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Sumario 1 Introdugio. 2 Instalagdo de Controladores Légicos Programaveis.. 2.1 Controladores programavei 2.1.1 Estrutura dos controladores programaveis. 2.1.2 Instalacdo de CPs modulares.. 2.1.3 Instalacdo de CPs monoblocos 2.14 Conexdes elétricas de entradas e saidas 2.1.5 Interfaces COM relé. 2.1.6 Configuracéo do hardware do CP... 221HM... 2.3 Relés PrograMAVels evnnmensenennnnen nn 3 Manutencao de Sistemas com Controladores Légico Programavei 3.1 Finalidade dos controladores programéveis (CPS). 3.2 Sistema de memérias do controlador programavel (CP) 3.3 Funcionamento do controlador programavel (CP)... 3.3.1 Ciclo de processamento (scan) 3.3.2 Sistema de comando elétrico X controlador programavel (CP). 3.4 Programagéo de entradas e saidas digitais 3.5 Manutengao de sistemas com controladores programaveis (CP)... 3.6 Testes de cabos para rede de comunicacao industrial. 3.6.1 Utilizago de multimetro na manutencSo de rede industrial 3.6.2 Instrumentos de teste em redes industrais. 4 Programagao de Controladores Logicos Programaveis (CPs) 4.1 Linguagens de programacéo. 4.2 Areas de meméria do controlador logico programavel (CP). 43 Notma Regulamentadora IEC 61131-3 44 Linguagem Ladder (LD ~ Ladder Diagram)... “44.1 Identificador simbalco e comentarios dalinguagem Ladder 44.2 Execugio de leitura do diagrama Ladder 45 Simulagao e monitoragao em controladores légicos programaveis (CPs) 46 Instrugdo SetRESEt oe nnnnnnnnnnnn 47 Instruées de temporizacéo... - 47.4 TON (Timer On Delay: temporizador com retardo na energizacio, 4.7.2 10F (Timer Off Delay): temporizador com retardo na desenergiza¢éo.. 47.31P (Pulse Timer): temporizador de pulso AB Instrugdo de COMtagEM ecvnnnnenenn 48.1 CTU (Count Up): contador crescente.... 4.8.2 CTD (Count Down): contador decrescente.. 4.9 Fungdes de comparacéo... 4.10 Fungées aritméticas e movimentacao de dados. 4.10 Fungées de operagbes com bits 4.11 Diagrama de blocos funcionais (FBD - Function Block Diagram). 4,12 Tratamento de sinais analégicos 4.13 Especificagao do controlador l6gico programavel (CP). 5 Programas de aplicacdes para Controladores Logicos Programaveis (CLP) M13 5.1 Programa para partida direta de um motor. 14 5.2 Programa para reversao de motor com intertravamento l6gico e elo (FICO) nnn 117 5.3 Programa para partida de motor estrela-triangulo .. 12 5.4 Programa para sinalizagao intermitente (pisca-pisca 126 5.5 Programa de controle de trafego (semaforo) .. we 128 Referéncias. 131 NS reer . es) Anexo 133 ‘Anexo 134 Minicurriculo dos autores nnnnnennnnn er a se 135 Indice 137 Nesta unidade curricular de Controladores légicos programéveis do curso Eletricista Industrial, abordaremos os conhecimentos necessérios para 0 desenvolvimento das capaci- dades técnicas, sociais, organizativas e metodolégicas relativas a instalacdo dos comandos e controles eletroeletrénicos das méquinas industria. Esta unidade sera desenvolvida em carga horéria prevista de 60 horas. Observe o esquema ilustrado a seguir. QUADRO DE ORGANIZACAO CURRICULAR (380h) igus cir do sod etc Fonte ENA! S201) @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Esta unidade curricular forneceré subsidios para 0 desenvolvimento das se- tes capacidades técnicas: a) Configurar controladores légicos programaveis em funcées de suas carac- terisiticas e estrutura; b) Programar controladores légicos programaveis para aplicagao em proces 50s; ©) Elaborar programas de aplicagso em CLP; 4) Diagnosticar erros de programacéo, Nesta unidade, serao abordadas capacidades sociais, organizativas e metodo- logicas de: a) Ser organizado; b) Ter raciocinio logico; ©) Teriniciativa; 4) Terresponsabilidade; €) Teratencao a detalhes; ) Trabalhar em equipe; 9) Manter-se atualizado tecnicamente; h) Ter visdo sistémica. Como eletricista industrial, vocé atuara na confeccdo ou montagem e na instalacdo de elementos, como: a) painéis ou quadros de comandos eletroeletrOnicos para motores e gerado- res; b) sistemas de partida convencionais ¢ eletrénicos de motores elétricos; € Para contribuir com os seus estudos, este livro esté dividido em 5 capitulos. Nocapitulo2, e aplicacbes de controlador logicos programével. 4e Sapresentaremos a instalacdo, manutencdo, programacso Agora que voce viu 0 que iré estudar neste livro, pode estar pensando no quanto esses temas sao desafiadores. Mas fique tranquilo, pois com estudo e de- dicagao, a0 fim desta unidade, vocé tera adquirido os conhecimentos necessérios, para desenvolver as capacidades técnicas para atuar como eletricista industrial. ‘Vamos comegar mais este desafio? Tente imaginar uma industria sem controles automatizados. Imagine, por exemplo, uma industria de reffigerantes tendo que engarrafar seu produto manualmente. Quanto custaria ‘uma tinica garrafa envasada'? Com certeza, teria um custo operacional muito alto eainda esta- ria sujeita a atrasos nas entregas. A industria modema, principalmente a de bens de consumo, utiliza maquinas, controles e processos automatizados para a produgao em larga escala. Neste capitulo, vocé vai conhecer dispositivos de controle importantes em ambientes in- dustriais por contribuirem para a tomada de decisdo com base em modernos processadores, cuja velocidade de resposta vem aumentando dia a dia. Com os dispositivos de controle indus- trial, em especial os controladores programaveis, é possivel aumentar a producdo e a qualida- de do produto, além de diminuir o preco final. Ficou curioso? Entéo, leia este capitulo com atencao. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS ENVASAR Colocarliquidos em vaso, vaslna ou qualquer tembalagem: envasihar. Fonte: 2ue Unidade Cental de Processamento (ou CPU do Ingles - Central Processing Unit) éa parte que controla todas as agdes do.CP eM Eletromagnetc interference ouinterferencia eletromagnética éa Ierferéncia provocada por ‘campos eletoomagnéticos (geradies por motores elétricos,transformadores uate pela queda de relampagos na proximidade, 2.1 CONTROLADORES PROGRAMAVEIS 0s Controladores Programaveis (CP), também conhecidos por Controladores Légicos Programaveis (CLP), 580 equipamentos industriais que fazem 0 controle do funcionamento de maquinas e sistemas automatizados. Segundo a norma IEC 61131/2003, 0 controlador programavel é um sistema eletrénico digital, desenvolvido para ambiente industrial eque usa uma meméria programével para armazenamento interno de instrucdes do usuério, para imple mentacdo de fungées especificas (tais como légica, sequenciamento, temporiza- «0, contagem e aritmética), no intuito de controlar, através de entradas e saidas, Varios tipos de maquinas e processos. OCPe seus periféricos séo projetados de forma a serem integrados compondo ‘um sistema de controle industrial. Assim como os computadores, possuem meméria programavel para armaze- namento e execucdo de instrucées de um programa de modo sequencial con- forme a necessidade do proceso produtivo. Para que 0 CP controle algo, necessita de informacées do comportamento do processo, Para fazer a leitura dessas informacées, ele depende de dispositivos como sensores, bot6es, chaves de fim de curso, entre outros. 