Professional Documents
Culture Documents
444 Caderno2
444 Caderno2
03 A MORTE
SUMÁRIO
DA CIDADE
2 | 65 3 | 65
01 INTRODUÇÃO 01 INTRODUÇÃO
INQUIETAÇÕES PROPOSTA
IN MEMORIAM
Um momento de reflexão, necessário para entendimento da
entre esses dois mundos: material e imaterial. O projeto que morte de forma sensível e fuga de um pragmatismo existente
aqui toma forma, muito mais do que espacialidade, tratará a na produção arquitetônica contemporânea.
discussão sobre este fenômeno que negamos. Propõem-se
uma soleira, um local de transição entre duas realidades, que
faz pensar e refletir a certeza do fim da vida.
4 | 65 5 | 65
01 INTRODUÇÃO
A MORTE ANTIGA
IN MEMORIAM
de medo, tais espaços eram cultuados
pela população: a morte, mesmo O homem de outrora fazia caso da morte; ela era coisa séria, que não se
devia tratar levianamente: um momento forte da vida, grave e temível, mas não
que longe, era presente em toda sua
temível a ponto de afastá-la, de fugir-lhe, de fazer como se não existisse ou de
essência (FIGUEIREDO, 2013). falsificar-lhe as aparências (ARIÈS, 1982).
6 | 65 7 | 65
02 A MORTE DO HOMEM 02 A MORTE DO HOMEM
A MORTE DOMADA A MORTE DE SI MESMO
Os estudos de Ariès apontam uma proximidade do A morte de si mesmo não caracteriza uma nova
homem com sua finitude durante um longo período atitude da sociedade frente à morte, mas sutis mudanças
da Idade Média, por ele chamado de Morte Domada. ocorridas a partir dos séculos XI e XII nessas relações.
A baixa expectativa de vida fazia a morte presente, Ariès observa pequenas alterações que carregam a
cotidiana, assim, morrer não era um medo. morte de um sentido dramático e pessoal. O homem
O autor chama a atenção para o fato de que, neste continua consciente de seu fim e as solenidades
período, não se morre sem se ter tido tempo de saber perduram durante este momento. Contudo, uma série
que se vai morrer. Morria-se geralmente em guerras de acontecimentos irão introduzir uma preocupação
ou por doenças fatais, de modo que o homem tinha com a particularidade de cada indivíduo.
completa consciência da proximidade de seu fim. Primeiro, é preciso entender as alterações na
Segundo Ariès (1982) não tinham pressa em morrer, concepção coletiva da destinação póstuma. A
mas quando viam chegar a hora, sem precipitação representação do Juízo Final ganha um caráter
nem atraso, como devia ser, morriam cristãos (apud individual, deixando de ser um momento coletivo no
JEAN GUITTON). fim dos tempos, sendo transportado ao término de
A iminência da morte permitia ao moribundo tomar cada vida. Assim, o Juízo Final tem cenário, a partir do
providências para sua salvação. A Idade Média é um século XV, no quarto do moribundo, sendo o ato final da
período de forte influência da Igreja Católica sobre cerimônia pública da morte. Segundo Ariès, “a morte
os costumes da sociedade, que não deixou de ter um tornou-se o lugar em que o homem melhor tomou
reflexo sobre o momento de morrer. Assim, através consciência de si mesmo” (2012).
de um cerimônia pública, o moribundo buscava a
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
Figura 4: O quarto do moribundo -
Ars Moriendi do século XV
8 | 65 9 | 65
02 A MORTE DO HOMEM
A MORTE DO OUTRO
É a partir do século XVIII que se tem uma primeira que são dotadas por uma nova emoção, uma paixão Este sentimento de luto é a origem do culto moderno
grande mudança nas relações do homem com a morte. pelo outro que faz chorar e suplicar. É a comoção dos dos túmulos e cemitérios que atinge todas as classes
Este novo sentido do morrer, segundo Ariès, é carregado sobreviventes frente à ideia de separação de quem sociais do período. A saudade do outro traz consigo a
de uma dramaticidade e exaltação, ao mesmo tempo parte. O protagonismo dos atos da morte permanece necessidade de um local para visita. Esse local precisa
em que se ocupa menos de sua própria morte, e, assim, com o moribundo. Entretanto, família e amigos não ser individualizado, privado e exato. Assim, os mortos
a morte romântica, retórica, é antes de tudo a morte do constituem mais cenário, tornando-se atores ativos ganham espaço dentro das cidades, local exclusivo e
outro (ARIÈS, 2012). nesta cena. dotado de significado.
Essas transformações têm início a partir do século Essa carga emocional é seguida por um luto Desde o século XII, as manifestações excessivas de dor
XVI, quando os temas referentes à morte recebem um exacerbado, de caráter social ou ritual, obrigatório de tinham sido reprimidas da mentalidade da sociedade.
tom erótico. É uma aproximação de Thanatos e Eros. manifestações de expressão de dor das saudades. Por Contudo, a partir do século XVIII, tem-se a necessidade
Esse caráter erótico transcende a literatura e as artes, luto se entende as condolências e o estilo de vida imposto de gritar a dor e demonstrá-la no túmulo. A morte
passando à sociedade como um sentido de Beleza. A pelo costume aos sobreviventes. É um momento de modificava o espaço e o tempo de um grupo social,
morte é, antes de tudo, admirável por sua beleza, uma exageros e comoção pública, demonstração da dor pelo podendo se estender a uma comunidade inteira. Desta
beleza nova, ornada de outros atrativos - a beleza da ente que se foi. Esses lutos do século XIX são chamado maneira então, ficam instituídos os ritos da morte: a
morte. É o momento que Ariès traz como a morte pelos psicólogos de hoje de histéricos e são, de acordo cerimônia pública tem palco no templo e a inumação
romântica. com os estudos de Ariès (1982), um testemunho de uma nos cemitérios. O luto, é público e com um sentido
As solenidades do morrer são mantidas, ao passo dificuldade de aceitação da morte do outro nunca vista coletivo, uma demonstração de dor pela separação do
anteriormente. outro.
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
Figura 5: A morte de Sardanapalus,
de Eugene Delacroix (1824)
10 | 65 11 | 65
02 A MORTE DO HOMEM
A MORTE INTERDITA
Todas essas transformações da mentalidade vez, tende a afastar o homem de sua morte, o “não se higiene pessoal e ideias de assepsia tornaram todo
humana quanto à morte, observadas anteriormente sentir morrer” substituiu o “sentido da morte próxima”. mundo mais delicado: não se suportava mais os odores
por Ariès, ocorreram de modo lento e gradual. Assim, A verdade começa a ser problemática. Essa mentira do espetáculo da morte.
