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Toaz - Info Ori Wane Abimbola PR
Toaz - Info Ori Wane Abimbola PR
ESCOLHA
DO DESTINO
DOS HOMENS
O Yoruba tem uma forte crença na predestinação. Eles acreditam que o sucesso ou o fracasso de
qualquer pessoa depende em grande parte do tipo de escolha que ele fez no Orun. Algumas pessoas
escolhem uma vida de pobreza e simplicidade enquanto outras escolhem uma vida de riqueza e
glamour. Alguns escolhem uma vida curta enquanto outros escolhem uma vida longa. Esta crença na
predestinação é usada para explicar o sucesso ou o fracasso de qualquer pessoa na Terra. Se a pessoa
repentinamente se torna rica o Yoruba diz que isso se deve à sua escolha de predestinação feita no
Orun. A mesma coisa é dita quando a pessoa morre na flor de sua juventude ou se ele fracassa em uma
importante diligência. Segue-se, portanto, que se o esforço humano de uma pessoa pode não ser
determinante para o seu sucesso ou fracasso, esses, na maior parte, podem ser creditados à
predestinação.
Predestinação é conhecida entre os Yorubas por diferentes nomes. Algumas vezes é conhecida como
àyànmó (escolha), ou ìpín (porção predestinada), ou kádàrá (porção divina para o homem) ou ipòrí
(cabeça interior). Qualquer que seja o termo pelo qual a predestinação é conhecida, ele está sempre
associado com o Orí (a cabeça interior).
Acredita-se que o símbolo da liberdade de escolha é Orí, o qual todos receberam no Orun. O destino
dos homens, vale dizer, seu sucesso ou fracasso na vida, depende em grande parte do tipo de cabeça
que ele escolhe no céu.
O Yoruba considera o Orí como uma das Divindades de seu panteão. Orí é considerado a maior
Divindade entre todas. O Orí de cada ser humano é tido como a Divindade pessoal de cada um,
supostamente mais interessada nas questões individuais das pessoas que quaisquer outras Divindades
ligadas a elas. Como uma Divindade, o Orí é reverenciado e propiciado pelos Yorubas. Há vários esse
Ifá que falam da adoração e propiciação do Orí, inclusive com sacrifícios.
Em Eyiogbe:
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O Orí é guardado numa espécie de recipiente próprio, o Ilé Orí, com a forma cônica, que segue a
forma do próprio Orí.
Orunmila é tido como o parta-voz das outras Divindades. É através dele que alguém pode os desejos
das outras Divindades. Como porta-voz de Orí, Orunmila é considerado leri-ipin (testemunha da
escolha do destino dos homens). Acredita-se que Orunmila esteve presente quando cada pessoa
escolheu seu destino no Orun. Sendo assim, não é difícil para Orunmila, através do sistema divinatório
de Ifá, dizer os desejos de seu Orí para cada pessoa aqui da Terra. Considerando que o destino de cada
um foi decidido no Orun, torna-se vital para cada ser humano consultar a Ifá de tempos em tempos,
para que ele possa saber o que contenta ou descontenta o seu Orí. Assim fazendo, todos estariam aptos
a trilhar o caminho já definido por si mesmo no Orun, sem maiores problemas. E é exatamente por isso
que o Yoruba acredita no sistema divinatório de Ifá com um importante fator na vida de qualquer
pessoa.
Falando claramente, portanto, pode-se dizer que quando uma pessoa consulta Ifá, tudo o que ela está
fazendo é descobrir as vontades de seu Orí. Ifá é meramente o porta-voz, um intermediário entre quem
o consulta e seu Orí. Ifá traz as mensagens de Orí e dos Orishas até o consulente e encaminha os
sacrifícios feitos posteriormente até Orí e às outras Divindades. A função das outra Divindades é
ajudar Orí a conduzir cada pessoa dentro do seu destino de vida. Qualquer coisa não aceita pelo Orí de
uma pessoa não pode ser conseguida por nenhuma Divindade.
Mesmo as Divindades têm seu próprio Orí dirigindo sua vida diária. Assim como os seres humanos, os
Deuses ficam sabendo as vontades de seus Orís consultando Ifá. Inclusive Orunmila consulta seus
instrumentos de Ifá para descobrir as vontades de seu Orí.
As seguintes mensagens retiradas de unm ese Ifá de Ogunda Meyi mostram como o próprio Orunmila
consulta Ifá para saber as vontades de seu Orí.
No primeiro trecho:
Iku, Arun, Ofo, Egba, Ese ( Morte, Doença, Perda, Paralisia, Maldade)
Estavam todas de olho em Orunmila
Eles disseram que um dia
Eles iriam matá-lo
Orunmila então preparou seus instrumentos divinatórios para consultar seu Orí
No segundo trecho:
O conceito de Orí analisado anteriormente é um fascinante tema que atravessa muitos ese Ifá. A
maioria deles são encontrados em Ogunda Meyi e Ogbe Ogunda, mas sendo o conceito de Orí
tão vital para a divinação de Ifá, não é surpresa nenhuma verificar que quase todo ao Oddun
contém ao mesmo tempo um ese lidando com esse tema de uma forma ou de outra.
