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Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2004 1 SERIE — Numero 51 BOLETIM DA REPUBLICA PUBLICACAO OFICIAL DA REPUBLICA DE MOCAMBIQUE IMPRENSA NACIONAL DE MOCAMBIQUE AVISO A matéria a publicar no «Boletim da Republica» deve ser remetida em oépia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, além das indi- cagdes necessérias para esse efeito, o averbamento seguinte, assinado autenticado: Para publicacao no «Boletim da Republica.» SUMARIO ‘Assembleia da Republica: ‘Aprova a Constituiglo da Repéblica de Mogambique. CONSTITUICAO DA REPUBLICA PREAMBULO ‘A Luta Armada de Libertagao Nacional, respondendo aos anseios seculares do nosso Povo, aglutinou todas as camadas patribticas da sociedsde mocambicana num mesmo ideal de liberdade, unidade, justiga e progresso, cujo escopo era libertar a terrae 0 Homem. Conquistada a Independéncia Nacional em 25 de Junho de 1975, devolveram-se 20 povo mogambicano os diteitos fas liberdades fundamentais. A Constituigao de 1990: introduziu o Estado de Dircito Democrético, alicergado na separagio € interdependénci dos poderes e no pluralismo, langando os pardmetros estru- turais da modernizagio, contribuindo de forma decisiva para a instaurago de um clima democritico que levou o pais & realizago das primeiras eleigGes. multipartidérias A presente Constituicgao reafirma, desenvolve e aprofunda (0s prinefpios fundamentais do Estado magambicano, consagra © careter soberano do Estado de Direito Democritico, baseado no pluralismo de expressio, organizagio partidéria eno respeito © garantia dos direitos ¢ liberdades fundamentais dos cidadaos. ‘A ampla participagio dos cidadaos na feitura da Lei Fundamental traduz 0 consenso resultante da sabedoria de todos no reforgo da democracia e da unidade nacional TITULOI Principios tundamentais CAPITULO! Republica ARmo0 1 (Peptiblica de Mogambique) ‘A Repiiblica de Mogambique & um Estado independente, soberano, democritico e de justiga social Agnigo 2 (Goberania ¢ levalidade) 1.A soberania reside no povo. 2.0 povo mogambicano exerce a soberania segundo as formas fixadas na Constiuigao. 3.0 Estado subordina-se a Constituiglo e funda-se na legalidade. 4. As normas constitucionais prevalecem sobre todas as restantes normas do ordenamento juridico. ‘Awnico 3 (Estado de Direito Democrético) ‘A Repiblica de Mocambique € um Estado de Diteito, bbaseado no pluralismo de expressio, na organizagio politica democritica, no respeito ¢ garantia dos direitos e liberdades fundamentais do Homem. Antigo 4 (Pluralism jriaico) © Estado reconhece os vérios sistemas normativos € de resolugio de conflitos que coexistem na sociedade mogam- bicana, na medida em que no contrariem os valores ¢ os prinefpios fundamentais da Constituigéo. ‘Agrio0 5 (Nacionalidade) 1.A nacionatidade mogambicana pode ser originéria ow adquirida. 2.0s requisitos de atribuigdo, aquisigfo, perda e reaqui- siglo da nacionalidade so determinados pela Constituigio € regulados por lei Agnico 6 (Territério) 1.0 territério da Repiblica de Mogambique € uno, indi- visivel ¢ inaljendvel, abrangendo toda a superficie terrestre, a zona maritima e © espaco aéreo delimitados pelas fron- teiras.nacionais 544 2.4 extensio, 0 limite © 0 regime das sguas territoriais, 1 zona econdmica exclusiva, a zona contfgua e os diteitos aos fundos marinhos de Mogambique so fixados por fei. ‘Agnico7 (Organizagao tertorial) 1A Repiblica de Mogambique organiza-se_territorial- mente em provincias, distritos, postos administratives, loca- lidades ¢ povoagdes. 2; As zonas urbanas estruturamse em cidades € vilas. 3.A dofinigdo das caracteristicas dos escaldes territoriai assim como a criagio de-novos escaldes € 0 estabelecimento de competéncias no Ambito da organizagao politico-admi- nistrativa € fixada por lei. ‘Anrico 8 (Estado untérioy A Repiiblica de Mocambique € um Estado’ unitétio, que respeita na sua organizagdo os principios da autonomia das autarquias locais. ‘Agmigo 9 (Linguas nacionais) © Estado valoriza as linguas nacionais como patriménio cultural e educacional © promove 0 seu desenvolvimento € Uutilizagao crescents como linguas veiculares da nossa identidade. ‘Anrig0 10 (Lingua otietat) Na Repiblica de Mogambique a lingua portuguesa & « lingua oficial. Awrigo (Objectivos fundamentals) © Bstado mogambicano tem como objectives funda- mentais: a). defesa da independéncia © da soberanie; bya consolidagio da unidade nacional; ©)a edificagdo de uma sociedade de justica social € a ingdio do. bem-estar material, espititual © de qualidade de vida dos cidadios; 4) promogio do desenvolvimento equilibrado, econé- ‘mico, social € regional do pais: 2). defesa © a promogio dos direitos humanos © da igualdade dos cidadios perante a leis Jo reforgo da democracia, da liberdade, da estabilidade social ¢ da harmonia social e individual; #8) promogio de uma sociedade de pluralismo, tolé- riincia'e cultura de paz; hyo desenvolvimento da economia © © progresso da cigncia © da tgenica; a afirmagio da identiaad. sivgambieana, das sues tradigées © demais values s6cio-cultutais; Jo estabelecimento © desenvolvimento de relagdes de ‘amizade © cooperacio com outros povos € Estados. Annigo 12 (Estado telco) L.A Repablica de Mogambique € um Estado laico. 2.A Inicidade assenta na separagdo entre o Estado © as confissées religioses, 1 SERIE — NOMERO 51 3.As confissbes religiosas sio livres na sua organizagfio © no exercfeio das suas fungbes e de culto © devem con- formar-se com as leis do Estado. 4.0 Estado reconhece © valoriza as actividades ‘das confiss6es religiosas vistndo promover um clima de enten- dimento, tolerfincia, paz € 0 reforgo da unidade nacional, 0 bem-estar espiritual € material dos cidadios © © desenvol- vimento econsmico e social Agno 13 (Simbotos nacionais) Os simbolos da Repiblica de Mogambique sio a bandeira, © emblema ¢ 0 ino nacionais Arrigo 14 (Resioténcia secular) A Repaiblica de Mogambique valoriza a uta hersica e a resistfncia secular do povo mogambicano contra a dominagio estrangeira ‘Anrioo 18 (Liertagéo nacional, defesa da soberania e da democracia) 1.A Repiblica de Mogambique reconhece e valoriza os sactificios daqueles que consagraram as suas vidas & luta de libertagdo nacional, & defesa da soberania © da democracia. 2. O Bstado assegura protecgfo especial aos que ficaram deficientes na lua de liberiago nacional, assim como 0s Srfios © outros dependentes daqueles que morteram nest 3.A lei determina os termos de efectivagio dos direitos fixados no presente artigo. ARTIG0 16 (@eticientes ce guerra) 1.0 Estado assegura proteogiio especial aos que ficaram deficientes durante 0 conflito. armado, que terminou com assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, bem como aos Grfllos ¢ outros dependentes directos. 