teve-se tempo para absorção por parte da sociedade rebaixaria o ato formidável e solene de morrer (ARIÈS, O hospital ofereceu às famílias local onde esconder
que pôde moldar suas tradições à morte. Contudo, a 1982). a inconveniências do doente. Deste modo, não tem
realidade contemporânea não é a mesma. Os estudos Entretanto, essa mentira é reforçada por um tanto o caráter de lugar de cura, mas sim de local de se
do historiador indicam uma revolução drástica no sentimento posterior, característico da modernidade, morrer. A morte deixa de ser natural. Morre-se porque
sentimento tradicional. “A morte, tão presente no que traz consigo a ideia de ausência da morte na os médicos não conseguiram curar. Assim, os estudos
passado, de tão familiar, vai se apagar e desaparecer. sociedade. Neste sentimento de que a vida é sempre de Ariès (2012) indicam a transformação da morte em
Torna-se vergonhosa e objeto de interdição” (ARIÈS, feliz, ou pelo menos deve aparentá-lo, morrer não um fenômeno técnico causado pela para dos cuidados,
1982). Essa revolução tem início na América do Norte, é uma realidade, de forma que não há espaço para ou seja, de maneira mais ou menos declarada, por
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
cidade como se ninguém morresse mais. Ariès (1982 e 2012) o lugar de morrer, antes em casa, junto Mas a morte não é completamente excluída da Todavia, morte interdita ainda é uma realidade
aos familiares e amigos, é deslocado para o hospital, o constrangimento do luto ao ato da masturbação, repressão que começara a se instalar. disseminada nas cidades ocidentais, principalmente
Primeiramente, a atitude com o moribundo é secreto: “hoje, a morte e o luto são tratados com a sociedade. A realidade capitalista faz da morte um
onde se morre de maneira impessoal, escondida e Ariès aponta estudos que indicam que esta retração produto de mercado. Durante a segunda metade do as com bastante influência norte-americana e de seu
alterada. Os que o cercam, a fim de poupá-lo, ocultam solitária. A promiscuidade da morte se tornou pesada mesma pudicícia que os impulsos sexuais há um século” da dor e a consequente interdição de suas manifestações industrialismo feliz.
a gravidade de seu estado. Essa atitude, pela primeira (GORER, apud ARIÈS, 1982). século XX, surgem por toda a América do Norte os
demais. Os rápidos progressos do conforto, intimidade, públicas agravam os traumas dos sobreviventes. Uma
12 | 65 13 | 65
03 A MORTE DA CIDADE
A MORTE DOMADA E DE SI MESMO
CONSIDERAÇÕES
PARCIAIS
Apesar da familiaridade dos antigos com a morte, a atenção à forte influência da Igreja Católica deste não impediu nem um nem outro de tornarem-se locais
Este primeiro contato com a evolução da mentalidade existia uma mitificação quanto aos mortos durante período). A partir de então, não houve mais diferença públicos (ARIÈS, 2012).
da morte na sociedade faz perceber que as inquietações a Antiguidade, um medo, por parte dos vivos, de seu entre igreja e o cemitério (ARIÈS, 2012).
que motivaram este trabalho não são irreais. A morte A individualização do momento de morrer, da morte
retorno. Assim, os enterros ocorriam extramuros, Diferentemente da mentalidade da Antiguidade, de si mesmo, não alterou essas relações públicas
contemporânea é vazia; morrer tornou-se algo que não fora das cidades. Eram proibidos por lei, como o caso
é natural. Assim, percebe-se a importância de trazer a onde o túmulo era mais representativo do que a sua dos vivos com os mortos. Tem-se apenas a quebra
de Roma com a Lei das Doze Tábuas que proibia os localidade, a realidade medieval faz pensar a importância do anonimato dos defuntos no interior das igrejas,
discussão desse fenômeno, como forma de fazer refletir enterros in urbe. Os cemitérios eram situados fora
este assunto bastante delicado. da localização, mais do que o túmulo em si, sendo aceito representada pelas inscrições funerárias.
das cidades, à beira das estradas, recepcionando os um anonimato póstumo. Pouco importava a destinação
Com isso, torna-se objetivo tratar a morte como uma visitantes (ROCHA, 2012). Atenta-se ainda que os antigos cemitérios extramuros
questão de saúde pública, muito mais que as doenças do corpo, desde que permanecesse perto dos santos. da Antiguidade não foram abandonados durante esse
e questões ambientais relativas à decomposição dos Contudo, Ariès observa que este hábito extramuros É interessante observar ainda que as igrejas deste período, sendo local de enterro de escravos, indigentes
corpos nos cemitérios, mas aos problemas psicológicos não perdurou durante a Idade Média. Os mortos retornam período não representavam apenas o espaço do culto, e descrentes. Contudo, as cidades crescem a ponto de
que a nova maneira de morrer causa: a sociedade não às cidades, sendo a morte domada caracterizada pela mas também locais de eventos, procissões e convívio. abraçar estes espaços e inseri-los dentro do cotidiano
está consciente de sua morte, a população não se coexistência dos vivos e dos mortos no espaço urbano. Assim, os cemitérios eram habitados, configurando urbano.
permite sofrer pela perda do seus e tudo isso faz mal a Tem-se o início dos sepultamentos dentro de igrejas espaços públicos de intensa vida urbana. O fato de que
todos. no século V, resultado de um desejo de ser enterrado os mortos tenham entrado na igreja e em seu pátio
Assim, o projeto, produto final deste processo, deverá pertos dos santos, ad sanctos (novamente, chama-se
trazer em si a vontade de aproximação da população Figura 6: Catacumbas de Paris
do significado da morte: morrer é natural e está tudo
bem em falar sobre isso. Mais importante ainda,
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
14 | 65 15 | 65
03 A MORTE DA CIDADE 03 A MORTE DA CIDADE
A MORTE DO OUTRO A MORTE INTERDITA
O luto exacerbado da morte romântica do século parecia, a partir de então, necessária à cidade” (ARIÈS, As mudanças radicais na mentalidade da morte, O urbanismo moderno, com toda a sua funcionalidade,
XVIII trouxe consigo um novo culto dos túmulos e 2012). ocorridas no século XX, têm repercussões não considera a cidade a partir do espaço de habitar,
dos cemitérios nos séculos XIX e XX. A saudade e a Então, a partir do século XIX, estes espaços que apenas psicológicas, mas dentro do espaço público trabalhar, recrear e circular. A morte, assim como na
lembrança fazem necessário um local para visita. tinham desaparecido desde a Antiguidade, retornam à também. O esvaziamento do sentimento da morte, sociedade, não tem espaço na cidade. Desta maneira,
Neste mesmo momento, o crescimento das cidades topografia, constituindo mais um elemento da malha consequentemente, reflete um esvaziamento dos os cemitérios configuram áreas de uso cristalizado, que
impulsionado pela revolução industrial faz pensar urbana. A morte se torna forte presença na cidade, o que cemitérios urbanos. sofrem um processo de inércia e esquecimento pela
reformas higienistas para combate de doenças que não ocorria na Idade Média, apesar da alta mortalidade As reformas higienistas posteriores à Revolução sociedade.
afligiam o meio urbano. Estas reformas incluem e presença dos mortos. Os cemitérios se tornam local Industrial expulsaram os cemitérios do perímetro Dentro desta realidade de morte suja e excluída, os
medidas referentes aos locais cemiteriais, uma vez de visita e meditação, onde, junto aos túmulos se virá a urbano, contudo, o crescimento das cidades espaços cemiteriais se tornam invisíveis. Ainda que a
que o acúmulo dos mortos no interior e arredores lembrar, recolher-se, rezar e chorar. contemporâneas os alcança novamente. Entretanto, mentalidade capitalista os insira na dinâmica das cidades,
das igrejas se tornava intolerável. Acreditava-se que a A visitação dos espaços cemiteriais traz consigo apesar de existentes, sua presença na cidade não através de uma maquiagem, uma espetacularização da
saúde pública estava comprometida pelas emanações a necessidade de planejamento destes. Apesar do é notada, de forma que não constituem atores no morte, tais espaços continuam vazios de significado,
pestilentas provenientes da decomposição dos corpos, culto aos cemitérios e túmulos ser um consenso da cotidiano urbano. longe de uma apropriação pela população.
que ficaram conhecidas por miasmas. mentalidade ocidente quanto à morte, Ariès observa Seriam, também, os cemitérios, vazios urbanos?
