You are on page 1of 22

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/309669607

Mãos à horta

Book · October 2016

CITATIONS READS

0 7,884

15 authors, including:

Rosa Isabel Guilherme Ana Cristina Ramos


Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV)
51 PUBLICATIONS   202 CITATIONS    53 PUBLICATIONS   386 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Berta Gonçalves Ana Cristina Correia


Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Polytechnic Institute of Viseu
149 PUBLICATIONS   4,268 CITATIONS    98 PUBLICATIONS   736 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

PTDC/AGR-PRO/111123/2009: The use of biological indicators as tools for assessing the impact of agricultural practices in sustainability of olive grove View project

Response of the arthropod community to fire in a Portuguese olive grove. View project

All content following this page was uploaded by Rosa Isabel Guilherme on 04 November 2016.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


Mãos à horta
Maria Elvira Ferreira e Graça Barreiro
(Coordenação)
Ana Cristina Correia
Ana Cristina Ramos
Berta Gonçalves
Graça Barreiro
Isabel de Maria Mourão
João Moreira
J. Miguel Costa
José Alberto Pereira
Luís F. Goulão
Margarida Costa
Maria da Graça Palha
Maria Elvira Ferreira
Raúl Rodrigues
Rosa Isabel Guilherme
Teresa Mota

3
AUTORES
Ana Cristina Correia
Ana Cristina Ramos
Berta Gonçalves
Graça Barreiro
Isabel de Maria Mourão
João Moreira
J. Miguel Costa
José Alberto Pereira
Luís F. Goulão
Margarida Costa
Maria da Graça Palha
Maria Elvira Ferreira
Raúl Rodrigues
Rosa Isabel Guilherme
Teresa Mota

PREFÁCIO
Helena Sacadura Cabral

TÍTULO
Mãos à horta

EDIÇÃO
Publindústria, Edições Técnicas
Praça da Corujeira n.o 38 . 4300-144 PORTO
www.publindustria.pt

DISTRIBUIÇÃO
Engebook - Conteúdos de Engenharia e Gestão
Tel. 220 104 872 . Fax 220 104 871 . E-mail: apoiocliente@engebook.com . www.engebook.com

COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO
Maria Elvira Ferreira e Graça Barreiro

DESIGN
MIdesign - Miguel Inácio

IMPRESSÃO
Publindústria, Edições Técnicas
Praça da Corujeira n.o 38 . 4300-144 PORTO
www.publindustria.pt

DEPÓSITO LEGAL
415227/16

A cópia ilegal viola os direitos dos autores.


Os prejudicados somos todos nós.

Copyright © 2016 | Publindústria, Produção de Comunicação, Lda.


Todos os direitos reservados a Publindústria, Produção de Comunicação, Lda. para a língua portuguesa.
A reprodução desta obra, no todo ou em parte, por fotocópia ou qualquer outro meio, seja eletrónico, mecânico ou outros,
sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infrator.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, no todo ou em parte, sob qualquer forma ou meio,
seja eletrónico, mecânico, de fotocópia, de gravação ou outros sem autorização prévia por escrito do autor.

Este livro encontra-se em conformidade com o novo Acordo Ortográfico de 1990, respeitando
as suas indicações genéricas e assumindo algumas opções específicas.

CDU
633 Culturas e sua produção

ISBN
Papel: 978-989-723-196-4
E-book: 978-989-723-197-1

Engebook – Catalogação da publicação


Família: Agronomia
Subfamília: Horticultura
Os autores

Ana Cristina Correia


Licenciada em Engenharia Agro-Industrial e Mestre em Ciência e Tecnologia
de Alimentos pelo Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa
(ISA/UL). É Professora Adjunta do Departamento de Indústrias Alimentares da
Escola Superior Agrária de Viseu do Instituto Politécnico de Viseu. Desenvolve
trabalhos de investigação ao nível da ciência e tecnologia alimentar, nomeadamente
nos produtos hortofrutícolas. É Secretária do Conselho Fiscal da Associação
Portuguesa de Horticultura (APH) desde 2012.

