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Direito Civil 1

Preparatório Esmam
Objeto de direito
Somente os entes dotados de personalidade podem ser
sujeitos de direito.

Todas as entidades não dotadas de personalidade


(pessoas) são coisas e podem ser objeto de direito.

A todo sujeito de direito, necessariamente, está ligado


um conjunto de objetos.

A esse conjunto chamamos patrimônio.

Rodrigo Ribeiro Bastos 2


Patrimônio.
Pode ser definido como o conjunto total de
objetos de direito (coisas) ligados a um
sujeito.

Temos os seguintes princípios:


A) Toda pessoa têm um patrimônio;
B) Cada pessoa só tem um patrimônio;
C) Não existe patrimônio sem sujeito.
Rodrigo Ribeiro Bastos 3
Direitos patrimoniais X não
patrimoniais
A) Nem todo objeto de direito compõe o
patrimônio, somente os bens;
B) O patrimônio é dividido em dois aspectos:

bens
Asp
Patrimônio coisas (patrimônio existencial)

Rodrigo Ribeiro Bastos 4


Características das coisas e dos bens
impessoal
autônomo
Coisa útil

impessoal
Bem autônomo
útil
pode ser apropriado
comercializável

Rodrigo Ribeiro Bastos 5


Classificação das coisas

coisa ss (fora do comércio)

Coisas mobilidade
interna divisibilidade
complexidade
corpo
bens consumo
principais
externa
acessórios

Rodrigo Ribeiro Bastos 6


Classificação interna dos bens
mobilidade
fungibilidade fung

móveis infung
Mobilidade consumo consum
incons
imóveis

Rodrigo Ribeiro Bastos 7


Classificação interna dos bens
complexidade

simples

Complexidade
universalidade de fato
compostas
univer. de direito

Rodrigo Ribeiro Bastos 8


Classificação externa dos bens
acessórios
necessárias
benfeitorias úteis
voluptuárias
Acessórios frutos

produtos

pertenças

Rodrigo Ribeiro Bastos 9


Frutos
naturais
industriais
origem civis
Frutos

estado percebidos

pendentes

Rodrigo Ribeiro Bastos 10


Causa e efeito
A percepção humana do mundo se assemelha a medição por
instrumentos da eletricidade.

Ao aplicar um voltímetro a uma corrente elétrica somos capazes de


perceber o movimento do ponteiro.

Com este efeito(movimento do ponteiro) deduzimos a causa


(existência da eletricidade).

Não somos capazes de conhecer a eletricidade em si, apenas o efeito


que ela produz.

ISSO OCORRE COM TUDO EM NOSSA VIDA.

Rodrigo Ribeiro Bastos 11


Fato
O ser humano somente é capaz de perceber os efeitos
produzidos e revelados aos seus sentidos.

A partir dos efeitos deduzimos as causas.

Toda causa é, por sua vez, efeito de outra causa.

Fato é a causa deduzida a partir de um efeito.

Rodrigo Ribeiro Bastos 12


Fato jurídico
Fato jurídico = ocorrência de suporte fático
(hipótese normativa)
+
incidência da norma

Suporte fático = fato isolado ou conjunto de


fatos

Rodrigo Ribeiro Bastos 13


Classificação funcional
originária
constituição
derivada
Função modificação subjetiva
objetiva
extinção subjetiva
objetiva

Rodrigo Ribeiro Bastos 14


Tipologia das funções
constituição
Constituição originária – é aquela que independe
de um direito anterior. Ex: usucapião (artigos
1.238 e seguintes do CC), ocupação (1.263 do
CC), constituição de obrigações.
ordinário (1.242)
Usucapião extraordinário (1.238)
especial (1.239 e 1.240)
coletivo (estatuto das cidades)

Rodrigo Ribeiro Bastos 15


Constituição derivada
Constituição derivada – trata-se de um direito novo que deriva da
limitação de direito alheio (direitos reais limitados) ou do fim desta
limitação (constituição restitutiva derivada).
uso
fruição usufruto
DRL habitação
enfiteuse
superfície

garantia penhor
hipoteca
anticrese
alienação fiduciária

Rodrigo Ribeiro Bastos 16


Tipologia das funções
modificação subjetiva
Modificação subjetiva se dá pela substituição
dos sujeitos sem a modificação significativa do
objeto. É o tipo mais comum de fato jurídico.

