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IEFP - Manual Ufcd 0577 - Impostos Sobre o Património
IEFP - Manual Ufcd 0577 - Impostos Sobre o Património
0577 PATRIMÓNIO
Impostos sobre o património
ÍNDICE
Introdução ............................................................................................................2
Objetivos ...........................................................................................................2
1.1.Incidência ....................................................................................................4
2.1.Incidência .................................................................................................. 16
2.2.Isenções .................................................................................................... 17
3.1.Incidência .................................................................................................. 21
3.2.Isenções .................................................................................................... 21
Bibliografia .......................................................................................................... 26
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Formadora: Margarida Mendes
Impostos sobre o património
Introdução
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
o Incidência
o Isenções
• Imposto de selo
o Incidência
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Formadora: Margarida Mendes
Impostos sobre o património
o Isenções
o Liquidação e pagamento
Carga horária
• 25 horas
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Formadora: Margarida Mendes
Impostos sobre o património
1.1. Incidência
Incidência
O imposto municipal sobre imóveis (IMI) incide sobre o valor patrimonial tributário dos
prédios rústicos e urbanos situados no território português, constituindo receita dos
municípios onde os mesmos se localizam.
Conceito de prédio
Prédio é toda a fração de território com valor económico pertencente ao património de alguém,
compreendendo águas, plantações, edifícios e construções nele incorporados ou assentes
permanentemente (ainda que móveis), ou qualquer um destes elementos per si caso possuam
autonomia económica em relação ao terreno, mesmo que este pertença a pessoa diversa ou não
tenha natureza patrimonial.
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Impostos sobre o património
Sempre que um prédio tenha partes rústica e urbana é classificado, na íntegra, de acordo
com a parte principal.
1.2. Isenções
• Prédios rústicos que correspondam a áreas florestais abrangidas por zona de intervenção
florestal, estão isentos de IMI;
• Prédios rústicos destinados à exploração florestal submetidos a plano de gestão florestal,
estão isentos de IMI;
• Prédios que constituam investimento relevante no âmbito do RFAI (Regime Fiscal de Apoio
ao Investimento) -As empresas que efetuem investimentos considerados relevantes podem
beneficiar de isenção ou redução de IMI, por um período até 10 anos, relativamente aos
prédios que sejam sua propriedade e que constituam aplicações relevantes) ;
• Prédios urbanos construídos, ampliados, melhorados ou adquiridos a título oneroso,
destinados a habitação própria e permanente com valor patrimonial tributário até € 125.000,
detidos por sujeitos passivos com rendimento coletável até € 153.300, estão isentos de IMI
por um período de 3 anos;
• Lojas com história, estão isentas de IMI;
• Prédios de reduzido valor patrimonial de sujeitos passivos de baixos rendimentos (Rendimento
Bruto total anual do agregado familiar = ((RMNG*14 meses) * 2,3IAS) e - VPT global dos
prédios pertencentes ao sujeito passivo do IMI = ((RMMG*14 meses)*10IAS), estão isentos
de IMI;
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Impostos sobre o património
Reduções de taxa
Beneficiam de uma redução de 50% da taxa de IMI os prédios urbanos da espécie outros que sejam
exclusivamente afetos à produção de energia a partir de fontes renováveis.
Os municípios, mediante deliberação da assembleia municipal, podem fixar uma redução até 15% da taxa
de IMI, a aplicar aos prédios urbanos com eficiência energética.
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Impostos sobre o património
O VPT tem de ser inferior a 15 vezes o valor da renda. O prazo para fazer o pedido é de 1 de
novembro a 15 de dezembro.
Taxa Agravada
• Prédios ou frações autónomas devolutas há mais de 2 anos e terrenos para construção com
aptidão para uso habitacional atribuída pelo plano municipal de ordenamento do território,
quando localizados em zonas de pressão urbanística;
• Prédios urbanos total ou parcialmente devolutos há mais de um ano;
• Prédios em ruínas.
Prédios urbanos
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Impostos sobre o património
Em que:
O valor base dos prédios edificados (Vc) corresponde ao custo médio de construção por metro
quadrado, adicionado do valor do metro quadrado do terreno de implantação fixado em 25%
daquele custo. Note-se que o valor base dos prédios edificados (Vc), de acordo com o artigo 39º
do CIMI, é referente ao custo médio de construção por metro quadrado.