2.0 Estado protege igualmente os que ficaram deficientes ‘em cumprimento, de servigo piiblico ou em acto humanitirio, 3.A lei determina os termos de efectivaglo dos direitos fixados no presente artigo. ‘CAPITULO Politica externa e direito internacional ‘Awnio0 17 (Relagbes internacional L.A Repiblica de Mogambique estabelece relagées de amizade e cooperaclo com outros Estados na base dos prinefpios de respeito matuo pela soberania ¢ integridade territorial, igudldade, ndo interferéncia nos assuntos internos € reciprocidade de beneticios. 2.A Repiblica de Mocambique aceita, observa ¢ aplica ‘ prinefpios da Carta da Organizagio das Nagdes Unidas e da Carta da Unido Africana ‘Aneigo 18 (Direito internacional) 1.08 tratados © acordos interniacionais, validamente apro- ‘vados ¢ ratificados, vigoram na ordem jurfdica mogambicana apds a sua publicagto oficial e enquanto vineularem inter- nacionalmente 0 Estado de Mogambique. 22 DE DEZEMBRO DE 2004 2.As normas de direito internacional tém na ordem jurf- dica interna o mesmo valor que assumem os actos normativos infraconstitucionais emanados da Assembleia da Repiblica € do Governo, consoante a sua respectiva forma de revepgio. ‘Antigo 19 (Golidariedade internacional) LA Repiiblica de Mocambique solidariza-se com a luta dos povos e+ Estados africanos, pela unidade, liberdade, dignidade e direito a0 progresso econdmico e social. 2.A Repiblica de Mocambique busca o reforgo das relagdes com paises empenhados na consolidacio da inde- pendéncia nacional, da democracia e na recuperagao do uso € controlo das riquezas naturais a favor dos respectivos povos. 3.A Repiiblica de Mogambique associa-se a todos os Estados na luta pela instauragio de uma ordem econdmica justa © equitativa nas relagées internacionais. ‘Agri00 20 (Apoio a liberdade dos povos e asilo) 1.A Repiblica de Mogambique apoia © ¢s olidéria com a luta dos povos pela libertagio nacional e pela democracia, 2.A Repiiblica de Mogambique concede asilo aos estran- geiros perseguidos em razio da sua luta pela libertagio nacional, pela democracia, pela paz ¢ pela defesa dos direitos humanos. 3.A lei define 0 estatuto do refugiado politico. ‘Amico 21 (Lagos especiais de amizade e cooperagio) ‘A Repiblica de Mogambique mantém lagos especiais de amizade © cooperagio com os palses da regio, com os paises de lingua oficial portuguesa e com os paises de acolhimento de emigrantes mogambicanos. ‘Avrico 22 (Politica de paz) L.A Repiiblica de Mogambique prossegue uma politica de paz, 86 recorrendo a forga em caso de legitima defesa. 2.4 Repiiblica de Mogambique defende a primazia da solugdio negociada dos conflites. 3.A Repiilica de Mogambique defende 0 principio do desarmamento geral ¢ universal de todos os Estados. 4. A Repdblica de Mogambique preconiza a transformasio do Oceano Indico em zona desnuclearizada e de paz. TITULO M Nacionalidade CAPITULO T ‘Nacionalidade origindria Agno 23 (Prinetplo da terrtorilidade e da consanguinidade) 1. So mogambicanos, desde que hajam nascido em Mogambique: 4a)0s filhos de pai ou mae que tenham nascido em Mogambique; b) os filhos de pais apétridas, de nacionalidade des- conhecida ou incdgnita; 60s que tinham domicilio em Mogan independéncia € no tenham optado, expressa ou tacitamente, por outra nacionalidade. 2. $30 mogambicanos, ainda que nascidos em territério estrangeiro, 0s filhos de pai ou mie mogambicanos. 20 servigo do Estado fora do pais. 3. Sio mogambicanos os filhos de pai ou mie de nacio- nalidade mogambicana ainda que nascidos em teititério estrangeiro, desde que expressamente, sendo maiores de dezoito anos de idade, ou pelos seus representantes legais, se forem menores daquela idade, declararem que pretendem ser mogambicanos. ARTiao 24 (Prinefplo da terrtorialidade) 1, S80 mogambicanos 0s cidadios nascidos em Mogam- bique aps a. proclamagao da independéncia, 2. Exceptuam-se os filhos de pai & mie estrangeiros quando qualquer deles se encontre em Mogambique 20 servigo do Estado a que pertence. 3. Os cidadiios referidos no mimero anterior somente tém ‘a nacionalidade mogambicana se declararem por si, sendo maiores de dezoito anos de idade, ou pelos seus represen- tantes legais, sendo menores daquela idade, que querem ser mogambicanos. 4.0 prazo para a declaragio referida no nimero anterior 6 de um ano, a contar da data do nascimento ou daquela fem que o interessado completar dezoito anos de idade, con- forme a declaragio seja feita, respectivamente, pelo repre- sentante legal ou pelo proprio. Axnigo 25 (Por matoridade) So mogambicanos os individuos que preenchendo pressupostos da nacionalidade origindria, nfo a tenham adq Fido por virtude de opgio dos seus representantes legais, desde que, sendo maiores de dezoito anos de idade © até uum ano depois de atingirem a maioridade, declarem, por si, que pretendem ser mogambicanos. CAPITULO IL Nacionalidade adquirida Aagnico 26 (Por casamento) 1-Adquire 4 nacionalidade mogambicana 0 estrangeiro ou 4 estrangeira que tenha contrafdo casamento com mogam- bicana ou mogambicano ha pelo menos cinco anos, salvo nos casos de Spitrida, desde que, cumulativamente: 4) declare querer adquirir a nacionalidade mogam- bicana; b) preencha os requisitos e oferesa as garantias fixadas por lei 2. A declaragio de nulidade ou a dissolugio do casamento rio prejudica a nacionalidade adquirida pelo conjuge. ‘Agrio 27 (Por naturaltzagé0) 1. Pode ser concedida a nacionalidade mogambicana por naturalizagio aos estrangeiros que, & data da apresentagio do pedido, retnam cumulativamente as seguintes condigoes: ‘a)residam habitual ¢ regularmente ha pelo menos dez anos em Mocambique; 346, 6) sejam maiores de dezoito anos; ‘)conhegam © portugues ou uma lingua mogambicana; @ possuam capacidade para reger a sua pessoa ¢ asse- gurar a's ua subsisténcia; e)tenham idoneidade cfvica; A preencham os requisites ¢ oferegam as garantias fixadas por lei. 2.05 requisitos constantes das alfneas a) ¢) sto dis- ppensados 208 estrangeiros que tenham prestado relevantes servigos ao Estado mocarhbicano, nos termos fixados na lei ‘Arico 28 (Por tings). través do acto de naturalizaglo, a nacionalidade mogam- bicana pode ser concedida aos filhos do cidadto de naciona~ idade adquirida, solteiros e menores de dezoito anos de idade, ‘Axrio0 29 (Por adap) © adoptado plenamente por nacional mogambieano adquire a nacionalidade mogambicana, ‘AgTi90 30 (Rostrigbes a0 exerciclo de tungdes) 1.0s cidadios de nacionatidade adquirida no podem ser deputados, membros do Governo, titulares de Grgios de soberania © nfo téim acesso a carrvira diplomética ou militar. 