Ana Cristina Ramos


Licenciada em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia,
Universidade de Lisboa (ISA/UL) e Doutorada em Ciências do Ambiente pela
Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL). É Investigadora Auxiliar, no Instituto
Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.), na área da Tecnologia
da Conservação e Transformação de Produtos Agrários. Integra projetos de
investigação, júris académicos e participa em encontros científicos nacionais e
em ações de formação. É autora e/ou co-autora de publicações científicas e de
divulgação nacionais e internacionais, nomeadamente um livro sobre Cogumelos.
Exerce funções de Tesoureira da APH, desde 2013.

Berta Gonçalves
Licenciada em Engenharia Agrícola, Mestre em Horticultura, Viticultura e
Fruticultura e Doutora em Ciências Biológicas pela Universidade de Trás-os-Montes
e Alto Douro (UTAD). É Professora Auxiliar na UTAD e membro integrado do
Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas (CITAB).
Como área de investigação de maior interesse salienta-se o estudo do comportamento
fisiológico de fruteiras e qualidade dos frutos face a fatores abióticos. Foi Secretária
da Mesa da Assembleia Geral da APH (2010-12) e Vice-Presidente da Mesa da
Assembleia Geral (2012-14).

5
Graça Barreiro
Licenciada e Doutorada em Biologia, Universidade de Lisboa. Investigadora Principal,
aposentada do INRB, desde 2011. A principal área de atividade insere-se na Fisiologia
da Maturação e Pós-Colheita dos Frutos. Estabeleceu parcerias com sectores
empresariais e associativos ligados à fruticultura e com organismos científicos,
nacionais e internacionais, na área da especialidade. Tem publicado artigos em livros,
revistas científicas, artigos técnicos de divulgação, um livro em co-autoria e outro
com coordenação científica. Na APH foi Vice-Presidente da Mesa da Assembleia
Geral (2007-09) e Vogal da Direção como Relações Públicas e co-editora da Revista
(2009-14).

Isabel de Maria Mourão


Licenciada em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia,
Universidade de Lisboa (ISA/UL), Mestre pela Universidade de Bath e Doutora
pela Universidade de Reading (Reino Unido). É Professora Coordenadora da Escola
Superior Agrária de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana do Castelo,
onde iniciou o mestrado em Agricultura Biológica. Integra o Centro de Investigação
de Montanha. Tem desenvolvido investigação nas áreas de horticultura, fisiologia
e nutrição vegetal, agricultura biológica e horticultura social e terapêutica. É co-
-autora e coordenou a edição de livros sobre horticultura biológica, horticultura
social e terapêutica e horticultura em casa. Na APH foi Vice-Presidente (1992-99),
Presidente (2000-04) e Editora da Revista da APH (2009-14).

João Moreira
Licenciado em Engenharia Agro-Pecuária pela Escola Superior Agrária de Coimbra
(ESAC). Técnico Superior da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
(DRAPC) e dinamizador na produção como Especialista em Horticultura. Co-autor de
“Cadernos de Divulgação de Rotação de Culturas em Estufa”, assim como de artigos
em revistas e painéis de trabalhos experimentais desenvolvidos pela DRAPC, ESAC
e empresas em novas tecnologias de produção. Lecionou Cursos de Empresários
Agrícolas e Monográficos a Jovens Agricultores, na área da Horticultura. Foi
Secretário do Conselho Fiscal da APH (2009-11) e Vice-Presidente do Conselho
Fiscal desde 2012.

Joaquim Miguel Costa


Licenciado em Engenharia Agrícola pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD), Mestre em Agricultura e Horticultura Sustentáveis pelo Instituto
Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa (ISA/UL) e Doutor em “Production

6
Ecology” pela Univ. de Wageningen, Holanda. É investigador no ITQB (UNL) e no
LEAF (ISA/UL). Desenvolve investigação em ecofisiologia vegetal (stress hídrico e
rega deficitária), otimização de métodos de deteção remota, propagação vegetativa,
termografia e cultivos protegidos. É autor e coautor de artigos científicos e técnicos
e capítulos de livros nas áreas da especialidade. É editor de dois livros técnicos
sobre horticultura em estufa. Foi Secretário da Mesa da Assembleia Geral da APH
(2012-14) e é Vice-Presidente para a Horticultura Ornamental, desde 2015.