48 08 atuadores sdo elementos que podem ser diretamente controlados pelo CP (tais como lampadas, pequenos motores e bobinas de relés) ou podem ain- da ser controlados indiretamente, através de contatores e valvulas como grandes ‘motores e cilindros pneumsticos ou hidraulicos. Fazendo uma analogia com 0 corpo humano, podemos dizer que 0 CP é 0 cérebro que toma decisdes e faz 0 controle do sistema, 05 sensores séo 0s olhos do processo, pois fazem as leituras, e 0s atuadores, por realizarem tarefas, s80 as, pernas e os bracos do sistema. Na funcéo de eletricista, vocé faré a instalacdo fisica do CP, incluindo as liga- ‘Goes dos dispositivos sensores e atuadores, além das configuragées basicas de hardware. Portanto, acompanhe as explicacdes a seguir. 2.1.1 ESTRUTURA DOS CONTROLADORES PROGRAMAVEIS: Um CP é composto por uma estrutura basica formada por: fonte de alimen- taco, UCP? e médulos de entradas e saidas, que podem ser digitais e analogicas. Veja a fungio de cada um desses componentes. 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS DBD + Fonte de alimentacao: recebe tensao alternada (VCA) efomece tensio con- tinua (VCC) estabilizada para alimentar 0 Controlador Programavel. Além disso, as fontes proporcionam protecao contra curto-circuito e contra inter- feréncias eletromagnéticas (EMP). UCP - Unidade Central de Processamento (ou CPU do inglés - Central Pro- cessing Unit): controla todas as ages do CP. Sua funcdo é coletar os dados recebidos pelas entradas do controlador, executar 0 processamento dessas informacées de acordo com 0 programa do usuério (aplicativo), definindo uma resposta para os pontos de saida. Médulo de entrada digital (ou discreta): recebe sinais geralmente conhe- cidos como ON/OFF, ligado/desligado, ou niveis Kigicos 0/1. Entre os disposi- tivos de entrada, é possivel citar, por exemplo: botdes, sensores, pressostato e chaves em geral (nivel, posigéo etc). Médulo de saida digital: fornece sinais digitais do tipo ON/OFF, igado/des- ligado, ou ainda niveis légicos 0/' as saidas do médulo. Essas saidas 540 uti- lizadas para ligagéo de limpadas, contatores, valvulas solenoides, relés etc. Médulo de entrada analégica: recebe um sinal de entrada variével norma mente entre 0 e 10 V ou 4 e 20 mA, provenientes de sensores que fomecem valores analégicos (ultrassonicos, sensores de vazio, termopares etc.) Médulo de saida analégica: é usado, por exemplo, para movimentar, pro- porcionalmente a abertura de uma valvula de controle de vazao, fornecendo um sinal que varia normalmente de 0a 10V ou de 4 a 20 mA. Osinalé envia- do para a vélvula controlando sua abertura, variando assim a vazao. Embora a estrutura basica seja a mesma para todos os CPs, em relacdo a sua estrutura, podemos dividi-los em dois grupos: 0s modulares e os monoblocos. Basicamente, ambos possuem a mesma finalidade, porém com algumas caracte- isticas diferentes. Vamos ver: + CPs modulares: os componentes que formam esse tipo de CP sao dispostos em médulos, conectados uns aos outros. A vantagem é que a quantidade de entradas e saidas pode ser expandida, atingindo um grande numero de Pontos. Além disso, alguns modelos permitem que esses médulos sejam in- seridos ou removidos sem a necessidade de desligar 0 CP, o que evita a pa- ralizacdo da producdo. Como desvantagem, so mais caros e a instalagao & mais demorada, se comparados aos CPs monoblocos. Os CPs modulares s80 ‘mais utilizados no controle de plantas de manufatura e processos industriais de grande porte; @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS + CPs monoblocos: todos os componentes estao inseridos em uma s6 caixa, ou seja, formam um bloco tinico como o préprio nome sugere. A vantagem desse tipo de CP esté principalmente no custo mais baixo e na facilidade de instalagdo. Em contrapartida, possuem um niimero reduzido de entradas e saidas, mesmo em modelos que permitem expansao. Outra desvantagem é que precisa ser desligado em caso de manutencao, paralisando a producéo. Os CPs monoblocos sé muito utiizados para controle de sistemas simples de maquinas e de processos. Veja, nos tépicos a seguir, como sao instalados as CPs modulares e os mono- blocos. 2.1.2 INSTALACAO DE CPs MODULARES J8 vimos que os CPs modulares so formados por médulos interligados que permitem expandir 0s seus pontos de entrada e saida. Os tipos de médulos va- riam conformeo fabricante, de modo que vocé deve consultar catélogose manu- ais para conhecer as caracteristicas de cada modelo. Na maioria dos casos, os médulos sao fixados em trilho padréo DIN 35 ou DIN 35/15, mas podem usar trilhos desenvolvidos pelos préprios fabricantes. Normalmente, 0 médulo da fonte de alimentagao ¢ instalado in! guido da UCP e das entradas e saidas. imente, se- Veja um exemplo de instalagao de uma fonte e de uma UCP de um CP do tipo modular. “ encaixe do conector fixagaonotrilhode _fixacao do médulo sustentacdo fu 2- mitchoda UC em to dpe ante terest S908 Para esse modelo de CP, existem posigdes e sequéncia correta de montagem. Para realizé-la, encaixe o conector no médulo, fixe-o no trilho de sustentacao e, Por fim, fixe o médulo ao trilho usando parafusos. 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS BB Veja, a seguir, como fica a sequéncia com varios médulos instalados, ao final damontagem. cartées de uce entrada/saida fontede alimentacao Fonte: SENAISP 201) rrr Pent eS rae e Te) Na fonte de alimentacao, hé uma chave seletora de voltagem (voltage selec- tor) para selecionar o valor de tenso. Normalmente ela vem de fébrica em 220 V. Caso precise ajustar a tenséo, use uma chave de fenda, Algumas fontes sio de chaveamento automético, dispensando 0 uso da chave seletora, outras possuem ligacoes (jumpers) integradas para a alimentacao em tensdo continua para o m6- dulo da UCP. Ha ainda aquelas em que é preciso fazer a conex3o por meio de fios. Caso voce precise fazer essa ligagdo, atente para a polaridade, pois a ligac3o invertida poderd danificar a UCP. Para que haja comunicacao da UCP com o computador, usamos conectores. Na figura a seguir, vocé vé dois modelos: 0 DB9 fémea e 0 RI45. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS eed rl oo O médulo da UCP também pode ter conexao para comunicacao de rede com ‘outros equipamentos, além do computador. 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS B CG CASOS E RELATOS Jorge recebeu uma ordem de servico para instalar um controlador progra~ mavel em um painel elétrico de comando. Comecou bem, consultou 0 ma- ‘nual do fabricante para ver qual broca (medida do diémetro) deveria utili ar para fazer os furos de fixagao, tracou e marcou a posigdo dos furos com um pungao de bico, depois fez a furagao com a furadeira e a broca e fixou otrilho, Apés a instalagao dos fios, conferiu as conexdes, observando 0 es- quema do projeto e comparando-o com o material que jé estava instalado. Achando que estava tudo certo, chamou 0 técnico para testar 0 equipa- mento. Para sua surpresa, 0S LEDs sinalizadores do médulo de entrada digi- tal piscavam desordenadamente. O que aconteceu? 0 técnico tentou solucionar 0 problema substituindo 0 médulo de entrada digital, mas ndo obteve sucesso. Um eletricista mais experiente percebeu 0 ocorrido e perguntou: vocé jé conferiu 0 aterramento? O terra é a referéncia de retorno de energia de to- dos 0s médulos e da fonte de alimentacao. Omontador acompanhou todo caminho de retorno do fioterrae percebeu algo estranho na terminagio do conector: 0 terminal estava oxidado e mal conectado, afetando 0 bom aterramento. Por isso, o sinal de retorno passa- va por outros caminhos forgando 0 acionamento dos circuitos no médulo de entrada digital Apés a desoxidacao do terminal e seu devido reaperto, o controlador pro- gramével passou a funcionar corretamente. Agora que vocé ja viu a instalagao fisica dos CPs modulates, veja como se faz a instalagdo de CPs monobloco. 