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A abordagem microecondmica adotada pelos neo-schumpeterianos, identificando na atividade inovadora da firma o elemento central de do progresso técnico, passou a ser relativizada por uma visio sis- temica da inovacao que enfatiza a importancia da ago coordenada de diferentes atores (universidades, empresas, instituicoes de pesquisa, ins- tituigées financeiras, 6rgaos governamentais de politicas puiblicas) no desempenho tecnol6gico dos paises. Esta visdo, proposta por Christo- pher Freeman (1987) de forma mais consistente, no livro Technology and Economic Performance: Lessongfrom Japan, permitiu estabelecer um nexo explicativo entre as diferentes taxas de crescimento da economia e sua associacao com a inovagao tecnolégica. A anilise sistémica da inovacio ganhou ainda maior espaco com a obra editada por Richard Nelson (1993), National Innovation Systems — Sistemas de Inovagéo | 415 ‘A Comparative Analysis, analisando diferentes sistemas nacionais de ino- -vacdo (SNI), ecom trabalhos mais te6ricos que propoem um referencial de anilise do sistema de inovagao com énfase na aprendizagem, comoo de B. A. Lundvall (1992) National Systems of Innovation — Towards a ‘Theory of Innovation and Interactive Learning, Desde entio, estes autores passat a set refesencia nos trabalhos sobre SNI Apartir dessa nova abordagem, intensificou-se 0 estudo das institui- ‘goes e dos mecanismos que incentivam a inovagao tecnolégica através da anilise das politicas pablicas desenvolvidas no ambito nacional, cuja agao foi denominada por Nelson & Rosenberg (1993) de “tecnonaciona- lismo", O estudo historico de patses que apresentavam altas taxas de cres- cimento econdmico, ou que conseguiram alcangar os paises Iideres — ‘como foi o caso dos Estados Unidos com relagao a Inglaterra a partir do final do século XIX — tem permitido compreender melhor o processo de ‘capacitacio tecnologica de paises ou de determinadas regides. Este capftulo apresenta, na primeira se¢ao, 0s principais elementos de anilise do sistema de inovacao (SI). A Secio 2 discute os principais indi- cadores usados para se compreender a dinamica de um SI. A Secao 3 apresenta as possibilidades de andlise desagregada do SNI em dimensoes Na Seciod sao apresentados quatro casos relativos stados Uni regionais esetori formagao histérica de sistemas nacionais de inovacao: dos, quese consolidaram na lideranga econémica e tecnolégica em nivel ‘mundial apés a Primeira Guerra Mundial; 0 Japao, que partindo de uma situacdo econdmica precéria apés a Segunda Guerra, alcancou altos ni- is de capacitacao teenolégica nas décadas de 1950 1960; a Coréia do Sul, que apresentou elevadas taxas de crescimento econdmico a partir dos anos 1960, tomando-se um caso bastante estudado de industrializa do recente; ¢ 0 Brasil, cujo processo de industrializacao intensificado nos anos 1930 ainda nao apresenta um SNI consolidado. Por fim, Seco 5 conclui com uma breve discussao sobre o referencial de analise do SI como instrumento para a elaboragao e implementacio de pollticas pi blicas em Ciencia e Tecnologia (C&T). 416 | Adriana Sbicea & Victor Pelaez 1. O que € um Sistema de Inovagio? Pode-se definir um sistema de inovagio como um con: junto de instituicdes piblicas e privadas que contribu ‘macro e microecondmico para o desenvolvimento ea difusio de novas tecnologias. Dessa forma, 0 SI éum instrumental de intervengao através m nos Ambitos do qual os governantes de um pais podem criareimplementar politicas ” de Estado a fim de influenciaro processo inovativo de etores, de regides ou mesmo de nagdes, Esta definigdo envolve dois aspectos centrais: a idéia de sistema eo conceito de inovasao. Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos rela- ionados ou conectados, sendo capaz.de formar uma unidade ou um todo onginico. Segundo von Bertalanffy (1973, p. 53): Um sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interagao. Entende-se por “interagao" elementos p ligados por rela- ‘es R, de tal forma que o comportamento de um elemento pem R difere de seu comportamento em uma outra relacdo R’ Se oelemento pcomporta-se da mesma forma, tanto em R quanto em R’, nao existe de fato interagao fazendo com que os elem das relagoes ReR. tos sejam independentes No caso do SI, este corresponderia a um conjunto de organizagoes (elementos do sistema) cujas instituigées — que constituem as intera- ‘es entre os elementos do sistema — contribuem com o desempenho inovativo do conjunto, Esta idéia auxiliaa entender o sistema de inovagao na medida em que aanalise do processo de inovacao, tantoem relagao a0 surgimento ea difusao do conhecimento, como na transformagao destes em novos produtos e