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Tecnologia da informação: gestão da cadeia de suprimentos para o

gerenciamento eficaz

Information technology: supply chain management for effective


management
DOI: 10.55905/revconv.16n.7-126

Recebimento dos originais: 19/06/2023


Aceitação para publicação: 17/07/2023

João Vanderlei Sauer de Assis


Especialista em Gestão de Pessoas, Fertilidade dos Solos e Nutrição Mineral de Plantas
Instituição: Universidade Pitágoras Unopar
Endereço: Bandeirantes – PR, Brasil
E-mail: juninho_sauer@hotmail.com

Aline Vanessa Sauer


Doutora em Agronomia
Instituição: Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)
Endereço: Bandeirantes – PR, Brasil
E-mail: aline.sauer@uenp.edu.br

Erich dos Reis Duarte


Mestre em Agronomia
Instituição: Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES)
Endereço: Paraguay – Buenos Aires, Argentina
E-mail: erich.duarte@agrogalaxy.com.br

Cristiano Reschke Lajus


Doutor em Agronomia
Instituição: Universidade Comunitária de Chapecó
Endereço: Chapecó – SC, Brasil
E-mail: clajus@unochapeco.edu.br

Denise Renata Pedrinho


Doutora em Agronomia
Instituição: Universidade Anhanguera-Uniderp
Endereço: Campo Grande – MS, Brasil
E-mail: denise.pedrinho@educadores.net.br

Sandro Silva de Oliveira


Mestre em Ciências da Computação
Instituição: Universidade Comunitária de Chapecó
Endereço: Chapecó – SC, Brasil
E-mail: silva@unochapeco.edu.br

Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.7, p. 6351-6370, 2023 6351
RESUMO
O fluxo de informações está se tornando uma ferramenta de gestão estratégica e operacional cada
vez mais importante. Neste sentido, a Tecnologia da Informação aplicada à gestão da cadeia de
suprimentos torna-se essencial em praticamente todos os setores da empresa moderna, uma vez
que seu uso eficiente pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso desta organização.
Neste contexto, para assegurar uma abordagem integrada, ou seja, uma visão sistêmica, diversas
organizações investem atualmente na gestão como ferramenta estratégia de negócio e para tanto,
recorrem à implantação de tecnologias de informação. Por meio desses sistemas, as empresas são
capazes de se tornarem mais competitivas, reduzir custos, administrar melhor o tempo, entre
outros benefícios que serão discutidos nesse artigo. Tais tecnologias ainda propiciam apresentar
aos setores estratégicos todos os subsídios necessários para a uma tomada de decisão mais
eficiente e assertiva. O presente artigo tem como objetivo abordar algumas tecnologias de
informação aplicadas a gestão da cadeia de suprimentos e mostrar a existência de vários sistemas
de TI disponíveis para a aplicação no gerenciamento eficiente de uma organização de acordo
com as necessidades da cadeia de suprimentos.

Palavras-chave: elevação do custo, planejamento tributário, economia tributária.

ABSTRACT
The flow of information is becoming an increasingly important strategic and operational
management tool. In this sense, Information Technology applied to supply chain management
becomes essential in virtually all sectors of the modern enterprise, since its efficient use can mean the
difference between success and failure of this organization. In this context, in order to ensure an
integrated approach, that is, a systemic view, several organizations currently invest in
management as a business strategy tool and for that, they resort to the implantation of information
technologies. Through these systems, companies are able to become more competitive, reduce
costs, better manage time, and other benefits that will be discussed in this article. These
technologies still provide the strategic sectors with all the necessary inputs for a more efficient
and assertive decision-making. The present article aims to address some information
technologies applied to supply chain management and show the existence of various IT systems
available for the application in the efficient management of an organization according to the needs
of the supply chain.

Keywords: cost elevation, tax planning, tax economics.

1 INTRODUÇÃO
A tecnologia da gestão mostra-se uma grande aliada a revolução a partir do seu uso pelas
organizações que tem como propósito alcançarsucesso, pois as tecnologias então disponíveis
atuam exatamente em driblar todos os obstáculos presentes no gerenciamento da cadeia de
suprimentos. Mesmo sendo um assunto tratado no cotidiano empresarial, há pessoas que
desconhecem a sua grande importância e por isso acabam deixando de lado este instrumento
(WALDOMIRO; ARCANJO; HENRIQUE, 2015).

