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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

JORGE LUÍS JACOBS JÚNIOR

ANÁLISE COMPARATIVA DA EFICIÊNCIA DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS


COM E SEM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA EM BATERIAS.

São Leopoldo
2023
JORGE LUÍS JACOBS JÚNIOR

ANÁLISE COMPARATIVA DA EFICIÊNCIA DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS


COM E SEM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA EM BATERIAS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica, pelo Curso de
Engenharia Elétrica da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Orientador: Prof. Me. Samuel Lessinger

São Leopoldo
2023
Dedico este estudo à Johanna, minha esposa, aos
meus pais Jorge e Senaide, e ao meu filho Thomas que
de suas maneiras me apoiaram e serviram de incentivo
durante toda a trajetória da minha graduação.
3

AGRADECIMENTOS

Gostaria de aproveitar este espaço para expressar minha gratidão a todas as


pessoas que me ajudaram nesta jornada acadêmica. Primeiramente, a minha amada
esposa Johanna, por todo o amor, incentivo e apoio incondicional ao longo desses
anos. Sem você, certamente não teria sido possível chegar até aqui.
Também não poderia deixar de agradecer aos meus pais, Jorge e Senaide,
que sempre foram minha fonte de inspiração e motivação. Obrigado por acreditarem
em mim, pelos conselhos sábios e pela dedicação incondicional em me proporcionar
a melhor educação possível.
Por fim, mas não menos importante, gostaria de agradecer ao meu filho
Thomas, que mesmo ainda tão pequeno, já me ensina tanto sobre a vida e me
inspira a ser um pai e um profissional cada vez melhor. Obrigado por me trazer
alegria e esperança em todos os dias.
A todos vocês, meu mais sincero e profundo agradecimento. Sem o apoio e o
incentivo de vocês, certamente esta conquista não seria possível. Obrigado por
fazerem parte da minha vida e por tornarem este momento ainda mais especial.
4

RESUMO

Com o crescente aumento da utilização de fontes renováveis de energia, o


uso da energia fotovoltaica tem se destacado como uma alternativa limpa e viável
para a produção de eletricidade. No entanto, a intermitência gerada pelas nuvens
pode afetar significativamente a eficiência do sistema fotovoltaico. Uma solução para
essa instabilidade é o uso de sistemas fotovoltaicos com armazenamento de energia
em baterias. Essas baterias podem ser carregadas durante os momentos em que a
irradiação solar está mais intensa e fornecer energia quando a geração fotovoltaica
é insuficiente. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo avaliar a viabilidade
técnica e econômica do uso de sistemas fotovoltaicos com armazenamento em
baterias para reduzir os efeitos das variações da irradiação solar em diferentes
cenários hipotéticos. A metodologia envolve a simulação de sistemas fotovoltaicos
sem e com armazenamento de energia em baterias utilizando o software OpenDSS.
Os resultados obtidos serão analisados sob os aspectos técnicos e econômicos,
considerando a eficiência do sistema e o custo-benefício do investimento.

Palavras-chave: energia fotovoltaica, intermitência, armazenamento de energia,


baterias, simulação, OpenDSS.
5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Painel de energia solar instalado em telhado com estrutura de fixação 13


Figura 2 – Representação do funcionamento de uma célula fotovoltaica de silício
cristalizado .................................................................................................................14
Figura 3 – Componentes de um sistema fotovoltaico ...............................................14
Figura 4 – Bateria de chumbo-ácido em veículo ...................................................... 22
Figura 5 – Sistema fotovoltaico com armazenamento de energia ............................24
Figura 6 – Fluxograma da simulação do sistema fotovoltaico no OpenDSS ............29
LISTA DE SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica


INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 Objetivos .............................................................................................................. 9
1.1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 9
1.1.2 Objetivos específicos.......................................................................................... 9
1.2 Justificativa........................................................................................................ 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
2.1 Fontes de energia intermitentes ...................................................................... 11
2.2 A Energia solar fotovoltaica ............................................................................. 13
2.2.1 Energia fotovoltaica e o efeito das nuvens ....................................................... 16
2.2.2 A energia fotovoltaica no Brasil ........................................................................ 16
2.2.3 A variação do clima no Rio Grande do Sul e demais regiões do país .............. 17
2.3 Simuladores virtuais de sistemas Fotovoltaicos ........................................... 18
2.3.1 Simulador OpenDSS ........................................................................................ 20
2.3.2 Sistemas Fotovoltaicos no OpenDSS............................................................... 21
2.4 Baterias .............................................................................................................. 21
2.4.1 Baterias de chumbo-ácido ................................................................................ 22
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 24
3.1 Análise geral do estudo .................................................................................... 25
3.2 Delimitação dos cenários hipotéticos: ............................................................ 25
3.2.1 Detalhamento da delimitação dos cenários ...................................................... 26
3.3 Simulação dos sistemas fotovoltaicos............................................................ 27
3.4 Análise dos resultados ..................................................................................... 29
3.5 Conclusões ........................................................................................................ 30
3.6 Redação e revisão do trabalho ........................................................................ 30
4 CRONOGRAMA .................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 32
8

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a energia fotovoltaica tem ganhado espaço no Brasil.


Diversos fatores contribuem para esse cenário, como a abundância de luz solar no
país, a queda nos preços dos equipamentos de geração de energia solar e a
crescente preocupação com a sustentabilidade. Além disso, a regulamentação
governamental tem incentivado o desenvolvimento da indústria solar no país,
especialmente por meio de políticas públicas de incentivo. A crise hídrica de 2001
que afetou o país também tem impulsionado a busca por fontes de energia
alternativas à geração hidrelétrica, como a energia solar.
Nesse contexto, os módulos de energia fotovoltaica se destacam como uma
tecnologia promissora. Esses módulos são compostos por células solares que
convertem a luz do sol em eletricidade, sendo o silício o material mais utilizado nas
células. No entanto, a presença de nuvens pode afetar a geração de energia solar,
reduzindo a quantidade de eletricidade gerada. Para lidar com essa instabilidade, é
possível utilizar sistemas fotovoltaicos com armazenamento de energia em baterias,
que armazenam a energia gerada durante os momentos de maior irradiação solar e
fornecem energia quando a geração fotovoltaica é insuficiente.
Diante dessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a
viabilidade técnica e econômica do uso de sistemas fotovoltaicos com
armazenamento em baterias para reduzir os efeitos das variações de geração de
energia solar causadas pelas nuvens, tornando a geração de energia solar mais
estável e confiável. Serão realizadas simulações por meio do software OpenDSS,
considerando diferentes cenários. Os resultados serão analisados sob os aspectos
técnicos e econômicos, levando em conta a eficiência do sistema e o custo-benefício
do investimento.

cuidar o espaço em branco.

