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BAURU – SP
2022
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BAURU – SP
2022
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RESUMO
ABSTRACT
This study addresses the English literary work Frankenstein or The Modern
Prometheus, by Mary Shelley, as study material for the creation of a scene. A
methodology based on physical actions will be used through the body, voice,
improvisation and movement, based on studies by Stanislavski (2016). The analysis of
the novel and its numerous adaptations in theater, cinema, among other media will
also be used for research and references. The proposal is the development of a
theoretical and practical study on the character that is the creation of Victor
Frankenstein in order to create and present a monologue of 3 acts of gothic
aesthetics.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................7
2 OBJETIVOS.....................................................................................................9
2.1 GERAL..............................................................................................................9
2.2 ESPECÍFICOS................................................................................................10
3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................10
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................10
4.2 GOTICISMO...................................................................................................12
5 METODOLOGIA DA PESQUISA...................................................................15
6 RESULTADOS ESPERADOS........................................................................18
7 CRONOGRAMA.............................................................................................18
8 REFERÊNCIAS..............................................................................................18
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1 INTRODUÇÃO
1
Percy Bysshe Shelley além de cônjuge de Mary Shelley, foi um dos mais importantes poetas
românticos ingleses. É famoso por obras como Ozymandias e The Masque of Anarchy.
2
George Gordon Byron, conhecido também como Lord Byron, foi um poeta britânico e uma das
figuras mais influentes do romantismo. Entre os seus trabalhos mais conhecidos estão os poemas
narrativos Don Juan, e o curto poema lírico She Walks in Beauty
3
John William Polidori foi um escritor inglês e médico. É conhecido por suas associações com o
movimento romântico. Sua obra mais bem sucedida foi o conto O Vampiro, uma das primeiras histórias
de vampiros publicadas em inglês, em 1819.
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Homero foi um poeta grego a quem foi atribuída a compilação da Ilíada e Odisseia, dois dos maiores
poemas épicos da Grécia Antiga. Sabe-se muito pouco sobre Homero, e informações como ano de
nascimento e local de origem são debatidas até hoje. Alguns historiadores chegam a afirmar que ele
pode não ter, de fato, existido. (MAGDALENO, 2020)
5
Platão foi discípulo de Sócrates e um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga. No período
antropológico, iniciado a partir das ideias socráticas, Platão destacou-se por ter lançado a sua teoria
idealista e por ter deixado escrita a maioria dos textos conhecidos hoje sobre Sócrates. (MAGDALENO,
2020)
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O mito de Prometeu lida com três tópicos principais: castigo eterno, o roubo do
fogo e a criação do homem. Em algumas interpretaçoes, Zeus, o principal deus grego
após derrotar os titans, ordenou que Prometeu criasse a forma dos humanos mortais
a partir do barro. Zeus posteriormente deu vida a esses bonecos de barro, mas em
seguida impediu que o homem mortal pudesse manejar o fogo, que seria apenas dos
deuses; o fogo simbolizava o conhecimento, o poder, a capacidade de criar
(CAMPBELL, 1992).
Prometeu então, seja para enganar Zeus ou por se enxergar como um criador,
decidiu roubar o fogo e entregar ao homem, achando que estava fazendo o bem à
sua criação, porém as consequências deste ato fogem de seu controle e ele é punido
por Zeus.
Prometeu é amarrado em uma rocha, em uma montanha no Cáucaso,
condenado eternamente a ter um abutre comendo seu fígado de dia, e pela noite o
seu orgão se regenera para que no dia seguinte o ciclo se repita e assim Prometeu
sofra por toda a eternidade.
Esses três temas são recorrentes em muitas culturas e movimentos artísticos,
Mary Shelley vai trazê-los ao início do seculo XIX, entre a primeira e a segunda
grande revolução industrial, quando a ciência e a tecnologia estavam em intenso
processo de renovação. Isto inclui a medicina que passava por uma reforma derivada
das guerras napoleônicas e seus inúmeros homens feridos. Por exemplo, a
transfusão de sangue, algo que é comum e corriqueiro hoje em dia, foi realizada pela
primeira vez com sucesso justo no ano de 1818, e mesmo assim foi por bastante
tempo um procedimento muito arriscado (FIGUEIREDO, 2018).
O desenvolvimento de novas técnicas ou descobertas científicas no campo da
medicina muitas vezes assusta as pessoas e gera debates. O livro Frankenstein vai
trazer para o público algumas das discussões que estavam em um processo
embrionário naquela época.
Seria possÍvel criar a vida? Trazer os mortos de volta? O cientista Victor
Frankesntein, o Prometeu moderno, é um louco com complexo de deus? Ou um
visionário que, apesar dos seus métodos esquisitos, poderia fazer descobertas que
mudariam o mundo e beneficiariam a humanidade? Muitas dessas discussões ainda
existem.
