You are on page 1of 22

ORÍ E A

ESCOLHA
DO DESTINO
DOS HOMENS

Do Livro “ Ifá an Exposition of Ifá Literary Corpus”


De Wande Abimbola
ORÍ E A ESCOLHA DO DESTINO DOS HOMENS

Do Livro “ Ifá an Exposition of Ifá Literary Corpus”


De Wande Abimbola

O Yoruba tem uma forte crença na predestinação. Eles acreditam que o sucesso ou o fracasso de
qualquer pessoa depende em grande parte do tipo de escolha que ele fez no Orun. Algumas pessoas
escolhem uma vida de pobreza e simplicidade enquanto outras escolhem uma vida de riqueza e
glamour. Alguns escolhem uma vida curta enquanto outros escolhem uma vida longa. Esta crença na
predestinação é usada para explicar o sucesso ou o fracasso de qualquer pessoa na Terra. Se a pessoa
repentinamente se torna rica o Yoruba diz que isso se deve à sua escolha de predestinação feita no
Orun. A mesma coisa é dita quando a pessoa morre na flor de sua juventude ou se ele fracassa em uma
importante diligência. Segue-se, portanto, que se o esforço humano de uma pessoa pode não ser
determinante para o seu sucesso ou fracasso, esses, na maior parte, podem ser creditados à
predestinação.

Nós conhecemos e escolhemos nosso destino no céu,


Mas quando chegamos a Terra,
Nos tornamos impaciente.

Predestinação é conhecida entre os Yorubas por diferentes nomes. Algumas vezes é conhecida como
àyànmó (escolha), ou ìpín (porção predestinada), ou kádàrá (porção divina para o homem) ou ipòrí
(cabeça interior). Qualquer que seja o termo pelo qual a predestinação é conhecida, ele está sempre
associado com o Orí (a cabeça interior).
Acredita-se que o símbolo da liberdade de escolha é Orí, o qual todos receberam no Orun. O destino
dos homens, vale dizer, seu sucesso ou fracasso na vida, depende em grande parte do tipo de cabeça
que ele escolhe no céu.

Segundo dois ditados Yorubas:

Aquele que é inteligente e sábio


É feito inteligente e sábio por seu Orí
Aquele que não é inteligente
É feito tolo como um pedaço de inhame por seu Orí

Alguns não gostam de ser o homem aliviado de sua carga


É o do homem quem traz o alívio.

O Yoruba considera o Orí como uma das Divindades de seu panteão. Orí é considerado a maior
Divindade entre todas. O Orí de cada ser humano é tido como a Divindade pessoal de cada um,
supostamente mais interessada nas questões individuais das pessoas que quaisquer outras Divindades
ligadas a elas. Como uma Divindade, o Orí é reverenciado e propiciado pelos Yorubas. Há vários esse
Ifá que falam da adoração e propiciação do Orí, inclusive com sacrifícios.

Em Eyiogbe:

A Ianda foi foi pedido para que faça um sacrifício


E propicie seu Orí
Em Eyiogbe:
Foi dito a mim que quando voltasse para casa,
Que deveria levar cuidadosamente meus ikins sagrados de divinação.
Que deveria lavar persistentemente minha bolsa de divinação,
E oferecer uma galinha para meu Orí com sacrifício

FOTO

O Orí é guardado numa espécie de recipiente próprio, o Ilé Orí, com a forma cônica, que segue a
forma do próprio Orí.

Orunmila é tido como o parta-voz das outras Divindades. É através dele que alguém pode os desejos
das outras Divindades. Como porta-voz de Orí, Orunmila é considerado leri-ipin (testemunha da
escolha do destino dos homens). Acredita-se que Orunmila esteve presente quando cada pessoa
escolheu seu destino no Orun. Sendo assim, não é difícil para Orunmila, através do sistema divinatório
de Ifá, dizer os desejos de seu Orí para cada pessoa aqui da Terra. Considerando que o destino de cada
um foi decidido no Orun, torna-se vital para cada ser humano consultar a Ifá de tempos em tempos,
para que ele possa saber o que contenta ou descontenta o seu Orí. Assim fazendo, todos estariam aptos
a trilhar o caminho já definido por si mesmo no Orun, sem maiores problemas. E é exatamente por isso
que o Yoruba acredita no sistema divinatório de Ifá com um importante fator na vida de qualquer
pessoa.

