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UFCD IMPOSTOS SOBRE O

0577 PATRIMÓNIO
Impostos sobre o património

ÍNDICE

Introdução ............................................................................................................2

Âmbito do manual ..............................................................................................2

Objetivos ...........................................................................................................2

Conteúdos programáticos ....................................................................................2

1.Imposto municipal sobre imóveis (IMI) .................................................................4

1.1.Incidência ....................................................................................................4

1.2. Isenções .....................................................................................................5

1.3.Determinação do valor tributário ....................................................................7

1.4. Liquidação e pagamento ............................................................................. 13

2.Imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) .................... 16

2.1.Incidência .................................................................................................. 16

2.2.Isenções .................................................................................................... 17

2.3. Determinação do valor tributável ................................................................. 18

2.4.Liquidação e pagamento .............................................................................. 19

3. Imposto de selo ............................................................................................... 21

3.1.Incidência .................................................................................................. 21

3.2.Isenções .................................................................................................... 21

3.3.Determinação do valor tributável .................................................................. 21

3.4.Liquidação e pagamento .............................................................................. 24

Bibliografia .......................................................................................................... 26

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Formadora: Margarida Mendes
Impostos sobre o património

Introdução

Âmbito do manual

O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de


curta duração nº 0577 – Impostos sobre o património, de acordo com o Catálogo
Nacional de Qualificações.

Objetivos

Identificar as obrigações da empresa decorrentes da sujeição aos impostos sobre


o património

Conteúdos programáticos

• Imposto municipal sobre imóveis (IMI)


o Incidência
o Isenções
o Determinação do valor tributário
o Liquidação e pagamento

• Imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT)

o Incidência
o Isenções

o Determinação do valor tributável


o Liquidação e pagamento

• Imposto de selo
o Incidência

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Impostos sobre o património

o Isenções

o Determinação do valor tributável

o Liquidação e pagamento

Carga horária

• 25 horas

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1.Imposto municipal sobre imóveis (IMI)

1.1. Incidência

Incidência

O imposto municipal sobre imóveis (IMI) incide sobre o valor patrimonial tributário dos
prédios rústicos e urbanos situados no território português, constituindo receita dos
municípios onde os mesmos se localizam.

Conceito de prédio
Prédio é toda a fração de território com valor económico pertencente ao património de alguém,
compreendendo águas, plantações, edifícios e construções nele incorporados ou assentes
permanentemente (ainda que móveis), ou qualquer um destes elementos per si caso possuam
autonomia económica em relação ao terreno, mesmo que este pertença a pessoa diversa ou não
tenha natureza patrimonial.

Presume-se que os edifícios ou construções têm carácter de permanência quando


estiverem assentes no mesmo local por um período superior a um ano.
Cada fração autónoma, no regime de propriedade horizontal, é havida como constituindo
um prédio.

Os prédios podem ser urbanos, rústicos.

Prédios urbanos e Prédios rústicos


Os prédios urbanos são determinados por exclusão de partes, sendo urbanos todos os
prédios que não possam ser classificados como rústicos.
Os prédios urbanos dividem-se em:
o Habitacionais;
o Comerciais, industriais ou para serviços;
o Terrenos para construção;
o Outros.

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Já a qualificação de prédios rústicos, são os terrenos situados fora de um aglomerado


urbano (exceto os classificados para construção) e os que tenham por destino normal a
geração de rendimentos comerciais e industriais, desde que:
• estejam afetos ou tenham como destino a geração de rendimentos agrícolas,
silvícolas e pecuários; ou
• não tendo essa afetação, não se encontrem construídos ou disponham apenas de
edifícios ou construções de caráter acessório, sem autonomia económica e de
reduzido valor.
São ainda classificados como prédios rústicos os terrenos situados dentro de um
aglomerado urbano (exceto os classificados para construção), desde que, por força de
disposição legalmente aprovada, não possam ter utilização geradora de quaisquer rendimentos
ou só possam gerar rendimentos agrícolas, silvícolas e pecuários.
Os edifícios e construções diretamente afetos à produção de rendimentos agrícolas,
silvícolas e pecuários, quando situados nos terrenos antes descritos, são considerados também
prédios rústicos.

Sempre que um prédio tenha partes rústica e urbana é classificado, na íntegra, de acordo
com a parte principal.

1.2. Isenções

A regra é o de que as isenções que tenham sido concedidas ou reconhecidas no âmbito


da extinta Contribuição Autárquica mantêm-se nos mesmos termos, reportadas ao IMI.