Pode (deve) citar referências na introdução.


9

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Este trabalho avalia a viabilidade técnica e econômica do uso de sistemas


fotovoltaicos com armazenamento em baterias para reduzir os efeitos das variações
de geração de energia solar causadas por nuvens. Serão realizadas simulações de
diferentes cenários usando o software OpenDSS para analisar o desempenho de
sistemas fotovoltaicos com e sem armazenamento de energia em baterias. Serão
considerados aspectos técnicos, como eficiência do sistema, e aspectos econômicos
para avaliar o custo-benefício do investimento. O estudo busca contribuir para a
viabilidade desses sistemas como solução para a instabilidade da geração
fotovoltaica, permitindo uma transição mais efetiva para um sistema elétrico
sustentável e resiliente.

1.1.2 Objetivos específicos


Lembre que os objetivos são pequenas contribuições do seu trabalho. Não
são pontos da metodologia.

O trabalho possui os seguintes objetivos específicos:


a) Avaliar a viabilidade técnica e econômica do uso de sistemas fotovoltaicos
com armazenamento em baterias, através da coleta de dados iniciais de
um sistema físico semelhante ao simulado;
b) Por meio da simulação de sistemas fotovoltaicos sem armazenamento de
energia em baterias alimentado com dados de irradiação solar, comparar
os dados obtidos utilizando o software OpenDSS com os dados reais de
uma instalação semelhante, e por fim acrescentar as baterias ao sistema
simulado com o fim de determinar os benefícios e viabilidades do projeto;
c) Considerando aspectos técnicos e econômicos, como a eficiência do
sistema e o custo-benefício do investimento, analisar as melhorias de
gestão de carga, como por exemplo utilizar a energia armazenada nos
momentos de pico de demanda ou quando a tarifa de energia é mais alta,
para verificar a viabilidade do investimento ou não em baterias para o
armazenamento;
10

d) Com os resultados obtidos por meio de simulação contribuir para a


avaliação da viabilidade da utilização de sistemas fotovoltaicos com
armazenamento em baterias como uma solução para a instabilidade da
geração fotovoltaica devido ao efeito das nuvens;
e) Por fim, caso a utilização de baterias apresentar um resultado satisfatório,
contribuir para a transição à um sistema elétrico mais sustentável, assim
como melhorias em sistemas de energia fotovoltaicas off-grid.

1.2 Justificativa

O seguinte estudo é baseado na importância atual da energia solar


fotovoltaica como uma alternativa para a produção de energia elétrica sustentável e
na necessidade de soluções para a instabilidade da geração fotovoltaica decorrente
das variações de geração de energia solar decorrentes das passagens de nuvens. É
importante destacar que a geração intermitente da energia solar fotovoltaica pode
afetar a qualidade e a estabilidade da rede elétrica, levando a interrupções no
fornecimento de energia sendo assim necessário a utilização de energia da rede
convencional podendo gerar custos, como por exemplo em horários de picos em
instalações que utilizam de bandeira branca para o cálculo de consumo e taxação.
(G Ribeiro, CA Silva – 2022)
Nesse contexto, a avaliação da viabilidade técnica e econômica do uso de
sistemas fotovoltaicos com armazenamento em baterias pode ser uma solução
promissora para reduzir os efeitos das variações de geração de energia solar e
garantir a estabilidade do sistema elétrico. Além disso, a transição para um sistema
elétrico mais sustentável é uma das principais metas globais para a redução das
emissões de gases de efeito estufa e o combate às mudanças climáticas.
A simulação de sistemas fotovoltaicos sem e com armazenamento de energia
em baterias, utilizando o software OpenDSS, pode ser uma abordagem adequada
para avaliar a eficiência e o custo-benefício dessa solução.

adicionar um parágrafo de fechamento relacionando os tópicos seguintes..

Após essa introdução, no capítulo 2 um fundamentação blá blá blá.. No capitulo 3, blá blá..
11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a consecução do presente trabalho, foram conduzidos diversos estudos


e consultados artigos a fim de obter um entendimento mais aprofundado de
conceitos e informações essenciais relacionados a determinados sistemas e
equipamentos envolvidos neste projeto. A seguir, serão expostos de forma
minuciosa os conceitos fundamentais, visando proporcionar uma compreensão clara
da finalidade deste trabalho de conclusão.

2.1 Fontes de energia intermitentes

Fontes de energia intermitentes são aquelas que apresentam variações em


sua disponibilidade e geração de energia elétrica ao longo do tempo, em função de
fatores naturais como condições climáticas, ciclos naturais ou outras variáveis
externas. Essas fontes são, em geral, dependentes de condições ambientais
específicas para gerar energia, o que as torna menos confiáveis e previsíveis do que
fontes de energia estáveis, como as usinas térmicas ou hidrelétricas. (A. Luque, S.
Hegedus. 2011)
As fontes de energia intermitentes mais comuns são as renováveis, como a
energia eólica, solar, hidrelétrica, biomassa e geotérmica. A energia eólica, por
exemplo, depende da força dos ventos para gerar energia, o que pode variar ao
longo do dia ou das estações do ano. Já a energia solar depende da disponibilidade
de radiação solar, que também pode variar em função da localização geográfica, da
hora do dia, das condições climáticas, entre outros fatores. (Paulo Roberto Sava,
2017).
Embora as fontes de energia intermitentes apresentem alguns desafios em
relação à sua confiabilidade e previsibilidade, elas são cada vez mais utilizadas
como alternativas limpas e sustentáveis às fontes de energia não-renováveis, como
o petróleo, o gás natural e o carvão. A crescente demanda por fontes de energia
renovável tem impulsionado a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias que
possam melhorar a eficiência e a confiabilidade dessas fontes de energia, bem como
o armazenamento da energia gerada. (Paulo Roberto Sava, 2017).
Os sistemas de armazenamento de energia, como baterias e outros
dispositivos de armazenamento, são importantes para garantir a disponibilidade de
12

