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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

TEMA DO TRABALHO

Resolução de Exercícios

Gilda Paulo Mussoavida - 708202372

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Turma: A

Cadeira: Geografia de Urbanismo

Ano de frequência: 4º

Docente: dr. Stivene Sevene

Chimoio, Abril de 2023


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................1

1.1. Objectivos...............................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral:...................................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos:.......................................................................................2

1.2. Metodologias do Trabalho......................................................................................2

CAPITULO II: ANÁLISE E DISCUSSÃO......................................................................3

1. Surgimento das Cidades.............................................................................................3

2. Formas de crescimento Urbanos em Moçambique....................................................5

3. Actividades Econômicas e o modo de vida da população na definição das cidades. 7

4. Contribuição da revolução industrial no desenvolvimento das cidade metropolitana


no sul do pais.....................................................................................................................9

5. Problemas de organização de espaço na grandes metrópoles..................................10

6. As cidades do presente e a explosão urbana............................................................12

7. Caracterização das cidades na época do renascimento............................................14

8. Vias de comunicação constitui um dos factores para a localização das cidades.....17

CAPITULO III: CONCLUSÃO......................................................................................18

Referências bibliográficas...............................................................................................19
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
A geografia de urbanismo se ocupa, portanto, da análise e compreensão dos fenômenos
que são resultantes directos da ação humana sobre o meio urbano e de como os fluxos
de informações, pessoas, capitais e mercadorias se efetivam e atuam na organização e
reorganização do espaço."

"A geografia urbana é de fundamental importância para compreendermos o espaço em


que estamos inseridos e a maneira como ele se transforma. Por meio das reflexões e dos
principais conceitos trabalhados por essa área do conhecimento é possível direcionar um
olhar crítico aos fenômenos que são característicos das cidades e entender mais a fundo
a relação que possuímos com o urbano enquanto agentes produtores e modificadores
desse espaço.

Mediante o estudo da geografia urbana, nos inteiramos acerca da dinâmica das cidades
no país e no mundo, além de refletirmos sobre questões fundamentais, como a
urbanização, a segregação sócio - espacial nas cidades e a mobilidade urbana, por
exemplo. A importância da geografia urbana se estende ainda para o campo prático,
tendo em vista que os temas e conceitos abordados são muito utilizados no
planejamento e na gestão urbana."

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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral:
 Conhecer a origem das cidades;

1.1.2. Objectivos específicos:


 Identificar as formas de crescimento urbanos em Moçambique;
 Descrever os problemas de organização do espaço nas grandes metrópoles;
 Caracterizar as cidades na época do renascimento;

1.2. Metodologias do Trabalho

Segundo Trujillo (2003, p. 37), metodologia “é o conjunto de métodos ou caminhos que


são percorridos na busca do conhecimento”.

Para a elaboração do presente trabalho, o autor empregou o método bibliográfico ou


pesquisa bibliográfica que consistiu no levantamento de bibliografias já publicadas em
forma de livros, revistas, jornais, artigos científicos e relatórios científicos relacionados
com a geografia urbanismo.

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CAPITULO II: ANÁLISE E DISCUSSÃO

1. Surgimento das Cidades

A cidade é a consequência da especialização de actividades do meio rural. Cidades


correspondem basicamente às sedes de municípios que detém uma pequena ou grande
população, é um espaço que concentra um amontoado de pessoas relactivamente organizadas
nas edificações.

Segundo Carlos, (2009, p. 73 - 74), cidade é condição geral da produção, e este facto impõe
uma determinada configuração ao urbano, aparecendo enquanto fenômeno concentrado,
fundamentado numa complexa divisão espacial do trabalho, formando uma aglomeração que,
no capitalismo, tem em vista o processo de acumulação. Um aglomerado que busca diminuir a
distância entre processo de produção da mercadoria e seu processo de consumo.

Assim, a cidade é analisada enquanto concentração de instrumentos de produção, serviços,


mercadorias, infraestruturas, trabalhadores e reserva de mão – de – obra. A cidade se produz
de modo a permitir a articulação entre processos de produção – distribuição – troca, consumo
e a gestão (Carlos, 2009, p. 79).

A compreensão da natureza da cidade não é essencialmente algo definitivo e não pode ser
analisada como um fenômeno pronto e acabado, pois as formas que a cidade assume ganham
dinamismo no decorrer do tempo. A cidade aqui é pensada como “uma realização humana,
uma criação que vai se constituindo ao longo do processo histórico e que ganha
materialização concreta diferenciada, em função de determinações históricas específicas”
(Carlos, 2009, p. 77).

A cidade mais antiga do Mundo acredita – se que seja “Jericó”, na Palestina, as casas eram
feitas de tijolos confeccionados á mão e recobertos de uma camada espessa. As primeiras
cidades das quais se tem registro surgiram há 5.000 anos, na Mesopotâmia, território onde
encontra-se hoje o Iraque, desde então as mesmas passaram por uma série de mudanças e
evoluções.

A sociedade urbana começou a aparecer com a revolução agrícola do Neolítico, que garantiu a
passagem do nomadismo á sedentarismo. Os aglomerados transformaram – se rapidamente
dado o excedente agrícola. A aldeia torna – se mercado e foi crescendo e algumas tornam – se
cidade quando desenvolveram o artesanato.

