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NP - Guia Prático - Farmoterápica
NP - Guia Prático - Farmoterápica
PARENTERAL
COMO PRESCREVER EM 8 ETAPAS
GUIA PRÁTICO
DE PRESCRIÇÃO
A DU LTO
NUTRIÇÃO
PARENTERAL
COMO PRESCREVER EM 8 ETAPAS
5
Apresentação
1a edição, 2015.
2. Indicação da TN ............................................................. 10
3. Insumos da NP .............................................................. 20
5. Recomendações ............................................................ 50
Referências ........................................................................... 70
7
1. TERAPIA NUTRICIONAL,
VAMOS PRESCREVER?
2. INDICAÇÃO DA TN
32
Recomendação A.S.P.E.N. Adaptado de August et al., 2002.
A. Triagem nutricional 11
O objetivo da triagem nutricional é reconhecer pacientes
desnutridos ou com risco nutricional, para instituir medidas
precoces de intervenção nutricional e evitar o desenvolvi-
mento de complicações nutricionais relacionadas32.
Segundo a A.S.P.E.N, a triagem nutricional é um processo
dinâmico para identificar mudanças que afetam o estado
nutricional do paciente32. Os questionários de triagem nutri-
cional inicial e final, demonstrados nas figuras 2 e 3, podem
ser utilizados como uma ferramenta para facilitar o processo
da triagem nutricional do paciente.
Figura 2 – Triagem de risco nutricional inicial9
Triagem Inicial
Sim Não
1 O Índice de Massa Corpórea (IMC) é < 20,5 kg/m ? 2
Escore total ajustado à idade = para pacientes ≥ 70 anos, adicione um ponto ao Escore total calculado.
Escore total ≥ 3: o paciente está sob risco nutricional, sendo necessário o início de um plano de cuidado
nutricional.
Escore < 3: triagem semanal do paciente. Caso o paciente seja submetido a uma cirurgia de grande porte,
um plano de cuidado nutricional preventivo deve ser considerado para evitar o risco associado.
9
Recomendação ESPEN
A. Anamnese
1- Peso Corporal
(1) Perdeu nos últimos 6 meses? ( ) Sim ( ) Não
(2) Perde atualmente? ( ) Sim ( ) Não
Continuação da Figura 4
2- Mudança na dieta
(1) Há mudança na dieta? ( ) Sim ( ) Não
A mudança foi para:
(1) ( ) Dieta hipocalórica
(1) ( ) Dieta pastosa hipocalórica
(2) ( ) Dieta líquida > 15 dias ou solução de infusão
intravenosa > 5 dias
(3) ( ) Jejum > 5 dias
Subtotal:_______pontos
5- Diagnóstico
(1) ( ) Estresse baixo
(2) ( ) Estresse moderado
(3) ( ) Estresse alto
Subtotal:_______pontos
B. Exame físico
( ) Perda de gordura subcutânea (tríceps/tórax)
( ) Músculo estriado
( ) Edema sacral
( ) Ascite
( ) Edema de tornozelo
(0) Normal
(1) Leve ou moderada depleção
(2) Grave depleção
Subtotal:_______pontos
C. Conclusão da ANSG
Desnutrido < 17 pontos
Desnutrição moderada 17 a 22 pontos
Desnutrição grave mais de 22 pontos
10,11
Adaptado de Garavel et al., 1988 e Detsky et al., 1987.
C. Contraindicação ao uso de via digestiva
Quando a TN é indicada, a via digestiva deve ser a de primeira 17
escolha. Entretanto, existem contraindicações ao uso desta
via como, por exemplo, íleo prolongado, fístulas do trato
gastrointestinal (TGI) com alto débito (> 500 mL), diarreia ou
vômitos intratáveis, peritonite, obstrução do TGI e isquemia
intestinal, que impedem a TN via oral e/ou enteral.