• Prédios rústicos que correspondam a áreas florestais abrangidas por zona de intervenção
florestal, estão isentos de IMI;
• Prédios rústicos destinados à exploração florestal submetidos a plano de gestão florestal,
estão isentos de IMI;
• Prédios que constituam investimento relevante no âmbito do RFAI (Regime Fiscal de Apoio
ao Investimento) -As empresas que efetuem investimentos considerados relevantes podem
beneficiar de isenção ou redução de IMI, por um período até 10 anos, relativamente aos
prédios que sejam sua propriedade e que constituam aplicações relevantes) ;
• Prédios urbanos construídos, ampliados, melhorados ou adquiridos a título oneroso,
destinados a habitação própria e permanente com valor patrimonial tributário até € 125.000,
detidos por sujeitos passivos com rendimento coletável até € 153.300, estão isentos de IMI
por um período de 3 anos;
• Lojas com história, estão isentas de IMI;
• Prédios de reduzido valor patrimonial de sujeitos passivos de baixos rendimentos (Rendimento
Bruto total anual do agregado familiar = ((RMNG*14 meses) * 2,3IAS) e - VPT global dos
prédios pertencentes ao sujeito passivo do IMI = ((RMMG*14 meses)*10IAS), estão isentos
de IMI;

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• Prédios cedidos por cooperativas de habitação e construção ou associações de moradores aos


seus membros, estão isentos de IMI;
• Prédios urbanos que tenham sido reabilitados, que estejam inseridos em áreas de
reabilitação urbana ou que tenham sido construídos há mais de 30 anos.

No entanto, e para que tal aconteça, devem destinar-se a arrendamento para


habitação permanente ou a habitação própria e permanente. Neste caso, a
isenção tem a duração de três anos, podendo chegar aos cinco.

Reduções de taxa

-Prédios urbanos para habitação própria e permanente, com dependentes a cargo

A redução do IMI é fixada pelos


municípios, atendendo ao número de
dependentes que, nos termos do Código
do IRS, compõem o respetivo agregado
familiar, de acordo com a seguinte tabela:

Número de Dedução fixa (em €)


dependentes a cargo
1 20
2 40
3 ou mais 70

A composição do agregado familiar é aquela que se verificar


Esta redução de taxa é automática. no último dia do ano anterior àquele a que respeita o imposto

-Prédios urbanos destinados à produção de energia

Beneficiam de uma redução de 50% da taxa de IMI os prédios urbanos da espécie outros que sejam
exclusivamente afetos à produção de energia a partir de fontes renováveis.

-Prédios urbanos com eficiência energética

Os municípios, mediante deliberação da assembleia municipal, podem fixar uma redução até 15% da taxa
de IMI, a aplicar aos prédios urbanos com eficiência energética.

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Impostos sobre o património

-Redução do IMI para senhorios de rendas antigas (alteração em setembro de 2020)

• Habitação: contratos de arrendamento anteriores a 1990;


• Não habitação: contratos de arrendamento anteriores a 1995.

O VPT tem de ser inferior a 15 vezes o valor da renda. O prazo para fazer o pedido é de 1 de
novembro a 15 de dezembro.

Taxa Agravada

• Prédios ou frações autónomas devolutas há mais de 2 anos e terrenos para construção com
aptidão para uso habitacional atribuída pelo plano municipal de ordenamento do território,
quando localizados em zonas de pressão urbanística;
• Prédios urbanos total ou parcialmente devolutos há mais de um ano;
• Prédios em ruínas.

1.3. Determinação do valor tributário

O valor patrimonial tributário é, em princípio determinado de acordo com as regras do


Código do Imposto Municipal sobre Imóveis para as diferentes espécies de prédios.

Prédios urbanos

Para a determinação do valor patrimonial tributário dos prédios o atual sistema de


avaliação de imóveis assenta num conjunto de seis coeficientes de avaliação que são
idênticos aos que revelam na atividade económica para a formação dos preços dos bens
imóveis urbanos, tentando assim, o legislador aproximar o valor patrimonial tributário do
valor de mercado dos imóveis urbanos.

