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Wind Tunnel - Blower Design
Wind Tunnel - Blower Design
2023
BRUNO DERLY BERNARDINETTI
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Cláudio de Castro Pellegrini
Universidade Federal de São João Del Rei
______________________________________
Prof. Dr. Guillermo Vilalta Alonso
Universidade Federal de São João Del Rei
______________________________________
Prof. Dr. Sergio Augusto Araújo da Gama Cerqueira
Universidade Federal de São João Del Rei
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais, os quais desde o início
acreditaram na minha capacidade e sempre me apoiaram em todos os
momentos difíceis da graduação.
Aos alunos membros dos projetos de extensão de engenharia. Este trabalho é
para o crescimento de vocês e de suas equipes.
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais por me apoiarem a fazer a faculdade de engenharia mecânica.
Serei o primeiro engenheiro da família e isso me traz um orgulho enorme. Agradeço também
aos professores da UFSJ, principalmente aqueles que se importam com os alunos não somente
na sala de aula. O apoio de vocês foi crucial para que eu chegasse até esse momento.
Aos colegas de república e projetos de extensão (BAJA, AERODESIGN e SED) os quais
se transformaram em uma maneira incrível de me fazer crescer social e profissionalmente.
A universidade em questão a qual me acolheu e que pretendo futuramente após adquirir
muita experiência de campo, lecionar no ramo de automobilismo ou aeronáutica.
iii
EPÍGRAFE
RESUMO
Este documento contém o projeto de um túnel de vento subsônico do tipo soprador para fins
puramente acadêmicos. Tem por finalidade calcular todas as variáveis envolvidas no
desenvolvido de tal projeto como a geometria do bocal, telas de controle de turbulência,
geometria do difusor, perda de carga etc. Para isso definiu a velocidade do ar a ser soprado em
15 m/s para uma seção de teste de 800 mm x 800 mm. O local de implementação será a sala
experimentação do DCTEF (Departamento de Ciências Térmicas e dos Fluidos), a qual
comportará o túnel e os equipamentos de controle para a realização dos testes.
ABSTRACT
This document contains the design of a subsonic blower-type wind tunnel for purely academic
purposes. The purpose is to calculate all the variables involved in the development of such a
project as nozzle geometry, turbulence control screens, diffuser geometry, pressure drop, etc.
For this purpose, the air velocity to be blown was set at 15 m/s for a test section of 800 mm x
800 mm. The implementation site will be the experimentation room of the DCTEF
(Departamento de Ciências Térmicas e dos Fluidos, Department of Thermal and Fluid
Sciences), which will hold the tunnel and the control equipments for the tests.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados aerodinâmicos .............................................................................................. 48
Tabela 2 - Dados iniciais do Projeto......................................................................................... 51
Tabela 3 - Comparativo de valores ........................................................................................... 55
Tabela 4 - Correção por leis de semelhança ............................................................................. 55
Tabela 5 - Dados geométricos e preços .................................................................................... 64
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Progressão da Camada limite..................................................................................... 5
Figura 2 - Ensaio de corpo rombudo .......................................................................................... 5
Figura 3 - Arranjo para aquisição das curvas características.................................................... 11
Figura 4 - Curvas características gerais de um ventilador ........................................................ 11
Figura 5 - Curva característica de pressão por vazão para escoamento laminar ...................... 12
Figura 6 - Curva característica de pressão por vazão para escoamento turbulento .................. 12
Figura 7 - Curvas características de associação em paralelo de ventiladores idênticos ........... 15
Figura 8 - Curvas características satisfatórias de associação em paralelo de ventiladores
diferentes .................................................................................................................................. 15
Figura 9 - Curvas características insatisfatórias de associação em paralelo de ventiladores
diferentes .................................................................................................................................. 16
Figura 10 - Curvas características de associação em série de ventiladores idênticos .............. 17
Figura 11 - Curvas características satisfatórias de associação em série de ventiladores diferentes
.................................................................................................................................................. 17
Figura 12 - Curvas características insatisfatórias de associação em série de ventiladores
diferentes .................................................................................................................................. 18
Figura 13 - Vista frontal do rotor Propeller .............................................................................. 19
Figura 14 - Vista lateral do rotor Propeller............................................................................... 20
Figura 15 - Curvas características para o rotor Propeller ......................................................... 20
Figura 16 - Vista frontal do rotor tube axial ............................................................................. 21
Figura 17 - Vista lateral do rotor tube axial.............................................................................. 21
Figura 18 - Curvas características para o rotor tube axial ........................................................ 21
Figura 19 - Vista frontal do rotor Vane axial ........................................................................... 22
Figura 20 - Vista lateral do roto Vane axial ............................................................................. 22
Figura 21 - Curvas Características para o rotor Vane axial ...................................................... 22
Figura 22 - Vista lateral do rotor centrífugo de pás curvadas para frente ................................ 23
Figura 23 - Vista da carcaça do rotor centrífugo de pás curvadas para frente ......................... 23
Figura 24 - Curvas característica para o rotor centrífugo de pás curvadas para frente ............ 24
Figura 25 - Vista lateral do rotor centrífugo de pás radiais ..................................................... 24
Figura 26 - Vista lateral da carcaça do rotor centrífugo de pás radiais .................................... 25
Figura 27 - Curvas características do rotor centrífugo de pás radiais ...................................... 25
Figura 28 - Vista lateral do rotor centrífugo de pás voltadas para trás ..................................... 26
Figura 29 - Vista lateral da carcaça do rotor centrífugo de pás voltadas para trás ................... 26
Figura 30 - Curvas características do rotor centrífugo de pás voltadas para trás ..................... 26
Figura 31 - Túnel de vento de circuito fechado ........................................................................ 28
Figura 32 - Túnel de vento soprador de circuito aberto do tipo jato livre ................................ 29
Figura 33 - Definição do ângulo cônico do difusor .................................................................. 31
Figura 34 - Critério de funcionamento de um difusor angular ................................................. 32
Figura 35 - Seção transversal de um túnel de vento com bocal de contração .......................... 34
Figura 36 - Variação do perfil de contração por polinômios.................................................... 35
Figura 37 - Tipos de colmeia existentes ................................................................................... 36
Figura 38 - Tabela de coeficientes de perda ............................................................................. 37
Figura 39 - Tela de arame com células quadradas.................................................................... 39
Figura 40 – Ângulos de incidência e refração do escoamento em uma tela. ............................ 41
Figura 41 - Exemplo de túnel soprador com a seção de testes após a contração ..................... 42
Figura 42 - Simulacro de Testes ............................................................................................... 44
Figura 43 - Difusor Cônico ....................................................................................................... 45
Figura 44 - MatLab construção do código 1............................................................................. 48
Figura 45 - MatLab construção do código 2............................................................................. 48
viii
A: Área
v: velocidade
p (∞): Massa específica
𝑝0 pressão na linha de corrente livre
𝑝𝑠 pressão estática
Ma: número de Match
Vf: Velocidade do fluído
C: velocidade constante do Som
Re: Número de Reynolds
V: Velocidade do escoamento.
