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Lista 3 - Instrumentação e Métodos Experimentais em Mecânica Dos Fluidos
Lista 3 - Instrumentação e Métodos Experimentais em Mecânica Dos Fluidos
O filamento aquecido possui inércia térmica, e, portanto, uma constante de tempo associada.
A constante de tempo é definida como o tempo necessário para que o instrumento responda à função
rampa com 63,2% da faixa de variação do sinal, isto é, o range (kA-y0). A influência da constante de
tempo t na resposta do instrumento de primeira ordem à entrada em pulso aparece abaixo. No caso,
fizemos a condição inicial nula, y0 = 0, e a solução se reduz a:
Para exemplificar a utilidade da formulação matemática de um instrumento de primeira ordem,
vamos definir a fração erro:
Note então que o logaritmo da fração erro varia linearmente com a temperatura, e a inclinação da
reta é (-1/t). Uma expressão do tipo torna prática a determinação experimental da constante de
tempo de um instrumento de primeira ordem à uma entrada tipo pulso, veja:
2) O anemômetro térmico pode ser utilizado tanto para a medição de velocidade quanto para a
medição de temperatura. Explique como a ponte deve ser ajustada para cada tipo de medida e,
considerando as equações pertinentes, calcule a sensibilidade do instrumento à velocidade e à
temperatura.
A variação da resistência de um sensor termo-resistivo com a temperatura depende do seu tipo. Para
os sensores do tipo PTC, cuja resistência é diretamente proporcional à temperatura, a variação de sua
resistência com a temperatura é dada por:
em que:
Pode-se fazer uma aproximação com um polinômio de segunda ordem sem perda de precisão. A
equação é escrita então da seguinte maneira:
Os termos de potência elevados maior que um, da equação, podem ser desprezados, logo esta
equação reduz-se a:
em que:
h=a+bϑ
onde:
ϑ é a velocidade do fluido;
Quando os efeitos de outras grandezas físicas, além da velocidade, são importantes como densidade
e viscosidade do meio, esse coeficiente é dado por:
Nu = a + bRen ;
Re = ρdϑ/µ
Sendo:
Nu é o número de Nusselt;
Re é o número de Reynolds;
d é o diâmetro do sensor;
ρ é a densidade do meio
µ é sua viscosidade;
Q = Rw · I 2 = h · A (Tw − T∞)
Nesta equação, Q é o calor gerado pela dissipação de Joule no elemento sensor aquecido, Rw = Rw(Tw)
é a resistência do elemento sensor que é mantida constante (portanto a temperatura Tw também é
mantida constante), h é o coeficiente de convecção que varia com a velocidade e propriedades do
fluido, A é a área superficial externa do sensor, T∞ é a temperatura ao longe.
Efeito da temperatura ambiente - Um outro efeito que pode ter grande impacto é a temperatura
ambiente T∞. Variando a temperatura ambiente, muda-se a transferência de calor. A literatura
propõe diversas técnicas para se compensar este efeito usando a própria eletrônica, mas para manter
o sistema simples e lembrando que o sistema utiliza microcontroladores e computadores, esta
correção pode ser feita matematicamente como se descreve a seguir.
Dada uma medição nas condições de operação (E e T∞), as condições nas condições de calibração
para uma mesma velocidade (E0 e T∞,0), desprezando quaisquer variações no coeficiente de
convecção h, podem ser obtidas usando a seguinte expressão:
É uma técnica de medição pontual de velocidade frequentemente usada. foi introduzida pela primeira
vez na década de 1960 e foi desenvolvido para dispositivos de medição fáceis de usar e disponíveis
comercialmente. É também m método de medição de velocidade não intrusivo através do qual as
velocidades instantâneas do fluido local podem ser medidas em alta resolução temporal.
Uma fonte de luz coerente é utilizada para gerar dois feixes que se cruzam, dando origem a franjas de
interferência. A luz utilizada é o laser que tem característica de ser monodirecional e monocromático
viabilizando mudanças em sua direção e do seu comprimento de onda a partir do sistema ótico. A
coerência do laser garante que a localização das franjas de interferência é constante e a diferença de
fase dos feixes é independente do tempo. A interseção dos feixes é denominada volume de medição.
quando uma partícula presente no fluido passa pelo volume de medição, ela causa um espalhamento
de luz, que é detectado por um sistema óptico. a frequência dessa luz espalhada é diretamente
proporcional à velocidade da partícula na direção perpendicular às franjas de interferência, e assim a
grandeza desejada pode ser calculada.
As partículas traçadoras devem ter medidas que possibilitem seu acompanhamento com o
escoamento de modo que as velocidades medidas das partículas sejam idênticas à velocidade do
fluido. O sistema onde o escoamento percorre deve ser transparente o suficiente para possibilitar a
iluminação da área especificada. O fluido a ser medido também deve possuir transparência pelo
mesmo motivo.
