You are on page 1of 4

DIREITO PENAL

Teoria – Direito Penal – Parte Geral


Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

TEORIA – DIREITO PENAL – PARTE GERAL

INSTITUTOS RELACIONADOS AO ITER CRIMINIS


5m

Fundamento:

• Arts. 14 e 17 do Código Penal (CP).

São eles:

• Tentativa (art. 14, CP);


• Desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP);
• Arrependimento posterior (art. 16, CP); e
• Crime impossível (art. 17, CP).

Esses são temas bastante frequentes tanto nas peças práticas quanto nas ques-
tões da OAB.
O iter criminis é o “itinerário do crime”, ou seja, são as fases/etapas do crime. Vale lem-
brar que, a depender da corrente doutrinária, as fases do crime são quatro ou cinco:
a) Cogitatio;
b) Preparação
c) Execução;
d) Consumação; e
e) Exaurimento (corrente minoritária).
10m
Vale lembrar que, na maioria das vezes, o examinador não cobra questões em ques-
tões de segunda fase assuntos que trazem divergências doutrinárias muito acentuadas. No
entanto, nas poucas vezes em que isso acontece, o examinador pontua o fato de o candidato
trazer o entendimento majoritário e o minoritário.
Assim:
a) Cogitatio: é a fase da vontade, em que o sujeito apenas tem a vontade de praticar o
crime, mas não a exteriorizou. Logo, nessa etapa não se pode ter criminalização, pois violaria
o princípio da lesividade;
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO PENAL
Teoria – Direito Penal – Parte Geral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

b) Preparação: é a fase em que começa a haver a materialização dessa vontade. Ou


seja, o sujeito começa a praticar atos concretos, mesmo que não tenha ainda executado a
conduta criminosa. Ex.: o sujeito tem vontade de matar alguém e, por conta disso, adquire
uma arma de fogo.
Regra geral, não se pude os atos preparatórios. A punição, como regra, será iniciada no
momento da execução (vide art. 14, II do CP).
Art. 14. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Inclu-
ído pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
15m
Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11/07/1984)
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena corres-
pondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. (Inc Incluído pela Lei n. 7.209,
de 11/07/1984)
No entanto, existem duas exceções:
1. Lei n. 13.260/2016 (Lei de Terrorismo): a lei permite a punição dos atos preparató-
rios do crime de terrorismo. A tentativa de atos de terrorismo, portanto, não começa com a
execução, mas sim com os atos preparatórios (vide art. 5º).
2. Quando o ato preparatório de um crime constitui consumação de outro crime:
um exemplo é quando o sujeito deseja matar alguém e, para isso, compra uma arma de fogo
sem ter porte de arma ou uma arma de fogo com numeração raspada, de uso restrito ou proi-
bido etc.
20m
No caso do exemplo acima, o simples fato de o sujeito ter adquirido uma arma irregular-
mente já constitui um crime autônomo e, por isso, pode ser punido, mesmo sem ter praticado
o homicídio.
Todavia, vale lembrar que a aquisição dessa arma não permite punir pela tentativa de
homicídio.
Assim, vale reiterar que, regra geral, o ato preparatório por si só não pode ser punido,
salvo as exceções que foram trazidas acima.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO PENAL
Teoria – Direito Penal – Parte Geral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

DIRETO DO CONCURSO
1. (XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO FGV/PROVA APLICADA EM 01/06/2014/QUES-
TÃO 1) Gustavo, retornando para casa após ir a uma festa com sua esposa, é parado em
uma blitz de rotina. Ele fica bastante nervoso, pois sabe que seu carro está com a docu-
mentação totalmente irregular (IPVA atrasado, multas vencidas e vistoria não realizada) e,
muito provavelmente, o veículo será rebocado para o depósito. Após determinar a parada
do veículo, o policial solicita que Gustavo saia do carro e exiba os documentos. Como
havia diversos outros carros parados na fiscalização, forma-se uma fila de motoristas.
Gustavo, então, em pé, na fila, aguardando sua vez para exibir a documentação, fala
baixinho à sua esposa: “Vou ver se tem jogo. Vou oferecer cem reais pra ele liberar a
gente. O que você acha? Será que dá?”. O que Gustavo não sabia, entretanto, é que
exatamente atrás dele estava um policial que tudo escutara e, tão logo acaba de proferir
as palavras à sua esposa, Gustavo é preso em flagrante. Atordoado, ele pergunta: “O
que eu fiz?”, momento em que o policial que efetuava o flagrante responde: “Tentativa
de corrupção ativa!”.
25m
Atento(a) ao caso narrado e tendo como base apenas as informações descritas no
enunciado, responda justificadamente, aos itens a seguir.
a. É correto afirmar que Gustavo deve responder por tentativa de corrupção ativa?
(Valor: 0,70)
b. Caso o policial responsável por fiscalizar os documentos, observando a situação irre-
gular de Gustavo, solicitasse quantia em dinheiro para liberá-lo e, Gustavo, por medo,
pagasse tal quantia, ele (Gustavo) responderia por corrupção ativa? (Valor: 0,55)

COMENTÁRIO
A questão objetiva extrair do examinando conhecimento acerca do iter criminis e dos cri-
mes praticados por particular contra a administração pública.
a. Nesse sentido, relativamente à alternativa “A”, o examinando deve lastrear sua resposta
no sentido de que o delito de corrupção ativa (artigo 333 do CP) é crime formal que não
admite, via de regra, a modalidade tentada (exceto, como exemplo recorrente na doutrina,
se o crime for praticado via escritos). Além disso, levando em conta a narrativa do enuncia-
do, percebe-se que o delito em análise sequer teve o início da execução e, muito menos,
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO PENAL
Teoria – Direito Penal – Parte Geral
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

atingiu a consumação. Isso porque a corrupção ativa somente se consuma com o efetivo
oferecimento ou promessa de vantagem indevida, o que não ocorreu no caso narrado.
Consequentemente, a conduta levada a efeito por Gustavo é atípica.
30m
Obs.: É importante destacar que, em tese, é sim possível a tentativa nos crimes formais,
mas é de difícil ocorrência. Dessa forma, o crime de corrupção ativa até poderia acontecer
de forma tentada, contudo, nesse caso concreto, não há tentativa, pois Gustavo não iniciou
os atos de execução.
b. No que se refere a alternativa “B”, por sua vez, o examinando deve indicar que caso
Gustavo pagasse a quantia solicitada pelo policial ele não responderia por corrupção ativa
pelo simples fato de que tal conduta sequer está descrita no tipo penal do artigo 333 do CP,
configurando, portanto, fato atípico.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Fábio Roque.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4

You might also like