O exemplo clássico é a aquisição derivada de


direitos.

Trata-se, sempre, de sucessão.


Rodrigo Ribeiro Bastos 17
Sucessão
morte
causa
entre vivos
Sucessão
universal
extensão
singular

Rodrigo Ribeiro Bastos 18


Tipologia da Sucessão

Por causa Entre vivos


da morte
Universal herança Sucessão
empresarial
Singular legado Transmissão
de bens ou
Rodrigo Ribeiro Bastos
direitos 19
Conseqüências da sucessão
Uma vez que a sucessão não se trata de
constituição de novos direitos mas apenas de
modificação subjetiva de direitos existentes todos
os ônus e bônus das relações sucedidas são
transmitidos.

Na sucessão de todo o patrimônio (universal) os


ativos e passivos são transmitidos. Na sucessão
singular todas as obrigações atreladas a coisa
sucedida são transmitidas (obrigações propter-
rem)

Rodrigo Ribeiro Bastos 20


Sucessão de dívidas
O direito brasileiro não contempla a sucessão
exclusiva de dívidas.

Na sucessão universal o que há é a transmissão


do dinheiro subtraído da dívida.

Se há só dívidas não temos patrimônio a


suceder.
Rodrigo Ribeiro Bastos 21
Aquisição x constituição
Não de deve confundir a aquisição de direitos
por um sujeito (ligação de certo sujeito a um
direito) com a constituição de direitos.

A aquisição de direitos pode se dar por via de


fatos jurídicos constitutivos (criação de um
direito novo) ou pela sucessão (modificação
subjetiva de um direito já existente)

Rodrigo Ribeiro Bastos 22


Tipologia das funções
modificação objetiva

quantitativa

MO

qualitativa

Rodrigo Ribeiro Bastos 23


Tipologia das funções
extinção subjetiva
Ocorre com o advento da modificação subjetiva.
por vontade

ES sem vontade

contra a vontade

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a


propriedade:
I - por alienação;
II - pela renúncia;
III - por abandono;
IV - por perecimento da coisa;
V - por desapropriação.

Rodrigo Ribeiro Bastos 24


Tipologia das funções
extinção objetiva

exercício

e.o

não exercício

Rodrigo Ribeiro Bastos 25


Tipologia dos fatos jurídicos
Intervenção da vontade

Não ordinário
Jurídico natural
extraordinário
Fato jurídico
ato jurídico LS
antijurídico LS

Rodrigo Ribeiro Bastos 26


Fato jurídico natural
Ordinário – previsível e corriqueiro (morte, nascimento,
passagem do tempo)

Extraordinário – imprevisível e inevitável (enchentes,


terremotos, inundações)

Os fatos jurídicos naturais algumas vezes compõe o


suporte fático para incidência das normas e outras
vezes excluem a incidência de certas normas (caso
fortuito e força maior)
No campo dos fatos jurídicos naturais estão as
conseqüências dos atos humanos(não os atos em si)
Rodrigo Ribeiro Bastos 27
Fato jurídico natural
(sem vontade dirigida a um fim)

ordinário

FJN
caso fortuito
extraordinário força maior
fato de terceiro

Rodrigo Ribeiro Bastos 28


FJN - extraordinário
Caso fortuito – é o acontecimento imprevisível
decorrente do risco da atividade. Se divide, ainda e
caso fortuito interno (atividade em si) e fortuito
externo (evento natural que só ocorre por força da
atividade)

Força maior – é a força da natureza estranha a atividade


que se desenvolve.

Fato de terceiro – são as conseqüências de atos de


terceiros alheios a relação jurídica que produzem nela
efeitos de fato

Rodrigo Ribeiro Bastos 29


Ato jurídico
Ato = conduta humana exteriorizada.