Assim, os mortos, como na Antiguidade, recebem que, pela primeira vez, tem-se um separação desta
espaço exclusivo, afastados do núcleo urbano. “Os mentalidade no ocidente. Os cemitérios da França, Figura 8: Cemitério de San Stefano,
mortos não deviam envenenar os vivos e os vivos Alemanha e Itália, não têm as mesmas características Itália
deviam testemunhar aos mortos, através de um dos cemitérios encontrados na América do Norte,
verdadeiro culto leigo, sua veneração” (ARIÈS, 2012). Inglaterra e parte do noroeste da Europa. Tanto o
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
ocultado, de modo a não perturbar os outros no seu bem-estar. Torna-se regra a neutralização
Nasce o costume de visitação da morada última dos dos ritos funerários, sendo uma sociedade que nega a morte é-lhe difícil suportar os seus ritos.
que se foram, uma recordação que confere aos mortos Encarando desta forma, o que acaba por acontecer é que não se encontra preparada ou possui
uma espécie de imortalidade. É um culto privado, os instrumentos que lhe permitam enfrentá-la, assim a forma que tem de combater a morte é
apagá-la, bani-la, expurga-la de todos os meios, para que não existam encontros incômodos ou
Figura 7: Forest Lawn Cemetery
individual, ao mesmo tempo que público, estendendo- desagradáveis (FIGUEIREDO, 2013).
se do indivíduo à sociedade. “A presença do cemitério
16 | 65 17 | 65
04 A MORTE DE FLORIANÓPOLIS
A MORTE EM FLORIANÓPOLIS
CONSIDERAÇÕES
PARCIAIS
A morte no Brasil não fugiu dos padrões europeus e,
As relações do homem com a morte possuem Figura 9: Cemitério Municipal posteriormente, norte-americanos. As transformações
suas consequências na cidade. Assim, a recusa deste São Francisco de Assis, Itacorubi, da mentalidade relacionada à morte que ocorreram
momento, característica da morte interdita, resulta Florianópolis
por todo o ocidente, chegaram ao Brasil, mesmo que
em uma exclusão dos espaços cemiteriais do cotidiano um tanto atrasadas, pela importação de costumes
urbano. durante o longo período de “europeização” que o país
Percebe-se, assim, que para trazer a discussão deste sofreu e, ainda, pela globalização atual.
assunto à tona, é necessário fazer a morte presente na
cidade. Como forma de aproximação da população, e, Em Florianópolis não foi diferente. Ainda que seu
consequentemente de indução à reflexão sobre o tema, processo de ocupação tenha sido um tanto devagar,
o projeto deverá ter uma inserção que permita a sua as influências europeias chegaram à cidade, seja pela
percepção. importação dos costumes pela capital, Rio de Janeiro,
Sente-se também a necessidade de proposição de seja pela chegada de imigrantes à ilha.
uma nova arquitetura, cuja implantação tenha algum As primeiras ocupações do que viria a ser a cidade
impacto no coletivo da cidade. Um espaço que permita de Florianópolis foram de povos indígenas, conhecidos
a meditação ao mesmo tempo que a apropriação por carijós. As culturas indígenas já possuíam suas
pela comunidade, proporcionando, desse modo, um próprias tradições quanto ao tratamento de seus
encontro dos vivos no espaço dos mortos. mortos, e o caso dos carijós não é diferente. Segundo
Compreendidas as relações do homem com a morte Rosa (2003), através de técnicas de cerâmicas - uma
e suas consequências na cidade, sente-se necessidade espécie de urna funerária, dispunham de restos
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
coexistência de vivos e mortos no espaço urbano. Ao
longo do desenvolvimento dessa região central, novas
igrejas surgem, às quais, de forma adjacente, surgem
pequenas áreas cemiteriais.
18 | 65 19 | 65
04 A MORTE DE FLORIANÓPOLIS 04 A MORTE DE FLORIANÓPOLIS
A MORTE EM FLORIANÓPOLIS A MORTE EM FLORIANÓPOLIS
Entretanto, é no século XVIII, com a chegada dos Com o crescimento da cidade se iniciam críticas ao
imigrantes açorianos que a morte ocupará melhor cemitério público, devido à sua localização, que parece
as terras de Nossa Senhora do Desterro. A vinda à população inconcebível. Em 1925 é inaugurado o
dos imigrantes açorianos acontece com o objetivo cemitério de São Francisco de Assis, no atual bairro
de ocupar as terras do sul do Brasil. Com sua do Itacorubi, maior necrópole da cidade até os dias
chegada, tem-se a formação de freguesias de norte atuais. Seu projeto surge como uma política funerária
a sul da região insular. Tais freguesias configuravam da cidade, ainda que o antigo Cemitério Público do
pequenos núcleos independentes pela dificuldade Morro do Vieira não tenha se esgotado.
de comunicação com o distrito sede. Acabam assim, Mesmo com as reformas higienistas tomando forma
possuindo suas próprias igrejas e, consequentemente, durante o século XX em Florianópolis - canalização
seus próprios cemitérios (ROSA, 2003). do Rio da Bulha, Avenida Hercílio Luz - é apenas
No século XIX a co-presença dos mortos nos espaços com a construção da Ponte Hercílio Luz que ocorre
dos vivos começa a se tornar um inconveniente. É a a desativação do Cemitério do Morro do Vieira, com
chegada das reformas higienistas da Europa ao Brasil, o transporte das sepulturas para o Cemitério de São
tomando palco inicialmente na cidade do Rio de Francisco de Assis.
Janeiro e depois difundindo-se por todo o país. Assim, O Cemitério de São Francisco de Assis é o último
com o intuito de combate aos miasmas causados pela cemitério público inaugurado na cidade. Ainda que
putrefação dos mortos, é criada em Florianópolis a ocorram as grandes obras de acesso ao norte e sul
primeira lei que proibia os enterros em igrejas ou da ilha, além de obras de saneamento, construção
dentro do perímetro urbano, de 1840. Segundo Rosa
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
saudade. Assim, tem-se a tipologia de cemitérios
mais encontrada na cidade: o cemitério vitoriano,
com túmulos individuais de propriedade privada e
Figura 10: Cemitério da Freguesia Figura 11: Cemitério Jardim da Paz,
monumentos elaborados dramatizando o espaço. do Ribeirão da Ilha, Florianópolis João Paulo, Florianópolis
20 | 65 21 | 65
04 A MORTE DE FLORIANÓPOLIS 04 A MORTE DE FLORIANÓPOLIS
NÚMEROS DA MORTE NÚMEROS DA MORTE
IN MEMORIAM
Campeche 2.200,00 Esgotado Há vagas
7 Cemitério São Francisco de Assis
Armação do Pântano 2.790,00 Em vias de esgotamento Em vias de esgotamento 7 6
São João do Rio Vermelho 1.398,75 Há vagas Em vias de esgotamento 8 Cemitério da Lagoa da Conceição
IN MEMORIAM
A morte não é apenas o momento único e irrepetível do fim biológico de cada
ser humano, mas um processo que se inicia com o nascimento e vai depois condicionar
e polarizar as vivências e os comportamentos dos homens em sociedade. (SANTOS, 2015)
24 | 65 25 | 65
05 ARQUITETURAS FUNERÁRIAS 05 ARQUITETURAS FUNERÁRIAS
Compreendida a relação do homem com a morte Os cemitérios são locais para sepultamento de
e seus reflexos na cidade, é momento para uma restos mortais. Nas culturas ocidentais, as cerimônias
aproximação com arquiteturas voltadas a este tema. De fúnebres ocorrem geralmente nestes espaços, no
modo geral, a destinação final dos corpos daqueles que interior de capelas. Existem ainda duas tipologias
se foram ocorre por dois processos distintos: inumação desta arquitetura: os cemitérios convencionais e os
ou cremação. O primeiro consiste no sepultamento dos cemitérios verticais.