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A necessidade de integração de toda a cadeia, ou seja, desde o fornecedor de matéria prima
até o momento que rejeitos retornam à empresa através da logística reversa, evoluiu de dentro
para fora das organizações. Essa integração externa foi desenvolvida a partir do inter-
relacionamento de um conjunto de organizações desde os fornecedores de matérias-primas até o
consumidor final. A esta constituição integrada deu-se o nome de Cadeia de Abastecimento e a
gestão logística se faz agora de acordo com os princípios básicos da Gestão da Cadeia de
Abastecimento (Supply Chain Management) (BANZATO, 2005).
Muitas mudanças ocorreram no campo dos negócios nas últimasdécadas. O aumento da
competição e o advento das terceirizações geraram umnovo ambiente, no qual as empresas não
atuam mais como elementos isolados,mas como membros de uma cadeia em rede (GASTAUD;
FELDENS; SANTOS,2007).
A tendência atual da área de sistemas de informações gerenciaisé de não apenas visualizar
a empresa isoladamente, mas toda a cadeia de suprimentos, conseguindo realizar o planejamento
estratégico e tático globalmente para a cadeia, além do operacional para a empresa (PADILHA;
MARINS, 2005).
Além do fluxo de materiais, a gestão da cadeia de suprimentos também deve se preocupar
também com o fluxo de informações, a fim de que se tenha qualidade e velocidade de
informações, suficientes para atender as necessidades e expectativas do consumidor final (prazo,
quantidade, etc.) com uma boa produtividade dos recursos de toda a cadeia de abastecimento
(tempo,espaço, pessoas, estoques, etc.) (BANZATO, 2005).
Neste contexto, a informação sempre foi um elemento importante para as operações de
gestão e estratégias, sem o qual nenhum aspecto da cadeia de suprimentos conseguiria
proporcionar um alto nível de desempenho. Porém, o advento de novas tecnologias possibilitou
a troca rápidae precisa de informações, permitindo melhor oferta de informações aos clientes,
redução de estoques, minimização de incertezas em torno da demanda eaumento da flexibilidade
(ALBERGARIA; GASTAUD, 2008).
A tecnologia de informações possibilita movimentar, instantaneamente, informações
entre os parceiros, pois um processo que levava dias, no passado, hoje as empresas podem
rapidamente enviar dados de vendasde um mercado on-line ao armazém de distribuição para o
reabastecimento do produto; alimentar com informações de rastreamento do estoque para o
aplicativo de planejamento, nas operações de manufaturas a fim de programar a capacidade; e

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distribuir documentos de projetos entre as empresas da cadeiade valor, criando um ambiente
eletrônico de colaboração que reduz os tempos de ciclo de desenvolvimento e melhora a aceitação
do produto no mercado (BANZATO, 2015).
Neste sentido, a fim de que o presente artigo pudesse ser satisfatoriamente estruturado
fora definido como objetivo geral analisar o uso daTecnologia de Informação como ferramenta de
gestão da cadeia de suprimentosintegrada e sua contribuição para os processos de tomada de
decisão e gerenciamento eficaz. Portanto, para que esse propósito fosse cumprido a contento,
tornou-se necessário verificar sua relevância para o aumento dacompetitividade das organizações
no mercado em que se encontram inseridas, demonstrar as tecnologias disponíveis voltadas para
a área de gestão da cadeiade suprimentos, determinarem os efeitos que tais avanços tecnológicos
impactam nos processos e subprocessos gerenciais, justificar a implementação de soluções
tecnológicas em relação a sua relevância no que tange a redução de custos operacionais e por
fim, a sua contribuição para a agilidade dos processos

2 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS - SUPLY CHAIN


MANAGEMENT
Gerenciar uma organização de forma eficiente é fator primordialpara que esta empresa
sobreviva no mercado, tenha lucratividade e ainda, paraque possa entregar o nível de serviço que
possa satisfazer de forma plena seu mercado consumidor. É assertivo afirmar que, há até um
tempo bastante recente, as empresas eram divididas por departamentos que inclusive se viam
como rivais. O que se vê na atualidade é um conceito bem mais amplo denominado Cadeia de
Suprimentos, que tem por objetivo principal criar vínculos e coordenação entre os processos
internos e de outras organizações existentesno canal, isto é, fornecedores e clientes, e a própria
organização.
O termo Supply Chain Management (SCM) foi cunhado como Logística Integrada e teve
sua definição adotada pelo Fórum de mesmo nome realizado na Ohio State University, que ao
termo associava a seguinte descrição:SCM é a integração dos processos industriais e comerciais,
partindo do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e
informações que agreguem valor para o cliente (Novaes, 2007).
A Cadeia de Suprimentos como um conjunto de atividades funcionais (transportes,
controle de estoques, etc.) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-

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primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais agrega valor ao consumidor
(BALLOU, 2010).
Ainda mais preciso, Bertaglia (2010) amplia o conceito de gerenciamento da cadeia de
suprimentos ao afirmar que,

“O SCM corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais,


agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e
disponibilizar os produtos para o lugar e para a dataque os clientes e consumidores
desejarem. Além de ser um processo bastante extenso, a cadeia apresenta modelos que
variam de acordo com as características do negócio e do produto e das estratégias
utilizadas pelas empresas para fazer com o bem chegue às mãos dosconsumidores.”

Alicerçados nos conceitos acima citados, é verdadeiro afirmar que o gerenciamento da


cadeia de suprimentos é uma forma integrada de planejar, controlar e aperfeiçoar o fluxo de bens
ou produtos, informações e recursos, desde os fornecedores até o cliente final, administrando
as relações de logística na cadeia de suprimentos e escolher responsavelmente seus fornecedores
e cliente é de extrema importância para o efetivo funcionamento desta cadeia.
Christopher (2010, p. 23) afirma que:

“O gerenciamento das cadeias de suprimentos envolve uma mudança,significativos nos


tradicionais relacionamentos distantes, e mesmo antagônicos, que frequentemente
caracterizaram no passado a relação comprador/fornecedor. O foco do gerenciamento da
cadeia de suprimentos está na cooperação e na confiança, e no reconhecimento de que,
devidamente gerenciado, “o todo pode ser maior que a soma de suas partes”.