Ato jurídico em sentido lato = conduta humana


exteriorizada com finalidade de produzir efeitos
jurídicos ou não, mas que não importa em
sanção.

Ato antijurídico em sentido lato = conduta humana


exteriorizada que resulta em uma sanção imposta
pelo ordenamento.

Rodrigo Ribeiro Bastos 30


Ato antijurídico
Ato antijurídico em sentido amplo é aquele que
importa na violação de um dever jurídico.

A imposição de sanções à prática de atos


antijurídicos se faz sentir em dois âmbitos:
Privado: impondo a reparação ou compensação do
dano.
Público: pela prevenção geral e especial.

Rodrigo Ribeiro Bastos 31


Sanção
reparação
privada
compensação
Sanção
prev geral (exemplo social)
pública
prev especial
(coibição individual)

Rodrigo Ribeiro Bastos 32


Ato Jurídico
Ato jurídico é o fato jurídico que conta com a
vontade humana como fator determinante
para a produção de resultados jurídicos.

Estes resultados embora possam não ser


desejados pelo autor(quem pratica o ato) não
possuem natureza de sanção

Rodrigo Ribeiro Bastos 33


Ato jurídico x Ato antijurídico
ato jurídico ss
ato jurídico ls
negócio jurídico
Ato
ato antijurídico ss
ato antijurídico ls
ato ilícito

Rodrigo Ribeiro Bastos 34


Planos de análise dos atos jurídicos
1) Existência: são os requisitos necessários para que o
ato exista, independentemente da validade e da
eficácia;
2) Validade: são os requisitos necessários para que o
ato seja regular frente a ordem jurídica, e
independe da eficácia;
3) Eficácia: é a potencialidade de um ato para gerar
efeitos jurídicos, e independe dos efeitos.
4) Efeitos: são os resultados jurídicos dos atos e
independem da validade, sendo condicionados
pela eficácia e pela existência.
Rodrigo Ribeiro Bastos 35
Defeitos do ato jurídico
Falta de elemento de existência = inexistência
do ato;
Falta de elemento de validade = nulidade ou
anulabilidade do ato;
Condicionamento na eficácia ou ineficácia=
ineficácia do ato

Rodrigo Ribeiro Bastos 36


Elementos dos atos jurídicos
genéricos
e
específicos
EAJ n integração
interpretação
a genéricos

específicos

Rodrigo Ribeiro Bastos 37


Elementos essenciais genéricos dos
atos jurídicos
sujeito
existência objeto
forma
EEG manifestação de vontade

validade capacidade/legitimidade
possibilidade/determinação
adequação
liberdade/sincronicidade
Rodrigo Ribeiro Bastos 38
Capacidade e legitimidade
Capacidade para o ato jurídico é a mesma
capacidade jurídica já estudada. Há que se
notar os efeitos da capacidade ou
incapacidade superveniente.

Legitimidade: é a pertinência subjetiva do


objeto, esta pertinência ou decorre da
natureza jurídica do objeto ou da lei.

Rodrigo Ribeiro Bastos 39


Objeto do ato

imediato
(conduta esperada)
Objeto

mediato
(bem ou coisa)

Rodrigo Ribeiro Bastos 40


Possibilidade

jurídica
(objeto mediato e imediato)

Possibilidade

física
(objeto mediato)

Rodrigo Ribeiro Bastos 41


Impossibilidade física do ato
No campo da validade somente têm importância
direta a impossibilidade jurídica do objeto.

A impossibilidade física ou se origina em um


vício de consentimento ou produz
conseqüências no campo da eficácia.

Rodrigo Ribeiro Bastos 42


Forma adequada

essencial (inexistência)

Forma

probatória (invalidade)

Rodrigo Ribeiro Bastos 43


Elementos essenciais específicos dos
atos jurídicos

motivo (por que?)

EEE causa (como?) ”função social”

conteúdo (de que forma?)