corpos, em espaços adequados (sepultura, jazigo ou A solução arquitetônica mais adotada no Brasil
local de consumpção aeróbia). O segundo, cremação, para destinação final dos seus entes é o cemitério
consiste na transformação dos restos mortais em convencional, ou horizontal. Segundo CAMPOS (2007,
cinzas através de um processo de incineração. Como apud Kemerich et al) são compostos por alamedas
arquiteturas, têm-se os cemitérios e os crematórios. pavimentadas delimitadas por túmulos semi-
enterrados, mausoléus, capelas e diversas formas
de monumentos funerários. Desta maneira, são, em
geral, espaços desqualificados arquitetonicamente,
que sofreram processo de cristalização do uso (Rosa,
2003). Durante o processo de urbanização brasileira,
são novamente inseridos no perímetro urbano,
constituindo hoje, grandes porções de solo urbano.
São locais classificados como de atividade com risco de
contaminação ambiental, uma vez que podem afetar as
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
26 | 65 27 | 65
05 ARQUITETURAS FUNERÁRIAS
IN MEMORIAM
Figura 14: Cemitério Vertical da Irmandade de São
Miguel e Almas, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
28 | 65 29 | 65
05 ARQUITETURAS FUNERÁRIAS 06 ANÁLISES ARQUITETÔNICAS
SINTAXE ESPACIAL
Os crematórios são espaços voltados à cremação, babilônios e povos germânicos. É, hoje, o método funerário Segundo Hillier (1993) o significado espacial da forma espaços e seus usos, como forma de encontrar padrões negada e escondida, identificada anteriormente,
processo de incineração de cadáveres. Apesar de mais praticado na Inglaterra (Ariès). Apresenta-se como expressa o que arquitetura deve ser para cumprir na configuração de arquiteturas funerárias. procura-se entender a relação espacial da morte dentro
aparentar uma alternativa contemporânea aos cemitérios solução póstuma de menor impacto ambiental, uma vez seu propósito como um objeto social, ao ponto que Segundo Hillier (1993) os grafos de permeabilidade de arquiteturas voltadas a este tema e identificar, ainda,
tradicionais, o costume de cremar os restos mortais tem que não gera os resíduos convencionais da decomposição sua estética expressa o que deve ser para cumprir indicam dois pontos fundamentais da configuração as formas de apropriação deste espaço pelos usuários.
origens históricas e religiosas. (Kemerich et al, 2012). Já dos corpos, não oferecendo risco de contaminação por seu propósito como arquitetura. Assim, o espaço é espacial de uma arquitetura: a profundidade dos Uma compreensão dessas relações permitirá uma
os gregos, na Antiguidade, cremavam seus mortos em gases, já que os fornos contam com filtros para captura dotado tanto de significado social, transmitindo uma espaços e a possibilidade de conexão entre eles. A apropriação do tema para o projeto de uma arquitetura
períodos de guerra, a fim de impedir a profanação pelo dos gases liberados no processo (Kemerich, 2014 apud intenção, como de estética, que conforma a experiência profundidade dos espaços diz respeito à quantidade de funerária de qualidade, objetivo final deste trabalho.
inimigo. Praticavam a cremação também vikings, hunos, Campus, 2007). arquitetônica. ambientes que devem ser transpassados para chegada
A “competência arquitetônica” é um conjunto de em determinado local. Os “anéis”, que constituem
habilidades tecnológicas, geométricas e manipulativas a integração possível entre os espaços, indicam as
relacionadas à forma de uso, que faz pensar não a possíveis conexões ou rotas dentro das arquiteturas. Figura 16: Exemplos de Grafos de permeabilidade
e configuração espacial
materialidade e tectônica de uma construção, mas Assim, estes grafos permitem compreender as relações
como foi idealizada. Desta maneira, a reprodução de possíveis dentre os diversos usos de uma edificação.
formas existentes não é arquitetura, uma vez que não O que interessa para análise de arquiteturas funerárias
requer nenhum exercício de pensamento comparativo é entender as relações de profundidade e integração
abstrato (Hillier 1993). entre dois espaços principais delas: as capelas, ou espaço
Westphal (2007) afirma que edifícios aparentemente de cerimônias e velação, e as partes técnicas dessas
semelhantes, sob o ponto de vista da linguagem arquiteturas, no caso dos crematórios considerou-se
plástica adotada, podem apresentar articulações os fornos de cremação e no caso do tanatório, o espaço
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
existir dentro do programa de arquiteturas da morte. resultado temos imagens da profundidade de todos os
Assim, através da produção de grafos de permeabilidade espaços em dois padrões diferentes: pela chegada da
Figura 15: Crematório Municipal (justified graphs) de cada edifício escolhido para vida e pela chegada da morte.
de Campinas, São Paulo análise, tenta-se buscar uma lógica entre os diferentes Dentro de uma realidade contemporânea de morte
30 | 65 31 | 65
06 ANÁLISES ARQUITETÔNICAS
NOVO CREMATÓRIO DO CEMITÉRIO
DE WOODLAND
IN MEMORIAM
Figura 17: Novo crematório do Cemitério de
Woodland dos espaços foram as principais contato com o entorno (Archdaily). Toda
preocupações do desenho do novo o envoltória do crematório é revestida
crematório. A assimetria da volumetria e por tijolos, dando um aspecto de “pedra
as fachadas exteriores são desenvolvidas na floresta” no conjunto (Johan Celsing
em harmonia com a topografia natural Arquitetos).
32 | 65 33 | 65
Figura 18: Capela do novo crematório do Figura 19: Entrada pública do novo
Cemitério de Woodland crematório do Cemitério de Woodland
IN MEMORIAM
Cemitério de Woodland
Arquitetura Funerária
Figura 20: Novo crematório do Cemitério Figura 21: Sala de fornos do novo Malha Urbana
Legenda
de Woodland crematório do Cemitério de Woodland
Raios de alcance
(250-250m)
34 | 65 35 | 65
F1: Fornos
25 Crematório de Woodland
F1 C1 C1 C1
10 Setor Ambiente
9 24 Circulação 1 Entrada
F1 C1 C1 C1
Circulação 2 Hall
22 C1
O que chama atenção nesses grafos de
Administrativo 3 Recepção
11 6 23
Velação 4 Capela permeabilidade do novo crematório do Cemitério
Funerário 5 Fornos de Woodland é como a sala dos fornos é um nó do
F1
Funerário 6 Sala de Controle
C1 C1
C1
C1 projeto, articulando o espaço ao permitir o acesso à
7 diversos ambientes. Chama atenção ainda a relação
25 Crematório de Woodland Funerário 7 Caixões 1
10
direta entre o espaço dos vivos, representado pela
Setor Ambiente Funerário 8 Caixões 2
9 24 C1 C1 F1 F1 capela, e o dos mortos, representado pelos fornos.