2.A lei define as condigies do exercicio de fungdes iiblicas ou de fungdes privadss de interesse piblico por cidadios mogambicanos de nacionalidade adquirida. ‘CAPITULO Itt Perda ¢ reaquisi¢&o da nacionalidade ‘Arrigo 3 (Porday Perde a nacionalidade mogambicana: ‘a0 que sendo nacional de outro Estado, declare por imeios competentes niJo querer set mogambicano; >) aquele a quem, sendo menor, tena sido atribuida a nacionalidade mosambicana por.efeito de decla- ragio do seu representante legal, se declarar, pelos meios competentes até um ano depois de atingir amaioridade, que ndo quer ser mogambieano se provar que tem outra nacionalidade, ‘Axrioo 32 (Reaquisigso) 1. Pode ser concedida a nacionalidade magambicana Aqueles que, depois de a terem perdido, a requeiram e reu- nam cumulativamente as seguintes condigées: a) estabelegam domieitio em Mogambique: 5) preencham os requisitos ¢ oferegam as garantins fixadas na loi. 2. mulher mogambicana que tenha perdido a naciona- lidade por virtude de casamento pode readquiri-Ia mediante requerimento as entidades competentes. 3. A reaquisigdo da nacionslidade faz regressar & situagao Juridica anterior & perda da nacionalidade. 1 SERIE — NOMERO SI CAPITULO IV Prevaiéncia da nacionalidade e reyisto |ARmIGO 33 (Prevaléngia da nacionaildade mogambicane) Nio & reconhecida nem produ efeitos na ordem jusfdica interna qualquer outra nacionalidade aos individuos que. nos termos do ordenamento juridico da Repdblica de Mogam- bique, sejam mogambicans ‘ARTIOO 34 giets) registo © prova da aquisigio, da perda © da reaquisigiio da nacionalidade sio regulados por lei. ‘TETULO I Direitos, deveres @ librdades fundamentais CAPITULO T Prineipios gerais Asmigo 35 (Principle da universaiidade e igualdade) Todos os cidadfos so iguais perante a Tel, gozam dos mesmos direitos e estio sujeitos aos mesmos déveres, inde- pendentemente da cor, raga, sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religito, grav de instrugio, posigao social, estado civil dos pais, profissdo ou opgio politica, Arti00 36 (Principio da igualdade do género) © homem e a mulher sfo iguais perante a lei em todos os dominios da vida politica, econémica, social e cultural. ‘Agmi00 37 (Portadoros de deticibnota) Os cidadtios portadores de deficiéncia gozam plenamente dos direitos consignados na Constituigio © estio sujeitos ‘0s mesmnos deveres com ressalva do exereicio ou cum- primento daqueles para os quais, em razio da deficiéneia, se fencontrem incapacitados. Antico 38 (Dover de respettar a Constituigso) ‘Todos 0s cidadios tém o dever de respeitar a ordem constitucional. 2.0s actos contritios ao estabelecido na Consttuigio sio sujeltos & sangdo nos termas da lei. Awnio0 39 (Actos contrérios & unidade nacionel) Todos os actos visando atentar contra a unidade nacional, prejudicar a harmonia social, eriar divisionismo, situagdes de privilégio ou discriminagio com base na cor, raga, sexo, crigem €tnica, lugar de nascimento, religido, grau de ins- trugio, posigio social, condigio fisica ou mental, estado civil dos pais, profissio, ou opgio politica, so punidos nos termos da tei ‘Amico 40 (Orato a vida) 1. Totlo 0 cidaddo tem direito A vida © a integridade fisica e moral ¢ no pode ser sujelto & tortura ou tratamentos crugis ou desumanos. 2.Na Repdblica de Mogambique nto hf pena de morte. 22 DE DEZEMBRO DE 2004 sa7 Awrioo 4 (Outros cireitos pessoais) ‘Todo 0 eidadiio tem direito a honra, a0 bom nome, a reputagio, 3 defesa da sua imagem piiblica © & reserva da sua vida privada Antigo 42 (Ambito © sentido dos direitos tundamentals) s direitos fundamentais consagrados na Constituigio nao cexcluem quaisquer outros constantes das leis, ‘Awnigo 43 (Interpretagao dos direitos fundamentals) Os preceitos constitucionais relativos aos direitos funda- mentais sio interpretados e integrados de harmonia com a Declaragio Universal dos Diteitos do Homem © a Carta Africana dos Direitos do Homem ¢ dos Povos. Arrigo 44 (Beveres para com os seus semethantes) Todo 0 cidadio tem o-dever de respeitar e considerar os seus semelhantes, sem discriminacio de qualquer espécie © de manter com eles relagées que permitam promover, salva- guardar € reforgar 0 respeito, a tolerdncia reciproca © a solidariedade. Agmi00 45 (Deveres vara com a comunidad) Todo 0 cidado tem o dever de: a) servir a comunidade nacional, pondo a0 seu servigo as suas capacidades fisicas e intelectuais; 6) trabalhar na medida das suas possibilidades © capa- cidades; ©) pagar as contribuigdes e impostos: 4) 2elar, nas suas relagdes com a comunidade pela pre- setvagio dos valores culturais, pelo espirito de tolerincia, de didlogo e, de uma maneira gerel, contribuir para a promogio € educagio civicas; e) defender € promover a saiide péblica; J defender e conservar o ambiente; @) defender e conservar © bem piblico € tomunitario Axtio0 46 (Beveres para com 0 Estado) 1. Todo 0 cidadio tem 0 dever de contribuir para a defesa do. pais, 2. Todo 0 cidadio tem, ainda, o dever de cumprit as obrigagies previstas na lei e de obedecer as ordens emana- das das autoridades legitimas, emitidas nos termos da Cons- tituiglo © com respeito pelos seus direitos fundamentais Agrico 47 (Direitos da erianga) LAs criangas tém direito a protecgi0 © aos cuidados necessirios a0 seu bem-estar, 2.As eriangas podem exprimir livremente a sua opinio, ros assuntos que Ihes dizem respeito, em fungio da sua idade e maturidade. 3. Todos os actos relatives as eriangas, quer praticados por entidades pablicas, quer por instituigdes.privadas, tém principalmente em conta o interesse superior da crianga, CAPITULO II Direitos, deveres ¢ liberdades AKnico 48. (Liberdades do expressao e intormagzo) 1. Todos os cidadios tém direito a liberdade de expressi 8 liberdade de imprensa, bem como o direito a informacio, 2.0 exercicio da liberdade de expresso, que compreende nomeadamente, a faculdade de divulgar o proprio pensamento por todos os meios legais, ¢ 0 exercicio do direito & infor- agi no podem ser limitados por censura. 3.A liberdade de imprensa compreende, nomeadamente, a liberdade de expresso e de criagio dos jornalistas, o acesso as fontes de informagio, a protecgtio da independéncia e do sigilo profissional e 0 direito de criar jornais, publicagdes outros meios de difusio. 4. Nos meios de comunicagio social do sector piblico sio assegurados a expressio e 0 confronto de ideias das diversas ccorrentes de opiniao. 5. O Estado garante a isengiio dos meios de comunicagio social do sector piblico, bem como a independéncia dos Jomalistas perante © Governo, a Administragao © os demais poderes. politicos. 