You are on page 1of 10

Trabalho e Direitos Humanos

O artigo 23° da Declaração Universal dos Direitos Humanos deixa claro que: “Toda a
pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego. Todos têm direito, sem
discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma
remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência
conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de
proteção social. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se
filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses”.

Direitos trabalhistas: um resumo da história (Por Rodolfo Turolla)

O TRABALHO NA ANTIGUIDADE

Quantos de nós já não escutamos esta máxima: o trabalho dignifica o homem. Às vezes, o
ditado vem na forma de outros discursos, como “seu avô já trabalhava aos 8 anos de idade”.
Em nossa sociedade, o trabalho é motivo de orgulho, quase uma carta emancipatória. Quem
trabalha adquire diversos direitos morais que só se admitem a quem tem uma função
econômica dentro da sociedade. Mas nem sempre foi assim.

Trabalho já foi sinônimo de escravidão, servidão e de falta de capacidade intelectual. Nos


tempos antigos (Grécia e Roma, para sermos mais exatos), o trabalho era destinado aos que
não tinham habilidades técnicas para exercer outras funções, como as políticas ou artísticas.
Uma frase de Platão explica o que era o trabalho para um grego no século III a.C, por exemplo:

“É próprio de um homem bem-nascido desprezar o trabalho.”

Naquela época, trabalhar não era uma boa ideia. Era fruto inclusive de debates filosóficos,
como o de Aristóteles, que discutia se havia pessoas predestinadas para o trabalho e outras
para a liberdade. Trabalhar era coisa de escravo, e ser escravo nunca é bom negócio.

O TRABALHO ENFIM DIGNIFICA O HOMEM

A ideia de que cumprir um papel no mundo trabalhista traz dignidade às pessoas só foi
aparecer já em nossos tempos modernos, fruto das revoluções industriais que nos trouxeram
um novo tipo de convivência social. Uma sociedade onde a divisão de classes não era mais
uma escolha divina, como na Alta Idade Média e Idade Média Central – época em que a
estratificação social era vista como vontade divina -, ou no início do Renascimento Comercial,
quando as corporações de ofício decidiam as regras sobre as próprias atividades.

A partir do aumento da industrialização, era necessário buscar outro motivo além do sustento
ou da vontade de Deus para o trabalho. A atividade laboral passa então a empregar valores
morais e sociais aos que a exerciam, e consequentemente privar os que não trabalhavam
desses mesmos valores. Passamos também a viver uma nova relação entre as pessoas, com
uma grande divisão: os que tinham meios econômicos de manter um empreendimento e os
que tinham apenas sua força de trabalho como meio de garantir sua existência. Surgem assim
as figuras do patrão e do empregado.

As condições de vida de um operário no século XIX, seja na Inglaterra, berço da revolução


industrial, ou em outros países europeus que seguiram o caminho da industrialização, eram
degradantes. Estavam expostos à fome e aos mais diversos tipos de doenças (como a cólera e
o tifo, personagens de grandes epidemias do século XIX) que encontravam terreno fértil em
cidades recém (e mal) formadas, graças ao grande fluxo de trabalhadores vindos do campo em
busca de uma nova forma de prover sua subsistência. Essas cidades eram desprovidas de
saneamento básico: esgotos corriam a céu aberto e homens, mulheres e crianças dividiam
espaço com infestação de ratos, diversos insetos e outras pragas. Não raro, duas ou mais
famílias dividiam um quarto nas vilas operárias, que serviam tanto para abrigar os
trabalhadores quanto para garantir a dependência destes em relação ao patronato, visto que
as vilas eram de propriedade dos grandes proprietários.

Foto: Wikimedia Commons.


O operário encontrava tudo isso após uma jornada exaustiva de trabalho (por vezes, de 16
horas), em condições insalubres, que levavam a graves problemas físicos. Muitos
trabalhadores com menos de 30 anos se tornavam inaptos para o trabalho graças a sequelas
deixadas por anos de aspiração de pó de carvão, por exemplo. Na grande maioria das vezes,
essa atividade sequer lhes garantia o mínimo para suprir suas necessidades básicas. Mulheres
e crianças trabalhavam em regimes parecidos e ganhavam menos, o que deixava a produção
mais barata e aumentava os lucros. Em contrapartida, isso gerava desemprego entre homens
adultos. Essa situação contrastava com a gigantesca riqueza gerada na época.

