3.

MANEJO INTEGRADO
DAS PRINCIPAIS PRAGAS
FLORESTAIS BRASILEIRAS

2022.2 Rodolfo Molinário de Souza

Aula 13 Prof. Associado do curso de Engenharia Florestal
Disciplina: Entomologia Florestal
OBJETIVO DA AULA

Iniciar a discussão sobre os principais grupos de pragas

florestais, no Brasil.
Para praticá-lo é necessário:

a) Conhecer a REALIDADE do Setor Florestal.

(Árvore/produto, Cultura florestal, Floresta, Flora, Fauna, Solo, Água, Ar, Pessoas)

b) Reconhecer as mais importantes espécies de Insetos Florestais e interpretar as

consequências de suas ações.

c) Conhecer TODAS as TÉCNICAS de controle.

d) Ter postura ética e profissional.

Território nacional = 851.000.000 ha
FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2022
 ESPÉCIES FLORESTAIS MAIS PLANTADAS NO BRASIL

9.000.000 ha
Outras
4%
Pinus
Pinus taeda, 18%
Pinus
elliottii Eucalipto Eucalyptus urophylla, E. grandis,
72% E. saligna,
E. tereticornis, E. camaldulensis,
E. cloeziana, E.dunnii e
Corymbia citriodora.

FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2022

FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2020
FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2020
FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2022
FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2020
FONTE: RELATÓRIO ANUAL DO IBÁ, 2020
 ESPÉCIES FLORESTAIS MAIS PLANTADAS NO BRASIL

Outras espécies Populus Outras

Araucária
→ 390.000 ha Teca
2%
1% 1%

15%
Ácacia
27%
• Hevea brasiliensis Paricá
• Acacia mearsi e Acacia mangium; 15%

• Tectona grandis; Seringueira

39%
• Schizolobium amazonicum;
• Araucaria angustifolia;
• Populus spp.;
• Outras: Bracatinga, Pupunha, Mogno, etc.
FONTE: RELATÓRIO ANUAL IBÁ, 2017/2020
QUAIS SÃO OS GRUPOS DE INSETOS
FLORESTAIS MAIS DANINHOS?

QUAIS SÃO AS TÉCNICAS DE

CONTROLE MAIS USADAS CONTRA
ELES?
 GRUPOS DE INSETOS FLORESTAIS MAIS DANINHOS:

(+) 1º FORMIGAS CORTADEIRAS

2º CUPINS DE RAÍZES
Nível de importância

3º SUGADORES
4º LAGARTAS DESFOLHADORAS
5º BESOUROS DESFOLHADORES

6º BROQUEADORES DE ÁRVORES VIVAS

7º BROQUEADORES DE MADEIRA/PRODUTOS
(-) 8º BROQUEADORES DE FRUTIFICAÇÕES
3.1. FORMIGAS
CORTADEIRAS
As formigas cortadeiras ocorrem nas três
Américas e vivem desde o Sul dos Estados
Unidos até o centro da Argentina.

O Brasil é o país com maior quantidade de

espécies. São cerca de 35 espécies de formigas
cortadeiras, presentes em todas as regiões do
país.
Principal praga florestal no Brasil:

• Ocorre o ano inteiro.

• Único inseto capaz de impedir a sobrevivência de qualquer

cultura florestal.

Crédito Nilton Sousa

Principal praga florestal no Brasil

• Consomem mais tempo em MIP

florestal.

• Consomem cerca de 3/4 dos gastos

com MIP.

• Custo do MIP equivale de 5 a 7% do

valor da madeira em pé, na colheita.
Fonte: https://docplayer.com.br/
Potencial dos Prejuízos

• Plantações florestais no Brasil → 9,93 milhões ha.

• Custo do controle → R$25,00/ha.

Então, a estimativa dos gastos só

com CONTROLE foi de:

R$248.250.000,00
Principal praga florestal no Brasil

• UM sauveiro adulto pode matar, em um ano:

até 5% dos
indivíduos do
plantio florestal.

Fonte: http://www.unibras.com.br/
Principal praga florestal no Brasil

• podem causar acidentes!!!!!

É atoleiro ???