𝐿: Comprimento característico.
𝜇: Viscosidade cinemática.
𝜌: Massa específica do fluido
𝑘𝑙 :perda de carga local
𝑞𝑙 :pressão dinâmica local
∆𝑝𝑙 : perdas de carga
∆𝑝𝑡𝑜𝑡 : perda total do sistema
f: fator de atrito
L: comprimento característico do objeto analisado
𝐷ℎ :diâmetro hidráulico da seção transversal do mesmo
D: diâmetro do tubo
L: comprimento
∆𝑃𝑓 : perdas de pressão
V :velocidade do escoamento interno
𝛿: Espessura da camada limite em metros
𝑥: Comprimento característico da placa plana
𝑅𝑒𝑥 : Reynolds baseado no comprimento característico
𝑐𝑓 : coeficiente de atrito do escoamento
𝑃𝑇𝑉: Pressão total do ventilador
𝑃𝑇1 :pressão total na aspiração do ventilador
𝑃𝑇2 : pressão total na descarga do ventilador
𝑃𝑑𝑣 ∶Pressão dinâmica do ventilador
x
𝐿𝑛 : Comprimento do bocal
𝐷𝑏𝑐 : Diâmetro hidráulico do bocal
5
𝐷𝑡𝑠 : Diâmetro hidráulico do bocal na saída
𝐷𝑛5 : Diâmetro hidráulico do bocal no local escolhido
𝑥: Comprimento local escolhido
𝐾𝑐𝑜𝑙𝑚 : perdas em uma colmeia genérica
𝐿ℎ : Comprimento da célula
𝐷ℎ : Diâmetro hidráulico da célula
𝛽ℎ : Porosidade da colmeia
Δ: Rugosidade do material da colmeia
𝑅𝑒Δ : Reynolds baseado na rugosidade do material da colmeia
𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇 : porosidade de uma função do diâmetro do e da densidade de distribuição
𝑑𝑓 ∶ Diâmetro do fio da tela
𝜙𝑓 ∶ Comprimento da malha
𝐾𝑚𝑒𝑠ℎ𝑠𝑒𝑔 : Fator de malha da tela de segurança baseado na rugosidade do fio utilizado.
𝜎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑 : Solidez da tela de segurança.
𝐾𝑅𝑛 : Fator de perda baseado no Reynolds do diâmetro do fio da tela de segurança.
𝑅𝑒𝑑 : Reynolds baseado no diâmetro do fio da tela de segurança.
Θ: Ângulo de incidência do escoamento local em relação ao fio horizontal da tela
𝑉1 : Vetor de entrada da velocidade do escoamento local
𝑉2 : Vetor de saída da velocidade do escoamento local
𝜙𝑑𝑒𝑓 : Ângulo de deflexão total do escoamento após passar pela tela
𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 : 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎
𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 : 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
𝐷ℎ𝑖𝑑: 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 ℎ𝑖𝑑𝑟á𝑢𝑙𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜.
𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠𝑟𝑒𝑡 : 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠 𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑡𝑜 𝑎𝑜 𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜.
𝑘𝑟𝑒𝑡 : 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜 𝑠𝑖𝑚𝑢𝑙𝑎𝑐𝑟𝑜.
xii
LISTA DE ANEXOS
ANEXOS A - MOTOR TRIFÁSICO IR3 PREMIUM 4 POLOS WEG ........................... 66
ANEXOS B - INVERSOR DE FREQUÊNCIA CFW500D3 .............................................. 72
xiii
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA.................................................................................................................. i
AGRADECIMENTOS ......................................................................................................ii
EPÍGRAFE ........................................................................................................................iii
RESUMO ........................................................................................................................... iv
ABSTRACT ........................................................................................................................ v
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................vii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS ................................................. ix
LISTA DE ANEXOS .......................................................................................................xii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
7. RESULTADOS ................................................................................................................... 48
1. INTRODUÇÃO
Desde o surgimento da vida, nosso planeta sempre esteve envolto por uma camada
gasosa, a qual chamamos de atmosfera. Devido a uma diversidade de fenômenos físicos essa
atmosfera sofre perturbações corriqueiras, gerando assim brisas e correntes de ar. O mesmo
ocorre com os oceanos. O ser humano sempre se destacou na natureza por ser extremamente
inteligente e curioso, buscando uma explicação para tudo o que via principalmente quando se
indagava do porquê os pássaros podiam voar. Hoje mais de um século após o primeiro avião
ser criado e decolar com sucesso no show aéreo de paris, o icônico 14 Bis de Santos Dumont,
existe uma vasta gama de aeronaves com diferentes formatos, cada uma adaptada para uma
condição específica. Os automóveis também não ficaram para trás, evoluindo seus desenhos
para serem cada vez mais aerodinâmicos. Tudo isso evoluiu inicialmente devido a um
equipamento de experimentação chamado túnel de vento, e mais recentemente aliado as
simulações computacionais.
