You are on page 1of 4

Mestrado em Energias Renováveis

MA065 – Energia do Mar


Bruno Bastos Braga

Dados Base - Caso Prático MA065

Bruno Bastos Braga


MA-065 - Energia do Mar
Caso Prático - TAPCHAN

Atividade Prática – MA065-CP-CO-Por_v0r0.pdf


Página 1 de 4
Mestrado em Energias Renováveis
MA065 – Energia do Mar
Bruno Bastos Braga

1 Descreva brevemente a tecnologia utilizada e compare-a com outros tipos de tecnologias de aproveitamento das ondas.

Resposta 1

O aproveitamento energético por meio das marés, conhecido como maremotriz ou corrente de maré, por si só tem um certo grau de diversificação dadas as diferentes maneiras de aproveitar este potencial energético.
Para geração de energia maremotirz, precisamos estudar a melhor forma de aproveitamento das ondas de marés.

As ondas de maré, segundo (Kunze, E., & Smith, S. L., 2004, p. 55-64, tradução nossa), "são ondas de gravidade interna causadas pela estratificação do interior do oceano que gera uma força gravitacional
para restaurar uma parcela de água equivalente à sua parcela deslocada."

Podemos classificar os diferentes tipos de geração de energia maremotriz conforme os grupos:


- Dispositivos Fixos ou Passivos e
- Dispositivos Flutuantes ou Dinâmicos

Dentre os dispositivos Fixos ou Passivos destacam-se os do tipo BELFAST, NEL e TAPCHAN (abordaremos mais detalhadamente os dispositivos fixos, BELFAS (ar)e TAPCHAN (energia cinética) pela
similaridade destes com o enunciado do exercício.

Dentre os dispositivos Flutuantes ou Dinâmicos podemos destacar os do tipo Bóia Misuda, Sistema Kaimei, Sistema Baleia e bóia de conduto inverso, além do Pato Salter, Pendulor, Clam e outros.

OWC ou CAO - Coluna de água oscilante


Segundo (Falcão, 2010, p. 889, tradução nossa), os OWC ou CAO são "dispositivos de primeira geração, onde nestas estruturas o ar fica aprisionado em uma câmara instalada sobre o limite da costa com o mar,
com apenas uma abertura para entrada e saída do ar aprisionado em seu interior e em contato com a superfície do mar." Com a oscilação da superfície do mar é gerada uma pressão que força o ar a se deslocar
pela abertura, onde está localizada uma turbina acoplada a um gerador.

a) propulsão a ar
A figura abaixo demonstra uma construção típica para aproveitamento energético de coluna de água oscilante.

1) Câmara construída na costa, para aprisionamento do ar e sua compressão em razão do movimento das marés
2) Movimento de maré
3) Variação do nível da água no interior da câmara, o que gera pressão (enchimento da câmara) e contra pressão (esvaziamento da câmara)
4) Acionamento do par turbina-gerador pela movimentação do ar

Nota: A figura acima demonstra uma construção típica para aproveitamento de coluna de água oscilante.
Adaptado de Take STEPS - Sustainable Transport, Energy and Planning Solutions - https://www.takesteps.org/empower/exhibition/B1b3_d1.1-2_c4_The%20Islay%20Wave%20Power%20Generator.html

b) propulsão por fluxo de água


No caso específico do enunciado da questão, o projeto TACHPAN utiliza método diferente para aproveitamento da energia das marés.

Nota: Esta figura do Projeto OWC TACHPAN mostra a utilização da força das marés para armazenar e gerar eletricidade pelo método Coluna de Água Oscilante por vazão da água armazenada em um reservatório.
Adaptada de Technology prospects of wave power systems, por Poullikkas, Andreas. (2014), Electronic Journal of Energy & Environment.

Atividade Prática – MA065-CP-CO-Por_v0r0.pdf


Página 2 de 4
Mestrado em Energias Renováveis
MA065 – Energia do Mar
Bruno Bastos Braga

Resposta 1 - Continuação
c) propulsão por flutuadores

Mais uma opção de geração de energia elétrica por coluna de água oscilante é do tipo "flutuadores".

