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Ponto Vi - Do Negócio Jurídico
Ponto Vi - Do Negócio Jurídico
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DIVISÃO DE ENSINO SUPERIOR
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL
PROFESSOR: CEL COSTA
6º MÓDULO – DO NEGÓCIO JURÍDICO
1. TEORIAS E CONCEITOS:
Para Silvio Venosa: “São todos os acontecimentos que, de forma direta ou indireta,
ocasionam efeito jurídico.” (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. Responsabilidade civil. 5.
ed. São Paulo: 2005. v. IV.)
Para Pontes de Miranda o Mundo Jurídico: “Nada mais é o mundo onde ocorrem os
fatos jurídicos.” (PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. 4.
ed. São Paulo: RT, 1974. t. II)
4. PRESSUPOSTOS BÁSICOS:
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EXISTÊNCIA – VALIDADE – EFICÁCIA
O ATO JURÍDICO PODE EXISTIR, MAS NÃO SER VÁLIDO – EX: O REALIZADO POR MENOR
SEM SER ASSISTIDO OU REPRESENTADO - CAMPO DA VALIDADE;
O ATO JURÍDICO EXISTE É NORMA, MAS NÃO É EFICAZ – EX: LEI DA MULTA DO USO DE
MÁSCARA – CAMPO DA EFICÁCIA.
5.1 PRINCÍPIO DO ATUAL CÓDIGO CIVIL QUANTO A VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO: (Art.
2.035):
A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor
deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus
efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se
houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem
pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da
propriedade e dos contratos. (acrescento aqui a boa-fé)
Ex: multa onerosa:
Contrato celebrado à luz CC/1916; até 2003, previa uma multa excessiva em caso de
inadimplemento, se o contrato perdura até hoje, será a aplicado o art. 406 e 413 do atual
Código Civil de 2002:
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa
estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que
estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Quando analisamos os termos abaixo de forma isolada, percebemos que são apenas
substantivos sem adjetivos jurídicos, portanto, sem valor como negócio jurídico, é o que
chamamos de elementos naturais do negócio jurídico, são eles:
I - Parte; (Agente)
II - Vontade;
III - Objeto;
IV - Forma.
I - Agente capaz;
II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - Forma prescrita ou não defesa em lei.
Como Leciona Maria Helena Diniz “são aqueles em que as partes podem adicionar em
seus negócios para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais”.
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I - Condição (evento futuro e incerto).
II - Termo (evento futuro e certo).
III - Encargo ou Modo (ônus introduzido em ato de liberalidade).
IV - Regras relativas ao inadimplemento do negócio jurídico (resolução).
Analisemos os elementos a partir dos essenciais, tendo em vista que a partir deles que
há a existência de um negócio jurídico.
Para ser agente capaz é necessário possuir a capacidade absoluta nos termos do art.
1º do CC/2002, tendo e vista que o negócio jurídico realizado pelo agente incapaz
absolutamente, em regra é nulo, salvo se representado. Quando o agente for pessoa jurídica,
esta deve sempre ser representada. Apenas a título de conhecimento, segue abaixo os
representantes de algumas pessoas jurídicas:
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Objeto do negócio jurídico tem que ser lícito, ou seja, de acordo ou nos limites
impostos pela lei, não sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à sua
função social ou econômica de um instituto.
Ex.: Não é admissível que se estabeleça relações contratuais onde o negócio jurídico
ou objeto seja o plantio de drogas, exploração de menores, etc.
O objeto jurídico além de requerer agente capaz, objeto possível e lícito, deve
também ser DETERMINADO seu objeto, ou seja, específico, ou DETERMINÁVEL, aquele que se
pode identificar, por exemplo: Uma arma de fogo possui um numero próprio e único, não
havendo outro, para cada arma um registro, assim esse objeto é determinado. Mas, caso
objeto não seja determinado, mas ao menos determinável, este fato não torna o negócio
jurídico inválido. Por exemplo: Quando adquire-se uma arma de fogo por uma empresa
devidamente legalizada a venda, não se sabe ainda os números da armas que serão objeto do
negócio, no entanto, é possível determinar que tais armas, com as características especificas
pertencerão a um lote X, assim sendo, embora não seja possível determinar quais as armas
de per si, sabe-se a quem elas serão entregues portanto o objeto é determinável.
