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Índice
Agradecimentos ………………………………………………………………………….i
Declaração de honra…………………………..….……………………………………...ii
Dedicatória …………………………………………..…………………………………iii
Lista de figuras.......……………………………………………………………………..iv
Lista de abreviaturas e siglas………………………...…….………………….………....v
Lista de tabelas ……………………………………..…………….……………….........vi
Resumo ………………………………...……………….…………………..….............vii
CAPITULO I....................................................................................................................9
1.Introdução......................................................................................................................9
1.2.Problematização....................................................................................................11
1.3.Justificativa...........................................................................................................12
1.4.Objectivos.............................................................................................................13
1.4.1.Geral:......................................................................................................................13
1.4.2.Específicos:............................................................................................................13
4.Hipóteses......................................................................................................................14
CAPITULO II.................................................................................................................15
5.REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................15
5.1. Peso ao nascer......................................................................................................15
5.2.Treino Pliométrico................................................................................................15
5.3.Efeito do Treino pliométrico na Aptidão física e Composição corporal..............16
CAPILULO III................................................................................................................27
6.Metodologia.................................................................................................................27
6.1.Tipo de estudo.......................................................................................................27
6.2.Caracterização da amostra....................................................................................27
6.3.Critério de inclusão e exclusão.............................................................................27
6.4.Avaliação da composição corporal.......................................................................27
6.5.Avaliação da Aptidão Física.................................................................................29
6.5.2.Teste de força - resistência abdominal (Sit Up’s)..................................................30
6.5.3.Teste força explosiva de membros inferiores (salto horizontal)............................30
6.5.4.Teste de velocidade de deslocamento (corrida de 20 metros)...............................30
7.Programa de treino pliométrico...................................................................................31
8.Análise Estatística........................................................................................................32
8.1.Resultados.............................................................................................................33
8.1.1.Baixo Peso ao Nascer.............................................................................................33
8.1.2.Peso Normal...........................................................................................................34
8.2.Discussão dos resultados.......................................................................................35
8.2.1.Antropometria e Composição corporal..................................................................36
8.2.2. Aptidão física........................................................................................................37
9.Conclusão.....................................................................................................................38
CAPITULO IV................................................................................................................39
10.Referencias Bibliográficas.........................................................................................39
ANEXOS........................................................................................................................42
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i

Agradecimentos
São várias as pessoas que contribuíram para que este projecto de investigação se
tornasse uma realidade, as quais eu agradeço do fundo de coração:
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom de vida e por todos os caminhos tomados por
mim e guiados por ele que me fizeram estar aqui.
Ao Professor Doutor Mário Eugénio Tchamo, pela oportunidade de crescimento
profissional e contribuição na realização deste trabalho, pela condução do processo de
supervisão de modo a acompanhar-me e ajudando-me a esclarecer minhas dúvidas.
Ao Laboratório de Cineantropometria por apoiar em meios e métodos de recolha de
dados em campo.
As Direcções das Escolas por onde passei durante a recolha de dados por terem
permitido a realização da mesma.
Aos alunos que de coração aceitaram participar neste estudo.
Aos professores que incentivaram os alunos a participarem neste projecto.
Aos meus colegas e amigos que muito ajudaram no processo de recolha de dados.
Agradeço imensamente ao meu paiAvelino Félix Chaúque,em memória a minha mãe
Zélia Da Felicidade Tovela e o meu avo Eugénio Daniel Chaúque.
Obrigado aos meus tios, em especial a minha tia Eugénia Tereza Chaúque que sempre
desempenhou o papel de mãe.
Agradeço a minha irmã/amiga Jacinta Avelino Chaúque pela cumplicidade, dedicação,
companheirismo e entusiasmo em tudo que se propôs a fazer e que no qual contagiava a
todos que permanecia a seu redor.
Agradeço a todos os meus amigos pelo convívio diário e pelos momentos maravilhosos
que jamais esquecerei.
E a todos aqueles que, pela sua amizade, directa ou indirectamente ajudaram me nesta
longa caminhada, transmitido me força, coragem e optimismo neste trabalho.
ii3

Declaração de Honra

Declaro por minha honra que este Trabalho é resultado da minha pesquisa e das
orientações do meu docente, feita segundo os critérios em vigor na Universidade
Pedagógica. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto e na Bibliografia.

Declaro também que este trabalho não foi apresentado em nenhuma Instituição para
obtenção de qualquer Grau Académico.

Maputo, Novembro de 2019.


_________________________________
(Eugénio Avelino Félix Chaúque)
iii
4

Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família:

Avelino Félix Chaúque

Eugénia Tereza Chaúque

Jacinta Avelino Chaúque

Zélia da Felicidade Tovela


iv
5

Lista de figuras

Figura 1: Plataformas do treino pliométrico ................................................................. 32


v6

Lista de abreviaturas e siglas


AD: Actividades Desportivas
AF: Actividade Física
BP: Baixo Peso
BPN: Baixo Peso ao Nascer
CAE: Ciclo Alongamento Encurtamento
CMJ: Salto contra movimento
CML: Salto contra movimento com auxílio dos braços
DJ: Drop jump
DP: Desvio Padrão
PN: Peso Normal
EPC: Escola Primaria Completa
FE: Força Explosiva
GC: Grupo Controlo
GE: Grupo Experimental
GI: Grupo Intervenção
GT: Grupo Treinado
IH: impulsão horizontal
IMC: Índice de massa corporal
KTK:Körperkoordinations-test für Kinder
MD: Média
MI: Membros Inferiores
PT: Potência
SVPRE: Salto vertical antes do treino
SVPÓS: Salto vertical depoisn do treino
SHPRÉ: Salto horizontal antes do treino
SHPÓS: Salto horizontal depois do treino
SJ: Squat jump
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TP: Treino Pliométrico
Vel: Velocidade
%G: Percentual de gordura
JT: Jump test
SR: Shutlle run,
VSR: Velocidade final do shutle run
vVO2max: Velocidade final do VO2max
% G: Percentual de Gordura
MG: Massa Gorda
MM: Massa Magra
IMC: Índice de Massa Corporal
vi
7

Lista de tabelas
Tabela 1- Resultado do pré e pós- teste entre o grupo controlo e grupo de intervenção
p<0,05..............................................................................................................................19
Tabela 2: dados do grupo treino pliométrico (GP) e grupo controlo (GC), nas variáveis
salto vertical pré treino (SVPRE), salto vertical pós treino (SVPÓS), salto horizontal pré
treino (SHPRÉ), salto horizontal pós treino (SHPÓS)....................................................23
Tabela 3. Valores dos testes Salto Horizontal (SH) e Salto Sêxtuplo Alternado (S6A)
pré e pós seis semanas dos protocolos de treino pliométrico (Grupo Pliometria) e
exercícios educativos de corrida (Grupo Controlo….………………………………… 26
Tabela 4: Descrição do programa de treino pliométrico para crianças durante 12
semanas……………..…………………………………………………………………..31
Tabela 5: Descrição de diferentes saltos usados no protocolo de treino
pliométrico.......................................................................................................................32
Tabela 6: Variáveis de composição corporal do Grupo Controlo (BPC) e Grupo
intervenção (BPI) em crianças com BPN. Os valores foram expressos em média ±
desvio padrão. (*) p<0,05 quando comparado T0 vs. T1. ……………………………. 33
Tabela 7: Variáveis antropométricas do Grupo Controlo (BPC) e Grupo intervenção
(BPI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando
comparado T0 vs. T1. ………………………………………………………….………33
Tabela 8: Variáveis de Aptidão física do Grupo Controlo (BPC) e Grupo intervenção
(BPI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando
comparado T0 v. T1…………………………………………………………………….34
Tabela 9: Variáveis antropométricas do Grupo Controlo (PNC) e Grupo intervenção
(PNI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando
comparado T0 vs. T1..………………………………………………………………….34
Tabela 10: Variáveis de composição corporal do Grupo Controlo (PNC) e Grupo
intervenção (PNI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05
quando comparado T0 vs. T1. …………….…………………………………………...35
Tabela 11: Variáveis de Aptidão física do Grupo Controlo (PNC) e Grupo intervenção
(PNI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando
comparado T0 vs. T1. ………………….………………………………………………35
8
vii

RESUMO
O estudo teve como objectivo avaliar o efeito do salto pliométrico na aptidão física e
composição corporal em crianças de baixo peso e normal ao nascer, idade compreendida
entre 10 a 15 anos. A amostra foi composta por 61 crianças de ambos os sexos, divididos
e subdivididos aleatoriamente em duas partes, controlo(GC=30) sendo baixo peso
controlo (BPC=15), peso normal controlo (PNC=15)e intervenção(GI=31) sendo baixo
peso intervenção (BPI=16), peso normal intervenção(PNI=15) por sua vez formando no
total quatro grupos. Ambos os grupos foram submetidos antes (T0) e depois (T1)aos
testes de antropometria, massa corporal, altura, perímetro do braço relaxado, perímetro
de cintura, perímetro geminal e medição de dobras de adiposidade subcutânea (tricipital,
biceps, suprailiaca, panturilha, subescapular) e aptidão física foi avaliada através de uma
bateria de testes Fitnessgram, onde foi mensurada aforça estática (dinamometria
manual), teste de força - resistência abdominal (Sit Up’s), teste de força explosiva de
membros inferiores (salto horizontal), teste de velocidade de deslocamento (corrida de
20 metros).O treino teve a duração de 24 sessões, com três sessões semanais, iniciando
com 50 saltos, com um aumento progressivo das repetições chegando a 120 saltos.
Foram utilizados o teste T de student pareado e o não pareado e os resultados estão
expressos através das medidas de tendência central p<0,05. Na avaliação T0, não foram
observadas diferenças entre os grupos. Após o TP, no T1 os gruposde intervenção(BPI e
PNI) aumentaram significativamente os valores médios em testes de antropometria,
composição corporal e Aptidão física. Concluiu-se que o TP é eficaz para melhorar a
aptidão física e a composição corporal em crianças. De qualquer forma, do ponto de
vista de actividade física e de rendimento desportivo, esse desenho experimental pode
ser um modelo importante a ser aplicado para o processo de desenvolvimento das
capacidades físicas em jovens de diversas modalidades desportivas.