O visível desequilíbrio entre as partes da produção não demorou a causar conflitos,


principalmente num momento da revolução industrial em que parte da mão de obra estava
sendo substituída pela automação da produção, que traria as máquinas à cena. A classe
operária e os menos favorecidos em geral não gozavam de nenhum amparo jurídico, embora
movimentos na Inglaterra como o luddismo e o cartismo procurassem solucionar esses
problemas. Visando equilibrar essa relação e acalmar os ânimos cada vez mais acirrados de
sindicatos e outros movimentos trabalhistas que se uniam às classes pobres contra a classe
burguesa liberal, os governos se organizaram para interromper o que poderia ser o
crescimento de novos ideais revolucionários (o socialismo, por exemplo).

Reivindicações foram sendo incorporadas de maneira paliativa para que tudo se mantivesse
em funcionamento. Um exemplo são as pedidas do próprio movimento cartista, na Inglaterra,
que propunha medidas socialistas. Leis como a da jornada de trabalho de 10 horas e a
participação dos operários no parlamento, que eram pautas do movimento, foram sendo
incorporadas pouco a pouco, fazendo com que o cartismo perdesse força política e não
ganhasse crédito por essas conquistas. Entre os anos de 1860 e 1869, as reivindicações
cartistas foram quase totalmente inseridas na constituição inglesa.

O QUE MÉXICO E ALEMANHA TÊM COM A HISTÓRIA DOS DIREITOS TRABALHISTAS?

O primeiro exemplo histórico de direito do trabalho não tinha propriamente esse nome. Esses
direitos trabalhistas eram chamados de “sociais” e se consolidaram em 1917, no México, no
contexto da revolução mexicana, que levou à promulgação de uma nova constituição no país
naquele ano. Nela, constavam artigos que legislavam acerca do período de trabalho (8 horas
diárias), além de estabelecer um salário mínimo como um montante capaz de sustentar o
trabalhador e sua família com dignidade.

Logo após a experiência mexicana, a Constituição de Weimar (Constituição do Império


Alemão) de 1919 foi promulgada. Ela também garantia “direitos sociais”, numa ruptura com o
Estado liberal e uma tentativa de ascensão do Estado social. Esses direitos trabalhistas seguiam
as convenções da recém-criada OIT (Organização Internacional do Trabalho), que fazia parte
do tratado de Versalhes e buscava uma relação tripartite entre governos, organização de
empregadores e trabalhadores.
A grande maioria das leis do trabalho brasileiras são pautadas nessa relação entre o grande
capital e os trabalhadores. Podemos dizer que direitos trabalhistas emanam da ideia de
garantir uma vida digna e equilibrar essa relação, que é exatamente o papel que a OIT toma
para si até os dias atuais.

E O BRASIL?

Getúlio Vargas, em passeata em 1954. Foi ele o presidente que decretou a CLT, em 1943.

Foto: Reprodução/Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

As conquistas sociais em relação ao trabalho no Brasil são tardias, porque nosso desligamento
com a escravidão e nossa indústria também foram tardios. Porém, já no final do século XIX,
havia movimentos no sentido de garantir avanços legais, como a Fundação da Liga Operaria no
Rio de Janeiro e a lei que proibia o trabalho para menores de 12 anos. No começo do século
XX, assistimos ao estabelecimento de normas que previam férias (15 dias por ano) e alguns
tipos de direito em relação aos acidentes de trabalho. A criação destas leis foi impulsionada
pela abolição da escravidão, que trouxe um novo viés trabalhista e econômico para o país.

O governo brasileiro passou a buscar o equilíbrio entre os elos que formam a corrente do
capital industrial a partir do governo Vargas, com a Constituição de 1934. Nela estavam
previstos direitos trabalhistas como salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas, repouso
semanal, férias remuneradas e assistência médica e sanitária. Fica exposto nessas ações que as
leis do trabalho não eram apenas do trabalho, eram também sociais.
Em 1943, no dia 1º de maio, foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O
contexto de sua criação é particular: o governo buscava legitimidade para a figura de Getúlio
Vargas. Mais do que apenas ser legítimo, Vargas, que acabara de instituir o Estado Novo,
buscava personificar a figura de “pai dos pobres”. O país passava por uma fase de
desenvolvimento: o número de trabalhadores aumentava e suas reivindicações também. Por
isso, era necessário unificar as leis do trabalho. A CLT garantiu parte das demandas dos
trabalhadores. Leis posteriores garantiriam também 13º salário, repouso semanal remunerado
e outras conquistas.

