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FlussesBrasil [A rede internacional FlasserBrsl & wim ambiente interativo com o objetivo de preservare difundiro pensamiento de Vilém laser além de promover ¢ adminiserar a publicagio de sa obra no Brasile no mundo. Presidente de Honra: Edith Flasser (1920 ~ 2014) Comelbo executive: Dinah Flusser, Eva Balickova, Gustavo, Bernardo, Miguel Gustavo Fasser rnelbo Consutivo: Anke Finger, Claudia Becket; Joachim ‘Michael, Rainer Guldin, Rodeigo Duaete, Rodsigo Novaes «Simone OschofE Conese participe do FlasserBrasl no sitio ‘wwrsfuserbrascom om esceeva para sede @flussesbras.com.be GESTOS oxen st Raw 0-9) ci Gis onan oho Lefont HONE Tae 9S Sumario Apresentagio de Gustavo Bernardo 7 Inerodugio 15 O gesto de famar eachimbo 31 + Ogesto de pesquise ® Ogestode pintar 39 ‘O gesto-em video B + Ogestode fzer 81 Ogesto deescrever 9 + Ogesto deserutivo Mm Os gestos de Vilém Na vasta obra de Vilém Plusser, Geos € emblemicico ‘Ao se debrucar sobre o que dizem ¢ principalmente no diz ‘os gestos humanos, o pensadorrevela nj duplo principio que seencontra nabase de toda asus filosofa. Ese principio daplo ‘em obviamente duas chaves: primeiro, «de que tous com eas iniplica ina aicude, poranto, um gestos segundo,» de que toda atitude implica uma mensagem, portant, wins comunicagio, 7 ‘As duas chaves abrem muitas portas, masse somente se Forem usadas juntas, como nas portas da casa da gene, que precisam de uma chave normal, digamos assim, ede uma chave sextavada, Claro, hd quem useainda doistincos deago,umem cima e outro em bao, mas cles nio srvems mui 4 metre No enanto, importa sber que a filosofa ussesiana nio ‘sconde as metiforas que a motivam, como procura fazer © texto académicoelssico, em especial no Brasil. Também nso dros digamos assim, no percebarn eon iam lea co gucera prs serlido concrapel. Bara Atraan Mle o que Fuse finer uta cxpcie po contesto de codos os gatos observiveis. Sab tl leiturs, 0 ggsto de pintar pode ser decifrad como uma das fises de eto colosal oletivo, denominvel “0 gesto da hiss", se | dfinirmos "hist" por fo movimento da lberdade”. Pos [Sic frasim tice nant guage {6 fro, portanto como movimento signifiativo, meta da de decfraro sguficad da hiseria no lugar e momento espe nivel de sigicado, a anise do gesto de pincar pasaria ser jr malin dane da ini Uh YO ya Mas,embora em certo sentido tal nivel transcenda 0 ges- rie 2: em outzo& cle também, imanente ao pesto. O geto std £2 OY dene da hist, ma a histria esti denteo do gsc, Nao apenas casualmente 0 esto & reuado de movimentos his tiricos precedente. Também semancicamente: © gesto fem ‘gest. possvel lero eto de pincar em context amploy > signilicadohisérico. De modo que ahistriaaspecto interno do gest Pisa andlite do gsto, que & por sua ver, fase do movimento histérco, conten o esto que analisae€ pr este contd Etalconscatago é uma ds metas do presence ensair mostrar poucaulkdadedadisingo entre aspect ineenos centernos de gests are se boa eatin abandon nig apenas a encativa de e faze catlogos, mas mbm ade fazer definigies. : No inicio deste crabalho filow-se em “mundivisio” do Ocident. © que se pretendeu com tal temo é nossa endén ade olhar os Fendmenos como se fossem procesossinétcos definiveis, encontros de entidades presumidas como de alguma mancirapréexistentes a process. Agus € vista como proces- s0 de encontro de étomos de hidrogénio e oxignio, 0 gssto hhumano como proceso de encontro de corpo € mente, 0 ge tode pinear como procesto de encontro de pintor e material € 2 anilise do gesto de pinear como processo de encontro de analisador com um gesto.E falouse na crescent diiculdade Aaqual cl tendénca leva, principalmente nasi apenas nels, Simuleaneamente foi admitido que tal tendén: cia est profundamente enrizada nos nossoshabitos de pen sar, de modo que nio nos dams conta dela a0 abservatmos 0 mundo. As consideragbes precedente vsam prem slevo tal 2g30 deformadora das nosas crenga sobre a observa, ‘Ao observarmos Agu, no vemos Seomos, mas igus. Os ‘roms si expliagses teéricas do concreto fendmeno dgua sco nio_negn que exstem situagées, mas quais étomor de hidrogénio € oxiginio sio observiveis concretamente, nem sieuapes nas quas é possivel observar a sua sinrese em ia Mas afiema que em stuagées nas quais observamos igus, eas xomos sio extrapolages absratas do fendmeno concreto, So, neste sentido, posteiores gua, Mas devido & nossa ten ddenciaprojeatnostaisSeomos denero da observa, € estes passam a ser preconccitas, deformadores da observagio do fe rnémeno dgua, Ao abservarmos um gesco humano, no vemos como alguém move seu corpo, mas um gesto. O “alguém” €0 corpo sio expicagesterieas do coneretofendmieno “gesto” Embora possa sr duvidado que existam situagdes mas quais podemos obscevarconcretamentealguém sem corpo, a nossa endénca faz com que projtemos ais preconceitos na nossa observagio do gesto humano,¢ tal endéncia & to foste que descrevemosespontancamente a observago por: “0 St. X est levantando o brago", O eardter metaisco deta deformayao da observagio passa despereido, por estar enraizado na nossa "asta carder sage coma na andi do gest de pnt, porque visio de um enconero de ua» pineor com set mate rial passa a ser insustentivel, A anise mostea movimentos signifcatvos de corpos que se decompem e recompdem emt vias ses, Ico no nog, obviamente, que tm sentido falar se mum Sr. X que est pineando este quar. Nem que tem sentido falar-se em ur pincel que participa do gesto. Mas afi ma que o Sr. X “eal” enquanto pincor apenas como um dos aspectos do gesto, come pode set real” enquanto aspecto de algum gesto diference. Afiema que 0 Se. X eo pincel so gan chos tedrics sobre os quaispodemos pendura vtiosaspectos de wirias situagies concretamente observivels, € que fora de toda situagio 0 St. X ¢ 0 pincel sio “conceitos’, “frmas", “vireulidades”. Com efeto: so explicagics de viriae stuages compariveis.O Se. X pode “tealzarse” de virias mang fo gesto de pintaré como 6 “pintor” que se eliza. Destarte a ‘observagio do gesto de pintar leva nosis preconcitosao nivel, dda conscitnca e permite serem suspensos, Avisio que eremor do gesto nfo concorda com acosmo- ‘si ocdental, mas concorda com expecincia'de quem par ticipado get. Se for consulado, o" incor” fiat ques ‘realmente apenas quando est pintando”. Que apenas qua segirio pinceleencara els, (ou quando segurado por pineel «encarado por tla), le mesmo. Se pergantarmos porque cscolheu pinta ou por que ecahew est pince, dat respostas inconvincenes, porque a penguin érversiveliPor que Foie colhido para pintae com ese pincel? O “pint io xcolhen Bir no endo metas de ele eid, anes do eto vt fas pye: org, ants do geste de pinta no hpi” «poss excoler algo. Eapitura ni sun woes" nose tido metafsco de uma vor qualquer qu parti do pincel para cham ants do pst, porque anes do est, no hi pincl

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