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TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS III

ABORDAGEM JUNGUIANA
Profa. Mônica Perri Kohl Greghi
FIBBAURU

 A ABORDAGEM JUNGUIANA E O USO DAS IMAGENS


 Premissas
 Setting parecido com o da Psicanálise

 Transferência e contratransferência

 Projeção no terapeuta

 Interpretação simbólica

 Particularidades
 Crença de que a linguagem verbal é apenas uma das formas de expressão
humana

 As Imagens

 Expressar-se por imagens é o meio mais arcaico e natural do ser humano

 Níveis de evolução da consciência


 Corporal (psi concreta)

 Imagético

 Verbal (psi abstrata)

 IMAGEM
 É a expressão universal do homem

 Andrade (2000): A evolução da psique tem o corpo como precursor. Após o


contato somático a imagem assume o papel central e depois é transcodificada
em verbo (psi)
 BUSCAR CONEXÃO COM O INCONSCIENTE
 Jung (1916): “Imagens ou motivos arquetípicos” são orientadoras para o
processo de individuação

 Imagens internas são mensageiras entre ego e Self

 Imagens como psicopompos, representadas em temas literários: Hermes e os


titãs, na mitologia; aves, nos contos de fadas...

 Um recanto diferenciado
 O homem necessita de um “recanto psíquico”, diferenciado do dia-dia para
contatar imagens internas

 Compensação

 Como conseguir este recanto?

 Uma alternativa para se ter acesso ao “recanto psíquico” diferenciado: a


psicoterapia que considere o poder orientador das imagens.

 Imagens podem ser:


 Imagens pessoais: provêm de experiências pessoais do sonhador

 Imagens arquetípicas: originárias de material que não se encontra no repertório


individual, com características de universalidade

 Jung relatou que sua obra surgiu ao elucidar suas imagens inconscientes

 Orientam o indivíduo e regulam sua saúde

 A saúde é equiparada à expressão da totalidade guiada pelo Self

 A doença surge da perda dessa totalidade e da perda de contato do ego com as


orientações do Self

 Imagens num recanto diferenciado - psique e corpo


 Jung: a psique funciona em parceria com o corpo
 A natureza concreta corpórea em oposição á natureza imagética da psique
geram energia para a vida

 O símbolo é o elo entre as duas naturezas e comporta uma dimensão imagética

 Imagem como holos (totalidade)


 O símbolo é o elo entre as naturezas CONSCIENTE E INCONSCIENTE

 A imagem possui orientação para a individuação e acalma a psique

 A psicoterapia como temenos para as imagens internas

 O contato com as imagens internas necessita de um temenos, como berço


imagético

 Todo paciente configura um recipiente pessoal na situação analítica

 Fenômeno espontâneo dentro da análise

 Técnicas Expressivas
 Promovem estreita relação entre o indivíduo e o inconsciente.

 O modo natural de expressão do inconsciente é a linguagem simbólica.

 A investigação simbólica

 Propicia a objetivação do conteúdo inconsciente

 Objetivar
 Por para fora do abstrato (mente)

 Poder olhar

 Poder confrontar

 Poder dialogar

 Sensação de domínio
 Transdução
 A imagem faz a transdução simbólica

 Do concreto para o abstrato e vice-versa

 Símbolo, sinais e alegorias


 Figuras sintéticas, substitutivas de coisas conhecidas não são símbolos – são
sinais. É o caso das asas estampadas na roupa dos aviadores.

 Representações figuradas de objetos ideais não são símbolos – são alegorias.


É o caso da justiça representada por uma mulher de olhos vendados.

 Símbolo
 “Um símbolo não traz explicações; impulsiona para além de si mesmo na
direção de um sentido ainda distante, inapreensível, obscuramente pressentido
e que nenhuma palavra de língua falada poderia exprimir de maneira
satisfatória” JUNG

 Os símbolos são a expressão de coisas significativas para as quais não há, no


momento, formulação mais perfeita.

 Os símbolos são mediadores, de linguagem inconsciente e muito rica, capaz de


transmitir através de imagens

 Mediadores
 Sem a vida simbólica, o inconsciente não atingiria a consciência

 Os sonhos provam isso

 As doenças vêm para tentar esta comunicação

 Onde entra a compreensão do símbolo, cede o sintoma e a doença desaparece

 Criatividade e acesso aos símbolos


 A terapia verbal tem seus limites

 Há momentos em que as palavras se esgotam


 O inconsciente precisa de um espaço em que possa “sonhar”

 O processo criativo propicia esta expressão

 Criar, focalizar e reforçar


 Conforme assinalou MELO (1997):