Palavras-chave: Salto Pliométrico, Aptidão física, Antropometria, Composição


corporal, Peso ao nascer.
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CAPITULO I
1.Introdução
O baixo peso ao nascer (BPN) é uma questão de saúde pública com um impacto
significativo individual, familiar e social. Os recém-nascidos com BPapresentam
alterações do vínculo, diminuição do período de tempo de amamentação, maior risco de
desenvolvimento de patologias crónicas durante a sua vida adulta, uma maior propensão
a atrasos de desenvolvimento e dificuldades de aprendizagem, o que acarretará tanto
para a família, como para a sociedade, onde estão inseridos (L.KIELY et. al, 1994). O
BPN corresponde a um peso ≤ 2499g do recém-nascido aquando do nascimento,
independentemente da sua idade gestacional(OMS, 1992).
O ambiente em que a criança vive pode actuar de forma positiva para um adequado
crescimento e desenvolvimento, uma vez que sejam disponibilizados estímulos sociais,
psíquicos e físicos. Particularmente aos estímulos físicos, destaca-se o engajamento em
actividades físicas e a prática do desporto (LOPES VP, 2011). Visto que vários estudos
têm demonstrado efeitos positivos em relação a prática de actividade física em
populações que nascem com o baixo peso.
De todos os domínios existentes na área da actividade física, o estudo destaca o treino
pliométrico na melhoriada aptidão física e da composição corporal das crianças com
BPN e PNN.Esse tipo de treino é conhecido como método de treino de potência que
permite o condicionamento da força muscular. Para isso, como em qualquer outro tipo
de treino, faz-se necessário uma sobrecarga apropriada, uma progressão gradual e uma
adequada recuperação entre as sessões de treino a fim de que a melhora no desempenho
seja observada. (AYESTARAN & BADILLO, 2001).
A pliometria consiste na utilização do CAE, ou seja, na combinação de acções
excêntricas e concêntricas (KOMI, 2006). O método é regido por objectivos muito
específicos, sendo uma alternativa eficaz para a melhora da força explosiva conjugada
com a velocidade de movimento (MARCOVIK, 2007). O TP é usado como estratégia
para melhora das diversas modalidades desportivas que utilizem o CAE, sendo levado
em consideração o volume, a intensidade, a frequência, o sistema energético utilizado, a
posição em que o atleta actua e os potenciais tipos de lesões do desporto em questão.
Associam-se com esse tipo de contracção os saltos e os lançamentos, tanto em situações
de competição quanto de treino (AYESTARAN & BADILLO, 2001).
10

Vários estudos de intervenção com o TP, verificaram respostas positivas em relação a


composição corporal e aptidão física. NEVES Gabriela s. etal (2018) investigaram os
efeitos de um programa de TP sobre o IMC em crianças de 7 a 9 anos de idade através
da antropometria, o grupo treinado apresentou aumento nas variáveis de estatura e dobra
subescapular quando comparado ao não treinado.
Outro estudo avaliou o efeito de doze semanas de intervenção com TP na antropometria,
composição corporal, aptidão física e coordenação motora grossa de crianças entre 7 e 9
anos de idade com sobrepeso e obesidade. Após a intervenção, ao grupo treinado
observaram diferenças nos testes de aptidão física: força de preensão manual, resistência
abdominal, salto em distância e flexibilidade(NOBRE Gabriela G, et al 2016).
Estudos desenvolvidos em Moçambique, revelam que essas crianças (BPN) são mais
leves e menores que as crianças com PNN, com índices para peso por idade e altura por
idade, os mesmos mostraram um desempenho reduzido em testes de força de preensão
manual e de movimento lateral. (TCHAMO M, 2017).
Desta forma é de suma importância desenvolver-se estudos que examinem a influência
do TP na aptidão física e a composição corporal em crianças do PNN em especial as de
BPN.
Assim o objectivo do presente estudo é de avaliar o efeito do salto pliométrico na
aptidão física e composição corporal em crianças de baixo peso ao nascer e peso normal
ao nascer.
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1.2.Problematização
As crianças com BPN apresentam baixa estatura para a idade (crescimento) e baixo peso
para a idade (crescimento desperdiçado) quando comparados com as do PNN.
Crescimento atrofiado reflecte um processo de falha em alcançar crescimento linear
potencial como resultado de condições sanitárias e / ou nutricionais (OMS, 1992).
Neste caso o BPN parece ser o principal factor que influencia a antropometria, sendoum
preditor de baixa força muscular e baixo desempenho em testes de movimento.
(TCHAMO M, 2017).
De facto, algumas variáveis de coordenação motora são influenciadas negativamente
pelo BPN, e essas crianças apresentam menor capacidade para desenvolver força
muscular sob condições voluntárias ou induzidas condições ambientais. Estudos
anteriores mostraram que as crianças com BPN permanecem significativamente mais
curtos e leves, apresentam efeitos adversos desenvolvimento cognitivo, redução da
massa corporal magra e maior acúmulo de massa gorda, quando comparado as crianças
com PNN (VICTORA et al, 2008).

O peso corporal também foi considerado um importante determinante da variância do


desenvolvimento neuromotor em crianças, e um indutor de déficits permanentes na força
muscular e velocidade de corrida (DOS-SANTOS Moura et al., 2013-2015).

Essas mudanças representam riscos para os resultados de saúde como doenças


coronárias, acidente vascular cerebral e diabetes tipo II, todos os quais foram mostrados
ser maior em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (VICTORA et al., 2008).
Perante este cenário surge o seguinte problema de pesquisa:
Qual é a influência do salto pliométricona aptidãofísicae composição corporal em
crianças com baixo peso ao nascer e crianças de com o peso normal ao nascer?
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1.3.Justificativa
LOPES, VP., (2011) afirma que a infância é a faseque ocorre o aprimoramento das
capacidades motoras. Sabendo que o ambiente em que uma criança vive pode servir
como estímulo positivo para a aquisição desses parâmetros, é de suma importância o
engajamento de crianças em programas de treino físicoem especial as de BPN, visto que
estudos comprovam que essas crianças apresentam baixa aptidão física em relação aos
do peso normal. Sendo assim, o salto pliométrico pode ajudar na promoção das
componentes da aptidão física e consequentemente na melhoria da composição corporal
dessas crianças. Esse tipo de treino, ajuda no ganho da força e da velocidade,
capacidades fundamentais para o desenvolvimento da potência. Para COSCARELLI M,
(2011), o TP também melhora o desempenho da coordenação intramuscular, rápido
ganho de força, aumento de força em atletas de força rápida, melhor aproveitamento do
CAE e adequação a qualquer nível de treino de pliometria.

Por outro lado, a escolha do tema deveu-se justamente pela escassez de informações
sobre essa temática em Moçambique. Dessa forma o presente estudo é de extrema
importância pós, do ponto de vista profissional ira contribuir no aumento de informações
e conhecimentos técnicos (de como trabalhar com indivíduos com essas particulares) de
diferentes modalidades ou práticas motoras (atletismo, ginástica, actividade física,
futebol, etc.). No contexto Social iráincutir nas pessoas conhecimentos inerente a esta
temática e ira servir como porta para a realização de pesquisas relacionadas ao tema.
Com o presente estudo esperamos contribuir para a melhoria da aptidão física e da
composição corporal por meio do TP dos jovens de baixo peso ao nascer e abrir uma
linha de pesquisa nesta temática no contexto moçambicano.
Por outras, pretendemos publicar um artigo a partir deste trabalho e com os resultados
obtidos, queremos contribuir para que os treinadores e agentes de actividade física em
geral tenham como base este protocolo de treino para a melhoria da aptidão física e da
Composição corporal em crianças de BPN e PNN por meio do TP e recomendar
mecanismos de intervenção nesta temática no contexto moçambicano.
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1.4.Objectivos
1.4.1.Geral:
 Avaliar o efeito do salto pliométrico na aptidão física e composição corporal em
crianças com baixo peso ao nascer e crianças com peso normal ao nascer.
1.4.2.Específicos:
 Avaliar a aptidão física em crianças com baixo peso ao nascer e crianças com
peso normal ao nascer;
 Descrever a composição corporal em crianças com baixo peso ao nascer e
crianças com peso normal ao nascer;
 Avaliar a composição corporal em crianças com baixo peso ao nascer e crianças
com peso normal ao nascer;
 Comparar o efeito do salto pliométrico entre crianças de baixo peso ao nascer e
crianças de peso normal ao nascer.
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4.Hipóteses
 O saltopliométricopode influenciar a aptidão física e a composição corporalem
crianças de baixo peso ao nascere crianças de peso normal ao nascer.
 O salto pliométrico não pode influenciar a aptidão física e a composição corporal
em crianças de baixo peso ao nascer e crianças de peso normal ao nascer.
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CAPITULO II