F. NP Periférica
A via periférica é indicada para administração de soluções
mais diluídas que não ultrapassem a osmolaridade limite de
900 mOsm/L6.
G. NP Central
A via central é indicada para soluções que apresentam
osmolaridade maior que 900 mOsm/L e para administração
da NP a longo prazo6.
Atenção! Quando um cateter central estiver disponível,
a via central deve ser utilizada independente da concentração
da NP ou do tempo da TN.
3.3 Glutamina
A L-glutamina (Gln) é o aminoácido livre mais abundante
no plasma. Em condições normais, a Gln é considerada um
aminoácido não essencial, pois é produzida em quantidade
suficiente pelo organismo (principalmente músculo esque-
lético), dispensando sua suplementação. A Gln atua como
substrato em diversas vias metabólicas, como metabolismo
da glicose, regulação do metabolismo da amônia, balanço
ácido-base, na síntese das bases nitrogenadas purina e
pirimidina, é precursora da glutationa e modula o fluxo de
carbono e nitrogênio no organismo.
Em condições patológicas de alto catabolismo, o organismo
torna-se incapaz de produzir quantidade suficiente de Gln,
causando uma depleção plasmática e tissular. A suplemen-
tação de Gln é favorável em certas condições como: trauma,
sepse, neoplasias, transplante de células-tronco hemato-
poiéticas e para pacientes queimados, cirúrgicos e com
pancreatite aguda12-15.
Estudos mostram que a suplementação com glutamina pode
reduzir a mortalidade hospitalar, o tempo de internação em
UTI e no hospital13,16. Entretanto, um estudo randomizado
multicêntrico de larga escala mostrou que a administração
precoce de glutamina e antioxidantes foi prejudicial aos
desfechos clínicos em pacientes com disfunção múltipla de
órgãos e sistemas, em ventilação mecânica17. Embora os
EL óleo de soja
EL óleo de soja é fonte de ácidos graxos (AG) poli-insaturados,
contendo grandes quantidades de ácido linoleico (ômega-6
ou n-6). Doses excessivas de n-6 podem comprometer o
sistema imunológico, com indução de imunossupressão, 25
reações inflamatórias sistêmicas e aumento da produção
de mediadores pró-inflamatórios, como prostaglandinas
e leucotrienos6,20.
Além disso, a administração de EL contendo somente tri-
glicerídios de cadeia longa (TCL) pode influenciar de forma
negativa a resposta inflamatória, estado imunológico e des-
fecho clínico de pacientes críticos. Assim, é uma recomen-
dação das diretrizes internacionais e nacionais que EL a base
de óleo de soja seja evitada.
EL TCM/TCL
As misturas de TCL e TCM (triglicerídios de cadeia média)
possuem vantagem em relação à EL TCL, pois apresentam
clareamento mais rápido e influência positiva sobre o sis-
tema imune devido à quantidade reduzida de AG n-6. A EL
TCM/TCL pode ser administrada de forma segura para do-
entes críticos na NP. As doses recomendadas são demons-
tradas na tabela 3.
Tabela 3 - Recomendação EL TCM/TCL13
EL Recomendação
EL TCM/TLC 0,7 g/kg/dia a 1,5 g/kg/dia
em 12 ou 24 horas
Recomendação ESPEN
13
EL óleo de oliva
EL óleo de oliva é fonte de ácidos graxos monoinsaturados,
especialmente o ácido oleico. Esta emulsão é mais estável
quanto à peroxidação lipídica. Além disso, estudos demons-
EL óleo de peixe
EL óleo de peixe é fonte de AG ômega-3 (n-3), como o ácido
eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosaexaenoico (DHA),
que são importantes na resposta inflamatória. A EL óleo
de peixe a 10% contém 27 g de EPA (20:5, n-3) e 59 g de
DHA (22:6, n-3), na proporção de 1:8 de AG poli-insaturados
n-6:n-3. Os AG n-3 alteram a expressão gênica e modulam
as vias de transdução de sinais, pois controlam fatores de
transcrição que se ligam ao DNA e estão envolvidos na re-
gulação do metabolismo lipídico e da resposta inflamatória,
além de mediar a apoptose e a resposta imunológica23.