É muito comum que os projetos de extensão de engenharia como Fórmula SAE, e Aero
design necessitem de experimentações para validarem os cálculos teóricos. Porém algumas
universidades, não dispõem de tal aparato fazendo com que muitas equipes fiquem em relativa
desvantagem competitiva, além dos alunos serem privados das aulas práticas experimentais de
grande valor educacional.
Pensando nisso é proposto neste documento o projeto de um túnel de vento subsônico
soprador a ser instalado nas dependências do DCTEF na Universidade Federal de São João del
rei. Objetiva-se com isso preencher a lacuna de um experimento prático de aerodinâmica para
a graduação além de servir como área de estudo para os projetos de extensão. Além das
tradicionais exigências de projeto relacionadas à velocidade de operação e ao tamanho dos
modelos a serem ensaiados e ao custo, o dimensionamento levará em conta também o tamanho
do local da instalação.
2
2. REVISÃO DE LITERATURA
𝑉1 𝐴1 = 𝑉2 𝐴2 = 𝑄 (1)
(2)
2(𝑝0 − 𝑝𝑠 )
𝑉= √
𝜌(∞)
Onde
𝑉𝑓 (4)
𝑀𝑎 =
𝐶
𝜌𝑉𝐿 (5)
𝑅𝑒 =
𝜇
Para (Barlow 1999) tal número pode ser definido como uma das condições de similaridade
sendo representado como uma razão entre forças inerciais e viscosas.
∆𝑝𝑙 = 𝑘𝑙 𝑞𝑙 (6)
𝑛 (7)
∆𝑝𝑡𝑜𝑡 = ∑ 𝑘𝑖 𝑞𝑖
𝑖=1
𝐿 (8)
𝑘𝑖 = 𝑓 ( )
𝐷ℎ
𝐷 (9)
( 𝐿 ) ∆𝑃𝑓
𝑓 ≡
𝑉2
𝜌 2
1 −2 (10)
= [ 2 log10 (𝑅𝑒 √𝑓) − 0.8]
√𝑓
Por ser uma camada que varia a velocidade, formam um perfil de escoamento como
mostrado na Figura 1 acima. No entanto a camada não mantém constante durante toda a
geometria do sólido, podendo diminuir ou aumentar drasticamente ao ponto de haver
recirculação ou então descolamento total da camada o que gera vorticidade.
Onde:
𝛿 = Espessura da camada limite em metros
𝑥 = Comprimento característico da placa plana
𝑅𝑒𝑥 = Reynolds baseado no comprimento característico
Uma vez que conhecemos a solução para o perfil podemos também calcular o
coeficiente de atrito do escoamento, dado por:
0.664 (12)
𝑐𝑓 = 0.5
𝑅𝑒𝑥
Onde:
Uma vez conhecida a solução para o perfil podemos também calcular o coeficiente de
atrito do escoamento, dado por:
0.027 (14)
𝑐𝑓 = 1/7
𝑅𝑒𝑥
Com esses dados poderemos definir qual será o melhor local para instalação do corpo de
prova baseando na vazão máxima do túnel, garantindo que a amostra não esteja presente na
região de transição do escoamento e nem dentro da variação do perfil da camada limite na placa.
𝜌 𝑃𝑇0 ∗ (15)
𝑓𝑐 = =
𝜌0 𝑇𝑃0
(4) Pressão estática do ventilador (𝑃𝑒𝑣 ) : Não pode ser medida de forma direta, ou seja, é
definida como a diferença de pressões entre a descarga e sucção.
𝑄𝑃𝑇𝑉 (19)
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜 =
𝜂𝑣𝑡
Trifásico:
Monofásico:
𝑁𝑒 = 𝐼𝐸 cos 𝜑 𝜂𝑚 (21)
𝑊𝑠 (22)
𝑁𝑤𝑠 = 10 log ( −12 )
10
Onde 10−12 é a potência de referência que gera uma pressão sonora de 20 𝜇𝑃𝑎 , numa esfera de
1 m².
10
(8) Ruído
O ruído é gerado pela turbulência do escoamento entre a rotação das pás e o
enclausuramento. O nível do ruído costuma variar de acordo com a pressão, vazão, e eficiência
do dispositivo. Porém de forma geral, todos os ventiladores produzem um ruído “claro” comum
que é igual a frequência de passagem das pás.
Onde
No entanto vale ressaltar que há uma diferença crucial entre o ruído criado pela rotação
do ventilador e a potência sonora. A potência é única e exclusiva de cada ventilador e não é
somada com a presença de demais ventiladores na mesma seção.
Já o ruído, apesar de também ser único de cada dispositivo irá influenciar na medida de
pressão sonora adquirida por um detector de som (medido em dBA). Apesar de a pressão e a
potência sonora possuírem o mesmo tipo de unidade quando medidas por um sensor externo, o
ruído é influenciado totalmente pelo ambiente ao redor e é cumulativo com outros dispositivos.
(9) Curvas características do ventilador
Demonstram o desempenho do dispositivo para uma dada massa específica de um dado
fluido em questão. Comumente tais curvas são determinadas em laboratórios e seguem normas
regulamentadoras. A imagem abaixo ilustra o arranjo típico para a aquisição destas curvas.
11
Os dados aquisitados deste arranjo são apresentados em gráficos, onde são plotados os
valores de 𝑃𝑇𝑉 ou 𝑃𝑒𝑣 , 𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜 e 𝜂𝑣𝑡 / 𝜂𝑒𝑣 em função da vazão Q como pode ser visto logo abaixo.
Onde 𝑃𝑇𝑉 é a carga total (pressão total do ventilador), 𝐾𝑠𝑖𝑠𝑡 é o coeficiente de perda do
sistema de ventilação, 𝑄 𝑚 é a vazão e m é o expoente que representa o tipo de regime sendo:
m = 1 laminar, m = 2 turbulento.