6.0 exercicio dos direitos e liberdades referidos neste artigo é regulado por lei com base nos imperativos do res. peito pela Constituigio © pela dignidade da pessoa humana, Arrigo 49 (Direitos de antena, de resposta e de réplica politica) 1.Os partidos politicos tém o direito a tempos de antena nos servigos publicos de radiodifusdo e televisao, de acordo com a sua representatividade e segundo critérios fixados na lei 2.05 partidos politicos com assento na Assembleia da Repiiblica, aue no fagam parte do Governo, nos termos da lei, 18m 0 @ reito a tempos de antena nos servigos pablicos de radiodifusio e televisio, de acordo com a sua represen- tatividade para o exercicio do direito de resposta e réplica politica as declaragies politicas do Governo. 3. 0 direito de antena & também garantido a organizagdes sindicais, profissionais ¢ representativas das actividades eco- némicas sociais, segundo critérios fixados na lei 4, Nos perfodos cleitorais, os concorrentes tém direitos, 1 tempos de antena, regulares e equitativos nas eslagdes da radio e televisio pablieas, de Ambito nacional ou local, nos termos da lei Arico 50 10 Superior da Comunicago Social) 1,0 Consetho Superior da Comunicagdo Social € um redo de disciplina e de consulta, que assegura & indepen- déncia dos meios de comunicagdo social, no exercicio dos direitos & informagio, a liberdade de imprensa, bem como dos direitos de antena ¢ de resposta 2.0 Conselho Superior da Comunicagao Social emite parecer prévio A decisio de licenciamento pelo Governo de canais privados de televisio € rédio. 3.0 Conselho Superior de Comunicag3o Social intervém rna nomeagio e exoneragio dos directores gerais dos Srgios de Comunicagio Social do sector pablico, nos termos da lei. 4.4 lei regula a organizagio, a composi, o funciona- mento © as demais competéncias do Conselho Superior da Comunieagio Social (Conse 548 Arrigo $1 (Direto a tiberdade de reuniso e de manifestagéo) Todos 0s cidadios tém direito a liberdade de reuniéo © manifestagio nos termos da lei ‘Awnigo 52 (Liverdade de assoclagao) 1.0s cidadios gozam da liberdade de associagio. 2.As organizagdes sociais ¢ as associagdes tém direito de prosseguir os seus fins, criar instituigdes destinadas a alcan- ‘gar 08 seus objectivos espectficos e possuir patriménio para 4 realizagio das suas actividades, nos termos da lei 3. Sio proibidas as associagSes armadas de tipo militar ou paramilitar © as que promovam a violencia, 0 racismo, a xenofobia ow que prossigam fins contrérios & Ie. AgniG0 53 (Libordade de constitu, participar @ aderir 4 partidos politicos) I. Todos os cidadios gozam da liberdade de constituir ou participar em partidos ‘politicos. 2. A adesio a um partido politico € voluntéria e deriva a liberdade dos cidadiios de se associarem em torno dos mesmos ideais politicos ‘Agrioo 54 (Liberdade de conscléncia, de religiio de culto) 1,0s cidadaos gozam da liberdade de praticar ou de no praticar uma religido. 2. Ninguém pode ser discriminado, perseguido, prejudi- cado, privado de direitos, beneficiado ou isento de deveres por causa da sua £6, convicgio ou pritica religiosa 3.As confissdes religiosas gozam do direito de prosseguir livremente 08 seus fins religiosos, possuir e “adquirir bens ara a materializagao dos seus objectivos. 4. assegurada a protecgio aos locais de culto. 5.E garantido © direito A objeogio de consciéneia nos termos da Iki ARriGo 55 (Liverdade de residéncia de cireulaga0) 1. Todos os cidadios tém o direito de fixar residéncia em qualquer parte do territério nacional, _2, Todos 08 cidadios sio livres de circular no interior © para exterior do territério nacional, excepto os judicialmente privados desse direito. CAPITULO Ut Direitos, liberdades e garantias individuals ‘Anrioo 56 (Principio gerals) 1.0s direitos © liberdades individuais sio directamente aplicéveis, vinculam as entidades piblicas e privadas, sio sgarantidos pelo Estado,e devem ser exercidos no quadro da Constituigo e das leis 2.0 exereicio dos direitos e liberdades pode ser limitado em razio da salvaguarda de outros direitos ow interesses protegidos pela Constituiglo. 3.A lei s6 pode limitar os direitos, liberdades e garantias hos casos expressamente previstos na Constituigio. 1 SERIE — NUMERO 51 4.As restrigées legais dos direitos e das liberdades devem revestir carécter geral e absiracto © ndo podem ter efeito retroactivo, Anica 57 (Nto retroactividade) Na Repiblica de Mogambique as eis 86 podem ter efeitos retroactivos quando beneficiam os cidadfos e outras pessoas juriicas. Agniao $8 (Diretto& indemnizagio e responsabilidade do Estado) 1.A todos € reconhecido o direito de exigir, nos termos da lei, indemnizagio pelos prejutzos que forem causados pela violagdo dos seus direitos fundamentais. 2. O Estado € responsével pelos danos causados por actos ilegais dos seus agentes, no exercicio das suas fungdes, sem 10 do direito de regresso nos termos da lei Axnico 59 (Direlto& tiberdade @ & soguranga) 1.Na Repdblica de Mogambique, todos tém direito a seguranga, © ninguém pode ser preso © submetido a julga- ‘mento senio nos termos da lei 2.08 arguidos gozam da presungio de inocéncia até decisio judicial definitiva, 3. Nenhum cidadio pode ser julgado mais do que uma vex pela prética do mesmo crime, nem ser punido com pena ndo revista na fei ou com pena mais grave do que a estabelecida na lei no momento da prética da infracgio eriminal. ‘Antigo 60 (Aplieagéo da tel criminal) 1, Ninguém pode ser condenado por acto no qualificado como crime no momento da sua prétic. 2. A lei penal s6 se aplica retroactivamente quando disso resultar beneficio ao arguido, ARrigo 61 (Limites das penas e das medidas de seguranca) 1. Sto proibidas penas e medidas de seguranga privativas ou testritivas da liberdade com carécter perpétuo ou de duragao ilimitada ou indefinida 2.As penas nfo slo transmissiveis. 3.Nenhuma pena implica a perda’ de quaisquer direitos civis, profissionais ou politicos, nem priva 0 condenado dos seus direitos fundamentais, salva as limitagdes inerentes 20 sentido da condenagio ¢ as exigéncias espectficas da res- pectiva execusio. Awric0 62 (Acesso 208 tribunals) 1.0 Estado garante 0 avesso dos cidadios os tribunais, © garante 10s arguidos 0 direito de defesa e 0 diteito & assisténcia juriea © patrocinio judicdrio, 2.0 arguido tem o diteto de escolher livremente 0 seu efensor para o asistir em todos os actos do. processo, devendo ao arguido que por razdes econémicas no posse constituir advogado ser assegurada & adequada assisténcia juridica © patrocfnio judicial. 22 DE DEZEMBRO DE 2004 549 Agrico 63 AgriGo 67 (Mandato judicial e advocacia) (Extradigao) 1. 0 Estado assegura a quem exerce 0 mandato judicial, as imunidades necessérias 20 Seu exercicio e regula 6 patrocinio forense, como elemento essencial & administragio da justca. 2.No exereicio das suas fungdes © nos limites da lei, sto invioldvels os documentos, a comrespondéncia © outros objectos que tenham sido confiados a0 advogado pelo seu constituinte, que tenha obtido para defesa deste ou que respeitem 3 sua profissio. 