Segundo a ESPEN, o uso de emulsões enriquecidas com
óleo de peixe reduz o tempo de permanência hospitalar em
doentes graves. Entretanto, as diretrizes canadenses consi-
deram que os resultados obtidos, até o momento, são in-
suficientes para fazer alguma recomendação, quanto a esta
emulsão, para pacientes críticos13.
Pesquisas demonstram que a EL óleo de peixe previne e re-
verte a colestase quando administrada na NP24. Resultados
promissores têm sido observados em casos de lactentes e
crianças que apresentam melhora hepática relacionada ao
uso de NP com EL óleo de peixe e em monoterapia com do-
ses de 1 g/kg/dia, com boa tolerabilidade25.
EL soja/TCM/Oliva/Peixe a 20%
Atualmente, há disponível no mercado uma mistura que
combina os quatro tipos de óleos utilizados na NP, conten-
do 30% de óleo de soja, 30% de TCM, 25% óleo de oliva
e 15% de óleo de peixe, além do alfa-tocoferol. Embora seja 27
bem tolerada, ainda há carência de estudos que demonstrem
as vantagens de sua utilização em relação aos outros tipos
de EL26,27.
A tabela 4 ilustra as características das EL, que poderão ser
utilizadas para avaliar as diferenças presentes entre elas.
Glutamina
Para definir a quantidade de glutamina que será prescrita,
utilize a Tabela 6. As recomendações de glutamina estão
descritas nas seções 3 e 5.
Tabela 6 - Recomendação de Glutamina14
Insumo Concentração
L-Alanil L-Glutamina 20% 0,1346 g Gln/mL
14
Recomendação A.S.P.E.N.
Tabela 11 - Vitaminas29
Vitamina Insumo Concentração Recomendação
A Trezevit A® 1,83 mg/5 mL = 3.300 UI vit A 3.300 UI vit A/dia
D Adulto 5 mcg/5 mL = 200 UI vit D 200 UI vit D/dia
E (1 ampola = 5 mL) 10 mg/5 mL = 11 UI vit E 10 UI vit E/dia
K 150 mcg/5 mL 150 mcg vit K/dia
B1 6 mg vit B1 /5 mL 6 mg B1 /dia
B2 3,6 mg vit B2 /5 mL 3,6 mg B2 /dia
B3 40 mg vit B3 /5 mL 40 mg B3 /dia
B5 15 mg vit B5 /5 mL 15 mg B5 /dia
B6 6 mg vit B6 /5 mL 6 mg B6 /dia
C 200 mg vit C/5 mL 200 mg vit C/dia
B7 Trezevit B® 60 mcg vit B7 /5 mL 60 mcg B7 /dia
B9 Adulto 600 mcg vit B9 /5 mL 600 mcg B9 /dia
B12 (1 ampola = 5 mL) 15 mcg vit B12 /5 mL 5 mcg B12 /dia
