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Desenvolvimento Cerebral
Desenvolvimento Cerebral
processos de aprendizagem
PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.
Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais
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Desenvolvimento do sistema nervoso humano
A geração de uma nova vida se dá depois que o espermatozoide (gameta masculino)
penetra no óvulo (gameta feminino) formando a primeira célula do novo organismo, o
zigoto. Contendo a carga genética materna e paterna, o zigoto inicia as transformações
que originarão o embrião e depois o indivíduo adulto. O desenvolvimento do sistema
nervoso se inicia com poucas células do embrião, células essas denominadas células-
tronco neurais e sofre, ainda no útero, um explosivo crescimento chegando a atingir, a
partir de sucessivas divisões celulares (mitóticas), centenas de bilhões de células (LENT,
2010).
O tubo neural passa por transformações e se torna uma estrutura composta de três
dilatações, conhecidas como vesículas encefálicas primitivas (chamadas de vesícula
rostral, do meio e caudal) e que darão origem às principais estruturas do sistema nervoso
do indivíduo adulto.
A vesícula rostral é chamada prosencéfalo e dá origem ao telencéfalo (este, por sua vez,
originará o córtex cerebral e os núcleos de base) e o diencéfalo. A vesícula do meio é
chamada mesencéfalo; como não se modifica muito, continua sendo chamada assim. A
vesícula caudal é chamada de rombencéfalo e, ao se dividir, dá origem ao metencéfalo
(que por sua vez originará o cerebelo e a ponte) e ao mielencéfalo (que originará o bulbo).
Para trás do mielencéfalo, o tubo neural continua cilíndrico e gradativamente se
transforma na medula espinhal do indivíduo adulto.
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Desenvolvimento cerebral
Dentre as estruturas do SNC anteriormente citadas, o cérebro é a maior parte do encéfalo,
apresentando centros nervosos que estão relacionados a diversas funções do organismo
como a capacidade sensorial, cognitiva, de aprendizagem, memória, percepção corporal,
orientação espacial e coordenação motora. O desenvolvimento cerebral passa por etapas
ao longo do desenvolvimento embrionário:
Indução neural
Proliferação celular
Diferenciação/maturação neural
Sinaptogênese
Os neurônios apresentam uma especialização morfo-químico-funcional que permite a
formação de redes neurais, conexões entre neurônios ou entre neurônios e estruturas
efetuadoras (como por exemplo, na placa neuromuscular). Estas conexões ou
comunicações se denominam sinapses e permitem a passagem do impulso nervoso entre
células. As sinapses químicas são as mais comuns, sendo que nesse tipo de conexão os
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neurônios sintetizam substâncias químicas genericamente denominadas
neurotransmissoras que afetam (inibem ou excitam) a atividade neuronal. O cérebro
infantil tem uma quantidade excessiva de sinapses; esta exuberância sináptica continua
até o início da adolescência, quando então começa a ser reduzida por eventos regressivos
(LENT, 2010; REED, 2015).
Aprendizagem e memória
O processo de aquisição das novas informações que vão ser retidas na memória é
chamado aprendizagem. Através dele, nos tornamos capazes de orientar o
comportamento e o pensamento. A memória, por sua vez, é o processo de arquivamento
seletivo dessas informações, pelo qual podemos evocá-las sempre que desejarmos,
consciente ou inconscientemente. De certo modo, a aprendizagem pode ser vista como
um conjunto de comportamentos que viabilizam os processos neurobiológicos e
neuropsicológicos da memória, sendo importante destacar que todos os animais são
capazes de aprender, o que significa que todos têm algum tipo de memória e a
capacidade de aprendizagem dos animais pode ser reduzida a dois tipos principais:
associativa e não associativa.
Estilos de aprendizagem
Os estilos de aprendizagem possuem diversas tipologias, estes modelos foram então
propostos pela concepção de cada pesquisador responsável, afinal estilos são modos
característicos e dominantes da forma que os indivíduos recebem e processam
informações. Considera-se então que, como as informações nos chegam das mais diversas
formas, poderemos ser mais eficientes se desenvolvermos essas diferentes habilidades de
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lidar com as informações. Segundo Cavellucci (2005), podemos listar quatro dimensões de
estilos de aprendizagem:
Os racionais gostam de aprender fatos. São mais detalhistas, memorizam fatos com
facilidade, saem-se bem em trabalhos práticos (laboratório, por exemplo). Tendem a
ser mais práticos e cuidadosos que os intuitivos.
Os intuitivos preferem descobrir possibilidades e relações. Sentem-se mais
confortáveis em lidar com novos conceitos, abstrações e fórmulas matemáticas,
além de serem mais rápidos no trabalho e mais inovadores.
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de toda a vida, e o cérebro continua a se adaptar e formar novas conexões neurais, o que
pode ser estimulado por meio de desafios intelectuais e atividades que incentivem o
aprendizado constante.
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Referências
CAVELLUCCI, L.C.B. Estilos de Aprendizagem: em busca das diferenças individuais.
Curso de Especialização em Instrucional Design, v. 33, p. 1-12, 2005.
REED, U.C. O Desenvolvimento Normal do Sistema Nervoso Central. In: NITRINI, Ricardo;
BACHESCHI, Luiz Alberto. A neurologia que todo médico deve saber. 3.ed. São Paulo:
Atheneu, 2015.