Rodrigo Ribeiro Bastos 44


Motivo, causa e conteúdo
Motivo: é o fator volitivo íntimo que leva a
deflagração do ato. Na maioria das vezes é
juridicamente irrelevante, salvo se for ilícito ou se
houver erro quanto a ele e se for determinante do
ato.
Causa: É o resultado prático, econômico, que se
busca com o ato, ou sua função social.
Conteúdo: São os fatores jurídicos específicos
adotados pelas partes para se atingir uma certa
causa movido por determinados motivos
Rodrigo Ribeiro Bastos 45
Declaração de vontade
vontade de declaração(causa)
interno
intenção de resultado (causa e conteúdo)

DV motivação
expressa (declaração)
externo
(declaração) comp concludente
tácita
silêncio (539 ccb)

Rodrigo Ribeiro Bastos 46


Vícios da vontade
Ocorrem quando não há sincronicidade entre o
elemento externo e os elementos internos da
manifestação de vontade.

Só podem ocorrer quando há declaração e:


1) Não há vontade de declarar;
2) Há vontade de declarar, mas a intenção do
resultado não corresponde ao que foi declarado;
3) Há vontade de declarar, há vontade de resultado
mas os motivos são ilegais ou ilegítimos.

Rodrigo Ribeiro Bastos 47


Teorias
A) Subjetiva – temos a prevalência da vontade
sobre a declaração;
B) Objetiva – temos a prevalência da declaração
sobre a vontade;
C) Moderada – deve-s e analisar as
circunstâncias caso a caso utilizando-se as
regras de interpretação (elementos naturais
do ato)

Rodrigo Ribeiro Bastos 48


Vícios internos consentimento

reserva mental(motivo)
erro (motivo, causa e conteúdo)
vícios dolo (motivo, causa e conteúdo)
coação
estado de perigo
lesão

Rodrigo Ribeiro Bastos 49


Problema 1 – reserva mental
(artigo 110 do ccb)
Conceito – o autor declara querer uma coisa
mas na verdade quer outra.

Só gera a invalidade do ato se a outra parte tiver


conhecimento, nesta hipótese, na maioria das
vezes teremos simulação ou fraude contra
credores

Rodrigo Ribeiro Bastos 50


Problema 2 – o erro
(artigo 138, 139 e 140 do ccb)
Conceito – Falsa representação dos elementos
essenciais do ato (genéricos ou específicos),
em especial do seu objeto.
sujeito
substancial objeto
Erro causa
conteúdo
acidental motivação
Rodrigo Ribeiro Bastos 51
Problema 3 – o dolo
(artigos 145 do CCB)
principal
extensão
acidental
Dolo natureza bom comprovado

mau não comprovado


sujeito contratante

ação terceiro
omissivo
comissivo

Rodrigo Ribeiro Bastos 52


Problema 4 – a coação
(artigo 151 do CCB)

física (inexistência do ato)

Coação principal

moral acidental
(invalidade)

Rodrigo Ribeiro Bastos 53


Problema 5 – o estado de perigo

objetivo (vantagem demasiada para uma das partes)

Estado de
Perigo
subjetivo
(dolo de aproveitamento)

Rodrigo Ribeiro Bastos 54


Problema 6 – lesão
(artigo 157 do ccb)

desproporcionalidade
Lesão
falta de boa-fé objetiva

Rodrigo Ribeiro Bastos 55


Vícios externos

Fraude contra credores

Vícios

simulação

Rodrigo Ribeiro Bastos 56


Problema 7 – fraude contra credores
real
acordo para fraude
(concilium fraudis) presumido
Elementos

insolvência
(eventus damni)

Rodrigo Ribeiro Bastos 57


Problema 8 - simulação

absoluta

Tipos

relativa (dissimulação)

Rodrigo Ribeiro Bastos 58


Simulação requisitos

falta intencional de sincronicidade

Requisitos acordo simulatório

intenção de enganar a terceiros

Rodrigo Ribeiro Bastos 59


Ato x negócio
No ato jurídico a manifestação da vontade se limita
a deflagrar o ato, todos os efeitos possíveis estão
previstos na lei;

No negócio jurídico além da manifestação inicial é


facultado aos particulares estabelecer os efeitos
jurídicos, mesmo quando isso é feito por apenas
um dos envolvidos como no caso dos atos
unilaterais, dos atos gratuitos, e dos contratos de
massa.
Rodrigo Ribeiro Bastos 60
Teoria das invalidades
Conceito = A invalidade ocorre quando há um
vício no campo da validade dos atos jurídicos.