5.REVISÃO DE LITERATURA
5.1. Pesoao nascer
O peso ao nascer é classificado em quatro partes, a saber:baixo peso ao nascer (BPN),
peso normal (PNN), peso insuficiente (PIN) e excesso de peso(EPN). O BPN é definido
pela OMS (1992), como sendo peso entre 1.500g a 2.499g. Crianças nascidas com o
peso entre 3.000g e 3.999g são consideradas crianças comPNN, crianças nascidas entre
2.500g e 2.999g são consideradas crianças comPIN e crianças nascidas com peso acima
de 4,0 kg são consideradas criançascom EPN(De ONISet al., 2006).
Dados epidemiológicos referem que crianças cujo peso é inferior a 2.500g têm uma
probabilidade aproximadamente 20 vezes maior de morrer do que crianças de maior
peso. Este é de facto, um indicador de elevada importância em termos de saúde pública
(WARDLAW, 2004).
Um estudo realizado em Moçambique na província de Maputo, objectivou em avaliar a
influência do peso ao nascimento na composição corporal e aptidão física de homens
jovens nascidos. Em que cento e setenta e nove estudantes (com idades entre 19 a 22
anos) foram divididos em quatro grupos (baixo peso ao nascer < 2.500 g, BPN, n = 49;
peso insuficiente ao nascer ≥ 2.500 g e < 3.000 g, PIN, n = 27; peso normal ao nascer ≥
3.000 g e < 3.999 g, PNN, n = 74; e peso elevado ao nascer > 3.999 g, PEN, n = 31).
PIN mostrou menores valores de massa corporal e massa livre de gordura, enquanto
BPN e PEN apresentaram altos valores de circunferência do quadril, supra-iliaca,
subescapular e dobra cutânea abdominal quando comparados com PNN. BPN e PEN
mostraram um alto percentual de indivíduos com baixo desempenho em termos de
flexibilidade, preensão palmar direita, agilidade, resistência abdominal, forca de braço, e
salto em distância horizontal. Cerca de 70% dos PEN apresentaram baixo desempenho
no teste de velocidade de corrida. Concluíram: Ambos baixo e alto peso ao nascer
podem influenciar a adiposidade no adulto e o desempenho em testes de aptidão física.
(TCHAMO E. 2017)

5.2.Treino Pliométrico
Segundo BARBANTI (1979), a palavra pliometria, é derivada do grego plethyein, e
significa: plio (aumentar) e metria (medida), ou seja, obtenção de maiores distâncias do
salto. Por outro, este tipo de treino, constitui um tipo de exercício que tem como
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objectivo produzir velocidade, movimentos rápidos e aumentar as funções


neuromusculares, visando, principalmente aos resultados desportivos (SHAH, 2012).
O treino pliométrico (TP) é um método de treino de potência que permite o
condicionamento da força muscular. Para isso, como em qualquer outro tipo de treino,
faz-se necessário uma sobrecarga apropriada, uma progressão gradual e uma adequada
recuperação entre as sessões de treino a fim de que a melhora no desempenho seja
observada. Apesar de ser um método de treino utilizado desde a década de 60 por atletas
de alto rendimento, principalmente do leste europeu, esta modalidade de treino não
adquiriu muita popularidade nos meios de práticas desportivas não profissionais, e
parece permanecer restrita aodesporto de alto nível e a reabilitação (AYESTARAN &
BADILLO, 1997).
O método pliométrico é também conhecido como ciclo alongamento encurtamento uma
vez que, para que uma acção pliométrica ocorra, é necessário um rápido alongamento
(fase excêntrica), um rápido amortecimento (estabilização), seguida por um rápido
encurtamento (fase concêntrica) (KOMIP, 2006). Nesse sentido, a aplicação desse tipo
de treinotambém desenvolve, simultaneamente, apotência muscular máxima e a
habilidade desaltar (KOMI P, 2000). Esse tipo de treino pode ser desenvolvido
mediantea inclusão de exercícios de saltos verticais e horizontais com alta intensidade de
execução e amplitude de movimento (MONCEF et al., 2012).
Para SEDANO et al. (2013) oTP sozinho ou combinado com o treino de força produz
inúmeras mudanças positivas no sistema neural e músculo-esquelético, na função
muscular e na performance atlética dos indivíduos saudáveis. O TP é indicado para o
aumento do desempenho e prevenção de lesão em desportos, sendo recomendado em um
programa de treino físico. As vantagens do TP são: melhoria da coordenação
intramuscular, rápido ganho de força, aumento da força em atletas de força rápida,
melhor aproveitamento do ciclo alongamento - encurtamento e adequação a qualquer
nível de TP e as desvantagens é a alta carga física, riscos de lesões, pequeno aumento em
um alto nível de coordenação intramuscular e prejudicada eficiência se a altura não for
adequada (COSCARELLI M, 2011).

5.3.Efeito do Treinopliométrico na Aptidão física e Composição corporal


A prática de actividades motoras no geralgeraefeitosno organismo humano,
especialmente na componenteaptidão física e composição corporal. Segundo
HEYWARD & STOLARCZYK (2000), a composição corporal é a proporção entre os
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diferentes componentes corporais e a massa corporal total, sendo normalmente expressa


pelas percentagens de gordura e de massa magra. WILDER et. al., (2006)define a
aptidão física como sendo a capacidade de realizar as actividades do quotidiano com
vigor e energia, além de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças crónicas
degenerativas, por outras, define-se aptidão física como sendo a capacidade de realizar
as actividadesquotidianas com tranquilidade e menor esforço. Existem duas abordagens,
uma é a aptidão física relacionada à saúde e a outra é a relacionada à performance
desportiva Altos níveis de composição corporal influenciam na aptidão física,
(BEATRIZ A, 2015). Ao estudar a aptidão física e a composição corporalde crianças e
adolescentes na cidade do Rio de Janeiro, com 51 estudantes de uma escola municipal,
com idade entre 13 e 16 anos, dentre eles 26 meninos e 25 meninas, conclui-se que a
prática de AF reduzida na infância e na adolescência pode gerar baixa aptidão física e
excesso de peso(BEATRIZ A, 2015).

Dessa forma, o nível de AF habitual e o engajamento da criança em programas de treino


físico podem favorecer a aquisição de habilidades motoras, proporcionando aumento da
força muscular, potência e melhoria do desenvolvimento neuromotor, importante para as
brincadeiras diárias (LOPES et. al., 2010). Dentre os programas de treino conhecido, a
pliometria se destaca por ser um método de treino que tem sido muito utilizado tendo
como objectivo aumentar a força explosiva, a potência muscular e a coordenação motora
de atletas, ao recrutar um maior número de fibras musculares (VISSING et al. 2008).

Um estudo realizado no Brasil em corredores de provas longas revela que o TP é mais


eficiente em relação aos exercícios educativos no intuito de produção da força. Com o
objectivo de identificar respostas e efeitos de dois protocolos de exercícios, sendo um
deles de força rápida (pliometria – grupo experimental – RPG) e o outro de educativos
técnicos de corrida (grupo controle – RTG), em variáveis relacionadas ao desempenho
(e.g. potência, força máxima dinâmica e isométrica de membros inferiores, capacidade
aeróbia tolerância a esforços máximos) de corredores de provas longas,foram
examinados 18 atletas amadores do sexo masculino, praticantes de corrida de rua e com
experiência em provas de longa distância (21km ou acima). A amostra foi
seleccionadapara o grupo “treino de força rápida”, (RPG – grupo experimental) e
“exercícios educativos técnicos de corrida” (RTG – grupo controle), que realizaram seis
semanas de exercícios distintos. No intuito de avaliar o desempenho em variáveischave
18

para o rendimento de fundistas, os sujeitos foram submetidos a uma série de testes em


dois momentos distintos: após a semana de aprendizagem e adaptação aos exercícios
(pré) e ao final das seis semanas dos protocolos propostos (pós). Concluíram que o TP
foi superior ao protocolo de exercícios educativos no intuito de melhorar o desempenho
da força rápida de membros inferiores, contribuindo, ainda, para a manutenção dos
níveis iniciais de desempenho em corrida e a melhora da remoção do lactato sanguíneo,
o que não pode ser observado no grupo RTG (MANECHINI, João P, 2017).

O TP, que é baseado essencialmente em saltos, tem-se mostrado eficiente para o


aumento de variáveis neuromusculares de potência e altura de saltos. Em um estudo com
atletas de corrida, MANECHINI, João P, (2017) identificou que o treino pliométrico de
dez semanas, aplicado em duas sessões semanais aumentou o desempenho para a altura
de salto e reduziu o tempo de sprint (40m) quando comparado aos resultados do grupo
controlo, que apenas realizou suas sessões habituais de treino de corrida. Entretanto, não
foi encontrada diferença para o teste de salto quíntuplo alternado neste mesmo estudo.

Outro estudo experimental que objectivou em avaliar a eficácia do TP no ganho da


potência dos membros inferiores de jovens atletas praticantes da modalidade de
Basquetebol. O treino foi aplicado a um grupo de 12 jovens de 13 a 17 anos, atletas da
equipe de Basquetebol municipal da cidade Lins/SP, os jovens foram separados em dois
grupos distintos, sendo um o grupo controlo, que devia continuar normalmente com as
actividades tácticas e técnicas da modalidade e o outro, o grupo de intervenção, na qual
foi aplicado o TP junto às actividades tácticas e técnicas da equipe. Foram destacados
resultados que comprovam o sucesso na melhoria da força muscular explosiva, com esse
aumento os saltos obtiveram maior amplitude, sendo prováveis, melhores resultados em
treinos e partidas de modalidades colectivas (VERKHOSHANSKI, 2001). Os resultados
foram analisados utilizando a média de desvio padrão e percentagem e o teste t, que
analisa as medidas repetidas (p<0,05), demonstrando eficácia do TP no ganho de
potência dos membros inferiores em atletas submetidos à pesquisa. (CAVALCANTE B
& CARDOSO C, 2017). OTP aplicado mostrou grande influência na melhoria da
impulsão dos atletas, no processo de treino das capacidades do Basquetebol, a potência
muscular esta directamente relacionada ao jogo e precisa ser desenvolvida, isso significa
que no trabalho físico aplicado grande parte é baseada em desenvolver força de
explosão, que é obtida pela utilização de saltos aliados aos trabalhos de velocidade
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(HOLLMANN & HETTINGER, 2005). A preparação física de modalidades que


requerem velocidade e força explosiva, tem se beneficiado dos programas de treino de
salto (BOMPA, 2004) e de velocidade (CAVALCANTE B & CARDOSO C, 2017) e
combinados força e treino geral (LAURENTINO & PELLEGRINOTTI, 2003) para que
a potência obtenha uma melhora significativa no rendimento de várias modalidades
desportivas.