José Alberto Pereira


Licenciado em Engenharia Agrícola pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD), Mestre em Controlo de Qualidade pela Faculdade de Farmácia
da Universidade do Porto (FF/UP), Doutor em Ciências Agrárias pela UTAD e
Agregado em Nutrição e Química dos Alimentos pela FF/UP. Professor Coordenador
com Agregação da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança e
Professor Visitante de universidades de Espanha (U.P. Valência, U. Granada) e do
Brasil (UFRB). Tem integrado projetos de investigação nacionais e internacionais
nas áreas da olivicultura/tecnologia dos produtos do olival e modos de proteção
sustentável contra pragas agrícolas. É autor e coautor de vasta bibliografia nas suas
áreas de atividade. Desde 2012, é Vice-Presidente para a Olivicultura da APH.

Luís F. Goulão
Licenciado em Engenharia Agronómica, Pós-graduado em Agricultura Sustentável
e Doutor em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia,
Universidade de Lisboa (ISA/UL). É Investigador Auxiliar do Instituto de Investigação
Científica Tropical e coordena o Grupo Agri4Safe. Desenvolve a sua atividade nos
domínios da fruticultura, biologia e tecnologia pós-colheita e caracterização de recursos
genéticos. Coordena e participa em projetos de investigação, docência, orientação de
teses e ações de capacitação em Portugal e em cooperação com países africanos. É
autor de capítulos de livros e artigos científicos em jornais de circulação internacional.
É 2.º Secretário da Direção da APH, desde 2013.

Margarida Costa
Licenciada em Engenharia Hortofrutícola e Arquitetura Paisagista pela
Universidade do Algarve. Técnica Superior da Direção Regional de Agricultura e
Pescas do Algarve, onde tem desenvolvido vários projetos de experimentação no
âmbito da flora autóctone, plantas aromáticas e medicinais, plantas ornamentais e
recursos genéticos vegetais, tendo publicado vários trabalhos em eventos técnicos e
científicos e em revistas da especialidade. Desde 2014, desenvolve trabalho na área

7
do apoio ao investimento agrícola. Foi membro do Conselho Fiscal da APH (2007-
08) e Vice-Presidente para a Horticultura Ornamental (2012-14).

Maria da Graça Palha


Licenciada em Engenharia Agronómica e Doutorada em Engenharia Agronómica pelo
Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa (ISA/UL). É Investigadora
Auxiliar no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.).
Tem desenvolvido atividade de investigação no domínio das tecnologias de produção
e fisiologia das culturas em diferentes sistemas de produção, na área de horticultura
herbácea e de pequenos frutos. É autora e/ou coautora de artigos científicos e técnicos
e de capítulos de livros, nomeadamente sobre a cultura do morangueiro. É formadora
na área da Produção Integrada de Culturas Hortícolas e de Pequenos Frutos. Foi
Vice-Presidente para a Horticultura Herbácea, da APH (2009-14).

Maria Elvira Ferreira


Licenciada em Engenharia Agronómica e Doutorada em Engenharia Agronómica pelo
Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa (ISA/UL). É Investigadora
Auxiliar do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV, I.P.). Tem
dedicado a sua atividade ao estudo das tecnologias de produção de culturas hortícolas,
com especial ênfase para as culturas horto-industriais. Atualmente integra, entre
outros, projetos de investigação e desenvolvimento experimental e demonstração na
área das plantas aromáticas e medicinais (PAM), sendo coautora de quatro capítulos
de três livros nesta temática. É formadora na área da Produção Integrada de Culturas
Hortícolas. De 2009 a 2014 foi Presidente da Direção da APH.

Raúl Rodrigues
Licenciado em Engenharia Agrícola, Mestre em Horticultura, Fruticultura e
Viticultura e Doutor em Ciências Agrárias/Entomologia Agrícola, pela Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro. É Professor Adjunto da Escola Superior Agrária
de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e é membro do Centro
de Investigação de Montanha. Tem desenvolvido a sua atividade de investigação nos
domínios da limitação natural de ácaros fitófagos, da ação secundária dos pesticidas
sobre ácaros predadores, em fruticultura e viticultura e na recuperação de variedades
regionais de fruteiras. Tem cerca de 70 artigos publicados em revistas nacionais e
internacionais e é autor e coautor de 7 livros temáticos. Na APH exerceu o cargo de
Vice-presidente para a Fruticultura (2009-14).