Falando claramente, portanto, pode-se dizer que quando uma pessoa consulta Ifá, tudo o que ela está
fazendo é descobrir as vontades de seu Orí. Ifá é meramente o porta-voz, um intermediário entre quem
o consulta e seu Orí. Ifá traz as mensagens de Orí e dos Orishas até o consulente e encaminha os
sacrifícios feitos posteriormente até Orí e às outras Divindades. A função das outra Divindades é
ajudar Orí a conduzir cada pessoa dentro do seu destino de vida. Qualquer coisa não aceita pelo Orí de
uma pessoa não pode ser conseguida por nenhuma Divindade.

Mesmo as Divindades têm seu próprio Orí dirigindo sua vida diária. Assim como os seres humanos, os
Deuses ficam sabendo as vontades de seus Orís consultando Ifá. Inclusive Orunmila consulta seus
instrumentos de Ifá para descobrir as vontades de seu Orí.

As seguintes mensagens retiradas de unm ese Ifá de Ogunda Meyi mostram como o próprio Orunmila
consulta Ifá para saber as vontades de seu Orí.

No primeiro trecho:

Iku, Arun, Ofo, Egba, Ese ( Morte, Doença, Perda, Paralisia, Maldade)
Estavam todas de olho em Orunmila
Eles disseram que um dia
Eles iriam matá-lo
Orunmila então preparou seus instrumentos divinatórios para consultar seu Orí
No segundo trecho:

Alguma coisa assustou Orunmila


E ele foi para casa
E consultou seu Orí sobre isso.
O TEMA ORÍ NOS ESE IFÁ

O conceito de Orí analisado anteriormente é um fascinante tema que atravessa muitos ese Ifá. A
maioria deles são encontrados em Ogunda Meyi e Ogbe Ogunda, mas sendo o conceito de Orí
tão vital para a divinação de Ifá, não é surpresa nenhuma verificar que quase todo ao Oddun
contém ao mesmo tempo um ese lidando com esse tema de uma forma ou de outra.

Em Ogbe Ogunda:

É uma armadilha que nos pega de surpresa.