Não.... É
formigueiro!
 "... das formigas, porém, só parecem dignas de menção as
que estragam as árvores;... têm a cor arruivada,... cheiram a
limão e abrem grandes buracos no chão."

Padre José de
Anchieta - 1560 “Pouca saúde e
muita saúva os males
do Brasil são”.
“Ou o Brasil acaba com a
Saúva ou a Saúva acaba com o
Brasil”.

Auguste de Saint-Hilaire
(Século IX)
Diferenças
“Quenquém”
“Saúva” Acromyrmex
Atta
 Saúva

Quenquém
Principais famílias botânicas com registro de ataque por
formigas cortadeiras.

• 136 registros
• 96 espécies florestais
• 35 famílias botânicas 62,7% → Eucalyptus
18%
Acacia (21,4%)
Bauhinia (21,4%)
10%

72% Myrtacea
Leguminosae
Outras
Percentual de registro de ataque de essências florestais por
gênero de formigas cortadeiras.

Atta sexdens
Sericomyrmex
Atta laevigata
10%
N = 21 espécie (33 espécies florestais cada uma)
de formigas
Atta
33%

Acromyrmex
57%

Acromyrmex laticeps laticeps → 14 registros

1. SAÚVAS
1. SAÚVAS

✓ DEZ espécies no Brasil.

✓ Cinco são muito importantes na área florestal:

• Saúva limão,
• Saúva cabeça de vidro,
• Saúva da mata,
• Saúva do sertão,
• Saúva preta.
 “SAÚVA-LIMÃO”
(Atta sexdens)

A MAIS IMPORTANTE!
Distribuição
geográfica
“SAÚVA CABEÇA-DE-VIDRO”
(Atta laevigata)

SEGUNDA
mais importante!
Distribuição
geográfica
“SAÚVA-DA-MATA”
(Atta cephalotes)

TERCEIR
O LUGAR!

Photo by Piotr Naskrecki.

Distribuição geográfica
Saúva-da-mata
“SAÚVA-DO-SERTÃO”
(Atta opaciceps)

Delabie et al., 2011

 “Saúva-preta”
(Atta robusta)

Teixeira et al (2003)
Fonte: www.antweb.org

ALERTA!
BIOLOGIA DAS
SAÚVAS
➢ BIOLOGIA DAS SAÚVAS

✓Insetos sociais que vivem no solo.

✓Vivem em colônias chamadas Sauveiros.

➢ BIOLOGIA DAS SAÚVAS

• Arquitetura do sauveiro
➢ BIOLOGIA DAS SAÚVAS

• Arquitetura do sauveiro

Olheiro de limpeza

Olheiro de trabalho
(=Carregamento)
Olheiro de limpeza
Olheiro de trabalho Saúvas
(=Carregamento)
• Arquitetura do sauveiro

8m
➢ BIOLOGIA DAS SAÚVAS

✓ Alimentam de fungo cultivado.

• Coletam folhas em até 1.050 m

de distância.

Leucoagaricus gongylophorus
➢ BIOLOGIA DAS SAÚVAS

• CASTAS

Reprodutivas
Rainha (Tanajura)

Bitú (macho)

Soldado (fêmea)

Cortadeira (fêmea) Estéreis

Operárias
Jardineira (fêmea)
• COMO É FORMADO O SAUVEIRO?

Vôo nupcial

Liberação de tanajuras e bitus

 • 99,5% dos lados são predados durante o voo/morte doenças no
solo.

• 0,5% Sobrevive ➔ 1 em 200.

• Após 2 meses ➔ Primeiras formiguinhas.

• Após 3 meses ➔primeiro olheiro.

• Segundo olheiro ➔ verão seguinte.

•Após 3-4 anos ➔ Reprodutores.

• Sauveiro adulto ➔ monte de terra solta + numerosos olheiros.

IMPORTÂNCIA
ECONÔMICA DAS
SAÚVAS
➢ IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS SAÚVAS

Folhas

Flores

Sementes
➢ IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS SAÚVAS

Cortam partes apicais tenras

“EFEITO REPOLHO”
➢ IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DAS SAÚVAS

• Destruição maciça de canteiros.