No seu respectivo estudo, DURIGAN Júlia Z.etal. (2013), Objectivou em analisar a


influência doTP nas variáveis de potência de membros inferiores e de velocidade em
tenistas. Participaram do estudo 11 atletas, sendo 5 do “grupo controle” e 6 do “grupo
intervenção”. Ambos os grupos realizaram treino em quadra e treino de força geral em
academia. Os testes realizados foram: squat jump, salto contra movimento, salto contra
movimento com auxílio dos braços, drop jump, impulsão horizontal e velocidade, sendo
estes aplicados pré e pósTP. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de
Shapiro-Wilk e ANOVA para medidas repetidas para diferença entre o pré e pós-teste, p
< 0,05. O grupo de intervenção apresentou diferenças entre o pré e pós-teste para todas
as variáveis, diferentemente do grupo controle. E entre o grupo controle e o de
intervenção, verificou-se que, no pré-teste, não houve diferença entre as variáveis.A
utilização do treino pliométrico de 10 semanas induziu a adaptações importantes no
desempenho dos sujeitos acompanhados, pois todos do grupo de intervenção
apresentaram desempenho positivo em todas as variáveis analisadas. Por outras, Os
demais testes apresentaram adaptações positivas e estatisticamente significativas, o que
induz a concluir que as cargas de TP aplicadas em 10 semanas de treino foram
suficientes para a melhora da potência dos membros inferiores dos atletas,observaram a
melhora da força rápida dos membros inferiores em jovens atletas de voleibol entre 15 e
17 anos de idade.
Tabela 1- Resultado do pré e pós- teste entre o grupo controle e grupo de intervenção
p<0,05.
20

Para crianças esse tipo de treino físico não é eficaz para reduzir a adiposidade, mas pode
melhorar a taxa metabólica de repouso, aumentando a massa livre de gordura (MOTA et
al., 2002). Nesse contexto, NEVES Gabriela s. e tal (2018) investigaram os efeitos de
um programa de TP sobre o IMC em crianças de 7 a 9 anos de idade através da
antropometria. A amostra foi composta por 134 meninos com idades entre 7 e 9 anos e
divididos em 2 grupos: controle (GC, n = 50) e treinado (GT, n=84). Ambos os grupos
foram submetidos aos testes de antropometria, dobras cutâneas antes (T0) e após (T1) o
TP. O treino teve a duração de 12 semanas, com duas sessões semanais, iniciando-se
com 50 saltos, com um aumento progressivo das repetições chegando a 120 saltos. Os
resultados estão expressos através da Média ± Desvio padrão e p<0,05. No T0 ambos os
grupos não apresentaram diferenças nas variáveis de antropometria (estatura e massa
corporal) e composição corporal (dobras tricipital e subescapular). No T1 o grupo GT
apresentou aumento nas variáveis de estatura (T0 = 128,7±6,9cm vs. T1 = 131,6±3,1cm/
p<0,0001), dobra subescapular (T0 = 7,2±3,9mm vs. T1 = 8,0±4,0mm/ p<0,004),
quando comparado ao GC que no T1 apresentou os seguintes resultados nas variáveis de
estatura (128,4±7,2 cm vs. 129,7±7,4), dobra subescapular (6,7±2,8 mm vs 6,5±2,6).
Como esperado do TP, observaram-se mudanças significativas na composição corporal
com a intervenção. No entanto, o aumento da estatura corporal pode estar relacionado a
um crescimento normal que depende da idade, uma vez que ambos os grupos
apresentaram o mesmo incremento (cerca de 210 cm após 12 semanas). Concluí-se que
houve uma alteração sobre as variáveis estudada, porém, a intervenção física feita
através do TP não se mostrou eficiente.

Portanto, tendo em vista os benefícios do treino TP e considerando que as crianças na


infância aprimoram suas habilidades e capacidades motoras, seria importante o
engajamento das mesmas nesse programa de treino (CARNEIRO, Renata C.B. e tal,
2015). Em seu estudo, o mesmo autortendo avaliado o efeito de 24 sessões de treino
pliométrico sobre a força muscular em crianças de 7, 8 e 9 anos de idade. Com uma
amostra composta por 116 meninos entre os 7 e 9 anos, divida em controlo (GC=43) e
grupo treinado (GT=73). Ambos os grupos foram submetidos aos testes de
antropometria, dobras cutâneas, impulsão horizontal e preensão manual, antes (T0) e
após (T1) o treino pliométrico. O treino teve a duração de 24 sessões, com duas sessões
semanais, iniciando com 50 saltos, com um aumento progressivo das repetições
chegando a 120 saltos. Na comparação do T0 vs. T1 o grupo GT apresentou os seguintes
21

resultados: estatura (T0 = 128,7±6,9cm vs. T1 = 131,6±3,1cm), dobra subescapular (T0


= 7,2±3,9mm vs. T1 = 8,0±4,0mm), impulsão horizontal (T0 = 110,9±18,6cm vs. T1 =
130,6±17,1cm), preensão manual direita (T0 = 10,4±3,1mm vs. T1 = 11,3±3,1mm) e
esquerda (T0 = 10,0±3,4mm vs. T1 = 11,0±3,0mm). O grupo controle não apresentou
diferenças nas variáveis estudadas. Na comparação do T1 do GT e GC obtivemos os
seguintes resultados: impulsão horizontal (GC: T1=119,3±16,5cm; GT:
T1=130,6±17,2cm) e dobra subescapular (GC: T1= 6,5±2,6mm; GT= 8,0±4,0mm).
Concluiu-se que o treino pliométrico mostra-se eficaz para o aumento da força muscular
em crianças dos 7, 8 e 9 anos de idades.

PADILHA Luiza pereira, (2014) ao verificar se o método pliometrico é capaz de


promover melhoria na força explosiva em jovens atletas velocistas de atletismo no
âmbito escolar, em 27 atletas com idade entre 11 e 14 anos, os quais foram distribuídos
de maneira aleatória nos seguintes grupos: grupo experimental com treino pliométrico,
n= 14; e grupo controle sem treino pliométrico, n = 13. Cada sujeito participou de duas
sessões de testes obtendo parâmetros de impulsão vertical, impulsão horizontal, teste de
velocidade e teste de RAST, na primeira sessão foi realizada também avaliação
antropométrica. Os resultados apontaram uma melhoria nas seguintes variáveis (p <0,05)
da performance na impulsão vertical (1=0,28 ± 0,08vs. 2= 0,32 ± 0,07/0.00), impulsão
horizontal (1=1,78 ± 0,24 vs. 2=1,8 ± 0,24) e velocidade de deslocamento (1=3,39 ±
0,26 vs. 2=3,29 ± 0,27/0.00). Ambos os grupos obtiveram a mesma melhora no salto
horizontal, demonstrando este não ser a variável mais afectada pelo treino pliométrico.
Desse modo, pode-se concluir que esse tipo de treino promove um incremento suficiente
das capacidades físicas de força, velocidade e potência, ou seja, a pliometria pode ajudar
a impulsionar os atletas a terem um melhor desempenho em provas de velocidade
através de uma melhora da força explosiva.

Outro estudo realizado no Brasil nas crianças pré-puberes, revela que o TP contribui no
melhoramento do desenvolvimento neuromotor (DNM) dessas crianças. Assim, o DNM
caracteriza-se pela aquisição de amplo espectro de habilidades motoras que inclui:
equilíbrio, coordenação, agilidade, força muscular e velocidade (BENEFICE et al.
1999). O estudo objectivou em avaliar o efeito do treino pliométrico sobre a
antropometria, composição corporal, aptidão física e o desempenho neuromotor em
crianças dos 7 aos 9 anos de idade. Foram avaliadas 134 meninos com idades entre 7 e 9
22

anos, escolhidas de forma randomizada. Os meninos foram divididos em 2 grupos:


controle (GC, n = 50) e treinado (GT, n = 84). O grupo treinado realizou o treino físico
durante 12 semanas (2 vezes por semana com variação de saltos). Foram avaliados pré
(T1) e pós (T2) treino os seguintes parâmetros: antropometria e composição corporal,
aptidão física e o desempenho neuromotor. A aptidão física foi avaliada através de testes
padronizados pela Eurofit, Fitnessgram e Proesp. A coordenação motora grossa foi
avaliada pela bateria de testes KTK. Para a análise dos dados, os grupos foram
subdivididos em sobrepeso/obesidade n = 18 (GC n = 7 e GT, n = 11) e eutróficos n =
116 (GC, n = 43 e GT, n = 73). O grupo eutrófico foi novamente subdividido de acordo
com as idades em controlo (7 anos, n = 13; 8 anos, n = 19 e 9 anos, n = 11) e treinado (7
anos, n = 26; 8 anos, n = 18 e 9 anos, n = 29). Os resultados foram analisados através do
programa SPSS versão 17.0. Para análise entre os grupos foi usado o teste t para amostra
independente, e para análise em cada grupo antes e após o período de treinos foi usado o
teste t de Student para amostras pareadas. E, para todos os casos o índice de
significância mantido em p<0.05. Resultados: os grupos controlos e treinado foram
semelhantes no primeiro momento (T1). Após o treino, o GT eutrófico apresentou
diferença na velocidade (20 m) entre 8 e 9 anos. Na coordenação motora grossa, o
equilíbrio e os saltos laterais apresentaram diferenças em todas as idades, o salto
monopedal melhorou entre os meninos de 8 e 9 anos e a transferência na plataforma
apresentou diferenças apenas entre as crianças de 9 anos. Entre as crianças com
sobrepeso/obesidade o GT apresentou diferença depois do treino na flexibilidade,
impulsão horizontal, agilidade, velocidade (20 m) e força abdominal quando comparadas
com o GC. Conclusão:O TP de curta duração acarretou efeitos limitados em crianças de
7 anos de idade, porém apresentou melhoras sobre aptidão física e coordenação motora
grossa em crianças de 8 e 9 anos, mostrando ser dependente da idade cronológica
(ALMEIDA Marcelus B, 2014).

