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Laser e led

Lasers e Tecnologias da Luz: o que são e como funcionam

A palavra Laser na verdade é uma sigla para Light Amplification by Stimulated


Emission of Radiation (ou Amplificação de Luz por Emissão Estimulada de Radiação).
Trata-se de uma radiação eletromagnética que pode ser usada para atingir diversos
objetivos.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) explica que, na Dermatologia, o Laser


é direcionado para um alvo específico na pele, que pode ser um pigmento do próprio
organismo como a melanina (presente nas manchas de sol), a tinta de uma de
tatuagem ou até mesmo a água, como acontece com os lasers fracionados que
estimulam a produção de colágeno novo por meio do aumento de temperatura.

As tecnologias de Laser aplicadas na estética podem ser classificadas em três


categorias: as de baixa potência, de média potência e de alta potência – que só
podem ser utilizadas por médicos e são empregadas em procedimentos cirúrgicos.

Lasers de média potência também estão entre os usados para procedimentos como
remoção de tatuagem e depilação. Seu efeito térmico causa modificações na estrutura
da pele, o que os diferencia dos de baixa potência, que apenas estimulam a melhora
de alguma função específica que as células já são capazes de realizar por conta
própria.

No rol de média e baixa potência, estão também outras tecnologia da luz empregadas
em procedimentos estéticos: a Luz Intensa Pulsada (LIP) e o LED (Light Emitting
Diode, ou Diodo Emissor de Luz). Ambas tecnologias ocupam espaço no mercado e
são reconhecidas como eficientes instrumentos de diagnóstico e tratamento. As
principais diferenças entre Laser, o LED e a Luz Intensa Pulsada têm a ver com a cor,
a direção e a potência da luz.

Luz Intensa Pulsada

É uma tecnologia que emite feixes de luzes difusas e de diferentes cores. Atua
diretamente com os componentes fotorreceptores da pele (que reagem de acordo com
a luz). Quando esses componentes da pele aquecem, o tecido coagula a ativa reações
químicas do organismo. Dessa maneira, é lesionado apenas o tecido alvo, aquele que
interage com a luz que a pele está recebendo.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia indica a Luz Intensa Pulsada para tratamentos


que buscam o rejuvenescimento da pele, por proporcionar aumento na espessura,
estimular a produção e reorganizar uniformemente as fibras colágenas e elásticas
(responsáveis pela firmeza e elasticidade da pele) – além de aumentar a atividade dos
fibroblastos (células da derme responsáveis pela secreção das fibras de elastina e de
colágeno).

Na pele envelhecida, a aplicação da Luz Pulsada provoca a redução de


teleangiectasias (microvasos), rubor e vermelhidão. Também proporciona melhora da
aparência de rugas finas e grossas, da textura e aspereza da pele, na redução do
tamanho de poros e na secreção de sebo, na elasticidade, na redução da elastose e
na diminuição de ceratoses actínicas e manchas.

Infravermelho e lasers de baixa intensidade


Laser e led

Os lasers de faixa de luz infravermelha (invisível aos olhos nus) estão entre os lasers
de baixa potência indicados para lesões profundas por apresentarem propriedades
analgésicas, anti-inflamatórias e bioestimulantes. O mais comum destes é o laser de
Arseneto de Gálio (AsGa). As pesquisas indicam bons resultados da aplicação desse
tipo de laser inclusive no tratamento de feridas crônicas de difícil cicatrização.

Alguns dos efeitos observados após os tratamentos com infravermelho foram aumento
da circulação local, proliferação celular e capacidade de cicatrização do tecido
conjuntivo através da síntese de colágeno – o que contribui na reparação de perdas de
substância, sobretudo em úlceras de diversas origens, queimaduras, feridas
traumáticas e operatórias.

Como não produz calor, a laserterapia de baixa intensidade não entrega os resultados
que se manifestam a partir dos efeitos térmicos. No entanto, resultam em outros
efeitos fotofísicos, fotoquímicos e fotobiológicos. Podem ser usados para estimular a
atividade celular, conduzir a liberação de fatores de crescimento, proliferar
queratinócitos, além de estimular regeneração e produção de colágeno e elastina.

Lasers Ablativos

Os lasers ablativos são capazes de vaporizar e remover completamente a epiderme e


uma parte superficial da derme. São usados na dermabrasão, também conhecida
como resurfacing ou laser abrasão. O que eles fazem, em palavras bem simples, é
ferver a água presente nas camadas superficiais da pele. Mas seu efeito é mais
profundo, porque essa lesão térmica acaba estimulando a produção de colágeno.

Entre os lasers ablativos mais usados para essa finalidade estão laser de CO2 e o
Erbium YAG. Os dermatologistas costumam aplicar essa tecnologia em tratamentos
de dermato-heliose da face, cicatrizes de acne, rinofima, rejuvenescimento facial etc.

Os lasers ablativos existem há muitas décadas, mas nos últimos anos passaram por
uma evolução que resultou nos lasers ablativos fracionados – em que o feixe de luz é
difundido em vários micro feixes, como se fosse um chuveiro. Quando é usado, o laser
ablativo fracionado preserva pontos sem lesão na pele tratada, o que facilita o
processo de recuperação.

Laser ND YAG

O laser de Neodímio YAG, também conhecido como ND YAG, é um tipo de laser


fracionado, mas não ablativo, que consegue atingir as camadas mais profundas do
tecido da pele. Funciona emitindo um comprimento de onda de luz de alta energia,
que, quando focada em uma determinada condição, cria calor e destrói as células
doentes.