Recomendação A.S.P.E.N
29
Volume (mL) 5 10 15 25 30 35 40 45 50 55 60
5 299,1 423,0 518,0 668,7 732,6 791,3 845,9 897,2 945,8 991,9 1036,0
10 423,0 598,1 732,6 945,8 1036,0 1119,0 1196,3 1268,9 1337,5 1402,8 1465,2
15 518,0 732,6 897,2 1158,3 1268,9 1370,5 1465,2 1554,0 1638,1 1718,0 1794,4
20 598,1 845,9 1036,0 1337,5 1465,2 1582,5 1691,8 1794,4 1891,5 1983,8 2072,0
25 668,7 945,8 1158,3 1495,4 1638,1 1769,3 1891,5 2006,2 2114,8 2218,0 2316,6
30 732,6 1036,0 1268,9 1638,1 1794,4 1938,2 2072,0 2197,7 2316,6 2429,7 2537,7
35 791,3 1119,0 1370,5 1769,3 1938,2 2093,5 2238,1 2373,8 2502,2 2624,4 2741,0
40 845,9 1196,3 1465,2 1891,5 2072,0 2238,1 2392,6 2537,7 2675,0 2805,6 2930,3
45 897,2 1268,9 1554,0 2006,2 2197,7 2373,8 2537,7 2691,7 2837,3 2975,7 *
50 945,8 1337,5 1638,1 2114,8 2316,6 2502,2 2675,0 2837,3 2990,7 * *
55 991,9 1402,8 1718,0 2218,0 2429,7 2624,4 2805,6 2975,7 * * *
* A.S.P.E.N
** ESPEN
*** Canadian Clinical Practice Guidelines
**** DITEN
Nutriente/Indicação Recomendação
52 Energia 6
Eutróficos: 25-30 kcal/kg
Desnutridos: 30-40 kcal/kg/dia
Em caso de risco de realimentação:
20-25 kcal/kg/dia
Proteína6
Não catabólicos: 0,8 a 1 g/kg/dia
Catabólicos: 1,2 a 2,0 g/kg/dia
Carboidrato6 3 g/kg/dia
Máximo 7 g/kg/dia. Insulina: 0,1 - 0,2 UI/g
de glicose (quando indicado)
Lipídio6 Máximo 2,5 g/kg/dia
Eletrólitos 6
Cálcio: 10-15 mEq
Magnésio: 8-20 mEq
Fósforo: 20-40 mmol
Sódio: 1-2 mEq/kg
Potássio: 1-2 mEq/kg
Acetato e cloreto: o necessário para
manutenção do equilíbrio ácido-base
Oligoelementos6,29 Cromo: 10-15 mcg
Cobre: 0,3-0,5 mg
Manganês: 60-100 mcg
Selênio: 20-60 mcg
Zinco: 2,5-5 mg
Ferro: 1,2 mg
Molibdênio: 19 mcg
Iodo: 131 mcg
Flúor: 0-0,95 mcg
Vitaminas A: 3300 UI B5: 15 mg
(necessidades/dia)6 D: 200 UI B6: 6 mg
E: 10 UI B12: 5 mcg
K: 150 mcg
B1: 6 mg B7: 60 mcg
B2: 3,6 mg C: 200 mg
B3: 40 mg Ácido fólico: 600 mcg
Nutriente/Indicação Recomendação
Indicações específicas Iniciar TN nas primeiras 24 a 48 horas da 53
admissão na UTI (grau C)*13
A NP deve ser indicada sempre que a via
digestiva seja contraindicada.