FERRÃO Marta Filipa Alves, (2010) verificou o efeito do destreino após a realização do
TP simples de reduzido impacto articular e muscular durante 6 meses com duas sessões
semanais, e verificou os níveis da força do MI e Composição corporal. A amostra foi
constituída por 40 indivíduos de ambos os sexos, sem prática de AD, divididos em dois
grupos GI foi constituído por 21 indivíduos e GC por 19 indivíduos, com 14.5±0.61 e
14.6±0.65 anos de idade. Os parâmetros avaliados foram IV, IH, quíntuplo salto e
decúbito salto, perímetros geminal e crural. GC somente realizava as aulas de EF, em
23

quanto GI realizou o mesmo tipo de aulas com a inclusão de series de EP. Os resultados
apontam para a melhoria significativa de todos os saltos (p˂0.05), Massacorporal
(1=58.52±10.03 vs. 2=59.81±10.38/0.00), Altura (1=157.00±10.27 vs. 2=157.52±
19.24/0.00) e perímetro geminal (1=35.76±4.14 vs. 2=37.07±4.17/0.00) e crural
(1=49.55± 5.98 vs. 2=50.79±5.89/0.00) isto para o GI.

Com o objectivo de avaliar a eficácia do TP no ganho de potência dos membros


inferiores de jovens atletas praticantes da modalidade de Basquetebol, numa amostra de
12 jovens de 13 a 17 anos, atletas da equipe de Basquetebol municipal da cidade
Lins/SP, CAVALCANTE B. M. & CARDOSO C. E (2017) destacaram resultados que
comprovam o sucesso na melhoria da força muscular explosiva, com esse aumento os
saltos obtiveram maior amplitude, sendo prováveis, melhores resultados em treinos e
partidas de modalidades colectivas. Nesse estudo, os jovens foram separados em dois
grupos distintos, sendo um o grupo controle, que continuo normalmente com as
actividadestácticas e técnicas da modalidade e o outro o grupo de intervenção, na qual
foi aplicado o TP junto às actividadestácticas e técnicas da equipe. O TP contou com um
conjunto de saltos no lugar, sobre plintos, sobre barreiras na posição horizontal e posição
lateral, tendo duração de oito semanas com frequência de duas vezes por semanas. Os
atletas foram avaliados pré e pós-treino com os testes sargent junp (teste de impulsão
vertical) e long jump (teste de impulsão horizontal).

Tabela 2: Dados do grupo pliométrico (GP) e grupo controle (GC) na variável de salto
vertical pré-treino (SVPRE), salto vertical pós-treino (SVPÓS), salto horizontal pré-
treino (SHPRÉ), salto horizontal pós-treino (SHPÓS).
GP GC
MÉDIA ± DP P MÉDIA ± DP P
SVPRÉ (CM) 2,87 ± 0,06 2,76 ± 0,05
SVPÓS (CM) 2,90 ± 0,06* 0,02 2,79 ± 0,08
SHPRÉ (CM) 2,31 ± 0,24 2,30 ± 0,25
SHPÓS (CM) 2,52 ± 0,25* 0,002 2,31 ± 0,31

Legenda: grupo pliométrico (GP) e grupo controle (GC), na variável salto vertical pré-
treino (SVPRE), salto vertical pós-treino (SVPÓS), salto horizontal pré- treino
(SHPRÉ), salto horizontal pós-treino (SHPÓS).

NOBRE Gabriela G, et al (2016) ao estudar o efeito de doze semanas de intervenção


com TP na antropometria, composição corporal, aptidão física (AF) e coordenação
24

motora grossa (CMG) de crianças entre 7 e 9 anos de idade com sobre peso e obesidade.
Tendo participado 59 crianças divididos em dois grupos amostrais. O grupo controle
(n=19) e treinado (n=40). Foram avaliados parâmetros referentes aos indicadores do
crescimento físico (peso, estatura) e composição corporal (dobras de adiposidade
triciptal e subescapular). A AF foi mensurada pela performance nos testes de força de
preensão manual, sentar e alcançar, abdominais, salto em distância, teste do quadrado,
corrida de velocidade em 20m e teste de milha. CMG foi avaliada através do
Körperkoordinations-test für Kinder (KTK) teste que mensura equilíbrio, salto lateral,
transferência de plataformas e salto monopedal. A intervenção consistiu na realização de
um programa com TP, realizado duas vezes por semana com duração de 20 minutos.
Para verificar os efeitos do TP foi utilizado o teste t-student independente e pareado e
seus respectivos testes não-paramétricos Wilcoxon e Mann-Whitney U. Na avaliação
pré-treino, não foram observadas diferenças significativas na antropometria e
composição corporal (p>0,05). Após a intervenção, observaram-se diferenças nos testes
de aptidão física: força de preensão manual (P=0.04), resistência abdominal (P=0.02),
salto em distância (P<0.01), flexibilidade (P=0.05) e teste de milha (P=0.01). Na
coordenação motora grossa houve aumento em todos os testes do protocolo do KTK:
equilíbrio (P=0.03), salto monopedal (P<0.01), salto lateral (P<0.01) e transferência de
plataformas (P<0.01). Concluíram que o TP melhorou as variáveis relacionadas a
aptidão física e coordenação motora grossa de crianças entre 7 e 9 anos de idade, com
sobrepeso e obesidade.

Em relação ao consumo de oxigénio KOMI, (1983) citou que em duas actividades


idênticas, em que uma delas utiliza o CAE, o consumo de oxigénio será menor naquela
que utilizar o CAE e é isso que ocorre no TP na fase concêntrica excêntrica. Em sua
pesquisa, TUNES Neto, (2008) objectivou em verificar os efeitos do TP dos membros
inferiores sobre o VO2max, analisado através de teste directo e indirecto e ainda o ganho
de força através de salto vertical. Tendo como amostra 7 indivíduos fisicamente activos
do sexo masculino (idade 18,14 ± 1,95 anos; estatura 174,00 ± 6,90cm). Todos os
sujeitos foram submetidos a quatro protocolos: Protocolo 1 - Antropometria; Protocolo
2Jump Test (Salto vertical); Protocolo 3 Shuttle Run test 20mts (VO2max indirecto);
Protocolo 4 Teste Ergoespirométrico (VO2max directo). Após as avaliações todos os
sujeitos foram submetidos a um TP de 10RM, com 5 etapas de saltos, sendo realizado 3
vezes por semana, durante um período de 4 semanas. Resultados: A nível da composição
25

corporal (MC pré e pós-treino 60,11 ± 10,63 vs 61,02 ± 10,44* Kg; %G 9,02 ± 3,58 vs
8,56 ± 3,17 %; JT 37,41 ± 3,21 vs 38,82 ± 3,10 cm; SR 55,74 ± 3,33 vs 54,02 ± 2,69
ml/kg/min). Com os resultados obtidos concluíram que o treino proposto fez com que
não ocorresse nenhuma alteração no VO2max e no salto vertical e que o shuttle run é
eficaz para avaliar o VO2max.

Outro estudo realizado em Brasil comparou os efeitos do treino de força rápida em


parâmetros fisiológicos, mecânicos e neuromusculares de corredores de fundo, o
presente trabalho contou com uma amostra de 18 atletas amadores do sexo masculino,
praticantes de corrida de rua e com experiência em provas de longa distância (21km ou
acima). A amostra foi seleccionada para o grupo “treino de força rápida”, (RPG – grupo
experimental) ou “exercícios educativos técnicos de corrida” (RTG – grupo controle),
que realizaram seis semanas de exercícios distintos. No intuito de avaliar o desempenho
em variáveis-chave para o rendimento de fundistas, os sujeitos foram submetidos a uma
série de testes em dois momentos distintos: após a semana de aprendizagem e adaptação
aos exercícios (pré) e ao final das seis semanas dos protocolos propostos (pós). A bateria
de testes foi composta por: testes de saltos verticais (Altura [H], Potência Pico [PP] e
Potência Relativa [PR] do salto para as técnicas Squat Jump [SJ], Counter Movement
Jump [CMJ] e Drop Jump 40cm[DJ40]); salto horizontal [SH] e salto sêxtuplo alternado
[S6A] (distância saltada); uma repetição máxima no agachamento guiado (carga absoluta
[1RM Abs.] e relativa à massa corporal [1RM Rel.]); teste de contração isométrica
voluntária máxima (CIVM – força pico [Fpico], força pico relativa à massa corporal
[Fpico R.], tempo da força pico [TFPICO] e taxa de desenvolvimento de força [TDF]);
teste incremental de esteira (Velocidade Pico em Esteira [VPE] e Velocidade do Limiar
de Lactato [vLL]); e tempo limite em esteira na VPE (Tlim). Foram encontradas
diferenças estatisticamente significantes para as variáveis Altura de Salto e Potência
Relativa para a técnica de salto vertical Squat Jump entre os momentos pré e pós
treinamento para o grupo RPG (HSJ: F = 6,973; p = 0,018; PRSJ: F = 8,421; p = 0,01) e
Altura de Salto e Potência Relativa para a técnica de salto vertical Counter Movement
Jump entre os grupos RPG e RTG, após as seis semanas de exercícios (HCMJ: F =
6,163; p = 0,025; PRCMJ: F = 4,667; p = 0,046). Foi identificada diferença significativa
para a variável ‘tempo da Fpico’ (F = 7,731; p = 0,013) durante o teste de CIVM para o
grupo RPG entre os momentos. O grupo Controlo, ainda, apresentou queda na variável
VPE após as seis semanas do protocolo (F = 5,493; p = 0,032), o que não foi observado
26

no grupo Pliometria. Ademais, o grupo experimental apresentou redução nos valores de


lactato sanguíneo nos minutos 1, 3 e 5 após o teste de Tlim (F = 16,858; p = 0,001; F =
8,406; p = 0,01; F = 12,092; p = 0,003, respectivamente). Concluíram que o treino
pliométrico foi superior ao protocolo de exercícios educativos no intuito de melhorar o
desempenho da força rápida de membros inferiores, contribuindo, ainda, para a
manutenção dos níveis iniciais de desempenho em corrida e a melhora da remoção do
lactato sanguíneo, o que não pode ser observado no grupo RTG (MANECHINI João P.
V. 2017).