Ifá foi consultado para Oriseeku, filho de Ògún;
Ifá foi consultado para Orilèémèré, filho de Iya;
Ifá foi consultado para Afùwape, filho de Ifá
No dia em que estavam indo a casa de Olódúmaré para escolherem suas cabeças.
Esses três eram amigos.
Um dia, debateram
E decidiram que viriam para o Ayé.
Combinaram que ao chegar no Ayé,
Iriam morar juntos,
Talvez Ayé seria melhor para eles que Orun.
Pediram o conselho dos mais velhos.
E foi dito a eles que, antes de vir ao Ayé,
Deveriam antes ir à Àjàlá.
Para escolher seus Orís.
Porém, foram avisados: “Vocês devem respeitar uma proibição.
Quando estiverem indo,
Não devem se desviar para a direita.
Nem para a esquerda.
Vocês devem ir direto para a casa de Àjàlá”.
Eles foram avisados:
“Mesmo que vocês ouçam a voz de seus pais pelo caminho,
Vocês não devem ir à eles”.
Foi dito a eles que fossem direto para a casa de Àjàlá.
Foi dito a eles que após terem escolhidos seus Orís com Àjàlá
Eles deveriam ir para o Ayé.
Eles prometeram ouvir o aviso.
Eles se prepararam.
E começaram sua jornada para a casa de Àjàlá,
O modelador de Orís.
Após andar alguma distância,
Eles encontraram Afabere-gúnyán (‘aquele que pila inhame`)
Pilando inhame com uma pequena agulha.
Eles disseram: ‘Pai, nós te saudamos`
O Pai respondeu : ‘Muito obrigado`.
Eles retrucaram: ‘Por favor, senhor,
Nós estamos indo para a casa de Àjàlá`.
Afabere-gúnyán disse que deveria primeiro terminar de polar seu inhame
Antes de mostrar-lhes o caminho.
Afùwape pegou a agulha dele,
E começou a pilar o inhame com ela.
Ele pilou o inhame por três dias
Antes de terminar de pilar.
Afabere-gúnyán disse a eles que
Eles podiam ir.
Ele disse que após viajar certa distância,
Deveriam virar à direita
Onde iriam encontrar um porteiro.
Deveriam perguntar a ele o caminho.
Após viajar certa distância,
Chegaram a certo local.
Oríseeku, o filho de Ògún, ficou imóvel
Pois ouviu seu Pai se aproximando:
Enquanto seu Pai pegava sua aljava;
Enquanto seu Pai pegava seu arco.
Então Oríseeku, disse que iria
Ajudar seu Pai a se preparar para a guerra.
Mas, seus companheiros lembraram-no que
Eles haviam sido avisados
Que não deveriam ir a nenhum lugar fora de seu caminho.
Então Oríseeku, o filho de Ògún foi em frente,
Dizendo que seus companheiros estavam corretos.
E eles continuaram sua jornada.
Após viajar certa distância,
Chegaram a casa de Orúnmilà.
Eles ouviram Orúnmilà batendo cuidadosamente em seu Opon Ifá.
Então Afùwape ficou imóvel.
Os outros dois instigaram-no a continuar.
Mas Afùwape disse que não iria continuar
Até ter visto seu Pai.
Seus amigos o lembraram do aviso que havia sido dado à eles.
Mas Afùwape recusou-se asperamente.
E insistiu que ele deveria ver seu Pai.
Então apressou-se para a casa de seu Pai.
Os outros dois o deixaram
E seguiram sua jornada.
Quando Orúnmilà viu Afùwape,
Perguntou onde ele estava indo.
Afùwape disse que estava indo para o Ayé,
E que deveria primeiro ir até Àjàlá para escolher seu Orí.
Então Orùnmilá tocou seus instrumentos divinatórios,
E tocou a cabeça de Afùwape com eles.
Quando lançou seus instrumentos ao chão,
Ogbèy`onú (também chamado de Ogbègùndá) foi o Oddun que apareceu.
Quando os Babalawos da casa de Orùnmilá estudaram o Oddun cuidadosamente,
Disseram: ‘Você, Orùnmilá,
Seu filho está indo em uma jornada para certo lugar,
Para que escolha um bom Orí,
Deixe-o fazer Ebo?
Foi dito a eles que fizessem Ebo com três sacos de sal.
E três vezes doze mil búzios.
Então, pediram a Afùwape que continuasse sua jornada.
Quando Afùwape saiu da casa de Orùnmilá,
Ele não viu Oríseeku, o filho de Ògún,
Nem Orílèémèré, o filho de Ìya.
Eles haviam partido.
Quando eles dois estavam indo,
Chegaram ao guardião do primeiro portão
Perguntaram pela casa de Àjàlá.
Mas o primeiro disse que a casa de Àjàlá estava muito longe.
Disse que se não fosse tão longe,
Ele os levaria lá.
Os dois ficaram com raiva e os deixaram,
Para perguntar para outra pessoa.
Enfim ele alcançaram à casa de Àjàlá.
Quando chegaram à casa de Àjàlá,
Não o encontraram em casa.
Decidiram esperar por ele.
Quando, no segundo dia, Àjàlá não havia retornado,
Eles disseram às pessoas da casa de Àjàlá
Que tinham vindo por uma certa coisa.
Disseram que tinham vindo escolher seus Orís.
O povo da casa de Àjàlá respondeu:
‘Se essa é a sua missão,
Inúmeros Orís estão disponíveis`.
Os levaram até o depósito de Orís de Àjàlá.
Quando Oríseeku entrou,
Escolheu uma cabeça recem feita,
Que Àjàlá não havia cozinhado por inteiro.
Quando Orílèémèré entrou,
Ele escolheu uma cabeça muito grande,
Sem saber que estava quebrada.
Ambos colocaram suas cabeças de barro
E se apressaram
Em seu caminho para Ayé.
Um pouco antes de chegarem à Terra,
Começou a chover.
Suas cabeças incharam mais e mais
Até que os lados de suas cabeças estarem completamente gastos,
Caindo em pedaços.
Até que o que restou era chato e pequeno.
Foi neste estado que eles chegaram ao Aye
Eles trabalham e trabalham,
Mas não conseguem nenhum lucro.
Se negociassem com meio centavo,
Levava eles
A perder um centavo e meio.
Quando assim faziam
Por aproximadamente dez anos
Sem esperança de melhoramento,
Eles adicionaram dois búzios à três,
E foram consultar os Babalawos,
Esses sábios homens (os Babalawos) disseram a eles que
Seu erro estava nos maus Orís que haviam escolhido.
Eles perguntaram: “quando vocês estavam vindo à Terra,
Vocês tomaram chuva?”
Os dois responderam: “sim tomamos.”
Os Babalawos disseram: “Quando estavam vindo ao Aye,
Vocês escolheram Orís ruins.
Se eram cabeças que não haviam cozidas,
Devem estar quebradas.
Enquanto vocês estavam vindo para Terra,
E vocês foram atingidos pela chuva,
As más cabeças que escolheram foram se desfazendo,
E caindo aos pedaços.
Antes de chegar ao Aye,
Suas cabeças ficaram muito chatas.
Desde que todo o lucro do trabalho que vocês vêm realizando.
Vocês estão usando para compensar as partes que faltam dos seus Orís ruins.
Somente quando vocês conseguirem fazer o bem o suficiente
Que vocês conseguiram restaurar seus tamanhos Originais
E começar a prosperar muito.