2.1.3 INSTALAGAO DE CPs MONOBLOCOS Para apresentar o procedimento de instalacao de um CP monobloco, vamos utilizar um modelo especifico como exemplo, pois o procedimento é muito seme- Ihante para todos os demais modelos. Além das funcées basicas, o modelo que escolhemos possui uma Interface Homem-Maquina (IHM) e um teclado, como ‘mostrado na Figura 5. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS IMH tedado Nesses controladores, a IHM e 0 teclado s4o instalados na parte frontal do pa nel para que o operador da maquina, 0 instalador ou o mantenedor possam inse~ rir ou ler informagées no CP. Para instalar este CP no painel de controle, encaixe primeiramente sua parte superior e, em seguida, abra as presilhas, girando-as totalmente; por ultimo, aper- te 05 parafusos de fixacdo utilizando ferramenta adequada, conforme mostra a figura a seguir. ‘igua6- CPcom i -detahes de manage face opie! 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS BoB 0s fabricantes disponibilizam as dimensdes ¢ o formato correto, ou um gaba- rito para corte da chapa onde ficaré instalado 0 CP. Embora o CP monobloco integre todos os componentes em uma tinica caixa, alguns modelos possuem fonte de alimentagio externa. Assim, certifique-se de como ¢ feita a alimentacao elétrica do modelo que estd instalando e sea tenséo de entrada esté em conformidade coma disponivel. Por fim, assim como ocorre com os CPs modulares, os monoblocos também podem comunicar-se com outros equipamentos. Nesse caso, lembre-se de co- nectar cabo de comunicagéo. ‘Agora que vocé ja viu a instalacdo fisica dos CPs nos painéis de comando, va- ‘mos ver as conexdes elétricas das entradas e saidas, as interfaces, orelé eas con- figuracées de hardware. 2.1.4 CONEXOES ELETRICAS DE ENTRADAS E SAIDAS As conexdes elétricas de entradas e saidas digitais ou analégicas tém seus pro- cedimentos de instalacdo aplicados tanto para CPs monoblocos como para mo- dulares. Acompanhe as explicagées. Entradas digitais Nos pontos de entrada digitais vacé conecta os botdes, as chavese os sensores elétricos e eletronicos de uma maquina ou processo a ser controlado. Encontramos CPs com entradas digitais de tenso alternada e tensdo continua, sendo mais comuns os valores: 120 VAC, 220 VAC ou 24 VDC, respectivamente. Naeletroeletrénica e na informatica, quando uma varidvel assume apenas dois estados fixos e definidos, entendemos que se trata de um bit, pois 0 bit s6 pode assumir dois niveis I6gicos “0” ou “1’: Ou seja, tem tensdo 0 V ou tensio positiva (vec). No grafico a seguir, vocé pode acompanhar um exemplo de sinal digital em uma entrada digital do CP. 6 CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS [AensboEktica sey |_ Mien Nit"? ingeo o Nit fu7- epes de uma en unser el cCécumce Fonte SEWAS?(2013) As entradas de um médulo sao identificadas como I (INPUT). Nos CPs, 0s mé- dulos de entrada normalmente possuem um conjunto de oito entradas, ou mil- tiplos de oito. Exemplo: 8 entradas digitais, 16, 24, 32 entradas e assim por diante. Cito bits correspondem a um byte e nos CPs essas nomenclaturas identificam as entradas ou 0 endereco de cada entrada. O endereco indica a localizagao na me- méria do CP onde serdo armazenados os bits de entradas e saidas, identificados por letras e ntimeros, Veja a seguir um exemplo de enderecamento que identifica a entrada digital deum cP INPUT - Entrada Ne do byte % 10.0 |_e do bit igara8- Enza gal em um? Foote SENA'SP (2013) O simbolo % significa endereco de meméria utilizado na programacao, a letra 110 input (entrada), depois 0 byte e, por Ultimo, o bit. Portanto, um CP com oito pontos de entrada pode receber os seguintes enderecos: 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS B Quadro 1 - Enderegos para CP com 8 entradas Primera entrada sui00 {bi ero) do byteO Segunda entrada uo bit (um) dobyteo Tercera entrada ouio2 bi2 (dos) dobyteo Quarta entrada sui03 bir (tes) do byte 0 Quinta entrada suio bi4(quato) dobyteo Senta entrada suo bit (co) do byte ‘Sétenaentrada 106 bit6 se) do byte Otavaentrada suio7 bi ete) do byte Se 0 CP tiver 16 pontos de entradas digitais, ou seja, dois bytes além dos ende- egos do byte“O” (zero) expostos no quadro 1, ainda teremos os enderecos do byte “1"conforme segue. ‘Quadro 2~ Enderecos para CP de 16 entradas, out {70 aero) do byte Deécima entrada ona {1 (um) dobyte1 Décima primeira entrada oun b72 (dis) dobre Décima segunda entrada outs. bi ts do byte Deécima tercekaentada outs bi4(quato) dobyte1 Décima quarta entrada outs: {bit (cinco) do byte Deécima quinta entrada oun i605) do be 1 Décima seata entrada oun bi sete) do byte Observe que a primeira entrada inicia pelo bit 0 ea ultima no bit 7. Sendo as- sim, temos 8 entradasno primeiro byte (byte 0) e mais 8 entradas no segundo byte (byte 1) totalizando 16 entradas, da primeira entrada até adécima sexta. Esses sdo apenas exemplos mais utilizados de enderecos, pois podemos atri- buir outros enderecos que nao iniciem necessariamente com o byte em zero. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Para que vocé saiba como conectar os dispositivos aos pontos de entrada de um CP, veja um exemplo de diagrama elétrico de instalagdo de um botéo de co- ‘mando conectado a um desses pontos de entrada digital. botiosem acionamente repouse) pontos de entradas do controlador programével botioaconado manualmente pontos de entradas do controlador programavel + 2evec gua hatlago ética de un btio em pont deeds de um cP Forte SENN'S? (2013) Observe que 0 botdo fornece 0 V, nivel légico "0" quando nao esta acionado porque esté aberto. le fornece +24 VCC, nivel légico "I" quando estiver pressio- nado. Veja que a entrada do CP possui dois niveis légicos 0 ou 1, portanto cada entrada é um bit que pode assumir dois estados ligicos, 0. ou 1. \Vejamos agora um exemplo de pontos de entrada digital CC de um CP. igus 10- Pontos de entradas get un Fonte SENA'SP(2013) 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS B A instalagio fisica dos dispositivos de entrada nos pontos de entrada do CR assim como nos pontos de saida, pode ser feita utilizando parafusos, terminal de pressao ou conector de encaixe. Observe uma instalacao feita por terminal block. gua 1 Conard ena po terminal lock Fonte SENAISP 2019) Encontramos dois tipos de entrada digital de tenso continua de um CP, as entradas tipo PNP e tipo NPN. + Entrada PNP — nesse tipo de entrada, conectamos tensao positiva, por exem- plo, +24 VCC, nos botées, nas chaves e nos sensores, de modo que quando so acionados fornecem essa tensdo positiva para o ponto digital de entrada do CP.O polo Negativo ou (0V) ¢ 0 ponto comum conectado ao GND ou 0 comum do CP. Observe, no diagrama a seguir, as ligacdes de alguns dispositivos conectados a entrada PNP de um CR, Leva fonte [O** pontos de vouwvec st ‘Owe! entrada m Qvc2 (PNP) ~~ om sie controlador Qsies Programével Y Qs ur ove Q ov-0¢¢em Fonte Sows 20) Observe que a alimentacdo positiva +24 VCC ¢ conectada aos dispositivos de entrada, enquanto 0 0V ou DC Com esta conectado diretamente a0 ponto co- mum do CP. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS * Entrada NPN: Nesse tipo de configuracéo, 0 0 V da fonte ¢ conectado aos dispositivos de entrada (tais como botdes, chaves de fim de curso e sensores eletrénicos) e 0 polo positive é ligado ao ponto comum, oVDC ou VDC Com ou ainda + VDC, do CP. Veja, no diagrama a seguir, as ligacdes dos dispo: tipo NPN. mes eo jtivos nos pontos de entrada me me 82 = 0 -4(-V0C) 100 Pontosde Oxia! Enirada e%iaz (NPN) emia @x1a4 Controlador enios Programavel esas ‘exar 9 v0°-0C con Existem CPs com entradas digitais que podem ser tanto PNP, que trabalham com 0 0V comum e recebem o positive na entrada, quanto NPN, que recebem 0 negativo nas entradas e nos quais +VCC é comum, bastando conectar o polo que Figura 3 Gems dense de penton ns parton de ereada dit NN Fonte SENN'S? (2013) vocé deseja que seja o comum. Entradas Analégicas Para entender o que é uma entrada analégica, saiba o que é um sinal analégi- o, Para tanto, veja esse exemplo de sinal. 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Bo SSINALANALOGICO. Tempo Fgura mpl deal lho fonts SS 201) Observe no grafico que a tensdo varia a0 longo do tempo. Sinais como esses so gerados por sensores de temperatura, de pressio, de vazdo e tantos outros ‘que medem grandezas analogicas. Existem dois tipos de entradas analigicas de um CP, as entradas de tensio e as de corrente, + Entrada analégica de tensao: essas entradas trabalham com faixas de valo- res e de tensdo, e qualquer valor dentro da faixa de tensao ¢ lido e interpre- tado pelo Controlador Programével. Os padres de leitura de tensao mais co- munssio:de0a 10V,de 1 a5V, de 1a 10V ede-10a +10V. Ottipo de padréo de tensdo a ser usado depende do tipo de sensor utilizado e da aplica¢ao. Esses sensores que trabalham com padres de leitura de tenso devem ser ins- talados com cabos dotados de malha, ou cabos shield, com as duas extremidades conectadas ao ponto de aterramento, para protegero sinal ea medigo contra as interferéncias. Veja a ilustragao a seguir. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS malha de blindagem conexao com médulo de entrada analégica ced blindagem do cabo conexao XO do sensor conexdo com o aterramento figura S- Ute deco bindado ema sera Nos sistemas que trabalham por tensio, 0s sensores devem ser instalados prox ‘mos do controlador para evitar perdas por quedas de tensio no percurso até o CP. Veja, a seguir, um exemplo de sensor de presso do lado esquerdo de um ma- nometro (medidor de pressdo) instalado em um ponto de entrada analégica, que trabalha por leitura de tensdo de 0a 10 Vem um CP.O sensor de pressao PT esta instalado na entrada EAO do médulo de entrada do CP. IC or oe Fira 6 Sensor de pressoisalado em enadanalgca de esio de un P 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Bo Observe a ampliacao a direita da imagem central. Cada entrada analégica esta devidamente identificada pelas anilhas EAO, EAI e EA2. + Entrada analégica de corrente: esses médulos trabalham com faixas de va- lores de corrente, e qualquer valor dentro da faixa ¢ lido e interpretado pelo CP.Os padrées de leitura de corrente mais comuns so: de 0 a 20 mA e de4 a20mA. Por uma questo de seguranga, alguns processos ndo devem trabalhar com o adro de 0 a 20 mA, pois caso 0 cabo do sensor seja rompido entre o ponto de origem ea entrada do CR, um erro no controle certamente seria ocasionado. Ima- gine um sistema cuja variagao de temperatura seja de 0 a 600°C e corresponda, respectivamente, a variagéo de entrada 0 e 20 mA. Caso 0 cabo do sensor se rom- pa, informacéo que chegars a0 CP seré de 0 mA, o que pode nao corresponder a medida real Os padres de leitura de corrente s40 mais indicados para os casos em que sensores esto instalados distantes do controlador, porque o padrao de corrente sofre menos perdas ¢ interferéncias eletromagnéticas do que o de tenséo. Saidas Digitais Nas saidas digitais de tensio continua, vocé conecta limpadas, bobinas de contatores, solenoides de valvulas, atuadores eletropneumaticos e eletro-hidréu- licos, pequenos motores, entre outros dispositivos da maquina ou do processo a ser controlado, Os pontos de saida digitais podem ser: + digitais PNP ~ nessa configuracéo, os pontos de saida do CP forecem o ositivo para as cargas conectadas & saida do médulo, sendo 0 negativo 0 onto comum para ligac3o das cargas; + digitais NPN — fornecem 0 negativo para as cargas conectadas aos pontos de saida, sendo 0 positivo 0 ponto comum de ligagio de todos dispositivos;e + relé de contato seco — cada ponto de saida possui um contato NA que pode ser alimentado tanto por tenséo positiva, quanto pelo negativo, dependen- do da configuragao escolhida. Cada ponto de saida é identificado pela letra Q (OUTPUT) e geralmente os CPs ossuem um conjunto de pontos de saida multiplo de cito. Oito (8) bits correspondema 1 (um) byte e nos CPs sao aplicadas essas nomen- claturas para identificar cada saida do CP ou 0 endereco de cada saida. Veja, no esquema a seguir, a forma utilizada para identificar as saidas digitais de urn CP. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS OUTPUT - Saida Ne do byte %Q00 Ne do bit Fonte SENN'SP(203) Toda saida tem no inicio a letra "Q’; depois 0 byte e por titimo o bit, portanto, ‘um CP com dezesseis saidas pode ter 0s seguintes enderecos. ‘Quadro 3-Enderecos para CP de 16 saidas Primeirasaida 00 ‘bit0 (zero) do byeo Segundo aida 01 ‘bie (um) do byte Tercera sida q02 ‘bit 2(dols) do byteo Quarta sada 003 bie 3 (es) do bxeo Quinta saida %Q04 ‘bit 4 (quatro) do byte Seta sada 05 ‘bit 5 (cinco) dobyteo Sétima sida 006 bit6 sei) dobyteo (Oftava sala Q07 ‘bit? Gete)dotyteo Nona sada O10 ‘bit 0 fer0} do byte 1 Décima said wand ‘bit (um) do byte 1 ‘Décima primeira aida 12 ‘bit 2 (dois) dobyte1 Deca segunda aida 013 ie tes) do byte Décima terarasaida mors ‘bir (quatro) do byte 1 Décima quarta sada mors bit (cinco) do byte Décima quinta sada a6 bi ses) do be 1 Deca sexta saida wars (bi set) do bye Observe que temos 16 saidas, de %Q 0.0 até %Q 1.7, e para cada saida indica- ‘mos um endereco correspondente. No entanto, poderiamos adotar outros ende- egos, conforme conveniéncia. 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS BS Para entender melhor, veja exemplos de algumas cargas e a forma de ligac3o de saida digital de um CP. Pontos sav] | deSaida eo! | (PNP) Fone voc eo ond Controlador Programavel gua 1 instal de dons deers conus saa de um CP As ligaes em relacdo as cargas na configuragao NPN ou PNP possuem ape- 1nas uma diferenga: a inversio na polaridade da alimentacao. A instalagdo dos pontos de saida com CP que utiliza contato seco pode for- recer um sinal positivo ou negativo, dependendo da especificacso. A Figura 19 ilustra a parte interna de um CP com os pontos de saida ao relé de contato seco, Figura 19- Gro de ital de lo aconato seco Fonte SENAISP QO) Saidas Analogicas Nas saidas analégicas, voc® instala os dispositives que funcionam com varia- ‘a0 de tensio ou de corrente, dependendo da necessidade e da aplicagao. Como exemplos, podemos citar o controle de velocidade de um motor de uma esteira de pecas através da variacao da tensdo enviada ao inversor de frequéncia do mo- to¥, e0 controlede vazio de um liquido através do controle da corrente que passa em uma valvula, conhecida por vélvula proporcional. o CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS 1s “unt SA0-saida entrada analégica motor trifésico sob analégica do inversor controle de zero de frequen velocidade gra 20- Sidaanalgca iad no nversorde equi Fonte SENN SP (2013) Nesse exemplo,o ponto de saida analogico de controle de tensao fornece uma variagdo de 0 a 10 VCC para o inversor de frequéncia e com essa variagio 0 dis- positivo alterna proporcionalmente a rotacao do motor de 0 a 3500 rotacdes por minuto, 2.1.5 INTERFACES COM RELE Ainterface com relé, ou interface de acoplamento, ¢ um importante recurso empregado na protecio dos médulos de entrada e saida digital de um CP, sendo sua utilizacao mais comum na saida, cuja fungéo é isolar o médulo digital do CP €.05€lementos externos, como por exemplo, uma bobina de um contator ou uma solenoide. Caso ocorra algum curto-circuito, por exemplo, na bobina de um contator que esté ligada & saida da interface ao relé, ele poderd ser danificado, porém a saida do CP serd preservada. 