O QUE É A CLT?

A Consolidação das Leis do Trabalho, popularmente chamada de CLT, regulamenta as


relações trabalhistas, tanto do trabalho urbano quanto do rural, de relações individuais ou
coletivas. Ela foi decretada no Estado Novo – período autoritário da Era Vargas – em 1º de
maio de 1943. Essa legislação visa a proteger o trabalhador, a regular as relações de trabalho e
criar o direito processual do trabalho.

Sua importância está na maneira com que se propôs a coibir relações abusivas de
trabalho, que antes eram comuns: não havia leis que regulassem horários, condições de
trabalho nem de benefícios. Ou seja, ela foi uma conquista dos trabalhadores, pois garantiu
condições mínimas de trabalho.

Houve a necessidade de consolidar as leis relativas a atividades trabalhistas porque,


antes da CLT, a legislação regulava apenas algumas categorias profissionais específicas ou
diziam respeito a determinadas questões do direito processual do trabalho. Além disso, por
não ser completamente regulado, um processo trabalhista demorava muito para ser julgado. A
CLT, por outro lado, criou o que se chama de “celeridade processual”, que é a aceleração desse
rito.

O QUE A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA PREVÊ?

A Consolidação das Leis de Trabalho impõe regras, determina os direitos e deveres do


empregado e do empregador e define conceitos importantes para a interpretação das relações
de trabalho. Por exemplo, considera empregado toda pessoa que preste serviços regularmente
a uma pessoa ou empresa e receba salário. Além disso, deve haver uma dependência na
relação do empregador e do empregado. A legislação também prevê a igualdade de salários
para pessoas que prestam os mesmos serviços, independente de gênero (ou sexo).

Carteira de trabalho

Já a Carteira de Trabalho e a Previdência Social se tornaram obrigatórias a qualquer


pessoa empregada – considerando “emprego” qualquer prestação de serviço regular a uma
empresa ou indivíduo. Nela, devem ser registradas todas as informações da vida profissional
daquela pessoa, pois são essas informações que permitirão ela ter acesso aos direitos
previstos pela CLT, como seguro-desemprego, FGTS e benefícios previdenciários, entre outros.
O empregador pode reter a Carteira de Trabalho do funcionário para registrá-lo por no
máximo 48 horas, contando a partir do primeiro dia de trabalho. Ela deve ser devolvida com os
dados do empregador, valor do salário definido na contratação, data de admissão e cargo
ocupado.

Salário mínimo

Como o próprio nome já diz, o salário mínimo é a remuneração mais básica que uma
pessoa pode receber, de acordo com a CLT. Ele deve:

Ser pago diretamente pelo empregador a todos os funcionários – sem distinção de


gênero;

Ser pago por dia normal de serviço prestado;

Ser flexível – e sujeito a mudanças pelo Ministério da Fazenda;

Ser capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, as suas necessidades


normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.

Logo, o salário mínimo deve ser calculado por uma fórmula que leva em conta o valor
das despesas diárias de uma pessoa adulta mensalmente. Por isso, deve considerar:
alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. É expressamente proibido pela CLT
que qualquer contrato ou convenção preveja um salário inferior ao salário mínimo
estabelecido no país ou na região.

Direito à greve

Por conta da Lei nº 7.783, os trabalhadores conquistaram o direito a fazer greve. Eles
mesmos podem decidir sobre a oportunidade de exercer esse direito e sobre o que estarão
defendendo a partir da ação de greve – se é contra a perda de direitos, ajustes salariais ou
condições de trabalho, por exemplo.

Para que seu direito à greve seja exercido corretamente, os empregados devem avisar
seus empregadores sobre a iminência de greve com, no mínimo, 48 horas de antecedência. A
lei ainda prevê que o sindicato da categoria será o responsável por coletar os motivos da
greve, documentar e levar aos empregadores do setor todas as reivindicações.