energia gerada pelas fontes intermitentes em momentos de baixa geração ou


quando a demanda de energia é alta. Além disso, o uso de fontes de energia
intermitentes em sistemas de geração distribuída, como painéis solares em telhados
residenciais, pode contribuir para a descentralização do sistema elétrico e a redução
da dependência de fontes de energia centralizadas e não-renováveis. (Paulo
Roberto Sava, 2017).
Em resumo, as fontes de energia intermitentes apresentam algumas
limitações em relação à sua disponibilidade e previsibilidade, mas são cada vez mais
importantes como alternativas limpas e sustentáveis às fontes de energia não-
renováveis. A melhoria da eficiência e confiabilidade dessas fontes de energia, bem
como o desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia, podem
ajudar a superar esses desafios e contribuir para a transição para um sistema
energético mais sustentável e resiliente. (Paulo Roberto Sava, 2017).
A energia solar é considerada uma fonte de energia intermitente porque a
quantidade de energia gerada depende da disponibilidade da luz solar. Durante o
dia, a energia solar pode ser uma fonte abundante e confiável de eletricidade, mas à
noite e em dias nublados ou chuvosos, a produção de energia pode ser
significativamente reduzida ou até mesmo interrompida. (Paulo Roberto Sava, 2017).
Além disso, a intensidade da radiação solar pode variar ao longo do dia,
Alguma
dependendo das condições climáticas, da época do ano e da localização geográfica. outra
referência!
Isso significa que a energia solar pode ter flutuações na geração de energia ao longo ?

do dia, o que pode torná-la menos previsível e estável. (Paulo Roberto Sava, 2017).
Para lidar com essa intermitência, os sistemas fotovoltaicos podem ser
equipados com baterias para armazenar a energia gerada durante os períodos de
alta produção e fornecê-la durante períodos de baixa produção. Outra solução é
integrar a geração de energia solar com outras fontes de energia renovável
intermitentes, como a energia eólica ou a energia hidrelétrica, para aumentar a
estabilidade e a confiabilidade do sistema de energia renovável.
No geral, a intermitência da energia solar é um desafio a ser enfrentado, mas
as soluções tecnológicas e as políticas de incentivo adequadas têm permitido um
aumento significativo no uso de energia solar em todo o mundo. A energia solar é
uma fonte de energia limpa e renovável que tem o potencial de desempenhar um
papel fundamental na transição para um sistema de energia mais sustentável e
resiliente no futuro.
13

2.2 A Energia solar fotovoltaica

A energia fotovoltaica é uma forma de geração de energia elétrica a partir da


conversão direta da energia solar em eletricidade por meio do efeito fotovoltaico. O
processo de geração de energia fotovoltaica ocorre nos módulos solares, que são
compostos por células fotovoltaicas. (M. A. Green, 1981).
As células fotovoltaicas são compostas por materiais semicondutores,
geralmente feitos de silício, que possuem propriedades específicas para converter a
luz solar em energia elétrica, conforme pode verificar-se na figura 1. Quando a luz
solar atinge a célula fotovoltaica, os elétrons nos átomos do material semicondutor
absorvem a energia da luz e são liberados, criando uma diferença de potencial
elétrico entre as camadas do material. Essa diferença de potencial é a fonte de
energia elétrica gerada pela célula fotovoltaica. (M. A. Green, 1981).
Figura 1 – Representação do funcionamento de uma célula fotovoltaica de
silício cristalizado.

Fonte – Blue Sol (2020)

Cada célula fotovoltaica gera uma tensão elétrica relativamente baixa,


normalmente entre 0,5 e 1 volt, que não é suficiente para alimentar a maioria dos
dispositivos elétricos utilizados em residências e empresas. Para aumentar a tensão
e a potência geradas pelos painéis solares, as células fotovoltaicas são organizadas
em módulos, que são então conectados em série e em paralelo para formar painéis
solares. (D. Veselka, R. Thomas, 2011).
Os painéis solares são instalados em estruturas fixas ou móveis, como
telhados, paredes ou suportes no solo, conforme a figura 2 abaixo, e são orientados
em direção ao sol para maximizar a quantidade de energia solar que podem
capturar. A quantidade de energia elétrica gerada pelos painéis solares depende de
14

vários fatores, incluindo a intensidade da luz solar, a inclinação e orientação dos


painéis, a temperatura ambiente e a eficiência dos componentes fotovoltaicos. (D.
Veselka, R. Thomas, 2011).

Figura 2 – Painel de energia solar instalado em telhado com estrutura de fixação

Fonte – max-imum.com (2020)

Para utilizar a energia elétrica gerada pelos painéis solares, é necessário


converter a corrente contínua (DC) gerada pelas células fotovoltaicas em corrente
alternada (AC), que é a forma de energia elétrica utilizada na rede elétrica. Isso é
feito por meio de um dispositivo chamado inversor, que converte a corrente DC dos
painéis solares em corrente AC com as características necessárias para alimentar a
rede elétrica ou para uso direto em dispositivos elétricos, ilustrado de acordo com a
figura 3. (D. Veselka, R. Thomas, 2011).

Figura 3 – Componentes de um sistema fotovoltaico.