Ainda sobre a cadeia de suprimentos, um ponto relevante a ela creditado é a integração


dos processos de negócios desde o fornecedor primárioaté o consumidor final. É evidente que
muitas empresas administram os seus negócios de maneira aleatória, de forma não integrada, o
que se mostra um grande equívoco ao se analisar os resultados finais.
No que tange à integração dos processos logísticos, Bertaglia (2010, p. 31) é enfático ao
afirmar que:

“O processo de planejamento não está voltado somente para a produção, compras ou


distribuição. As empresas precisam ter um processo de planejamento que possa cobrir
toda a cadeia de abastecimento, avaliando perspectivas estratégicas de abastecimento.
Essa visão determinará de que forma as decisões tomadas isoladamente podem afetar
os diferentes processos ou seus componentes.”

Cabe ainda rememorar que o fator competitividade, cada vez mais crescente entre as
organizações, faz com estas constantemente empregue meios e ferramentas que possibilitem

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avaliações de desempenho visando assimverificar se o composto de estratégias adotadas foram a
mais precisas.

3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DA CADEIA DE


SUPRIMENTOS
A informação é de fundamental importância para as operações e os processos logísticos.
A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma oportunidade
de reduzir custos logísticos mediante sua melhor coordenação, junto a um aperfeiçoamento de
serviço (menos propenso a erros) e uma melhoria da oferta de informações ao cliente, ou seja, a
empresa que melhor conseguir lidar com a informação, certamente terá vantagens competitivas
em relação aos concorrentes.
De acordo com Chopra & Meindl (2003, p. 129),

“Os sistemas de tecnologia da informação (TI) são importantes em todoestágio da cadeia


de suprimentos, pois permitem que as empresas reúnam e analisem as informações que
são necessárias para a tomadade decisão. Eles podem ser segmentados de acordo com
os estágios da cadeia de suprimentos e possuem níveis diferentes de funcionalidade que
podem receber e apresentar informações diferenciadas e analisá-las para solucionar
problemas a curto ou em longo prazo, podem ser utilizados para tomar decisões de
estratégia, planejamento ou operação.”

Reconhecidamente, uma das formas de garantir eficiência nos processos de suprimento


de produtos e materiais por toda a cadeia de suprimentos, otimizam custos fixos e variáveis e
elevar os valores percebidos pelos clientes é a aglutinação da tecnologia aplicada ao
gerenciamento da cadeia de suprimentos. Investir em tecnologia da informação não é uma
atividade fácil para muitas organizações, pois isso pressupõe que os investimentos em TI
aplicados à gestão da cadeia de suprimentos, além de passar por uma análise operacional, devem
ser viabilizados tática e estrategicamente (BANZATO, 2005).
Ballou (2010), no que diz respeito ao cada vez maior uso estratégico de informações nos
processos de gestão, explica que:

“Com o passar dos anos, o custo da provisão de informações precisas e atualizadas ao


longo da cadeia de suprimentos experimentou uma dramática redução, ao contrário dos
crescentes custos de mão-de-obra e dos materiais. Em função disso, tem sido feito
crescentes esforços para substituir recursos por informações. A informação vem sendo
usada, por exemplo, na substituição de estoques, reduzindo desta forma os custos
logísticos.”

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Da mesma forma que uma organização não sobrevive sem um banco de informações
confiável, também é relevante destacar que seria impraticáveis operações precisas e com
elevados graus de impecabilidade e regularidade ao longo da cadeia de suprimentos sem bases
tecnológicas que propiciassem agilidade e principalmente confiabilidade às informações. Torna-
se desnecessário destacar que uma informação fora do tempo onde ela se faz necessária ou sem
integridade não teria propósito algum.
Diante desse contexto, a tecnologia da informação passa ser vista como uma ferramenta
poderosa na condução e parametrização das mudanças organizacionais, impulsionadora de novas
mudanças, assim como ferramenta de apoio para a gestão por processos.
Bowersox e Closs (2006, p. 64) afirmaram que:

“Na chamada “nova economia”, a Tecnologia da informação (TI) é vistacomo a fonte de


criação de novas estratégias de negócio, de novas estruturas organizacionais e de novas
formas de relacionamento entreempresas e entre empresas e seus consumidores A TI
também e entendida como o fator de viabilização da integração em abrangência mundial,
que estende a competição no mercado a uma nova amplitude.”