processos de producao, 6 pode ser feita focalizan- do-se o todo (o sistema), endo as partes que o constituem, Sob esta abor- dagem, a analise do comportamenteisolado de uma firma torna-seinsu- ficiente para entender dinamica do processo de inovacio, pois ela nao inova de maneiraisolada, Pelo contratio,aestratégia de inovacao adotada pela firma ¢ influenciada por instituigoes que constituem incentivos e limites & inovacao — como leis, politicas governamentais, comporta- Sistemas de Inovagao | 417 mentos culturais, regras sociais e normas técnicas. Ao mesmo tempo, 0 processo de inovacao envolve outros agentes além da firma inovadora — ‘como aqueles relacionados 20 consumo, ao financiamento ea regulagao da tecnologia, assim como aqueles envolvidos na producao ena difuusao dos conhecimentos cientificos e tecnol6gicos de apoio, como as univer- sidades e os centros de pesquisa. ‘A inovagao pode ser entendida de uma maneira ampla como um. processo no qual as firmas apreendem e introduzem novas praticas, pro- dutos, desenhos ¢ processos que sao novos pata elas (Nelson, 1993). A inovagao ¢ fruto de um proceso que s6 pode ser analisado quando se leva em conta seu carater interativo. Interativo, na medida em que envolve uma relagao entre diversos atores tais como firmas, agéncias governa- ‘mentais, universidades, institutos de pesquisa e instituigdes financeiras Nessa rede de relagdes, € possivel identificar tés atores fundamentais: as universidades e centros de pesquisa, o Estado e as empresas. Os do primeiros tém como atividade principal a pesquisa basica — que nao objetiva aplicagao produtiva imediata— eo terceiro a pesquisa aplicada —orientada a produgao de solugées para 0 setor produtivo. As empresas ‘tem no desenvolvimento experimental uma meta mais especifica eapre. sentam um comportamento orientado pelo lucro, diferente das universi- dades que se caracterizam pela “pesquisa por exceléncia”, sem objetivos pecuniarios diretos. O Estado pode ser visto como o agente coordenador do sistema, e pode agirestimulando a capacitasao tecnolégica através da demanda do govemo, da definicao de diretrizes para o sistema, da gera- ‘a0 de infra-estrutura necessdria para que ocorra a interacdo entre os agentes, e de uma politica de C&T adequada as diretrizes de desenvolvi- mento do pais, da tegido ou do setor. A articulacdo desses atores acaba gerando um efeito sinérgico fundamental ao progresso técnico, na medi- da em que provoca uma sintese positiva das forgas produtivas necessécias 2inovagao tecnol6gica. ‘A complexa interagao entre seus componentes gera a dinamica do sistema, A inovagao nao é assumida como um processo linear da pesqui- sa basica para a pesquisa aplicada, e depois para 0 desenvolvimento e implementagao na producao. Ela envolve mecanismos de feedback erela- {es interativas entre aciéncia, a tecnologia, o aprendizado, a produ¢ao, apolitica ea demanda. A cadeia de causa eefeito, que se iniciacoma PAD 418 | Adriana Sbicca & Victor Pelaz termina com o aumento da produtividade, mediada pela interagao da geracio eda difusio da tecnologia, insere-se num contexto mais comple- xo no qual os componentes do sistema combinam-se de modo a incenti- var ou bloquear os processos de aprendizagem ede inovago. A aprendizagem esta intrinsecamente relacionada a capacidade de Inovar. Ela ¢ tratada como uma atividade social que envolve interagoes enue pessoas, ¢ que nao se da apenas através da educagio formal e d atividade de P&D. A inovacio é influenciada pelo aprendizado que po- de ocorrer através do aumento da eficiéncia das operacdes de producao (learning-by-doing), do aumento da eficiéncia do uso de sistemas comple. x0 (Iearning-by-using) e do envolvimento entre usuatios e produtores, resultando em inovacdes de produto (learning-by-interacting). Nocaso das empresas, o aprendizado é0 processo através do qual as rotinas operacio. nais vio se modificando, tanto em fungao da estrutura organizacional da firma quanto das caracteristicas estruturais do mercado. Trés interfaces podem ser observadas nas atividades de PAD: a) entreestas atividadesea dinamica de concorréncia do mercado; b) entre elas eas restantes ativi dades da firma (producao, comercializagao, marketing, planejamento) ¢ ©) entre as atividades de PAD € os fornecedores e usuarios de bens ¢ servigos (inclufdos servicos de apoio em C&T) a montante ea jusante da cadeia produtiva, Pelo fato da aprendizagem ser predominantemente interativa e so- cialmente imersa, esta nao pode ser compreendida sem oenvolvimento de instituicées e do contexto cultural. Neste sentido, a estrutura de andlise do SI é sistémica e interdisciplinar, na medida em que considera a in. fluéncia de fatores institucionais, sociais