Fonte – Página researchgate.net (2015)


15

Além dos painéis solares e inversores, os sistemas fotovoltaicos também


incluem outros componentes importantes, como cabos elétricos, dispositivos de
proteção e monitoramento, baterias para armazenamento de energia e dispositivos
de controle e gerenciamento de energia. O tamanho e a complexidade do sistema
fotovoltaico podem variar de acordo com a aplicação e a demanda de energia
elétrica do usuário. (C. B. Philbrick, R. E. Baldick, 2010).
Em resumo, a geração de energia fotovoltaica ocorre por meio da conversão
direta da energia solar em eletricidade por meio do efeito fotovoltaico nas células
fotovoltaicas dos painéis solares, que são conectados em módulos para gerar a
tensão e a potência necessárias. O inversor converte a corrente DC em corrente AC
para uso na rede elétrica ou em dispositivos elétricos. Outros componentes
importantes, como cabos elétricos, dispositivos de proteção e monitoramento,
baterias e dispositivos de controle e gerenciamento de energia, também são
utilizados em sistemas fotovoltaicos para garantir a eficiência, segurança e
confiabilidade do sistema. (C. B. Philbrick, R. E. Baldick, 2010).
Além disso, é importante destacar que a eficiência da geração de energia
fotovoltaica depende de vários fatores, como a intensidade da luz solar, a
temperatura, a inclinação e orientação dos painéis solares, a qualidade dos
materiais utilizados, entre outros. Por isso, é necessário realizar estudos e análises
detalhadas para determinar a melhor configuração do sistema fotovoltaico de acordo
com as condições locais e as necessidades de consumo de energia. (C. B. Philbrick,
R. E. Baldick, 2010).
Em termos de aplicação, os sistemas fotovoltaicos são amplamente utilizados
em residências, edifícios comerciais e industriais, em sistemas isolados, como em
áreas remotas ou em equipamentos de telecomunicações, e em grandes usinas
solares para geração de energia em larga escala. A energia fotovoltaica é uma fonte
renovável e limpa de energia, com baixa emissão de gases de efeito estufa e sem
produção de resíduos tóxicos, contribuindo para a transição para um sistema
energético mais sustentável e ambientalmente correto. (C. B. Philbrick, R. E. Baldick,
2010).
16

2.2.1 Energia fotovoltaica e o efeito das nuvens

A energia fotovoltaica é gerada a partir da luz solar e, portanto, é diretamente


influenciada pela presença de nuvens no céu. Quando as nuvens passam na frente
do sol, a irradiação solar que atinge os painéis solares diminui significativamente.
Esse fenômeno pode causar uma queda na produção de energia fotovoltaica e uma
consequente perda de eficiência do sistema. (R Yan, S Roediger, TK Saha, 2011).
Isso ocorre porque os painéis solares são projetados para funcionar de forma
mais eficiente em condições de luz solar direta. Quando a luz do sol é bloqueada
pelas nuvens, a quantidade de luz que atinge os painéis diminui, e a eficiência de
conversão da energia solar em eletricidade é reduzida. As nuvens também causam
sombreamento nos painéis solares, o que pode levar a uma queda na produção de
energia. (R Yan, S Roediger, TK Saha, 2011).
Uma solução para reduzir o impacto das nuvens na produção de energia
fotovoltaica é a utilização de sistemas de monitoramento e previsão meteorológica.
Com esses sistemas, é possível prever a movimentação das nuvens e ajustar a
operação do sistema fotovoltaico de acordo com as condições climáticas esperadas.
Isso permite que os operadores do sistema ajustem a produção de energia para
minimizar as perdas causadas pelas nuvens. (N. Noman, N. A. Rahim, W. A. Aziz,
2017).
Em resumo, embora as nuvens possam afetar a produção de energia
fotovoltaica, existem soluções tecnológicas disponíveis para minimizar seus efeitos.
Com a utilização de sistemas de armazenamento de energia em baterias e de
monitoramento e previsão meteorológica, é possível garantir uma produção mais
constante de energia fotovoltaica, mesmo em condições de nuvens.

2.2.2 A energia fotovoltaica no Brasil

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o


mês de março de 2023, o Brasil atingiu o número de 18 GW em geração distribuída
(GD) de potência instalada. A geração distribuída é aquela em que o consumidor
produz sua própria energia elétrica, geralmente por meio de painéis solares
instalados em telhados ou terrenos. Além disso, o país conta com diversas usinas
solares de grande porte em operação, principalmente na região Nordeste, que
17

contribuem significativamente para a geração de energia solar no país. (Portal Solar,


2023).
A primeira usina solar só foi instalada no Brasil em agosto de 2011.
Localizada no município de Tauá, no sertão do Ceará, a usina de 340 km e 4.680
painéis fotovoltaicos teve como capacidade inicial a geração de 1 megawatt,
quantidade considerada extremamente relevante para a época. Desde então, a
geração distribuída de energia solar no Brasil tem crescido significativamente,
impulsionada pela queda nos preços dos equipamentos e pelas políticas públicas de
incentivo, tornando o país um dos principais mercados para a energia solar na
América Latina. (Origo Energia, 2020)
De acordo com projeções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
estima-se que até 2024 haverá 1,23 milhão de sistemas conectados à rede, com
uma capacidade total de 4.557 MW. Além disso, a Empresa de Pesquisa Energética
(EPE) prevê a instalação de aproximadamente 78 GWp em sistemas de geração
distribuída até 2050, com ênfase especial na microgeração residencial. (Portal Solar,
2023).

