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O caminho do amor e a dor Costumo dizer que assim como existem o caminho do amor e da dor, existem também os mestres da dor e do amor. E os pais, na maior parte das vezes, cumprem ambos os papeis. Quando nao s6 da dor. Os mestres do amor so aqueles que nos dirdo “quao lindos e perfeitos somos", “o quanto nos amam e 0 quanto somos bem-vindos”. Enquanto os mestres da dor, nos darao os limites ou ainda, nos empurrardo para fora do ninho para que criemos asas. Em outras palavras, os mestres da dor nos exigem muito mais. Exigem que desenvolvamos em nés nossa natureza divina. Pois as vezes, 86 Deus em nés € capaz de perdoar um pai abusivo, por exemplo. A questao é que enquanto nao perdoamos, ou melhor, aceitamos plenamente os nossos pais, 0 amor nao pode fur livremente. E assim, ficamos presos a memérias de dor, sem podermos desfrutar plenamente das béngdos que o presente reserva para nés Vale lembrar que nossos pais, muito provavelmente, também possuem uma crianga interior com suas dores, insegurangas, desafios. Quando no aceitamos nossos pais, estamos em verdade rejeitando uma parte de nés mesmos. O que nos faz sentir desencaixados, Sem raizes. E assim como uma arvore sem raizes nao pode crescer nem dar frutos, ficamos estagnados em nossa pequenez, olhando para o passado, e de costas para nosso proprio destino, “A idealizagao também exclui o essencial’, Bert Hellinger. Vida, a aventura da alma O paradoxo da nossa jornada é que a crianga tem nos pais os seus herdis e cobra deles uma perfeicao acima de sua condigao humana, o que a desafia em seu crescimento. A ironia é que a nao realizagdo de nosso potencial esta justamente no fato de nao aceitarmos a vida que veio por meio de nossos pais, em sua inteireza, Ou seja, com todas as dores € desafios que nos foram apresentados. Enquanto ela cobra o que acredita que deveria receber, perde a oportunidade dela mesma alcangar 0 que deseja por meio de seus préprios potenciais. Sob a ética da crianga a vida 6 um conto de fadas cheia de finais felizes. No entanto a vida ¢ um emaranhado de emogées (alegrias, tristezas, dores, contentamentos), crengas, condicionamentos, memérias, herangas ancestrais... ¢ cada um vem com seu “emaranhadinho” para desenrolar. Esta 6 a aventura da alma. O final feliz depende Unica e exclusivamente de abragarmos a vida tal qual ela é, Somos nés os herdis de nossa jornada Averdade é que 0 maior dos tesouros que poderiamos receber dos pais, jd esta em nossas maos: a VIDA! Um campo de infinitas possibilidades. Vocé € o sonho dos seus ancestrais Através de vocé a vida se renova e continua, Quando vocé se cura, vocé ajuda a curar toda a sua ancestralidade. Tomar a vida nas maos consiste em reconhecer a grandeza dos seus pais, como canais para a nossa existéncia. Pai é 0 caminho para a vida. Aquilo que nos move. Quando concordames com o pai, por ser como 6, € possivel seguir 0 nosso proprio caminho. A mae ¢ a prosperidade. O sucesso em nossas escolhas e relacionamentos. Entrar em concordancia com a mae aceitando-a em sua totalidade, nos permite desfrutar de todas as béngdos que a vida nos reserva Honrar nossa ancestralidade é por fim, honrar a prépria vida. E ao seguirmos nosso destino, abrimos as janelas para toda nossa ancestralidade, oferecendo um novo horizonte para as futuras geragdes. Ubuntu — Eu sou eu porque nés somos nés.

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