3.As buseas, apreensGes ov outras diligéncias similares no escritrio ou nos arquivos do advogado sé podem ser fordenadas por decisio judicial e devem ser efectuadas na presenga do juiz que as autorizou, do advogado € de um representante da ordem dos advogados, nomeado por esta para o efeito, quando esteja em causa a pritica de facto ilfcita punivel com prisio superior a dois anos e cujos indicios imputem a0 advogado a sua. pritica 4. O advogado tem o direito de comunicar pessoal e reser- vadamente com 0 seu patrocinado, mesmo quando este se encontre preso ou detido em estabelegimento civil ou militar. 5. A lei regula os demais requisitos relativos a0 mandato Judicial e a advocacia Agnico 64 (Prisdo preventivay 1.A prisio preventiva s6 € permitida nos casos previstos na lei, que fixa os respectivos prazos. 2.0 eidadao sob priséo provontiva dove ser aprosentado no prazo fixado na lei a decisio de autoridade judicial, que € a nica competente para decidir sobre a validagio a manutengio da prisio. 3. Toda a pessoa privada da liberdade deve ser informada imediatamente ¢ de forma compreensivel das razdes da sua prisdo ou de detensio e dos seus direitos. 4. A decisio judicial que ordene ou mantenha uma medida de privagdo da liberdade deve ser logo comunicada a parente ou pessoa da confianca do detido, por estes indicados. Arico 65 (Prinefpios do proceso criminal) 1.0 direito & defesa e a julgamento em processo criminal 6 inviolvel e € garamtido a todo o arguido. 2.,As audiéncias de julgamento em processo criminal io pilblicas, salvo quando a salvaguarda da intimidade pessoal, familiar, social ou da moral, ou ponderosas razSes de seguranga da audiéncia ou de ordem piiblica aconselharem exclusio ou restrigo de publicidad. 3. $0 nulas todas as provas obtidas mediante tortura, coacgio, ofensa da integridade fisica qu moral da pessoa, abusiva intromissio na sua vida privada e familiar, no domicilio, na correspondéncia ou nas telecomunicagdes. 4. Nenhuma causa pode ser retirada ao tribunal cuja competéncia se encontra estabelecida em lei anterior, salvo hos casos especialmente previstos na lei ARTIGO 66 (Habeas corpus) 1, Em caso de prisio ou detengao legal, 0 cidadao tem direito a recorrer & providéncia do habeas corpus. 2. providéncia de habeas corpus & interposta perante © tribunal,’ que sobre ela decide no prazo maximo de cite dias LA extradigio 6 pode ter lugar por decisio judicial 2.A extradigao por motivos politicas nto € autorizada. € permitida a extradigio por crimes a que corres- ponda na lei do Estado requisitante pena de morte ou prisio perpétua, ou sempre que fundadamente se admita que 0 extraditando possa vir a ser sujeito a tortura, tratamento desumano, degradante ou cruel 4.0 cidadio mogambicano néo pode ser expulso ou extraditado do terrt6rio nacional. Arico 68 (inviotabilidade do domiciio e da correspondéncia) 1,0 domicilio © a correspondéncia ou outro meio de comunicagio privada sfo invioléveis, salvo nos casos espe- cialmente previstos na lei 2. entrada no domicilio dos cidaddos contra a. sua vontade 36 pode ser ordenada pela autoridade judicial competente, nos casos ¢ segundo as formas especialmente previstas na lei. 3.Ninguém deve entrar durante a noite no domictlio de qualquer pessoa sem o seu consentimento. Arrico 69 (irwito de impugnagao) cidadio pode impugnar os actos que violam os seus direitos estabelecidos na Constituigio © nas demais leis ‘Agnigo 70 (Diceito de récorrer aoe tribunals) cidadao tem o direito de recorrer aos tribunais contra (8 actos que violem os seus direitos e interesses reconhecidos pela Constituigao e pela lei. Axtico 71 (Utiizagdo da informatica) 1. proibida utlizagio de meios informéticos para registo e tratamento de dados individualmente identificéveis relativos &s conviegSes politica, filosbficas ou ideolégicas, 2 {6 religiosa, filiagio partidarin ou sindical e & vida privada. 2.A lei regula a proteegio de dados pessoais constantes de registos informéticos. as condigdes de acesso 20s bancos de dados, de consttuigao e utilizagéo por autoridades publicas fe entidades privadas destes baneos de dados ou de suportes informéticos 3.Nio ¢ permitido 0 acesso a arquivos,ficheiros € regis- tos informéticos ou de bancos de dados para conhecimento de dados pessoais relativos a terceiros, nem a transferéncia de dados pesfoais de um para outro’ ficheiro informstico pertencente a distintos servigos ou insttuigdes, salvo nos casos estabelecidos na lei ou por decisio judicial 4. Todas as pessoas tém o dircito de aceder aos dados coligidos que Ihes digam respeito e de obter a respectiva rectiticagéo. Arrico 72 (Suspensio de exercicio de direitos) 1. As liberdades © garantias individuais sé podem ser suspensas ou limitadas temporariamente em virtude de declaragio do estado de guerra, do estado de sftio ou do estado de emergéncia nos termos estabelecidos na Cons- ituigao. 550, 2. Sempre que se verifique suspensio ou limitagio de liberdades ou de garantias, elas tém um cardctergeral © abstracto e devem especificar a durigio e a base legal em que assenta cApiTULoIV Direltos, liberdades e garantias de participagao politica ‘Awrioo 73 (Sutrdgio universal) © povo mogambicano exerce 0 poder politico através do sufFégio universal, directo, igual, secreto e periddico para a escolha dos seus representantes, por referendo sobre as grandes questdes nacionais e pela permanente. participagio democrétiea dos cidadios na vida da Nagto. arrico 74 (Partidos politicos e pluraismo) 1.0s partidos expressam o pluralismo politico, eoncorrem para a formagao ¢ manifestagdo da vontade popular e s30 instrumento fundamental para a participagéo democritica dos cidadios na governagio do pais. 2. A estrutura interna eo funcionamento dos. partidos politicos devem ser demoeriticos. Agrioo 75, (Formagio de partidos politicos) 1.No profundo respeito pela unidade nacional ¢ pelos valores democriticos, 0s partidos politicos sfo_vinculados 208 principios consagrados na Constituigo © na ei. 2.Na sua formagio ¢ na reatizago dos seus objectivos 0s partidos politicos devem, nomeadamente: 4a) ter Ambito nacional; b) defender os interesses nacionais; ©) contribuir para a formagdo da opinito piblica, em particular sobre as grandes questies nacionais; 4) reforgar o espirito patrstico dos cidadaos e a conso- lidagao da Nagio mogambieana, 3.0s partidos politicos devem contribuir, através da edu- cagio politica ¢ civics dos cidadios, para a paz e estabilidade do. pais, 4.A formagio, a estrutura e 0 funcionamento dos partidos politicos regem-se por lei ‘Agrico 76 (Denominagio) E pfoibido o uso pelos partidos politicos de denominagbes, que contenham expresses directamente relacionadas com quaisquer confissdes