Quando Afùwape estava vindo,


Andou algumas distâncias
E chegou ao porteiro do primeiro portão.
Ele perguntou a ele o caminho para a casa de Àjàlá.
O porteiro disse que primeiro iria terminar de cozinhar sua sopa.
Então Afùwape sentou pacientemente perto dele
Ajudando- o a alimentar o fogo.
Enquanto Afùwape estava o ajudando a manejar o fogo,
Ele percebeu que o porteiro estava colocando cinzas em sua sopa.
Então disse: ‘Pai, o que você esta botando em sua sopa são cinzas.’
O pai disse que era isso que sempre comia.
Afùwape então pegou um de seus sacos de sal,
Tirou um pouco
E colocou na sopa.
Quando o porteiro provou
Perguntou a Afùwape onde ele conseguiu tal coisa.
Implorou a Afùwape para dar lhe um pouco mais.
Afùwape concordou,
E deu a ele os dois sacos de sal.
Quando terminaram de cozinhar a sopa,
O porteiro levantou,
Começou a seguir o caminho
E Afùwape o seguiu.
Andaram muito.
Andaram e andaram
Assim chegaram perto da casa de Àjàlá.
Eles ouviram o barulho de alguém gritando.
O porteiro disse: ‘este barulho vem da casa de Àjãlá.”
Ele disse: ‘Isso mostra que Àjàlá não está em casa.
Ele se escondeu para fugir de seus credores,
O credor é que está fazendo todo esse barulho.’
O porteiro perguntou a Afùwape que se ele tinha dinheiro.
Afùwape disse que sim.
Então o porteiro disse que se Afùwape visse o credor de Àjàlá,
Ele devia ajudar a Àjàlá a pagar seu débito.
Quando Afùwape chegou a casa de Àjàlá,
Encontrou o credor.
Gritando e bufando feito um cavalo.
Então, Afùwape perguntou qual era a quantia envolvida.
O credor disse que a quantia era de doze mil búzios.
Afùwape abriu sua bolsa,
Tirou o dinheiro, e pagou o débito.
Após ter pago o dinheiro, e o credor ter ido embora,
Àjàlá pulou do telhado,
Onde tinha se escondido.
Ele cumprimentou Afùwape.
E Afùwape cumprimentou à ele
Ele perguntou a Afùwape se ele havia encontrado alguém em casa
Afùwape disse que havia encontrado alguém,
Que disse que você (Àjàlá) devia à ele doze mil búzios.
Afùwape disse que havia pago o dinheiro.
Àjàlá então agradeceu à Ajùwape
E perguntou o que ele queria.
Afùwape disse que havia ido lá para escolher um Orí.
Àjàlá então o pegou
E pediu que o acompanhasse.
Após algum tempo,
Chegaram ao depósito de cabeças de Àjàlá.
Lá encontraram duzentas e uma cabeças
Àjàlá bateu com seu cajado de ferro em uma.
E ela se quebrou em pedaços.
Àjàlá disse: ` Viu isso?
Essa não está boa’.
Ele viu outra,
E jogou seu cajado de ferro nela.
Essa também quebrou em pedaços.
Àjàla disse que também não servia.
Assim, continuaram procurando,
Até que Àjàlá viu uma ,
E atirou seu cajado de ferro nela também.
Ela fez um som alto.
Ele a pegou,
E atirou-a no chão.
E ela rolou pelo chão.
Ele a entregou para Afùwape.
Afùwape perguntou se era uma das boas.
Àjàlá disse que era boa.
Afùwape, então, colocou-a na cabeça,
E foi em direção a Terra.
Quando ele estava quase cegando, começou a chover.
A chuva era muito pesada.
E atingiu tanto Afùwape que ele quase ficou surdo.
Quando atingia o Orí de Afuwape,
A chuva escorria.
Seu Orí estava intacto quando ele chegou ao Ayé.
Quando Afùwape chegou a Terra,
Começou a comerciar.
E ele teve muito lucro.
Quando ele teve riqueza suficiente,
Construiu uma casa e decorou suas portas.
Ele teve muitas esposas, e teve muitos filhos também.
Após algum tempo,
No tempo devido,
Ele foi honrado com o Título de Osìsanmí.
Quando Oríseeku, o filho de Ògún,
E Orílèémérè, o filho de Ìja, viram Afùwepe,
Começaram a chorar.
Disseram: ‘Não sei onde esses sortudos escolhem suas cabeças,
Gostaria de ter escolhido a minha lá.’
‘Não sei onde Afùwape escolheu a sua cabeça,
Gostaria de ter escolhido a minha lá.’
Afùwape respondeu-os assim:
‘Vocês não sabem onde os sortudos escolhem seus Orís,
Vocês gostariam de ter escolhido os seus lá.
‘Vocês não sabem onde Afúwape escolheu seu Orí,
você gostariam de ter escolhido os seus lá.
Nós escolhemos nossos Orís no mesmo lugar,
Mas nossos destinos não são idênticos.