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A revolução urbana desenvolveu – se na Palestina, na Mesopotâmia e no Vale do Rio Nilo,
Região do Crescente Fértil. A partir desta região a civilização urbana estendeu – se para Oeste
e Leste até ao Vale do Indo. A cidade é a consequência da especialização de actividades do
meio rural. E cada época histórica vai corresponder sempre uma geração de cidades que vai
dominar o espaço rural vizinho. A intensificação da urbanização no mundo iniciou-se a partir
da Revolução Industrial, a nova actividade econômica atraiu uma grande quantidade de
pessoas para as cidades, uma vez que essas abrigavam as indústrias, figurando assim o
fenômeno do êxodo rural (migração de trabalhadores rurais para as cidades).

A Mesopotâmia – região onde viveram os sumérios, os acádios e os assírios, localizava-se


entre-Os - Rios Tigre e Eufrates. Acredita-se que por volta de 3500 a.C. surgiram os primeiros
povoados nessa região. Inicialmente formaram-se aldeias isoladas, as margens da planície
pluvial dos rios Tigre e Eufrates, que foram evoluindo com o desenvolvimento da agricultura.

Segundo Arruda, (1993, p. 56), como a Mesopotâmia não era uma região isolada, tornou-se
muito difícil determinar exactamente a composição dos povos que lá viveram; por outro lado,
também seria difícil que um mesmo reino ou império tivesse sobrevivido durante muito
tempo.

Nos centros urbanos são identificadas todas as relações sociais e também a infra - estrutura e
os serviços públicos, como ruas pavimentadas, transporte público, colecta de lixo, rede de
esgoto, iluminação, saúde, educação e muitos outros. É bom ressaltar que nem sempre ocorre
desse modo, embora seja o ideal.

De acordo com Correa (2007, p. 13), a economia urbana está directamente ligada ao sector
terciário (comércio e prestação de serviços) e também industrial, incluindo ainda as
repartições públicas, tais como prefeitura, câmara dos vereadores e demais órgãos
governamentais. Essas áreas urbanizadas de médio e grande porte abrangem redes de lojas de
diversos seguimentos, instituições financeiras, universidades, hospitais, clínicas e outras
atividades ligadas às cidades. O campo estabelece uma estrita dependência em relação às
cidades, pois a última disponibiliza todos os produtos e serviços necessários para o
desenvolvimento das atividades rurais (insumos, máquinas, assistência técnica e outros).

Todo aglomerado urbano é dinâmico, em razão de vários factores, dentre eles o histórico,
arquitetônico, econômico, cultural, turístico entre muitos outros, esses promovem alterações
contínuas na paisagem, uma vez que a todo o momento acontecem demolições, reformas,

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construções e até mesmo deterioração das paredes, praças e monumentos ocasionados por
fenômenos climáticos como chuva, vento e calor.

2. Formas de crescimento Urbanos em Moçambique

Segundo Hansine (2001 p. 22), a dinâmica de crescimento das principais cidades


moçambicanas, entre outros aspectos, mostra o seguinte: “quer a transição urbana seja
acompanhada de prosperidade económica ou simplesmente de mudanças demográficas, as
oportunidades para o desenvolvimento sustentável urbano dependem, em grande medida, de
assegurar o direito à cidade através do planeamento urbano”. Leia mais no artigo “Natureza
demográfica e consequências do crescimento urbano em Moçambique”, publicado no livro
“Desafios para Moçambique 2019”.

Por outro lado, os menores índices de urbanização são encontrados nos países em
desenvolvimento. O crescimento das cidades pode resultar na formação de aglomerado, tas
como as conurbações, as metrópoles e as megalópolis.

A proporção da população urbana de Moçambique é estimada em 36%. Três quartos dessa


população é composta de residentes informais que sobrevivem da agricultura de subsistência
ou do trabalho temporário. Os esforços governamentais reduziram a pobreza, entre 1997 e
2003, de 70% para 54%. A migração contínua desde 1975, ano da independência para as
cidades, é o que ofusca o desenvolvimento nas zonas rurais. É imperioso dizer que as
principais cidades e a maioria da população se encontram ao longo do litoral de Moçambique,
com 2.470 km de extensão. Os serviços urbanos básicos estão fora do alcance da maioria
dessa população. Os relatórios do Banco Mundial reportam que a taxa de cobertura de
serviços básicos de coleta de resíduos sólidos atinge aproximadamente 30% dos residentes.
Apesar de não existirem dados exatos, acredita-se que seja correto assumir essa proporção
(INE, 2007).

Os principais espaços urbanos de Moçambique são o resultado de um complexo processo de


origem alógena, que se implantaram em território estranho, reproduzindo formas de
organização espacial estranhas ao ambiente local. Com a independência nacional, esses
espaços têm sofrido profundas alterações e reajustamentos que, apesar de tudo, não têm
eliminado o carácter segregador que caracteriza estes espaços como duais.