O uso de NP suplementar deve ser
considerado quando a NE não atingir as
necessidades nutricionais em 2 dias (grau C)*13
Nos pacientes de baixo risco e curta
permanência na UTI a NP suplementar não
deve ser utilizada***33
Energia Na ausência de calorimetria indireta as
necessidades energéticas devem ser
estimadas em 25 kcal/kg (grau C)**13
Proteína 1,3 a 1,5 g/kg/dia
Gln: 0,2-0,4 g/kg/dia ou 0,3-0,6 g/kg/dia
de L- Ala-L-Gln (grau A)
Evitar seu uso nos pacientes portadores
de falência de múltiplos órgãos***33
Carboidrato Mínimo: 2 g/kg/dia (grau B)**13
A glicemia deve ser mantida entre 120
e 160 mg/dL***34
Lipídio EL: 1-2 g/kg/dia (grau A)**. Infundir em no
mínimo 12 horas (grau B)**13
EL com óleo de peixe: auxilia na recuperação
do paciente e diminui o tempo de estadia em
hospitais (grau B)**13
Deve-se considerar a redução da oferta de
emulsão a base de óleo de soja***33
Oligoelementos Recomenda-se aumentar a quantidade de
selênio, cromo e zinco, e reduzir cobre, ferro,
iodo e manganês (grau C)**13
Vitaminas NP deve incluir dose diária de polivitamínicos
(necessidade/dia) (grau C)**13
Nutriente/Indicação Recomendação
54
Indicações específicas Iniciar imediatamente a NP nos pacientes
desnutridos moderados a grave que não se
alimentam adequadamente por via oral ou
com NE, (grau A)** ou em jejum superior
a 72 horas (grau C)**35
Usar NP precoce no pós-operatório de
pacientes que não podem ser nutridos por
via digestiva (grau A)**35
Energia 1,3 vezes a taxa metabólica basal (grau C)**
na ausência de calorimetria indireta 35
Proteína Usar solução padrão nas encefalopatias grau I
e II. Nos graus III e IV administrar AA (0,6-1,2
g/kg/dia) ricos em cadeia ramificada e baixo
teor de AA aromáticos (grau A)**35
Ofertar 1,2 a 1,5 g/kg/dia (grau C)**, exceto
na insuficiência hepática aguda (IHA) ou
subaguda quando a oferta deve ser de 0,8-1,2 g/kg/
dia (grau C)**35
Carboidrato Glicose: 50-60% do total de calorias não
proteicas (grau C)**35
Em pacientes em jejum por mais de 12 horas
fornecer 2-3 g/kg/dia de glicose (IV) a fim de
evitar hipoglicemia (grau C)**35
Monitorar glicemia para evitar hiperglicemia
relacionada à NP (grau C)**35
Em caso de hiperglicemia, reduza a
quantidade de glicose e considere o uso de
insulina (IV) (grau C)**35
Lipídio Utilizar EL com baixo teor de AG n-6 (grau C)**35
IHA: 0,8-1,2 g/kg/dia (grau C)**35
Oligoelementos Fornecer diariamente oligoelementos (grau C)**35
Vitaminas Fornecer diariamente vitaminas
(necessidade/dia) hidrossolúveis e oligoelementos (grau C)**35
Na cirrose ou esteatose induzidas por álcool
administrar tiamina antes de infundir glicose
para minimizar o risco de encefalopatia de
Wernicke (grau C)**35
Tabela 17: Recomendações em caso de doenças renais
Nutriente/Indicação Recomendação
55
Indicações específicas As indicações de NP são semelhantes as
dos pacientes não nefropatas: TGI não
funcionante e pacientes que não atingem
suas necessidades por via digestiva (grau C)**36
Nos pacientes críticos com IRA, a combinação
de NE e NP permite um suporte nutricional
adequado, com boas taxas de sucesso na
maioria dos casos (grau D)****6
Pela restrição de fluidos recomenda-se via
central (grau C)**36
Energia A necessidade calórica na doença renal deve
ser avaliada por calorimetria indireta quando
possível (grau D)*37
IRA: a quantidade de energia parece
depender principalmente da doença de base
(grau B)****36
IRC: 30-35 kcal/kg/dia (grau A)**37
Proteína Solução de aminoácidos padrão deve ser
usada em pacientes com IRA (grau C)*37
IRA: tratamento conservador - 0,6-0,8 (máx.