Pode ser usado em diversos tratamentos, como para lesões e marcas de nascença
vasculares, varizes, telangiectasia e hemangioma. Também são eficientes na remoção
de manchas da pele, de pêlos e de tatuagens, tratamento de onicomicose – uma
infecção em unhas causada por fungos que se alimentam da queratina. Os lasers ND
YAG também têm sido utilizados para melhorar a aparência de rugas e outras marcas
de envelhecimento na pele.

O ND YAG é o laser com maior potencial de penetração. Portanto, pode ser utilizado
para tratar alvos profundos no rosto e corpo. Mas talvez sua principal vantagem é que
Laser e led

tem pouco efeito inflamatório, não queima, forma menos crostas – o que possibilita
eliminar ou melhorar lesões vasculares com menos riscos de complicações.

TIPOS DE LED E OS BENEFÍCIOS DE CADA COR


 
Luz vermelha (630 – 700nm): Efeito bioestimulante e regenerador; Anti-inflamatório;
Produção de colágeno e elastina; Aumenta a permeabilidade e tonificação cutânea;
Combate linhas de expressão, rugas, cicatrizes e manchas.
 
Luz verde (470 – 550nm): Inibe o estímulo dos melanócitos que provocam a
hiperpigmentação (manchas); Estimula a microcirculação, desobstrui vasos linfáticos e
elimina edemas.
 
Luz azul (400 – 470nm): Ação bactericida, oxigenante e cicatrizante; Diminui a
produção excessiva de oleosidade e secreção sebácea; Auxilia na oxigenação e na
regeneração do tecido; Melhora a hidratação; Tem efeito clareador.
 
Luz âmbar – amarela (570 – 590nm): Aumenta o movimento do sistema linfático;
Melhora a textura da pele; Aumenta a síntese de colágeno e elastina.
 
Luz violeta (380 – 450nm): Regeneração celular e aumento do metabolismo local;
Melhora da viscoelasticidade; Acelera a renovação da pele; Reduz linhas de
expressão e rugas; Aumenta o nível de hidratação celular e tecidual; Controle de
celulite – hidrolipodistrofia ginoide; Estimula a lipólise.
 
Luz infravermelha (700 – 1200nm): Ação anti-inflamatória; Ação analgésica; Ativação
de fibroblastos, produzindo colágeno e elastina; Aumento da permeação de ativos

Entre as fontes de fototerapia podemos citar o LED, a Luz pulsada (LIP) e o Laser de
baixa potência, todos eles de interesse para a utilização em Fisioterapia
Dermatofuncional. O termo LED surgiu de Light Emitter Diode (Diodo Emissor de Luz)
que possui princípios de funcionamento como a fotobioestimulação, atuam em forma
de cascata de respostas celulares resultando na modulação da função celular,
proliferação celular e reparação das células comprometidas.

O LED não causa aumento de temperatura significante, ele atua de forma distinta da
Luz Pulsada que é um sistema com lâmpadas de flash, filtros para seleção do
comprimento de onda e refletores para direcionamento da luz. A luz intensa pulsada
ou LIP tem efeitos térmicos e através de sua ação pode tratar diversas patologias
como acne, discromias não melanogenicas benignas, rosácea, telangiectasias,
envelhecimento cutâneo e ainda pode realizar epilação. Mas seus efeitos térmicos
também são citados na literatura como um possível risco, pois além das queimaduras,
ela estimula o aumento da espessura da epiderme, com consequentes alterações
morfológicas importantes.
Laser e led

Os estudos atuais mostram importantes interações entre fontes luminosas. O LEDs


vermelho tem efeito protetor ao tecido cutâneo submetido ao calor da Luz pulsada pela
indução de um estado de uma resistência natural à pele (possivelmente através das
vias de sinalização celular) além de se somar ao efeito rejuvenescedor da LIP.
Outra interação interessante para a estética é o cluster. O uso do LED e LASER
associados pode ser significante na obtenção de resultados, pois tem-se um somatório
de efeitos biológicos. O Laser é capaz de criar canais de penetração de substancias,
entre eles os mais efetivos são os infravermelhos com comprimento de onda entre 800
a 900nm. Neste comprimento de onda é absorvido por substâncias presentes na
membrana celular com consequente aumento de permeabilidade celular, água e
absorção de nutrientes. O LED vermelho estimula os processos básicos de energia na
mitocôndria de cada célula sensibilizando os cromóforos e sistema de citocromo. Os
melhores resultados encontrados foram na rapidez do processo de cicatrização de
feridas em especial para os comprimentos de onda 680 nm, 730 nm e 880 nm. Vários
autores observaram relevância no aumento no número de fibroblastos e mitocôndrias
nas células. Em um estudo publicado pelo nosso grupo (Meyer, de pesquisa com 40
mulheres, sendo 20 submetidas a 08 sessões de LED vermelho, perceberam-se
mudanças em relação ao sulco nasogeniano, alvo da avaliação da pesquisa. Outro
estudo também publicado pelo mesmo grupo (Fortuny et al, 2014) demonstrou que a
análise das fibras elásticas apresentou resultados significativos entre os grupos
comparados ao grupo controle através de uma avaliação histológica.

A interação de diferentes fontes de fototerapia sempre vão somar resultados e muita


evidencia cientifica tem sido descoberta sobre sua associação com cosméticos e
também com outros agentes físicos. O mais importante é saber combiná-los.

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