Dentre as tecnologias que merecem destaque devido à sua importância no que tange em
integralizar processos visando a redução de custose o consequentemente o aumento dos custos e
da competitividade cita-se:
a) MRP (Material Requeriment Planning), ou Planejamento das Necessidades de
materiais;
b) MRPII (Manufacturing Resource Planning), ou Planejamento dos Recursos de
Manufatura;
c) ERP (Enterprise Resources Planning), ou Sistemas Integrados
de Gestão Empresarial
d) MES (Manufacturing Execution System) ou Sistema deGestão de Execução da
Produção;
e) WMS (Transportation Management System), ou Sistema de Gerenciamento de
Transporte;
f) TMS (Transportation Management System), ou Sistema deGerenciamento de
Transporte;
g) RFID (Radio Frequency Identification), ou identificação porradiofreqüência
h) EDI (Electronic Data Interchange), ou Intercâmbio Eletrônicode Dados.

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Nesse sentido, a busca por soluções para a gestão e integraçãointensifica a adoção de
sistemas integrados de gestão conforme citados acima que, dada a evolução das soluções em TI,
incorporam funcionalidades para tratarde questões que estão fora dos muros da empresa e das
relações com seus parceiros diretos. A seguir, as funções e finalidades destas tecnologias serão
explicadas a fim de ressaltar suas importâncias dentro do processo de planejamento estratégico.
Para Banzato (2005), as soluções de TI são classificadas em cinco categorias distintas:
- Planejamento - Previsão de vendas, CRM, SRM, ERP, MRP, DRP e APS;
- Execução – WMS, TMS e MES;
- Comunicação – Terminais fixos e portáteis, EDI, Códigos de barras, Leitores a
laser, Radiofrequência, Sistemas controlados pela voz, Sistemas controlados pela luz,
Sistemas Paperless e RFID;
- Controle – EIS e DSS;
- Concepção – Concepção de recursos logísticos, Ergonomia, Embalagens,
Simuladores de processos de negócios, Simuladores de malha logística, Simuladores
operacionais gráficos, Análises de riscos e tomada de decisão e PMIS.

3.1 MRP (MATERIAL REQUERIMENT PLANNING), OU PLANEJAMENTODAS


NECESSIDADES DE MATERIAIS
A função principal do planejamento de necessidades de material (MRP) é assegurar a
disponibilidade de material, isto é, suprir ou produzir as quantidades necessárias com
antecedência, tanto para utilização interna, comopara vendas e distribuição. Esse processo envolve
o monitoramento de estoques e, especialmente, a criação automática de propostas de pedidos para
compras e produção (BANZATO, 2005).
Corrêa e Gianesi (1993) afirmam que, o MRP (Materials Resource Planning –
Planejamento das Necessidades de Materiais) facilita a programação do fornecedor, pois este o
considera como uma extensão da capacidade de produção da própria empresa.
Corrêa, Gianesi e Caon ressaltam que os pontos positivos do MRP para a gestão de
suprimentos são:
i) Planejar as necessidades de compra a partir das necessidades reais de fabricação;
j) Reduzir as incertezas na demanda, tornando possível um controle melhor das
ordens emitidas e do estoque,permitindo reduzir estoques tanto no cliente quanto no

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fornecedor;
k) Melhorar a gestão do ciclo do pedido/entrega;
l) Diminuir custo de transporte, mediante a consolidação de cargas;
m) Tornar possível a conexão dos sistemas de informação, proporcionando a melhora
da comunicação, um melhor conhecimento da maneira de trabalhar do fornecedor e a
obter maior segurança e controle sobre os prazos e quantidades para entrega.
Banzato (2005) discorre sobre as características dos MPRs afirmando que estes se
caracterizam pelo processamento das requisições de materiais a partir da previsão e estrutura dos
produtos, identificando quais são os itens necessários, bem como quando e quantos deverão ser
comprados ou fabricados. Portanto, alicerçado nas informações supracitadas, pode-se verificar
que o MRP é uma ferramenta importante quanto à redução de estoques e consequentemente os
custos relacionados, uma vez que permite a otimização das compras de insumos destinados à
produção, possibilitando às empresas calcularem os materiais dos diversos tipos que são
necessários e em que momento, assegurando que sejam providenciados no tempo certo, evitando
superdimensionamentos nos estoques, porém, sem afetar os processos produtivos.

3.2 MRPII (MANUFACTURING RESOURCE PLANNING), OU PLANEJAMENTO DOS


RECURSOS DE MANUFATURA
A partir dos anos 80, surgiu o MRP II, que passou a permitir queas empresas avaliassem
as implicações de demanda futura nas áreas financeira e de engenharia, assim como as
necessidades de materiais. Conforme explica Banzato (2005), algum tempo depois, o
processamento MRP foi aperfeiçoado com o planejamento dos recursos de manufatura, passando
a considerar os demais recursos de produção, tais como equipamentos, ferramentas e pessoal.
Cavalcanti (2012) explica que o MRP,

“É um sistema lógico de cálculo que tem a função de converter a previsão de demanda


em programação da necessidade de seus componentes. A partir do conhecimento de
todos os componentes deum determinado produto e os tempos de obtenção de cada um
deles, pode-se, com base na visão de futuro das necessidades, calcular o quanto e
quando se deve obter de cada item, de forma que não haja falta e nem sobra no
suprimento das necessidades da produção.”