Como exemplo, o equipamento do tipo flutuador, e que foi desenvolvido por pesquisadores da COPPE - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, "consiste em uma combinação de módulos de pressurização de água. Cada um desses módulos é composto de um flutuador preso a um braço mecânico que, por sua vez, é preso a estrutura principal.
Com o movimento das ondas, os flutuadores fazem com que os braços se movimentem, funcionando como pistões de uma bomba horizontal que pressuriza a água. Essa água pressurizada é levada para uma
câmara hiperbárica, onde é estocada em alta pressão. Quando a pressão dentro da câmara atinge o nível operacional, uma válvula se abre, liberando a água para girar uma turbina hidráulica
conectada ao gerador." (Ricarte et al., 2005 citado por Fleming F. P. 2021)

Nota: Flutuadores e pressurizadores. Adaptado de Avaliação do potencial de energias oceânicas no Brasil, por Fleming, F. P. (2012), Universidade Federal do Rio de Janeiro–UFRJ/COPPE

E como exemplo de um Dispositivo Dinâmico, podemos citar as turbinas submersas por coluna fixa ou ancoradas no leito marinho/fluvial, onde geram eletricidade pela passagem do fluxo de água nas
pás das turbinas equivalentes.

2 Para uma portência média anual de ondulação de 17kW/m, qual seria a energia anual de incidência para o sistema proposto?

Resposta 2

Para realizarmos o cálculo da máxima energia a se extrair de uma massa de água reservada a uma altura potencial h, com superfície constante em 4.000 m2, que está cheia com a massa de água concentrada
no centro de gravidade h/2:

Onde:

E Energia potencial em Joules Temos que:


P Potência anual média de ondulação em W
d Densidade da água do mar em kg/m P 17.000 W
S Superfície do reservatório em m2 d 1.025 kg/m3
h Amplitude de maré S 7.000 m2
h 4 m
T 9 s

E=P.d.S.h.T

E 4.391.100.000 Joules

Convertendo E de Joules para kWh, dividimos o resultado por 3.600.000

E 1.220 kW
ou E 1,22 GW

Logo, para uma energia média anual de ondulação de 17 kW/m, a energia de incidência para o sistema proposta seria de 1.220 kW/h ou 1,22 GW

Atividade Prática – MA065-CP-CO-Por_v0r0.pdf


Página 3 de 4
Mestrado em Energias Renováveis
MA065 – Energia do Mar
Bruno Bastos Braga

3 A equação da potência N de um sistema hidrelétrico de água armazenada com um salto H e vazão Q é: N (kW) = 8 Q (m3/s) * H (m)
Para uma potência nominal de 1.100 kW, que vazão obteríamos para: (a) um salto de H = 4 (m)? E (b) para um salto de H = 3 (m)?

Conhecendo-se a equação: N (kW) = 8 Q (m^3/s) * H (m) aplicaremos o cálculo para um salto de 4 m e outro de 3 m

Resposta 3 (a)

Salto de 4 m

N (kW) = 8 Q (m^3/s) * H (m)

Onde: H=4

1100 = 8Q . 4
32Q = 1100
Q = 1100 / 32
Q = 34,37 m3/s

Resposta 3 (b)

Salto de 3 m

N (kW) = 8 Q (m^3/s) * H (m)

Onde: H=3

1100 = 8Q . 3
24Q = 1100
Q = 1100 / 24
Q = 45,83 m3/s

Ou seja, ao se diminuir o Salto em metros, a vazão tem que aumentar para que a potência de 1.100 kW seja mantida.

Bibilografia

Kunze, E., & Smith, S. L. (2004). The role of small-scale topography in turbulent mixing of the global ocean. Oceanography, 17(1), 55-64.

Falcão, A. F. D. O. 2010. "Wave energy utilization: A review of the technologies". Renewable and Sustainable Energy Reviews v.14, n.3, pp.899-918.

Take STEPS - Sustainable Transport, Energy and Planning Solutions - https://www.takesteps.org/empower/exhibition/B1b3_d1.1-2_c4_The%20Islay%20Wave%20Power%20Generator.html

Poullikkas, Andreas. (2014). Technology prospects of wave power systems. Electronic Journal of Energy & Environment.

Fleming, F. P. (2012). Avaliação do potencial de energias oceânicas no Brasil. Universidade Federal do Rio de Janeiro–UFRJ/COPPE. Rio de Janeiro.

Atividade Prática – MA065-CP-CO-Por_v0r0.pdf


Página 4 de 4

You might also like