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Ao mesmo tempo, com a independência nacional e como consequência de uma série de
factores conjunturais, as cidades moçambicanas viram muito aumentada a sua população, sem
que isso tivesse sido acompanhado pelo correspondente crescimento de infraestruturas e
serviços urbanos. Esta situação fez com que os espaços urbanos do país se degradassem e
neles proliferassem atividades informais, como estratégia de sobrevivência de uma parte
considerável da sua população. Face a tudo isto, as cidades moçambicanas sofrem
transformações demasiado rápidas, o que tem dificultado as ações de planeamento. Por isso
impera uma estrutura espontânea onde as condições de vida são bastante degradadas. O
crescimento das cidades de Moçambique, tanto em quantidades como em tamanho, é a grande
característica do mundo moderno. A urbanização é geral e atinge todas as partes do mundo.
Entretanto, cumpre observar que o fenómeno da urbanização não teve o mesmo ritmo e não se
deu por igual nos diversos países e regiões do mundo (Geiger, 1963, p. 75).

Com efeito, os mais elevados índices de urbanização no país são encontrados nas e regiões
mais desenvolvidos do país, como é o caso da Cidade de Maputo, cidades da Beira e na
cidade capital de Nampula.

Por outro lado, os menores índices de urbanização são encontrados nas regiões do país onde a
industrialização é mais recente e restrita. São regiões de economia agrícola com elevada
percentagem da população activa no sector primário.

Conforme Araujo (2003, p.54), o crescimento das cidades, tanto em quantidades como em
tamanho, é a grande característica do mundo moderno. A urbanização é geral e atinge todas as
partes do mundo. Os mais elevados índices de urbanização são encontrados nos países mais
desenvolvidos do mundo, como é o caso da Europa Ocidental, América do Norte e Japão. A
Inglaterra, pais mais urbanizado do mundo, possui mais de 80% de sua população vivendo em
cidades.

Dada a falta de espaço esta análise não poderá fazer justiça a todas as caraterísticas do
processo da urbanização moçambicana. As características mais predominantes nesse processo
são, nomeadamente: a dualidade urbana, a ruralidade no urbano, a informalidade e o
crescimento demográfico.

É sem dúvida a partir da década de 1990 que se teve início o crescimento das periferias
urbanas em Moçambique sem que isso tivesse sido acompanhado pelo correspondente

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crescimento de infraestruturas e serviços urbanos” (Araújo, 2003, p. 170). Como aponta
Raposo (2010, p. 1), é dramático ver as imagens das extensas “periferias das cidades com
habitações precárias, densamente ocupadas, sem infraestruturas, nem serviços. Há nesse
processo uma “urbanização extensiva” (Viana, 2012), provocada pelo papel do mercado de
terra, que acaba configurando esses espaços como o mais barato e atraindo mais residências
em condições precárias. Conforme Andreatta, (2011, p 12), as vias de acesso à “cidade de
cimento” parecem ter sido implantadas atravessando os bairros e, de nenhum modo, tiveram
algum componente de articulação com eles, gerando um efeito barreira na sua execução. O
equilíbrio funcional da cidade é precário. No aspecto de mobilidade e acessibilidade, a
“estrutura viária exígua e a falta de acessibilidade e transportes oferecidos condenam a
população periférica”. Uma representação da dimensão da urbanização moçambicana,
provocada pelo crescimento extensivo da periferia.

A dimensão da urbanização moçambicana cresce com fraca assistência de instrumentos de


planejamento do uso e da ocupação do solo, sua execução e seu controle. Como resultado, a
maior parte da população urbana passou a residir em áreas sem acessos adequados à
mobilidade urbana (Carrilho & Lage, 2009, p.44).

3. Actividades Econômicas e o modo de vida da população na definição das cidades

Em seu aspecto económico, a cidade define-se pela especialização das funções. Numa região
exclusivamente agrícola, que viva em economia de subsistência — onde cada indivíduo
produz quanto é necessário à existência familiar, não se estabelecendo relações de troca —
não há cidades. Económica e historicamente, a cidade nasceu em razão de uma ou várias
funções elementares: o comércio, a indústria, a administração e a defesa (Araujo, 2003, p.33).
A função de cidade-mercado encontra-se na origem da maioria das cidades, e o seu
desenvolvimento está naturalmente ligado ao da economia de troca. As relações de troca são
facilitadas pelas vias de comunicação; daí que as cidades se localizem de preferência nos
entroncamentos dessas vias; os nós privilegiados das redes de comunicações são os pontos
mais favoráveis ao surgir e ao crescer das grandes cidades.

A relação entre a industrialização e o urbanismo, tanta vez posta em relevo, afigura-se menos
característica. Com efeito, e por um lado, a indústria é um fenómeno recente, enquanto que as
cidades quase sempre existiram; por outro lado, o estabelecimento da indústria não é condição
suficiente do nascimento de uma verdadeira cidade.A cidade é um centro de relações e de

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decisões, é um núcleo aglutinador de população, onde se trocam produtos, onde se difundem
ideias e onde se reúnem actividades diferenciadas (comércio, serviços, actividades industriais.

Situação urbana é a posição que a cidade ocupa em relação aos factos naturais da sua região
que pode ser um rio, uma jazida mineira, o mar, cruzamento de rotas terrestres, etc. Critérios
de definição de cidade Embora seja difícil dar uma definição universal de cidade de modo que
seja aceite por todos, há critérios comuns que servem de base à sua definição, apesar de
variarem no seu conteúdo (Wirth, 1970, p. 99).