2 INSTALAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS BD \Veja um exemplo de um diagrama de instalacao desse tipo. all gl sensors controlador ) \ echoes = soon cad i | interface interface com rele comrelé op_potetstst wlely) /- Bobinasolenoide Voce deve ter percebido que tanto para entrada como para saida digital, os simbolos dos dispositivos s80 05 mesmos, ou seja, para entrada digital tanto faz ser um botdo ou sensor, pois simbolo sera igual. Na saida digital temos a mesma situagdo: seja o acionamento de um solenoide, seja de uma lampada, 0 simbolo também é igual ‘Outro detalhe importante é que cada dispositive conectado no CP é associado a ‘umendereco, o qualiindicaa localizagio de meméria doCP e éidentificado porletras erniimeros, cuja nomeclatura depende de cada fabricante. Veja 0 quadro a seguir. ‘Quadro 9 -Exemplo de enderecamentos de entradas e saidas digitais Siemens 100,001 ..107 (000,0011...007, Aus 9800, 980... 9407 6000, %00.1...96007 Allen Bradley 1900 107....077 ‘3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS BD Para entendermos melhor esse exemplo, vamos ver como ficaria a programa- {¢40 aplicada ao acionamento de um motor com reverséo de rotacéo. Esse tipo de acionamento foi visto na unidade de comandos elétricos. Relembremos 0 diagrama. 2~60H2220V : | sctmnnao is = en ee app sof sift ef wf “cd °c eee eee = "gua 35- Dla de comande pond pas eer de nto tifco Fonte SENAISP 2019) Observe o diagrama de comando e identifique quais sdo os dispositivos de entrada e saida digital a serem conectados no CP. Identificou? Agora, confira: a) entradas digitais:F7, $0, S1 eS2; b) saidas digitais: K1 e K2 Substituindo 0 diagrama de comando por um controlador programével mo- nobloco, 0s circuitos ficam assim: 6 CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Circuito do comando Circuito de poténcia 3~60HeR20V — uv Fina 36- Comindo dee de motrin um? vores 390 Nafiguraa seguir é demonstrada uma tela de elaboracdo de programa Ladder. Observe 0 programa e perceba que ele ficou muito semethante ao diagrama de comando elétrico tradicional. E importante destacar que a identificacso das entradas, no programa, costuma ser diferente da indicagao impressa proxima aos bornes, no CP. Isso ocorre porque a identificacdo das entradas no programa é feita por meio de enderegos, que podem variar de acordo com o fabricante do CP ou com oambiente de programa- G20. No exemplo da figura 37, os enderecos so indicados por meio do simbolo %, seguido pelo nimero que representa cada endereco. Na mesma figura hd uma legenda com a relacdo entre entradas indicadas nos bornes do CP com os ende- 1e¢0s utilizados no programa A principal diferenca que se pode notar entre o esquema do comando apre- sentado na figura 36 e o programa da figura 37 é a utlizago de contatos NA para as entradas 10.1 (ligada ao relé térmico F7) e 9410.2 (ligada a0 botdo $0). Note que, no comando, 0 relé térmico F7 € 0 botdo SO possuem contatos NF. Qual a ra- 30 para representé-los, no programa, como contatos do tipo NA? Para entender melhor como isso funciona, vamos imaginar que desejamos ligar 0 contator KI. ‘3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS B representado por 9Q0.1. Para isso, as entradas %I0.1, 9610.2 e %10.3 precisam ser acionadas. Como as entradas %10.1 e %0.2 esto conectadas a dispositivos com contatos NF, as duas jé dio condigées para 0 acionamento. Portanto, para ligar %00.1, basta acionar 9410.3, 0 que ¢ feito quando pressionamos botdo S1, j4 que ele possui contatos fisicos do tipo NA. wor ane xin o2 sons Ccontatos sed we tevin TT Cortatos de interravamento fseee, sn \ eae sone 8 ea 902 She ‘gua 37- Progamacioem Lad prsrovriiode meter Fonte ENA'SP 2013) Outro detalhe que precisamos observar refere-se aos contatos auxiliares rela- cionados a.%Q0.1 e %0.2 (selos), assim como a %Q0.1 € %00.2 (intertravamen- tos). Esses contatos nao existem fisicamente, ou seja, sdo apenas contatos virtuais. A partir do item a seguir, estudaremos a ocorréncia de possiveis falhas em sis- temas que utilizam controladores programaveis, além de verificarmos alguns pro- cedimentos de teste para correcao de 3.5 MANUTENCAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES PROGRAMAVEIS (cP) Da mesma forma que fizemos anteriormente, utilizaremos uma aplicagéo ‘como base para 0 nosso estudo. Vamos la! A figura a seguir demonstra um proceso de secagem de pecas que funciona da seguinte form: a) o sistema é ligado por um botdo $3 (NA). O motor M1 é acionado, movi- mentando a esteira; b) osensor ético $1 (NF) detectaa peca e desliga M1, parandoa esteira; ©) arresisténcia RI e motor M2 resfriador sdo ligados, iniciando a secagem da peca; 4) apds um tempo de 10 segundos, destigam R1 e M2 e liga novamente M1; @) sensor dtico S2 (NF) detecta a pega e desliga M1, ea peca pode ser retira- da daesteira pelo operador. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS (© boto $4 (NF) desliga a maquina, caso necessério; e 0 botdo S5 (NF) faz 0 desligamento se acontecer alguma emergéncia. cr 354 3 Figura. Sinema desecagem de pegs come? Fonte SENAISP(203) Note que esse processo possui uma interface homem-méquina (IHM) conec- tada a0 CP. AIHM, nesse caso, tem a funcio basica de receber sinais provenientes de sensores e botdes e demonstrar de forma gréfica ao operador tudo o que est acontecendo com a producto. Esse tipo de IHM se torna também uma ferramenta para o diagnéstico de fa- thas, pois, asm de monitorar, ¢capaz de armazenar em um banco de dados os alarmes e eventos gerados no instante em que ocorrerem. Vejamos agora o diagrama elétrico de instalacso do controlador programavel. ‘3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS Bo ee B. ro | eee Fou 9- Diugamacteicode rttagdodo cP Fonte SENA'SP 2013) Perceba no diagrama elétrico que as saidas digitais estdo ligadas a contatores (Ki, Ke K3) que por sua vez acionam as respectivas cargas motor (M1), motor M2 € resisténcia (RI), funcionado como uma interface de poténcia. A seguir, podemos acompanhar o diagrama Ladder do sistema de secagem de pecas. A novidade desse sistema esta na insergéo de um temporizador com retardo na energizagao, cujo principio de funcionamento vimos na unidade de comandos elétricos. A diferenca é que agora 0 temporizador (T1) usado no con- trolador é apenas um elemento virtual, e nao mais fisico. Veja. wos os wea wor wz xomt wna eemcltan | alee [onthe emits cs ont Contato de selo virtual a sana nos Ve et Temper Fura 40- Diya Ladder do ste de scape de pes one: SENAISP 201) @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS ‘Vamos analisar agora a descri¢ao de funcionamento do Ladder visto no diagra- maanterior. ‘Ao pressionar 0 botdo $3, 