Em Ogbe Ogunda:
No esse Ifa seguinte Orí é claramente colocado como a Divindade de maior importância que qualquer
outra devido ao fato dele estar muito mais ligado aos seres humanos que a qualquer outro Orisha. Orí é
sua Divindade pessoal, que olhar por cada um antes que qualquer outra, e sem a qual nada pode ser
conseguido por nenhum homem.
Em Ogunda Meyi:
- Ifá, a questão é: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Shango respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Oya respondeu que ela poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Òòsàálá respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Elegbárrá respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Ògún respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Osun respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através dos
mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Orunnmila respondeu que ele poderia acompanhar seu devoto numa longa viagem sem volta através
dos mares.
Então lhe perguntaram: “O que você faria se depois de caminhar por uma longa distância., andando e
andando.
- Ifá é a questão: “quem entre os Orishas seria capaz de acompanhar seu devoto numa longa viagem
sem volta através dos mares?”
Se eu tiver dinheiro
No próximo trecho, Orí é representado como uma Divindade mais simpática aos seres humanos que os
outros Orishas. Como o Orí de cada homem é sua Divindade pessoal, ele é o mais interessado no bem-
estar dos indivíduos. Portanto, se uma pessoa está precisando de alguma coisa, ela deveria
primeiramente fazer com que seus desejos fossem conhecidos por seu Orí antes de recorrer a qualquer
Orishá para obter ajuda. Se o Orí de uma pessoa não simpatiza com seu objetivo, nenhum outro Orishá
irá se compadecer por ele e consequentemente, não obterá as coisas que deseja.
Em Oyekun Meyi,
Ifá foi consultado por conta das coisas todas que um Sacerdote de Ifá desejava,
Mas que a Ifá não apetecia.
Portanto, todas as coisas que eu desejava,
Eu irei revelar para meu Orí.
O Orí do homem é seu simpatizante.
Meu Orí, salve-me,
Você é meu simpatizante.
Em Oyekun Meyi
Uma criança não é alta o bastante para esticar a mão e alcançar a estante alta.
A mão de um adulto não pode entrar pela boca de uma criança.
Quando um adulto pede para uma criança fazer um trabalho,
Não dá para ela se recusar a fazer.
Todos nós temos que fazer pelo bem do próximo.
Ifá foi consultado para Orunmila
Por conta de um devoto seu
Que teria feito reclamações a Olodumare.
Olodumare então mandou chamar Orunmila
Par que ele explicasse a razão pela qual
Ele não ajudou seu devoto.
Quando Orunmila se colocou na presença de Olodumare,
Ele explicou que ele tinha feito tudo que estava em seu poder para seu devoto
Mas que o destino escolhido por seu devoto fez com que seus esforços fossem
Infrutíferos
O próximo trecho especifica que a das pessoas escolhem o Orí errado no Orun, e como resultado disso,
elas tornam se fadadas a falhar na Terra mas como os seres humanos naturalmente não gostam de
aceitar fracassos, eles se engajam num esforço infrutífero sem fim para alcançar o impossível, melhorar
seus destinos ruins já escolhidos no Orun.
O próximo texto conceitua que ninguém pode dizer quem escolheu um bom ou mau Orí. A forma ou
tamanho de uma cabeça ruim pode não ser diferente de uma outra cabeça boa. O tipo de Orí escolhido
por uma pessoa em particular permanece desconhecido para ele e para qualquer outro homem. É
Orunmila que sozinho, como único testemunha do ato de escolha do destino, quem pode dizer o tipo de
cabeça escolhida por cada pessoa. Daí a necessidade de consultar Orunmila de tempos em tempos.
Em Osa Meyi
O trecho desse Ifá mostra claramente a importante função que Orí representa no sucesso de cada um
Terra. O conceito de Orí no Yoruba, entretanto, também acentua a necessidade do trabalho duro para
fazer com que se possa usufruir do sucesso em potencial que a escolha que um bom Orí traz consigo.
Ou melhor, a escolha de um bom Orí por si só não leva automaticamente ao sucesso. A pessoa tem que
trabalhar duro de modo a poder usufruir dessa potencialidade. Para aqueles que escolhem uma cabeça
ruim, no entanto, há pouca esperança de melhoria de seu destino, mesmo que ele despenda todas as
vinte quatro horas e cada dia do trabalho.
O próximo trecho conta a história do dia em que todas as cabeças se reuniram para deliberam com as
coisas que eles desejavam se tornariam realidade. Eles não convidam Ese (pernas) para o encontro.