𝑄1 𝑛1 (25)
=
𝑄2 𝑛2
𝑃𝑇𝑉1 𝑛1 2 (26)
= ( )
𝑃𝑇𝑉2 𝑛2
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜1 𝑛1 3 (27)
= ( )
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜2 𝑛2
𝑛2 (28)
𝑁𝑊𝑠2 = 𝑁𝑊𝑠1 + 50 log ( )
𝑛1
𝑃𝑇𝑉1 𝜌1 (30)
=
𝑃𝑇𝑉2 𝜌2
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜1 𝜌1 (31)
=
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜2 𝜌2
𝜌2 (32)
𝑁𝑊𝑠2 = 𝑁𝑊𝑠1 + 10 log ( )
𝜌1
14
𝑄1 𝐷1 3 (33)
= ( )
𝑄2 𝐷2
𝑃𝑇𝑉1 𝐷1 2 (34)
= ( )
𝑃𝑇𝑉2 𝐷2
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜1 𝐷1 5 (35)
= ( )
𝑃𝑒𝑖𝑥𝑜2 𝐷2
𝐷2 (36)
𝑁𝑊𝑠2 = 𝑁𝑊𝑠1 + 70 log ( )
𝐷1
Tais leis devem ser aplicadas com cuidado, uma vez que para grandes variações de
vazão e de tamanho de rotor as semelhanças deixam de existir.
(12) Associação de ventiladores
Em algumas situações somente um ventilador poderá não atender a aplicação no qual está
sendo empregado, sendo necessário adicionar outro dispositivo. Ao fazer isso pode-se ter
ganhos tanto em vazão Q quanto em carga PTV
i. Associação em paralelo
Tal disposição tem por objetivo combinar dois dispositivos ou mais com a intenção de se
aumentar a vazão resultante mantendo-se a carga gerada constante. As imagens abaixo
demonstram de forma geral como tais associações devem ou não ser feitas baseadas nas curvas
resultantes.
15
• Ventiladores Propeller
Contêm pás Propeller mais curtas e normalmente ficam enclausuradas em cilindros sem
nenhum tipo de aleta de correção de escoamento. Suportam pressões estáticas maiores que o
anterior.
21
Possuem pás com perfil aerodinâmico. Tais pás são montadas dentro de um cilindro
fechado no qual comumente contém aletas de correção de escoamento. Dentre os axiais são os
ventiladores mais eficientes e que suportam maiores pressões estáticas.
22
Possuem as cristas de suas pás seguindo a direção de rotação. Tais dispositivos requerem
pouco espaço de instalação e são silenciosos.
Empregados normalmente em pressões estáticas baixas a moderadas como em sistemas
de ar-condicionado e aquecimento. Não são recomendadas para sistemas de exaustão de
particulado, dado que as tais partículas podem aderir as pás e causar desbalanceamento rotativo.
Figura 24 - Curvas característica para o rotor centrífugo de pás curvadas para frente
Figura 29 - Vista lateral da carcaça do rotor centrífugo de pás voltadas para trás
4. Ponto de Projeto
O ponto de projeto é definido como local ideal de vazão e pressão, onde ocorrerá a
experimentação do túnel. Neste projeto definimos como ponto ideal os valores de P(mmca) x
Q (m³/h): P(88.358) x Q(34560) advindos a partir da velocidade de escoamento pré-definida de
15 m/s.
Túneis de Vento
Túneis comumente são definidos como locais de experimentação ou então pesquisa. De
acordo com Barlow Et al desde os primórdios, os humanos estiveram interessados em entender
como as aves podiam voar e principalmente em como representar isso de uma maneira
quantitativa. Mesmo após todo avanço teórico e principalmente computacional, túneis
continuam em construção e desenvolvimento pois são ou uma alternativa mais viável a
representação de um modelo teórico ou então servem de validação para uma simulação
computacional.
A finalidade deste instrumento é estudar o comportamento o ar envolto ao objeto a ser
ensaiado, podendo assim fornecer dados cruciais sobre como aquela geometria se comporta em
um estado determinado. Vários segmentos da indústria buscam túneis para realizar ensaios,
existem estudos nas áreas de arquitetura, acústica, construção civil, dentre outros.
A. Classificação
Para Barlow (1999) há basicamente dois tipos de túneis, dois tipos de configuração da
seção de teste e dois tipos de fluxo de ar. Os dois tipos básicos de túneis são conhecidos como
circuito aberto e circuito fechado, já as configurações da seção de teste podem ser fechadas ou
abertas. No caso do fluxo de ar, tal classificação é estendida somente aos de circuito aberto uma
vez que a recirculação em túneis fechados satisfaz os dois tipos.
Tal instrumento tem por objetivo recircular o ar continuamente com pouca ou nenhuma
troca com o exterior. Para Barlow, a grande maioria dos túneis de circuito fechado possuem
apenas um retorno de fluxo, no entanto túneis com dois ou retornos anulares vem sendo
construídos como mostrado na figura 31 logo abaixo.
28
Para este tipo de construção a posição do ventilador em relação a seção de testes não é
relevante, uma vez que as aletas instaladas nas curvas do túnel regulam o comportamento do
fluido em questão.
Ressalta-se que a posição do sistema de ventilação interfere do modo como o túnel pode
operar, sendo ele classificado como soprador (ventilador instalado em série ao difusor grande
angular), ou aspirador (ventilador instalado em série no final do difusor comum).
De acordo com Barlow Et al uma seção de testes aberta conjunta com um túnel de
circuito aberto requer um encapsulamento ao redor da seção de testes para evitar a recirculação
a partir da seção de testes.
Já para túneis de circuito fechado e seção aberta, é possível formar uma camada sólida
de fluxo desde a condição da seção ser protegida do vento. No entanto tal método construtivo
apresentou sérios problemas de flutuação no escoamento, que levava a alterações posteriores
no instrumento.