O valor patrimonial tributário resulta de avaliação direta efetuada por peritos


avaliadores nos termos da seguinte fórmula:

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Impostos sobre o património

Valor patrimonial tributário = Vc x A x Ca x Cl x Cq x Cv

Em que:

Vc = valor base dos prédios edificados


A = área bruta de construção mais a área excedente à área de implantação
Ca = coeficiente de afetação (finalidade)
Cl = coeficiente de localização
Cq = coeficiente de qualidade e conforto
Cv = coeficiente de vetustez

O valor base dos prédios edificados (Vc) corresponde ao custo médio de construção por metro
quadrado, adicionado do valor do metro quadrado do terreno de implantação fixado em 25%
daquele custo. Note-se que o valor base dos prédios edificados (Vc), de acordo com o artigo 39º
do CIMI, é referente ao custo médio de construção por metro quadrado.

O custo médio de construção compreende os encargos diretos e indiretos suportados na


construção do edifício, designadamente os relativos a materiais, mão-de-obra, equipamentos,
administração, energia, comunicações e outros consumíveis.

O custo médio de construção por metro quadrado, (Vc), fixa-se em €615 (492€ + 25%), a
vigorar desde 2019. Em 2022 vai fixar-se em €640 (512 + 25%).

Mas, à semelhança do que acontece com outros dos elementos (como os coeficientes de
localização, de qualidade e conforto ou de vetustez) também este quadrado não é de aplicação
automática, sendo apenas refletido nas construções e casas novas ou nos imóveis alvo de
modificação ou de reconstrução (casas reabilitadas) ou na sequência de uma nova avaliação.
Antes de fazer pedido de nova avaliação de imóvel, há outro passo a dar: simular se vale a pena.
Este pedido é gratuito, mas deve ser precedido de uma simulação para perceber se o efeito de
descida que a idade do prédio tem no VPT compensa a subida que pode resultar de eventuais
mudanças no coeficiente de localização ou mesmo do preço do metro quadrado.

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Já a área bruta de construção (A) corresponde ao somatório da área bruta privativa (superfície
total do edifício) e das áreas brutas dependentes (áreas cobertas que são acessórias ao edifício
ou fração – garagens, parqueamentos, arrecadações, sótãos, caves e outros), resultando num
coeficiente que varia entre 1 e 1,60.

A área bruta de construção do edifício ou da fração e a área excedente à de implantação


(A) resultam da seguinte expressão:

A = (Aa + Ab) x Caj+Ac+Ad

em que:

Aa = área bruta privativa


Ab = áreas brutas dependentes
Caj = coeficiente de ajustamento de áreas
Ac = área do terreno livre até ao limite de duas vezes a área de implantação
Ad = área do terreno livre que excede o limite de duas vezes a área de
implantação

• A área bruta privativa (Aa) é a superfície total, medida pelo perímetro exterior e
eixos das paredes ou outros elementos separadores do edifício ou da fração,
inclui varandas privativas, caves e sótãos privativos com utilização idêntica à do
edifício ou da fração a que se aplica o coeficiente 1.

• As áreas brutas dependentes (Ab) são as áreas cobertas de uso exclusivo, ainda
que constituam partes comuns, mesmo que situadas no exterior do edifício ou
fração, considerando-se para esse efeito locais acessórios, garagens e
parqueamentos, arrecadações, instalações para animais, sótãos ou caves
acessíveis, desde que não integrados na área bruta privativa, e ainda outros locais
privativos de função distinta das anteriores, a que se aplica o coeficiente 0,30.

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Impostos sobre o património

• O coeficiente de ajustamento de áreas (Caj) é aplicado à área bruta privativa e


dependente e é variável em função dos escalões de área (Artº 40º-A).

• A área do terreno livre do edifício ou da fração ou da sua quota-parte resulta da


diferença entre a área total do terreno e a área de implantação da construção ou
construções e integra jardins, parques, campos de jogos, piscinas, quintais e
outros logradouros, aplicando-se-lhe, até ao limite de duas vezes a área de
implantação (Ac), o coeficiente de 0,025, e na área excedente ao limite de duas
vezes a área de implantação (Ad) o de 0,005.

O coeficiente de afetação (Ca) varia entre 0,08 e 1,20 consoante o imóvel se destine a
estacionamento, armazéns, indústria, habitação, comércio ou serviços – os valores a aplicar
encontram-se pré-estabelecidos no artigo 41º do CIMI.

