You are on page 1of 130

Estudante: Beatriz Cabral

Relatório de Estágio Educadora Clínica: Ana Filipa


Moreira

Ensino Clínico III Licenciatura em Fisioterapia - 4ºano


Ano letivo 2022/2023
Clínica do Corpo - Gandra
Lista de abreviaturas

1
MI- Membro Inferior
MIE- Membro Inferior Esquerdo
MID- Membro Inferior Direito
MS- Membro Superior
MSD- Membro Superior Direito
MSE- Membro Superior Esquerdo
CF- Coxo-femural

Identificação

Instituição: CESPU – Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Tâmega e Sousa


2
Curso: Licenciatura em Fisioterapia
Unidade Curricular: Ensino Clínico III – 2º módulo
Ano do curso: 4º ano

Estudante: Beatriz Jesus Santos Cabral


Local de Estágio: Clínica do Corpo - Gandra

Educadora Clínica: Fisioterapeuta Ana Filipa Moreira


Data à qual reporta o relatório: 24/10/2022 a 20/12/2022

Introdução

3
O presente relatório concerne ao estágio realizado na Clínica do Corpo, no período de
24 de outubro de 2022 a 20 de dezembro de 2022, com um total de horas, com
orientação da fisioterapeuta Ana Filipa Moreira.

Esta unidade curricular de caráter prático tem como objetivo aplicar e consolidar os
conhecimentos, tanto teóricos como práticos, adquiridos até ao momento, num
contexto de trabalho.

Serão então, documentadas fichas clínicas dos pacientes que foram atribuídos e o estudo de
caso, contendo estas a respetiva identificação do paciente, o exame subjetivo, o exame objetivo,
os objetivos e o tratamento, bem como as suas reavaliações e os seus progressos ao longo do
tempo.

4
Paciente A

Exame subjetivo

5
Nome: MA
Género: Masculino
Data de nascimento: 20/09/1958
Idade: 64 anos
Nacionalidade: Portuguesa
Antecedentes pessoais:
 Acidente vascular cerebral (AVC) isquémico lacunar à direita em 2012;
 Hipertensão arterial (HTA);
 Diabetes mellitus tipo II;
 Dislipidemia;
 Tabagismo;
 Isquemia membro inferior (MI) direito grau IV, submetido a recanalização
endovascular da artéria ilíaca externa e angioplastia femoral direita.

Diagnóstico médico: AVC na artéria cerebelar póstero-inferior (ACPI) direita em


outubro de 2021 e coto de amputação BK, ou seja, abaixo do joelho, em cicatrização.

História clínica:
O paciente apresenta sequelas dos AVC’s e foi submetido a amputação cirúrgica abaixo
do joelho por isquemia grau IV do MI direito.
Foi transferido para a UCC do Hospital Senhor do Bonfim, em regime de UMDR, a
02/09/2022.

Frequência de tratamento: 5 vezes por semana (2ª feira a 6ª feira).

Medicação:
 Acido acetilsalicilico 100mg;
 Magnésio 127 mg ampolas;
 Atorvastatina 20mg comp;
 Sitagliptina 50mg comp;
 Metformina 1000mg comp;
 Levetiracetam500mg comp;
 Alopurinol300 mg cp;
 Enoxaparina 40mg/0.4ml;
 Okazepam15 mg comp;
 Lorazepam 2,5mg comp;
 Tramadol50mg caps;
 Metoclopramida10mg comp;
 Bisacodil5 mg comp;
 Paracetamol 500mg comp;
 Insulina actrapid hm amp. 10.
Tratamento prescrito
 Técnicas especiais de cinesiterapia;
 Reeducação do equilíbrio e/ou marcha;
 Fortalecimento/mobilização muscular;
 AVD’s.

6
Exame objetivo (M0)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 13 de setembro de 2022.
 Face: normal;

7
 Orientação: orientado no espaço e no tempo;
 Colaboração: colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, no entanto, apresenta
disartria e disfonia, avaliadas pela terapeuta da fala da equipa multidisciplinar.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 13 de setembro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Edema: mão esquerda;
 Cicatriz:
 Tamanho: 14cm;
 Localização: Coto do MI direito;
 Mobilidade: Boa mobilidade;
 Aderências: Sem aderências;
 Temperatura: aumentada em relação ao membro contralateral
 Cor: arroxeada.
 Coto:
 Após observação, podemos afirmar que o coto não está moldado e
possuiu orelhas laterais.