1,0) g/kg/dia; catabolismo moderado- 1,0-1,5
g/kg/dia NE ou NP e hipercatabolismo grave -
máx. 1,7 g/kg/dia (grau C)**37
IRC: 0,55-0,60 g/kg/dia. Caso haja perda
proteica devido à proteinúria excedendo
1 g/dia, deve-se suplementar de acordo
com a relação de ingestão de proteína/AA
necessária baseada no peso ideal (kg x 0,6-
0,8 x proteinúria) (grau B)**36
HD: 1,2-1,4 g/kg/dia (grau B)**36
Diálise peritoneal ambulatorial contínua
(DPAC): 1,2-1,5 g/kg/dia(grau B)**** 34,36
Carboidrato IRA: 3-5 (máx. 7) g/kg/dia ou 45%-60% do
valor calórico total ofertado 34
Lipídio IRA: 0,8-1,2 (máx. 1,5) g/kg/dia 38 ou 20%
(sepse) a 35%****34
Nutriente/Indicação Recomendação
56 Eletrólitos HD e DPAC: fosfato: 800-1000 mg/dia; K+:
2000-2500 mg/dia; Na+: 1,8-2,5 g/dia 36
IRA: associada com um maior desequilíbrio
de fluidos, ácido-básico e de eletrólitos.
Nestes casos, fórmulas 3-em-1 sem
eletrólitos ou personalizadas podem ser
vantajosas (grau C)**36
Administração eletrólitos deve ser
ajustada pelo monitoramento conforme
concentrações séricas (grau D)*37
IRC: fósforo: em torno de 800 mg, ou 10 a 12
mg/kg; potássio: individualizado; geralmente
não restrito, ou restrição de 1000-3000 mg/
dia e sódio: 1000-2300 mg/dia****6
Oligoelementos Terapia de substituição renal contínua (CRRT):
uso prolongado diminui concentrações
plasmáticas de selênio (grau A)**37
HD e DPAC: suplementar zinco (15 mg/dia) e
selênio (50-70 mcg/dia) 37
Vitaminas CRRT: uso prolongado diminui concentrações
plasmáticas de vit. B1 (grau A)**36
HD e DPAC: suplementar vitaminas
hidrossolúveis, ácido fólico (1 mg/dia), B6
(10-20 mg/dia), C (30-60 mg/dia) (grau C)**37
Vit. D de acordo com as concentrações
plasmáticas de cálcio, fosfato e hormônios
paratireoidianos 36
IRA: pacientes em UTI requerem
suplementação de vitaminas, principalmente
hidrossolúveis, mas devem ser monitorados
os sinais de toxicidade de vit. A e C, que não
deve exceder 30-50 mg/dia, devido ao risco
de oxalose (grau C)**36
IRC: pode ocorrer acúmulo de vit. A quando
NP é utilizada por mais de 2 semanas (grau C)* 38
Pacientes em diálise: suplementar vitaminas
hidrossolúveis.
Monitorar vit. A (grau A)*33
Continuação da Tabela 17
Nutriente/Indicação Recomendação
Fluidos Oferta hídrica: 500-750 + diurese de 24 h + 57
outras perdas (ex.: dreno, vômito, fístulas)33
Necessidade hídrica pode variar e deve ser
individualizada36
Nutriente/Indicação Recomendação
Indicações específicas PA leve a moderada: usar TN em caso de
alguma complicação inesperada ou quando
a dieta oral não possa ser iniciada dentro de
5-7 dias (grau C)*12
Esse período deve ser menor em pacientes
desnutridos**38
PA Grave: utilizar TN dentro de 24-48 horas
após a admissão hospitalar (grau C)*12
NP: deve ser considerada para pacientes
com PA Grave que não podem ou não tole-
ram NE (grau C)*9
Inicie NP após o 5º dia de hospitalização
(grau E)*12
Nutriente/Indicação Recomendação
Indicações específicas Não existe indicação de PN na profilaxia
de caquexia cardíaca (grau C)**. Tendo em
vista que a função cardíaca é diminuída e
a retenção hídrica é frequente, a NP deve
ser reservada a pacientes com evidência de
má absorção nos quais a NE não for eficaz
(grau B)**40
Energia Sempre que disponível: calorimetria, na
ausência utilizar equações preditivas (grau
A)**40
Proteína ICC desnutridos: 1,37 g/kg/dia;
ICC eutróficos: 1,12 g/kg/dia 40
Eletrólitos Na+: <2000 mg 40
Nutriente/Indicação Recomendação