Por sua vez, o coeficiente de localização (Cl) varia entre 0,4 e 3,5 (reduzindo-se para 0,35 em
meios rurais e nos casos de habitações dispersas). Para o cálculo deste coeficiente entram quatro
grandes fatores de influência: existência de transportes públicos próximos da casa;
acessibilidades, o que diz respeito à qualidade e variedade das vias rodoviárias, ferroviárias,
fluviais e marítimas; presença de equipamentos e infraestruturas sociais, tais como escolas,
comércio e serviços públicos; localização numa zona de elevado valor de mercado imobiliário.

O coeficiente de qualidade e conforto (Cq) – que oscila entre 0,5 e 1,7 – consiste no conjunto
dos elementos que conferem maior comodidade ao prédio urbano, tais como garagem, piscina,
campos de ténis, elevadores, ar condicionado, etc. No CIMI, estes elementos encontram-se
divididos em duas categorias: por um lado, os “majorativos” e, por outro lado, os “minorativos”,
sendo atribuído um dado valor a cada um dos constituintes destas classes.

Por último, o coeficiente de vetustez (Cv), fixado entre 0,40 e 1, é referente ao número de anos
da habitação, isto é, à antiguidade da mesma.

O Vc, Cl e Cv não são atualizados automaticamente, só quando há lugar a uma nova avaliação.

A nova avaliação é gratuita através do Modelo 1 do IMI, e pode ser submetido no Portal das
Finanças até 31 de dezembro. O pedido de reavaliação pode ser feito decorridos 3 anos desde a
última.
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Impostos sobre o património

Portanto, o cálculo do VPT é baseado em todo este conjunto de coeficientes, que são indicadores
do valor fiscal da habitação em causa.

Prédios rústicos

O valor patrimonial tributário corresponde ao produto do rendimento fundiário pelo fator


20. Este rendimento determina-se por avaliação de base cadastral, com base nos
elementos fornecidos pelo Instituto Geográfico Português e por avaliação de base não
cadastral nos municípios onde não vigore o cadastro predial ou geométrico.

Nos prédios com valor patrimonial não superior a €. 1.210, o valor patrimonial é fixado
por despacho do chefe de finanças.

Taxas

Imóveis Taxas (%)


Prédios urbanos avaliados nos termos do Código do IMI 0,3 a 0,45

Prédios rústicos 0,8

Prédios detidos por entidades em paraísos fiscais (exceto 7,5


pessoas singulares)

Tratando-se de prédios constituídos por parte rústica e urbana, aplica-se ao valor


patrimonial tributário de cada parte a respetiva taxa.

As taxas previstas são elevadas, anualmente, ao triplo nos casos de prédios urbanos que
se encontrem devolutos há mais de um ano e de prédios em ruínas, considerando-se
devolutos ou em ruínas, os prédios como tal definidos em diploma próprio.

Os municípios, mediante deliberação da assembleia municipal podem fixar a taxa a


aplicar em cada ano, dentro dos intervalos previstos podendo esta ser fixada por
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Impostos sobre o património

freguesia. Podem ainda majorar até ao dobro a taxa aplicável aos prédios rústicos com
áreas florestais que se encontrem em situação de abandono, não podendo da aplicação
desta majoração resultar uma coleta de imposto inferior a (euro) 20 por cada prédio
abrangido.

Taxas IMI 2022


https://www.economias.pt/taxas-de-imi-por-concelho/

CONSULTA DE TAXAS IMI

LISTA DAS TAXAS IMI POR MUNICÍPIO DO DISTRITO LISBOA PARA O ANO 2021-A PAGAR EM 2022

Prédios
Urbanos
Código Prédios Taxas por Dedução fixa
Município Avaliados nos
Município Rústicos freguesia por agregado
Termos
do CIMI

1101 ALENQUER 0,3800 % 0,80 % +Info

1115 AMADORA 0,3000 % 0,80 % +Info

ARRUDA DOS
1102 0,3850 % 0,80 % +Info
VINHOS

1103 AZAMBUJA 0,3500 % 0,80 % +Info

1104 CADAVAL 0,3750 % 0,80 % +Info

1105 CASCAIS 0,3400 % 0,80 % +Info

1106 LISBOA 0,3000 % 0,80 % +Info

1107 LOURES 0,3700 % 0,80 % +Info

1108 LOURINHÃ 0,3500 % 0,80 % +Info

1109 MAFRA 0,4500 % 0,80 % +Info

1116 ODIVELAS 0,3600 % 0,80 % +Info

1110 OEIRAS 0,3000 % 0,80 % +Info

1111 SINTRA 0,3000 % 0,80 %

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SOBRAL DE
1112 0,3900 % 0,80 %
MONTE AGRAÇO

1113 TORRES VEDRAS 0,3500 % 0,80 % +Info

VILA FRANCA DE
1114 0,3000 % 0,80 % +Info
XIRA

1.4. Liquidação e pagamento

Competência e prazo da liquidação

O imposto é liquidado anualmente, em relação a cada município, pelos serviços centrais


da Direcção-Geral dos Impostos, com base nos valores patrimoniais tributários dos
prédios e em relação aos sujeitos passivos que constem das matrizes em 31 de Dezembro
do ano a que o mesmo respeita.