Capacidades e Incapacidades segundo a Classificação Internacional da


Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF)

A CIF é um modelo para a organização e documentação de informações sobre


funcionalidade e incapacidade (OMS 2001).
A CIF oferece uma linguagem padronizada para a definição e mensuração da
incapacidade, com classificações e códigos. Desta forma, em contexto clínico, o código
só terá significado se incluir no mínimo um quantificador.

O quantificador universal varia da seguinte forma:


 xxx.0 NÃO há problema (nenhum, ausente, insignificante)
 xxx.1 Problema LIGEIRO (leve, pequeno, ...)
 xxx.2 Problema MODERADO (médio, regular, ...)
 xxx.3 Problema GRAVE (grande, extremo, ...)

8
 xxx.4 Problema COMPLETO (total, ....)

Capacidades Incapacidades
Observar (d110.0) Andar (d450.4)
Ouvir (d115.2) Destreza fina (d440.3)
Falar (d330.2) Agarrar (d4401.3)
Pensar (d163.0) Dificuldade para concentração (d160.3)
Comer e beber sozinho (d550/d5560.0) Higiene pessoal (d5702.4)
Alcançar (d4452.3)
Levantar-se (d4300.4)
Auto-transferências (d420.4)

Avaliação dos conjuntos posturais


A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 13/09/2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Ligeiramente aumentado ao nível dos flexores do
braço e extensores do joelho esquerdo.
Nível de atividade Diminuído no tronco;
Padrão Flexor;
Sentado Base de suporte Larga;
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Encurtamento do hemi-tronco esquerdo;
 Alongamento do hemi-tronco direito;
 Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 MI direito e esquerdo com rotação lateral e
abdução;
 Carga lateralmente no pé.

Body chart

9
Escala Ashworth Modificada

A escala de Ashworth modificada é a ferramenta clínica usada para medir o aumento


do tônus muscular.
Alguns autores referem este artigo como o Gold Standard na avaliação da
espasticidade/tónus.

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)


Total 1

Interpretação dos resultados: Uma vez que o paciente apresenta sequelas de AVC
isquémico lacunar, foi necessário avaliar a espasticidade no lado parético (esquerdo).
Após avaliação conclui-se que o paciente apresenta aumento do tónus no fim do arco
de movimento, ao nível do bíceps e quadríceps. (Anexo 1)

Escala de Rankin Modificada

A Escala de Rankin Modificada (MRS) é usada para avaliar pacientes com AVC. Esta
escala fornece informações sobre o nível de incapacidade do paciente após o AVC e
pode ser útil no acompanhamento e na previsão prognóstica. Uma pontuação entre
um e seis é atribuída com base na condição do paciente. Scores baixos indicam um alto
nível de funcionamento, enquanto os altos indicam incapacidade grave ou morte como
resultado de um AVC.

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: O paciente apresente um grau de incapacidade


moderamente grave, visto que, não realiza marcha, não assume a posição ortostática e

10
necessita da ajuda da terceira pessoa para realização da maior parte das AVD´s.
(Anexo 2)

Escala De Avaliação Postural Para Pacientes com Sequelas De AVC (PASS)

A escala de avaliação postural foi desenvolvida especificamente para avaliar e


monitorizar o controlo postural em utentes com AVC.
O controlo postural assenta em dois domínios que devem ser avaliados: a capacidade
de manter uma dada postura e a capacidade de garantir o equilíbrio aquando das
mudanças de posição.
PASS Pontuação
Total 5

Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que o


paciente apresenta uma pontuação de 5. Sendo que, a pontuação varia de 0 (pior
função) a 36 (melhor função).
Na bibliografia não foi possível encontrar subcategorias que subdividissem a diferente
pontuação, de maneira a classificar em que nível o paciente se apresenta. No entanto,
é possível concluir que o paciente apresenta um baixo controlo postural. (Anexo 3)

Equilíbrio

O equilíbrio corporal é um processo complexo que envolve a receção e integração de


estímulos sensoriais, o planeamento e a execução de movimentos para controlar o
centro de gravidade sobre a base de suporte (Hobeika, C., 1999).

Neste caso, o paciente não apresenta equilíbrio de tronco estático e dinâmico em


sedestação e ortostatismo.

Limitações de amplitudes articulares

 Relativamente ao MS e MI direito, mobiliza contra gravidade em arco


completo.
 Relativamente ao membro superior esquerdo, o paciente eleva o ombro
ativamente até aos 90º com inclinação compensatória do tronco. Capaz de
mobilizar os segmentos do cotovelo e punho contra gravidade em arco parcial.
Limitação da flexão dos dedos por rigidez e dor.
Passivamente, as amplitudes disponíveis são realizadas na sua totalidade sem
dor.
 O MI esquerdo mobiliza os segmentos da anca do joelho contra gravidade em
arco parcial, a dorsiflexão em arco parcial contra gravidade e a flexão plantar
em arco quase completo contra gravidade.
Passivamente, as amplitudes disponíveis são realizadas na sua totalidade sem
dor.