Circulação 1 Entrada Instalações 9 Refrigeração F1
22
Circulação 2 Hall Circulação Percebe-se também que a configuração espacial
Instalações 10 Air Intake C1 Entrada dos vivos Entrada dos mortos
11 6 23
Administrativo 3 Recepção C1: Capelas desse crematório não apresenta
C1: Capelasmuita profundidade.
Velação 4 Capela Circulação 11 Garagem F1: Fornos Administrativo F1: Fornos
Assim como a sala dos fornos, o átrio presente
Funerário 5 Fornos Circulação 12 Entrada de Veículos
Funerário 6 Sala de Controle Velação no projeto articula bastante ambientes, estando
7 12 Funerário 7 Caixões 1
8 Funerário 13 Recepção de caixões Entrada dos vivos grandeEntrada
partedosdo programa em um mesmo nível de
mortos
Legenda de usos
Funerário 14 Columbário C1: Capelas C1: Capelas
Funerário 8 Caixões 2 F1: Fornos
Funerário
F1: Fornos profundidade.
22 Instalações 9 Refrigeração Circulação 15 Átrio
Instalações 10 Air Intake
14 Entrada dos mortos
Apoio
Apoio 16 Vestiários Entrada dos vivos
19 Circulação 22
11 Garagem C1: Capelas
C1: Capelas
F1: Fornos Instalações
Circulação 12 Entrada de Veículos
Apoio 17 Sala de Funcionários F1: Fornos
12 8
20 21 Funerário 13 Recepção de caixões Administrativo 18 Escritório Administrativo
Funerário 14 Columbário Circulação 19 Hall
22 Circulação 15 Átrio 4 5
14 Apoio 20 Depósito
Apoio 16 Vestiários
19 22 16 Apoio 20
17 Sala de Funcionários Apoio 21 Depósito
20 21 15
Administrativo 18 Escritório Administrativo Circulação 22 Corredor
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
16 Circulação 24 Escada
20 Apoio 21 Depósito
15 Circulação 22 Corredor Instalações 25 Maquinário
20 17 18
Funerário 3 Fornos2
23 Apoio 1
16
C1 F1
Circulação 24 Escada F1
Instalações 25 Maquinário Circulaçã
C1
17 18 3 2 1
Administ
0 5 10 F1
F1 Velação
Planta baixa pavimento térreo 0 5 10 Escala Gráfica Circulação
BRENO FRANCISCO AYRES
Legenda de usos
Escala Gráfica Funerári
Administrativo
IN MEMORIAM
Entrada dos vivos C1: Capelas
C1: Capelas F1: Fornos Instalaçõ
Legenda de usos
Circulação F1: Fornos Funerário
Circulação
Funerário
nda de usos
Funerário
Apoio
36 | 65 37 | 65
Instalações Apoio
06 ANÁLISES ARQUITETÔNICAS
CREMATÓRIO COMUNAL
IN MEMORIAM
Figura 25: Sala de fornos do
Figura 23: Crematório Comunal, Suécia Crematório Comunal
38 | 65 39 | 65
Crematório Comunal
Setor Ambiente
Crematório Comunal
Circulação 1 Entrada
Setor Ambiente
Circulação 2 Hall
Circulação 1 Entrada
Velação 3 Velação
Circulação 2 Hall
Funerário 4 Fornos
Velação 3 Velação
Circulação Circulação 5 Corredor
Funerário 4 Fornos
Administrativo 6 Sala Administrativa
Circulação
Administrativo Circulação 5 Corredor
Administrativo 7 Sala Administrativa
9 8 7 6 Administrativo 6 Sala Administrativa
Administrativo Administrativo 8 Sala Administrativa
5 Velação Administrativo 7 Sala Administrativa
9 8 7 6 Administrativo 9 Sala Administrativa
Administrativo 8 Sala Administrativa
Legenda de usos
5 VelaçãoFunerário Funerário 10 Caixões
4 Administrativo 9 Sala Administrativa
Funerário 11 Antecâmara
Legenda de usos
Funerário
Apoio Funerário 10 Caixões
4 Funerário 12 Tanatório
Funerário 11 Antecâmara
Apoio Instalações Apoio 13 Depósito
Funerário 12 Tanatório
Circulação 14 Entrada Serviços
Instalações Apoio 13 Depósito
Circulação 15 Circulação Serviços
Circulação 14 Entrada Serviços
Circulação 15 Circulação Serviços
11
11
32
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
15
BRENO FRANCISCO AYRES
IN MEMORIAM
Arquitetura Funerária
14 13
Malha Urbana
14 13
Legenda
0 5 10
Raios de alcance Planta baixa pavimento térreo
(250-250m)
0 Escala
5 Gráfica
10
Escala Gráfica
40 | 65 41 | 65
Entrada dos mortos
C1: Capelas
06
F1: Fornos
ANÁLISES ARQUITETÔNICAS
TANATÓRIO MUNICIPAL DE LEON
F1 C1 C1 C1
A configuração espacial do Crematório Comunal é
bastante rasa, ou seja, com pouca profundidade. Desse
modo, o espaço de velório e a sala de fornos possuem
Arquitetos: BAAS Arquitectura
conexão direta - nesse projeto os familiares podem
C1
acompanhar o ente que partiu até durante a incineração Localização: Leon, Espanha
do corpo. Área: 3200m²
F1
Os grafos indicam que, independente da entrada que
C1 C1 F1
Ano: 2000
se toma para acessar o edifício, fornos e sala de velório
se encontram em posição central na configuração
C1 espacial do crematório.
C1
Administrativo
Entrada dos mortos
C1: Capelas
F1: Fornos Velação
IN MEMORIAM
IN MEMORIAM
Legenda de usos
Funerário
ortos 42 | 65 43 | 65
F1
Figura 27: Tanatório Municipal de Leon, Espanha Figura 28: Tanatório Municipal de Leon, Espanha
IN MEMORIAM
Municipal de Leon
Arquitetura Funerária
Figura 29: Capela Tanatório Figura 30: Sala de espera Tanatório Malha Urbana
Legenda
Municipal de Leon, Espanha Municipal de Leon, Espanha
Raios de alcance
(250-250m)
44 | 65 45 | 65
Tanatório Municipal de Léon
Setor Ambiente
Circulação Tanatório
1 Municipal
Entrada de Léon
12 Setor
Administrativo 2 Ambiente
Recepção
14 Circulação 13 Entrada
18 Velação Capela
Tanatório Municipal de Léon
12 10 Administrativo 2 Recepção
10 12 15 19 14 28 17 13 16
Velação 4 Sala de Vigília
Setor Ambiente
18 Velação 3 Capela
10 10 19 19 8
Velação 5 Túmulos
Circulação 1 Entrada
C1
10 12 15 1912 28 17 13 16
Velação
Administrativo 4
6 Sala de Vigília
Administração
4 5 4 Administrativo 2 Recepção F1
13 14 Velação 5 Túmulos Circulação C1 C1 C1
10 19 19 8 18
Administrativo 7 Escritórios
Velação 3 Capela
9 6 5 10 Administrativo
Circulação 6
8 Administração
Circulação de Serviço
C1 A princípio chama a atenção a profundidade
13 4 10 12 4 Velação 4 Sala de VigíliaAdministrativo
15 19 28 17 13 16 Administrativo
Apoio 7
9 Escritórios
Sala de descanso
Circulação do programa, conforme indicam os grafos.