Alguns pontos positivos do sistema MRP II, entre os quais se podem citar a introdução
de demanda dependente, ser um sistema de informações integrado, disponibilizando assim um

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enorme número de informações para toda a empresa. No entanto, é importante ressaltar que críticas
são feitas ao MRP II no que tange à sua complexidade e dificuldade de adaptá-lo às necessidades
da empresa, aos níveis de acuracidade exigidos para um eficiente controle de estoque e não
enfatizar o envolvimento da mão de obra noprocesso (CORRÊA; GIANESI, 1993).

3.3 ERP (ENTERPRISE RESOURCES PLANNING), OU SISTEMAS INTEGRADOS DE


GESTÃO EMPRESARIAL
O ERP consiste em num sistema unificado de informação que tem como objetivos integrar
os mais diversos departamentos e funções da empresa como Logística, produção, financeiro e
produção. Tem como propósito também otimizar o fluxo de informação dentro da cadeia de
suprimentos, ou seja,é o resultado de toda uma evolução tecnológica e gerencial que proporciona
umaimportante mobilidade para todos os departamentos.
O termo ERP (Enterprise Resource Planning), deriva de um trocadilho para os
sistemas que o antecederam, denominados MRP (Material Requirement
Planning) e MRP II (Manufacturing Resource Planning).Esses sistemas estão relacionados
ao apoio às áreas de produção esuprimentos da empresa que evoluíram, abrangendo funções
contábeis efinanceiras e, por último, todas as principais funções gerenciais da organização.
Conforme Correa, Gianesi e Caon (1997), a integração pode servista sob a perspectiva
funcional (sistemas de: finanças, contabilidade, recursoshumanos, fabricação, marketing, vendas,
compras, entre outros) e sob a perspectiva sistêmica (sistemas de informações gerenciais, sistema
deprocessamento de transações, sistemas de apoio a decisão, entre outros).
Outro benefício resultante da implantação de um ERP, conformeexplica Cavalcanti (2012),
é a adoção de melhores práticas de negócio, apoiadas pelas funcionalidades dos sistemas, que
resultam em ganhos de produtividade em em maior velocidade de resposta da organização.
Conforme Padovese (2003), os três fatores principais que têm levado as empresas a adotar
o ERP são:
- O movimento da integração mundial das empresas transnacionais, exigindo
tratamento único e em tempo real das informações;
- A tendência de substituição de estruturas funcionais porestruturas ancoradas em
processos; e
- A integração, viabilizada por avanços na tecnologia de informação, dos vários

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sistemas de informação em um sistema único.
Banzato (2005) afirma que, os ERPs disponíveis possibilitaram aos setores de gestão um
controle mais eficaz e uma maior precisão quanto a disponibilização dos dados necessários para
a tomada de decisão e controle, uma vez que, esses sistemas de gestão empresariais tem como
escopo compreender todo o planejamento e gerenciamento dos processos administrativos dos
bastidores, integrando todas as operações desde a aquisição, recebimento, estocagem, produção
e distribuição.
É relevante esclarecer também que, o uso dos ERPs proporciona à organização atender
as especificidades logísticas dos mercados consumidores, garantindo que as funções
relacionadas a gestão da cadeia de suprimentos possam resultar em uma aliança efetiva com os
stakeholders: clientes, empregados, fornecedores e comunidades de entorno que são afetadas,
direta ou indiretamente, pelos resultados oriundos de uma eficaz gestão logística: TMS
(Transportation Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Transporte.

3.4 MES (MANUFACTURING EXECUTION SYSTEM) OU SISTEMA DEGESTÃO DE


EXECUÇÃO DA PRODUÇÃO
Os sistemas MES (Manufacturing Execution System) têm comopapel principal gerenciar
o fluxo de informações de produção e centralizá-los emum único sistema. De forma efetiva, ele é
capaz de reportar as informações certas na hora certa e no local certo, transformando dados de
processo em informações mais valiosas com o intuito de apoiar de forma efetiva as intenções
estratégicas relacionadas direta ou indiretamente com as operações de manufatura.

“O Manufacturing Execution System nasceu de uma necessidade de integração de dados


de chão-de-fábrica com ambientes corporativos (MRP, MRPII, ERP). Anteriormente
ao advento do MES, as ferramentas empregadas para o gerenciamento da produção,
manutenção e consolidação das variáveis de processo baseavam-se em documentos
impressos, ou mesmo em sistemas dedicados, sem pouca ou nenhuma integração. Pelo
fato das informações estarem dispersas por sistemas ou planilhas de apontamentos
estanques, a consolidação e a análise tornou-se uma tarefa complicada e muitas vezes
ineficiente, pois via de regra a informação já estava desatualizada e com baixa
confiabilidade. Além do mais ha via um grande volume de softwares que foram
desenvolvidos de modo a oferecer à gerência de produção ferramentas para o melhor
gerenciamento, baseadas em dados sólidos e confiáveis para atender necessidades
específicas. Sistemas de Controle Estatístico de Processo, Rotinas de acompanhamento
de produção, sistemas de aquisição de dados, softwares de gerenciamento de
manutenção foramentão chamados de MES, o que por um lado serviu para difundiro
termo, e por outro, em função da diversidade das aplicações, o termoMES perdeu a sua
identidade conceitual” (SEIXAS, 2007).