2.2.3 A variação do clima no Rio Grande do Sul e demais regiões do país

A magnitude do efeito da nuvem na geração de energia solar depende de


vários fatores, como a espessura da nuvem, sua posição em relação ao sol e a
potência dos painéis solares. Em dias parcialmente nublados, a produção de energia
pode variar bastante ao longo do dia, à medida que as nuvens se movem no céu.
(FJL Lima, RS Costa, ES Pereira, AR Goncalves, DNS Ramos, MSG Casagrande,
FR Martins, JG Souza, EB Pereira, 2020).
A média de dias nublados ou com nuvens no Rio Grande do Sul pode variar
dependendo da região do estado. Em geral, as áreas mais próximas da costa
costumam ter mais dias nublados, enquanto as regiões mais ao norte e oeste
apresentam mais dias ensolarados. (FJL Lima, RS Costa, ES Pereira, AR
Goncalves, DNS Ramos, MSG Casagrande, FR Martins, JG Souza, EB Pereira,
2020).
Na capital Porto Alegre, por exemplo, a média anual é de cerca de 125 dias
com sol parcial ou totalmente encoberto por nuvens, segundo dados do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET). Já na região de Santa Maria, no centro do
18

estado, essa média é um pouco menor, de cerca de 95 dias nublados por ano.
(INMET. Instituto Nacional de Meteorologia, 2020)
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de
2019, a região Sudeste apresenta, em média, de 60 a 80% de dias nublados por
ano, enquanto a região Norte apresenta de 20 a 40% de dias nublados por ano. Já a
região Nordeste apresenta cerca de 30 a 50% de dias nublados por ano. (INPE,
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2019)
É importante destacar que, mesmo em dias nublados, a energia fotovoltaica
ainda pode gerar eletricidade, embora em menor quantidade do que em dias
ensolarados. A presença de nuvens pode reduzir a intensidade da luz solar que
chega aos painéis fotovoltaicos, diminuindo assim a produção de energia. No
entanto, a tecnologia dos sistemas fotovoltaicos está cada vez mais avançada,
permitindo que eles se adaptem melhor a variações de irradiação solar e possam
continuar gerando eletricidade mesmo em dias menos ensolarados. (FJL Lima, RS
Costa, ES Pereira, AR Goncalves, DNS Ramos, MSG Casagrande, FR Martins, JG
Souza, EB Pereira, 2020).

2.3 Simuladores virtuais de sistemas Fotovoltaicos

Existem várias opções de simuladores para sistemas fotovoltaicos, cada um


com suas próprias características e funcionalidades. Alguns exemplos de
simuladores amplamente utilizados são:
PVsyst: É um software comercial utilizado para projetar, simular e otimizar
sistemas fotovoltaicos conectados à rede. Ele permite modelar diferentes tipos de
módulos fotovoltaicos, inversores e estruturas de montagem, além de incluir dados
meteorológicos para simular a produção de energia em diferentes locais. (A
Mermoud, B Wittmer, 2014).
SAM (System Advisor Model): É um software gratuito desenvolvido pelo
National Renewable Energy Laboratory (NREL) dos Estados Unidos para simulação
de sistemas de energia renovável, incluindo sistemas fotovoltaicos. Ele permite
modelar sistemas fotovoltaicos conectados à rede, sistemas de armazenamento de
energia, sistemas híbridos, entre outros. (N Blair, AP Dobos, J Freeman, T Neises, M
Wagner, 2014).
19

HOMER Pro: É um software comercial utilizado para projetar e simular


sistemas de energia renovável, incluindo sistemas fotovoltaicos conectados à rede e
sistemas autônomos (off-grid). Ele permite modelar diferentes tecnologias de
geração de energia, sistemas de armazenamento de energia e dispositivos de
controle e gerenciamento de energia. (L Khalil, KL Bhatti, MAI Awan, M Riaz, K
Khalil, 2021).
RETScreen: É um software gratuito desenvolvido pelo governo do Canadá
para análise e otimização de projetos de energia renovável. Ele inclui módulos para
simulação de sistemas fotovoltaicos conectados à rede e sistemas autônomos,
permitindo a análise de custos, desempenho e impacto ambiental. (AH
Mirzahosseini, T Taheri, 2012).
PVSOL: É um software comercial utilizado para simular sistemas fotovoltaicos
conectados à rede e sistemas autônomos. Ele permite modelar diferentes tipos de
módulos fotovoltaicos, inversores e estruturas de montagem, além de incluir dados
meteorológicos para simular a produção de energia em diferentes locais. (VV Galle,
2019).
OpenDSS: é um simulador de distribuição de energia elétrica em corrente
alternada (CA) de código aberto. Ele é usado para modelar e simular sistemas de
distribuição elétrica, incluindo sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. O
OpenDSS permite a modelagem de diversos componentes, como transformadores,
cabos, reguladores de tensão e geradores de energia, e pode ser usado para
analisar diversos cenários, incluindo fluxo de carga, queda de tensão, estabilidade e
confiabilidade do sistema elétrico. Ele é uma ferramenta valiosa para o projeto e
análise de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. (Anzanello Júnior, José
David, 2016).
Cada um desses simuladores tem suas próprias vantagens e desvantagens e
a escolha do melhor depende das necessidades específicas do projeto. É importante
lembrar que, para obter resultados precisos e confiáveis, é necessário inserir dados
precisos e confiáveis no simulador, como dados de irradiação solar, temperatura,
vento, sombreamento e características dos equipamentos utilizados no sistema.
20

2.3.1 Simulador OpenDSS

O OpenDSS (Open Distribution System Simulator) é um software de


simulação de sistemas de distribuição de energia elétrica. Ele é usado para modelar
e simular redes de distribuição elétrica, permitindo que os engenheiros elétricos e
outros profissionais da área avaliem o desempenho do sistema em diferentes
cenários e otimizem o seu funcionamento. (Anzanello Júnior, José David, 2016).
O OpenDSS será o software utilizado para simular o sistema fotovoltaico
neste projeto devido à sua natureza de código aberto, especificidade para sistemas
de distribuição, modelagem detalhada de componentes, análise de desempenho
abrangente e capacidade de integração com outras fontes de energia. (Anzanello
Júnior, José David, 2016).
Entre as principais aplicações do OpenDSS estão:
Estudos de fluxo de carga: o software é capaz de calcular a distribuição de
corrente, tensão e potência em todas as partes do sistema em diferentes condições
de operação. Isso permite que os engenheiros avaliem a capacidade do sistema,
identifiquem pontos de sobrecarga e tomem medidas para reduzir as perdas de
energia. (Anzanello Júnior, José David, 2016).
Análise de confiabilidade: o OpenDSS pode ser usado para avaliar a
confiabilidade do sistema, ou seja, a sua capacidade de fornecer energia elétrica de
forma contínua e confiável aos consumidores. Isso envolve a análise de falhas e
interrupções, o cálculo de tempos de recuperação e o planejamento de
investimentos em infraestrutura. (Anzanello Júnior, José David, 2016).
Estudos de qualidade de energia: o software também pode ser usado para
avaliar a qualidade da energia fornecida aos consumidores, incluindo a análise de
problemas de tensão, distorção harmônica e outros distúrbios elétricos. (Anzanello
Júnior, José David, 2016).
Projeto de sistemas de geração distribuída: o OpenDSS pode ser usado para
avaliar o impacto de sistemas de geração distribuída, como painéis solares e
turbinas eólicas, na rede de distribuição elétrica. Isso permite que os engenheiros
dimensionem corretamente a capacidade dos sistemas de geração distribuída e
avaliem o seu impacto na estabilidade do sistema como um todo. (Anzanello Júnior,
José David, 2016).
21