O QUE MUDOU QUANTO À JORNADA DE TRABALHO?

O regime de trabalho é o tempo em que o trabalhador deve prestar o serviço pelo qual
foi contratado ou estar à disposição de seu empregador. A jornada prevista pela CLT é de, no
máximo, 8 horas diárias, o equivalente a 40 horas semanais. São permitidas até 44 horas
semanais.

Essa é a regra mais conhecida quando se comenta sobre esse conjunto de leis, porque
antes de a CLT existir não era estabelecido um limite de horas de trabalho e, por isso,
empregados chegavam a trabalhar 12 horas por dia no Brasil. Os trabalhadores têm direito a
uma hora de descanso ou para refeição em todos os dias de trabalho; e, se não for concedido
esse tempo, o valor da hora de trabalho deverá ser no mínimo 50% mais caro do que o valor
da hora normal.

Outros detalhes foram regulados também, como, por exemplo, a possibilidade de o


trabalhador não ter desconto no salário caso bata ponto com até 5 minutos de atraso, sendo
tolerados 10 minutos de atraso em um dia.

Trabalho no período noturno

É considerado um trabalho noturno aquele que for realizado entre as 22 horas de um


dia e as 5 horas da manhã de outro. A remuneração de quem trabalha durante a noite deve ser
20% mais alta do que a pessoa que faz o mesmo serviço, durante o dia. Porém, essa regra não
vale caso os empregados revezem esse turno semanalmente ou quinzenalmente.

Horas extras

Também de acordo com a CLT, o trabalhador pode firmar um contrato individual ou


coletivo pelo cumprimento de horas extras, mas não pode ultrapassar duas horas diárias. Fora
isso, o valor da hora extra precisa ser ao menos 20% mais caro que o valor das horas normais
que ele cumpre.

Descanso semanal

É direito de todo trabalhador o descanso semanal de, no mínimo, 24 horas


consecutivas – inclusive com a preferência de que seja num domingo. E, quando se tratar de
serviços também prestados no domingo, deve haver revezamento mensal entre os
funcionários.

Férias

Para cada período de um ano trabalhado, o trabalhador tem direito a 30 dias de férias
remuneradas. Ou seja, é proibido qualquer desconto de salário relativo a esse período de
descanso. Se a pessoa tiver menos de um ano de contrato, o tempo será calculado
proporcionalmente aos dias trabalhados e uma nova contagem será iniciada no retorno das
férias. Quando a pessoa tiver faltas não justificadas, ela terá direito a menos dias de férias,
calculados proporcionalmente aos dias em que faltou.

As férias podem ser divididas em dois períodos, nunca inferior a dez dias corridos. A
empresa também pode conceder férias coletivas a todos os trabalhadores ou a determinados
setores dela, cuja decisão deve ser comunicada ao Ministério do Trabalho e ao sindicato da
categoria em questão.
Faltas justificadas

A CLT regulou um assunto muito importante para qualquer trabalhador: as faltas. Ela
prevê o número de dias que um funcionário pode faltar de acordo com o motivo pelo qual
precisa fazê-lo. Esses são os casos especificados por lei:

Por falecimento de cônjuge, parentes ascendentes (pais e avós), parentes


descendentes (filhos e netos, por exemplo), irmãos ou dependentes: falta por 2 dias;

Depois do casamento: falta por 3 dias;

Após nascimento de filho, no caso dos pais (licença-paternidade): originalmente, a CLT


determinava a possibilidade de falta por 5 dias, porém a ex-presidente decretou uma lei que
permite ao pai uma licença de 20 dias;

Por doação voluntária de sangue (uma vez a cada doze meses de trabalho): falta por 1
dia;

Para cumprir exigências do serviço militar;

Para realizar provas de exame vestibular para cursos de ensino superior;

Quando precisar comparecer a juízo – pode ser participação num júri, numa audiência
ou qualquer compromisso em que o funcionário seja obrigado a comparecer.

Licença-maternidade

A licença-maternidade é uma licença remunerada de 120 dias (4 meses) às mulheres


após o parto – por opção, em algumas empresas e órgãos são concedidos 180 dias (6 meses)
de licença-maternidade. Também é assegurado à mulher a estabilidade no emprego desde o
momento da confirmação da gravidez até 5 meses depois do parto. O benefício pode ser
estendido para pais viúvos ou no caso de adoção.