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O MES (Manufacturing Execution System) pode importar dados do ERP (Enterprise
Resource Planning) e integrá-los com o dia-a-dia da produção, gerenciando e sincronizando as
tarefas produtivas com o fluxo de materiais. O MES também proporciona dados operacionais para
outros sistemas de informações na empresa. Por sua vez, estas informações podem serutilizadas
para manter clientes e fornecedores da cadeia de suprimentos atualizados com o que está
acontecendo no chão de fábrica (BANZATO, 2005).
Diante do exposto, pode-se verificar que o sistema MES apresenta várias funcionalidades
ao que se refere à gestão da cadeia desuprimentos, e conforme afirma Banzato (2005), tal sistema
ainda é de imprescindível importância quando se necessita um melhor controle de
documentações, controle do fluxo de materiais, desde a entrada de matéria prima, passando pelos
estoques em processo, até a saída do produto acabado,baixa automática de matérias prima, além
de fornecer informações e subsidiar diversos processos de planejamento, programação e gestão
na cadeia deabastecimento.

3.5 WMS (WAREHOUSE MANAGEMENT SYSTEM), OU SISTEMA DE


GERENCIMAENTO DE TRANSPORTE
O WMS (Warehouse Management System) ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns,
surgiu da necessidade de se melhorar as informações e processos dentro de um armazém ou CD,
sendo assim importantepara a redução de custos e melhoria na operação.
Atualmente a armazenagem, uma das atividades dentro de umacadeia de suprimentos,
exige muito mais que simples procedimentos automatizados, ela necessita de sistemas de
informação eficazes, que possam tomar decisões rápidas e inteligentes. A rentabilidade das
empresas também é afetada diretamente pela eficiência de seu processo de armazenagem, logo
as melhores práticas devem ser uma constante.
Conforme define Banzato (2005) um WMS é um sistema de gestão de armazém, que
aperfeiçoa todas as atividades operacionais (fluxo de materiais) e administrativas (fluxo de
informações) dentro do processo de armazenagem, incluindo o recebimento, inspeção,
endereçamento, estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de
documentos, inventário, entre outras.

“Um WMS pode otimizar o negócio da empresa em duas grandescategorias:


redução de custos e melhoria do serviço ao cliente. A redução de custo se deve ao
fato da melhoria da eficiência de todos os recursos operacionais, tais como:

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equipamentos, mão de obra, entre outros. Já a melhoria do serviço ao cliente se deve ao
fato de minimizarmos os erros e falhas de separação e entrega, bem como darapidez de
todo o processo de atendimento ao cliente, combinando a melhoria do fluxo de materiais
com a melhoria do fluxo de informações” (Banzato, 2005).

Ainda é relevante destacar que o WMS pode ser de fundamental coadjuvância quando
analisados resultados positivos em relação à redução de estoques, redução dos custos com mão
de obra, aumento do uso de capacidadede armazenagem e substancial elevação da acuracidade
dos estoques.
Através de uma série de dados fornecidos pelo WMS, como endereços de armazenagem
e características físicas dos itens (peso, tamanho da embalagem, locais em que podem ser
armazenados, etc...) esse sistema é capaz de sugestionar várias formas de endereçamento, já
levando em consideração a correta proteção dos itens e fazendo com que o trabalho de
movimentação atinja o nível de produtividade máximo.
O WMS é eficiente também em aperfeiçoar os fluxos de comunicação entre os vários
envolvidos nos processos de armazenagem, tornando-os eficientes.
Portanto, é meritório explanar que é possível agilizar e aperfeiçoar determinados
processos tornando-os muito mais eficientes, desde o recebimento do material até sua expedição,
intervalo este que abrange todos os subprocessos da armazenagem, e para tanto, o WMS
(Warehouse Management System) demonstrou-se uma excelente ferramenta de apoio não só
operacional,mas também no que refere-se à decisões a serem tomadas pela gerência.

3.6 TMS (TRANSPORTATION MANAGEMENT SYSTEM), OU SISTEMA DE


GERENCIAMENTO DE TRANSPORTE
O transporte é, atualmente um dos elos da cadeia de suprimentos que mais requer
cuidados, pois, dentre os custos logísticos, 32% são relacionados à este item, tornando-o uma das
parcelas mais representativasno custo logístico total.
Segundo Chopra e Meindl (2003), o transporte significa o movimento do produto de um
local para outro, partindo do início da cadeia de suprimentos e chegando até o cliente.
No entanto, para Bowersox e Closs (2006), o transporte não se resume somente a
movimentação do produto de um lugar para outro, seu valor tem se tornado maior, à medida que
a entrega correta dos produtos reduz os inventários, a armazenagem e o manuseio de materiais.