9 6 Velação 5 Túmulos
10 2
10 19 19 8 Circulação
Circulação 108 Circulação
Circulação de Serviço Velação
Administrativo
T1 Independentemente de por onde é acessado o edifício,
Administrativo 6 Administração
4 5 4
Apoio 119 Sala de descanso o programa se desenvolve com bastante níveis, sendo
710 13 Velação Sala de Espera
Administrativo 7 Escritórios Circulação C1
de usos
2
9 6
Circulação
Administrativo 10
12 Circulação
Comercial Funerário
Velação os espaços bem segregados
C1 entre si. F1
3 11 Circulação 8 Circulação de Serviço T1
Velação 11 Sala de Espera Administrativo
7 Apoio 13 Depósito Percebe-se que a capela e sala de tanatopraxia não
de usos
Apoio 9 Sala de descanso
Apoio
Funerário
Legenda
Administrativo 12 Comercial
3 11 10
Funerário 14 Tanatórios F1 possuem qualquer integração, sendo C1 ambos os espaços
1 2 Apoio 13 Depósito
Circulação 10 Circulação Velação C1 C1 F1
Apoio 15 Vestiários
Velação 11 Sala de Espera
Instalações
Apoio pontas dos grafos. A capela tem um acesso bem raso
Legenda
7
Legenda de usos
Funerário 14 Tanatórios T1
1 Instalações 16 Sala de Instalações
Administrativo 12 Comercial Funerário quando se entra pela entrada pública, enquanto a sala
3 11 Apoio
Apoio 15
17 Vestiários
DML Instalações
Instalações 16 Sala
Apoio 13 Depósito
Apoio
de tanatopraxia é segregada da configuração espacial
Instalações 18 Sala de
de Instalações
máquinas
Funerário 14 Tanatórios T1 do programa, independente de por onde se adentra na
1 Apoio
Circulação 17
19 DML
Antecâmara
Apoio 15 Vestiários Instalações Entrada dos vivos Entrada dos mortos edificação.
Instalações
Circulação 18
20 Sala de máquinas
Circulação Vertical C1: Capelas C1: Capelas
Instalações 16 Sala de Instalações
Circulação
Circulação 19
21 Antecâmara
Estacionamento
F1: Fornos A profundidade
F1: Fornos em que se encontra a sala de
Apoio 17 DML
Circulação
Apoio 20
22 Circulação Vertical
Sala de Motoristas tanatopraxia, assim como Entrada dosamortos
C1: Capelas
profundidade da
0 5 10 Circulação 21
Instalações
Estacionamento
18 Sala de máquinas
configuração espacial desse projeto de modo geral, faz
F1: Fornos
Instalações 23 Quadro Geral
Circulação 19 Antecâmara
Escala
0 5Gráfica
10
Apoio
Funerário 22
24 Sala de Motoristas
Caixões pensar que existe alguma relação com
Entrada dos a sua inserção
mortos
Planta baixa pavimento térreo Instalações
Circulação 23
25 Rampa
Circulação
Quadro deGeral
20 Circulação Vertical
acesso de veículos urbana. O Tanatório Municipal de Leon está localizado
C1: Capelas
Escala Gráfica Circulação 21 Estacionamento F1: Fornos
Funerário
Instalações 24
26 Caixões
Sala de Ar Condicionados em uma área urbana bem consolidada com uma
Apoio 22 Sala de Motoristas
0 5 10 Circulação 25 Rampa de acesso de veículos
Instalações 23 Quadro Geral
C1 diversidade de usos - residencial, comercial, serviços.
Escala Gráfica
Instalações 26 Sala de Ar Condicionados
Funerário 24 Caixões
Assim, parece que pela proximidade da população o
Circulação 25 Rampa de acesso de veículos C1
programa precisa ser melhor desenvolvido para se
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
Administrativo
Entrada Velação
dos vivos
IN MEMORIAM
IN MEMORIAM
C1: Capelas
Legenda de usos
F1: Fornos
Funerário
0 5 10 Entrada dos vivos
Planta baixa subsolo Entrada dos mortos C1:Apoio
Capelas
Escala
0 5Gráfica
10
Entrada dos vivos C1: Capelas F1: Fornos
C1: Capelas F1: Fornos Instalações
F1: Fornos
Escala Gráfica
0 5 10
Escala Gráfica
46 | 65 47 | 65
06 ANÁLISES ARQUITETÔNICAS
CREMATÓRIO BAUMSCHULENWEG
A alma que partiu, o caixão, a urna que já se foi, para o reino da luz e
que agora está nos céus, nas nuvens, nas árvores (Archdaily).
48 | 65 49 | 65
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
BRENO FRANCISCO AYRES
Mapa de inserção urbana do Crematório
IN MEMORIAM
Baumschulenweg
Arquitetura Funerária
Figura 33: Capela do Crematório Baumschulenweg Figura 34: Capela do Crematório Baumschulenweg Figura 35: Vestíbulo do Crematório Baumschulenweg Malha Urbana
Legenda
Raios de alcance
(250-250m)
50 | 65 51 | 65
0 5 10 0 5 10 0 5 10
13
Escala Gráfica Escala Gráfica Escala Gráfica E
Legenda de usos
Legenda de usos
20 7
Funerário17 Funerário 9 Salas de apoio 20
Funerário 7 Funerário 9 Salas de apoio 1
Funerário 10 Maquinário forno Funerário 10 Maquinário forno
Apoio Apoio
Funerário 11 Túmulos Funerário 11 Túmulos
6 6 11 Instalações
6 Velação 12 Apoio capelas 6 Instalações
6 Velação 12 Apoio capelas 11 6
Circulação 13 Acesso de veículos Circulação 13 Acesso de veículos
Apoio 14 Sala de funcionários Apoio 14 Sala de funcionários
Apoio 15 Vestiário / Refeitório Apoio 15 Vestiário / Refeitório
Circulação 16 Acesso de funcionários Circulação 16 Acesso de funcionários
18 18 18 18 18 1
Administrativo 17 Salas administrativas Administrativo 17 Salas administrativas
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Apoio 18 Depósito Apoio 18 Depósito
16 6 16 16 6 16
2 Velação 19 Mezanino Capelas 19 2 Velação 19 Mezanino Capelas
3 Administrativo 20 Escritórios 3 Administrativo 20 Escritórios
14 14 14 14
6 6 6 6
12 12
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
15 15
0 5 10 0 5 10 0 5 10
13 13
Escala Gráfica Planta baixa pavimento térreo Escala Gráfica Planta baixa segundo pavimento Escala Gráfica
IN MEMORIAM
Circulação Vertical Circulação 5 Circulação Vertical
Administrativo
Corredor Circulação 6 Corredor
Salas de reunião Velação Administrativo 7 Salas de reunião
Mezanino fornos Funerário 8 Mezanino fornos
Legenda de usos
Salas de apoio Funerário Funerário 9 Salas de apoio
Maquinário forno Funerário 10 Maquinário forno
Apoio
Túmulos Funerário 11 Túmulos
Apoio capelas 52 | 65 Instalações Velação 12 Apoio capelas 53 | 65
Acesso de veículos Circulação 13 Acesso de veículos
Sala de funcionários Apoio 14 Sala de funcionários
0 5 10 0 5 10
13
Escala Gráfica Escala Gráfica
Crematório de Treptow
Setor Ambiente
Circulação 1 Entrada
F1 0 5 10 C1 C1 C1
Circulação 2 Hall
9 9 Escala Gráfica
Velação 3 Capela
12
18 Circulação Circulação 4 Átrio Contemplativo F1 F1 C1 C1C1 C1 C1 C1
1
Circulação 5 Circulação Vertical
Administrativo
16 6 16 Circulação 6 Corredor
C1
Legenda de usos
C1 C1
7 17
Funerário Funerário 9 Salas de apoio
Funerário 10 Maquinário forno
Apoio C1 C1 C1 C1 F1 F1
Funerário 11 Túmulos
6 11 6 Instalações Velação 12 Apoio capelas
Entrada dos vivos Entrada dos mortos
Circulação 13 Acesso de veículos C1: Capelas C1: Capelas
F1: Fornos F1: Fornos
Apoio 14 Sala de funcionários
Apoio 15 Vestiário / Refeitório EntradaEntrada
dos vivos
dos vivos Entrada dos mortos
Entrada dos mortos
C1: Capelas
C1: Capelas C1: Capelas