8
Rosa Isabel Guilherme
Licenciada em Engenharia Agro-Pecuária pela Escola Superior Agrária de Coimbra
(ESAC) e Mestre em Ecologia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra. É Técnica Superior na ESAC com o título de especialista
na área agrícola e animal. Técnico com formação regulamentada em modo de
produção biológico animal e vegetal, em produção integrada e em proteção
integrada. Responsável pelas áreas de horticultura em modo de produção biológico
e em modo de produção integrada, na ESAC. Coautora de capítulos dos livros “A
Vinha e o Vinho em Portugal” e “Variedades Regionais e Agricultura Biológica.
Desafios para peras e maçãs portuguesas”. Foi Secretária da Direção da APH (2009-
14) e 1.ª Secretária da Direção, desde 2015.

Teresa Mota
Licenciada em Engenharia Agronómica, Mestre em Produção Vegetal e Doutora
em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia, Universidade de
Lisboa (ISA/UL), na especialidade de Viticultura. É responsável pelo Departamento
de Experimentação da EVAG /CVRVV, em Arcos de Valdevez. Tem participado
em projetos de experimentação e desenvolvimento, orientado estágios, júri de
provas de Mestrado e é autora e coautora de publicações apresentadas em eventos
da especialidade, assim como de capítulos de livros temáticos sobre castas da Região
de Vinhos Verdes e preservação de castas autóctones no Noroeste Português, entre
outros. Foi Vice-Presidente da Viticultura da APH (2009-14).

9
Índice

Os Autores …………………………………………………………………… 5
Prefácio ……………………………………………………………………… 15
A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) ………………………… 17
Introdução…………………………………………………………………… 21

I. Compreender a horta e o jardim …………………………………….…… 25


Biodiversidade na horta e no jardim ……………………………………… 28
Hortas e jardins mais “eco” .……………………………………………… 31
Vamos começar a horta ……………………………….…………………… 34
As tarefas da horta e do jardim ao longo do ano …………………….…… 38
Cuidar do solo da horta e do jardim …………….………………………… 43
Substratos – misturas “mágicas” onde crescem plantas …………….……… 46
Horta em vasos e canteiros ………………………………………………… 49
Plantas – saber escolher, comprar e plantar ……………………………… 52
Compostagem doméstica – fácil e barata …………………………………… 55
Preparar e utilizar fertilizantes naturais ……………………………………… 59
Regar e poupar ……………………………………………………………… 62
Poda – Uma necessidade em fruticultura ………………………………… 65
Poda – Uma técnica em jardinagem ………………………………………… 68
Controlar pragas e doenças de forma mais natural ………………………… 71
Proteja as plantas e antecipe a colheita ……………………………………… 75

II. Como multiplicar as plantas? ……………………………………………… 79


Novas plantas a partir de semente ……………………………………………… 82
Copie as suas plantas a partir de estacas …………………………………… 85
Unir duas plantas por enxertia …………………….……………………….…… 88
Mudar de casta para saborear outros tipos de uvas …………………….…… 91

11
III. Como cultivar? ………………………………………………………… 95
Legumes e Cogumelos
Aboborinha (curgete) ………………………………………..……………… 98
Alface …………………………….………………………………………… 101
Alho …………………………….………………………………………… 104
Batata ………………………………………………………………………. 107
Brócolo ……………………………..……...………………………………. 111
Cebola ……………………………………………………………………... 114
Cenoura ……………………………………………………………………. 117
Chícharo …………………………………………………………………… 120
Cogumelos ………………………………………………..………………... 123
Couve-tronchuda …………………………………………………...……… 127
Ervilha …………………………………………………………………...… 130
Fava ………………………………………………………………………... 133
Feijão-verde ………………………………...……………………………… 136
Grelo-de-nabo ……………………………………………………………… 139
Pimento …………………………………………………………………… 142
Rabanete ……………………..…………………………………………….. 145
Tomate ……………………………………………………………………... 148

Plantas aromáticas e medicinais


Coentro …………………………………………………………………..… 154
Estévia ……………………………………………………………………… 157
Hortelãs ……………………………………………………………………. 160
Salsa ………………………………………………………………………… 154
Salva ………………………...…………………………………………….. 163