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Salários, seguros, manutenção, combustíveis e lubrificantes, pneus, impostos, além de
provisionamentos para reposição dos veículos e do equipamento fazem com que os custos, fixos
ou variáveis, tomem enormes proporções, e conseguintemente sejam repassados ao custo final do
produto ouser serviço.
Essa característica financeira, aliada ao fato do processo de distribuição ter uma
participação fundamental na qualidade do atendimento ao cliente faz com que o transporte tenha
que ser adequadamente gerenciado.
Diante desta realidade, uma ferramenta tecnológica queconquista cada vez mais espaço
no cenário da gestão de transportes é o TMS (Transportation Management System), cujo sistema
vem incrementando a qualidade e produtividade de todo o processo de transporte e distribuição.
De acordo com Marques (2002), um sistema TMS pode ser definido como:

“[...] software que auxilia no planejamento, execução, monitoramento e controle das


atividades relativas à consolidação de carga, expedição, emissão de documentos,
entregas e coleta de produtos, rastreabilidade da frota e produtos, auditoria de fretes,
apoio à negociação, planejamento de rotas e modais, monitoramento de custose nível de
serviço, e planejamento e execução de manutenção da frota.”

Os benefícios da implantação de um TMS trazem impactos no nívelde serviços e custos


da rede logística, auxiliando no planejamento, execução, monitoramento das atividades
relacionadas a carga, apoio a negociação eauditoria de frete.
Ballou (2010) afirma que um gerenciamento eficaz representa redução nos custos,
contribui para intensificar a competitividade no mercado, aumentar as economias de escala na
produção e reduzir os preços dos produtos em geral. As funcionalidades correlatas ao
planejamento, execução e apoio à negociação consistem em não somente prover de informações
a empresa, mastambém em promover uma entrega de um serviço a níveis elevados, garantindo
assim qualidade, o que, consequentemente gera satisfação e fidelização docliente.
Banzato (2005) ainda complementa as funcionalidades do TMS:
- Controle do cadastro do veículo: considera todas as informações necessárias
relacionadas com cada veículoda frota;
- Controle de documentação: Licenciamento, impostos, boletins de ocorrências, etc;
- Controle de manutenção: Controla as atividades relacionadas a manutenção
(garantias, manutenção corretivas, preventivas e preditivas)
- Controle de estoque de peças: envolve o cadastro de componentes.

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- Roteirizadores: determinação das melhores rotas a serem utilizadas
- Formação de carga a partir das rotas e índices de ocupação dos veículos;
- Análise da distribuição a partir de mais de um CD (Centro de Distribuição),
consolidando o melhor cenário;
- Planejamento de equipes de carregamento;
- Planejamento da acomodação de cargas no veículo emfunção de peso, volume e
fragilidade.
- Planejamento e controle das autorizações de serviço entre a empresa e
fornecedores a fim de que o motoristanão tenha de levar dinheiro na viagem.
Deste modo, o TMS mostra-se uma ferramenta de máxima importância no que se refere
em apoiar todos os processos logísticos, direta ou indiretamente, relacionados ao transporte,
proporcionando ganhos de economiade escala, redução de custos, aumentos dos níveis de serviço
e consequentemente aumento do poder de competitividade da organização.

3.7 RFID (RADIO FREQUENCY IDENTIFICATION) OU IDENTIFICAÇÃO POR


RADIOFREQUÊNCIA
O RFID (Radio Frequence Identication) é uma tecnologia amplamente utilizada no
segmento industrial para acompanhamento de itens emuma cadeia produtiva, controle de acesso
de pessoal, verificação de estoque, entre outras aplicações.
Considerado o melhor substituto para o quase ultrapassado código de barras, o RFID
garante cada vez mais espaço no que tange em controlar sistemas de armazenagens.
O Sistema de Identificação por rádio frequência utiliza basicamente os seguintes
componentes: Etiqueta ou Tag, que no caso é anexado ao item a ser rastreado; leitor, que
reconhece os identificadores e lê asinformações armazenadas; antena e sistema de comunicação,
o qual se comunica com o leitor através de um software chamado middleware (Glover e Bhatt,
2007)
Banzato (2005) explica as vantagens do RFID:
- Sem contato visual direto: a tag não necessita ser visível à leitora;
- Reutilização e durabilidade;
- Múltiplos tags podem ser lidos em uma operação;
- Segurança: acesso ao dado pode ser protegido;

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- Prevenção de roubos e falsificação de mercadorias
- Distâncias de operação;
- Velocidade e precisão no registro das informações;
- Rastreabilidade do produto;
- Maior integração da cadeia de suprimentos;
- Capacidade de armazenamento;
Segundo Andrade (2012), a maior parte da utilização da tecnologia RFID nas atividades
logísticas está na identificação e rastreamento de pallets, contêineres e caixas nos grandes centros
de distribuição. No entanto, os sucessos que grandes empresas alcançaram com o investimento
na tecnologiaservirão de fator impulsor para incrementar a adoção nos próximos anos.
Nos âmbitos das operações logísticas, o RFID proporciona aindainformações precisas e em
tempo real. Possibilitam inventários rotativos constantes, localização rápida e eficiente dos itens
dentro dos armazéns ou dentro das etapas produtivas, gestão dos ativos (imobilizados).
As atividades logísticas, quando envolvem atividades/processoscomplexos e tratam da
movimentação de artigos com valor agregado significante, são ótimas candidatas á adoção da
tecnologia RFID, pois a identificação por radiofrequência permite maior controle das unidades
comercializadas e das quebras operacionais. Além disso, há a possibilidade de monitoramento
dos produtos desde o fabricante até o centro de distribuição, passando pelo varejo e, por fim, até
a venda ao consumidor final, o quepossibilita uma visão privilegiada do funcionamento da cadeia
de suprimentos.