Foto: domínio público.

Quais são as obrigações do empregador?

A Consolidação das Leis de Trabalho permitiu que fossem conferidos direitos ao


trabalhador que dizem respeito, na verdade, aos deveres dos seus empregadores. São medidas
que farão diferença na vida financeira dos trabalhadores, principalmente.

FGTS e aposentadoria

O empregador deve recolher 8% do salário bruto do funcionário para o Fundo de


Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Esse dinheiro é depositado em uma conta com o nome
do funcionário na Caixa Econômica Federal. O objetivo do FGTS é garantir uma reserva
financeira em momentos de necessidade. Por isso, o trabalhador pode sacar o valor
depositado por todo o tempo em que trabalhou nos casos de:

Demissão (sem justa causa);

Aquisição de casa própria;

Diagnóstico de câncer;

Diagnóstico de AIDS;

Aposentadoria.

Além disso, um percentual do salário do empregado é destinado à Previdência Social –


ou seja, para que ele tenha acesso a aposentadoria e outros benefícios previdenciários. Para
saber mais sobre a história da Previdência no Brasil, veja este post.

13º Salário

O pagamento do 13º salário é feito com base na remuneração mensal e pode ser
parcelado em até duas vezes. A primeira, até 30 de novembro e a segunda, até 20 de
dezembro do mesmo ano.

Sua origem remonta à Lei 4.090/62, assinada durante o governo João Goulart.
Conforme trazido pela revista Superinteressante, entende-se que a razão de o benefício não
ter surgido junto com a CLT, em 1943, foi por pressões empresariais. Não era a intenção de os
empresários que o benefício fosse obrigatório. Apesar disso, eram comuns as chamadas
“bonificações de Natal” aos empregados, sobretudo em anos de sucesso para às empresas.

Em meio às crises e disputas políticas pelas quais o país passava na década de 1960, o
governo Jango cedeu à pressões de grupos trabalhistas e estabeleceu o 13º em lei. Desde
então, este tem sido um benefício pago aos empregados.

No ano de 1965, início da Ditadura Militar, foi lançada a Lei 4.749 que previu o
adiantamento de uma parcela do salário mínimo entre janeiro e novembro.

Por fim, na Constituição Cidadã, de 1988, o benefício foi consolidado, no Artigo 7º,
Inciso VIII.

QUEM NÃO ESTÁ INCLUSO NAS REGRAS DA CLT?


Como já foi dito, a Consolidação das Leis de Trabalho trata do trabalho na esfera
privada, em áreas urbanas e rurais. Porém, alguns setores não têm suas normas trabalhistas
reguladas pela CLT. Essa legislação não se aplica a:

1. Trabalhadores rurais – as pessoas que trabalham diretamente com a agricultura e a


pecuária e cujas atividades não sejam consideradas “industriais ou comerciais”, por conta da
forma como é executado o trabalho e também da sua finalidade.

2. Funcionários públicos – da União, dos Estados e dos Municípios.

3. Servidores de autarquias públicas – são entidades criadas por lei, com patrimônio
público ou misto, que realiza obras, serviços e atividades de interesse público e coletivo, de
acordo com o jurista Hely Lopes Meirelles. Apesar de obedecerem às regras do Estado,
respondem pelas suas finanças, exercem direitos e obrigações. Por isso, são consideradas
autônomas. Os servidores dessas autarquias podem ser considerados funcionários públicos,
também.

Como já se sabe, o governo está promovendo uma série de reformas, e a das leis
trabalhistas é uma delas, que visa a flexibilizar essas regras. No vídeo (link abaixo), trazemos a
discussão sobre o fenômeno da uberização e trabalho informal, que tem surgido em meio à
essa flexibilização. Confira!

Links:

https://www.politize.com.br/direitos-trabalhistas-historia/

https://www.politize.com.br/clt/

https://www.youtube.com/watch?
t=129&v=5HpkxAXSdNs&source_ve_path=OTY3MTQ&feature=emb_imp_woyt

https://www.politize.com.br/direitos-trabalhistas-no-mundo/

https://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/

You might also like