É esperado ao túnel ser utilizado e comportar o modelo em tamanho real, porém isso
torna inviável quando a experimentação envolve veículos, aeronaves dentre outros
equipamentos grandes. Para cada tipo de implementação o tamanho da seção poderá mudar
radicalmente, como será mostrado logo adiante na definição dos componentes.
31
O tipo de túnel provado mais vantajoso é o de circuito aberto com fluxo de ar soprador,
dado que sua construção será extremamente mais simples. O ventilador aplicado será o
centrífugo Limit-Load, um modelo a atender uma grande demanda de carga e vazão e possuir
uma enorme variedade disponível para seleção.
5. COMPONENTES DO PROJETO
Nesta seção serão mostrados todos os componentes do túnel de vento e as suas devidas
aplicações.
Mehta e Bradshaw (1979) definem tal componente como sendo o primeiro a ser
posicionado após o ventilador soprador, ficando comumente entre o anterior e o bocal de
contração e/ou a câmara de estabilização. A área transversal de tal aparato aumenta rapidamente
em relação ao seu comprimento, fazendo com que a separação da camada limite seja evitada.
Onde
(𝐷ℎ𝑖𝑑𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙𝑖𝑛 2 ) = Diâmetro hidráulico da seção de entrada do bocal
(𝐷ℎ𝑖𝑑𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜𝑢𝑡 2 ) = Diâmetro hidráulico da seção de saída do ventilador
𝐴𝑅 − 1 (38)
𝐾𝑎𝑛𝑔𝑑𝑖𝑓𝑓 =
1.14
A imagem abaixo mostra os critérios para o projeto do componente. Uma vez que o
número de telas a serem colocadas é 2 podemos ver o qual razão de aspecto selecionar e o valor
do ângulo de conicidade.
Fonte:Metha (1979).
O comprimento total do difusor pode ser definido indiretamente após conhecimento dos
demais parâmetros anteriores, sendo sua equação:
Onde
𝐿𝑚𝑒𝑠ℎ𝑊𝑖𝑟𝑒 = Comprimento de malha da tela de fios BMG 20X30 (0.00099 m)
O coeficiente de perdas totais desta seção é deduzido a partir de uma seção quadrada de
comprimento 𝐿𝑐𝑎𝑚𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 e altura 𝐿𝑏𝑜𝑐𝑎𝑙𝑖𝑛 . Assim podemos calcular o diâmetro hidráulico
resultante 𝐷ℎ𝑐𝑎𝑚𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 , o fator de atrito na seção 𝐹𝑎𝑡𝑐𝑎𝑚𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 , o Reynolds 𝑅𝑐𝑎𝑚𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 e pôr fim
a perda localizada 𝐾𝑐𝑎𝑚𝑒𝑠𝑡𝑎𝑏 .
menor, o que possibilita o emprego das colmeias e telas de estabilização sem grandes perdas de
pressão.
O principal parâmetro de projeto de um bocal é o coeficiente C que representa a razão
de contração da seção de entrada para a seção de saída. De acordo com Mehta e Bradshaw,
valores de C entre 6 - 9 são os mais comuns podendo ser menores ou maiores dependendo da
ocasião.
Onde:
𝐻𝑖 = Altura de entrada
𝐻𝑒 = Altura de saída
𝑋 ′ = Razão de comprimento
O melhor resultado obtido pela equação de quinto grau caracterizando tal seção
transversal como a já conhecida boca de sino (Bell Mouth). Essa seção evita de forma ótima a
separação da camada limite, resultando em valores mínimos de Reynolds e não uniformidade
do escoamento.
𝐿𝑛 1 𝐷𝑡𝑠
5
𝑥 (42)
𝐾𝑏𝑐 = 𝑓𝑏𝑐 ∫ 5 𝑑( )
𝐷𝑏𝑐 0 𝐷𝑛 𝐿𝑛
Onde:
36
𝐿𝑛 (43)
𝐾𝑏𝑐 = 0.32 𝑓𝑏𝑐
𝐷𝑏𝑐
Para (Barlow 1999) uma colmeia é um dispositivo guia que garante o paralelismo de
cada filamento de ar que passar por ele. O nome de colmeia é devido à similaridade estrutural
do dispositivo com os favos encontrados nas colmeias de abelhas. A geometria externa de cada
um varia com o tipo de seção que será empregada, já a interna (células) é mais comumente
utilizada quadrado, circular, triangular e hexagonal.
razões mais típicas estão entre 6 e 8 e a porosidade em torno de 0.8 (80%). Tais dispositivos
não passam de meros corretores da direção do escoamento, não sendo tão efetivos para reduzir
37
Felizmente alguns dados sobre perdas para colmeias foram conseguidos empiricamente
por (Scheiman, Brooks, Loehrke, Nagib e Roberts 1979). Para as com geometrias mostradas na
𝐿
figura 35, razão 𝐷ℎ = 6 e porosidade de 80% encontrou-se os valores na figura 37 abaixo.
ℎ
Entende que a geometria hexagonal das células apresenta menor coeficiente de perda
dentre os demais. No entanto (Mort 1979) desenvolveu a seguinte expressão para perdas em
uma colmeia genérica.
𝐿ℎ 1 2 1 2 (44)
𝐾𝑐𝑜𝑙𝑚 = 𝜆𝑐𝑜𝑙𝑚 ( + 3) ( ) + ( − 1)
𝐷ℎ 𝛽ℎ 𝛽ℎ
Onde:
𝐿ℎ : Comprimento da célula
𝐷ℎ : Diâmetro hidráulico da célula
𝛽ℎ : Porosidade da colmeia
Δ 0.4 (45)
0.375 ( ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑅𝑒Δ ≤ 275
𝐷ℎ
𝜆𝑐𝑜𝑙𝑚 =
Δ 0.4
0.214 ( ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑅𝑒Δ > 275
{ 𝐷ℎ
38
Onde:
Δ: Rugosidade do material da colmeia
𝑅𝑒Δ : Reynolds baseado na rugosidade do material da colmeia
Para Mehta e Bradshaw é recomendado que cada colmeia possua 150 células por
diâmetro ou aproximadamente 25,000 células totais.