No esse Ifa seguinte Orí é claramente colocado como a Divindade de maior importância que qualquer
outra devido ao fato dele estar muito mais ligado aos seres humanos que a qualquer outro Orisha. Orí é
sua Divindade pessoal, que olhar por cada um antes que qualquer outra, e sem a qual nada pode ser
conseguido por nenhum homem.

Em Ogunda Meyi:

Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá, a questão é: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Shango respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Você chagasse a Kòso


Á casa de seus pais,
E eles lhe preparassem uma sopa de gbegìrì, (um pudim de farinha de inhame)
Lhes dessem kola amarga e um galo?”
Shango respondeu: “Depois de comer até ficar satisfeito,
Eu retornaria para minha casa.”
Então foi dito a Shango que ele não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem
volta através dos mares.

Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Oya respondeu que ela poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.

Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Se você chegasse a Irà.


A casa de seus pais,
E eles matassem um animal bem gordo,
E lhes desse um pote de pudim de milho?”

Oya respondeu: “Depois de comer até ficar satisfeita,


Eu retornaria para minha casa.”
Então foi dito a Oya que ela não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta
através dos mares.

Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Òòsàálá respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.

Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Se você chegasse a Ifon.


A casa de seus pais,
E eles matassem uma galinha prenhe de ovos,
E preparassem duzentos igbins?”
Preparados com vegetais e melão?”
Òòsàálá respondeu: “Depois de comer até ficar satisfeito,
Eu retornaria para minha casa.”
Então foi dito a Òòsàálá que ele não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem
volta através dos mares.

Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Elegbárrá respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.

Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Se você chegasse a Ketú.


A casa de seus pais,
E eles matassem um galo,
E bastante azeite de dende?”

Elegbárá respondeu: “Assim que eu comesse até ficar satisfeito,


Eu retornaria para minha casa.”
Então foi dito a Elegbárá que ele não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem
volta através dos mares.

Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Ògún respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.

Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Se você chegasse a Ìré.


A casa de seus pais,
E eles dessem feijão frito,
E matassem um cão para você
Junto com um frango,
E lhes dessem ainda cerveja de milho e vinho de palma?
Ògún respondeu: “Depois de comer até ficar satisfeito, sairia entoando Ìjálá bem alto e alegremente,
Por todo caminho para minha casa.”
Então foi dito a Ògún que ele não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta
através dos mares.
Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Osun respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.

Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Se você chegasse a Ìjumú.


A casa de seus pais,
E eles lhe dessem pudim de amido de milho
E lhes desse um pote de pudim de milho?”
Junto com yánrin (um vegetal) e cerveja de milho?
Osun respondeu: “Depois de comer até ficar satisfeito,
Eu retornaria para minha casa.”
Então foi dito a Osun que ele não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta
através dos mares.

Orunmila disse: ao entrar na casa, a pessoa se curva no vão da porta.

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

Orunnmila respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através
dos mares.

Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.

Se você chegasse a Ìgèti.


A casa de seus pais,
E eles dessem dois ratos velozes,
Dois peixes que nadem graciosamente
Duas galinhas com grandes fígados
Duas cabras com fetos
Duas vacas grandes com grandes chifres
E se lhe preparasse inhame socado
E lhe preparasse pudim de inhame
E lhe desse cerveja de milho bem fermentada
E lhe desse jacaré
E lhe dessem bons obi kola

Orunmila respondeu: “Depois de comer até ficar satisfeito,


Eu retornaria para minha casa.”
Então foi dito a Orunmila que ele não seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem
volta através dos mares.

O Sacerdote de Ifá estava confuso


Ele não podia dizer uma só palavra
Porque ele não havia entendido a parábola
Orunmila, eu confesso meu desamparo.
Por favor, daí me sabedoria.
Mapo da cidade de Elere
Okun da cidade de Otan
Mesin da cidade de Ilawe
Mapo da cidade de eElejelu
Gbolajoko, descendência da presa que faz a tromba do elefante.
Orunmila, você é o mestre,
Eu sou o seguidor.