0 contato Ladder 410.3 fecha e acionaa saida digital %Q0.1, igando o motor M1 da esteira Essa saida permanece ligada por um con- tato de selo virtual %00.1. A pega é movimentada pela esteira e, quando chega em frente ao sensor $1, este envia um sinal 8 entrada digital 910.1, que abre o contato NF Ladder, desli- gando %Q0.1 e consequentemente o motor da esteira. AAlém disso, 0 contato NA de %l0.1 se fecha ¢ liga %Q0.2, 9600.3 e TI, que li- gam, respectivamente, 0 motor M2, a resisténcia e 0 temporizador. Este ultimo tem como funcdo manter o sistema de secagem ligado por um tempo predeter- minado. Assim, apés um minuto, abre os contatos NF, desligando %00.2 e 900.3. Ao ‘mesmo tempo, fecha 0 contato NA e liga K1, acionando novamente o motor da esteira, (Ossensor 52 detecta a pega e envia um sinal para a entrada digital %10.2, que abre 0 contato NF, desligando %Q0.1, que para 0 motor e deixa a peca disponivel para 0 operador retiré-la da esteira. ‘Como faltou explicarmos sobre o desligamento do sistema, faremos isso a se- guir. Acompanhe. Vocé deve ter percebido que os contatos Ladder 90.4 e %10.5 correspondem, respectivamente, aos botdes $4 e $5. Até aqui tudo bem, mas vocé saberia res- ponder por que esses contatos Ladder foram inseridos como abertos, jé que os botdes $4 e S5 so NF? Lembre-se que vimos uma situago semelhante nesse ‘capitulo no programa em Ladder para reversao do motor. Isso acontece porque, como os botdes S4 e S5 so NF, € assim estdo constan- temente enviando alimentacdo & entrada do CP, fazendo com que os contatos Ladder correspondentes, 910.4 e 910.5 (NA), se fechem. Com isso, temos “sinal” para o restante do circuito Ladder. Dessa forma, caso pressionemos qualquer um dos botdes $4 ou $5, estes abrem 0s contatos e interrompem a alimentagdo para 0 CP, o que faz com que os contatos Ladder 10.4 e 9410.5 se abram, interrompendo o sinal para o restante do Ladder e desligando as saidas. Para darmos continuidade aos nossos estudos, vejamos no item a seguir as, possiveis falhas e os procedimentos de teste que poderemos realizar em um sis- tema com cP. ‘3 MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS So Possiveis falhas e procedimento de testes do controlador programavel (CP) No caso da manutengao do sistema com CP, sera que ele dificulta ou facilita a deteccao de falhas? Vejamos. Sabendo manipula, 0 CP facilita 0 diagnéstico de falhas, principalmente por- que temos a possibilidade de monitorar & distancia todo o proceso, como sinais de entradas e saidas. A seguir, observe algumas possiveis falhas e 0 efeito no circuito. Quadro 10- Possiveis falhas do sistema com CP e efeitos no circuito 1 Sensor éptico 1 _Desainhamento entre Osistemaira detectarquehsuma pecano emissorereceptor, stor de secagem, permanecendo igados 3 Receptorcomfalha _ressténclaeo motor resfrador. Interna, 2 Entrada digital do Entrada digital sistema ndo ini a3) 3 “queimadat, 3 Fontede Fonte queimeda, (CPU ‘apagada’e nada do sistema funciona. alimentacio 4omM Mau comatodocabo _Niorecebesinalsdo process. ‘decomunicagéo. \Vejamos agora alguns procedimentos de teste para as falhas citadas no qua- dro anterior. Acompanhe. @ ‘CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVETS ‘Quadro 11 - Procedimentos de teste para detectar falhas em sistemas com CP. Sensor 6ptico1 _Desalinhamento entre Muitos sensores possuem LED indcativode al- cemissoverecptor __nhamento. Caso no posinm deveseretror uolver pea queestjem ete a sensore Recetercomfaa eer tenso na eras gal em eag80 90 re ‘negativoda fonte. Caso receptor ndo esteja regulado ou com faa, ndoirs indica tensio. 2 Entradadigtaldo Entrada digtal 13) Medi tensSo na entrada digital) em relagdo e) “queimads! ‘20 negative da fonte. Caso hajatensio,mo- ‘itrar programa everfcarse 30 pressionar ‘obotio(S1),0contato Ladder fecha. Caso dose altere, 6 provive que aentrada esta “qucimadat 3 Fontede Fontedanficada ‘Medi tenso na entradaesaidadafonte Se hi alimentacio tensioapenasna entrada, entioa fonte est ‘comaigum problema, 4M Maucontato docabo _ Movimentar pluguee vetficar sero esté soto de comunicacso. 01 desparfusado. ee er cn a eee i médulo de entrada/saida do CP, o que significa realizar Petree renee cure ese ty SO Me eee kei de componentes ou algum acidente no proceso. Essa tarefa pode ser executada em alguns CPs, porém é ne sério consultar a especificacao do CP para saber se Peer ec eee ta ear Pieter cee ea Poe ets ‘Aseguir, vamos tratar um pouco da manutengo de cabos de redes industriais. Veremos detalhes sobre essas redes no préximo capitulo desta unidade.. Mas vocé sabe qual a funcdo de uma rede de comunicacéo industrial? Acom- panhe o préximo item para entender. 3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS BS 3.6 TESTES DE CABOS PARA REDE DE COMUNICACAO INDUSTRIAL Até hd algum tempo, as redes de comunicagio restringiam-se aos escritérios, que compartihavam informacées entre si. Atualmente, € quase que fundamen- tal na automacao de um processo ter equipamentos industriais que se utilizam de controladores programaveis capazes de trocar dados entre si ou com outros dispositivos. ‘Assim como 0 seu computador est conectado a outros computadores do mundo via intemet, 05 controladores programaveis também necessitam estar interligados via redes industrials para obter um maior controle de processos pro- dltivos. Dessa forma, a fungéo de uma rede é aumentar a integragio das infor- macoes geradas, desde o setor de producao até os setores administrativos, o que contribui para um aumento na automagao de processos. Para compreender melhor a utilizago das redes industriais, apresentamos a seguir um contexto que demonstra uma de suas aplicacoes. Imagine um proceso industrial automatizado através do qual foi criado um novo setor que exigiu a instalacdo de uma grande quantidade de sensores e atu- adores. Estando 0 CP localizado a uma longa distancia desse novo setor, toma-se ne- cesséria a instalagdo de muitos cabos para a ligacao dos sensores e atuadores até © controlador programével, além da instalago de uma maior quantidade de aces- s6rios (como bandejamento, eletrodutos, painéis, entre outros) para comportar 55€5 cabos. Veja a simulagao a seguir. oP Cabos convencionsis, enue SENA'SP 2013) E se pudéssemos substituir todos esses cabos por apenas um? Nao seria inte- ressante? @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Enesse contexto que podemos enxergar as aplicacbes da rede industrial, pois com apenas um cabo possivel transmitir e receber todos os sinais provenientes dos sensores e atuadores. Outra vantagem acontece na manutencao, pois 0 siste- ma recebe mais informacées de status e diagnésticos, o que torna possivel até a reducio do tempo gasto em paradas para reparos. Vejana figuraa seguir como ficoua substituicdo dos cabos convencionais pelo cabo de rede industrial. cP ce Cabo de rede industrial Como vimos, a estrutura das redes industriais ¢ caracterizada por interligar os diversos setores da empresa, mas para que isso aconteca temos um tipo de rede especifico e um cabo correspondent. As redes industriais sio diversas. Como exemplo, temos: Ethernet, Profibus, Modbus e As-interface. A seguir, apresentamos um quadro que demonstra dois exemplos de cabos de redes industriais: a rede Profibus-DP, cuja caracteristica é se comunicarcom dispo- sitivos de campo, como CP e inversores de frequéncia; e a rede As-interface, que executa a comunicacdo de dispositivos mais simples, como sensores e atuadores. Vejamos. ‘3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS BD ‘Quadro 12 ~ Caracteristicas de cabos de redes industriais para rede Profibus e rede As-interface eens a a aaa es ‘ ee 2 ee go (marrome branco) e dois para sinais de dados de Seren a ee eee ees crn ncanennestannna scdpaeron j eet eee ect 5 ‘et pralmenorioconopua sna comune ‘Agora que vimos os exemplos e um breve resumo sobre cabos de redes indus- triai, vamos tratar da manutencao. 