Existem dois tipos de telas a serem utilizadas no túnel, são as de controle de turbulência
e as de segurança operacional. Tais dispositivos são necessários pois acarretam pouca perda de
pressão e auxiliam na forma em que o escoamento é direcionado ao campo de testes, protegem
a amostra sendo ensaiada além de evitar que possíveis destroços sejam ejetados do túnel via
difusor.
Tal aparato costuma ser escolhida unicamente com o intuito de proteger a seção de testes
e os ventiladores de serem atingidos por objetos em suspensão no escoamento. De acordo com
(Barlow 1999) qualquer tela possui apenas três parâmetros de construção: 𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇 : porosidade
similar a colmeia, 𝑅𝑒𝑓𝑑 : número de reynolds baseado no diâmetro do fio e por último o fator
de malha 𝐾𝑚𝑒𝑠ℎ que diferencia uma tela áspera de uma lisa (rugosidade do fio).
39
𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇 = (1 − 𝑑𝑓 𝜙𝑓 )
2 (46)
Onde:
𝑑𝑓 ∶ Diâmetro do fio da tela
𝜙𝑓 ∶ Comprimento da malha
Valores aplicáveis de porosidade para telas estão em torno de 0.5 – 0.8. Os coeficientes
de perda por fator de malha 𝐾𝑚𝑒𝑠ℎ𝑠𝑒𝑔 , são dados adquiridos por (Khanzhonkov 1944) e
aplicados por (Idel’Chick 1944), dos quais o valor que se enquadra melhor a este projeto devido
ao número de Reynolds é de 1.3.
A equação para o coeficiente de perda local pode ser definida como:
𝜎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑 2 (48)
𝐾𝑡𝑒𝑙𝑠𝑒𝑔 = 𝐾𝑚𝑒𝑠ℎ𝑠𝑒𝑔 𝐾𝑅𝑛 𝜎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑 + ( 2)
𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇
40
Onde:
𝐾𝑚𝑒𝑠ℎ𝑠𝑒𝑔 : Fator de malha da tela de segurança baseado na rugosidade do fio utilizado.
𝜎𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑 : Solidez da tela de segurança.
𝐾𝑅𝑛 : Fator de perda baseado no Reynolds do diâmetro do fio da tela de segurança.
𝑅𝑒𝑑 : Reynolds baseado no diâmetro do fio da tela de segurança.
Eckert (1979) propôs empiricamente que:
𝑅𝑒𝑑 −4 (49)
𝐾𝑅𝑛 = {0.785 (241 + 1.0) + 1.01 para 0 ≤ 𝑅𝑒𝑑 < 400
1.01 para 𝑅𝑒𝑑 ≥ 400
Uma velocidade padrão de referência no túnel não pode ser conseguida somente com
emprego da colmeia, sendo necessário utilizar telas. Para (Barlow 1999) a resistência de um fio
da tela é aproximadamente igual ao quadrado da velocidade, em outras palavras, se comporta
como um cilindro isolado. Por consequência a resistência do escoamento que manifesta de
forma local, irá variar inversamente em relação ao módulo da velocidade.
Se vier um escoamento muito disperso e com grandes variações de velocidades no perfil
(em relação à média 𝑈𝑚𝑒𝑑 ) terão no seu comportamento atenuado e redirecionado ao passar
pelos dispositivos, como mostra a imagem logo abaixo.
41
Onde:
Θ: Ângulo de incidência do escoamento local em relação ao fio horizontal da tela
𝑉1 : Vetor de entrada da velocidade do escoamento local
𝑉2 : Vetor de saída da velocidade do escoamento local
𝜙𝑑𝑒𝑓 : Ângulo de deflexão total do escoamento após passar pela tela
𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇 (50)
𝐾𝑐𝑜𝑙𝑙𝑎𝑟 = 0.9 (1 − 2) 𝑝𝑎𝑟𝑎 Θ ≡ 0
𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇
𝐾𝑡𝑢𝑟𝑏 =
𝑚 = 1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇 = 0.6
𝐾𝜃 = 𝐾𝑐𝑜𝑙𝑙𝑎𝑟 cos𝑚 𝜃 𝑜𝑛𝑑𝑒 {
{ 𝑚 = 1.4 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝛽𝑝𝑜𝑟𝑜𝑠𝑇 = 0.3
1 𝜃 𝐷 (52)
𝛼𝜃 = 𝜃 tan−1 {tan 𝜃 − 2 sec 2 𝜃 [𝐶 − ] (𝐸 + 𝐹𝜃)}
√(1+𝐾𝜃 )
Barlow (1999) recomenda a cada tela, seja ela de segurança ou controle, fique espaçada
de 30 vezes o tamanho do comprimento de malha ou 500 vezes o diâmetro do arame. (Mehta
1999), ainda adiciona pelo menos 0.2 vezes o diâmetro hidráulico da câmara de testes de
espaçamento das telas e colmeias em relação ao final da contração do bocal, tal distância
permite que o escoamento fique estável.
6. Seção de testes
Como o próprio nome diz, é a região onde os testes ocorrem. Nela os objetos são
posicionados e toda instrumentação necessária é empregada. As paredes de tal região deve ser
pouco rugosas e de preferência transparentes para auxiliar no manejo do objeto e na
visualização do experimento.
Grande parte dos túneis possuem iluminação na região em questão a fim de possibilitar
clareza na observação do teste e boas fotos. Neste projeto iremos empregar fitas Led branca,
pois consomem pouca energia, são de fácil instalação, boa iluminação e baratas.
Apesar de não ser um nome muito utilizado atualmente, (Wieghardt 1955) define a câmara
de contenção como uma pequena região da seção de testes reservada para a implementação de
telas de segurança no início do difusor de saída a fim de se evitar a ejeção de qualquer
componente que venha da região de testes.