Não há dúvidas que para chamar “cidade” a um centro populacional deve ai residir um
número mínimo de habitantes. Este número é tão variável de país para país, sendo impossível
chegar a um consenso. Assim, as cidades que crescem em altura apresentam uma densidade
populacional muito superior que as cidades que crescem em superfície. Nos países
desenvolvidos, apenas os sectores secundários e terciários devem prevalecer, enquanto o
sector primário nunca deve ultrapassar 25% da população activa residente. Se a percentagem
ultrapassar este valor deverá ser considerado um aglomerado rural.

Nos países em vias de desenvolvimento, com 80% ou mais de activos no sector primário, as
cidades albergam elevada percentagem de efectivos agrícolas. Como se conclui, há uma
grande dificuldade em uniformizar critérios para a definição universal de cidade. Sendo
assim, é preferível aceitar a definição local e seguir os critérios adoptados individualmente.
Em suma, cidade é uma aglomeração importante, organizada pela vida colectiva e onde que
certa percentagem da população não vive de agricultura.

De acordo com Bagli (2006, p. 66), no urbano, o cotidiano é construído sobre um tempo
mecânico. As formas como as pessoas se apropriam do tempo e dele se utilizam não são
compassadas pelas mudanças naturais. O ritmo do tempo segue a velocidade da mobilidade
excessiva dos processos de produção, circulação, troca e consumo de mercadorias. As pessoas
encontram-se impregnadas por uma lógica em que a rapidez dos acontecimentos determina o
ritmo de seu modo de vida. Trabalho, descanso, compras e lazer são cadenciados pelo
compasso da lógica do capital de maneira efectiva. Nesse tempo, o relógio é o condutor:
controla a hora de dormir, acordar, trabalhar, alimentar e descansar. Tempo acelerado e curto,
rapidez que encanta e desencanta, que atrai e expulsa. Há quem ame ou quem odeia tal
peculiaridade (Bagli, 2006, p. 83 - 84).

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4. Contribuição da revolução industrial no desenvolvimento das cidade
metropolitana no sul do pais.

A região Sul é destaque positivo practicamente em todos os segmentos econômicos, no sector


industrial não é diferente. Na região estão inseridos diferentes tipos de indústrias, no entanto,
as actividades que mais predominam é a produção têxtil e alimentícia, essas utilizam como
matéria – prima a produção agropecuária desenvolvida na região (With 1970, p. 4). As
indústrias estão instaladas em locais estratégicos, perto das fontes de matérias – prima, nas
áreas de produção pecuária estão os parques produtivos no segmento de frigoríficos,
curtumes, laticínios, já em áreas de produção agrícolas se encontram instaladas fábricas de
óleos vegetais, produção de trigo, produção de sucos e as vinícolas. Essa junção entre
produção agropecuária e industrial é denominada de agroindústria. Modificações técnicas,
tecnológica, sócio – económica que teve base na revolução industrial impulsionaram
profundas mudanças na dimensão das cidades da região Sul, na população que ai residia, no
ritmo de urbanização.

Segundo o autor (p. 27), como consequência do aumento das unidades de produção, o que
exigiu a concentração de grandes massas de trabalhadores, novas cidades industriais
apareceram. A acrescentar a este factor terá uma serie de causas que se relacionam todas entre
si; uma delas foi o progresso agrário ligado a passagem de uma agricultura de subsistência
para uma agricultura quase exclusivamente comercial.

O desenvolvimento das cidades da zona sul do país ficou a dever – se ao progresso das
indústrias, e dos transportes. Neste sentido, o avanço mais significante produziu – se nas
cidades da Matola com a utilização dos canais, com vista a facilitar o trafico de mercadorias e,
ao mesmo tempo, assistiu – se, também, ao desenvolvimento de estradas com vista a facilitar
o transito de pessoas e de produtos. Isto permitiu a indústria pesada se concentrasse em
cidades especializadas pois as novas fábricas podiam servir um mercado mais amplo e as
matérias – primas mais volumosas e pesadas, poderiam vir de lugares cada vez mais
afastados.

A expansão urbana continuava, no entanto, submetida a certos limites visto que o transporte
de alimentos a grande distancia se mantinha e a agricultura de subsistência continuou nos

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arredores imediatos das grandes cidades. Mas a cidade continuava a crescer e daí a subida dos
salários e dos custos de produção o que entravava o crescimento da cidade, obrigava a um
percurso a pé o que limitava a sua extensão. A melhoria dos transportes no interior das áreas
urbanas reduziu outro grande obstáculos que se opunha à expansão da cidade, pois veio a
permitir a separação nítida entre local de residência e o local de trabalho. Estas mudanças
técnicas contribuíram para o desaparecimento dos vários impedimentos ao crescimento
urbano e explicam em grande parte o facto das cidades do mundo ocidental estarem a crescer.
A população urbana cresceu rapidamente.