Tabela 3. Valores dos testes Salto Horizontal (SH) e Salto Sêxtuplo Alternado (S6A)
pré e pós seis semanas dos protocolos de treino pliométrico (Grupo Pliometria) e
exercícios educativos de corrida (Grupo Controlo).

RPG (experimental, 10) RTG (controlo, 8)


Variáveis
Pré Pós Pré Pós
SH (cm) 205,50±20,32 207,10±17,20 198,13±31,35 197,63±24,62
SA (cm) 1213,60±135,17 1224,10±107,52 1203,50±133,53 1202,88±122,98
27

CAPILULO III

6.Metodologia
6.1.Tipo de estudo
O estudo é do tipo experimental com delineamento transversal, no qual um grupo de
alunos foi submetido a um programa de treino e outro tendo realizada apenas avaliações
iniciais (pré-treino) e finais (pós-treino).
6.2.Caracterização da amostra
O presente estudo foi realizado na cidade de Maputo, em que participaram do estudo 61
crianças de ambos os sexos, dos quais 49 pertencentes a EPC-Khurula e 21 da EPC da
Coop idade compreendida entre 10 a 15 anos. No presente estudo, 30 crianças são do
sexo feminino e 31 do sexo masculino, o BPN foi constituído por 31 crianças dos quais
16 são do sexo masculino e 15 do sexo feminino e o PNN foi composto por 30 crianças
dos quais 15 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. Os grupos foram divididos e
subdivididos em duas partes, controlo GC=30 sendo (BPC=15), (PNC=15) e intervenção
GI=31 sendo (BPI=16), (PNI=15) por sua vez formando um total de quatro grupos.
6.3.Critério de inclusão e exclusão
O peso ao nascer, foi obtido a partir do cartão do peso do jovem quando nasceu. Para a
criança fazer parte das avaliações, foramenviados termos de consentimento livre, com
um texto explicativo sobre o projecto de pesquisa e somente os alunos que apresentaram
as fichas assinadas pelos pais ou responsáveis participaram do estudo. No termo de
consentimento, os pais deviam informar o peso ao nascer das crianças e esse documento
serviu como critério de inclusão.
6.4.Avaliação da composição corporal
Para a avaliação da composição corporal,foram efectuadas as medidas antropométricas
como: massa corporal, altura, perímetro do braço relaxado, perímetro de cintura,
perímetro de quadril, perímetro geminal e medição de dobras de adiposidade subcutânea
(tricipital, biceps, suprailiaca, panturilha, subescapular) seguindo os critérios
estabelecidos (LUKASKI, 1987).

Para medir a massa corporalfoi utilizada uma balança com precisão de até 500g. A
pessoa deve estar sem calçados e com roupas leves, devendo posicionar-se apoiada nos
dois pés sobre a plataforma da balança e manter-se imóvel. Nesse momento, o avaliador
deve realizar a leitura e o registo da medida obtida em quilogramas, com a utilização de
28

uma casa decimal (ex.: 30,5kg). Caso exista alguma dúvida, deve-se repetir o
procedimento.

Para medir a alturafoi utilizado um estadiômetro ou fita métrica com precisão de 2mm.
A pessoa deve estar com roupas leves, sem calçados ou adornos na cabeça, e deve ser
posicionada de costas à superfície de uma parede lisa e sem rodapé.

OPerímetro do braço relaxado fornece o índice de depósito de gordura e de massa


muscular local. O avaliado fica em pé, na posição erecta, braços ao longo do corpo e
palmas das mãos voltadas para a coxa, o avaliador fica do lado do avaliado. Localiza -se
o ponto de referência anatómica pedindo ao avaliado que flexione o cúbito a 90º com a
palma da mão voltada para cima. Calcula-se então a distância absoluta entre os pontos
de referência anatómica e marca-se o ponto central com o lápis demográfico.
Envolvendo o braço com a fita, de forma que esta aloje sobre o ponto marcado, faz – se
a medida. Foram efectuadas duas medidas e o resultado será à média entre as duas.

O perímetro da cintura fornece parâmetros para avaliar as variações na distribuição da


gordura corporal, realiza se na região abdominal, em seu menor perímetro. O avaliado
fica na posição ortostática e o avaliador fica de frente para o avaliado. Passa-se a fita em
torno do avaliado de trás para frente, tendo-se o cuidado de manter a mesma no plano
horizontal. A seguir faz-se a leitura, após o avaliado realizar uma expiração normal.
Serão efectuados duas medidas e o resultado será à média entre as duas.

OPerímetro do quadril, nessa medição, o avaliado fica em pé, na posição erecta, coxas
unidas, braços ao longo do corpo e o avaliador fica do lado direito do avaliado. Faz se a
mensuração no maior perímetro do quadril, levando se em consideração a porção mais
volumosa das nádegas, que é localizada observando-se lateralmente a pelve. Serão
efectuados duas medidas e o resultado será à média entre as duas.

O perímetro geminal,serve como indicador de adiposidade em adultos e de


desenvolvimento muscular. Realiza-se na região da panturrilha, em sua maior porção. O
avaliado fica sentado, com o apoio dos pés no chão e o avaliador fica agachado, do lado
direito do avaliado. Verifica-se a região correspondente ao maior perímetro da
panturrilha movendo-se a fita métrica em torno da perna e ao longo desta. Faz-se a
leitura da medida tendo o cuidado de mantera fita métrica paralela ao chão.
29

Para avaliação das dobras de adiposidade subcutânea triciptal, bicipital, suprailica,


abdominal, geminal e subescapular foiutilizado um adipometro de ensaio, com escala de
0 a60 mm, resolução de 1,0mm e pressãoconstante de 10g/mm 2. Todas as avaliações
serão realizadas sempre no hemicorpo direito do avaliado e repetida duas vezes em cada
local, ocorrendo uma terceira medição sempre que a diferença entre a primeira e a
segunda medição exceder 5%.

Cálculo de indicadores da Composição Corporal (LOHMAN & GOING, 2006).

A partir das medidas antropométricas foram realizados os seguintes cálculos:


Índice de massa corporal (IMC) = massa corporal (kg) /estatura (m2)
Σ das dobras de adiposidade = TR + SE
Para o cálculo do percentual de gordura corporal (%G) foram utilizadas as fórmulas das
equações descritas a baixo.
Para meninos: percentagem de gordura = 0.735 (tricipital+geminal) + 1.0
Para meninas: percentagem de gordura = 0.610 (tricipital+geminal) + 5.1 A partir dos
valores do percentual de gordura corporal, foram calculados os valores de massa gorda
(MG) e massa magra (MM).
MG (kg) = massa corporal (kg) x % gordura corporal/100
MM (kg) = massa corporal (kg) – massa gorda

6.5.Avaliação da Aptidão Física


Para avaliar a aptidão física foiutilizada a bateria de testes Fitnessgram, ondefoi
mensurada aforça estática (dinamometria manual), teste de força - resistência abdominal
(Sit Up’s), teste força explosiva de membros inferiores (salto horizontal), teste de
agilidade (teste do quadrado), teste de velocidade de deslocamento (corrida de 30
metros). Todos os testes estão descritos abaixo na ordem que foram realizadosseguindo
os critérios estabelecidos em estudo prévio (TCHAMO M, 2017).

6.5.1.Força estática (dinamometria manual)


Para a realização do teste de força manual, o participante foi posicionado em pé, com o
braço estendido ao longo do corpo (posição anatómica). O dinamómetro será
posicionado em uma das mãos e o braço não deveria ficar encostado no corpo, o
avaliado devera realizar uma força durante 5 segundos. Logo que o avaliador anotar o
valor na ficha de colectasde seguida o participante devera passar o dinamómetro para a
30

outra mão, repetindo todo o procedimento anterior. O teste será realizado em três
medições em cada mão com intervalo de um minuto entre elas, sendo utilizado para a
análise dos dados apenas o maior valor encontrado.

6.5.2.Teste de força - resistência abdominal (Sit Up’s)


Material: foi utilizado um apito e cronómetro. Orientação: O aluno posiciona-se em
decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90 graus e com os braços cruzados sobre o
tórax. O avaliador fixa os pés do aluno ao solo. Ao sinal o aluno inicia os movimentos
de flexão do tronco até tocar com os cotovelos nas coxas, retornando a posição inicial
(não é necessário tocar com a cabeça no colchão a cada execução). O avaliador realiza a
contagem em voz alta. O aluno Deve realizar o maior número de repetições completas
em 1 minuto. Anotação: O resultado é expresso pelo número de movimentos completos
realizados em 1min

6.5.3.Teste força explosiva de membros inferiores (salto horizontal)


Material: uma linha traçada no solo. Orientação: O aluno coloca-se imediatamente atrás
da linha, com os pés paralelos, ligeiramente afastados, joelhos semi-flexionados, tronco
ligeiramente projectado a frente. Ao sinal o aluno salta à maior distância possível. Foram
realizadas duas tentativas, registando-se o melhor resultado.Anotação: A distância do
salto éregistada em centímetros, com uma casa decimal, a partir da linha inicial traçada
no solo ate o calcanhar mais próximo desta. Exemplo: 214,5 centímetros.