6.3 Simulacro de testes
Como a seção de testes será ocupada por algum objeto a ser testado, isso gerará um aumento
de pressão total a ser fornecida pelo ventilador uma vez que qualquer corpo dentro do túnel,
estará sob influência do escoamento e por consequência gerará perdas. A fim de selecionarmos
corretamente o ventilador e evitar possíveis problemas com excesso de carga vinda do sistema,
modelaremos um caso crítico para representar um corpo de teste.
44
A figura 42 acima, representa o corpo de teste genérico de aço para representar o excesso
de carga durante o uso do ventilador. Escolhemos tal tipo de seção, pois um corpo rombudo
com cantos vivos e com grande área transversal representa o pior cenário possível de teste, uma
vez que o túnel é para aplicação automotiva e aeronáutica.
(𝜌𝑉𝐷ℎ𝑖𝑑) (56)
𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠𝑟𝑒𝑡 =
𝜇
1 −2 (57)
= [ 2 ∗ log10 (𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠𝑟𝑒𝑡 √𝑓) − 0.8]
√𝑓
𝐿 (58)
𝑘𝑟𝑒𝑡 = 𝑓 ( 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 )
𝐷ℎ𝑖𝑑
45
Onde:
Fonte: ?
Neste dispositivo as perdas ocorrerão por atrito nas superfícies e pela expansão da seção
como mostrado na equação 59.
A mecânica de fluidos em difusores costuma ser complexa pois depende em como o
perfil de velocidade do fluxo varia ao caminhar pela seção. No entanto, Barlow (1999) sugere
que devemos considerar o coeficiente de perdas por atrito e a densidade são constantes ao longo
do dispositivo de forma unidirecional o que nos leva em uma relação entre 𝐾𝑑𝑖𝑓𝑓 , 𝜃𝑑𝑖𝑓𝑓 e 𝐴𝑅 .
1 𝑓 (59)
𝐾𝑓 = (1 − 2 ) 8 sin 𝜃
𝐴𝑅 𝑑𝑖𝑓𝑓
Já a perda por expansão se mostra ainda mais complexa e somente fora obtida por
correlação experimental. A equação é dependente do ângulo de expansão 𝜃𝑑𝑖𝑓𝑓 , a razão de
aspecto 𝐴𝑅 e do fator 𝐾𝑒𝑥𝑝 o qual traduz o comportamento da variação de forma da seção.
A determinação de 𝐾exp (𝜃) foi totalmente experimental e realizada por (Eckert 1979) para
seções transversais circulares e quadradas. As equações 60 e 61 logo abaixo devem ser
utilizadas para estimar o coeficiente de perda local a partir do tipo de difusor utilizado. O risco
de separação é dependente do ângulo do cone e razão de área. Uma camada limite espessa na
entrada do difusor irá aumentar o risco de separação.
𝐾exp_square(𝜃) = (61)
0.09623 − 0.004152𝜃 𝑝𝑎𝑟𝑎 0 < 𝜃 < 1.5"
0.1222 − 0.04590𝜃 + 0.02203𝜃 2 + 0.003269𝜃 3 −
{
0.0006145𝜃 4 − 0.00002800𝜃 5 + 0.00002337𝜃 6 𝑝𝑎𝑟𝑎 1.5 ≤ 0 ≤ 5
−0.01322 + 0.05866𝜃 𝑝𝑎𝑟𝑎 5 < 𝜃
Como o difusor utilizado possui seção quadrada, utilizaremos a equação 61. Sendo assim a
expressão do coeficiente de expansão total e do coeficiente de perdas total são definidos como:
47
𝐴𝑅 − 1 2 (62)
𝐾exp (𝜃) = 𝐾exp_square(𝜃) ( )
𝐴𝑅
(63)
𝐾𝑑𝑖𝑓𝑓 = 𝐾𝑓 + 𝐾exp (𝜃)
(64)
(√𝐴𝑅 − 1)
𝐿𝑑𝑖𝑓𝑓 = 𝑅ℎ𝑖𝑑
tan(𝜃𝑑𝑖𝑓𝑓 )
48
7. RESULTADOS
7.1 Cálculos
Após toda definição das equações e da revisão bibliográfica, podemos iniciar os cálculos. Neste
trabalho utilizamos o software MatLab R2020b para a construção do código que irá definir
todos os parâmetros do túnel. Para plotagem de alguns gráficos e construção das tabelas
utilizou-se o Microsoft Excel.
Dados aerodinâmicos
49
Como previsto, a maior perda de carga ocorre justamente no difusor grande angular
devido ao grande aumento da seção transversal, o que confere uma grande perda acumulada
devido a expansão do escoamento.
Podemos notar que a transição ocorre ao redor de Reynolds = 800.000 mostrado pela
linha traçada a qual se mantém idêntica ao comportamento laminar anterior a fronteira de
transição, e logo após se iguala ao comportamento turbulento. Nota-se que há um crescimento
significativo na espessura devido a mudança de regime, saltando de 2 cm para 8 cm.
Na velocidade de projeto temos que o Reynolds na seção de teste é igual a 783210. Por
este valor estar demasiadamente próximo a zona de transição o ideal é que qualquer objeto a
ser posto na experimentação, fique a mais de 10 cm de distância das paredes internas do túnel,
evitando assim entrar em contato com a camada limite turbulenta que surja.
Utilizando o software OTAM da Soler e Palau foi possível selecionar o ventilador corretamente
para a aplicação deste trabalho. A tabela abaixo apresenta os valores de input utilizados para a
seleção, valores esses gerados a partir do código escrito baseados na localização de onde o túnel
será empregado.
51
Dados Iniciais
Já para a parte de motores a seleção é feita de modo prévio pelo software, sendo necessário
somente apertar o botão de seleção.
Uma vez acionado o botão, o software procura dentro da sua database todos os ventiladores
filtrados que atendem à demanda de projeto, criando assim uma lista para que o usuário escolha
aquele que mais o atende.