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A autora estava consciente destes debates, tanto que coloca como inspiracões
do jovem Victor alguns dos mestres da medicina no renascimento e idade média
como Albertus Magnus6 e Paracelsus7 que buscavam encontrar os limites entre a vida
e a morte assim como o cientista no romance. A criatura de Frankenstein é gerada de
forma desumana movida pela ambição de um humano que busca reconhecimento,
sequer recebe um nome e é desprezada pela humanidade. Qual seria o propósito
desta criatura miserável? Somente perambular por aí sofrendo com o desprezo das
pessoas?
No romance é também mencionada a “essência da vida”, cuja explicação não é
explicitada. Mas na grande maioria das adaptações, é retratado como a eletricidade,
com a presença de raios dando vida a algo.
Com base nessa contextualização, pretende-se criar um monólogo cênico
focado na figura da personagem da criatura fruto da obsessão de Victor Frankenstein.
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Criar um projeto de pesquisa cênica junto com uma apresentação prática
cênica em formato de monólogo. O monólogo será feito pelo pesquisador
interpretando a criatura da obra de Frankenstein. Será uma apresentação dramática
abordando não somente as discussões de bioética e ciência, mas também um
desabafo do lado humano da criatura que é desprezada somente pelo fato de existir.
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Albertus Magnus foi um filósofo, teólogo e cientista alemão do século 13 do período medieval . Ele
está principalmente associado ao movimento medieval dominante da Escolástica, especialmente sua
incorporação do Aristotelismo ao ocidente cristão. Um dos primeiros defensores da coexistência
pacífica da ciência e da religião. (Disponível em <https://guiadafilosofia.com.br/albertus-magnus/>.
Acesso em: 04 dez 2022.
7
Paracelsus foi um Médico, filósofo, alquimista iatroquímico, e astrólogo que revolucionou a medicina
de seu tempo ao antecipar a homeopatia e o uso da química no tratamento médico. iniciou seus
estudos em Villach e depois foi para Würzburg, na Alemanha, onde se tornou discípulo de um abade,
Tritêmio, dedicado à alquimia e ao ocultismo. (Disponível em <https://www.ebiografia.com/paracelso/>.
Acesso em: 04 dez 2022)
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2.2 ESPECÍFICOS
3 JUSTIFICATIVA
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
o seu plano em prática e passa a invadir cemitérios em busca das "melhores" partes
de diferentes corpos para criar um ser sintético.
Ele então consegue dar vida a tal criatura gigantesca de seu experimento,
animada por meio de impulsos elétricos. Ao ver que sua criação foi um sucesso, o
cientista fica muito satisfeito, mas logo em seguida se depara com o problema que
acabara de criar. Com medo da gigante e tenebrosa besta, ele foge e a abandona. A
criatura recém-nascida foge do laboratório rumo a uma floresta, onde também
encontra uma bagagem com roupas e livros.
A criatura passa a morar escondida em um gazebo na fazenda de uma família.
Essas pessoas a inspiram e, por meio da observação através das frestas de madeira,
a criatura aprende a ler e a falar.
Após algum tempo, a criatura estava inspirada, toma coragem e entra em
contato com a família, esperando que eles a acolham, pois a tristeza e solidão que a
acompanhavam eram grandes.
Entretanto, o óbvio acontece, a família fica horrorizada e retalham a criatura, a
expulsando de sua residência. A partir desse momento, ela desenvolve um ódio
intenso pelos humanos e busca se vingar de quem a criara.
A criatura, após descobrir por meio dos diários de seu criador, vai até Genebra
onde mora a família de Victor e, por vingança, mata o seu irmão mais novo. A culpa
cai sobre Justine, a empregada da família, que é condenada à morte por
enforcamento.
Victor acredita que o responsável pelo crime era o ser que ele criara e passa a
procurá-lo incansavelmente. Eventualmente, os dois se encontram e a criatura
desabafa sobre a sua revolta. Ele pede para que o cientista crie uma companheira
semelhante para ele, uma criatura que possa acompanhá-lo, que não tenha medo e
nem repulsa para o abandonar.
Victor se nega, mas a criatura ameaça matar todos aqueles por quem o
cientista tem apreço. O doutor, sem saída, então concorda e cria uma versão feminina
para a criatura, mas antes de lhe dar vida, destrói o novo invento, com medo de dar
origem a uma raça de demônios horripilantes e perigosos que possam viver e se
multiplicar, destruindo os humanos eventualmente.
Então, a criatura enfurecida se vinga mais uma vez, matando o melhor amigo e
a noiva do cientista e fugindo para o Ártico. Victor, tomado pela raiva e
arrependimento, segue a sua criação no intuito de neutralizá-la.
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4.2 GOTICISMO
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A Santa Inquisição era dirigida pela Igreja Católica Romana e foi criada durante a Idade Média. Era
uma espécie de tribunal religioso que condenava todos aqueles que eram contra ou considerados uma
ameaça aos dogmas pregados pela Igreja Católica.
9
A Igreja Católica Romana designava "pagão" todos àqueles que não haviam sido batizados.
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arte das trevas, as pinturas, as esculturas e a arquitetura. Estas artes eram chamadas
pelos renascentistas de góticas, sendo essa a primeira vez que o termo “gótico” foi
utilizado.
