e a exclusão no ambiente escolar. Preservam a equidade3 de oportunidades a
todos os alunos, “para que a deficiência não seja utilizada como impedimento
à realização de sonhos, desejos e projetos, valorizando o protagonismo e as
escolhas dos brasileiros com e sem deficiência” (BRASIL, 2013, p. 8).
2
Segundo Zatti (2007), a autonomia como condição de uma pessoa que determina ela mesma a lei
à qual se submete não está apenas na cabeça dos sujeitos. Como condição, sua construção envolve
dois aspectos: o poder de determinar a própria lei e também o poder ou capacidade de realizar.
O primeiro aspecto está ligado à liberdade de decidir e o segundo ao poder ou capacidade de fa-
zer. Para que haja autonomia, os dois aspectos devem estar presentes e o pensar autônomo deve
estar ligado ao fazer autônomo. No entanto, é preciso considerar que o fazer não acontece fora do
mundo, pois está cerceado pelas leis naturais, pelas leis civis, pelas convenções sociais, ou seja, a
autonomia é limitada por condicionantes, não é absoluta.
3
Equidade pode ser entendida como reconhecimento e efetivação dos direitos da população, com
igualdade, sem restringir o acesso a eles nem estigmatizar as diferenças entre os diversos segmen-
tos que a compõem. É a possibilidade de as diferenças serem manifestadas e respeitadas sem dis-
criminação, uma condição que favorece o combate das práticas de subordinação ou de preconceito
em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais etc. (SPOSATI, 2002 apud
MONTAGNER et al., 2010, p. 16).
Atividades
Assista ao vídeo da campanha do plano Viver sem limite. Reportagem com
Juliana Oliveira – deficiente motora, Fernanda Honorato – deficiente intelec-
tual, Vanessa Vidal – deficiente auditiva e Gabrielzinho do Irajá – deficiente vi-
sual. Disponível em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/viversemlimite/
campanhas>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Nessa reportagem os quatro entrevistados apresentam uma palavra-cha-
ve importante a todos nós para a verdadeira inclusão. Identifique e escreva
essa palavra.
Referências
BRASIL. Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação
especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Publicado
no Diário Oficial da União, em 18 de novembro de 2011. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm#art11>. Acesso em:
22 mar. 2017.
em: <www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_
generico_imagens-filefield-description%5D_0.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
A palavra é autonomia, importante para todos nós a fim de que possamos viver
plenamente. Autonomia é um dos alicerces da inclusão. Não é a deficiência que impede
a pessoa de exercer a autonomia e a cidadania e sim a falta de acessibilidade em todas as
dimensões. Assim, o programa Viver sem limite trabalha sob 4 eixos: atenção à saúde,
acesso à educação, inclusão social e acessibilidade.
Extra
Indicamos o vídeo Tecnologia Assistiva – Inclusão escolar – Sala de recursos
multifuncionais. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v= BQvxfCYhaZg>.
Acesso em: 22 mar. 2017.
Atividades
Assista ao vídeo Tecnologia Assistiva – sobre os objetos de aprendizagem.
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=M7aHFTxX1pQ>. Acesso em: 22
mar. 2017. Depois disso, descreva em 3 linhas a inter-relação entre objetos de
aprendizagem e o espaço multifuncional.
Referências
BRASIL. Ministério da educação e do desporto. Programa Nacional de Tecnologia
Educacional – Proinfo: Diretrizes. Ministério da Educação e do Desporto – MEC;
Secretaria de Educação a Distância – SEED. 1997. Disponível em: <www.gestaoescolar.
diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/proinfo_diretrizes1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2017.
Resolução da atividade
Os objetos de aprendizagem atendem às prerrogativas da acessibilidade e da in-
clusão quando servem de recursos para a aprendizagem significativa e ao progresso
9 788538 76317 8