Você é o sábio que ensina coisas sábias

- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”

disse Ifá: “Este é Orí,


é Orí apenas,
Que é capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos mares”

Orunmila disse: “Quando um Sacerdote de Ifá morre,


Diz se que seus instrumentos divinatórios de Ifá devem ser colocados no caixão.
Quando um devoto de Santo morre,
Diz se que sua parafernália deve ser enterrada com ele.
Orunmila disse: “Desde que os seres humanos conhecem a morte,
Quem consegue viver com a cabeça separada do corpo? “
Disse Ifá: “É Orí,
É Orí apenas,
Que é capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos mares”

Se eu tiver dinheiro

É Orí quem eu louvarei


Meu Orí, é você
Se eu tiver filhos na Terra
É Orí quem eu louvarei
Meu Orí é você
Por todas as coisas boas que eu tiver na vida
É Orí quem eu louvarei
Meu Orí é você
Orí, eu te saúdo
Você é quem não esquece seu devoto
Quem perdoa seu devoto mais rapidamente que qualquer outra coisa
Não há Orisha que possa abençoar um homem
Sem o consentimento de Orí.
Orí, eu te saúdo
Você é quem permite que as crianças nasçam com vida.
A pessoa cujo sacrifício é feito por seu Orí
Deve regozijar se ao máximo

No próximo trecho, Orí é representado como uma Divindade mais simpática aos seres humanos que os
outros Orishas. Como o Orí de cada homem é sua Divindade pessoal, ele é o mais interessado no bem-
estar dos indivíduos. Portanto, se uma pessoa está precisando de alguma coisa, ela deveria
primeiramente fazer com que seus desejos fossem conhecidos por seu Orí antes de recorrer a qualquer
Orishá para obter ajuda. Se o Orí de uma pessoa não simpatiza com seu objetivo, nenhum outro Orishá
irá se compadecer por ele e consequentemente, não obterá as coisas que deseja.

Em Oyekun Meyi,

Não chegam a vinte os homens de verdade na Terra,


Homens fracos passam de sessenta.
O dia da vingança não está distante
É por isso que a pessoa não está aflita.
Ifá foi consultado por conta das coisas todas que um certo Sacerdote de Ifá desejava,
Mas que a Ifá não apetecia.
Ao Sacerdote de Ifá faltava dinheiro.
Ao Sacerdote de Ifá faltava mulher.
Ao Sacerdote de Ifá faltava criança.
Ele então reclamou com Orunmila.
Ele disse que estava buscando as coisas boas da vida.
Orunmila lhe pediu que fizesse suas reclamações com Eshu.
Eshu disse que todas as coisas que o Sacerdote de Ifá desejava,
Não eram da vontade de Ifá.
Eshu disse: “Você, Sacerdote de Ifá, vá e reclame a seu Orí”
Quando o Sacerdote de Ifá fez o que lhe havia sido ordenado,
Sua vida se tornou boa.
Ele se pôs a dançar.
Ele se pôs a regozijar-se
Ele louvava seus Sacerdotes de Ifá,
Enquanto estes louvavam Ifá,
Ele disse que se deu exatamente
O que seus Sacerdotes de Ifá haviam pedido
Não chegam a vinte os homens de verdade na Terra,
Homens fracos passam de sessenta.
O dia da vingança não está distante
É por isso que a pessoa não está aflita.

Ifá foi consultado por conta das coisas todas que um Sacerdote de Ifá desejava,
Mas que a Ifá não apetecia.
Portanto, todas as coisas que eu desejava,
Eu irei revelar para meu Orí.
O Orí do homem é seu simpatizante.
Meu Orí, salve-me,
Você é meu simpatizante.

O próximo trecho desenvolve o ponto abordado anteriormente de que o sucesso ou o fracasso de


qualquer pessoa depende em grande medida do tipo de Orí ou Ipin (destino) que o indivíduo escolhe
para si no Orun, e que uma vez feita a escolha de seu destino no Orun torna se praticamente impossível
alterá-lo na Terra. De fato, os Deuses, por si só, não estão em posição de mudar o destino dos homens.

Em Oyekun Meyi

Uma criança não é alta o bastante para esticar a mão e alcançar a estante alta.
A mão de um adulto não pode entrar pela boca de uma criança.
Quando um adulto pede para uma criança fazer um trabalho,
Não dá para ela se recusar a fazer.
Todos nós temos que fazer pelo bem do próximo.
Ifá foi consultado para Orunmila
Por conta de um devoto seu
Que teria feito reclamações a Olodumare.
Olodumare então mandou chamar Orunmila
Par que ele explicasse a razão pela qual
Ele não ajudou seu devoto.
Quando Orunmila se colocou na presença de Olodumare,
Ele explicou que ele tinha feito tudo que estava em seu poder para seu devoto
Mas que o destino escolhido por seu devoto fez com que seus esforços fossem
Infrutíferos

Foi então que o problema


Ficou claro para Olodumare,
E ele ficou feliz
De não ter concluído seu juízo a partir das evidências de apenas uma das suas partes.