6.5.4.Teste de velocidade de deslocamento (corrida de 20 metros)


Material: Um cronómetro e uma pista de 20 metros demarcada com três linhas paralelas
no solo da seguinte forma: a primeira (linha de partida); a segunda, distante 20m da
primeira (linha de cronometragem ou linha de chegada) e a terceira linha (linha de
referência), marcada a dois metros da segunda (linha de chegada). A terceira linha serve
como referência de chegada para o aluno na tentativa de evitar que ele inicie a
desaceleração antes de cruzar a linha de cronometragem. Dois cones para a sinalização
da primeira e terceira linhas. Orientação: O estudante parte da posição de pé com um pé
avançado à frente imediatamente atrás da primeira linha e será informado que deve
cruzar a terceira linha o mais rápido possível. Ao sinal do avaliador, o aluno deve
deslocar-se, o mais rápido possível, em direcção à linha de chegada. O cronometrista
acciona o cronómetro no momento em que o avaliado der o primeiro passo (tocar ao
solo), ultrapassando a linha de partida. Quando o aluno cruza a segunda linha (dos 20
31

metros), será interrompido o cronómetro. Anotação: O cronometrista regista o tempo do


percurso em segundos e centésimos de segundos (duas casas após a vírgula). Exemplo:
3,27 segundos.

7.Programa de treino pliométrico


Seguindo os critérios estabelecidos em estudos prévios NOBRE, Gabriela G. e tal
(2016), o programa de TP se constitui de estímulos com saltos, o mesmo foi
realizadotrês vezes por semana em dias não consecutivos, com duração de 8 semanas.
Cada sessão de TP foi dividida em três partes: aquecimento, treino e volta à calma.
Antes de iniciar o treino, as crianças foram submetidas a um rápido aquecimento
dinâmico com corridas, saltos variados e alongamentos, durante aproximadamente cinco
minutos. Nas três primeiras sessões as crianças realizarão 50 saltos. Sendo que a cada 3
sessões o número de saltos será aumentado progressivamente em 10 saltos de forma que
nas últimas três sessões a criança execute 120 saltos.

Tabela 4: Descrição do programa de treino pliométrico para crianças durante 12 semanas.


Sessões Séries Repetições Total de Saltos
1ª -3ª 10 5 50
4ª - 6ª 12 5 60
7ª - 9ª 14 5 70
10ª - 12ª 16 5 80
13ª - 15ª 18 5 90
16ª - 18ª 20 5 100
19ª - 21ª 22 5 110
22ª -24ª 24 5 120

Sessões: número de dias em que ocorreram os treinos; Séries: número de estímulos e pausas
entre os exercícios a se realizar durante o treino; Repetições: Número de saltos a se realizar em
cada série; Total de saltos: Número total de saltos executados em cada sessão de treino. Fonte:
(ALMEIDA et.al., 2016).

As sessões foram compostas de saltos verticais, horizontais e laterais com o toque no solo de um
ou os dois pés (5 a 12 séries de 10 repetições). As cinco plataformas ou caixotes usados no treino
possuirão as mesmas dimensões quanto ao comprimento (80 cm) e largura (50 cm), porém
alturas variadas de 10, 40 e 50 cm.
32

Figura 1: Plataformas de TP.

As crianças foram orientadas a realizar todos os saltos no esforço máximo (altura e/ou
distância máxima) e tempo mínimo de contacto no solo, que justifica a pliometria. Sendo
que o princípio da sobrecarga será incorporado ao programa através do aumento
progressivo do número de séries de exercícios. O treino com saltos pliométricos
seguiram os exercícios propostos por JOHNSON et al., (2011). Os participantes
realizaram todos os exercícios de sapatilhas uma vez que o solo não foi forrado de
colchões que poderão amortecer o choque entre os saltos, e buscar prevenir algum tipo
de lesão.

Tabela 5: Descrição de diferentes saltos usados no protocolo de treino pliométrico


(JOHNSON et al., 2011).
Tipo de Salto Descrição
Salto Lateral Salto com ambos os pés, alternando movimentos laterais do solo
para a plataforma de 10 cm.
Salto com agachamento Salto com uma rápida contracção excêntrica vigorosa do solo ao
topo da plataforma de 10 cm, com ação simultânea dos pés seguida
da queda da plataforma para o solo.
Altura crescente dos saltos Saltos alternados entre o solo e as plataformas com a altura das
plataformas dispostas de forma crescentes (10 20 e 30 cm).
Altura decrescente dos saltos Saltos alternados entre o solo e as plataformas com a altura das
plataformas dispostas de forma decrescente. (30, 20 e 10 cm).
Salto vertical com perna esquerda Repetição de saltos máximos tocando no solo apenas com o pé
esquerdo.
Salto vertical com perna direita Repetição de saltos máximos tocando no solo apenas com o pé
direito.
Saltos de diferentes alturas Saltos entre as plataformas de 30, 20, 10 e 30 cm sem tocar no solo.

8.Análise Estatística
Para análise estatística dos dados e da caracterização da amostra foi usada a análise
descritiva com recurso de medidas de tendência central. Para verificar a variância dos
resultados foi utilizado o teste tsimples pareado. Todos os procedimentos estatísticos
foram realizados mediante o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão
22.0) (PADILHA Luiza P, 2014).
33

8.1.Resultados
8.1.1.Baixo Peso ao Nascer
Tabela 6: Variáveis de composição corporal do Grupo Controle (BPC) e Grupo
intervenção (BPI) em crianças com BPN. Os valores foram expressos em média ±
desvio padrão. (*) p<0,05 quando comparado T0 vs. T1.

BPC=15 BPI=16
MÉDIA ± DP MÉDIA ± DP
Variáveis T0 T1 P T0 T1 P
%G 41.93±14.170 43.25±11.077 0.543 43.97±15.908 44.39±12.517 0.809
MG 21.97±7.004 22.18±5.464 0.823 18.75±8.308 19.42±7.097 0.355
MM 30.70±8.069 29.49±7.277 0.449 23.07±7.146 23.83±6.337 0.294
IMC 27.41±5.556 26.90±6.070 0.377 22.73±7.778 22.92±7.325 0.414
MC (kg) 52.67±3.498 51.67±5.703 0.401 41.81±7.679 43.25±7.759 0.051*

Legenda: % G- Percentual de gordura. MG- Massa gorda. MM- Massa magra. IMC-
Índice de massa corporal. MC- Massa corporal.
Na tabela 6,observa-se que no T1, ambos os grupos não apresentaram diferenças em
todas variáveis, excepto o BPI que apresentou umaumento significativonamassa corporal
depois de intervenção com salto pliométrico.

Tabela 7: Variáveis antropométricas do Grupo Controlo (BPC) e Grupo intervenção (BPI). Os


valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando comparado T0 vs. T1.

BPC=15 BPI=16
MÉDIA ± DP MÉDIA ± DP
Variáveis T0 T1 P T0 T1 P
Altura (cm) 140.33±12.810 140.40±12.811 0.334 138.88±16.804 140.13±15.663 0.071

Tricipital (mm) 15.80±11.914 14.56±10.448 0.060 11.18±3.872 10.85±3.137 0.326

Bicipital (mm) 7.69±4.102 7.37±3.911 0.063 7.40±3.284 7.13±3.284 0.059*

Suprailiaca (mm) 10.10±3.229 10.00±3.295 0.415 8.50±3.721 7.63±3.442 0.000*

Subescapular (mm) 9.09±2.803 9.07±2.987 0.817 8.68±4.029 7.75±3.337 0.029*

Panturilha (mm) 12.85±5.383 12.67±5.327z 0.434 11.98±4.811 11.25±4.203 0.006*


Perímetro do braço 22.13±3.091 21.93±2.712 0.334 20.79±5.204 20.44±5.125 0.010*
relaxado
Perímetro Geminal 26.30±10.653 26.33±10.493 0.860 24.58±9.837 23.63±8.555 0.046*

Perímetro da 53.43±15.018 53.53±14.721 0.655 58.81±11.041 57.63±10.825 0.058*


Cintura
Na tabela 7observou-se que após o TP, o grupo treinado (BPI) apresentou a diminuição
significativa de valores médios em todas pregas de adiposidade e perímetros excepto a
variável altura e dobra tricipital. Diferentemente do grupo controlo (BPC) que não
apresentou diferenças em nenhuma das varáveis.
34

Tabela 8: Variáveis de Aptidão física do Grupo Controle (BPC) e Grupo intervenção (BPI). Os
valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando comparado T0 v. T1.
GBPC=15 GBPI=16
MÉDIA ± DP MÉDIA ± DP
Variáveis T0 T1 P T0 T1 P
Preensão manual 30.20±18.567 30.47±16.600 0.789 41.69±16.459 46.75±12.979 0.008*
Direito. (kg)
Preensão manual. 29.47±10.197 29.27±9.939 0.424 35.88±13.266 40.25±11.596 0.010*
Esquerdo. (kg)
Abdominais (min) 13.20±10.037 12.80±8.946 0.415 20.56±12.623 25.06±8.567 0.012*

Impulsão Horizontal 128.27±33.180 130.53±31.776 0.137 141.13±42.404 170.88±32.455 0.005*


(cm)
Corrida (20m) 12.47±9.478 12.20±8.662 0.597 8.63±5.328 4.88±2.918 0.005*

Na tabela 8,observa-se queno segundo momento da avaliação (T1)o grupo treinado(BPI)


apresentou o aumento de valores médiosem todas as varáveis de aptidão física avaliadas,
diferentemente do grupo controlo (BPC) que não apresentou diferençasem nenhuma das
varáveis.

8.1.2.Peso Normal
Tabela 9: Variáveis antropométricas do Grupo Controle (PNC) e Grupo intervenção (PNI). Os
valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando comparado T0 vs. T1.