• Atacam de surpresa (perigo à noite e em finais de

VIVEIRO semana).
• Atacam qualquer espécie plantada

Azadirachta indica

Khaya senegalensis
Pinus elliiottii Eucalyptus grandis Araucaria heterophylla
• Atacam qualquer espécie plantada

Khaya senegalensis – Mogno Africano

• Atacam qualquer espécie plantada

Khaya senegalensis – Mogno Africano

Atacam em qualquer idade.
2. Quenquéns
2. Quenquéns

Atta

Acromyrmex
2. Quenquéns

• -NOMES POPULARES: Chenchém,

Formiga-de-cisco, Quenquém-de-
cisco, caiapó, quenquém-mineira,
formiga-de-rodeio, etc
2. Quenquéns
2. Quenquéns

• 27 espécies no Brasil
Acromyrmex subterraneus Forel, 1893
Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804)
Acromyrmex crassispinus (Forel, 1909)
Acromyrmex hystrix Forel, 1909
Acromyrmex laticeps (Emery, 1905)
Acromyrmex niger (F. Smith, 1858)
Acromyrmex balzani Emery, 1890
Acromyrmex octospinosus (Reich, 1893)
Acromyrmex rugosus (F. Smith, 1858)
Acromyrmex striatus (Roger, 1863)
 Arquitetura do ninho

Quenquenzeiros
Sauveiro
“QUENQUÉM-DE-CISCO”
(Acromyrmex crassispinus)
“QUENQUÉM-MINEIRA”
(Acromyrmex laticeps)
 “QUENQUÉM-MINEIRA”
(Acromyrmex balzani)

FEAG → Eucalipto e fava-de-bolota.

Fonte: Caldato, 2010

Importância
Econômica
➢ Importância Econômica

• Cortam folhas e caules tenros de mudas e brotações.

• Agem mais à noite.

• Plantio novo c/ 200 quenquenzeiros/ha

➔ 30% de mudas mortas.
➢ Importância Econômica

• Só são importantes em mudas e brotações.

• Perdas ➔ 60% em cepas de eucalipto após o primeiro corte.

• DANOS: 99% dos casos, cortam só na saia da copa!

MANEJO INTEGRADO
DE FORMIGAS CORTADEIRAS
1. PREVENÇÃO
1. PREVENÇÃO

❑ Controle Biológico Conservativo

“Não desmatar irracionalmente”

• Solo sempre com vegetação.

• Deixar ccorredores ecológicos

Ilha de mata nativa

Faixas de Nativas (25-50m)

❑Controle Biológico Conservativo

• Sub-bosque não-competitivo.

X
❑Controle Biológico Conservativo

• Proibir a caça predatória

❑Árvores resistentes

Atta laevigata Atta sexdens rubropilosa

Espécie Dano Grau de Dano Grau de
médio (%) resistência médio (%) resistência
Eucalyptus torreliana 100a AS 100a AS
Eucalyptus quadrangulata 100a AS 100a AS
Eucalyptus urophylla 100a AS 100a AS
Eucalyptus saligna 100a AS 100a AS
Eucalyptus brassiana 93a AS 100a AS
Eucalyptus microcorys 93a AS 100a AS
Eucalyptus dunni 92a AS 100a AS
Eucalyptus camaldulensis 90a AS 100a AS
Eucalyptus pellita 89a AS 100a AS
Eucalyptus trachiphloia 87a AS 98a AS
Eucalyptus pilularis 75b SS 28c AR
Eucalyptus tereticornis 67c RR 100a AS
Eucalyptus intermedia 45d MR 79b RR
Eucalyptus nesophila 22e AR 16c AR
Eucalyptus cloeziana 18e AR 85a SS
Média Geral 78 ± 7,0 87 ± 7,0
❑ Barreira física

• Pequena escala, usar “empecilhos” p/ evitar

acesso às folhas.
Controle Inicial
1. PREVENÇÃO

✓ Realizar o Controle Inicial:

• Antes de instalar o viveiro

Controlar os
• Antes de produzir mudas
• Antes do plantio no campo
formigueiros
❑Controle Inicial

• Em pequena escala

➔Escavação Sauveiro jovem

Sauveiros jovens (3 meses) e

quenquenzeiros

Quenquenzeiro
❑Controle Inicial

A PREVENÇÃO É FEITA, TAMBÉM, COM

AGROTÓXICOS

• Predominantemente com ISCAS GRANULADAS.