3.6.1 UTILIZAGAO DE MULTIMETRO NA MANUTENCAO DE REDE INDUSTRIAL ‘Quando falamos que ha algum problema em uma rede industrial qualquer, Jogo imaginamos que é algo complexo de resolver. Mas a maioria desses proble- ‘mas nada mais é do que alguma falha no cabeamento da rede. Para esse caso, 0 uso do multimetro é uma forma simples de detecc3o de tais falhas. Com o multimetro, ¢ possivel verificar, por exemplo: a) inversio das linhas de dados; b) interrupgao de uma das linhas de dados; ©) interrupgao na blindagem do cabo; 4) curto-circuito entre as linhas de dados; @) curto-circuito entre as linhas de dados e a blindagem do cabo. o CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Para tais deteccoes, basta utilizar 0 multimetro na funcdo de continuidade ou resisténcia, adotando os mesmos conceitos que aprendemos com os cabos elé- tricos convencionais. \Vejamos um exemplo de teste para detec¢o do rompimento de uma linha de dados de rede Profibus. a) Desenergizar cabo de rede, fazendo a desconexao do dispositivo instalado. b) Desconectar qualquer dispositive que estejano trecho de rede a ser medido, ©) Desconectar terminagoes de rede, 4) Curto-circuitar linhas de dados A e 8 em uma das extremidades do cabo Profibus. €) Inserir, na outra extremidade do cabo, um multimetro na escala de resistén- cla entre esses mesmos condutores. Veja uma imagem desse procedimento na figura a seguit Liha de dacos A Linha de dados B Foca um curto-citcuito em! amo dos axtromidedes do cabo Font: SENN'SP(2013) 3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS B Se ovalor indicado no multimetro for infinito ou apresentar valores na faixa de quilo-ohms, 0 trecho de cabo esté interrompido e deve ser trocado ou efetuada a manutencao, © multimetro também poderd ser utilizado em outros tipos de redes indus- ais, desde que sejam respeitadas as caracteristicas especificas de cada rede. Conheca no item a seguir exemplos de instrumentos com os quais podemos contar para realizar testes em redes industriais. 3.6.2 INSTRUMENTOS DE TESTE EM REDES INDUSTRIAIS Além da medico com o tradicional multimetro, ha no mercado alguns instru- _mentos especificos que so utilizados para testes do meio fisico de diversos tipos de redes. E 0 caso do exemplo da rede Profibus-DP, que utiliza um instrumento conhecido como bus tester ou net tester, que, traduzindo, significa “testador de barramento” (veja préxima figura). Esse tipo de instrumento basicamente tem a funcao de diagnosticar defeitos como: a) interrupgdo de uma das linhas de dados A e 8; b) interrupgdo na blindagem do cabo; ©) perda de terminagao ou terminacao excessiva; d) curto-circuito entre as linhas de dados A eB. ode PROFIBUS DP. Inversor de taquénea cP “Tested ce borramento Figua 4 nsuument pa vests baramerto Fonte SENAISP 2013) Existem outras formas de deteccao de falhas em redes industriais, como indi ‘cago de LEDs por meio dos dispositivos especificos de rede, uso de o: softwares de CP, entre outras. @ ‘CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVETS 2 SENSOR PICK-UP. Sao sensores geradores de tensio que funcionam com base no principio da autoinduao.Eles podem ser incorporados acontadores tacémetros, Velocimetros e controladores de velocidade para informar os sinais necessirios. a CG CASOS E RELATOS (0 caso seguir apresenta o sistema de uma empresa metalirgica que est com algumas falhas em uma parte do processo e necessita de solucdo para elas. Vejamos. ‘Onome da empresa é Fortexi Metais. Essa organizacao esta passando por uma grande reforma no processo de producdo. O sistema de refrigeragao de placas também necesita ser reformado devido & ocorréncia de falhas constantes, que geram paradas para manutengéo. Atualmente, esse siste- ma possui uma bomba que envia agua para um tanque superior, contro- lado por chaves-boia. A saida do tanque é liberada por uma eletrovalvula que alimenta bicos injetores que despejam agua em placas. Todo 0 con- trole desses dispositivos é feito por um controlador programével. Veja na figuraa seguir. cp -— Bicos injotores ‘3. MANUTENGAO DE SISTEMAS COM CONTROLADORES LOGICO PROGRAMAVEIS BD Os maiores problemas desse sistema esto no desgaste fisico das chaves- -boia e no entupimento dos bicos injetores, pois neste ultimo 0 operador acaba demorando a perceber que esté ocorrendo tal entupimento e isso causa problema na qualidade das placas. Para solugao desses problemas, Marcelo, mantenedor da empresa, propos as seguintes melhorias: + substituir as chaves-boia por um sensor ultrassom, pois este ndo tem contato fisico com 0 processo e, assim, tende a minimizar as paradas; + instalar um medidor de vazao por turbina, cujo funcionamento interno se da por um sensor pick-up®. Esse medidor tera como fungéo indicar para o operador se a vazao esta diminuindo com o passar dos dias, o que ‘aracteriza que os bicos estdo entupidos. Veja a simulacao do sistema com as modificagées. : i Bomba ‘Sensor ultrassom [[-— Medidor de vazao -—Eletrovalvula iguad6- Sema de retigeaghocom at modifica propos peo mantener Fonte ENA SP 208) ‘Apés 0 acompanhamento de operacéo do sistema, foi verificado que as mo- dificagées realizadas por Marcelo obtiveram éxito, pos minimizaram consi deravelmente as paradas nao programadas para manutengio corretiva. @ ‘CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVETS @ RECAPITULANDO Neste capitulo, vimos que 0 controlador programavel (CP) possui uma fi- losofia de funcionamento parecida com a de um computador tradicional, porém com caracteristicas de aplicacdo bem distintas. Relembramos como € composta a estrutura de um CP modular. Tratamos do terminal de programacao e da IHM, que, entre outras funcées especifi- cas, So ferramentas importantes para os diagnésticos de manuten¢o. Demonstramos ainda uma aplicacéo industrial e abordamos as possiveis falhas em redes industriais e os procedimentos de testes para deteccao. \Vimos como pode ser feito de forma simples o teste de cabos em uma rede industrial com 0 uso do multimetro. Enfim, estudamos diversos conceitos sobre o controlador programavel € seus componentes, sempre envolvendo a manutencéo de sistemas auto- matizados. Percebemos o quanto 0 CP é importante para controle de pro- ‘cessos industriais, além de funcionar como uma grande ferramenta para o agnéstico de manutencao. Neste capitulo, iremos retomar e ampliar 0 que estudamos sobre controlador l6gico pro- (em inglés). Anorma IEC 61131-3 tem cinco linguagens-padrao de programacéo, das quais duas sao consideradas linguagens textuais e trés quadro a seguir. Quadro 14 - Linguagens-padrao de programacéo segundo a norma IEC 61131-3 inguagens gréficas. Vejamos 0 sta de instugées ‘Ladder LD ~ Ladder Diagram) (L-Inseucion is) DDiagrama de BlocosFuncionaisFBD ~ Function Block Diagram) Texto Etruturado (st-StucuredTex) ‘Diagram Funcional de Sequincias (SFC ~ Sequential Function Chart) Fonte: SENAISP 2019 2013) Iniciamos nosso aprendizado sobre linguagem Ladder no capitulo sobre ma- nutencao de sistemas com controladores l6gicos programveis (CPs). Vejamos, a seguit, mais alguns detalhes sobre esse tipo de linguagem. 