De acordo com Andreta (1997, p.22), as diversas modificações técnicas, tecnológicas,


sócio – económicas na cidades metropolitanas do Sul, tiveram base na revolução industrial
impulsionaram profundas mudanças na dimensão das cidades, na população. Como
consequência do aumento das unidades de produção, o que exigiu a concentração de grandes
massas de trabalhadores, novas cidades e Vilas industriais apareceram. Estas mudanças
técnicas contribuíram para o desenvolvimento dos vários impedimentos ao crescimento
urbano e explicam em grande parte o facto das cidades do mundo ocidental estarem a crescer.

5. Problemas de organização de espaço na grandes metrópoles

Os principais espaços urbanos de Moçambique são o resultado de um complexo processo de


origem alógena, que se implantaram em território estranho, reproduzindo formas de
organização espacial estranhas ao ambiente local. Com a independência nacional, esses
espaços têm sofrido profundas alterações e reajustamentos que, apesar de tudo, não têm
eliminado o carácter segregador que caracteriza estes espaços como duais.

Ao mesmo tempo, com a independência nacional e como conseqüência de uma série de


factores conjunturais, as cidades moçambicanas viram muito aumentada a sua população, sem
que isso tivesse sido acompanhado pelo correspondente crescimento de infraestruturas e
serviços urbanos. Esta situação fez com que os espaços urbanos do país se degradassem e
neles proliferassem actividades informais, como estratégia de sobrevivência de uma parte
considerável da sua população. Face a tudo isto, as cidades moçambicanas sofrem
transformações demasiado rápidas, o que tem dificultado as ações de planeamento. Por isso
impera uma estrutura espontânea onde as condições de vida são bastante degradadas. A
grande aglomeração de pessoas nas cidades, quando essas não disponibilizam infra – estrutura
suficiente para a população, gera uma série de dificuldades de ordem ambiental e social.

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Diante desse contexto, Raposo, (2010, p. 90), refere que pode-se enumerar os problemas
gerados pelo processo de urbanização ocorrido principalmente na grandes metrópoles.

Desemprego – provoca um grande crescimento no número de pessoas que atuam no mercado


informal, além de promover o aumento da violência, pois muitas pessoas, pela falta de
oportunidades, optam pelo crime.

Cortiço - corresponde a moradias que abrigam um grande número de famílias, quase sempre
são cômodos alugados em antigas casas enormes situadas no centro, essas construções se
encontram em condições deterioradas. Essa modalidade de moradia geralmente oferece
péssimas condições sanitárias e de segurança aos seus moradores.

Enchentes - os centros urbanos possuem extensas áreas cobertas por concreto e asfalto,
dificultando a infiltração da água da chuva no solo. As chuvas em grandes proporções
ocasionam um acúmulo muito grande de água e as galerias pluviais não conseguem absorver
toda enxurrada e essas invadem residências, prédios públicos, túneis e comprometem o
trânsito.

A poluição deve vir no plural, pois existem poluições em vários locais e de várias formas:
lixo, outdoors, barulho, veículos, indústrias. Poluição sonora, visual e do ar são as mais
comuns e degradantes para a vida nas cidades. No século XXI, a maioria da população
mundial estará nas cidades, algo que já acontece em grande parte das metrópoles. Dessa
maneira, garantir qualidade do ar nesses ambientes é fundamental.

Ocupação de áreas irregulares é um problema social e ambiental. A urbanização acelerada em


algumas áreas do globo, com a péssima infraestrutura das cidades, fez com que pessoas
ocupassem áreas perigosas, como margens de rios, debaixo de viadutos, e encostas de morros.
No período chuvoso, a população dessas áreas sofre com enchentes, inundações, alagamentos
e, no caso dos morros, deslizamentos, podendo ter vítimas fatais.

A mobilidade – o aumento no número de veículos nas grandes cidades tem cada vez mais
preocupado as autoridades. Com esse aumento, a população urbana gasta muito tempo indo de
um local para o outro, o que pode atrapalhar nas relações profissionais e desgasta quem passa
mais tempo indo para o trabalho e voltando para casa do que no próprio trabalho. Esse tempo
absurdo gasto no deslocamento urbano (engarrafamentos, filas em pontos de ônibus, terminais

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e metrôs) pode gerar estresse, ansiedade e outros problemas crônicos. Assim, a mobilidade
urbana não é só um problema urbano, mas também de saúde populacional.

A violência nas médias e grandes cidades deve ser tratada com seriedade pelas autoridades
públicas. Assaltos, homicídios, brigas de trânsito, brigas domésticas, agressão a moradores de
rua, entre outros, são algumas das violências cometidas nos ambientes urbanos. A falta de
segurança pode ser associada ao desemprego, baixos índices educacionais e desigualdade
social.

Esses são alguns dos problemas vividos nas cidades Moçambicanas podem ser realidade
também em outros países, pois todas as cidades possuem problemas, porém, os acima citados
fazem parte de grandes aglomerações, e dificilmente serão solucionados. As autoridades não
conseguem monitorar todos os problemas devido o acelerado crescimento ocorrido no
passado.