3.8 EDI (ELETRONIC DATA INTERCHANGE), OU INTERCÂMBIO ELETRÔNICO DE


DADOS
O objetivo fundamental da logística é atender adequadamente o consumidor final,
administrando globalmente a empresa e seus agentes logísticos externos, através de um processo
de gestão integrado, cooperativo e harmonioso de negócios, que vai desde os fornecedores,
almoxarifado, fábrica, depósito de produtos acabados, centros de distribuição, atacadistas,
varejistas,até os consumidores finais.
Para atender às necessidades e desejos dos clientes de forma customizada e rápida surge
o Eletronic Data Interchange (EDI). Apresenta-se como instrumento capaz de possibilitar a

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integração dinâmica entre os agentes da cadeia de suprimento, dentro da empresa e nas
interrelações da empresa com seus fornecedores e clientes.
O EDI é um tipo de tecnologia da informação capaz de estreitaro relacionamento entre
empresas, permitindo melhorar os resultados, tanto em termos operacionais como estratégicos
significando economia de recursos ao simplificar os procedimentos de intercâmbio de dados.
De acordo com Cavalcanti (2012) o EDI é o intercâmbio de informação entre parceiros
autônomos que se associam, computador a computador, de todo o tipo de documentos
comerciais formatados, segundo padrões ou normas. Este processo é ao mesmo tempo técnico e
organizacional,uma vez que consiste na transformação de dados estruturados entre empresas
através de meios eletrônicos e protocolos que obedecem a mensagens normalizadas e
estabelecidas por organismos internacionais.
As transações frequentemente enviadas pelo EDI são as de compras, transporte e de
pedidos entre um computador e um vendedor. Ordensde compra, avisos de estoques, despacho
de material e transporte de tabelas são transmitidos do consumidor; enquanto o envio de pedidos
avançados é remetido pelo fornecedor.
Pizysieznig Filho (1997) enfatiza os principais benefícios do EDI:
- Adição de valor ao negócio: viabiliza o acesso a novas regiões e mercados ainda não
explorados, proporcionando negociação mais eficiente, desenvolvendo parcerias
estratégicas entre clientes e fornecedores. Assim, influência diretamente no aumento da
produtividade e vendas,criando uma vantagem estratégica sobre seus concorrentes;
- Intensificação da vantagem de tempo: reduz do tempo de correção dos erros das
transações, conferindo maiorqualidade às informações trocadas, uma vez que as ordens
de compras e requisições de informações passam a ser recebidas no mesmo dia, o que
permite tomar os processos empresariais mais eficientes;
- Melhorias na área de operações e logística:possibilitadas pela melhor sincronia
dos processos entreclientes e fornecedores, garantindo, do lado do cliente, orecebimento
de produtos no tempo requerido e, por partedo fornecedor, a possibilidade de integração
com sistemas de controle deprodução, tais como o MRP, obtendo assim, a diminuição da
falta de estoque. O uso do EDI nessa áreaaumenta o nível de serviços ao consumidor,
pois caso haja aumento da frequência de pedidos, essa tecnologia confere grande
flexibilidade à cadeia de suprimentos, permitindo, dessa forma, atender a um número

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maior declientes;
- Tomada de decisão: possibilita aos executivos tomaremdecisões rápidas, permitindo
assim reagirem prontamente às ameaças e às oportunidades domercado.
Portanto, a troca eletrônica de dados provoca mudanças, criando meios que permitem
reproduzir os processos, fornecer informações e integrar as pessoas na tomada de decisões,
reduzindo a necessidade dapresença física e dos inúmeros contatos pessoais que orientam as
decisões daschefias em todos os níveis.
O EDI é uma ferramenta que permite atender as exigências dos clientes com maior
agilidade, segurança, confiabilidade e redução de erros na troca de informações. Pode-se afirmar
que o uso desta ferramenta gera um diferencial no controle logístico e da produção no setor
automotivo, o que alavanca a competitividade frente aos concorrentes do setor.

4 CONCLUSÕES
As tecnologias, como os MRP e MRPII, ERP, MES, WMS, TMS, RFID e EDI são
mecanismos que possibilitam às organizações aprimorarem seus processos a fim de lapidá-los e
atingir assim operações cadavez mais notáveis aos olhos dos clientes, tanto internos, quanto
externos desta organização. A tecnologia da informação aplicada à gestão da cadeia de
suprimentos assume um papel preponderante já que temcomo objetivo principal sua capacidade
de melhorar a qualidade e a disponibilidade de informação e conhecimento, importantes para a
organização,seus clientes e fornecedores. Possibilita às organizações a obtenção de excelência
operacional, já que acarreta inúmeros benefícios, conforme destacado anteriormente. A
implantação de ferramentas eficazes de tecnologia da informação quando aliadas à gestão da
cadeia de suprimentos podem proporcionar vantagens imensuráveis, propiciando a
disponibilização deserviços mais seguros, integrados e continuados.

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