53
Para garantir que o ponto de projeto seja atendido a curva característica do sistema fora
plotada e posteriormente cruzada com a do ventilador, nos mostrando que o ponto de
intersecção é minimamente próximo ao ponto de projeto definido.
54
60.00
160.00
Rendimento %
140.00 50.00
120.00
40.00
100.00 88.70 mmca x 34300 m³/h
80.00 30.00
60.00 20.00
40.00
10.00
20.00
0.00 0.00
4.07E+04
3.19E+03
4.57E+03
6.65E+03
9.28E+03
1.23E+04
1.50E+04
1.87E+04
2.24E+04
2.49E+04
2.87E+04
3.15E+04
3.42E+04
3.63E+04
3.85E+04
4.30E+04
4.52E+04
4.70E+04
4.88E+04
5.17E+04
5.33E+04
5.53E+04
5.71E+04
Vazão m³/h
Dados de projeto
Dados do cruzamento
Comparativo
Vazão -1% -
Pressão 0.3% -
Rendimento 4% -
Correção por
Atributos Dados iniciais Unidades
semelhança
Rotação 1055 1065 Rpm
Potência 16.96 17.47 Cv
Velocidade de descarga 14.85 15 m/s
A escolha do motor foi feita com base nos valores de potência da curva corrigida, porém
não há disponível no mercado um motor elétrico com 17.47 Cv. Sendo assim, no site da WEG
foi escolhido um motor compatível a este, sendo o motor de 20 Cv trifásico IR3 4 polos
mostrado no anexo A.
8. DESENHO TÉCNICO
Com os dados gerados do código juntamente da seleção do ventilador e motor pode
iniciar a construção do desenho 3D e 2D do túnel de vento. O software utilizado foi o Dassault
SolidWorks 2020 e o intuito deste desenho é de servir como uma guia na hora da construção do
dispositivo.
Por fim o último componente do sistema, o difusor de saída. Na figura 61 acima vemos
que o seu comprimento é muito maior e sua razão de aspecto menor quando comparado ao
grande angular.
63
9. ORÇAMENTO
Como todo projeto de engenharia, é necessário ter um valor estimulado a ser empregado
na construção do sistema. Neste trabalho não considerou os valores com a mão de obra, as
mudanças na infraestrutura do local e da estrutura que irá comportar o túnel.
Também careceu o valor de alguns componentes devido à dificuldade do fornecedor em
passar valores “crus” sem conhecer totalmente a fundo o projeto e provavelmente inserir um
adicional de consultoria. Por fim, a tabela 5 logo abaixo resume todo o orçamento com os links
disponíveis ao lado.
64
Área
Comprimento Largura Espessura Material /
componentes total Preço Link
(mm) (mm) (mm) Especificação
(m²)
Tela de R$
turbulência 0.64 800.00 800 - Aço 600.00 LINK
Compensado R$
Molduras - telas 0.074 800.00 800 30 Madeira/Moldura 293.50 LINK
Tela de R$
segurança 0.64 800.00 800 - Aço 600.00 LINK
Difusor grande R$
angular 6.993 1128.65 - 3 Balsa Aeronáutica 3,748.25 LINK
Bocal de R$
contração 7.635 823.83 - 3 Balsa Aeronáutica 4,092.36 LINK
R$
Honeycombie 4.209 2269.80 30 3 Alumínio - LINK
Simulacro de R$
testes 0.08 400.00 200 200 Aço - LINK
Tampa seção de R$
testes 2.275 3500.00 650 3 Acrílico 1,000.00 LINK
R$
Seção de testes 7.965 3770.00 800 3 Balsa Aeronáutica 4,269.24 LINK
R$
Difusor de saída 11.33 2305.00 - 3 Balsa Aeronáutica 6,072.88 LINK
Moldura Compensado R$
honeycombie 0.0703 2419.8 75 30 Madeira/Moldura 293.50 LINK
R$
Ventilador - - - - RLS 900 CLASSE II 9000,00 LINK
WEG 20CV IR3 R$
Motor - - - - PREMIUM 12,186.00 LINK
Inversor de R$
frequência - - - - CFW500 8,200.00 LINK
R$
Valor total 50,355.73 -
Fonte: Construção do autor de dados gerados pelo código
Apesar do valor total aparentar estar alto, destaca que nem todos os componentes
tiveram o seu orçamento definido e juntamente a isto tem o fato que as projeções econômicas
do nosso país indicam um possível aumento nos preços de forma geral.
65
10 - CONCLUSÕES
Neste documento consta os principais requisitos para a realização de um projeto de túnel
de vento subsônico do tipo soprador de circuito aberto. A escolha deste modelo realizou - se
necessária devido à sua menor complexidade de construção e de projeto comparado as outras
opções, além de poder empregar ventiladores centrífugos os quais estão disponíveis para
diversos valores de carga e vazão.
Os materiais empregados no projeto têm por função reduzir o peso total do componente
e o seu preço final. Os valores aerodinâmicos e geométricos foram calculados a partir do código
escrito em Matlab a partir das restrições iniciais do projeto de possuir uma seção de testes de
800 x 800 mm e uma velocidade de escoamento na seção de 15 m/s. Tal código está disponível
para futuras edições.
Com tais valores foi possível encontrar a curva característica do sistema, a vazão
necessária e a carga total acumulada. Assim pôde-se selecionar o ventilador, o motor e o
inversor de frequência necessários para a aplicação.
O orçamento final não considerou os preços de mão de obra, mudanças na infraestrutura
em que abrigará o componente e a estrutura metálica que comportará o túnel. O intuito deste
trabalho é que o produto saia apenas da concepção teórica e torne no futuro um componente de
utilização diária por professores e alunos da universidade.
66
ANEXOS
ANEXOS A - MOTOR TRIFÁSICO IR3 PREMIUM 4 POLOS WEG
67
68
69
70
71
72
REFERÊNCIAS
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