Desde que o ser humano se tornou majoritariamente urbano, os problemas nas cidades se
agravaram, confundindo-se a linha entre “problema urbano” e “problema ambiental”.
Actualmente se discute que os problemas urbanos são problemas ambientais, pois ambos
estão interligados

Há uma transformação incongruente porque o ritmo de crescimento é muito superior à


capacidade e previsão definida pelas autoridades. Vai – se acumulando na cidade uma
população composta de imigrantes, que se vão distribuindo ao acaso pelas franjas mais

6. As cidades do presente e a explosão urbana

Os últimos dois séculos, na sequência da revolução industrial, a população mundial cresceu a


um ritmo exponencial nunca antes alcançado: com mil milhões de habitantes em 1804,
duplica em 1927 e chega aos 2,5 mil milhões em 1950. O crescimento acelera a partir desta
data, chegando aos 4 mil milhões em 1975 e extravasando os 6 mil milhões na passagem do
milénio.

A explosão urbana em Moçambique assume configurações diversas, que vão desde


gigantescas regiões metropolitanas e grandes cidades, com extensas periferias não
urbanizadas e muito carenciadas, cobrindo 30 a 90% do território da urbe, a grandes
conturbações (INE, 2017)

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O grande desenvolvimento das cidades e das formas de vida urbana é um fenómeno que
caracteriza melhor a civilização contemporânea.

Na Europa, a taxa de urbanização não ia além dos 19% em 1800, era de 28% em 1850, em
1900 de 44% e hoje aproxima – se dos 70%. Também em 1800 a população dos EUA era de
6.1%, no princípio do século XX, 39.7% e hoje ultrapassa os 70%. Nas áreas colonizadas
recentemente (Austrália e Nova Zelândia) a população urbana actual é superior a 85%.

Os Países do terceiro Mundo registam um grande aumento da população urbana, mas o


aumento é recente e particularmente, depois da 2ª Guerra Mundial. Os Países da Ásia e da
África tinham, em 1925, uma taxa de urbanização baixa, á volta de 8%, para aumentarem para
cerca de 15% em 1950 e actualmente registam valores que rondam os 25 – 28%. Quanto á
América Latina, a taxa de urbanização era de 29.5% em 1925 e passou para 65% em 1980.

Também o Japão e a ex - URSS apresentavam elevada s taxas de população urbana: 77% e


68%, respectivamente. Pode, portanto, verifica – se que o ritmo de crescimento da população
urbana é muito variável. Na Europa Ocidental, o ritmo abrandou, ao contrario da Europa
Mediterrânea, onde continua vigoroso, como resultado de um êxodo rural ainda importante.
Na ex - URSS e nos países do Leste, a expansão urbana foi brutal, mas hoje, esta um pouco
mais controlada. Na América do Norte, Austrália e Nova Zelândia os ritmos de crescimento
da população urbana são dos mais lentos, actualmente. É contudo, nos países da América
Latina, da Africa e da Asia que o ritmo de crescimento é explosivo; estima – se que nos finais
do seculo XX, as cidades destes países contem, talvez, com 20 milhões de pessoas.

O prodigioso crescimento demográfico das cidades desencadeia metamorfoses em muitas


regiões do mundo. As cidades transbordam de população e suas múltiplas actividades tornam
– nos centros importantes da organização do espaço.

O fenómeno urbano, acelerado entre as duas guerras, deu origem a variadas paisagens urbanas
e determinou os novos arranjos internos e a expansão recente das cidades os subúrbios.

Nos países desenvolvidos a tendência actual aponta para um papel cada vez menos activo da
cidade, mas o mesmo não acontece nos países subdesenvolvidos, como nova a sua
urbanização galopante.

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Este desenvolvimento global da população urbana, que desde 1900 aumento 10 vezes mais
rapidamente que a população mundial, corresponde a quatro tipos de concentração urbana:

- O Tipo Europeu, onde um movimento precose de expansão urbana, tem hoje tendência a
afrouxar;

- O Tipo Dos Países de Colonização Europeia, (EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia)
onde o impulso foi grande e apesar de ainda muito vigoroso tem tendência a diminuir;

- O Tipo dos Países do Leste Europeu e de Influência Soviética, cuja expansão das cidades é
medida de acordo com os planos de desenvolvimento económico;

- O Tipo dos Países do Terceiro Mundo, onde a população sofre actualmente um crescimento
vertiginoso, depois de uma longa estagnação.

O rápido desenvolvimento urbano é produto da revolução Industrial. Com efeito, os mais


elevados índices de urbanização localizam-se no hemisfério norte, nos chamados países
desenvolvidos e os menores índices no hemisfério sul, nos chamados países em via de
desenvolvimento.