Esta liquidação é efetuada no ano seguinte.

Logo que a avaliação de prédio omisso, melhorado, modificado ou ampliado se torne


definitiva, liquida-se o imposto a que houver lugar.

Não há lugar a qualquer liquidação sempre que o montante do imposto a cobrar seja
inferior a (euro) 10.

Local de pagamento

O IMI pode ser pago nas secções de cobrança dos Serviços de Finanças, nos balcões dos
CTT, nos balcões das instituições de crédito com protocolo para o efeito celebrado com
a DGCI, na rede de caixas automáticas Multibanco ou por home banking.

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Prazo de pagamento

- Valor igual ou inferior a 100€ - Em uma prestação durante maio


- Valor entre 100€ e 500€ inclusive - Em duas prestações durante maio e novembro
- Valor superior a 500€ - Em três prestações durante maio, agosto e novembro

O não pagamento de uma prestação ou de uma anuidade, no prazo estabelecido, implica


o imediato vencimento das restantes. Se o atraso na liquidação for imputável ao sujeito
passivo é este notificado para proceder ao pagamento do imposto respeitante a todos
os anos em atraso.

Documento de cobrança

Os serviços da Direcção-Geral dos Impostos enviam a cada sujeito passivo, até ao fim
do mês anterior ao do pagamento, o competente documento de cobrança, com
discriminação dos prédios, suas partes suscetíveis de utilização independente, respetivo
valor patrimonial tributário e da coleta imputada a cada município da localização dos
prédios.

No mesmo período é disponibilizada às câmaras municipais e aos serviços de finanças


da área da situação dos prédios a informação contendo os elementos referidos no
número anterior, que pode ser aí consultada pelos interessados.

NOTA:

Adicional ao imposto municipal sobre imóveis (AIMI)

O AIMI é um imposto que substitui o Imposto de Selo e a tributação individual do VPT de


imóveis de luxo.

Incidência (AIMI)
O AIMI é devido pelas pessoas singulares, coletivas, bem como por estruturas ou centros de
interesses coletivos sem personalidade jurídica e heranças indivisas, que sejam proprietários,

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Impostos sobre o património

usufrutuários ou superficiários de prédios urbanos situados no território português, destinados


à habitação com valor patrimonial conjunto superior a 600mil euros (ou 1,2 milhões de euros
no caso de sujeitos passivos casados ou unidos de facto).

Estão excluídos de AIMI, prédios urbanos classificados como afetos a “comércio, indústria, ou
serviços” e “outros”.

O valor tributável corresponde ao somatório dos valores patrimoniais tributários (VPT dos
prédios urbanos detidos por cada sujeito passivo reportados a 1 de janeiro de cada ano).

Deduções/Isenções (AIMI)
No caso de pessoas singulares e heranças indivisas, é aplicável uma dedução de € 600.000 ao
valor tributável. Aos sujeitos passivos casados ou em união de facto, que optem pela
tributação conjunta, é aplicável o direito a uma dedução de € 1.200.000 sobre a soma do VPT
dos prédios na sua titularidade.

Estão excluídos do valor tributável os VPT dos imóveis que beneficiaram de isenção ou não
sujeição de IMI no ano anterior.

Taxas (AIMI)
As taxas aplicadas aos sujeitos passivos, após deduções previstas, são as seguintes:

Sujeito passivo Taxa (%)

Pessoas singulares (1)


e heranças indivisas 0,7

Pessoas coletivas (2)


0,4

Prédios detidos por entidades em paraísos fiscais 7,5

(1) Ao valor tributável superior a € 1.000.000, ou o dobro para sujeitos passivos casados ou em união de facto, é aplicada uma taxa

marginal de 1%, quando o sujeito passivo seja pessoa singular.