Não se pode confundir, nem tão pouco


comparar, a invalidade com a inexistência de
um ato.

Rodrigo Ribeiro Bastos 61


Nulidade
(artigo 166,167,168,169 CCB)

incapacidade absoluta
ilicitude do objeto
Causas inadequação da forma virtual
determinação legal taxativa
motivação torpe vício de motivo
fraude a lei

Rodrigo Ribeiro Bastos 62


Nulidade
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes,
for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere
essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a
prática, sem cominar sanção.

Rodrigo Ribeiro Bastos 63


Legitimidade para a declaração de
nulidade

ex officio

Leg ministério público

qualquer interessado

Rodrigo Ribeiro Bastos 64


Efeitos da declaração de nulidade
Em princípio os atos declarados nulos não devem produzir quaisquer efeitos jurídicos.

Esse princípio vem sendo mitigado pelo STF no julgamento das ADIN em função da
segurança jurídica, a teor da lei 9.898/99.

“Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista


razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser fixado”

Em regra os frutos e produtos devem ser restituídos ou indenizados.

Devemos, no entanto, considerar três situações específicas onde não há o retorno


integral para a situação anterior

Rodrigo Ribeiro Bastos 65


Produção de efeitos de ato declarado
nulo

incapaz

Efeitos terceiro de boa fé

prescrição

Rodrigo Ribeiro Bastos 66


Não desfazimento do ato nulo
A) O valor pago a incapaz só é restituído se
provado que reverteu em seu benefício;
B) Embora a declaração de nulidade seja
imprescritível as ações e pretensões sobre os
direitos patrimoniais dela decorrentes não o
são;
C) Por princípio deve se procurar proteger os
terceiros de boa fé

Rodrigo Ribeiro Bastos 67


Atos anuláveis

incapacidade relativa

Causas vício de consentimento

fraude contra credores

Rodrigo Ribeiro Bastos 68


Legitimidade e efeitos da anulação
Somente os interessados são legitimados para
pleitear a anulação do ato.

Embora o CCB (artigo 182) se refira ao retorno


ao estado anterior uma vez que a anulação é
constituída e não declarada não há que se
falar em indenização ou restituição dos frutos
e produtos

Rodrigo Ribeiro Bastos 69


Princípio da conservação dos atos
jurídicos
expressa
ratificação
tácita
Pc redução

conversão

Rodrigo Ribeiro Bastos 70


Conversão dos atos jurídicos
Se trata de um problema de qualificação jurídica
que é resolvido por via de normas de
integração.

Consiste em adequar a causa e o motivo do


negócio a um conteúdo válido

Rodrigo Ribeiro Bastos 71


Declaração de inexistência do ato
O ato é inexistente quanto lhe falta sujeito,
objeto, forma substancial ou declaração de
vontade.

Diversamente da nulidade as pretensões e ações


sobre os efeitos dos atos inexistentes são
imprescritíveis (querela nulitatis insanabilis)

Rodrigo Ribeiro Bastos 72


Elementos naturais
normas de interpretação

vontade real (112 CCB)

NI boa-fé objetiva (113 CCB)

restrição de benefício (114 CCB)

função social (421 CCB)

Rodrigo Ribeiro Bastos 73


Elementos naturais
normas de integração
São normas dispositivas (podem ter seus efeitos
suprimidos pelas partes) que visam completar
a vontade das partes onde ela é omissa.
As normas de integração são diretamente
ligadas ao conteúdo do ato jurídico.
Para cada conteúdo teremos um conjunto de
normas de integração específico.