religiosas ou igrejas ou a utilizaglo de emblemas que se confundem com simbolos nacion religiosos. Antico 77 (Recurso& violin armas) E vedado 20s partidos politicos preconizar ou recorrer 8 violéncia armada para alterar'a ordem poliea © social do. pa Arico 78 (Organizagées sociats) 1.As organizagdes sociais, como formas de associagi0, com afinidades e interesses proprios, desempenhem um papel importante na promocio da democracia e na participago dos cidadiios na vida pablica. SERIE — NGMERO $1 2..As organizagbes sociais contribuem para a realizagio dos direitos e liberdades dos cidadios, bem como part a elevagio da consciéncin individual e colectiva no campti« mento dos deveres civicos. ‘Axni60 79 (Direlto de petigéo, queixa e reciamagao) Todos 0s cidadios tém direito de apresentar petigdes, queixas e reclamagbes perante autoridade competente para exigir 0 restabelecimento dos seus direitos violados ou em defesa do interesse geral. ‘Axio 80 (Wirelto de resistencia) © cidadio tem o direito de ndo acatar ondens ilegais ou que ofendam os seus direitos, liberdades © garantias Awmigo 81 (Oireito de acto popular) 1. Todos 0 cidadios tém, pessoalmente ou através de associagdes de delesa dos interesses em causa, 0 diteito de acgao popular nos termos da lei 2.0 direito de acgio popular compreende, nomeadamente: )0 direito de requerer para 0 lesado ou lesados as indemnizagdes a que tenham direito; ')0 direito de promover a prevengio, @ cessagio ou a perseguigio judicial das infracgdes contra a saide piiblica, 0s direitos dos consumidores, a preser- vagao, do ambiente © © patriménio cultural: 6) direito de defender os bens do Estado ¢ das autar- quias locais CAPITULO V itos e deveres econémicos, sociais e culturais ‘Amigo 82 (Direto de propriedade) 1.0 Estado reconhece ¢ garante 0 direito de propriedade, 2.4 expropriagio 86 pode ter lugar por causa de neces- sidade, utilidade ou interesse piblicas, definidos nos termos da lei e dé lugar a justa indemnizagio. ‘Awrigo 83 0 Estado reconhece ¢ garante, nos termos da lei odireito A heranga, AwTIG0 84 (Direito ao trabalho) 1.0 trabalho constitui direito e dever de cada cidadio. 2. Cada cidadio tem direito & livre escolha da profissaio. 3.0 trabalho compulsive & proibido, exceptuando-se 0 trabalho realizado no quadro da legislagao penal Arrigo 85 (Direto & retribuipio e seguranga no emprego) 1. Todo o trabalhador tem direito A justa remuneragdo, descanso, férias e A reforma nos termos da lei 2.0 trabalhador tem direito § protecgio, seguranga ¢ higiene no trabalho. 3.0 trabalhador 6 pode ser despedido nos casos e nos termos estabelecidos na lei 22 DE DEZEMBRO DE 2004 Agrico 86 (Liberdade de associagio profissional e sindical) 1. Os trabalhadores tém a liberdade de se organizarem em associagdes profissionais ou em sindicatos. 2.As associagdes sindicais e profissionais devem reger-se pelos prinespios da organizagao e gestiio democraticas, basear- -se na activa participagdo dos seus membros em todas suas actividades © de eleigdo periddica © por escrutinio secreto dos seus drgios. 3.As associagdes sindicais ¢ profissionais so indepen- dentes do patronato, do Estado, dos partidos politicos e das ignejas ou confissdes religiosas. 4. A lei regula a criagio, unio, federagdo ¢ extingio das associagSes sindicais e profissionais, bem como as respec- tivas garantias de independéncia ¢ autonomia, relativamente a0 patronato, a0 Estado, aos partidos politicos e as igrejas € confissdes religiosas. ‘ARTiGo 87 (Direito a greve e proibigso de lock-out) 1.Os trabathadores tém direito a greve, sendo o seu exereicio regulado por lei 2.A lei limita 0 exercicio do direito & greve nos servigos © actividades essenciais, no interesse das necessidades inadi4- veis da sociedade e da seguranga nacional. 3.£ proibido 0 lock-ow. Arrigo 88 (Oireito& ecuengto) 1. Na Repiiblica de’ Mogambique @ educagio constitu dieito © dever de cada cidadio. 2.0 Estado promove a extensio da educagio profissional continua ¢ a igualdade de acesso de todos 0s cidadios a0 gozo deste direito. Axngo 89 (Saude) Todos os cidadios tm 0 direito & assisténcia médica ¢ sanitiria, nos termos da lei, bem como o dever de promover € defender a saide piblica. Arria0 90 (Oireto a0 ambiente) 1.Todo 0 cidadio tem o diteito de vivernum ambiente equilibrado © © dever de 0 defender. 2.0 Estado € as autarquias locais, com a colaboragio das associagbes de defesa do ambiente, adoptam politicas de defesa do ambiente e velam pela utilizagio racional de todos os recursos naturais. ARTIGo 91 (Habitago e urbanizagao) 1, Todos 0s cidaddos tém direito & habitago condigna, sendo dever do Estado, de acordo com 0 desenvolvimento econémico nacional, criar as adequadas condigées institu- cionais, normativas infra-estrutura 2. Incumbe também ao Estado fomentar © apoiar as tivas das comunidades locais, autarquias locais e populagoes, estimulando a construgio privada e cooperativa, bem como 0 acesso A casa propria, 551 ‘Arrigo 92 (Direito dos consumidores) 10s consumidores tém direito & qualidade dos bens servigos consumidos, & formagdo e 2 informagio, & protecsio da sade, da seguranca dos seus interesses econémicos, bem como a reparagio de danos. 2. publicidade € disciplinada por lei, sendo proibidas as formas de publicidade oculta, indirecta ‘ou enganosa 3.As associagBes de consumidores ¢ as cooperativas tém direito, nos termos da lei, a0 apoio do Estado a serem ‘ouvidas sobre as questées que digam respeito & defesa dos consumidores, sendo-Ihes reconhecida legitimidade processual para a defesa dos scus associados. Anmigo 93 (Cultura fisica © desporto) 1.0s cidados tém direito & educagio fisica © a0 desporto. 2.0 Estado promove, através das instituigBes desportivas € escolares, a pritica € a difusio da educagio fisica e do desporto, AAxmigo 94 (Uberdade de crlaglo cultural) 1. Todos os cidadios tém direito & liberdade de criagio cientifica, técnica, literdria € aristica 2.0 Estado protege 08 direitos inerentes & propriedade intelectual, incluindo os direitos de autor e promove a Pritica e a difusdo das letras ¢ das artes. Annio0 95 (Direlto & assisténcia na incapacidad 1. Todos os cidaddos 18m direito & assisténcia em caso de incapacidade ¢ na velhice. 2.0 Estado promove e encoraja a criago de condigles Para a realizagio deste dircito. TiTULoIv Organizagao econémica, social, financeira e fiscal CAPITULO Principios gerals, Anmico 96 (Pottteaeconémica) 1. A politica econémica do Estado ¢ dirigida & construgto das bases fundamentais do desenvolvimento, 2 melhoria das condigdes de vida do povo, 20 reforgo da soberania do Estado € & consolidaglo da\unidade nacional, através da participagio dos cidadios, bem como da utlizagao eficiente dos recursos hurmanos € materias. 