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vez paralisada a greve, sendo o veículo fabricado o negócio fica mantido. No entanto, não fica
afastada a responsabilidade por danos morais ou materiais da concessionária, conforme o
caso, por exemplo: Digamos que, o veículo seria para transporte e carga, como o comprador
não pode fazer os transportes contratados, devido a greve, teve assim ele prejuízo nos lucros
da empresa, fato que justifica o ingresso de uma ação visando rever estes lucros cessantes e
as questões morais decorrente de seu descumprimento do contrato com seu cliente.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
Os elementos acidentais do negócio jurídico, conforme leciona Maria Helena Diniz são
aqueles: “que as partes podem adicionar em seus negócios para modificar uma ou algumas
de suas consequências naturais”.
Os elementos acidentais do negócio jurídico não estão no plano da sua existência ou
validade, mas no PLANO DE SUA EFICÁCIA, sendo a sua presença até dispensável. Entretanto,
em alguns casos, que serão estudados, sua presença pode gerar a nulidade do negócio,
situando-se no plano da validade.
São elementos acidentais do negócio jurídico a CONDIÇÃO, o TERMO e o ENCARGO ou
MODO, tratados nominal e especificamente entre os arts. 121 a 137 do CC
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Encargo ou Modo (ônus introduzido em ato de liberalidade).
Condição pode ser conceituada como sendo: “Uma modalidade voluntária dos atos
jurídicos que lhes subordina o começo ou o fim dos respectivos efeitos à ocorrência ou não de
um evento futuro e INCERTO”. Ressalta-se que na hipótese em que o efeito do negócio estiver
subordinado a evento futuro e certo, o elemento será o termo e não a condição.
O elemento CONDIÇÃO se classifica quanto a LICITUDE, a POSSIBILIDADE, a ORIGEM,
aos EFEITOS.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem
pública ou aos bons costumes (...)
Art. 122 – (...) entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
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Quanto a possibilidade da condição está poderá ser:
a) POSSÍVEL – São aquelas que podem ser cumpridas, física e juridicamente, não influindo na
validade do negócio, por exemplo: A venda subordinada a uma viagem a Europa;
b) IMPOSSÍVEL – São aquelas que não podem ser cumpridas, por uma razão natural ou
jurídica, influindo na validade do ato e gerando a sua nulidade absoluta, nos termos do que
prevê a lei. Quando são suspensivas geram a nulidade absoluta do negócio jurídico (art. 123,
I, do CC). Exemplo: venda subordinada a uma viagem do comprador ao planeta Marte.
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Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e,
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor,
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
b) RESOLUTIVAS – Quando, mesmo não sendo implementadas, não afeta o negócio jurídico
principal. (art. 127 CC/2002):
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará
o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por
ele estabelecido.
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8.2 TERMO
O TERMO é o elemento acidental do negócio jurídico que faz com que sua eficácia fique
subordinada à ocorrência de evento futuro e CERTO. Melhor conceituando, o termo é: “o
evento FUTURO E CERTO cuja verificação se subordina o começo ou o fim dos efeitos dos atos
jurídicos”.
O TERMO, classifica-se em INICIAL (dies quo) com o início do negócio jurídico e FINAL
(dies ad quem) com o fim do negócio jurídico.
– subordina a eficácia
do negócio a evento
futuro e incerto.
(Compra do vinho)
– subordina a eficácia
do negócio a evento
futuro e certo.
(Inventário – herdeiro
legítimo – bem de
família)
Quanto a ORIGEM o TERMO pode ser: LEGAL quando Fixado pela norma, exemplo do
momento da atuação do inventariante. Ou CONVENCIONAL, quando é fixado pelas partes do
negócio, por exemplo, o fim do contrato de locação.