Em resumo, o OpenDSS é uma ferramenta importante para a análise e


otimização de sistemas de distribuição elétrica, permitindo que os engenheiros
elétricos tomem decisões mais informadas e eficazes em relação ao planejamento,
operação e manutenção desses sistemas.

2.3.2 Sistemas Fotovoltaicos no OpenDSS

É possível simular sistemas fotovoltaicos (PV) no OpenDSS. Em fato, o


software é capaz de modelar diversos tipos de sistemas de geração distribuída,
incluindo sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. (Anzanello Júnior, José
David, 2016)
Para simular um sistema fotovoltaico no OpenDSS, é necessário criar um
modelo que represente os painéis solares, os inversores e outros equipamentos que
compõem o sistema. O modelo deve incluir informações sobre a capacidade dos
painéis solares de gerar energia elétrica em diferentes condições de insolação, bem
como as características dos inversores, como a sua eficiência e fator de potência.
(Anzanello Júnior, José David, 2016)
Uma vez criado o modelo, é possível realizar uma série de análises, como a
avaliação do impacto do sistema fotovoltaico na rede elétrica, a determinação da
capacidade máxima de geração do sistema, a avaliação da qualidade da energia
elétrica gerada pelo sistema e a análise do desempenho do sistema em diferentes
condições de operação. (Anzanello Júnior, José David, 2016)
Vale ressaltar que, para simular sistemas fotovoltaicos no OpenDSS, é
necessário ter conhecimentos sólidos em engenharia elétrica e em energia solar
fotovoltaica. Além disso, é importante utilizar dados precisos e atualizados sobre o
desempenho dos equipamentos e as características da rede elétrica em que o
sistema está inserido. (Anzanello Júnior, José David, 2016)

2.4 Baterias

Existem diferentes tipos de baterias utilizadas para o armazenamento de


energia em sistemas fotovoltaicos, no entanto para a realização do projeto utilizar-
se-á da bateria de chumbo-ácido, abaixo será explicado algumas características da
mesma.
22

2.4.1 Baterias de chumbo-ácido

As baterias de chumbo-ácido são utilizadas em sistemas fotovoltaicos devido


à sua confiabilidade, disponibilidade e baixo custo. Elas são compostas por placas
de chumbo e placas de dióxido de chumbo imersas em uma solução de ácido
sulfúrico (eletrólito). Essas baterias são conhecidas por sua capacidade de fornecer
altas correntes de curto prazo, sendo adequadas para sistemas com demandas de
energia mais elevadas. No entanto, elas possuem menor vida útil em comparação
com outros tipos de baterias e requerem manutenção regular, como verificação do
nível de água e limpeza das placas. (BAL Paixao, DI Brandao, NTD Fernandes.
2020).
As baterias de chumbo-ácido têm uma ampla gama de aplicações. Aqui estão
alguns exemplos de onde as baterias de chumbo-ácido são comumente usadas:
Veículos elétricos: Embora as baterias de íon-lítio tenham ganhado
popularidade recentemente, as baterias de chumbo-ácido ainda são usadas em
veículos elétricos, conforme a figura 4, como carrinhos de golfe, veículos utilitários
elétricos e empilhadeiras. Essas baterias fornecem uma fonte de energia confiável e
econômica para essas aplicações. (BAL Paixao, DI Brandao, NTD Fernandes.
2020).
Figura 4 – Bateria de chumbo-ácido em veículo

Fonte – jornaldasoficinas (2022)

Sistemas de alimentação ininterrupta (UPS): As baterias de chumbo-ácido


são comumente utilizadas em sistemas de UPS, que fornecem energia de reserva
em caso de falha no fornecimento de energia principal. Esses sistemas são
23

essenciais em hospitais, data centers, instalações de telecomunicações e outros


locais onde a interrupção de energia pode ter consequências graves. (BAL Paixao,
DI Brandao, NTD Fernandes. 2020).
Telecomunicações: As baterias de chumbo-ácido são amplamente usadas em
torres de telecomunicações e estações de base para fornecer energia de reserva em
caso de falha no fornecimento de energia da rede. Elas garantem a continuidade do
serviço de comunicação mesmo durante quedas de energia. (BAL Paixao, DI
Brandao, NTD Fernandes. 2020).
Sistemas de energia de reserva: As baterias de chumbo-ácido também são
usadas em diversas aplicações de energia de reserva, como sistemas de alarme,
sistemas de iluminação de emergência, sistemas de segurança, entre outros. Elas
fornecem energia temporária durante falhas de energia para garantir o
funcionamento contínuo desses sistemas críticos. (BAL Paixao, DI Brandao, NTD
Fernandes. 2020).

2.5 Trabalhos correlatos


24

3 METODOLOGIA

Este trabalho de conclusão visa estudar a utilização de baterias como


armazenamento de um sistema fotovoltaico para reduzir o efeito das nuvens
podendo permitir uma maior flexibilidade e estabilidade no fornecimento de energia
elétrica, conforme ilustrado na figura 5. Como a geração de energia solar é
diretamente afetada pela presença de nuvens, a capacidade de armazenar energia
excedente durante períodos de alta geração solar e liberá-la durante períodos de
baixa geração solar pode vir a ser crucial para garantir a continuidade do
fornecimento de energia.