Frutas
Amêndoa ……………………………..……………………………………. 168
Azeitona …………………………………..……………………………….. 171
Castanha …………………………………………………………………… 174
Cereja ……………………………………………………………………… 177
Figo …………………...…………………………………………………… 180
Fisális ………………………………………...………...………………… 183
Laranja …………………………………………………………………….. 186
Limão ……………………………………..……………………………….. 190
Maçã 1 ……………………………………………………...……………… 194
Maçã 2 …………………………………..……………………………..…… 197
Marmelo …………………………………………………………………… 200

12
Mirtilo ………………………………..…………...………………………… 203
Morango ……………………………….…………………………………… 206
Pera …………………………………….…………………...……………… 210
Romã …………………………………...……………...…………………… 214
Uva 1 ……………………………………………………………………… 218
Uva 2 ………………………………………...……………………………… 221

Plantas ornamentais e flores


Trazer a flora autóctone para o jardim …………………………………….. 226
Cores outonais no jardim ………………………………………………….. 229
Sebes vivas para a horta ou jardim ……………………………………….… 233
Alternativas aos relvados ………………………………………………….. 237
Azevinho …………………………………………………….…………….. 240
Bolbosas ………………………………………….………………………... 244
Camélia …………………………...………………………………...……... 247
Estevas …………………………………………………………………….. 250
Flores comestíveis …………………………………………………………. 253
Lavândulas ……………………………..…………………………………... 257
Medronheiro ………………………………………………………...…...… 260
Murta ……………………………………...……………………………….. 264
Roseira ………………………………………………..……………………. 267
Sabugueiro ………………………………….……………………………… 271
Suculentas …………………………………………………………………. 274
Tomilhos ……………………………………...…………………………… 277

IV. A horta, o jardim e a saúde ……………………………………………... 281


Alimentação saudável e sustentável ………………………………………… 284
Produção biológica na horta ……………………………………………….. 287
A nossa horta e a Dieta Mediterrânica ……………………………………... 290
Da horta ao prato …………………………………………………………. 293
Horticultura social e terapêutica ………………………………………….... 297

Sedimentar conhecimentos
Glossário de termos técnicos ………………………………………………. 302
Sugestões de leitura ………………………………………………………… 310
Sugestões de visitas ………………………………………………………… 317

Agradecimentos …………………………………………………………… 321


Créditos fotográficos ……………………………………………………… 323

13
Prefácio

Algumas palavras em jeito de prefácio

Escrever o prefácio de um livro constitui uma enorme aventura, porque ele é uma
espécie de carta dirigida ao leitor a dar-lhe conta não só do que vai encontrar nas
linhas que se vão seguir, mas também dar-lhe conta do efeito que elas provocaram
no seu autor.

Partindo deste principio e do meu conhecido gosto não só pela cozinha, mas
também pela pequeníssima horta que enche os espaços livres do meu terraço,
quando me convidaram para esta odisseia, disse de imediato que sim.

Santa ignorância a minha, que julgava perceber alguma coisa dos meus plantios, até
ter lido esta obra. Explico-me.

Uma coisa é o gosto por ter cultivados alguns produtos que uso tradicionalmente
na minha cozinha e poder colhê-los frescos para usar, como eu faço, outra é saber
como e quando eles devem ser plantados, colhidos e cuidados.

Ora foi aqui que eu fiz a minha grande aprendizagem. ‘Mãos à horta’ – não podia
haver título que melhor caracterizasse esta obra – ensinou-me tudo aquilo que eu
não sabia e que, percebi agora, explicava alguns desaires que já havia cometido sem
saber a causa. Ora é neste aspeto que reside uma das grandes utilidades deste livro
maravilhoso. Daqui em diante os meus coentros, a minha hortelã, os meus orégãos,
a minha salsa, a minha salva, o meu cebolinho, vão poder animar muito mais e
muito melhor, o meu terraço. E, surpresa das surpresas, vou ter a ousadia de plantar
um limoeiro e umas camélias de que tanto gosto e que sempre julguei não serem
possíveis no espaço de que disponho.

Tudo isto para vos dizer que este livro constitui uma obra fundamental não só
para compreender como se plantam, nascem e colhem muitos dos produtos que
diariamente utilizamos nas nossas cozinhas, mas também para avaliar o trabalho
que está por detrás de cada um deles.