Rodrigo Ribeiro Bastos 74


Categorias de acidentais dos atos
jurídicos

condição

E.A. termo

modo

Rodrigo Ribeiro Bastos 75


Tipologia dos eventos futuros

A) O evento é certo e o tempo é certo = termo;


B) O evento é certo e o tempo é incerto= termo
C) O evento é incerto e o tempo é certo=
condição;
D) O evento é incerto e o tempo é incerto=
condição

Rodrigo Ribeiro Bastos 76


Requisitos da condição

evento incerto

RC futuro

disposição voluntária

Rodrigo Ribeiro Bastos 77


Classificação das condições
própria
tipo imprópria simples
Cond potestativa plena
estipulação casual
mista
perplexa
eficácia resolutiva
suspensiva

Rodrigo Ribeiro Bastos 78


Invalidade do negócio condicional
susp. impossível
negócio ilícita
perplexa
susp. potestativa plena
Inv

condição resol. Impossível


resol. potestativa plena

Rodrigo Ribeiro Bastos 79


Classificação do termo
inicial(suspensivo)
eficácia
final (resolutivo)
termo
próprio
tipo
impróprio

Rodrigo Ribeiro Bastos 80


Efeitos do elementos acidentais
extingue direitos (resolutiva)
condição cria expectativa (suspensiva)

Ef. termo extingue direitos (resolutiva)


posterga a eficácia(suspensiva)

encargo cria nova obrigação

Rodrigo Ribeiro Bastos 81


Condição expectativa de direito e
direito adquirido
LICC – “Art. 6º
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos
que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.”
CC 2002 “Art. 125. Subordinando-se a eficácia do
negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o
direito, a que ele visa.”
Rodrigo Ribeiro Bastos 82
Classificação dos atos jurídicos
formação

Classificação vínculo(reciprocamente)

patrimonialidade

Rodrigo Ribeiro Bastos 83


Formação
Quanto à formação temos a necessidade da
manifestação da vontade e apenas uma ou de
mais pessoas como requisito de existência do ato.

unilateral
Formação

bilateral

Rodrigo Ribeiro Bastos 84


Atos unilaterais
Os atos unilaterais podem ser existentes e válidos apenas com a
manifestação de vontade chamados não receptícios (testamento,
declarações de estado), ou será necessário para sua existência que se dê
conhecimento a outra pessoa, atos unilaterais receptícios.

receptícios
Unilaterais

ñ receptícios

Por exemplo, os contratos são atos bilaterais, já a proposta é um ato


unilateral receptício. O testamento é um ato unilateral não receptício.

Rodrigo Ribeiro Bastos 85


Atos bilaterais
São aqueles que possuem como elemento de
EXISTÊNCIA a manifestação de pelo menos duas
vontades.

Todo contrato é um ato bilateral, mas nem todo ato


bilateral é contrato(casamento).

A emissão de uma proposta é ato unilateral


receptício mas somente será contrato na medida
em que a outra parte manifestar sua aceitação

Rodrigo Ribeiro Bastos 86


Quanto ao vínculo entre os atos
Reciprocidade
Classificação que importa basicamente para a
aplicação da regra de interpretação segundo a
qual “o acessório segue a sorte do principal”.

principal
Vínculo
acessório

Rodrigo Ribeiro Bastos 87


Patrimonialidade
Os atos podem ter por objeto mediato a
alteração do patrimônio ou não. A
paternidade é um ato jurídico não patrimonial
já a prestação de alimentos é ato patrimonial

patrimoniais
Patrim
ñ patrimoniais
Rodrigo Ribeiro Bastos 88
Atos gratuitos e onerosos
Quando a esfera patrimonial afetada é apenas a
de uma pessoa em benefício da outra se diz
que o ato é gratuito (doação, testamento).
Quando o efeito patrimonial se dá no âmbito
dos dois pólos envolvidos diz que o ato é
oneroso.

Rodrigo Ribeiro Bastos 89


Atos onerosos sinalagmáticos
O ato oneroso pode conter deveres que sejam
reciprocamente motivos um do outro ou não,
quando a prestação de uma das partes é o
motivo para a prestação da outra estamos
frente a um sinalágma. Por exemplo a compra
e venda, o preço é devido em função da
entrega do bem e vice versa.