Figura 5 – Sistema fotovoltaico com armazenamento de energia

Fonte – adobe.com (2021)

Sem o armazenamento de energia em baterias, um sistema fotovoltaico seria


totalmente dependente da disponibilidade de luz solar para gerar energia em tempo
real. Isso poderia levar a interrupções no fornecimento de energia elétrica em
momentos de instabilidade climática, como quando há nuvens, chuva ou neve.
Além disso, a utilização de baterias como armazenamento pode aumentar a
eficiência do sistema fotovoltaico, reduzindo a perda de energia elétrica durante o
transporte e distribuição da energia gerada. Isso pode levar a uma economia
significativa de custos e redução das emissões de gases de efeito estufa.
25

Portanto, é importante estudar e verificar a viabilidade da utilização de


baterias como armazenamento em sistemas fotovoltaicos para reduzir o efeito das
nuvens e aumentar a eficiência da geração e distribuição de energia elétrica.

3.1 Análise geral do estudo isso tem mais cara de introdução.

Pesquisar e coletar referências sobre sistemas fotovoltaicos, armazenamento


de energia em baterias e as soluções para instabilidades geradas pelas variações da
irradiação.
Tratando-se da etapa inicial do estudo é importante entender o funcionamento
de um sistema fotovoltaico, como a energia solar é capitada e convertida em energia
elétrica, em seguida entender como as nuvens afetam essa geração, e se essa
ocorrência é suficiente para que se elabore uma estratégia ou sistema para reduzir o
efeito das nuvens na geração de energia.
Utilizam-se de artigos acadêmicos, livros, manuais e diversos trabalhos de
conclusão relacionados ao tema como base para o desenvolvimento teórico do
projeto, uma vez que ao entender o sistema permite que se entenda a importância
da solução presentada através deste estudo.

3.2 Delimitação dos cenários hipotéticos:

Como parte essencial do estudo faz-se necessário selecionar os cenários que


serão utilizados na simulação, levando em consideração as variações da irradiação
solar em diferentes momentos do dia e em diferentes estações do ano.
Simular um sistema fotovoltaico com e sem baterias no OpenDSS pode
envolver muitos parâmetros e variáveis, conforme abaixo:
Configuração do sistema fotovoltaico: para simular um sistema fotovoltaico,
será necessário configurar as características dos painéis solares, incluindo a
potência nominal, a eficiência e a área de superfície. Terá que definir-se o número
de painéis solares que serão conectados em série e em paralelo para formar os
célula -> módulo -> painel
módulos solares.
Inversor: um inversor é necessário para converter a corrente contínua (DC)
gerada pelos painéis solares em corrente alternada (AC) que pode ser usada na
26

rede elétrica ou em dispositivos elétricos. É importante definir a capacidade nominal


do inversor, a eficiência e a tensão de saída.
Armazenamento de energia: para simular um sistema fotovoltaico com
baterias, precisará definir-se o tipo de bateria e sua capacidade de armazenamento.
Além disso, será necessário definir o controlador de carga, que regula o fluxo de
corrente da fonte de energia para a bateria, e o inversor de bateria, que converte a
corrente DC da bateria em corrente AC para uso na rede elétrica ou em dispositivos
elétricos.
Condições climáticas: para simular o desempenho do sistema fotovoltaico, é
importante considerar as condições climáticas, como a irradiação solar e a
temperatura ambiente. Pode utilizar-se dados históricos de radiação solar para
definir a irradiação incidente nos painéis solares durante a simulação.
Carga: para avaliar o desempenho do sistema fotovoltaico, precisará definir-
se as cargas elétricas que serão alimentadas pelo sistema, como iluminação,
eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos. A carga pode ser definida como uma
carga fixa ou variável, dependendo do tipo de carga que você deseja simular.
Resumidamente, a execução do projeto envolverá a simulação de sistemas
fotovoltaicos com e sem armazenamento de energia em baterias utilizando o
simulador OpenDSS. Para o sistema sem baterias, serão definidos parâmetros como
a capacidade dos painéis solares, a inclinação e orientação dos mesmos, além de
dados sobre a radiação solar e o perfil de carga do sistema. Para o sistema com
armazenamento em baterias, serão adicionados parâmetros como a capacidade das
baterias, sua curva de descarga e as estratégias de controle para carregamento e
descarregamento. Os resultados obtidos serão analisados sob os aspectos técnicos
e econômicos, levando em consideração a eficiência do sistema e o custo-benefício
do investimento. O objetivo final é avaliar a viabilidade técnica e econômica do uso
de sistemas fotovoltaicos com armazenamento em baterias para reduzir os efeitos
das variações da irradiação solar.

3.2.1 Detalhamento da delimitação dos cenários

Com base nos parâmetros citados anteriormente utilizar-se-á no presente


trabalho de conclusão dos seguintes parâmetros para a validação da teoria e do
projeto proposto inicialmente.
27

Tratando-se da configuração do sistema voltaico, será utilizado por base um


sistema residencial com 16 painéis solares, com um inversor de 8kW monofásico de
220V, esses parâmetros foram definidos devido ao acesso que haverá a
informações reais para que assim possam ser comparadas com os dados de
simulação, ou seja, o aluno terá acesso a um sistema de geração fotovoltaica com
os mesmos parâmetros que o simulado, para que possa averiguar a confiabilidade
dos dados fornecidos pelo simulador de maneira que os dados coletados através do
OpenDSS sejam coerentes com os obtidos de uma instalação física já existente.
Concernente ao armazenamento de energia através de uma decisão conjunta
do aluno e professor orientador definiu-se que o mais adequado para o projeto seria
a utilização de baterias de baterias de chumbo-ácido para a simulação do mesmo,
com base nos dados já apresentados na fundamentação teórica, optou-se por este
modelo de bateria devido a disponibilidade e baixo custo.
Por fim para as condições climáticas definiu-se a utilização do mês de junho
como parâmetro, desse modo, os dados coletados em junho de 2022 através do
sistema fotovoltaico físico já mencionado serão utilizados para a simulação do
sistema fotovoltaico com armazenamento de energia através de bateiras de
chumbo-ácido. Escolheu-se o mês de junho por se tratar do mês com mais nuvens
nos últimos anos na capital do Rio Grande do Sul, ou seja, Porto Alegre.
Esses parâmetros delimitarão a simulação do projeto e através desse sistema
pretende-se verificar a viabilidade da utilização de baterias em um sistema
fotovoltaico com o fim de amenizar o efeito das nuvens sobre o processo de geração
e consumo de energia.