Depois das deliberações, elas descobriram que eles não havia ninguém para carrega-las para executar
seus planos. Elas foram então obrigadas a reconhecer a importância de Ese na execução de seus
planos. Aqui as Pernas são usadas para simbolizar o poder e a atividade enquanto Orí simboliza o
sucesso predestinado. O ponto da história é que mesmo se uma pessoa é predestinada ao sucesso pela
escolha de um bom Orí, ela não poderá alcançar esse sucesso sem o uso de suas pernas, o símbolo de
atividade e poder.
Os Yorubas são profundamente religiosos e, por essa razão tem uma forte crença na existência de forças
sobrenaturais. Acredita se que essas forças afetam o dia a dia do homem para o bem ou para o mal. Tal
como foi escrito anteriormente, o Yoruba acredita que, no sucesso de seleção de seu Orí, todas as
pessoas escolhem seu destino na vida, que esse destino de alguém que escolheu um bom Orí, é nada
mais que a capacidade potencial de conduzir uma vida bem sucedida, e que o esforço humano,
auxiliado ou obstruído pelas forças sobrenaturais, também contribui em grande medida para obtenção
de sucesso na vida. Em outras palavras, o Yoruba acredita que esses que escolhem bons destinos e
ajudados pelas forças sobrenaturais irão, se trabalharem duro, tornar-se-ão bem sucedidos na vida.
Assim como para aqueles que escolhem maus destinos, poderá não haver esperança de sucesso na vida,
exceto se eles forem capaz de realizar sacrifícios suficiente para superar os defeitos de suas cabeças
ruins, transformando-os em aspectos bons.
O Yoruba conhece as forças sobrenaturais como sendo de dois tipos, do bem e do mal. As forças do
bem são também tidas como de dois tipos: o Orisha e os Ancestrais (Oku Orun).
As forças naturais do bem ajudam o Homem e sua vida diária. No entanto por vezes, elas ficam
zangadas com o homem se ele negligencia seus deveres tanto para com seu próximo como para com as
forças sobrenaturais. Através de Orunmila, porta voz dos Deuses e dos Ancestrais, é sempre possível
descobrir quando e porque razão as forças sobrenaturais estão zangadas. Quando elas estão iradas, elas
podem ser apaziguadas com um sacrifício. Genericamente falando, entretanto, as Divindades e
Ancestrais não trabalham contra os interesses do Homem e, portanto, são consideradas como amigos do
Homem, protegendo-o das forças sobrenaturais do mal.
As forças sobrenaturais do mal são também de dois tipos: os Ajogun (inimigos beligerantes do
Homem) e as Eniyian ou Eleye (feiticeiras). Genericamente falando, as forças sobrenaturais do mal
trabalham contra os interesses do Homem tentando frustar a oportuna realização de seu destino. Os
Ajogun mais importantes são ikú (Morte), responsável por dar fim a vida do Homem, Àrún (Doença),
responsável por afligir o Homem com doenças, Ègbá (Deficiência), que é quem traz a paralisia para o
Homem, e Òfó (Perda), que destroi ou leva o que o Homem possui. Ao Ajogun são inimigos do
Homem na medida em que trabalham contra os seus interesses durante todo o tempo. Os Ajogun
podem ser, no entanto, apaziguados com sacrifícios.
As Eníyan são também conhecidas como Eleye (pássaros) devido ao fato de acreditar-se que são
capazes de assumir a forma de pássaro em qualquer momento que elas queiram trabalhar contra os
interesses do Homem. As Feiticeiras não tem outro propósito na vida que não seja a destruição do
Homem e sua propriedade. Elas representam portanto os arqui-inimigos do Homem. O pior é que
contra elas dificilmente há alguma forma de proteção uma vez que o sacrifício dificilmente ajuda
quando elas estão prontas para atacar. A proteção que resta ao homem contra as Feiticeiras é seu Orí.
A crença que o Homem tem amigos e inimigos entre as forças sobrenaturais conduz a conclusão de que
o conflito se desenvolve agora e sempre entre as forças do bem de um lado e as forças do mal do outro.
Esse conflito é inevitavelmente causado pelo choque de interesse entre as forças do bem e do mal na
regulação das coisas do Homem. Esse conflito é mais um dos temas fascinantes encontrados em
muitos ese Ifá.
Situado entre as forças do bem e do mal está a figura travessa de Esshu, que é mais ou menos uma
força neutra nesse conflito. Apesar de Eshu ser considerado como pertencente ao grupo dos Orishas,
ele nem sempre favorece seus companheiros divinos. Eshu está preparado para a qualquer hora
favorecer um ser humano ou uma força sobrenatural de acordo com o que dá na sua veneta e seus
caprichos, influenciado pelo fato de se a pessoa ou a força sobrenatural em questão realizou ou não os
sacrifícios prescritos.
Suyere Yoruba;