(2) No caso de prédios, detidos por pessoas coletivas, afetos ao uso pessoal dos titulares do capital, dos membros dos órgãos sociais ou

de quaisquer órgãos da administração, gerência ou fiscalização, é aplicada uma taxa de 0,7%, sendo aplicável à parcela do valor

tributável que exceda € 1.000.000 uma taxa marginal de 1%.

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Impostos sobre o património

Prazo de liquidação e pagamento (AIMI)


O AIMI é liquidado pela AT em junho de cada ano, efetuando-se o respetivo pagamento no
mês de setembro.

2.Imposto municipal sobre as transmissões onerosas


de imóveis (IMT)

2.1. Incidência

Incidência geral

O IMT sujeita a imposto a aquisição onerosa de bens imóveis, independentemente do


título ou da forma jurídica utilizada nessa aquisição. O objeto da sujeição do imposto não
é propriamente o ato ou contrato que titulam a aquisição, mas sim o efeito desses atos
ou contratos, ou seja, a transmissão da propriedade.

Assim, aparentemente qualquer transmissão de imóveis seria sujeita a imposto,


independentemente da sua forma jurídica. Porém, a Lei enuncia taxativamente os atos
ou contratos que se consideram suscetíveis de operar transmissões de imóveis sujeitas
a imposto.

Incidência objetiva e territorial

O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade ou de


figuras parcelares desse direito, sobre bens imóveis situados no território nacional.

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Impostos sobre o património

Incidência subjetiva

O IMT é devido pelas pessoas, singulares ou coletivas, para quem se transmitam os bens
imóveis.

Incidência de IMT no caso de entradas dos sócios com bens imóveis em


sociedades
Passa a estar especificamente prevista a incidência de IMT para os casos de entradas
dos sócios com bens imóveis para a realização de prestações acessórias à obrigação
de entrada de capital de sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial ou de
sociedades civis a que tenha sido legalmente reconhecida personalidade jurídica.

Atualmente, a lei apenas prevê, de forma expressa, a incidência de IMT no caso de


entradas dos sócios com bens imóveis para a realização do capital dessas sociedades.

2.2. Isenções

• Aquisição de prédios para revenda por sociedades imobiliárias;

• Aquisição de prédios urbanos destinados/objeto de reabilitação urbanística;

• Operações de reestruturação ou acordos de cooperação;

• Aquisição de prédios classificados como de interesse nacional/público/municipal;

• Aquisições de prédios que constituam investimento relevante, no âmbito do Regime


Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI).

São isentas do IMT as aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio


urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, cujo valor
que serviria de base à liquidação não exceda (euros) 93.331 euros.

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Impostos sobre o património

2.3. Determinação do valor tributável

Regra geral, o IMT incidirá sobre o valor constante do ato ou do contrato ou


sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis, consoante o que for maior.
Há, contudo, regras particulares de determinação do valor tributável.

No caso de imóveis omissos na matriz ou nela inscritos sem valor patrimonial tributário,
bem como de bens ou direitos não sujeitos a inscrição matricial, o valor patrimonial
tributário é determinado nos termos do CIMI.
Ao valor patrimonial tributário junta-se o valor declarado das partes integrantes, quando
o mesmo não esteja incluído no referido valor patrimonial.

IMT - TABELAS PRÁTICAS EM VIGOR A PARTIR DE 28 DE JUNHO DE


2022

Prédios rústicos – 5%
Outros prédios urbanos e outras aquisições onerosas – 6,5%

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Impostos sobre o património

Na transmissão de partes de prédios urbanos ou frações autónomas de prédio urbano


destinado exclusivamente a habitação própria e permanente aplicam-se as seguintes regras:
a) Se no mesmo ato se transmitir a totalidade do prédio, a cada valor aplica-
se a taxa correspondente à totalidade da transmissão;
b) Se no ato não se transmitir a totalidade do prédio, ao valor tributável
aplica-se a taxa correspondente ao valor global do prédio tendo em consideração
a parte transmitida.

2.4. Liquidação e pagamento

A liquidação do IMT é de iniciativa dos interessados, para cujo efeito devem apresentar,
em qualquer serviço de finanças ou por meios eletrónicos, uma declaração de modelo
oficial devidamente preenchida.

A liquidação é promovida oficiosamente pelos serviços de finanças que forem


competentes e sempre que os interessados não tomem a iniciativa de o fazer dentro dos
prazos legais, bem como quando houver lugar a qualquer liquidação adicional, sem
prejuízo dos juros compensatórios a que haja lugar e da penalidade que ao caso couber.