❑Controle Inicial

• Uso do TERMONEBULIZADOR

Apenas em
formigueiros grandes
(>30 m2) e/ou
amuados.
❑Controle Inicial

• Usar PÓ SECO
A) Controle pré-plantio.
❑ Controle Inicial: isca granulada

✓ Controle pré-plantio.

• É o controle que se realiza antes da implementação de plantios novos

ou da reforma do plantio.

→ Aplicar a isca granulada 30 dias antes da reforma;

→ No caso de implantação de um plantio, 30 dias antes de revolver o solo.

• Pode ser utilizado o sistema “Arrastão” (sistemático) ou Convencional (localizado).

✓Controle Pré-plantio

Sistema Convencional (localizado)

• Localizar os ninhos (sáuvas e quenquéns) e fazer a aplicação da isca conforme
recomendação do fabricante.

• Para as saúvas se faz necessário mediar

a área de terra solta.
Comprimento X Largura

Quantidade a se aplicada por metro

quadrado de terra solta.

• Quenquéns basta colocar a quantidade recomendada por ninho.

✓Controle pré-plantio
Sistema “Arrastão” (sistemático)

• As iscas são distribuídas em pontos equidistantes de maneira a cobri toda a área.

• Sauveiros pequenos e, principalmente, para quenquenzeiros.

• Pode ser usado iscas a granel ou porta-

iscas.

• 0,5 a 2,0 kg de iscas por hectare.

B) Controle Pré-corte
❑ Controle Pré-corte

✓ É o tipo de controle que se faz antes da colheita.

• Preparar a área para o próximo plantio. Também pode ser considerado uma variação do
controle pré-plantio.

• Só se justifica em locais com a presença de saúvas.

→ Em áreas de pré-corte é difícil localizar os quenquenzeiros.

• Localizar os sauveiros adultos e

aplicar os sistema convencional.

• 15 dias antes do corte.

ISCA: Nunca no olheiro de limpeza!
PÓ SECO e TN ➔ SIM.
2. MONITORAMENTO
2. MONITORAMENTO

✓ Quantificar ninhos ou injurias.

• Monitorar é ter equipe para
fazer estas avaliações e software
para decidir se controla ou não!
SE A DECISÃO FOR
“CONTROLAR”

• Faça-o imediatamente usando as técnicas de

pó, isca granuladas ou termonebulização.
Monitoramento de
sobrevivência
❑ Monitoramento de Sobrevivência

✓ Realizar o levantamento de sobrevivência:

• 30 a 60 dias após o plantio.

• Amostragem → registrar a incidência de árvores injuriadas.

✓ Com base nos resultados realizar o controle pós-plantio (controle curativo).

• O sistema “arrastão” só deve ser usado em casos específicos.

monitoramento de
manutenção.
❑ monitoramento de manutenção.

✓ Realizar o monitoramento de manutenção:

• Para localizar os ninhos e o locais com árvores injuriadas.

Saúva → monitoramento anual até a colheita, exceção para plantios de

Pinus.

Quenquéns → não precisa fazer monitoramento anual.

✓ Caso seja necessário, o controle deve ser feito de forma convencional.

Fatores que influenciam no
Manejo de Formigas
Cortadeiras
Fatores que influenciam no Manejo de Formigas
Cortadeiras

• Espécie florestal

• Implantação ou Reforma
→ No caso de implantação avaliar o que existia na área (nativa, plantio florestal, agricultura ou
pecuária).

• Pousio entre o corte raso e a reforma

→ Maior ou menor que 6 meses

• Manejo Florestal do plantio anterior

→ Ocorrência ou não de podas ou desbastes.

Fatores que influenciam no Manejo de Formigas
Cortadeiras
• Época de plantio

• Manejo de Plantas Daninhas

→ Roçadas ou herbicida.

• Divisa com florestas nativas

• Gênero da formiga cortadeira

Para maiores
informações
sobre as
formigas
cortadeiras.