4.4 LINGUAGEM LADDER (LD - LADDER DIAGRAM) Alinguagem Ladderé considerada a primeira linguagem de programacao feita para os controladores légicos programaveis (CPs). Foi criada com o intuito de se aproximar o maximo possivel dos diagramas de comandos elétricos, para facilitar 2 aceitagdo e 0 entendimento por parte de engenheiros e de técnicos na indus- tria. Essa ideia funcionou tanto que essa linguagem é uma das mais populares ‘mais utilizadas nos dias atuais. \Vejamos algumas vantagens e desvantagens da linguagem Ladder. @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Quadro 15 - Aigumas vantagens e desvantagens da linguagem Ladder Fadidede de Wentficaco de defetos Dill entenchmento em programas extensos. Rapido entendimentopes equipe técnica, __laborago mais lena do programa. SSmbologia padronzada de fc compreensio. _Dificuldade de aprendizado por prgiamadores delinguagenstexuais. Fonte sse(209) No préximo item, veremos como identificar, de forma mais fécil, os endereca- ‘mentos utilizados na linguagem Ladder. 4.4.1 IDENTIFICADOR SIMBOLICO E COMENTARIOS DA LINGUAGEM LADDER ‘Ao programar um CP, tanto em linguagem Ladder como em outra linguagem, 6 importante identificarmos os enderecos que sero utilizados por meio de sim- bolos, 0s quais dardo nomes a esses enderecos. Além disso, precisamos inserir um comentério que descreva de forma sucinta a fungao desse enderecamento. Vejamos um exemplo: em vez de programar 0 endereco "9610.1" como tal, & possivel escrever o simbolo “Botao_1” ou outro texto que o identifique melhor. ‘Também pode-se comentar o objetivo desse botio. Notmalmente, utilizamos a identificacao simbélica e o comentario quando programa é considerado complexo, pois isso facilitard a compreensdo em situa- es futuras. 0s softwares de CP normalmente disponibilizam uma érea especifica para que sejam inseridos os dados relacionados a enderecos, ou seja, simbolo e comen- térios. Para entendermos melhor, vejamos um exemplo de programa de aciona- mento de partida direta de um motor. Quadro 16 - Exemplo de uso de simbolos e comentarios ‘em programagao com linguagem Ladder so Botao_1 Liga motor. oz Botao_2 Destiga motox. 03 Rele term Proteg3o do motor 000 Motor Partida domotor. FemveSENA'S? (2013) 4 PROGRAMAGAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS (CPS) oD Agora, vejamos 0 diagrama Ladder da partida direta com simbolos e comen- tarios inseridos. a Figura 8 Diagrams Ladiercom smbolore coments Forte SENA'SP(2013) Note que, mesmo sendo um circuito simples, a insercao de simbolos e comen- térios faz com que a compreensio do sistema seja muito mais répida. No préximo item, aprenderemos como o processador executa alleitura do dia- ‘rama Ladder. 4.4.2 EXECUGAO DE LEITURA DO DIAGRAMA LADDER: Para elaboragao do programa Ladder, é conveniente saber como ocorre a exe- cugao de leitura do processador nas linhas de programa, Iniciaimente, o processador executa a leitura das entradas e as armazena na tabela “Imagem de entradas”. Depois de fazer isso, examina a primeira linha de instrugao de programa da esquerda para a direita e de cima para baixo, na forma conhecida como “degraus”. Assim, cada endereco é analisado, resolvendoa légica programada e armazenando o resultado na tabela “Imagem de saida’. Em segui- da, 0 processador vai para a préxima linha e executa a mesma andlise em forma sequencial. Veja figura a segt Letra (degra) Sala 1 i / ona } Seid 2 inna 2 } Figura 9 Pocesmeno das nade programas ater Fonte SENA'SP(201) @ CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS Na figura anterior, perceba que temos duas bobinas de saida. Imagine que elas tenham enderecos diferentes e que a fungo do programa seja ligar cada bobina ‘a um motor. Nesse caso, seré que os motores seriam ligados a0 mesmo tempo? ‘Observando 0 diagrama da figura anterior, poderiamos afirmar que a saida 1 seria ligada primeiramente e depois a saida 2. Porém, nao é isso que acontece, pois as duas saidas so ligadas simultaneamente. Isso ocorre porque o processador efetua de uma s6 vez a atualizacdo das sat das com base na tabela “Imagem de saida’, ao final do ciclo de varredura. Portan- to, nesse caso, os dois motores seriam acionados simultaneamente. A seguir, veremos alguns recursos importantes disponibilizados pelos fabri- cantes de CP, que s0 a simulagao e a monitoragao. 4.5 SIMULAGAO E MONITORACAO EM CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS (CPS) Imagine que um programa em Ladder tenha sido desenvolvido para determi- nada aplicagéo industrial e que chegou o momento de verificar se tudo o que foi programado esté funcionando como deve acontecer na pritica. Pense bem: vocé nao acha que seria um pouco arriscado ir direto aos testes com dispositivos de poténcia, como os motores? Sim, isso seria muito arriscado, pois algo no programa pode funcionar de for- ‘ma diferente do que foi previsto, provocando algum tipo de acidente. Para que esse risco seja evitado, grande parte dos softwares de CP disponibiliza um modo de simulacdo. Assim, 0 programador pode simular e monitorar o pro- grama durante e apés a elaboracao, analisando se o que foi criado esta de acordo com aacao pretendida. A seguir, veremos a simulagio e monitorag3o de um programa para partida direta de um motor. Quadro 17 - Simulagéo e monitoracéo de CP para partida direta de motor ‘Simulaglo antes de acionar © botio Liga | Simulago apds aclonar o bette Liga FeoveSENA'S? (2013) 4 PROGRAMACAO DE CONTROLADORES LOGICOS PROGRAMAVEIS (CPS) B ‘O programa demonstrado no quadro anterior no est conectado fisicamente a nenhum CP, mas faz a simulagdo como se estivesse. Vejamos a interpretacdo a seguir. No programa em Ladder, a linha azul indica que ela esté energizada. € 0 que chamamos de monitoracdo online. Dessa forma, fica facil, por exemplo, perceber ‘que necessita ser acionado para que uma determinada saida seja ligada. Observe que, para a saida “Motor” ser acionada, simula-se que 0 botdo “Liga” esteja sendo pressionado, o que faz o sistema passar do estado de nivel 0 (False) para nivel 1 (True). Cada software determina uma forma de simular. No nosso exemplo, usam-se as teclas CTRL e F7, pressionadas ao mesmo tempo, para simular a alteracio de estado de False para True. Ap6s a simulacao ter sido realizada com sucesso, o programa pode ser enviado 0 CP para que, entdo, execute o controle de uma aplicagao real. Percebeu o quanto podem ser iteisa simulacdo ea monitoragona criagdode um programa? PO ae te ee re q i eer eet ALERTA —_realizados apés a conclusao das simulac eos oe eC! Na sequéncia, apresentaremos instrucées e fungdes muito utilizadas em lin- ‘guagens de programacao para CP: a Set-Reset, a temporizacdo, os contadores, 05 comparadores, as fungdes aritméticas e as fungdes de operagdes com bits. 4.6 INSTRUGAO SET-RESET A instrugéo Set-Reset possui uma bobina chamada de “Set” e outra de ‘Reset. Quando a bobina “Set” recebe apenas um pulbo, ela é ligada e se mantém dessa forma até que a bobina ‘Reset’ receba também um pulso. Veja os simbolos dessa instrugao no quadro a seguir. ‘Quadro 18 - Simbolo em forma de bobina da instrucao Set-Reset 4 “"- Fenwe SENAISP 2015) A instrugéo Set-Reset também pode ser representada em forma de bloco.

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