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INDETERMINADO, quando não se sabe quando o evento ocorrerá a exemplo da morte de uma
pessoa.(mas a pessoa vai morrer, condição humana)
Elemento acidental que traz um ônus relacionado com uma liberalidade. Exemplo:
doação, testamento e legado. O encargo é usualmente identificado pelas conjunções PARA
QUE e COM O FIM DE.
OBSERVAÇÃO - 1:
Nos termos do art. 136 do CC/2002, o encargo não suspende a aquisição nem o
exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo
disponente, como condição suspensiva.
Por exemplo: O donatário que recebe um terreno para construir uma creche e não a
constrói no prazo estabelecido pelo doador, é causa de revogação do contrato de doação.
≠
Encargo Condição
ou modo suspensiva
OBSERVAÇÃO - 2:
Para ilustrar, podemos citar a doação de um prédio no centro da cidade de João Pessoa,
feita com o encargo de que ali se reúnam ETs, deve ser considerada como pura e simples,
enquanto que, se essa doação tiver o encargo da criação de um Tribunal de Exceção, neste caso
há uma condição suspensiva ilícita e impossível, nulidade absoluta do negócio jurídico.
9.1 CONCEITO: Consistem em fatos que, uma vez presentes no negócio jurídico o tornam nulo
ou passível de anulação. São, pois, falhas, anomalias, que fazem com que a vontade não seja
corretamente ou totalmente manifestada e observada.(*)
(*)(https://www.jusbrasil.com.br/artigos/defeitos-ou-vicios-do-negocio-juridico/.(pesquisado em
26/05/2023.)
DE
CONSENTI
MENTO
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VÍCIOS
9.2 OS VÍCIOS DE CONSENTIMENTO SÃO: SOCIAIS
9.2.1 ERRO – (art. 138 a 144 – CC/2002)
9.2.2 DOLO - (art. 145 a 150 – CC/2002)
9.2.3 COAÇÃO - (art. 151 a 155 – CC/2002)
9.2.4 ESTADO DE PERIGO - (art. 156 – CC/2002) NOVO
9.2.5 LESÃO - (art. 157 – CC/2002) NOVO
INFORMAÇÕ ES ADICIONAIS
VÍCIOS
VÍCIO OU REDIBITÓR
VÍCIO DO
DEFEITO PRODUTO (art. IOS
N.J. 18 a 26 do – (art. 441-
CDC 446 cc/2002)
O erro é um engano fático, uma falsa noção, em relação a uma pessoa, ao objeto do
negócio ou a um direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio
jurídico.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de
vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
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Em síntese, mesmo percebendo a pessoa que está agindo sob o vício do erro, do
engano, a anulabilidade do negócio continua sendo perfeitamente possível.
São princípios do negócio jurídico que devem ser levados a efeito quando da análise de
negócio jurídico à luz do vício do erro:
A BOA FÉ que pode ser subjetiva, sendo elemento do suporte fático de alguns fatos
jurídicos; a qual não mais sub-existe no direito civil, sendo suprimido pela boa-fé subjetiva que
passa a ser uma norma de conduta a ser observada em todo negócio jurídico que impõe e
proíbe certas condutas, além de criar situações jurídicas ativas e passivas.
São ainda princípio A ÉTICA e a MANUTENÇÃO DO NEGÓCIO.
Quanto a CULPA no negócio jurídico a doutrina diverge acerca da culpa no erro do
negócio jurídico.
O erro pode ser ESCUSÁVEL, ou seja, perdoável por ser inevitável, estando presente a
boa fé objetiva.
Por exemplo: “A” vende um carro para “B”, porém mesmo após uma perícia simples não
foi possível se identificar a adulteração no chassis, somente diante de uma perícia feita pelo IPC
foi detectada, neste caso é evidente que “A”, não agiu com dolo e até nem culpa, é um fato que
qualquer estaria sujeito, o erro no caso foi do órgão estadual de transito por não ter um corpo
de peritos hábeis.
Por outro lado, o erro pode ser INESCUSÁVEL, ou seja, imperdoável.