A declaração de modelo oficial deve também ser apresentada, em qualquer serviço de


finanças ou por meios eletrónicos, antes do ato ou facto translativo dos bens, nas
situações de isenção.

Local de pagamento

O IMT é pago nas tesourarias de finanças ou em qualquer outro local autorizado nos
termos da lei, mediante documento de cobrança de modelo oficial.
A prova do pagamento do IMT é feita mediante a apresentação da declaração referida
no artigo 19.º, acompanhada do comprovativo da cobrança.

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Prazos para pagamento

O IMT deve ser pago no próprio dia da liquidação ou no 1.º dia útil seguinte, sob pena
de esta ficar sem efeito.

Se a transmissão se operar por ato ou contrato celebrado no estrangeiro, o pagamento


do imposto deve efetuar-se durante o mês seguinte.

Se os bens se transmitirem por arrematação e venda judicial ou administrativa,


adjudicação, transação e conciliação, o imposto será pago dentro de 30 dias contados
da assinatura do respetivo auto ou da sentença que homologar a transação.

Quando qualquer dos atos referidos no número anterior não opere a transmissão dos
bens, o imposto, quando devido, deve ser pago nos termos gerais.

Se caducar qualquer isenção ou redução de taxas, o imposto deve ser pago no prazo de
30 dias.

Nas partilhas judiciais e extrajudiciais, o imposto deve ser pago nos 30 dias posteriores
ao ato.

Sempre que o IMT seja liquidado conjuntamente com o imposto do selo, o seu
pagamento deve ser efetuado no prazo da respetiva notificação.

Nos casos de cedência da posição contratual por parte do promitente adquirente num
contrato-promessa de aquisição ou alienação (art.º 2.º 3 al e) o imposto deve ser pago
nos termos seguintes:
a) No prazo de 30 dias a contar da data da celebração do contrato definitivo;
b) No prazo de 30 dias a contar da data da decisão que não reconheceu o direito
à exclusão, quando o interessado tiver requerido a prova prevista na alínea g)
do artigo 4.º

No caso previsto no artigo 5.º 3, o imposto deve ser pago nos termos seguintes:
a) Tratando-se de prédios a construir, antes da celebração do contrato;
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b) Nas demais situações, no prazo de 30 dias a contar da data da


aquisição pelo alienante.

3. Imposto de selo

3.1. Incidência

Incidência objetiva

O Imposto do Selo incide sobre os atos, contratos, documentos, títulos, livros, papéis e outros
factos, previstos na Tabela Geral, ocorridos em Portugal e não sujeitos ou isentos de IVA.

Os factos acima mencionados serão ainda sujeitos a Imposto do Selo quando, ocorridos fora de
Portugal, forem apresentados para efeitos legais em Portugal.

3.2. Isenções

São isentos de imposto do selo:

- O cônjuge ou unido de facto, descendentes e ascendentes, nas transmissões gratuitas


sujeitas à verba 1.2 da tabela geral de que são beneficiários.

- As aquisições onerosas ou a título gratuito de imóveis por entidades públicas empresariais


responsáveis pela rede pública de escolas, destinadas direta ou indiretamente à realização
dos seus fins estatutários.

- Mantêm-se em vigor as isenções nas transmissões gratuitas, constantes de acordos entre


o Estado e quaisquer pessoas, de direito público ou privado.

3.3. Determinação do valor tributável

Valor tributável

O valor tributável do imposto do selo é o que resulta da Tabela Geral.


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Taxas

As taxas do imposto são as constantes da Tabela em vigor no momento em que o


imposto é devido.
Não haverá acumulação de taxas do imposto relativamente ao mesmo ato ou documento.
Quando mais de uma taxa estiver prevista, aplica-se a maior. Mas, não se aplica aos
factos previstos nas verbas n.os 1.1,1.2, 11.2, 11.3 e 11.4 da Tabela Geral.