7. Caracterização das cidades na época do renascimento


O séc. XVI foi um marco fundamental na história da expansão urbana. Os descobrimentos e
expansão para novas terras permitiram os europeus construir cidades na costa africana, no
Oriente e na americana. E do litoral difundiram – se para o interior dos Continentes.
A cidade ideal na época do Renascimento era um assentamento simétrico que se concentrava
em torno de uma praça, que abrigava edifícios civis e era vista como o espaço mais
importante a partir do qual o resto da cidade interagiria. O simbolismo do planejamento era
visto como uma nova maneira de ver o mundo, apelidado de "Imanesimo", ou um sistema que
se concentrava na humanidade e na civilização colectiva. Tal cidade foi mesmo construída,
conhecida agora como Pienza. Pienza é uma das pedras angulares para o planejamento urbano
moderno, pois foi construída de uma forma que melhor se adapta às necessidades de seus
habitantes, além de considerar também os aspectos sociais e de transporte, chegando até a
incorporar bancos públicos em toda a cidade.
Em relação à civilização europeia, durante o período do renascimento, Goitia (1992, p. 33),
afirma que a principal “a actividade urbanística durante o século XV e XVI consiste, em
grande parte, em alterações no interior das velhas cidades que, geralmente, modificam muito
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pouco a estrutura geral”. Ainda segundo o autor, a “abertura de algumas ruas novas, com
edifícios solenes e uniformes, e sobretudo a criação de novas praças, regulares ou quase
regulares, para enquadramento de um monumento destacado, uma estátua para honrar um rei
ou um príncipe, ou para representações ou festejos públicos, são os empreendimentos urbanos
mais apoiados, que o período barroco irá continuar ainda em maior escala”.
Nessa direção Benevolo (1993, p. 23), explica que as cidades e as benfeitorias territoriais
criadas durante a Idade Média, na Europa, “bastam para as necessidades da sociedade
renascentista e são modificadas só em parte; no resto do mundo, ao contrário, os
conquistadores e os mercadores europeus encontram um enorme espaço vazio onde podem
realizar novos grandes programas de colonização e urbanização”.
Para Goitia apud Stewart (1992), “o renascimento é, acima de tudo, um movimento
intelectual. No campo do urbanismo, as suas primeiras contribuições são insignificantes se as
compararmos com a arquitetura do mesmo período e com as realizações cenográficas, com os
grandes panos de fundo do final do barroco”.
O pensamento utópico vigente à época elabora cidades geométricas ideais, com
predominância dos traçados regulares e apresentando simetria e proporção rígida na execução
das vias e praças. Para Benévolo (1993, p. 66), “as novas cidades seguem um modelo
uniforme: um tabuleiro de ruas rectilíneas, que definem uma série de quarteirões iguais, quase
sempre quadrados; no centro da cidade, suprimindo ou reduzindo alguns quarteirões,
consegue-se uma praça, sobre a qual se debruçam os edifícios mais importantes: a igreja, o
paço municipal, as casas dos mercadores e dos colonos mais ricos”.
O modelo em tabuleiro, idealizado pelos espanhóis no século XVI para traçar as novas
cidades da América Central e Meridional, é aplicado pelos franceses e pelos ingleses no
século XVII e no século XVIII, para a colonização da América Setentrional.

Para Benévolo (1992, p.33), toda a Europa novas ideias sobre arquitectura surgiram e
transformaram – se as cidades. As cidades do renascimento apareceram com novos aspectos
arquitéctónicos, edifícios monumentais, palácios e novos planos de urbanização. Foram os
arquitectos Italianos que dão novas formas á arquitetura e ao planeamento urbano em que
ponham em evidência a arte, o fácil acesso e o aperfeiçoamento das muralhas e fortificações
que rodeavam as cidades.

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As cidades antigas foram transformadas na morfologia pela abertura de grandes avenidas em
linha recta com as casas bem alinhadas, de fachadas regulares e loteamento 2º plano
geométricos, percursores de novos bairros.

Estas reformas conduziram a uma planificação rádio concêntrica em Páris, Londres, Moscovo
e noutras capitais europeias. Mas é, no entanto, nas cidades planeadas de novo que se afirma
esta concepção do traçado das ruas e avenidas. É, por isso, que cidades como Palma Nuova,
nascidas no momento oportuno e como consequência de uma necessidade militar, adquirem a
nova planificação.

As outras ruas radiais não vão ter à praça central, mas sim ao primeiro anel concêntrico: o
esquema é completado por outros anéis. Os árabes fundaram, também, cidades novas,
puramente islâmicas, como Bagdade, Samarcanda, Cairo, Fez, Marraqueche.

Desde o Norte de África até ao Golfo Pérsico e à Índia as cidades muçulmanas apresentam
características semelhantes e próprias que não se parecem nada com as outras civilizações. A
maneira de ser dos árabes, os seus conceitos religiosos e o seu espirito guerreiro marcaram
profundamente todas as cidades sob o seu domínio. As sucessivas destruições e reconstruções
do espaço urbano deram um aspecto uniforme às cidades conquistadas, e uma característica
idêntica às das cidades construídas e concebidas de novo.

Conforme Goitia (1992, p. 93), a cidade muçulmana com o seu casario compacto, os seus
terraços, os seus pátios (únicos espaços abertos), as suas ruelas tortuosas e insignificantes,
aparece como algo próprio e inconfundível – a cidade tem um carácter privado e secreto. É
uma cidade secreta, porque não se vê, não se exibe, não procura a monumentalidade, as
grandes praças ou as grandes avenidas. A rua pequena e estrita perde todo o seu valor
estrutural, num emaranhado caótico e sem plano. Os sucessivos becos e esquinas mostram o
interesse pelo individual e o culto do privado. Fechadas por uma ou mais voltadas de muralha
possuíam um núcleo interno, chamado Medina, onde se encontrava a mesquita e as ruas
comerciais. Vinham a seguir, os bairros residenciais e por último, os bairros dos arrabaldes
que se encontravam fora do recinto da Medina e onde se agrupavam rua e a população
segundo os modos de vida e os ofícios; cada grupo social possuía os bairros distinto.