O custo médio de construção por metro quadrado, (Vc), fixa-se em €615 (492€ + 25%), a
vigorar desde 2019. Em 2022 vai fixar-se em €640 (512 + 25%).
Mas, à semelhança do que acontece com outros dos elementos (como os coeficientes de
localização, de qualidade e conforto ou de vetustez) também este quadrado não é de aplicação
automática, sendo apenas refletido nas construções e casas novas ou nos imóveis alvo de
modificação ou de reconstrução (casas reabilitadas) ou na sequência de uma nova avaliação.
Antes de fazer pedido de nova avaliação de imóvel, há outro passo a dar: simular se vale a pena.
Este pedido é gratuito, mas deve ser precedido de uma simulação para perceber se o efeito de
descida que a idade do prédio tem no VPT compensa a subida que pode resultar de eventuais
mudanças no coeficiente de localização ou mesmo do preço do metro quadrado.
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Impostos sobre o património
Já a área bruta de construção (A) corresponde ao somatório da área bruta privativa (superfície
total do edifício) e das áreas brutas dependentes (áreas cobertas que são acessórias ao edifício
ou fração – garagens, parqueamentos, arrecadações, sótãos, caves e outros), resultando num
coeficiente que varia entre 1 e 1,60.
em que:
• A área bruta privativa (Aa) é a superfície total, medida pelo perímetro exterior e
eixos das paredes ou outros elementos separadores do edifício ou da fração,
inclui varandas privativas, caves e sótãos privativos com utilização idêntica à do
edifício ou da fração a que se aplica o coeficiente 1.
• As áreas brutas dependentes (Ab) são as áreas cobertas de uso exclusivo, ainda
que constituam partes comuns, mesmo que situadas no exterior do edifício ou
fração, considerando-se para esse efeito locais acessórios, garagens e
parqueamentos, arrecadações, instalações para animais, sótãos ou caves
acessíveis, desde que não integrados na área bruta privativa, e ainda outros locais
privativos de função distinta das anteriores, a que se aplica o coeficiente 0,30.
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Impostos sobre o património
O coeficiente de afetação (Ca) varia entre 0,08 e 1,20 consoante o imóvel se destine a
estacionamento, armazéns, indústria, habitação, comércio ou serviços – os valores a aplicar
encontram-se pré-estabelecidos no artigo 41º do CIMI.
Por sua vez, o coeficiente de localização (Cl) varia entre 0,4 e 3,5 (reduzindo-se para 0,35 em
meios rurais e nos casos de habitações dispersas). Para o cálculo deste coeficiente entram quatro
grandes fatores de influência: existência de transportes públicos próximos da casa;
acessibilidades, o que diz respeito à qualidade e variedade das vias rodoviárias, ferroviárias,
fluviais e marítimas; presença de equipamentos e infraestruturas sociais, tais como escolas,
comércio e serviços públicos; localização numa zona de elevado valor de mercado imobiliário.
O coeficiente de qualidade e conforto (Cq) – que oscila entre 0,5 e 1,7 – consiste no conjunto
dos elementos que conferem maior comodidade ao prédio urbano, tais como garagem, piscina,
campos de ténis, elevadores, ar condicionado, etc. No CIMI, estes elementos encontram-se
divididos em duas categorias: por um lado, os “majorativos” e, por outro lado, os “minorativos”,
sendo atribuído um dado valor a cada um dos constituintes destas classes.
Por último, o coeficiente de vetustez (Cv), fixado entre 0,40 e 1, é referente ao número de anos
da habitação, isto é, à antiguidade da mesma.
O Vc, Cl e Cv não são atualizados automaticamente, só quando há lugar a uma nova avaliação.
A nova avaliação é gratuita através do Modelo 1 do IMI, e pode ser submetido no Portal das
Finanças até 31 de dezembro. O pedido de reavaliação pode ser feito decorridos 3 anos desde a
última.
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Impostos sobre o património
Portanto, o cálculo do VPT é baseado em todo este conjunto de coeficientes, que são indicadores
do valor fiscal da habitação em causa.
Prédios rústicos
Nos prédios com valor patrimonial não superior a €. 1.210, o valor patrimonial é fixado
por despacho do chefe de finanças.