O próximo trecho especifica que a das pessoas escolhem o Orí errado no Orun, e como resultado disso,
elas tornam se fadadas a falhar na Terra mas como os seres humanos naturalmente não gostam de
aceitar fracassos, eles se engajam num esforço infrutífero sem fim para alcançar o impossível, melhorar
seus destinos ruins já escolhidos no Orun.

Se fosse do destino de todos os homens serem enterrados em caixões,


Todas as árvores de iroko estariam dizimadas da floresta.
Ifá foi consultado para duas centenas de homens
Que estavam vindo do Orun para Aye.
Se fosse do destino de todos os homens serem enterrados em caixões,
Todas as árvores de iroko estariam dizimadas da floresta.
Ifá também foi consultado para “Esforço”
Que estava vindo do Orun para Aye.
Nós estamos apenas nos esforçando,
Todos nós.
Nós estamos apenas nos esforçando,
Aqueles que escolhem bons destinos não são muitos.
Nós estamos apenas nos esforçando,
Todos nós.
Nós estamos apenas nos esforçando,

O próximo texto conceitua que ninguém pode dizer quem escolheu um bom ou mau Orí. A forma ou
tamanho de uma cabeça ruim pode não ser diferente de uma outra cabeça boa. O tipo de Orí escolhido
por uma pessoa em particular permanece desconhecido para ele e para qualquer outro homem. É
Orunmila que sozinho, como único testemunha do ato de escolha do destino, quem pode dizer o tipo de
cabeça escolhida por cada pessoa. Daí a necessidade de consultar Orunmila de tempos em tempos.

Em Osa Meyi

Uma cabeça ruim não se expande.


Ninguém conhece as pegadas de homem louco na estrada.
Ninguém pode distinguir a cabeça destinada a vestir uma coroa na montagem.
Ifá foi consultado para Mobowu
Aquela que foi mulher de Ogun.
A cabeça que irá reinar amanhã,
Ninguém conhece.
Que o marido e a esposa parem de se xingar mutuamente.
A cabeça que irá reinar amanhã,
Ninguém conhece.

O trecho desse Ifá mostra claramente a importante função que Orí representa no sucesso de cada um
Terra. O conceito de Orí no Yoruba, entretanto, também acentua a necessidade do trabalho duro para
fazer com que se possa usufruir do sucesso em potencial que a escolha que um bom Orí traz consigo.
Ou melhor, a escolha de um bom Orí por si só não leva automaticamente ao sucesso. A pessoa tem que
trabalhar duro de modo a poder usufruir dessa potencialidade. Para aqueles que escolhem uma cabeça
ruim, no entanto, há pouca esperança de melhoria de seu destino, mesmo que ele despenda todas as
vinte quatro horas e cada dia do trabalho.
O próximo trecho conta a história do dia em que todas as cabeças se reuniram para deliberam com as
coisas que eles desejavam se tornariam realidade. Eles não convidam Ese (pernas) para o encontro.
Depois das deliberações, elas descobriram que eles não havia ninguém para carrega-las para executar
seus planos. Elas foram então obrigadas a reconhecer a importância de Ese na execução de seus
planos. Aqui as Pernas são usadas para simbolizar o poder e a atividade enquanto Orí simboliza o
sucesso predestinado. O ponto da história é que mesmo se uma pessoa é predestinada ao sucesso pela
escolha de um bom Orí, ela não poderá alcançar esse sucesso sem o uso de suas pernas, o símbolo de
atividade e poder.

Opele, o Babalawo das Pernas,


Consultou Ifá para as Pernas
No dia que ela estava vindo do Orun para Aye
Todas as cabeças se falaram de modo a se reunirem.
Mas elas não convidaram as Pernas.
Eu disse: “Já que vocês não convidaram as Pernas,
Vamos ver como vocês vão fazer para que tenha sucesso o que vocês deliberaram.”
E o encontro das cabeças terminou em briga.
Eles então mandaram chamar as Pernas.
Foi então que as suas deliberações tornaram se bem sucedidas.
Elas disseram que se deu exatamente
O que seus sacerdotes de Ifá havia predito.
Opele, o Babalawo das Pernas,
Consultou Ifá para as Pernas
No dia que ela estava vindo do Orun para Aye
Opele se tornou, com certeza
O Babalawo das Pernas.
Ninguém delibera
Sem contar com as Pernas.
Opele se tornou, com certeza
O Babalawo das Pernas.