Peguemos o exemplo acima, só que desta feita “A” e nem “B” buscam fazer uma perícia
no veículo, neste caso há uma culpa pela negligência de não observar as normas legais acerca
da compra e venda de veículo. Há que se verificar neste caso se a culpa de ambos, ou até, se for
o caso, o dolo de “A”. Neste caso não existe a boa fé objetiva por parte de “A” e quanto a “B” a
que ser verificado.
Seguem a linha doutrinária da desnecessidade de ser verificada a culpabilidade no
ERRO: Sílvio de Salvo Venosa, Inácio de Carvalho Neto, Gustavo Tepedino, Heloísa Helena
Barboza, Flávio Tartuce e Maria Celina Bodin de Moraes. Já os que defendem que sim deve ser
avaliado o erro são: Maria Helena Diniz, Sílvio Rodrigues, J. M. Leoni Lopes de Oliveira, Carlos
Roberto Gonçalves.
Porém, de acordo com art. 138 do CC/2002, não mais interessa se o erro é escusável
(justificável) ou não. Isso porque foi adotado pelo comando legal o princípio da confiança. Boa
Fé Objetiva; Eticidade e Manutenção do Contrato. Tal fato fica evidenciado na expressão: “erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.”
Voltemos ao exemplo da venda do veículo: Se “B”, é maior e capaz, naturalmente sabe
que é fundamental fazer uma perícia ao se adquirir um veículo (diligência normal), mas devido
o preço (circunstância) ele silencia devido à vantagem no valor, mesmo diante do silêncio
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imperdoável de “B” o negócio é anulável à luz do art. 138 do CC/2002, o que não ocorreria se
estivesse em vigor o CC/1916.
O ERRO se classifica conforme sua circunstância, podendo ser: ERRO SUBSTANCIAL (art.
139); ERRO POR FALSO MOTIVO (art. 140); ERRO POR MEIO INTERPOSTO (art.141); ERRO
ACIDENTAL (art. 142); ERRO DE CÁLCULO (art. 143).
a) ERRO SUBSTANCIAL (art.139 CC/2002) pode ser IN CORPORE, IN PERSONA ou de DIREITO.
- ERRO IN CORPORE
Afeta o objeto principal da declaração, ou a alguma de suas qualidades a ele essenciais.
No exemplo utilizado, o veículo é objeto do erro por ser adulterado.
- No ERRO IN PERSONA.
Aqui há uma falha na pessoa, por exemplo: Digamos que “B” fosse incapaz de celebrar
um negócio sem um assistente ou representante. Outro exemplo: Ignorar um vício
comportamental de alguém e celebrar o casamento com essa pessoa, erro essencial previsto no
artigo art. 1.557 do CC/2002:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro
tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao
cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne
insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que
não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio
ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua
descendência.
- ERRO de DIREITO
Há uma falha no direito que rege o contrato, por exemplo: o veículo vendido com preço
superior ao de mercado, desconhecimento de “B”, é possível a anulação do contrato para que
seja o valor atualizado. O erro de direito é uma novidade no CC/2002.
Outro exemplo: CONTRATO DE LOCAÇÃO – AÇÃO RENOVATÓRIA - NOVO CONTRATO
MAIS ONEROSO – DESCONHECIMENTO DO LOCATÁRIO – PRAZO AINDA VINCENDO – BOA FÉ
OBJETIVA – PRESENTE - ERRO ESSENCIAL OU SUBSTANCIAL DE DIREITO – ANULAÇÃO DO NOVO
CONTRATO – POSSIBILIDADE - EXCEÇÃO AO ART. 3º DA LINDB.
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O erro desta espécie tem que ser expresso como razão determinante do negócio
jurídico. Por exemplo: DOAÇÃO SOB A ALEGAÇÃO DE “A” SER PROPRIETÁRIO, DEPOIS
DESCOBRE-SE QUE “A” NÃO ERÁ PROPRIETÁRIO, NESTE CASO HÁ NEGÓCIO ANULÁVEL POR
VÍCIO DETERMINANTE DE FALSO MOTIVO.
Porém, se “A” Compra de “B” um veículo rosa para presentear uma filha, porém o
Aniversariante filho. Não obstante o erro de “A”, para “B” o objetivo da compra era presentear
um dos filhos, não importando qual deles seria presenteado. Negócio não anulável por falso
motivo.
“Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.”
Sabe-se que o erro acidental diz respeito aos elementos secundários, e não essenciais
do negócio jurídico. O erro acidental não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o
plano de sua validade. Ao contrário do erro essencial, no erro acidental o contrato é celebrado
mesmo sendo conhecido pelos contratantes. O erro acidental está previsto no art. 142 do
Código Civil, eis que nos casos de erro quanto ao objeto (error in corpore) e de erro quanto à
pessoa (error in persona), não se anulará o negócio jurídico quando for possível a identificação
dessa coisa ou pessoa posteriormente. Por exemplo: “Se “A” pensar que comprou o lote n. 4 na
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quadra “X”, quando, na verdade, adquiriu o lote n. 4 na quadra “Y”, ter-se-á erro substancial
que não invalidará o ato negocial se o vendedor “B” vier a entregar-lhe o lote n. 4 da quadra
correta, visto que não houve qualquer prejuízo a “A”, diante da execução do negócio de
conformidade com a sua vontade real. Como prevê o art. 144 do CC/2002:
É a hipótese de erro material retificável, sendo certo que o erro de cálculo não anula o
negócio, mas apenas autoriza a possibilidade de retificação da declaração de vontade, por
exemplo: Você compra um veículo em 5% de juros e o cálculo é feito com 6%. Se o vendedor
corrigir não há que falar anular o contrato.
O dolo pode ser conceituado como sendo o artifício ardiloso empregado para enganar
alguém, com intuito de benefício próprio. É como diz a doutrina a arma ou instrumento do
ESTELIONATÁRIO.
São espécies de vício de dolo: ESSENCIAL; (art. 145); ACIDENTAL; (art. 146) SILENCIOSOS
(art. 147); DE TERCEIRO (art. 148); DO REPRESENTANTE LEGAL (art. 149) e o RECÍPROCO (art.
150, CC/2002).
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua
causa.
Nessa espécie de dolo uma das partes do negócio utiliza artifícios maliciosos, para levar
a outra a praticar um ato que não praticaria normalmente, visando a obter vantagem,
geralmente com vistas ao enriquecimento sem causa. Mas o dolo se revela na sua causa. Ex:
“A” vende algo a “B”, sabendo que não é seu.
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Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por
outro modo.
Ocorre quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. Ex:
Aluguel de imóvel, com promessa de posse em 30 dias, porém, o locador sabe que o atual
inquilino pagou por mais 60(sessenta) dias no imóvel.
c
c) DO SILÊNCIO DOLOSO - (art. 147)
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das
partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria
celebrado.
Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de
fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
sem ela o negócio não se teria celebrado.
Ex.: “A” vende um carro para “B” e silencia quanto acerca de irregularidade no DETRAN.
ERRO INESCUSÁVEL; SILÊNCIO DOLOSO; DOLO ESSENCIAL.
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d) DOLO DE TERCEIRO: (art. 148)
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro,
se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em
caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá
por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Conforme o art. 148 do CC, isso pode acontecer se a parte a quem aproveite dele tivesse
ou devesse ter conhecimento. Em caso contrário, ainda que válido o negócio jurídico, o terceiro
responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. Simplificando, tendo
conhecimento o contratante ou negociante beneficiado, haverá dolo essencial. Não havendo tal
conhecimento, o dolo é acidental, o que logicamente depende de prova.
De qualquer forma, é difícil a prova desse conhecimento da parte beneficiada ou que ela
deveria saber do dolo. Para tanto, deve-se levar em conta a pessoa natural comum, o que antes
era denominado como homem médio, a partir das regras de comportamento e de experiência,
o que está de acordo com a teoria tridimensional de Miguel Reale. Em suma, deve-se ter como
parâmetro a conduta do homem razoável (“reasonable man”).
FATO
CONDUTA DO REGRAS DE
HOMEM COMPORTAMENT
RAZOÁVEL O
VALOR NORMA
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No dolo de terceiro, se a parte a - TEM CIÊNCIA O negócio é anulável.
quem aproveita dele:
- NÃO TEM CIÊNCIA O negócio não é
anulável, mas o lesado
pode pedir perdas e
danos ao autor do dolo.
