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Catalogo Eletivas Cinema e Historia
Catalogo Eletivas Cinema e Historia
1° SEMESTRE:
Justificativa:
Desde sua criação em meados do século XIX, a fotografia se impõe como uma forma de ver e
transformar o mundo. Tanto pelo seu próprio desenvolvimento técnico, que é um processo coletivo,
quanto pela sua ambivalente funcionalidade na sociedade - como obra de arte e como ferramenta de
registro tanto público quanto privado.
Como efeito de produção artística, a fotografia estimulou, com a evolução e rapidez no
desenvolvimento de suas técnicas, uma popularização que promoveu mudanças significativas nas
formas artísticas e sociais vigentes.
Nesse sentido, a fotografia se impôs como uma forma de construção coletiva de crítica e
reflexão sociais, bem como uma técnica de produção artística cuja reprodutibilidade determinou a
liberdade de criação do objeto artístico, sendo esse processo, considerado determinante nas práticas
políticas e nas construções democráticas de cidadania.
No século XX, a revolução digital e, portanto, a aceleração dos processos e a facilitação de
transmissão da fotografia pelo mundo, bem como, a popularização do acesso aos equipamentos
fotográficos e a disseminação do uso de smartphones no mundo contemporâneo, a fotografia se coloca
como importante ferramenta de socialização e de ação política.
A escola - como locus de construção da cidadania, do conhecimento, da formação da identidade,
da democratização de oportunidades e de saberes bem como de reflexão crítica do status quo e dos
processos sociais que a compõem - é o ponto de partida ideal para se trabalhar as questões que a
fotografia suscita no estudante e no cidadão em formação.
Objetivos Gerais:
v
- Refletir sobre a fotografia como ferramenta de construção da cidadania e de
democratização da informação, dos saberes e da produção e contemplação da arte.
Objetivos específicos:
Áreas do conhecimento:
Competências e Habilidades:
1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional,
nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos,
científi cos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles,
considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de
natureza científica.
3. Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza
(produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à
proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
6. Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fazendo escolhas
alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade.
v
Habilidades
v
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e
descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes
características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a
sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao
consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das
necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos sustentáveis.
(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas
de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais
e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das
desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos.
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc.,
desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação,
e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às
liberdades individuais.
v
(EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise
de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os
problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o
protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a
empatia.
3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e
colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e
solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.
Habilidades
v
de uso.
(EM13LGG202) Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo nos discursos das
diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), compreendendo criticamente o modo
como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias.
(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos
em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.
(EM13LGG305) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social,
política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo princípios e objetivos
dessa atuação de maneira crítica, criativa, solidária e ética.
(EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política
e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas.
Metodologia:
Aulas expositivas, leitura de textos específicos ao tema, utilização de recursos digitais e debates.
Recursos didáticos:
Proposta de culminância:
Cronograma:
Ações Fev./
Abr. Mai. Jun. Jul.
Meses Mar.
Exposição do percurso histórico do desenvolvimento das técnicas e
X X X X
práticas da fotografia na sociedade moderna.
Apresentação de material reprográfico sobre a História da Fotografia e
X X X X
suas contribuições para as produções acadêmica e artística.
v
Palestra e debate com profissionais da área da fotografia artística e
X X
profissional.
Apresentação de acervo para apreciação e reflexão crítica. X X X X X
Produção de texto autoral do gênero dissertativo-argumentativo acerca
das questões éticas, políticas e de conhecimento sugeridos pela produção X X
fotográfica e pelas teorias estudadas.
Produção de mostra autoral de fotografia sobre os temas objetivados no
X
projeto.
Avaliação das ações ao longo do processo X X X X X
Referências:
ADORNO, Theodor & HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro, Zahar, 1985.
BARTES, Roland. A Câmara Clara: nota sobre a fotografia. 7º ed. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2018.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre, Rio Grande do
Sul: Zouk Editora, 2012. 128p.
BERGER, John. Modos de ver. São Paulo: Martins Fontes, 1982. 167 p.
DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros ensaios. 5. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2001. 362 p.
FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. 2ª. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. HABERMAS,
Jürgen. Teoria do agir comunicativo. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
STEINKE, Valdir. Org. Geografia e fotografia - Apontamentos teóricos e metodológicos. São Paulo:
Editora Lagimgea, 2014.
2° SEMESTRE:
Justificativa:
A proposta desta eletiva é trazer o dinamismo do cinema para as aulas de História, abrindo
possibilidades de conexão com o componente de Arte. O diálogo entre a História e o Cinema possibilita
um olhar interdisciplinar ao relacionar a técnica e as vertentes artísticas presentes nos filmes com os
seus contextos de produção e objetivos. Assim, o filme pode ser analisado como uma fonte histórica
tanto pelo contexto retratado quanto a partir dos marcos temporais que permeiam sua produção.
v
As intencionalidades da produção artística, os elementos figurativos escolhidos pelo roteirista e
pelo diretor, as formas artísticas, a fotografia do filme e referências utilizadas passam a ser ferramentas
para a apropriação da obra cinematográfica. Não se objetiva teorizar ou observar apenas as questões
técnicas detalhadas sobre os filmes e documentários.
Preferencialmente, busca-se proporcionar ao estudante a possibilidade de apropriação da
linguagem cinematográfica como um meio de diálogo com os eventos históricos e artísticos.
A arte é fruto da inspiração de uma determinada pessoa. Esta inspiração se dá através de
relações sociais que o artista tem, com o local onde vive e com a época em que vive. Portanto podemos
utilizar a arte também como fonte histórica, como algo a ser analisado e através dela chegar a possíveis
conclusões de como as pessoas viviam, do que gostavam, do que achavam de determinado assunto
pertinente à época em que viviam etc.