PNC=15 PNI=16
MÉDIA ± DP MÉDIA ± DP
Variáveis T0 T1 P T0 T1 P
Altura (cm) 148.20±8.377 148.53±8.219 0.019* 140.13±8.551 142.73±6.041 0.013*
Tricipital (mm) 9.46±3.344 9.32±3.139 0.457 9.91±6.422 9.33±5.839 0.012*
Bicipital (mm) 6.21±2.839 6.19±2.765 0.845 6.80±2.305 6.20±1.935 0.003*
Suprailiaca (mm) 7.60±4.480 7.62±4.218 0.889 8.12±3.919 7.33±3.352 0.002*
Subescapular (mm) 7.05±2.704 7.07±2.374 0.938 7.41±3.039 6.80±2.737 0.001*
Panturilha (mm) 8.21±3.234 8.20±2.859 0.965 10.47±6.331 9.67±5.715 0.003*
Perímetro braço 21.67±2.526 21.60±2.354 0.670 20.27±2.086 19.47±2.100 0.003*
relaxado
Perímetro Geminal 22.97±8.427 22.93±8.268 0.782 25.40±6.127 24.07±5.535 0.000*
Perímetro da Cintura 60.07±6.273 60.00±5.988 0.719 52.27±10.354 50.93±10.368 0.000*
A tabela 9,demonstra que após intervenção com o salto pliométrico o grupo
treinado(PNI) apresentou diminuição significativa de valores médios em todas pregas de
adiposidade, perímetros e um aumento na altura,diferentemente do grupocontrolo (PNC)
que apenas apresentou aumento significativo na altura.
35

Tabela 10: Variáveis de composição corporal do Grupo Controle (PNC) e Grupo


intervenção (PNI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05
quando comparado T0 vs. T1.

PNC=15 PNI=16
MÉDIA ± DP MÉDIA ± DP
Variáveis T0 T1 P T0 T1 P
%G 36.51±7.396 33.32±4.534 0.001* 35.74±7.270 31.70±5.188 0.000*

MG 14.65±4.312 13.30±3.128 0.003* 14.60±4.406 12.34±3.027 0.000*

MM 25.15±4.734 26.43±4.604 0.003* 26.13±6.514 26.46±4.993 0.540

IMC 18.09±2.566 18.02±2.672 0.512 21.10±5.958 19.14±3.689 0.012*

MC (kg) 39.80±6.763 39.73±6.798 0.792 40.73±8.924 38.80±6.899 0.010*

Na tabela 10 tanto o grupo controlo como o grupo intervenção apresentaram o aumento


dos valores médios nas variáveis %G, MG e MM no segundo momento da avaliação. O
grupo de intervenção apresentou a diminuição dos valores médios nas variáveis IMC e
MC após treino com salto pliométrico.

Tabela 11: Variáveis de Aptidão física do Grupo Controle (PNC) e Grupo intervenção
(PNI). Os valores foram expressos em média ± desvio padrão. (*) p<0,05 quando
comparado T0 vs. T1.
PNC=15 PNI=16
MÉDIA ± DP MÉDIA ± DP
Variáveis T0 T1 P T0 T1 P
Preensão manual 43.07±8.119 43.27±7.796 0.486 33.53±11.205 50.93±7.869 0.005*
Direita (kg)
Preensão manual 38.27±7.469 38.53±7.140 0.104 35.47±8.526 39.80±7.939 0.000*
Esquerdo (kg)
Abdominais (min) 24.80±10.171 24.73±9.852 0.751 24.80±10.171 24.73±9.852 0.014*
Impulsão horizontal 165.73±24.00 164.47±23.000 0.100 145.13±29.374 163.73±22.695 0.010*
(cm) 4
Corrida (20m) 7.33±3.940 7.53±4.015 0.334 7.13±4.291 4.40±1.242 0.013*

Na tabela 12,observa-se queapósintervenção com o salto pliométrico,o PNI apresentou


aumento de valores médios em todas as varáveis de aptidão física avaliadas,
diferentemente do grupo controlo (PNC) que não apresentou diferenças em nenhuma das
varáveis.

8.2.Discussão dos resultados


No presente estudo, avaliamos a influência do salto pliométrico na aptidão física e na
composição corporal em crianças de baixo peso e normal ao nascer, com idade entre 11
a 15 anos, da EPC Khurula e da EPC da Coop.No planeamento do estudo foi
hipotetizado que o TPpoderia ou não influenciar a aptidão física e a composição
36

corpórea em crianças de baixo peso e normal ao nascer da EPC-Khurula e EPC da Coop.


Os reultados obtidos no presente estudo, indicam que o TP pode influenciar a aptidão
física e a composição corporal dessas crianças.

8.2.1.Antropometria e Composição corporal

Verificamos uma diminuição noPerímetro geminal dos dois grupos de intervenção (PNI
e BPI) assim como no estudo de FERRÃO Marta Filipa Alves, (2010) que verificou o
efeito do TP simples de reduzido impacto articular e muscular durante 6 meses com duas
sessões semanais na composição corporal em crianças com 14.5±0.61 e 14.6±0.65 anos
de idade.Esses resultados podem ser explicados pelo aumento da massa magra.

Nos testes de Altura e dobra subescapular, os nossos resultados corroboram com os


resultados obtidos no estudo de CARNEIRO, Renata C.B. e tal, (2015), que avaliou o
efeito de 24 sessões de treino pliométrico sobre a força muscular em crianças de 7, 8 e 9
anos de idade, com uma amostra composta por 116 meninos, tendo verificado no
segundo momento de avaliação, um aumento significativo na variável altura e dobra
subescapular.Em relação ao aumento na variável de dobra subescapular, os resultados
encontrados podem ser explicados pela falta de acompanhamento directo da nutrição das
crianças, onde certamente não se pode afirmar que a amostra teve uma ingestão
alimentar equilibrada, já que para as crianças, esse tipo de treino físico não é eficaz para
reduzir a adiposidade, mas pode melhorar a taxa metabólica de repouso, aumentando a
massa livre de gordura (MOTA et al., 2002).

Ambos os grupos de intervenção, apresentaram um aumento significativo nos valores


médios de altura, os mesmos resultados podem ser explicados pelo facto dessas crianças
encontrarem-se na fase de crescimento.

Verificou-se na tabela 7 e 9, uma diminuição significativa nas dobras de adiposidade


subcutânea(tricipital, bicipital, suprailiaca e panturilha), facto este devido à maior
quantidade de massa magra encontrada nessas crianças.

Os nossos resultados revelam que no baixo peso ao nascer, o grupo treinado após a
intervenção com a pliometria apresentou um aumento significativo na massa corporal,
em conformidade com a NEVES Gabriela s. et. Al, (2018)que verificou efeito do treino
37

pliométrico sobre o índice de massa corporal em crianças de 7 a 9 anos de idade do


município da Vitória de Santo Antãos.

8.2.2. Aptidãofísica
Os nossos resultados revelam que o TP promove melhorias na velocidade de
deslocamento 20m, em conformidade com PADILHA Luiza Pereira (2014), que
verificou se o método pliométrico é capaz de promover melhoria na força explosiva em
jovens atletas velocistas de atletismo no âmbito escolar, em 27 atletas com idade entre
11 a 14 anos. Verificou uma diferença significativa (aumento) na velocidade de
deslocamento 20m após intervenção com o salto pliométrico.

Nos testes de Impulsão Horizontal, Preensão manual direita e Preensão manual esquerda
os nossos resultados corroboram com os resultados obtidos pelaCARNEIRO, Renata
C.B. etal, (2015), que avaliaram o efeito de 24 sessões de treino pliométrico sobre a
força muscular em crianças de 7, 8 e 9 anos de idade,com uma amostra composta por
116 meninos, tendo verificado diferenças significativas (aumento) no momento T1nas
mesmas variáveis.

Em relação a diferença significativa (aumento) verificada na impulsão horizontal, esse


resultado justifica-se pela contracção concêntrica ser de alta intensidade após uma
contracção excêntrica rápida, as melhorias no desempenho pode estar mais relacionado
aos parâmetros biomecânicos, como a força máxima isométrica voluntária e
propriedades elásticas osteomusculares, rigidez músculo-tendinosa e taxa de
desenvolvimento de toque no quadríceps das crianças (GROSSET et al., 2009).

Em conformidade com os nossos resultados, com relação à resistência


abdominalNOBRE Gabriela Góes etal., (2016) verificaram diferenças significativas
(aumento no desempenho) após o treino, ao avaliarem o efeito de doze semanas de
intervenção com o treino pliométrico na antropometria, composição corporal e aptidão
física de crianças entre 7 e 9 anos de idade com sobrepeso e obesidade.
38

9.Conclusão
Os nossos resultados comprovaram que o treino pliométrico mostra-se eficaz para
melhorar a aptidão física e a composição corporal em crianças de baixo peso ao nascer.
O engajamento de crianças em programas de treino físico é uma ferramenta benéfica
para o aprimoramento do desenvolvimento motor. Mesmo a pliometria sendo
considerado um método de alto impacto, não foi relatado incidências de lesões de
qualquer tipo. Sendo assim, podemos concluir que, a prática do treino pliométrico é
segura, importante e benéfica durante o crescimento e desenvolvimento de crianças.
Na composição corporal o efeito de intervenção com salto pliométrico teve mais efeito
no grupo PN onde verificou-se a diminuição de valores médios nas variáveis avaliadas.
Já no grupo BPN verificou-se ao contrário com variáveis da composição corporal
tendente a aumentar. Isso mostra claramente a tendência a obesidade neste grupo.
Intervenções nutricionais e programas de actividade física deve ser tomado em conta
neste grupo (BPN)desde os primeiros anos de vida.
De qualquer forma, do ponto de vista de actividade física e de rendimento desportivo,
esse desenho experimental pode ser um modelo importante a ser aplicado para o
processo de desenvolvimento das capacidades físicas em jovens de diversas
modalidadesdesportivas(atletismo, basquetebol, voleibol, andebol, ginástica, etc...)
39

CAPITULO IV
10.Referencias Bibliográficas
ALMEIDA Marcelus B. Efeito do treino pliométrico sobre o desempenho neuromotor
de crianças dos 7 aos 9 anos de idade: um estudo de intervenção. Artigo original brasil,
2014;
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ANEXOS

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