LOJA (concessionária)
Se ambos têm
Negócio conhecimento
Principal Dolo de Terceiro, Senão,
COMPRA Perdas e danos.
E
VENDA
(veículo)
Aqui uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância
do proveito que teve. Mas se o dolo for do representante convencional, o representado
responderá solidariamente com ele por perdas e danos. Ou seja, quem age em nome da parte é
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seu representante, como se fosse o próprio. Se o representante induz ao erro a outra parte,
este será anulável.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo
para anular o negócio, ou reclamar indenização.
Segundo tal artigo, não podem as partes alegar os dolos concorrentes, permanecendo
incólume o negócio jurídico celebrado, não cabendo também qualquer indenização a título de
perdas e danos. Exemplificando, se duas ou mais pessoas agirem com dolo, tentando assim se
beneficiar de uma compra e venda, o ato não poderá ser anulado. De toda sorte, se os dolos de
ambos os negociantes causarem prejuízos de valores diferentes, pode ocorrer uma
compensação parcial das condutas, o que gera ao prejudicado em quantia maior o direito de
pleitear perdas e danos da outra parte. Também chamado de dolo bilateral (de ambas as
partes) ou DOLO COMPENSADO OU DOLO ENANTIOMÓRFICO.
- DOLUS BONU - Lábia do vendedor, enganar para tomar remédio e espelho em academia que
emagrece.
INFORMAÇÃO ADICIONAL:
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pois a boa-fé objetiva deve ser instrumento para viabilizar a aplicação dos princípios
constitucionais, e não negá-los. A boa-fé objetiva, contudo, permite a reparação do prejuízo
sofrido pelo trabalhador, de haver trabalhado como se empregado fosse, mas sem
reconhecimento dessa condição, através do arbitramento de indenização equivalente aos
direitos que teria o trabalhador em contrato formal de trabalho. (TRT-9 71200723901 PR 71-
2007-23-9-0-1, Relator: EDUARDO MILLÉO BARACAT, 2A. TURMA, Data de Publicação:
08/02/2008)
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que
incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerávvel à sua
pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
9.2.3.1 CARACTERÍSTICAS:
a – GRAVE;
b) – CAPAZ DE IMPUTAR MEDO OU TEMOR DE DANO SÉRIO;
c) – INJUSTA (ilícita, contrária ao direito, abusiva);
d) – IMINENTE E ATUAL;
e)– DEVE CONSTITUIR AMEAÇA DE PREJUÍZO À PESSOA OU BENS DA VÍTIMA OU DE
SEUS FAMILIARES.
a) COAÇÃO FÍSICA:
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(TJRS, Apelação Cível 583443- 30.2010.8.21.7000, Esteio, 9.ª Câmara Cível, Rel. Des. Iris
Helena Medeiros Nogueira, j. 26.01.2011, DJERS 11.03.2011).
Aqui o temor se refere a amigo íntimo do negociante ou à sua namorada, pode-se falar
na presença desse vício do consentimento. Ex.: Ameaça a noiva do negociante.
Ao apreciar o ato de coação, deve o magistrado levar em conta, o sexo, idade, condição
(social), saúde, temperamento do paciente e outras circunstâncias que possam influir na
gravidade dela.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta
responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
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Só vicia o negócio se, a parte que se beneficiou tinha conhecimento e há
responsabilidade solidária, por perdas e danos, independente do conhecimento.
Ex.: Um casamento onde há coação de um familiar, se a noiva tiver conhecimento o
negócio é anulável e responsabilidade é solidária, caso ela não tenha, apenas o responsável
pela coação.