De acordo com Meirelles (2004), por meio da análise mediada do filme é que podemos nos
apropriar do “modo como aparece representada a organização social, as hierarquias e as relações
sociais. Como são percebidos e mostrados pelos cineastas: lugares, fatos, eventos, tipos sociais, relações
entre o campo e a cidade, rico e pobre, centro e periferia etc.”. Assim, com o auxílio do professor, o
estudante passa a observar não somente o enredo do filme, mas passa a compreender a diversidade de
pontos de vista sobre a produção, contexto do filme e os sentidos implícitos da obra.
No que tange aos filmes de cunho histórico, busca-se analisar a perspectiva histórica
apresentada pelo filme, bem como as versões sobre o evento. Porém, cabe ressaltar que o filme de
cunho histórico se diferencia de um documentário, portanto, não carrega o peso teórico do confronto
de fontes ou da análise historiográfica. Compreende-se também que o acesso dos estudantes ao
conhecimento histórico muitas vezes apresenta-se inicialmente por meio de filmes exclusivamente nas
aulas de História. Filmes que retratam eventos históricos possuem, pelos seus recursos e abordagens,
um maior fascínio, uma característica própria devido à sua linguagem imagética. Porém, como
caracteriza o pesquisador Jairo Carvalho Nascimento, essa não é propriamente uma regra, mas, um
meio de análise inicial para se pensar a relação entre a história e o cinema.
Para Carvalho Nascimento (2008, p.11), “o conhecimento não é ‘algo’ dado pela imagem; é
construído a partir de problematizações; e, no espaço escolar, essa construção dá-se na interação entre
professor/estudante”. Portanto, cabe ao professor um papel essencial, tanto na mediação e,
principalmente, na problematização da representação cinematográfica sobre o evento histórico.
Ao relacionar o acesso ao conhecimento histórico por meio da via cinematográfica nas análises
de filmes e documentários a partir da pesquisa, da elaboração de roteiros e da produção de releituras,
busca-se atingir as zonas não visíveis do passado das sociedades, como nomeou Marc Ferro em seu
longo estudo sobre a sétima arte e a história (FERRO, 1992). Segundo Ferro (1992), ao realizar a análise
histórica e social do filme, passa-se a observar as potencialidades de uma obra cinematográfica e seus
contextos de produção. Investigar, por exemplo, uma situação problema de natureza histórica a partir
de filmes que retratam o mesmo evento, porém, com versões diferentes.
O contexto da elaboração do filme, tanto na percepção dos seus personagens, quanto na sua
produção, também carrega uma linguagem acessível e presente na vida do estudante contemporâneo.
Inserido no mundo das mídias digitais, games e redes sociais, o universo televisivo e cinematográfico
permanece numa constante na vivência da maioria dos estudantes do Ensino Médio. Evidentemente,
ressalvadas as exceções, o fascínio por um filme, um personagem ou atores, permeia o imaginário dos
jovens.
Filmes de ficção e animações também são excelentes ferramentas para relacionar o estudo da
História e as obras cinematográficas. Temas como distopias, viagens no tempo, percepções subjetivas
ou personagens mitológicos são ferramentas profícuas de análise de contexto e impressões sobre os
períodos históricos, contextos artísticos ou a própria construção da narrativa histórica.
v
Objetivo Geral:
Objetivos específicos:
Áreas do conhecimento:
Competências e Habilidades:
Competências Específicas
1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional,
nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos,
científi cos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles,
considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de
natureza científica.
Habilidades
v
Metodologia:
Recursos didáticos:
Proposta de culminância:
Cronograma:
Ações
Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Meses
Elaboração das temáticas e mobilização dos envolvidos; X
Discussão, reflexão e elaboração de ações com os estudantes sobre
as vozes silenciadas ao longo da história, no nosso país e na cidade
X X
em que vivem;
Discussão, reflexão e elaboração de ações com os estudantes sobre
as vozes silenciadas na família, na escola e as que eles mesmos X X
silenciam no dia a dia;
Produção e apresentação de cartazes, paródias, maquetes,
X X X X X
seminários, rodas de conversa etc;
Realização de culminância do Projeto com: peças teatrais,
X X
coreografias e exposições;
Avaliação das ações realizadas ao longo do processo. X X X X X
Referências:
AZZI, R. Cinema e educação: orientação pedagógica e cultural de vídeos. São Paulo: 1996. CARVALHO DO
NASCIMENTO, J. (2008). Cinema e ensino de história: realidade escolar, propostas e práticas na sala de
aula. Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, vol. 5, ano V, nº 2. Disponível em:
https://revistafenix.emnuvens.com.br/revistafenix/article/view/34. DORMIEN, I. K. Jogos teatrais. São
v
Paulo: Perspectiva, 2001.
MACHADO, A. (Org.). Made in Brasil: três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2003.
NAPOLITANO, M. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. NOVA, C. O cinema e
o conhecimento da história. Olho da História, Salvador, v. 2, n. 3, p. 226, nov. 1996.
PALLOTTINI, R. Dramaturgia: a construção do personagem. São Paulo: Ática, 1989. PARAIRE, P. O cinema
de Hollywood. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
RAMOS, A. D. Mídia e Arte: aberturas contemporâneas. Porto Alegre: Zouk, 2006. SANTAELLA, L. A
percepção. São Paulo: Experimento, 1993.
SARAIVA, L.; CANNITO, N. Manual de roteiro, ou Manuel, o primo pobre dos manuais de cinema e TV.
São Paulo: Conrad, 2004.
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2005. VASCONCELOS, L. P. Dicionário do
teatro. São Paulo: Coleção L&PM Pocket, 2009. WISNIK, J. M. O som e o sentido. Uma outra história das
músicas. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.