Indicações específicas NP indicada com objetivo de manutenção e/
ou melhoria do estado nutricional, correção
de distúrbios hidroeletrolíticos e melhoria na
qualidade de vida (grau B)**45
A maioria dos pacientes com ressecções
intestinais amplas, e consequente SIC,
necessitará da NP, por no mínimo sete a 10
dias, mas em geral este período pode durar
até um ou mais meses (grau D)****46
Energia 0,85 a 1,5 vezes o gasto energético de
repouso (grau D)****46
25-33 kcal/kg (grau C)**45
Nutriente/Indicação Recomendação
63
Indicações específicas PN é indicado para pacientes que estão
desnutridos ou em risco e que têm uma
ingestão inadequada ou insegura, um mau
funcionamento intestinal, ou em que o
intestino é inacessível. Razões específicas
em pacientes com DC incluem um intestino
obstruído, um intestino curto, ou uma fístula
enterocutânea (grau B)**45
A NP não deve ser utilizada como um
tratamento primário da DII em atividade
(grau A)**45
O repouso do intestino não provou ser mais
eficaz do que a via digestiva para
manutenção de remissão 45
O uso de NP no período pré-operatório em
pacientes com DII é semelhante ao de outros
procedimentos cirúrgicos (grau B)**45 , ou
seja, em pacientes gravemente desnutridos
cuja cirurgia pode ser atrasada
(grau B)*31
Energia 25 a 30 kcal/kg/dia é geralmente adequada
para atingir as necessidades de energia e
nutrientes 47
Proteína Não há consenso sobre o benefício da
utilização de fórmulas enriquecidas com AG
n-3 e Gln (grau B)**45
Oligoelementos Déficits específicos devem ser supridos de
acordo com a condição nutricional de cada
paciente (grau B)*45
Vitaminas Déficits específicos devem ser supridos de
(necessidade/dia) acordo com a condição nutricional de cada
paciente (grau B)*45
Nutriente/Indicação Recomendação
Indicações específicas A TN deve levar em consideração as 65
necessidades nutricionais modificados para
a faixa etária do paciente (grau B)*31
NP: quando via oral ou NE não são possíveis
por mais de 3 dias ou há desnutrição do
paciente por mais de 7-10 dias (grau C)****48
Avaliar interações fármaco-nutriente de
todos os medicamentos que o paciente idoso
estiver tomando (grau B)*31
NP - indicações similares aos adultos jovens
(grau B)****48
Energia 30 kcal/kg de peso/dia**50
Proteína Embora sugerido 1,5 g/kg/dia, são
necessários mais estudos para estabelecer a
quantidade adequada**49
Lipídio NP com alto teor lipídico (> 50% das calorias
totais) pode ser necessária, em casos
de resistência à insulina e hiperglicemia
juntamente com danos nas funções cardíacas
e renais em idosos (grau C) 49
40-60% da energia total para pacientes
acometidos por afecções agudas, mas para
NP prolongada deve ser reduzida para 30% 49
Eletrólitos Limitar teor de sódio**49
Nutriente/Indicação Recomendação
66
Indicações específicas Pré-operatório: administre TN a
pacientes com desnutrição moderada a
grave, que se submeterão a cirurgia de
médio a grande porte por 7-14 dias, caso
a cirurgia possa ser adiada (grau A)*31
NP: quando via oral ou NE não são
possíveis por mais de 3 dias ou no pré-
operatório de pacientes desnutridos
graves que não toleram NE ou em caso
de desnutrição do paciente por mais de 7
dias (grau A)**32
NP suplementar deve ser considerada
quando a via digestiva não for capaz de
atingir 60% das necessidades (grau C)**32
NP pós-operatória deve ser considerada
em pacientes desnutridos nos quais a NE
não for factível (grau A)**32
Referências
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