Taxas
As taxas previstas são elevadas, anualmente, ao triplo nos casos de prédios urbanos que
se encontrem devolutos há mais de um ano e de prédios em ruínas, considerando-se
devolutos ou em ruínas, os prédios como tal definidos em diploma próprio.
freguesia. Podem ainda majorar até ao dobro a taxa aplicável aos prédios rústicos com
áreas florestais que se encontrem em situação de abandono, não podendo da aplicação
desta majoração resultar uma coleta de imposto inferior a (euro) 20 por cada prédio
abrangido.
LISTA DAS TAXAS IMI POR MUNICÍPIO DO DISTRITO LISBOA PARA O ANO 2021-A PAGAR EM 2022
Prédios
Urbanos
Código Prédios Taxas por Dedução fixa
Município Avaliados nos
Município Rústicos freguesia por agregado
Termos
do CIMI
ARRUDA DOS
1102 0,3850 % 0,80 % +Info
VINHOS
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Impostos sobre o património
SOBRAL DE
1112 0,3900 % 0,80 %
MONTE AGRAÇO
VILA FRANCA DE
1114 0,3000 % 0,80 % +Info
XIRA
Não há lugar a qualquer liquidação sempre que o montante do imposto a cobrar seja
inferior a (euro) 10.
Local de pagamento
O IMI pode ser pago nas secções de cobrança dos Serviços de Finanças, nos balcões dos
CTT, nos balcões das instituições de crédito com protocolo para o efeito celebrado com
a DGCI, na rede de caixas automáticas Multibanco ou por home banking.
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Impostos sobre o património
Prazo de pagamento
Documento de cobrança
Os serviços da Direcção-Geral dos Impostos enviam a cada sujeito passivo, até ao fim
do mês anterior ao do pagamento, o competente documento de cobrança, com
discriminação dos prédios, suas partes suscetíveis de utilização independente, respetivo
valor patrimonial tributário e da coleta imputada a cada município da localização dos
prédios.
NOTA:
Incidência (AIMI)
O AIMI é devido pelas pessoas singulares, coletivas, bem como por estruturas ou centros de
interesses coletivos sem personalidade jurídica e heranças indivisas, que sejam proprietários,
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Impostos sobre o património
Estão excluídos de AIMI, prédios urbanos classificados como afetos a “comércio, indústria, ou
serviços” e “outros”.
O valor tributável corresponde ao somatório dos valores patrimoniais tributários (VPT dos
prédios urbanos detidos por cada sujeito passivo reportados a 1 de janeiro de cada ano).
Deduções/Isenções (AIMI)
No caso de pessoas singulares e heranças indivisas, é aplicável uma dedução de € 600.000 ao
valor tributável. Aos sujeitos passivos casados ou em união de facto, que optem pela
tributação conjunta, é aplicável o direito a uma dedução de € 1.200.000 sobre a soma do VPT
dos prédios na sua titularidade.
Estão excluídos do valor tributável os VPT dos imóveis que beneficiaram de isenção ou não
sujeição de IMI no ano anterior.
Taxas (AIMI)
As taxas aplicadas aos sujeitos passivos, após deduções previstas, são as seguintes:
(1) Ao valor tributável superior a € 1.000.000, ou o dobro para sujeitos passivos casados ou em união de facto, é aplicada uma taxa
(2) No caso de prédios, detidos por pessoas coletivas, afetos ao uso pessoal dos titulares do capital, dos membros dos órgãos sociais ou
de quaisquer órgãos da administração, gerência ou fiscalização, é aplicada uma taxa de 0,7%, sendo aplicável à parcela do valor
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Impostos sobre o património
2.1. Incidência
Incidência geral
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Incidência subjetiva
O IMT é devido pelas pessoas, singulares ou coletivas, para quem se transmitam os bens
imóveis.
2.2. Isenções
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No caso de imóveis omissos na matriz ou nela inscritos sem valor patrimonial tributário,
bem como de bens ou direitos não sujeitos a inscrição matricial, o valor patrimonial
tributário é determinado nos termos do CIMI.
Ao valor patrimonial tributário junta-se o valor declarado das partes integrantes, quando
o mesmo não esteja incluído no referido valor patrimonial.