15
Para além da horticultura fala-se com igual carinho da fruticultura e da floricultura
essa arte que permite embelezar tanto as nossas casas como suavizar os ambientes
que nos rodeiam.

Quantos de nós, ao preparar a sua alimentação, pensa no que está de trabalho,


amor e dedicação por detrás daquelas batatas, cenouras, nabos ou curgetes? Muito
poucos, certamente.

Pois a leitura desta obra vai alertar-nos para essa realidade tão esquecida. E vai,
sobretudo, mostrar que mesmo que não tenha mais do que o parapeito de uma
janela é possível aproveitá-lo para lá plantar o que mais gostar.

Enfim, dir-vos-ia que após a leitura deste livro não só me sinto um pouco
transformada na agrónoma da minha família – conto poder dar uns conselhos
gratuitos a alguns amigos que, como eu, gostam de colher o que vão utilizar no seu
repasto –, como penso ter-me tornado numa mais atenta compradora.

Já tinha muita cautela em adquirir só produtos nacionais. Agora vou ser uma
especialista em escolher, dentre estes, os melhores e os mais frescos. O que fará de
mim, e acredito, também de vós, compradores mais conscientes.

Espero, sinceramente, que a leitura do ‘Mãos à horta’ vos traga os benefícios que
dele, eu própria colhi e me levam a agradecer profundamente a oportunidade que,
afinal, com este convite, me foi dada!

Helena Sacadura Cabral


23/07/16

16
A Associação Portuguesa
de Horticultura (APH)

Como tudo começou...…

Em 1975, após a Revolução do 25 de abril, um grupo entusiástico e determinado de


profissionais do sector público e privado, de investigadores e de docentes, ligados
às universidades, ao Ministério da Agricultura e às empresas de produção e serviços
do sector hortícola, resolveram reunir-se para o arranque da Associação Portuguesa
de Horticultura. O grupo sentia necessidade de uma associação que agregasse
os interesses públicos e privados da horticultura, promovesse a divulgação do
conhecimento científico e técnico, fomentasse o debate e o encontro de interessados
nesta temática e promovesse o estabelecimento de contactos com o exterior.

Sucederam-se reuniões para discussão daquela que seria a primeira associação


profissional portuguesa na área da horticultura. A necessidade de fundar uma
associação interclassista, com todos aqueles que se dedicavam à horticultura era cada
vez mais notória. A solução encontrada foi a criação de uma Secção Especializada
da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP), formalizada em 1976.

A APH foi criada como uma associação técnico-científica, para poderem vir a ser
associados ‘indivíduos com diferentes formações académicas, mas empenhados nas
mesmas atividades’. O alargamento da APH a associados de diferentes formações
académicas, empresários, produtores, estudantes e todos aqueles que se interessam
pela Horticultura foi o que fortaleceu a APH e que a tem enriquecido até ao presente.

Inicialmente, a APH abrangia apenas as plantas herbáceas comestíveis e as plantas


ornamentais e, em 1984, alargou o seu âmbito para o sector da fruticultura,
passando a designar-se por Associação Portuguesa de Horticultura e Fruticultura
(APHF). Em 1991, a Horticultura, em sensu lato, passou a ser considerada na APH,
com a inclusão da viticultura, retomando o nome inicial de Associação Portuguesa
de Horticultura (APH). Em 2004, foi criada a vice-presidência para a olivicultura,
passando a Direção a ser formada por cinco vice-presidentes: horticultura herbácea,
fruticultura, horticultura ornamental, viticultura e olivicultura.

17
A APH constituiu-se como sociedade comercial, com estatutos próprios publicados
em Diário da República, em 1991. Em 1999, foi reconhecida como pessoa coletiva
de utilidade pública.

As atividades da APH

Os propósitos que presidiram à formação da APH têm vindo a ser atingidos, graças
ao elevado e diversificado número de eventos realizados e aos aumentos expressivos
de participantes. Desde logo a APH ganhou um lugar de destaque na divulgação do
conhecimento científico.