e politicos, além dos econémi- 0s. A capacidade de desenvolvimento tecnolégico de empresas ou de paises depende, em parte, dese dominaro “estado da arte” das tecnolo- gias jem uso. Dito de outra forma, a capacitacao tecnolégica é cumula. ‘iva — ou seja, ha uma probabilidade maior de que uma firma ou um pats ‘mais préximo da fronteira tegnol6gica obtenha uma inovagio. No entan- to, nao ha garantia de que, uma vez que um pais ou uma firma apresente uma capacidade especifica de desenvolvimento de inovacao, permaneca na fronteira tecnolégica. £ mais dificil manter a dinamica de inovacio, que requer a capacidade de aprender a aprender (learn to learn), do que conseguir incorporar uma tecnologia de ponta especifica. Isto ocorre Sistemas de Inovagao | 419 porque ha permanentemente mudancas na quantidadee no tipo dein- formagio disponivel para os atores envolvidos nas atividades de inovagao. A perspectiva hist6rica é uma caracteristica da andlise do SI. A inven- ‘do técnica, sua transformagio numa inovagao economicamente rele ‘antec sua difusio ocorrem em intervalos de tempo longos. A historia é importante porque o processo é muitas vezes “dependente da trajetoria” (path dependent) de desenvolvimento adotada: pequenos eventos s40 1e- forcados e tornam-se crucialmente importantes num feedback positivo. Em outras palavras, eventos aparentemente irrelevantes podem ser es- senciais na hist6ria de desenvolvimento de um SI. O estudo da histéria ‘de um pais, de uma regio ou de um setor que apresenta forte dinamica de desenvolvimento tecnol6gico aurilia na compreensio dos aspectos que estimulam o processo de inovacao. Isto requer atencao as caracteristicas peculiares do sistema, pois sao resultados de sua propria historia e da hhist6ria das instituicdes que o influenciaram ao longo do tempo. Quando se estuda um SNI que obteve éxito pode-se observar os elementos que contribuiram paraeste resultado, Masa transposicio pura esimples des- se modelo para outros paises, regides ou setores €impraticavel, na medi- da em que cada sistema apresenta caracteristicas especificas que s6 se revelam ao longo de um proceso histérico de formacio. 2. A Mensuragio do Desempenho de um Sistema de Inovagio © indicador tradicionalmente usado para medir 0 de- sempenho das atividades de inovacao ¢ 0 gasto em PAD como proporco do PIB, Este indicador, porém, reflete apenas a mensuracao dos gastos ‘ais diretamente envolvidos na tividade inovativa, deixando de mensu- raro resultado tecnol6gico obtido. Ele deixa de considerar que o gasto com P&D nao produz, necessariamente, mudancas tecnologicas e orga- nizacionais nas firmas, nas regiGes ou mesmo em paises. Finalmente, ele nada nos diz do ambiente econdmico¢ institucional em queo SI encon- tra-se inserido. Aabordagem do dificulta a representacio do desempenho do pro- cesso de inovacao de modo apenas quantitativo. Isso ocorre, por exem- plo, quando se pretende mensurar 0 conhecimento, seja elecientificoou 420 | Adriana Sbicca & Victor Pelaez tecnolégico, codificado ou tacito. Em decorréncia disso, o grau de desen- volvimento de um SIé mais bem apreendido através de um conjunto de indicadotes qualitativos e quantitativos, pois a utilizagdo de dados isola- dos proporciona apenas analises parciais. © mesmo pode serdito do uso do ntimero de patentes registradas, pois nao € possivel afirmarque uma patente originiard, inevitavelmente, um nove processo de producao ou um novo produto. Além disso, na avaliacao do desempenho do Si devem ser observados tanto os investimentos tangiveis quanto os investimentos 1amento de pessoal, administrac2o dos recur- 05 materiais e imateriais, gestao do conhecimento, ete. Uma importante ferramenta na construgao de indicadores de SI tem sido a bibliometria que envolve uma série de informagées relacionadas a produgao cientifica —o ntimero de autores em publicagées cientificas, de artigos e de citagoes, a identificacao de redes de relacoes entre institui- bes e pafses, e 0 mapeamento da formagao de novos campos de C&T.A bibliometria gera, enfim, informagdes estratégicas sobreas Areas deconhe- pisa.oecd.org/docs/do- wloadpisaplus-eng01.pdf> Acesso em 12 set. 2003, Odagiri, H. & Goto, A. (1993) The Japanese system of innovation: past, present, and future, In: Nelson, R. R. (ed.). National Innovation Systems — 4 Comparative Analysis. Oxford: Oxford University Press. Posen, A. (2001) Japan. In: Stel, B.; Victor,D. & Nelson, R. (eds.). Techno- logical Innovation and Economic Performance. Princeton: Princeton Uni- versity Press, pp. 74-111 Sohn, C. (2003) Korea's Corporate Restructuring since the Financial Crisis, 2002. Disponivel em: Aces so em: 29 mai UNDP. 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