3.3 Simulação dos sistemas fotovoltaicos

Por se tratar de um software livre utilizar-se-á o software OpenDSS para


simular os sistemas fotovoltaicos sem e com armazenamento em baterias,
considerando os cenários definidos anteriormente. Tendo em conta que o OpenDSS
é um software já utilizado pela própria ANEEL em 2014, considerou-se o mesmo
adequado para a realização das simulações dos cenários. A simulação terá diversas
etapas conforme explicado abaixo e demonstrado ao fim desta seção na figura 6.
28

Para a simulação será realizada a configuração do sistema, isto é, configurar


o sistema elétrico no OpenDSS. Isso envolve a criação de um arquivo de texto com
a descrição do sistema, incluindo informações sobre as linhas, transformadores,
cargas e outros dispositivos presentes na rede elétrica.
Em seguida trataremos da modelagem do sistema fotovoltaico. Para isso,
será utilizado os parâmetros já definidos relacionados aos painéis solares,
inversores, sistemas de armazenamento de energia, se houver, e outros
componentes do sistema fotovoltaico.
Logo será realizada a definição dos perfis de irradiação solar. Para simular o
comportamento do sistema fotovoltaico, será necessário fornecer dados de
irradiação solar ao longo do tempo. Pode utilizar-se dados históricos, dados medidos
ou modelos de irradiação solar disponíveis. Esses perfis de irradiação solar são
importantes para determinar a quantidade de energia que será gerada pelo sistema
fotovoltaico em diferentes condições de luminosidade.
Por fim executa-se a simulação, com o sistema elétrico e o sistema
fotovoltaico modelados e os perfis de irradiação solar definidos. A simulação
calculará a geração de energia do sistema fotovoltaico, o fluxo de energia na rede
elétrica e outros parâmetros de interesse, como a variação de geração de energia e
eficiência na gestão de carga através das baterias de armazenamento.
29

Figura 6 – Fluxograma da simulação do sistema fotovoltaico no OpenDSS

Fonte – Elaborado pelo autor (2023).

3.4 Análise dos resultados

Avaliar-se-ão os resultados obtidos a partir da simulação, analisando os


aspectos técnicos e econômicos dos sistemas fotovoltaicos com e sem
armazenamento de energia em baterias.
Nesta etapa verificar-se-á através dos dados informados pelo simulador a
viabilidade do projeto, tratando-se da eficiência na gestão de carga, além da
verificação do custo-benefício, buscando verificar até que ponto a influência das
30

nuvens pode afetar a geração de energia e se a utilização de baterias se faz viável


em comparação a simples injeção de energia da rede convencional quando o
sistema fotovoltaico não gera energia suficiente.

3.5 Conclusões

Através dos dados e resultados coletados elaborar-se-á as conclusões do


trabalho, destacando os principais achados, limitações e possíveis contribuições do
estudo. Será apresentado uma visão geral das principais descobertas da pesquisa,
expondo os resultados mais relevantes e significativos em relação aos objetivos
estabelecidos através de uma linguagem clara e direta para transmitir as principais
conclusões aos leitores.
Conforme citado anteriormente através dos dados coletados será refletido as
implicações práticas ou teóricas das descobertas da pesquisa realizada. Tratando
em como as descobertas podem influenciar a área de estudo, a prática profissional
ou a tomada de decisões nos sistemas de energia fotovoltaico no futuro. Além disso,
será destacado as possíveis contribuições do estudo para o conhecimento já
existente, identificando as lacunas que foram preenchidas, novas perspectivas que
surgiram ou sugestões para pesquisas futuras.

3.6 Redação e revisão do trabalho

Ao longo de todo o desenvolvimento e pesquisa será escrito o trabalho de


conclusão de curso, considerando as normas e padrões estabelecidos pela
instituição de ensino, ao fim das simulações e coletas de resultados, todas as
informações utilizadas como base do estudo, assim como os dados simulados e os
resultados coletados serão inseridos no relatório de conclusão de maneira clara para
que o leitor possa entender como os dados foram obtidos e com que base foram
realizadas todas as etapas do trabalho.

-->> Definir quais critérios serão comparados.

-->> Como comparar os critérios?!


31

4 CRONOGRAMA

Segue abaixo a lista dos itens necessários para a elaboração deste trabalho,
juntamente com um cronograma contendo os prazos de cada etapa. O
desenvolvimento do trabalho baseia-se nos seguintes elementos:

1. Realização de estudo e seleção do tema;


2. Pesquisa bibliográfica e construção do referencial teórico;
3. Definição da metodologia;
4. Redação do TCC I;
5. Definição dos parâmetros e equipamentos envolvidos na simulação do
sistema;
6. Estudo do funcionamento aplicado de sistemas fotovoltaicos e diferentes
tipos de baterias que podem vir a ser utilizados no armazenamento de energia;
7. Análise e estudo do simulador utilizado para a emulação do sistema
fotovoltaico com armazenamento de energia;
8. Realização de testes e simulações para cada cenário hipotético
estabelecido;
9. Avaliação dos resultados obtidos;
10. Redação do TCC II.

2023
Item Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago Set. Out. Nov
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
32

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Bancos de Baterias de Íon-lítio e Chumbo-ácido no Contexto da Compensação
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