Rodrigo Ribeiro Bastos 90


Atos onerosos e não sinalagmáticos
Há atos que importam em alteração no
patrimônio de ambas as partes mas uma
prestação não é o motivo da outra, p.ex. a
relação jurídica tributária. Ao dever de pagar o
tributo não corresponde o dever do
administrador de prestar serviços,
diferentemente do que ocorre com as taxas
que são sinalagmáticas.

Rodrigo Ribeiro Bastos 91


Sinalagmas comutativos ou não
Embora nos sinalagmas a o que motiva a prestação
de uma parte seja a prestação da outra nem
sempre as prestações são de valores exatamente
equivalentes. Quando isso ocorre chamamos o
ato de comutativo, quando não ocorre
chamamos de não comutativo.
Ex. compra e venda pode ser ou não comutativa,
conforme sua natureza o vício do produto gera a
redução proporcional do preço ou o
desfazimento do negócio.

Rodrigo Ribeiro Bastos 92


Atos antijurídicos
contratual
anti (SS)
não contratual
Atos
Anti (LS) civil
ilícito
penal

Rodrigo Ribeiro Bastos 93


Atos antijurídicos em sentido estrito

ds(ss) lesão pret

d.o fj S.J.S. dj obri


resit
dp

suj
Rodrigo Ribeiro Bastos 94
Atos ilícitos civis
Artigo 186 do CCB

culpa (LS)

Requisitos violação do OJ

nexo causal

dano
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Rodrigo Ribeiro Bastos 95


Atos ilícitos penais

culpa (LS)

Requisitos violação de norma

nexo causal

tipicidade

Rodrigo Ribeiro Bastos 96


Excludentes de ilicitude

legitima defesa

EI exercício regular de direito

estado de necessidade

estrito cumprimento de dever

Rodrigo Ribeiro Bastos 97


Abuso de direito
187 do CCB
finalidade econômica/social

Limites boa-fé

bons costumes

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que,


ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes

Rodrigo Ribeiro Bastos 98


A prova
Conceito: meios utilizados na argumentação quanto
às afirmações de fato (suporte fático sobre o
qual incidirá a norma).

A matéria é regulada na esfera do direito material e


do direito processual, sob aspectos diferentes.

Trata-se do mesmo fenômeno visto por dois


ângulos.

Rodrigo Ribeiro Bastos 99


Requisitos para a argumentação

linguagem comum

RA

técnica de comunicação

Rodrigo Ribeiro Bastos 100


Fato e direito
Uma das técnicas de comunicação utilizada na
argumentação jurídica é a prova.

Como já foi visto o direito se funda na incidência


de uma norma sobre um fato(suporte fático).

Nesta linha de argumentação temos duas


ordens de questões para serem respondidas
Rodrigo Ribeiro Bastos 101
Verdadeiras questões de direito
se
fato o que
quando
Qd como

norma escolha
existência
validade
vigência

Rodrigo Ribeiro Bastos 102


Normas e provas
As questões atinentes as normas são tratadas na
dogmática jurídica pela teoria hermenêutica.

Já as questões referentes aos suportes fáticos


serão objeto de prova.

Em ambos os casos vamos nos valer da técnica


de argumentação.
Rodrigo Ribeiro Bastos 103
Prova material e processual
Enquanto o direito material regula os meios
admissíveis de prova e as provas especiais
para cada tipo de ato.

O direito processual regula a forma de produção


da prova e a distribuição do ônus quanto a ela
dentro do processo.

Rodrigo Ribeiro Bastos 104


Ônus da prova
Enquanto a todo dever corresponde um direito
(i.e. relação jurídica) a todo ônus corresponde
uma faculdade.

Assim aquele que não se utiliza de uma


faculdade sofre um ônus. Não há dever de
provar mas faculdade.

Rodrigo Ribeiro Bastos 105


Tipos de afirmação de fato

constitutivos

Fatos modificativos

extintivos

impeditivos

Rodrigo Ribeiro Bastos 106


Requisitos da prova

admissibilidade

Rp pertinência

concludência

Rodrigo Ribeiro Bastos 107


Meios de valoração da prova

tarifada ou legal

Prova

livre ou instrumental

Rodrigo Ribeiro Bastos 108


Prova tarifada ou legal
Dá-se a prova legal quando o ordenamento
estipula uma prova específica para
determinado suporte fático, não admitindo
outra.