C1: Capelas
Circulação 16 Acesso de funcionários F1: Fornos
F1: Fornos F1: Fornos
F1: Fornos
18 18
Administrativo 17 Salas administrativas
5 5 5
Apoio 18 Depósito
16 6 16
Velação 19 Mezanino Capelas
Administrativo 20 Escritórios
14 14
6 6
12
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
15
a área total do projeto de mais de 9.000m² (o Tanatório Municipal de Leon tem um terço dessa
metragem e apresenta o mesmo nível de profundidade). Ainda assim, devemos lembrar que os C1 C1
espaços foram aglutinados em certo momentos para facilitar a concepção dos grafos. F1
F1
Nota-se também que o forno tem certo caráter articulador do espaço, permitindo conexões e Circulação
BRENO FRANCISCO AYRES
IN MEMORIAM
diferença entre si. Assim, conclui-se, através desses grafos, que nesse crematório os vivos não Administrativo
Administrativo
usos de usos
Funerário
tem contato com os mortos, sendo o velório e a cremação, dois momentos distintos da cerimônia Velação
Velação
de destinação dos que partiram que não se relacionam entre si. Apoio
Legenda
Entrada dos mortos
Legenda de usos
Entrada dos vivos C1: Capelas Funerário
Funerário
C1: Capelas F1: Fornos Instalações
Legenda de
F1: Fornos
EntradaEntrada dos mortos
dos mortos
ApoioApoio
Entrada dos vivos
Entrada dos vivos C1: Capelas
C1: Capelas
C1: Capelas
C1: Capelas F1: Fornos
F1: Fornos Instalações
Instalações
54 | 65 F1: Fornos
F1: Fornos 55 | 65
CONSIDERAÇÕES
PARCIAIS
IN MEMORIAM
56 | 65 57 | 65
07 O PROJETO 07 O PROJETO
CREMAÇÃO PRINCÍPIOS
Apesar de parecer uma prática contemporânea, A cremação moderna surge como um método A crescente da cremação chama a atenção para essa O processo de introdução ao trabalho de conclusão 4. Profundidade
a cremação é um método funerário muito antigo. asséptico de destinação dos mortos, uma maneira alternativa de destinação dos que partiram. Sendo do curso se encerra com uma série de princípios a O projeto deve ser trabalhado em camadas. Tendo
Na cidade de Roma, durante a república antiga, a racionalizada, praticada em locais fechados dedicados um método de baixo impacto ambiental, uma vez serem considerados no projeto de um crematório para o anseio de trazer a morte “visível” na cidade, deve-
incineração predominava entre a alta sociedade, a este fim. Deste modo, a população seria poupada que é possível o tratamento dos gases resultantes da a cidade de Florianópolis. se ter consciência do momento frágil que as pessoas
enquanto pobres e escravos eram depositados em das emanações fétidas do processo de decomposição. incineração, ainda não há crematórios em Florianópolis, 1. Tratar a morte como uma questão de saúde pública que perderam um ente se encontram. Assim, o projeto
cisternas, espaços anteriores às valas comuns. Esta Entretanto, a prática é pouco aceita em países de raízes ao passo que seus cemitérios se esgotam, como deve ser trabalho de forma a dar privacidade a quem se
prática perde força durante o Império, onde se tem um católicas, como Itália, França e Portugal - talvez uma observado anteriormente. A cremação consiste assim, Este momento de morte interdita que nos encontramos
chama a atenção para exclusão da morte da sociedade encontra nesse momento vulnerável, ao passo que não
retorno à prática da inumação em todas as camadas explicação para a demora do aparecimento e aceitação em uma resposta prática, sustentável e higiênica a esta exclui essas pessoas da sociedade e máscara a morte,
da sociedade (FIGUEIREDO, 2013). Mesmo os gregos, de crematórios na América Latina como um todo problemática. e consequentemente de qualquer elemento que possa
fazer pensar nela. Essa falsa sensação de imortalidade e escondendo-as em quatro paredes.
apesar de a prática comum ser a inumação, eram adeptos também (SANTOS, 2015). Ainda assim, a cremação Não parece muito coerente com o objetivo do
da cremação, cremando os seus mortos principalmente agregou adeptos com o tempo e espalhando pelo felicidade coletiva faz a sociedade viver de aparências.
trabalho no entanto. Tornar a morte presente no A morte é um incômodo - mesmo sendo a única certeza
em períodos de guerra, uma forma de libertação do ocidente de uma maneira geral. cotidiano urbano e a desmaterialização dos corpos 5. Percepção
corpo para evitar a difamação pelos inimigos. em nossas vidas - e as pessoas não se permitem o
No cenário brasileiro a queima de corpos como parece um tanto incompatível. O que se entende luto devido a perda de seus entes. O projeto deve vir A percepção do projeto deve ser trabalhada também.
Contudo, foi uma alternativa bastante incomum e prática funerária é comum a diversos grupos indígenas é que o homem contemporâneo está muito mais contrário aos ideais do industrialismo feliz que vivemos, Elementos podem ser trabalhados para dotar o projeto
banida durante a Idade Média devido ao cristianismo, brasileiros, apesar dos rituais e cerimônias que a ligado a um mundo virtual. Assim, seria engano fazendo a morte presente na cidade e no consciente de dinamicidade, permitindo diferentes leituras de
uma vez que a ideia de ressurreição e queima dos acompanham serem bastante diversificados. Entretanto, interpretar o desaparecimento do corpo como sinal de das pessoas. diferentes lugares e escalas.
corpos não eram compatíveis. É apenas com as reformas dentro de uma realidade mais moderna, é apenas em esquecimento, pois, ao mesmo tempo que há a recusa
higienistas ocorridas na cidades pós revolução industrial 1974 que se tem a instalação do primeiro crematório no da materialização do corpo, tem-se o caráter pessoal e
que este método funerário retorna à discussão. A país, o Crematório Municipal de São Paulo. Segundo privado do pesar e da lembrança. Desse modo, percebe- 2. Inserção na cidade 6. Vida
tomada de consciência da transmissão de doenças Santos (2015) este permanece durante cerca de 20 anos se que a desmaterialização dos corpos pode ocorrer em O projeto deve ter vida. Natureza e materiais crus que
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
para todos os que o contemplam, um espetáculo mito repugnante identidade. A população deve ser apropriar do espaço, contemplação. Percursos míticos, mágicos, simbólicos. Pontos
e horrível. Os que mais o amavam não encontram mais forças no tomando-o para si. Uma rememoração produtiva da de encontro e de memória. Espaços transcendentes e íntimos. A
coração para olhá-lo, por causa das horríveis deformações que a morte em forma de arquitetura. arquitetura funerária é expressão de nossa relação com a morte
morte lhe infligiu (ARIÈS, 1982). MASSAD e YESTE, 2005).