2, Sem prejutzo do desenvolvimento equilibrado, o Estado garante a distribuigio da riqueza nacional, reconhecendo © valorizando © papel das zonas produtoras. ‘Annico 97 (Prineipios tundamentais) ‘A organizagao econ6mica ¢ social da Repiblica de Mo- sambique visam a satisfacao das necessidades essenciais da Populagto e a promocdo do bem-estar social € assenta nos seguintes prineipios fundamentais: 4)na valorizagio do trabalho; nas forgas do mercado: 392. ‘)na iniciativa dos agentes econémicos; dna coexisténcia do sector piiblico, do sector privado € do sector cooperativo € social; ) na propriedade paiblica dos recursos naturais ¢ de meios de produgio, de acordo com o interesse colectivo: D) na protecgo do sector cooperativo e social; #)18 acco do Estado como regulador ¢ promotor do crescimento ¢ desenvolvimento econémico¢ social. ‘Anrico 98 (Propriedade do Estado @ dominio piblice) 1.0s recursos naturais situados no solo € no subsolo, nas ‘guas interiores, no mar territorial, na plataforma continental fe na zona econdmica exclusiva Sto propriedade do Estado. 2. Constituem dominio piblico do Estado: @) a zona maritima; b) 0 espago aéreo; 6) 0 patriménio arqueolégico; 4) as zonas de protecgio da natureza; 6) 0 potencial hidréulico; J 0 potencial energético; {) as estradas ¢ linhas férreas; 4) as jazidas minerais; 1) 08 demais bens como tal classificados por lei. 3.A lei regula 0 regime juridico dos bens do dominio pablico, bem como a sua gestio ¢ conservagto, diferenciando ‘05 que integram 0 dominio piblico do Estado, 0 domfnio piblico das autarquias locais ¢ © dominio pablico comuni- tério, com respeito pelos principios da imprescritibilidade impenhorabilidade. ‘Axio0 9 (Bectores de propriedade dos meios de produgto) 1. A economia nacional garante a coexisténcia de trés sec- tores de propriedade dos meios de produgio. 2. 0 sector pablico € constitufdo pelos meios de produgdo ccuja propriedade © gestio pertence a0 Estado ou a outras entidades piblicas. 3. 0 sector privado ¢ constitufdo pelos meios de produgdo ‘cuja propriedade ou gestio pertence a pessoas singulares ‘ou colectivas privadas, sem prejufzo do disposto no nimero seguinte, 4.0 sector cooperativo ¢ social compreende especi cearnente: 4) 08 meios de produglo comunitérios, possufdos © geridos por comunidades locais; ‘bos meios de produgio destinados a exploragio colec- tiva por trabalhadores; 6) 08 meios de produgo possudos ¢ geridos por pessoas colectivas, sem cardcter lucrativo, que tenham como principal objectivo a solidariedade social, design amente entidades de natureza mutualista. ‘Awtico 100 (Impostos) Os impostos so criados ou alterados por lei, que os fixa segundo critérios de justiga social. 1 SERIE — NOMERO 51 captruLom Organizago econémica ‘Awrigo 101 (Coordenagao da actividade econémica) 1.0 Estado promove, coordena e fiscaliza a actividade econdmica agindo directa ou indirectamente para a solugio dos problemas fundamentais do povo ¢ para a redugio das desigualdades sociais regionais. 2.0 investimento do Estado deve desempenhar um papel impulsionador na promogao do desenvolvimento equilibrado. ‘Arrigo 102 (Recursos naturais) © Estado promove 0 conhecimento, a inventariagio © a valorizagio dos recursos maturais determina as condigdes do seu uso e aproveitamento com salvaguarda dos interesses nacion: ‘Axriao 103, (Agricuturay 1.Na Repiblica de Mogambique a agricultura é a base do desenvolvimento nacional. 2.0 Estado garante © promove o desenvolvimento rural para a satisfagio crescente © multiforme das necessidades do povo € 0 progresso econémico ¢ social do pats. ‘AnTiGo 104 (indastriay Na Repéblica de Mogambique a inddstria ¢ 0 factor impul- sionador da economia nacional, ARTI00 105, (Sector familiar 1. Na satisfagio das necessidades essenciais da populagio, 0 sector familiar cabe um papel fundamental. 2. 0 Estado incentiva ¢ apoia a produgdo do sector familiar «€ encoraja os camponeses, bem como os trabalhadores in viduais, a organizarem-se em formas mais avangadas de produgio. Antico 106 (Produgao de pequena eecala) © Estado reconhece a contribuigdo da produedo de pequena, escala para a economia nacional e apoia o seu desenvolvi- ‘mento como forma de valorizar as capacidades e a criatividade do pore. ‘Antigo 107 (Emprosariado nacional) 1.0 Estado promove e apoia a participagid activa do tempresariado nacional no quadro do desenvolvimento € da consolidagio da economia do pals. 2.0 Estado cria os incentivos destinados a proporcionar © erescimento' do empresariado nacional em todo o pats, em especial nas zonas rurais. Asrico 108, (lavostimanto estrangeiro) 1.0 Estado garante o investimento estrangeiro, 0 qual ‘opera no quadro da sua polftca econémica 2.05 empreendimentos estrangeiros sto ulorizados em todo © territério nacional e em todos os sectores econd- micos, excepto naqueles que estejam reservados & propriedade ‘ou exploragtlo exclusiva do Estado, 22 DE DEZEMBRO DE 2004 ‘ARTIG0 109 (Terra) ILA terra & propriedade do Estado. 2. terra ndo deve ser vendida, ow por qualquer outra forma alienada, nem hipotecada ou pentorada 3.Como meio universal de criagéo da riqueza e do bem- -estar social, © us0 € aproveitamento da terra é direito de todo © povo mogambicano. ‘ATiGo 110 (Uso e aproveltamento da terra) 1.0 Estado determina as condigdes de uso © aproveita- mento da terra 2.0 direito de uso ¢ aproveitamento da terra € conferido as pessoas singulares ou colectivas tendo em conta 0 seu fim social ou econémico. ‘AgTiGo 11 (Direitos acquiridos por heranga ou ocupagéo da terra) Na titularizagao do direito de uso © aproveitamento da terra, 0 Estado reconhece € protege os direitos adquiridos or heranca ou ocupagio, salvo havendo reserva legal ou se a terra tiver sido legalmente atribufda 8 outra pessoa ou entidade. CaPETULO ML Organizagéo social ARrio0 112, (Trabalho) 1.0 trabalho é a forga motriz do desenvolvimento © é dignificado e protegido. 2.0 Estado propugna a justa repartigio dos rendimentos do trabalho. 3.0 Estado defende que a trabalho igual deve corresponder salério igual. ‘Awnigo 113, (€dueagso) 1.A Repiiblica de Mogambique promove uma estratégia de educagio visando a unidade nacional, a erradicagio do analfabetismo, o dominio da ciéncia e da técnica, bem como 1 formagiio moral e cfvica dos cidadios. 2.0 Estado organiza ¢ desenyolve a educagdo através de tum sistema nacional de educagao. 3.0 ensino piblico nio é confessional. 4.0 ensino ministrado pelas colectividades e outras er dades privadas & exercido nos termos da lei € sujeito 20 controlo do Estado. 