 “A mobilização do processo criativo do indivíduo facilita a agilização e a


focalização da psicoterapia, ampliando o campo da consciência e assim,
favorecendo o fortalecimento do ego deixando-o mais apto à integração de
imagens que anteriormente estavam dissociadas”. (p.22)
 A autora ressalta três benefícios fundamentais no uso de tais técnicas
 Agilização

 Focalização

 Reforço do ego

 O Terapeuta

 O terapeuta e o paciente trabalham juntos, formando uma unidade


dinâmica.
 O terapeuta também precisa estar aberto à mudanças advindas da interação.
 O Terapeuta
 O paciente traz seu “material de casa”, tais como analisar seus sonhos
(autonomia)

 Utilização de técnicas expressivas

 Criar e confiar
 Manter a transferência positiva é crucial para o andamento da psicoterapia

 Ammann (2003) apontou que quando o terapeuta é testemunha de um ato


criativo, tem-se reforçada a transferência positiva

 O que faz das técnicas expressivas um instrumento importante?


 Não posso fazer arte em casa sozinho?

 Porque o terapeuta faria diferença?

 Fazer arte é melhor que falar, na terapia?

 A testemunha
 O terapeuta passa a ser continente de imagens internas até então não vistas,
pressentidas

 Alguém com quem compartilhar suas imagens mais íntimas

 A testemunha contem excessos

 Encoraja e afasta o medo

 Criar, se fazer entender, se motivar


 A imagem tem a capacidade de “tirar o conflito de dentro” e expô-lo à
compreensão do paciente e do terapeuta, facilitando a comunicação (ex:
pacientes calados)

 Paciente se sente “compreendido”, é estimulado a trazer mais e mais conteúdos

 Sensação de ter “em mãos” o próprio processo possibilitando a motivação


 Criar, rever a caminhada e constatar progressos
 Uma forma de se trabalhar com as produções do paciente é a de rever criações
anteriores, usualmente ao final do processo (fotos, arquivos, etc)

 Tal momento propicia uma revivência de sua historicidade na terapia

 Propicia o vislumbre da evolução

 Dá segurança de um caminho “real” evolutivo percorrido

 Promove auto-conceito e crença em sua saúde psíquica.

A PSICOSSOMÁTICA JUNGUIANA: O CORPO COMO ESPELHO DAS EMOÇÕES


 Corpo: riqueza de expressões
Na Psicoterapia
 Que espaço que vem sendo dado para a expressão do corpo?
Cenas comuns nos consultórios:
 Paciente:- Estou ligando para desmarcar a sessão porque estou com
enxaqueca!
 Terapeuta:-Está bem, vamos marcar outro dia...
 Paciente: -Mas isto que eu sinto é só físico, não quer dizer nada!
 Terapeuta:- (...)

O corpo Excluído
 O corpo não é convidado a adentrar no setting

terapêutico
 Suas manifestações são consideradas “intrusas”,

 Atrapalham o processo analítico

Fatores da exclusão do corpo na psicoterapia


 Herança da psicanálise – verbal por excelência

 Cultura Patriarcal – supressão das manifestações de Eros, ligadas ao corpo


 Priorizando o logos verbal

Ciclo matriarcal
 Ciclo do bebê

 Arquétipo regente: grande mãe

 É o “reino das mães”, do corpo e eros

 Proximidade máxima com o inconsciente

 Estruturação simbólica corporal e vegetativa (Byington, 1987)

 Self corporal vinculado à mãe (Neumann, 1995)

 O ciclo patriarcal
 O pai aparece como aquele que retira a psique do reino das mãse
 Ao sair do estado fusional, se lança ao mundo
 Construção do ego

 O ciclo da alteridade
 O outro relacional
 A vida em sociedade se estabelece
 È o mais longo

 O ciclo Cósmico
 O ciclo da velhice
 Entendendo a morte
 A individuação se completa

 A perda da linguagem do corpo: causas


  Consciência teme o inconsciente (Logos sobre Eros)

  Medo da “Loucura”: doente mental (dopado, camisa de força) Ordem que


domina a natureza

  A razão domina emoção


 A psicoterapia sob a ótica matriarcal
  A psicoterapia é de natureza matriarcal (Byington, 1987)

  Porém, cede sua natureza frente às exigências patriarcais: da cultura, das


ciências exatas e da pesquisa

  Distancia-se do papel matriarcal: perda de contato com a dimensão corporal

  Perda da linguagem das imagens

 A psicoterapia sob a ótica patriarcal


  Byington(1997): a saída para a recuperação da totalidade do homem dentro
da medicina e da psicologia está no retorno à ótica do dinamismo matriarcal,
primitivo

  Matriarcal é proximidade com o corpo-inconsciente

  Corpo: porta-voz simbólico arcaico do inconsciente

 O corpo na psicoterapia Junguiana


  Jung: pensador original da dimensão do corpo

  Suas técnicas expressivas: diferencial no seu tempo

  Postura democrática em Jung: mais pacientes puderam se beneficiar da


análise, mesmo os menos verbais

 E o espaço daquele paciente que “fala através do corpo”?