O HOMEM E AS FORÇAS SOBRENATURAIS

Os Yorubas são profundamente religiosos e, por essa razão tem uma forte crença na existência de forças
sobrenaturais. Acredita se que essas forças afetam o dia a dia do homem para o bem ou para o mal. Tal
como foi escrito anteriormente, o Yoruba acredita que, no sucesso de seleção de seu Orí, todas as
pessoas escolhem seu destino na vida, que esse destino de alguém que escolheu um bom Orí, é nada
mais que a capacidade potencial de conduzir uma vida bem sucedida, e que o esforço humano,
auxiliado ou obstruído pelas forças sobrenaturais, também contribui em grande medida para obtenção
de sucesso na vida. Em outras palavras, o Yoruba acredita que esses que escolhem bons destinos e
ajudados pelas forças sobrenaturais irão, se trabalharem duro, tornar-se-ão bem sucedidos na vida.
Assim como para aqueles que escolhem maus destinos, poderá não haver esperança de sucesso na vida,
exceto se eles forem capaz de realizar sacrifícios suficiente para superar os defeitos de suas cabeças
ruins, transformando-os em aspectos bons.

O Yoruba conhece as forças sobrenaturais como sendo de dois tipos, do bem e do mal. As forças do
bem são também tidas como de dois tipos: o Orisha e os Ancestrais (Oku Orun).
As forças naturais do bem ajudam o Homem e sua vida diária. No entanto por vezes, elas ficam
zangadas com o homem se ele negligencia seus deveres tanto para com seu próximo como para com as
forças sobrenaturais. Através de Orunmila, porta voz dos Deuses e dos Ancestrais, é sempre possível
descobrir quando e porque razão as forças sobrenaturais estão zangadas. Quando elas estão iradas, elas
podem ser apaziguadas com um sacrifício. Genericamente falando, entretanto, as Divindades e
Ancestrais não trabalham contra os interesses do Homem e, portanto, são consideradas como amigos do
Homem, protegendo-o das forças sobrenaturais do mal.

As forças sobrenaturais do mal são também de dois tipos: os Ajogun (inimigos beligerantes do
Homem) e as Eniyian ou Eleye (feiticeiras). Genericamente falando, as forças sobrenaturais do mal
trabalham contra os interesses do Homem tentando frustar a oportuna realização de seu destino. Os
Ajogun mais importantes são ikú (Morte), responsável por dar fim a vida do Homem, Àrún (Doença),
responsável por afligir o Homem com doenças, Ègbá (Deficiência), que é quem traz a paralisia para o
Homem, e Òfó (Perda), que destroi ou leva o que o Homem possui. Ao Ajogun são inimigos do
Homem na medida em que trabalham contra os seus interesses durante todo o tempo. Os Ajogun
podem ser, no entanto, apaziguados com sacrifícios.

As Eníyan são também conhecidas como Eleye (pássaros) devido ao fato de acreditar-se que são
capazes de assumir a forma de pássaro em qualquer momento que elas queiram trabalhar contra os
interesses do Homem. As Feiticeiras não tem outro propósito na vida que não seja a destruição do
Homem e sua propriedade. Elas representam portanto os arqui-inimigos do Homem. O pior é que
contra elas dificilmente há alguma forma de proteção uma vez que o sacrifício dificilmente ajuda
quando elas estão prontas para atacar. A proteção que resta ao homem contra as Feiticeiras é seu Orí.

A crença que o Homem tem amigos e inimigos entre as forças sobrenaturais conduz a conclusão de que
o conflito se desenvolve agora e sempre entre as forças do bem de um lado e as forças do mal do outro.
Esse conflito é inevitavelmente causado pelo choque de interesse entre as forças do bem e do mal na
regulação das coisas do Homem. Esse conflito é mais um dos temas fascinantes encontrados em
muitos ese Ifá.

Situado entre as forças do bem e do mal está a figura travessa de Esshu, que é mais ou menos uma
força neutra nesse conflito. Apesar de Eshu ser considerado como pertencente ao grupo dos Orishas,
ele nem sempre favorece seus companheiros divinos. Eshu está preparado para a qualquer hora
favorecer um ser humano ou uma força sobrenatural de acordo com o que dá na sua veneta e seus
caprichos, influenciado pelo fato de se a pessoa ou a força sobrenatural em questão realizou ou não os
sacrifícios prescritos.

Anotação extra texto

Suyere Yoruba;

AWA O SHORO ILE WA O Nós vamos fazer nosso culto


AWA O SHORO ILE WA O Não há religião que possa
ESHIN KAN OPE, O E E Que falamos a nossa religião
ESHIN KAN OPE KA WA MA SHORO O Nós vamos fazer religião de nossa casa
(fazer ORO)
AWA O SHORO ILE WA O

You might also like