Hoje em dia a palavra “gótica” pode ter múltiplos significados, porém este foi o
primeiro de todos os significados, a origem da palavra. Quando os renascentistas
chamavam algo de gótico eles estavam fazendo uma alusão aos godos 10, que foram
um povo bárbaro e bruto que viveu há seculos,mas que ainda eram lembrados por
serem selvagens.
Então quando os renascentistas chamavam uma pintura, uma escultura ou
uma construção de gótica eles estavam querendo dizer que aquilo era feio, mal-feito,
bruto, assim como os godos.
Com o passar do tempo, um certo estilo de arquitetura utilizada em algumas
construções da igreja católica nos tempos medievais se popularizou de tal maneira
que este estilo de arquitetura viria a ser conhecida como arquitetura gótica. Quando
finalmente a idade média chegou ao fim, este período opressor ficou conhecido como
Idade das Trevas.
Por conta das proibições da igreja católica, os cientistas eram repreendidos,
uma simples mulher na época com conhecimentos medicinais poderia ser
considerada uma bruxa e era queimada viva, e isto acabou freando por séculos a
evolução da humanidade, a ciência não conseguia evoluir, as pessoas estavam no
escuro, sem a luz do conhecimento. Este foi o primeiro passo para a cultura começar
a se tornar o que é hoje em dia.
Então eu disse, seu cabelo era ruivo; mas seus olhos eram negros como a
morte, seus cílios do mesmo tom, de comprimento abaixado, em cuja sombra
de seda se encontra a mais profunda atração, mas se a visão foge através de
sua franja de corvo, o olhar completo voa, nunca com tanta força a flecha
mais rápida voou; Tal como a cobra enrolada tardiamente, que derrama seu
comprimento, e arremessa ao mesmo tempo o seu veneno e a sua força. 11
(BYRON, 1819, tradução nossa)
5 METODOLOGIA DA PESQUISA
mostrar suas atitudes cruéis de maneira que pareça verdade, mas isso não significa
que o ator cometeria as mesmas ações nefastas que a personagem.
Após a conclusão do laboratório, o último passo será a produção do cenário,
do figurino, da maquiagem para enriquecer o conteúdo visual do monólogo.
O monólogo será dividido em três atos diferentes, onde cada um deles será
adaptado perante os acontecimentos da obra original em ordem cronológica, desde a
criação da Criatura até a sua morte junto de seu criador.
O 1º ato será chamado de Primordium 12, que dará início à apresentação com o
nascimento da criatura no laboratório, se deparando com o abandono paternal
imediato e a sua fuga atá a floresta vestido com os trapos do laboratório e o livro de
anotações de seu criador. A Criatura têm seu primeiro contato com a natureza e as
sensações que ela lhe desperta. O ato finaliza no momento em que o indivíduo
durante a sua caminhada, estando com muito frio, busca abrigo em um casebre.
O 2º ato, Vendetta13, mostrará a sua estadia escondido em seu novo abrigo
onde ele consegue observar o cotidiano de uma família diariamente, adquirindo
conhecimento a partir das conversas e histórias que escutava dos moradores, além
de desenvolver capacidades como a leitura e a escrita, possibilitando-lhe
compreender o livro que ele carregava consigo, consequentemente, descobrindo
sobre a sua nefasta origem.
A Criatura, após fazer um ato de caridade anônimo à família, decide se revelar
para os mesmos com a esperança de ser bem recebido, porém é tratado com
hostilidade. Neste momento há a revolta da criatura que jura vingança sangrenta para
com o seu criador, como escrito por Mary Shelley (2021, p. 127), "Se não posso
inspirar o amor, causarei medo".
Redemptio14 é o nome do 3º e último ato em que o Demônio, após a sua
vingança, começa a sentir dentro de sí o sentimento de redenção por conta da
empatia que sente perante aqueles que machucou. O ato dá fim ao monólogo com a
Criatura se arrependendo de suas atrocidades momentos antes de sua morte.
12
Traduzido do latim: Primórdio, origem; que se organiza primeiro. (OXFORDLANGUAGE, 2022)
13
Traduzido do latim: Vingança, castigo; pena; punição. (OXFORDLANGUAGE, 2022)
14
Traduzido do latim: Redenção, salvação, resgate. (OXFORDLANGUAGE, 2022)
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6 RESULTADOS ESPERADOS
7 CRONOGRAMA
Laboratório do ator x x x x
Entrega do trabalho x
Apresentação do
x x
monólogo
8 REFERÊNCIAS
Covil do Jack. Tudo Sobre: Cultura Gótica (Parte 1). Youtube, 31 de ago. De 2018.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0WJ7WD_9GfA&t=571s
Covil do Jack. Tudo Sobre: Cultura Gótica (Parte 2). Youtube, 1 de set. de 2018.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=T2Vwlpgdooc
Covil do Jack. Tudo Sobre: Cultura Gótica (Parte 3). Youtube, 3 de set. de 2018.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VlygOhq6YHI.