O exemplo clássico é a necessidade de escritura


pública para certos atos

Rodrigo Ribeiro Bastos 109


Prova livre ou instrumental
A liberdade da prova se encontra ligada
diretamente ao princípio da
instrumentalidade das formas segundo o qual
desde que o ato atinja sua finalidade não
importa a forma adotada.

Rodrigo Ribeiro Bastos 110


Prova direta x prova indiciária
A prova direta diz respeito diretamente ás
afirmações de fato.

Já a prova indiciária remonta a outras


afirmações de fato que estariam aptas a
comprovar as primeiras, ou seja, indícios são
afirmações de fato sobre afirmações de fato.

Rodrigo Ribeiro Bastos 111


Prova ilícita
Define-se prova ilícita como aquela obtida por
meios ilícitos

Pela teoria dos frutos da árvore podre não se


deve considerar os fatos obtidos por via de
meios ilícitos.
Trata-se de uma questão de peso de princípios
constitucionais.

Rodrigo Ribeiro Bastos 112


Tempo e direito

prescrição (SS)
decadência

Prescrição (ls)
preclusão
perempção

Rodrigo Ribeiro Bastos 113


Prescrição X Decadência

ds(ss) lesão pret

d.o fj SJS dj obri


resis
dp

suj
Rodrigo Ribeiro Bastos 114
Efeitos da prescrição
Artigo 189 do CCB
A prescrição é o fenômeno temporal que incide
sobre a exigibilidade do direito subjetivo em
sentido estrito.

Assim podemos afirmar que quando se opera a


prescrição o direito existe só não é mais
exigível.

Rodrigo Ribeiro Bastos 115


Efeitos da decadência
Decadência é o efeito temporal que se dá sobre
os direitos potestativos e, quando se opera,
produz a efetiva extinção do direito decaído.

Conseqüências: Divida prescrita, se paga, não


pode ser repetida.

Rodrigo Ribeiro Bastos 116


Síntese
Todo direito subjetivo em sentido estrito
prescreve.

Nem todo direito potestativo possui prazo para


ser exercido, mas, se possuir, o prazo será de
decadência

Rodrigo Ribeiro Bastos 117


Preclusão e perempção
São institutos de direito processual.

A preclusão é a perda de uma faculdade para a


prática de ato pela inércia do titular.

Perempção e a perda do direito de demandar


pela contumácia recorrente do autor (artigo
268 parágrafo único do CPC)
Rodrigo Ribeiro Bastos 118
Interrupção e suspensão dos prazos
Somente os prazos prescricionais e preclusivos
se interrompem ou se suspendem.
Quanto ao prazo decadencial não há que se falar
em suspensão ou interrupção.
Na interrupção o prazo é devolvido em sua
integra.
Na suspensão somente o tempo faltante.

Rodrigo Ribeiro Bastos 119


Bibliografia básica
Tepedino, Gustavo, A Parte Geral do Novo
Código Civil 3 ed, Renovar, 2007, Rio de
Janeiro.
Tepedino, Gustavo, Código Civil Interpretado
Volume 1, 2 edição, Renovar, 2007, Rio de
Janeiro.
Azevedo, Antônio Junqueira de, Negócio
Jurídico,4 edição, Saraiva, 2008, São Paulo

Rodrigo Ribeiro Bastos 120


Bibliografia Avançada
Moraes, Maria Celina Bodin de, Danos à Pessoa
Humana, Renovar, 2007, Rio de Janeiro
Perlingieri, Pietro, Perfis do Direito Civil 3 edição,
Renovar, 2007, Rio de Janeiro.
Ascensão, José de Oliveira, Teoria Geral do
Direito Civil,Lisboa 1993.
Bianca, C.Massimo, Diritto Civile vol 3,Giuffré,
Milão, 1987.

Rodrigo Ribeiro Bastos 121

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