58 | 65 59 | 65
Referências Referências
Bibliografia quanto à morte Bibliografia quanto à questões ambientais
SANTOS, Aline Silva. Morte e Paisagem: Os jardins de memória do crematório THOMPSOM, Barbara. Cemitérios verticais, espaço urbano e meio ambiente: o novo
municipal de São Paulo. 2015. 349 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura discurso científico universitário de incentivo à verticalização do cemitério e à
e Urbanismo, Fau-usp, São Paulo, 2015. Disponível em: cremação. Primeiro Estudos, São Paulo, v. 7, n. 10, p.7-27, abr. 2015. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16135/tde-08092015-143806/pt-br. <http://www.revistas.usp.br/primeirosestudos/article/view/84289>. Acesso em: 26
php>. Acesso em: 26 jun. 2018. jun. 2018.
ROSA, Edna Teresinha da. A Relação das Áreas de Cemitérios com o Crescimento MORAES, Leonardo Sulato de; GOIABEIRA, Victor Campassi Palermo. Aspectos
Urbano. 2003. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Departamento de Ambientais dos métodos funerários. Ciências do Ambiente, Campinas, v. 10, n. 1,
Geociências, Universidade de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. Disponível em: p.1-7, jun. 2014. Disponível em:
<http://labcs.ufsc.br/files/2011/12/Dissertação-02-PGCN0237.pdf>. Acesso em: 26 <http://sistemas.ib.unicamp.br/be310/nova/index.php/be310/article/view/413>.
jun. 2018. Acesso em: 26 jun. 2018.
FIGUEIREDO, Inês de Carvalho. Do Cemitério à Memória: a imaterialização do KEMERICH, Pedro Daniel da Cunha et al. A questão ambiental envolvendo os
espaço mortuário. 2013. 133 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura, cemitérios no Brasil. Monografias Ambientais, Santa Maria, v. 13, n. 5, p.3777-3785,
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Porto, 2013. Disponível em: set. 2014. Disponível em:
<https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/80413/2/23487.pdf>. Acesso em: <https://periodicos.ufsm.br/remoa/article/download/14506/pdf>. Acesso em: 26
26 jun. 2018. jun. 2018.
ARIÈS, Philippe. História da morte no ocidente: da Idade Média aos nossos dias. Rio KEMERICH, Pedro; UCKER, Fernando Ernesto; BORBA, Willian F. de. Cemitérios como
de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. 291 p. Tradução de: Essais sur I'histoire de la mort Fonte de Contaminação Ambiental. 2012. Disponível em:
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
MASSAD, Fredy; YESTE, Alicia Guerrero. Cemitérios contemporâneos: Entre a vida e
a morte. 2005. Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.060/459>. Acesso em:
26 jun. 2018.
60 | 65 61 | 65
Referências Bibliografia quanto à arquiteturas funerárias Referências
Crematório Baumschulenweg Bibliografia quanto à sintaxe espacial
Crematorium Baumschulenweg / Shultes Frank Architeckten 23 Jan 2013.
WESTPHAL, Eduardo. A Linguagem da Arquitetura Hospitalar de João Filgueiras
ArchDaily. Disponível em:
Lima. 2007. 130 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura, Universidade
<https://www.archdaily.com/322464/crematorium-baumschulenweg-shultes-frank-a
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em:
rchiteckten/>. Acesso em: 26 jun. 2018.
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/11433>. Acesso em: 26 jun. 2018.
Krematorium Baumschulenweg. Krematorium Berlin. Disponível em:
HANSON, Julienne. “Deconstructing” Architects’ Houses. Environment
<https://www.krematorium-berlin.de/index.php>. Acesso em: 26 jun. 2018.
and Planning B: Planning and Design 21, 675-704, 1994. Disponível em:
<http://journals.sagepub.com/doi/10.1068/b210675>. Acesso em: 26 jun. 2018.
Crematório Comunal
Crematório Comunal / Henning Larsen Architects [Communal Crematorium /
HILLIER, Bill. S
pecifically Architectural Knowledge. Nordisk
Henning Larsen Architects] 19 out. 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Delaqua, Victor)
Arkitekturforskning (2), 1993(a). P. 13-37. Disponível em:
Disponível em:
<http://arkitekturforskning.net/na/article/view/779/723>. Acesso em: 26 jun. 2018.
<https://www.archdaily.com.br/br/775597/crematorio-comunal-henning-larsen-archi
tects> Acesso em: 26 jun. 2018.
HILLIER, Bill; HANSON, Julienne; GRAHAM, H.. I deas are Things: an
Application of the Space Syntax Method to Discovering House Genotypes.
WILKINSON, Tom. Communal Crematorium in Ringsted by Henning Larsen. 2016.
Environment and Planning B: Planning and Design 14, 363-385, 1987. Disponível em:
Disponível em:
<http://discovery.ucl.ac.uk/1399/>. Acesso em: 26 jun. 2018.
<https://www.architectural-review.com/buildings/communal-crematorium-in-ringste
d-by-henning-larsen/10014779.article>. Acesso em: 26 jun. 2018.
Tanatório Municipal de Leon
MORTE, ARQUITETURA E A NECRÓPOLE CONTEMPORÂNEA
IN MEMORIAM
ohan-celsing-arkitektkontor> Acesso em: 26 jun. 2018.
JOHAN CELSING ARQUITETOS (Suécia). The New Crematorium, The Woodland
Cemetery. Disponível em: <https://www.celsing.se/project_display.php?id=81>.
Acesso em: 26 jun. 2018.
62 | 65 63 | 65
Imagens Capa: Memorial do Holocausto em Berlim, Alemanha. Fonte: timesofisrael.com
Capítulo 1: A fantástica imaginação da Via Appia, de Giovanni Battista Piranesi. Fonte:
theidlewoman.net
Capítulo 2: A dança da morte de Lübeck Totentanz. Fonte: aeolus13umbra.com
Capítulo 3: Cemitério São Paulo. Fonte: cemiteriosp.com
Capítulo 4: Cemitério da Freguesia do Ribeirão da Ilha, Florianópolis. Fonte: mapio.net
Capítulo 5 e 6: Tanatório Municipal de Leon, Espanha. Fonte: architecturistic.blogspot.com
IN MEMORIAM
31. Átrio do Crematório Baumschulenweg. Fonte: archdaily.com
32. Crematório Baumschulenweg, Berlim, Alemanha. Fonte: archdaily.com
33. Capela do Crematório Baumschulenweg. Fonte: archdaily.com
34. Capela do Crematório Baumschulenweg. Fonte: archdaily.com
35. Vestíbulo do Crematório Baumschulenweg. Fonte: archdaily.com
36. Esculturas em aço corten do Cemitério de Igualada. Fonte: archdaily.com
64 | 65 65 | 65