Prédios rústicos – 5%
Outros prédios urbanos e outras aquisições onerosas – 6,5%
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Impostos sobre o património
A liquidação do IMT é de iniciativa dos interessados, para cujo efeito devem apresentar,
em qualquer serviço de finanças ou por meios eletrónicos, uma declaração de modelo
oficial devidamente preenchida.
Local de pagamento
O IMT é pago nas tesourarias de finanças ou em qualquer outro local autorizado nos
termos da lei, mediante documento de cobrança de modelo oficial.
A prova do pagamento do IMT é feita mediante a apresentação da declaração referida
no artigo 19.º, acompanhada do comprovativo da cobrança.
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Impostos sobre o património
O IMT deve ser pago no próprio dia da liquidação ou no 1.º dia útil seguinte, sob pena
de esta ficar sem efeito.
Quando qualquer dos atos referidos no número anterior não opere a transmissão dos
bens, o imposto, quando devido, deve ser pago nos termos gerais.
Se caducar qualquer isenção ou redução de taxas, o imposto deve ser pago no prazo de
30 dias.
Nas partilhas judiciais e extrajudiciais, o imposto deve ser pago nos 30 dias posteriores
ao ato.
Sempre que o IMT seja liquidado conjuntamente com o imposto do selo, o seu
pagamento deve ser efetuado no prazo da respetiva notificação.
Nos casos de cedência da posição contratual por parte do promitente adquirente num
contrato-promessa de aquisição ou alienação (art.º 2.º 3 al e) o imposto deve ser pago
nos termos seguintes:
a) No prazo de 30 dias a contar da data da celebração do contrato definitivo;
b) No prazo de 30 dias a contar da data da decisão que não reconheceu o direito
à exclusão, quando o interessado tiver requerido a prova prevista na alínea g)
do artigo 4.º
No caso previsto no artigo 5.º 3, o imposto deve ser pago nos termos seguintes:
a) Tratando-se de prédios a construir, antes da celebração do contrato;
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Impostos sobre o património
3. Imposto de selo
3.1. Incidência
Incidência objetiva
O Imposto do Selo incide sobre os atos, contratos, documentos, títulos, livros, papéis e outros
factos, previstos na Tabela Geral, ocorridos em Portugal e não sujeitos ou isentos de IVA.
Os factos acima mencionados serão ainda sujeitos a Imposto do Selo quando, ocorridos fora de
Portugal, forem apresentados para efeitos legais em Portugal.
3.2. Isenções
Valor tributável
Taxas
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Impostos sobre o património
Comissões por 3
garantias prestadas
Outras comissões 4
por serviços
financeiros, incluindo
as taxas relativas a
operações de
pagamento baseadas
em cartões
Comissões por 2
mediação de seguros
Trespasse de estabelecimento 5
Outros prémios (rifas, jogos do loto, sorteios ou concursos, com exceção dos 35
prémios dos jogos sociais previstos na verba 11.3 da Tabela Anexa ao Código
do Imposto do Selo) (2)
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Impostos sobre o património
Outros organismos de investimento coletivo – sobre o referido valor, por cada 0,0125
trimestre
(1) Relativamente aos factos tributários ocorridos até 31 de dezembro de 2018, as taxas previstas são agravadas em 50%.
A liquidação do imposto compete aos sujeitos passivos do imposto (Art.º 2º, 1 e 2).
Tratando-se do imposto devido pelos atos ou contratos previstos na verba 1.1 da tabela
geral (aquisição onerosa ou por doação do direito de propriedade sobre imóveis), à
liquidação do imposto aplicam-se, com as necessárias adaptações, as regras contidas no
CIMT.
Forma de pagamento
O imposto é pago nas tesourarias de finanças, ou em qualquer outro local autorizado nos termos
da lei e deve ser efetuado conjuntamente com o IMT no próprio dia da liquidação ou no primeiro
dia útil seguinte.
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Impostos sobre o património
Sempre que o imposto deva ser liquidado pelos serviços da administração fiscal, só se
procede a liquidação, ainda que adicional, se o seu quantitativo não for inferior a (euro)
10.
Documento de cobrança
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Impostos sobre o património
Bibliografia
José Maria Fernandes Pires, Lições de Impostos sobre o Património e do Selo, Almedina
Sites consultados
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