  Por muito tempo, tais pacientes foram banidos da análise

  “Alexitímicos” (sem palavras para a emoção) (Paris, Chicago)

  Preconceito em se considerar o símbolo só em sua polaridade abstrata-verbal


(Ramos, 2006)

 A concepção psicossomática Junguiana


  O sintoma orgânico surge quando se perde a conexão entre as
representações concretas e abstratas do complexo, que fica preso ao corpo.
(Ramos, 2006)

  Ficam inacessível à consciência, o complexo se expressa através do sintoma


orgânico.

  Isto também é símbolo

  É necessária a TRANSDUÇÃO: expressão abstrata

 Concepção corpo-mente

 Por muito tempo, o paciente que somatizava foi classificado como “concreto”,
“não-verbal” ou “alexitímico”.
 Apresenta uma forma concreta de simbolizar.
 Concretude só no núcleo do sintoma
 Riqueza abstrata como qualquer outro.
 Vargas (2002): o sintoma orgânico é um símbolo que traz a manifestação da
sombra.
 Tendo como função a estruturação da consciência, estes símbolos expressos no
sintoma orgânico vão continuar tentando entrar no campo da consciência,
repetindo-se.
 Jung(1906)também trouxe à tona a expressão simbólica corporal.
 Técnicas expressivas: matéria e imagem para a expressão não-verbal
 Trabalhos com a dimensão corpórea do símbolo hoje com os neo-Junguianos
 Numa retrospectiva histórica, percebe-se que Jung deixa claro que a dimensão
concreta do símbolo - o corpo - foi por ele considerada.
 Em 1906, Jung foi levado a pensar que o complexo tinha uma dimensão que
não era apenas psicológica, ao realizar experimentos com um galvanômetro e
encontrar variações elétricas na pele, conforme o indivíduo era exposto a
estímulos emocionais

 A gênese corpórea do símbolos


 A mãe suficientemente atenta às necessidades físico-emocionais do bebê:
traduz em gestos e palavras estas necessidades e transpondo para o plano
abstrato as vivências do bebê que estavam limitadas ao plano pré-verbal e
concreto.
 O bebê vai nomeando aquilo que existia somente no plano concreto e
construindo seu repertório simbólico-abstrato.
 Surge a diferenciação progressiva entre o corpo do bebê e o corpo da mãe, bem
como a diferenciação entre o mundo concreto-somático e o mundo abstrato-
psíquico.
 O bebê passaria a identificar seu próprio corpo abstratamente. A mãe seria a
decodificadora de processos corporais para o nível psíquico, promovendo a
função transcendente.
 A ausência de uma mãe suficientemente provedora : dificuldade na capacidade
simbólico-abstrata.
 Em tais pacientes o complexo não é reconhecido no nível abstrato e não pode
ser expresso na fantasia, na imaginação ou no sonho.
 Para adquirir uma via de expressão: soluções neuróticas, dissociativas, ou
expressão orgânica.
 Portanto, mensagens psíquicas que não encontram representação estariam
contidas no sintoma orgânico.
 Todos os órgãos e sistemas
 Não apenas cada órgão do corpo tem sua influência específica na formação de
determinados símbolos, como também cada sistema corporal
 Respiratório, digestório, cardiovascular, neuroendócrino e locomotor - afeta, a
seu modo, numerosos símbolos estruturantes.
 Transdução
 “A mente, por ter capacidade para simbolizar na forma lingüística e extra-
linguística, pode também ser considerada como um meio de codificação,
processamento e transmissão de informação do organismo, psique e soma”.
(Ramos,1994, p.52)

 Nova forma de expressão


 É preciso buscar a conexão entre as polaridades física e psíquica
 Possibilidade de transdução
 Uma vez transduzida a expressão da polaridade física para a psíquica, a
expressividade do sintoma diminui
  Surge a diferenciação progressiva entre o corpo do bebê e o corpo da mãe

  Vem a diferenciação entre o mundo concreto-somático e o mundo abstrato-


psíquico.

  O bebê passa a identificar seu próprio corpo abstratamente.

  A mãe é a decodificadora de processos corporais para o nível psíquico,


promovendo a função transcendente.

 A ausência de uma mãe suficientemente provedora: dificuldade na


capacidade simbólico-abstrata.
  Em tais pacientes o complexo não é reconhecido no nível abstrato e não pode
ser expresso na fantasia, na imaginação ou no sonho.

  Para adquirir uma via de expressão: soluções neuróticas, dissociativas, ou


expressão orgânica.

  Portanto, mensagens psíquicas que não encontram representação estariam


contidas no sintoma orgânico. Ramos (1994)

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