5.0 Estado no pode programar a educagio ¢ a cultura politicas, ideolégicas Arrico 114 (Ensino superior) 1.0 acesso as instituigées piblicas do ensino superior deve garantir a igualdade © equidade de oportunidades e a democratizagao do ensino, tendo em conta as necessidades fem quadros qualificados e elevagio do nivel educativo © cientifico no 553 colectivas de direito piiblico, t&m personalidade juridica gozam de autonomia cientifica, pedagégica, financeira ¢ administrativa, sem prejufzo de adequada’ avaliagio da qualidade do ensino, nos termos da lei. 3.0 Estado reconhece e fiscaliza 0 ensiné privado € cooperative, nos termos da lei. ‘Awrigo 115 (Cuituray 1. 0 Estado promove o desenvolvimento da cultura © per- sonalidade nacionais ¢ garante a livre expressio das tradigées e valores da sociedade moambicana. 2. 0 Estado promove a difusio da cultura mogambicana € desenvolve acgdes para fazer beneficiar 0 povo mocambicano das conquistas culturais dos outros povos. ‘Awrio0 116 (Gadde) 1.A assisténcia médica ¢ sanitéria 20s cidadios ¢ orga- nizada através de um sistema nacional de sadide que beneficie todo 0 povo mogambicano, 2. Para a realizagio dos objectives prosseguidos pelo sistema nacional de satide a lei fixa modatidades de exereicio da assisténcia médica e sanitéria, 3.0 Estado promove a participagio dos cidadios ¢ insti- tuigSes na elevagio do nivel da satide da comunidade. 4.0 Estado promove a extensio da assisténcia médica ¢ sanitéria e a isualdade de acesso de todos os cidadios ao 020 deste direito. 3. Compete a0 Estado promover, disciplinar ¢ controlar 1 produgao, a comercializagdo e 0 uso de produtos quimicos, biokigicos, farmacEuticos e outros meios de tratamento © de diagnéstico. 6.A actividade da assisténcia médica e sanitiria minis- trada pelas colectividades e entidades privadas € exercida nos termos da lei e sujeita a0 controlo do Estado. ‘Annico 117 (Ambiente e qualidade de vids) 1.0 Estado promove iniciativas para garantir 0 equilibrio ecoldgico © a conservagio © preservacio do ambiente visendo ‘a melhoria da qualidade de vida dos cidadaos. 2.Com o fim de garantir 0 direito 30 ambiente no quadro de um desenvolvimento sustentivel, o Estado adopta politicas visando: 4@) prevenir € controlar a poluigdo © a erosio; 0s objectivos ambientais nas politicas sec- ©) promover a integracdo dos valores do ambiente nas politicas e programas educacionais; 44) garamtir 0 aproveitamento racional dos recursos natu- rais com salvaguarda da sua capacidade de reno- vagio, da estabilidade ecolégica e dos direitos das. geragdes vindouras; @) promover o ordenamento do territério com vista a ‘uma correcta localizacio das actividades e a um desenvolvimento s6cio- econémico equilibrado. Axrico 118 (Autoridade tradiclonal) 1.0 Estado reconhece © valoriza a autoridade tradi- cional legitimada pelas populagies e segundo o diteito consuetudinério, 354 2.0 Estado define o relacionamento da autoridade tra- dicional com as demais instituigdes ¢ enquadra a sua participago na vida econémica, social e cultural do pais, nos termos da fei, Agnico 119 (ramtiay 1.A famflia € 0 elemento fundamental e @ base de toda 1 sociedade. 2.0 Estado reconhece © protege, nos termos da lei, 0 casamento como instituigdo que garante a prossecugiio dos objectives da familia 3.No quadro do desenvolvimento de relagdes sociais assentes no respeito pela dignidade da pessoa humana, 0 Estado consagra o prinefpio de que o casamento se baseia no livre. consentimento. 4.A lei estabelece as formas de valorizag#o do casamento tradicional religioso, define os requisitos do seu registo © fixa 0s seus efeitos. ‘Anrioo 120 (Maternidade e paternidade) 1A maternidade © a paternidade slo dignificadas protegidas. 2.A familia & responsével pelo crescimento harmonioso da crianga © educa as novas gerag6es nos valores morais, Aticos € sociais. 3.A familia ¢ o Estado asseguram a educaglo da cranes, formando-a. nox valores da unidade pacional, no am: pétria, igualdade entre homens © mulheres, respeito e solida- riedade social. 4. Os pais © as miles devem prestar assisténcia aos filhos nascidos dentro e fora do casamento. Arrigo 121 (Infancte) 1. Todas as criangas tém direito & protecgdo da famtlia, da sociedade e do Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento integral 2.As criangas, particularmente as 6rfls, as portadoras de deficiéncia e as abandonadas, tém proteccag da familia, da sociedade ¢ do Estado contra qualquer forma de discrimi- nagio, de maus tratos ¢ contra 0 exercicio abusivo da auto- ridade na familia € nas demais instituigoes. 3.A crianga nfo pode ser discriminada, designadamente, emrazio do seu nascimento, nem sujeita a maus tratos. 4.6 proibido 0 trabalho de criangas quer em idade de escolaridade obrigatéria quer em qualquer outra. “Arrigo 122 (Muiher) 1.0 Estado promove, apoia ¢ valoriza o desenvolvimento dda mulher e incentiva o seu papel crescente na sociedade, em todas as esferas da actividade politica, econémica, social € cultural do pais. 2. O Estado reconhece ¢ valoriza a perticipaglo da muther na luta de libertagio nacional, pela defesa da soberania e pela democracia ‘Agrigo 123, (Juventude) 1.A juventude digna, coptinuadora das tradigdes ticas do povo mogambicano, desempenhou um papel na luta de libertagio nacional e pela democracia e constitui forga renovidora da sociedade. L SERIE — NUMERO 51 2. A politica do Estado visa, nomeadamente 0 desenvol- ‘Yimento harmonioso da personalidade dos jovens, a promogiio do gosto pela livre criagao, 0 sentido de prestagilo de servigos A comunidade e a criagdo de condigdés para a sua integragio na vida activa 3.0 Estado promove, apoia e encoraja as iniciativas da juventude na consolidagio da unidade nacional, na recons- trugdo, no desenvolvimento e na defesa do pats 4.0 Estado e a sociedade estimulam e apoiam a criagio de organizagdes:juvenis para a prossecugdo de fins culurais, antsticos, recreativos, desportivos e educacionais. 5. O Estado, em cooperagiio'com as asiociagbes represer tativas dos pais e encarregados de educagdo, as instituigées privadas ¢ organizagoes juvenis, adopta uma politica nacional de juventude capaz de promover e fomentar a formagdo pro- fissional dos jovens, 0 acesso a0 primeito emprego © 0 seu livre desenvolvimento intelectual ¢ fisico. ‘Antigo 124 (Torcoira tdade) 1.08 idosos tém a proteccio especial da fama, da sociedade © do Estado, nomeadamente na criagio de con- no atendimento em. instituigdes pablicas ¢ privadas, que evitem a sua marginalizasio. 2.0 Estado promove uma politica de terceira idade que integra acgdes de cardcter econémico, social ¢ cultural, com vista & eriagto do oportunidades de reslizagio pessoa! airavés do seu envolvimento na vida da comunidade. Annigo 125 (Portadores de deticléncia) 1. Os portadores de deficiéncia tém direito a especial pro- teogtio da familia, da sociedade ¢ do Estado, 2. O Estado promove a criagio de condigSes para a apren-

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