ESTADO DE
PERIGO
ELEMENTO
ELEMENTO
SUBJETIVO:
OBJETIVO:
SITUAÇÃO DE
ONEROSIDADE
PERIGO CONHECIDO
EXCESSIVA
DA OUTRA PARTE
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ESTADO DE PERIGO DE TERCEIRO: (P. Único do art.156)
Exemplo: Alguém que tem pessoa da família sequestrada, tendo sido fixado o valor do
resgate em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Um terceiro conhecedor do sequestro oferece para a
pessoa justamente os dez mil por uma joia, cujo valor gira em torno de cinquenta mil reais. A
venda é celebrada, movida pelo desespero da pessoa que quer salvar o filho. O negócio
celebrado é, portanto, anulável.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou
por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao
valor da prestação oposta.
Trata-se de uma das mais festejadas inovações do Código Civil de 2002, criada para se
evitar o negócio da China, o enriquecimento sem causa, fundado em negócio totalmente
desproporcional, utilizado para massacrar patrimonialmente uma das partes.
LESÃO
ELEMENTO ELEMENTO
SUBJETIVO: OBJETIVO:
PREMENTE 25
PRESTAÇÃO
NECESIDADE OU MANIFESTAMENTE
INEXPERIÊNCIA. DESPROPORCIONAL
9.2.5.1 ELEMENTOS DA LESÃO
a) PREMENTE NECESSIDADE
A premente necessidade dever ser entendida como aquela circunstância que, por si só,
devido à sua gravidade, leva a parte a contratar prestações manifestamente desproporcionais e
lesivas aos seus próprios interesses, afastando, assim, a vontade negocial.
c) INEXPERIÊNCIA:
Por exemplo, de acordo com art. 4.º, da Lei de Proteção à Economia Popular, Lei
1.521/1951, dispõe que: “obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando da premente
necessidade, inexperiência ou leviandade de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto
do valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida, representa uma lesão no negócio
jurídico.
Vale observar ainda que se aprecia a desproporção das prestações segundo os valores
vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. Em ocorrendo a desproporção, o
negócio jurídico será revisto com base nos artigos 317 e 478 do CC/2002:
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A art. 157, § 2.º, do diploma civil em vigor determina que a invalidade negocial poderá
ser afastada “se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com
a redução do proveito”. Esse oferecimento pelo réu se dá por meio de pedido contraposto na
contestação. Esse comando está possibilitando a revisão extrajudicial ou judicial do negócio,
constituindo a consagração do princípio da conservação contratual e também da função
social do contrato. Ex.: O agiota resolve diminuir seu ganho com a redução dos juros.
A Fraude contra Credores consiste num vício social decorrente da prática de atos de
disposição patrimonial pelo devedor com o objetivo de esvaziar o seu patrimônio e gerar
insolvência em face dos seus credores.
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conhecimento deste do estado de insolvência, estará configurado o vício social a acometer esse
negócio jurídico.
9.3.2 - REQUISITOS:
c) Consilium Fraudis - Colusão ou conluio fraudulento entre quem dispõe e quem adquire.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
FRAUDE NÃO ULTIMADA (Art. 160 e seu Parágrafo Único): Ocorre quando, o adquirente dos
bens do devedor insolvente, que ainda não tiver pago o preço pelo objeto do negócio, e este
valor for aproximadamente o corrente, caso ele deposite em juízo estará desobrigado, desde
que com a citação de todos os interessados. Porém, se for inferior o preço de mercado, o
adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o montante que lhes corresponda ao
valor real, outra consagração do princípio da conservação contratual e do princípio da boa fé
objetiva.
Art. 165 - Anulado o negócio nos termos do art. 158, os bens retornam ao acervo
sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Não obstante seja nulo o negócio jurídico simulado, subsistirá aquilo que se dissimulou,
se válido forma substância e na forma. Exemplo: Casamento putativo – art. 1561, § 2º CC/2002,
onde se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só
aos filhos aproveitarão.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
CC/2002 - A regra não mais prevalece, pois a simulação, em qualquer modalidade, (INOCENTE
ou CULPOSA) gera a nulidade do negócio jurídico, sendo questão de ordem pública.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
- DINIZ, Maria Helena. Código Civil anotado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 36;
- TARTUCE, Flávio Manual de direito civil : volume único / Flávio Tartuce. – 8. ed. rev, atual. e
ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018;
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. Responsabilidade civil. 5. ed. São Paulo: 2005. v. IV.;
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