Tabela Anexa ao IS (Reduzida)

Incidência Taxa (%)

Aquisição onerosa ou por doação de imóveis 0,8

Aquisição gratuita de bens por pessoas singulares (sucessões e doações) 10

Arrendamento ou subarrendamento (sobre um mês de renda) 10

Garantias (exceto se acessórias e simultâneas de Prazo < 1 ano – por 0,04


contratos especialmente previstos na Tabela): cada mês ou fração

Prazo >= 1 ano 0,5

Sem prazo ou prazo 0,6


>= 5 anos

Utilização de crédito: Prazo < 1 por cada 0,04


mês ou fração

Prazo >= 1 ano 0,5

Prazo >= 5 anos 0,6

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Prazo não 0,04


determinado (v.g.
conta corrente) – por
mês sobre a média
mensal da dívida

Crédito ao consumo (1) Prazo < 1 por cada 0,07


mês ou fração

Prazo >= 1 ano 0,9

Prazo >= 5 anos 1

Prazo não 0,07


determinado (v.g.
conta corrente) – por
mês sobre a média
mensal da dívida

Operações efetuadas por instituições financeiras Juros, incluindo 4


desconto de letras

Comissões por 3
garantias prestadas

Outras comissões 4
por serviços
financeiros, incluindo
as taxas relativas a
operações de
pagamento baseadas
em cartões

Comissões por 2
mediação de seguros

Letras e livranças sobre o valor com mínimo de € 1 0,5

Trespasse de estabelecimento 5

Prémio de bingo (2) 25

Outros prémios (rifas, jogos do loto, sorteios ou concursos, com exceção dos 35
prémios dos jogos sociais previstos na verba 11.3 da Tabela Anexa ao Código
do Imposto do Selo) (2)

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Jogos sociais do Estado: incluídos no preço de venda da aposta 4,5

Jogos sociais do Estado - sobre a parcela do prémio que exceder € 5.000 20

Organismos de investimento coletivo que invistam, exclusivamente, em 0,0025


instrumentos do mercado monetário e depósitos – sobre o referido valor, por
cada trimestre

Outros organismos de investimento coletivo – sobre o referido valor, por cada 0,0125
trimestre

(1) Relativamente aos factos tributários ocorridos até 31 de dezembro de 2018, as taxas previstas são agravadas em 50%.

(2) Acresce uma taxa de 10% quando atribuídos em espécie.

3.4. Liquidação e pagamento

Competência para a liquidação

A liquidação do imposto compete aos sujeitos passivos do imposto (Art.º 2º, 1 e 2).

Tratando-se do imposto devido pelos atos ou contratos previstos na verba 1.1 da tabela
geral (aquisição onerosa ou por doação do direito de propriedade sobre imóveis), à
liquidação do imposto aplicam-se, com as necessárias adaptações, as regras contidas no
CIMT.

Forma de pagamento

O imposto do selo é pago mediante documento de cobrança de modelo oficial.

Prazo e local de pagamento

O imposto é pago nas tesourarias de finanças, ou em qualquer outro local autorizado nos termos
da lei e deve ser efetuado conjuntamente com o IMT no próprio dia da liquidação ou no primeiro
dia útil seguinte.
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Sempre que o imposto deva ser liquidado pelos serviços da administração fiscal, só se
procede a liquidação, ainda que adicional, se o seu quantitativo não for inferior a (euro)
10.

Havendo lugar a liquidação do imposto pelos sujeitos passivos referidos no n.º 3 do


artigo 2.º, exceto tratando-se de situações em que há lugar à sujeição simultânea das
verbas 1.1 e 1.2 da tabela geral, o imposto é pago nos prazos, termos e condições
definidos no artigo 36.º do CIMT.

Documento de cobrança

A cobrança do imposto liquidado nas transmissões gratuitas faz-se mediante documento


de cobrança de modelo oficial, pelo qual se procede também à cobrança do IMT que
tiver sido liquidado no mesmo processo.

O documento de cobrança é extraído em nome das pessoas para quem se transmitirem


os bens.

No caso de o imposto ser devido pela herança, o documento de cobrança é extraído em


nome do autor da herança com o aditamento «Cabeça-de-casal da herança de» e
identificado pelo número fiscal que for atribuído à herança, nos termos do artigo 81.º do
CIMI.

O documento de cobrança de cada prestação ou da totalidade do imposto é enviado ao


interessado, até ao fim do mês anterior ao do pagamento.

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Bibliografia

Correia, Paulo, Fiscalidade – Manual de formação, Ed. Companhia própria

Mateus, Silvério, Legislação fiscal – Guia do formando, ISG/ IEFP

José Maria Fernandes Pires, Lições de Impostos sobre o Património e do Selo, Almedina

Sites consultados

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Portal das finanças http://info.portaldasfinancas.pt

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