Se pares adicionais de feixe de laser com diferentes comprimentos de onda forem direcionados para
o mesmo volume de medição, dois e até três componentes de velocidade podem ser determinados
simultaneamente. Para mudar o componente de velocidade que está sendo medido, deve-se alterar
o alinhamento do par de feixes em relação à direção desejada. Se num dos feixes do par houver um
incremento na frequência, o sistema LDV pode também medir reversões no escoamento.
Assim, uma partícula passando por este volume de medição e se movendo no sentido oposto ao das
franjas, gera um sinal com uma frequência que é igual à frequência de “shift” mais a sua própria
frequência Doppler. Por outro lado, o sinal de uma partícula passando pelo volume de medição, mas
se movendo no mesmo sentido que as franjas, será igual à diferença entre a frequência de “shift” e a
própria frequência Doppler. Se o escoamento que está sendo estudado apresenta reversões ou se há
componentes de velocidade pequenos a serem medidos, é necessário fazer uso de “frequency
shifting”.
Com uma frequência de desvio (fsh) de 1 MHz, a frequência de saída do sinal é de 1 MHz para
velocidade nula. A frequência aumenta de 1 MHz no sentido “positivo” do escoamento (é necessário
atribuir inicialmente o sinal positivo a um dado sentido e negativo ao outro, de acordo com a posição
dos feixes) e decresce de 1 MHz no sentido “negativo” do escoamento.
A regra geral para medir reversões no escoamento é selecionar a magnitude do desvio de frequência
com valor de aproximadamente o dobro da frequência Doppler correspondente à máxima velocidade
negativa esperada. Sendo β o ângulo que caracteriza a mudança no sentido do escoamento, pode
haver uma reversão, tal que β =1800. O número de franjas no volume de medição (sem “shift” de
frequência) é NF. Neste caso, o número de ciclos no sinal do fotodetector, N1, depende da trajetória
da partícula
Enquanto no Laser Dopller quando uma partícula presente no fluido passa pelo volume de medição,
ela causa um espalhamento de luz, que é detectado por um sistema óptico. a frequência dessa luz
espalhada é diretamente proporcional à velocidade da partícula na direção perpendicular às franjas
de interferência, e assim a grandeza desejada pode ser calculada, o Backscatter é um tipo de
espalhamento no qual a direção do momento da partícula ou fóton espalhada muda de forma que a
direção da partícula é invertida ou o fóton é refletido de volta para sua fonte.
O Backscatter é uma das maneiras usadas na detecção de distância; você envia um laser e ele interage
em uma faixa de vários metros com o material em estudo e durante essa interação uma luz
retroespalhada (que possui características específicas para cada material) se move de volta para a
fonte do laser, onde você colocou seu detector também, então você pode coletá-lo e estudar o
material. Em geral, o momento das partículas espalhadas define essa nomenclatura; backscatter e
forward-scatter. Não há diferença na física de Backscatter e forward-scatter. Em ambos os casos, a
interação de sua partícula de sonda com um substrato a espalha através de algum ângulo θ. Se θ
estiver em torno de 180º, tendemos a chamá-lo de backscatter, caso contrário, é apenas forward-
scatter.
6) Explique matematicamente quais são as condições para considerar uma partícula como um
traçador adequado para as técnicas ópticas de medição de velocidade.
Outro fato a considerar é que a inércia da partícula impede que a mesma acompanhe variações
abruptas da velocidade do fluido ao seu redor. Para partículas com massa específica
aproximadamente igual à do fluido, a velocidade da partícula será aproximadamente igual a
velocidade do fluido ao seu redor, para qualquer instante, se o número de Stokes for menor que 1:
Nota-se que quanto menor o diâmetro da partícula, maior o espectro de frequências a que ela pode
responder. Entretanto, Adrian e Yao (1985) mostraram que existe um tamanho ótimo para as
partículas, devido ao fato que a potência luminosa necessária para obter a imagem aumenta quando
o tamanho da partícula diminui, e o tamanho da imagem da partícula diminui quando o tamanho da
partícula diminui. Adrian e Yao (1985) obtiveram como valor ótimo para o diâmetro das partículas dp
≈ 10 µm, para partículas de poliestereno em água e dp ≈ 5 µm para partículas de óleo ou vidro no ar.
Para partículas com 10 µm de diâmetro tem-se ωmax= 104 Hz. Quando comparamos este valor com
a resposta de frequência de um anemômetro de fio quente de temperatura constante, observa-se que
os dois valores são da mesma ordem de grandeza.