A APH organiza eventos, não de uma forma isolada, mas cada vez mais em
colaboração com entidades nacionais e internacionais. A interação dos agentes da
fileira é um fator crítico a diferentes níveis, como forma de potenciar o contacto
entre os geradores de conhecimento e os técnicos, a tecnologia e o sector empresarial
e os sectores comerciais e produtivos.

O primeiro evento nacional organizado pela APH foi o ‘1.º Colóquio Nacional de
Horticultura e Floricultura’, que teve lugar em 1977, em Lisboa. Este foi o primeiro
de 39 colóquios, 15 congressos, 18 simpósios, 7 seminários, 20 jornadas, 9 encontros,
24 visitas e 3 cursos, que se têm realizado ao longo dos 40 anos de existência da APH.

A nível internacional, em 1979, a APH realizou em Évora o ‘1st International


Symposium on Production of Tomatoes for Processing’, e desde essa data sucederam-se mais
18 eventos internacionais, entre congressos e simpósios, organizados sob a égide da
International Society for Horticultural Science (ISHS).

As relações com a congénere espanhola Sociedad Española de Ciencias Hortícolas


(SECH) foram formalmente iniciadas com a realização em Lisboa (1990) do ‘I
Congresso Ibérico de Ciências Hortícolas’ que, com uma periodicidade quadrienal,
alternadamente em Portugal e em Espanha, continua a ser realizado. Além destes
congressos, a APH tem também organizado em colaboração com a SECH eventos
mais especializados, como os Simpósios Ibéricos de Maturação e Pós-colheita e de
Olivicultura e as Jornadas Ibéricas de Horticultura Ornamental. A parceria com
a SECH culminou com o XXVIII International Horticultural Congress (IHC Lisboa
2010) que decorreu em 2010, em Lisboa e foi um marco na Horticultura ibérica e
internacional. Participaram 3500 congressistas, provenientes de 100 países, que, no
seu conjunto apresentaram cerca de 4600 comunicações.

18
Em 2003, iniciou-se a série ‘Actas Portuguesas de Horticultura’ onde são publicadas
as comunicações apresentadas nos eventos. Até à atualidade, já foram editados 24
números desse serial, agora em formato digital.

A Revista da APH, com periodicidade trimestral, tem por objetivo veicular


informação entre todos os leitores, no âmbito das atividades desenvolvidas pela
Associação e da inovação técnica e científica, nas diferentes áreas da Horticultura,
através da publicação de artigos, reflexões e resultados de projetos de investigação
em Portugal e no Mundo. A Revista é distribuída gratuitamente aos associados e
assume-se como o principal veículo de informação da APH, seguido pelas novas
tecnologias de informação e comunicação como o site (www.aphorticultura.pt) e as
redes sociais (http://www.facebook.com/aphorticultura).

O futuro…

É muito gratificante relatar um percurso cheio de sucessos, publicamente


reconhecidos, que só foram possíveis pela dedicação, esforço e vontade de fazer
cada vez mais e melhor por parte dos dirigentes da APH, e pela participação mais
ou menos ativa dos seus associados, nas atividades que se organizaram ao longo dos
40 anos da sua existência.

Todas as colaborações e ligações que a APH continua a privilegiar, têm demonstrado


um grande valor e representam um bom caminho para o futuro.

A APH é um motivo de orgulho para os seus fundadores e para todos aqueles que
lhes sucederam, pois a resposta dos associados aos diferentes eventos que lhes são
oferecidos é prova disso. Em boa hora, os pioneiros fundaram uma associação
interclassista com vitalidade e com a preocupação constante do fomento da inovação
e do debate de novas ideias, com vista à sustentabilidade da Horticultura nacional,
sempre com a preocupação de uma articulação forte aos diferentes sectores da
atividade hortícola.

Para manter a associação cada vez mais ativa e interveniente, é nos jovens associados que a
APH deposita toda a esperança. Estes, servindo-se da experiência acumulada e do caminho
trilhado, durante os 40 anos da APH, poderão encontrar nela a força para inovarem e
fazerem cada vez mais e melhor, pelo desenvolvimento da Horticultura do nosso país.

Maria Elvira Ferreira


Presidente da Direção da APH de 2009-2014

19
Introdução

No início de 2012, a APH foi desafiada a colaborar com o jornal PÚBLICO na


revista FUGAS, suplemento semanal daquele jornal. A APH ficaria responsável
pela secção de Jardinagem da FUGAS, com publicação quinzenal de artigos sobre
aquela temática.