Esta estrutura original das cidades muçulmanas conservou – se até época moderna nos seus
núcleos antigos parece que o tempo parou. E no entanto, a ambição da monumentalidade na

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construção das cidades, que marca transformações renascentistas. Deste modo, a arquitectura
da Renascença realiza seu ideal de proporção e de regularidade em alguns edifícios, praças
isoladas, mas sim transforma uma cidade inteira.

Os colonizadores europeus quando estabeleciam uma cidade nova davam – lhe os aspectos
particulares da sua própria cultura. Os espanhóis no México e no Perú encontraram grandes
cidades indígenas, como Tenochtitlan (que se tornara cidade do México) e Cuzco, que
transformam segundo as suas necessidades. Destroem os conjuntos habitacionais originais e
obrigam as do planalto espanhol (Goitia, 1992, p. 55).

São, no entanto, as cidades coloniais norte – americanas as realizações urbanísticas mais


importantes dos séculos XVII e XVIII. O modelo em tabuleiro, idealizado pelos espanhóis foi
aplicado por franceses e ingleses. Por exemplo, aplicou – se à construção de Washington a
concepção da nova planta radio – concêntrica: as ruas principais traçaram – se em forma de
raios e diagonais, tal como se fazia na Europa, mas sobre um plano ortogonal típico das
cidades novas de colonização.

As cidades antigas foram transformadas na morfologia pela abertura de grandes avenidas em


linha recta com as casas bem alinhadas, de fachadas regulares e loteamento 2º plano
geométricos, percursores de novos bairros. Estas reformas conduziram a uma planificação
rádio concêntrica em Paris, Londres, Moscovo e noutras capitais Europeias. Desde o Norte de
África até ao Golfo Pérsico e à Índia as cidades muçulmanas apresentam características
semelhantes e próprias que não se parecem nada com as outras civilizações.

A maneira de ser dos Árabes, os seus conceitos religiosos e o seu espirito guerreiro marcaram
profundamente todas as cidades sob o seu domínio. As sucessivas destruições e reconstruções
do espaço urbano deram um aspecto uniforme às cidades conquistadas, e uma característica
idêntica às das cidades construídas e concebidas de novo.

8. Vias de comunicação constitui um dos factores para a localização das cidades

De acordo com Mombeig (1994, p. 44), no passado, muitas pequenas aldeias surgiram ao
longo da costa marítima, de um rio, cruzamento de estradas, caminhos-de-ferro, com
facilidade de acesso e de trocas comerciais. Estas aldeias foram-se expandindo ao longo dos
séculos XVI a XIX e hoje tornaram-se em cidades importantes.

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Para além das vias de comunicações, como o principal factor atractivo, estas surgem também
pela urbanização causada pela atração da população do campo para as cidades em busca da
maior oferta de emprego gerada pela industrialização, além da existência de melhores
condições de renda e de vida. O rápido e fácil acesso a produtos, bens de consumo e serviços,
como escolas e hospitais, além de uma maior interação cultural, também pode ser listado
como um fator atrativo da urbanização, (Bagli, 2006, p. 17)

Mas, a actual localização dos centros urbanos é justificada por determinados factores como
vias de comunicação, comércio, turismo, defesa, cultural e religioso.

CAPITULO III: CONCLUSÃO

Os processos que envolvem os fenômenos da conurbação apresentam diversas formas de


origem e desenvolvimento que muitas vezes não são facilmente perceptíveis no tempo e no
espaço. Dessa forma, o termo conurbação pode ser genericamente entendido como a fusão de
áreas urbanas que se relacionam em seus aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos,
estas relações são principalmente relacionadas aos deslocamentos, ou seja, os fluxos que são
produzidos no espaço intraurbano das cidades, podendo assim ser aplicado às cidades
produzidas em áreas não metropolitanas e que apresentam um processo diferente na fusão das
manchas urbanas.

A urbanização no país associa-se sempre a urbanização a um processo dinâmico e complexo


de concentração de população num determinado espaço a partir do seu "situ" original,
assumpção que parte da ideia de que, originalmente, a distribuição da população no território
era de carácter disperso e rural. Apesar de toda a polêmica que pode envolver, sempre
prevaleceu, e ainda assim sucede, esta oposição entre rural disperso/urbano - concentrado.
Actualmente está oposição é cada vez mais polêmica e, porque não, menos verdadeira, em
função das novas relações que se estabelecem na constituição dos espaços urbanos e rurais.

Quando, numa situação de espaços urbanos já criados, se assiste a um aumento considerável


de fluxos humanos oriundos do meio rural, como aconteceu nos últimos anos em
Moçambique e em muitos outros países de África subsahariana, a transferência cultural vem
provocar situações de relações conflituosas e desiguais, provocando o surgimento de espaços
segregados onde prevalecem, por bastante tempo, atitudes, hábitos e comportamentos rurais,

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dando origem a um fenômeno que, apesar de transitório, "ruraliza" os espaços urbanos, por
muito polêmico que seja este termo.

Os actuais espaços urbanos em Moçambique são resultantes de um processo alógeno, em que


a concentração de atividades econômicas foi decidida e imposta em função de interesses
exteriores (coloniais), como sucedeu, igualmente, em toda a Africa subsahariana.

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