A ideia foi amplamente discutida no seio da Direção, pois era a primeira vez que
este tipo de atividade era atribuído à APH. Foi-nos dito que os textos deveriam
ser escritos com uma linguagem simples e clara, que cativassem e esclarecessem os
leitores para o exercício da jardinagem, quer em pequenas hortas, quer em jardins,
quer mesmo em varandas e terraços, ao jeito de ‘Faça você mesmo’.

Aceite o desafio, o primeiro artigo publicado foi dedicado à camélia. Os temas


foram surgindo naturalmente em função da época do ano, dos interesses dos
autores e de pedidos que entretanto nos iam chegando. A diversidade de assuntos e
de ideias fáceis de pôr em prática foram os nossos objetivos. Desejávamos alcançar
um público alargado em que o leitor encontrasse no mundo da jardinagem, número
após número, motivos de interesse, curiosidades várias, ensinamentos fáceis sobre o
modo de produzir os seus próprios alimentos e ainda, técnicas simples e dicas para
embelezamento do seu jardim.

Como se referiu anteriormente, pretendíamos levar o leitor do livro “Mãos à horta” a


desenvolver o gosto pela jardinagem e a por em prática alguns dos conhecimentos
que fosse adquirindo. Para o ajudarmos, no final de alguns artigos, existe um espaço
reservado para Notas. Seria bom e muito útil que aqui fossem anotados alguns dos
principais acontecimentos, como sejam as tomadas de decisão e até mesmo certos
percalços que, no decorrer do desenvolvimento da(s) cultura(s) fossem surgindo.
Estas Notas poderão ajudar a prevenir e a remediar futuras intervenções e dificuldades.

Os textos foram escritos por 15 autores, pertencentes aos Órgãos Sociais da APH,
de 2009 a 2014. De início, temia-se que não fosse fácil fugir à típica linguagem técnica
dos artigos e passar a redigir textos curtos, que interessassem o grande público

21
pelas indicações simples e práticas que preconizavam. No entanto, à medida que os
textos iam sendo publicados, o entusiasmo dos autores ia crescendo, o “contágio”
aos colegas que ainda não tinham escrito não parava de aumentar e a vontade de
continuar a publicar artigos subia exponencialmente, acabando-se rapidamente, por
entrar em prazenteira rotina.

Daí que foi fácil atingir 78 artigos, durante 44 meses.

O passo seguinte, que nos propusemos encetar, foi a compilação dos artigos em
livro, pois o interesse demonstrado pelos nossos leitores levou-nos a pensar em
organizar os artigos de uma forma lógica e de fácil consulta. Foi deste modo que
chegámos a quatro capítulos em que no primeiro se apresenta um conjunto de 15
textos em torno do tema ‘Compreender a horta e o jardim’, em que além da importância
da biodiversidade, da ecologia e da economia da horta/jardim, informa o leitor
sobre o que fazer quando se quer iniciar uma horta/jardim, com as diferentes
tarefas e operações culturais necessárias ao sucesso dos mesmos.

Seguem-se quatro textos na temática, ‘Como multiplicar as plantas?’, sobre sementeira,


estacaria, enxertia e reenxertia, que integram o segundo capítulo.

O capítulo III, com o título ‘Como cultivar?’, apresenta mais 54 artigos, dos quais 17
se incluem na secção ‘Legumes e cogumelos’, quatro na de ‘Plantas aromáticas e medicinais’,
17 na de ‘Frutos’ e na de ‘Plantas ornamentais e flores’ 16 artigos.

O quarto e último capítulo, ‘A horta, o jardim e a saúde’, compreende cinco artigos na


ótica da sustentabilidade da horta/jardim e da alimentação, além da vertente social
e terapêutica da Horticultura.

A informação contida nestes artigos é sucinta, mas necessária e suficiente para


aprender a produzir plantas. No entanto, para leitores interessados em aprofundar
os seus conhecimentos nestas temáticas, sugerem-se, no final do livro, recursos
bibliográficos e informáticos e até algumas visitas e passeios ao ar livre.

Boas leituras!!!!

22

View publication stats

You might also like