MRC

11
A MRC avalia a força muscular em dozes grupos musculares, sendo os movimentos
avaliados a abdução do ombro, a flexão do cotovelo, extensão do punho, flexão da
coxo-femural, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo.
A pontuação varia de zero (nenhum movimento) a cinco (força muscular normal),
sendo que um score de 48 significa fraqueza significativa e um score abaixo de 36
indica fraqueza muscular grave.

Músculos Direito Esquerdo


Abdução do ombro 5 3
Flexão do cotovelo 5 4
Extensão do punho 5 3
Flexão da coxo-femural 5 3
Extensão do joelho 5 3
Dorsiflexão do tornozelo N/A 3

Legenda:
 N/A (não avaliada);
 0- Não se percebe nenhuma contração;
 1- Traço de contração, sem produção do movimento;
 2- Contração fraca, produzindo movimento com a eliminação da gravidade;
 3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional;
 4- Realiza movimento contra a resistência externa moderada e gravidade;
 5- É capaz de superar maior quantidade de resistência que o nível anterior.

Interpretação dos resultados: Após avaliação da força muscular, podemos concluir


que todos os movimentos avaliados quando comparados com o lado contra-lateral
(hemicorpo direito) apresentam diminuição de força muscular.
Esta fraqueza muscular evidencia no lado parético surge na literatura, como um fator
limitante após-AVC e é consequente da perda dos efeitos tróficos centrais, da atrofia
neurogénica, do repouso excessivo no leito na fase aguda, da perda de unidades
motoras, da alteração na ordem de recrutamento e da alteração na condução dos
nervos periféricos.

Teste do relógio

O teste do relógio envolve diversas funções cognitivas como a memória semântica,


função executiva (planeamento), linguagem (compreensão do comando), praxia e
função visuo-espacial.

Consiste em solicitar à pessoa o desenho dos números do relógio, marcando uma


determinada hora (11:10), sem mencionar a necessidade de ponteiros. Existem dois
procedimentos mais comuns o primeiro trata-se do desenho-livre onde o relógio é
desenhado desde o início pelo individuo ou então o pré-desenho que inclui uma folha
com o círculo já desenha, tem sido defendido que o último procedimento ativa
primeiramente funções percetivas enquanto o desenho-livre exige mais da linguagem,
memória e funções executivas (Freedman, Leach, Kaplan, Winocur, Shulman, Delis,
1994).

12
O teste é considerado completo quando o paciente desenha todos os números do
relógio, espacialmente bem distribuídos, e os ponteiros marcando 11:10. O teste não é
cronometrado e pode ser repetido quantas vezes forem necessárias.
A interpretação do teste é eminentemente qualitativa. Considera-se o teste bastante
alterado quando o resultado é 0,1 ou 2.

Teste do relógio Pontuação (0-5)


Total 2

Figura 1: Exemplo de teste correto Figura 2: Relógio do paciente

Interpretação dos resultados: A representação do relógio apresenta uma


desorganização visuo-espacial, no entanto, podemos considerar que o paciente
mantém preservadas as suas funções cognitivas. (Anexo 4)

Índice de Barthel

O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização de dez


actividades básicas de vida diária (ABVD): comer, higiene pessoal, uso dos sanitários,
tomar banho, vestir e despir, controlo de esfíncteres, deambular, transferência da
cadeira para a cama, subir e descer escadas (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira,
2007).

Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20
indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência;
91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo & Matos, 2003).

Índice de Barthel Pontuação


Total 20

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta um score de 20 o que significa


que tem uma dependência total para a realização das ABVD. (Anexo 5)

Teste da sensibilidade

13
Os testes de função sensitiva foram executados do seguinte modo:
 Tátil: Sentir de igual modo, em ambos os lados, a textura de um algodão;
 Térmica: Passar pano com água fria e água morna, perguntar o que está a
sentir;
 Dolorosa: Picar, com um clip;
 Propriocetiva: Pedir para dizer quando sentir movimento do membro e o
sentido;
 Discriminativa: Sentir 2 pontos.

Face MSE MIE MSD MID Coto


ipsilateral direito
Tátil ✓ ✓ ✓ ( pé) ✓ ✓ ✓
Propriocetiva ✓ ✓ ✓ ( pé) ✓ ✓ ✓
Discriminativa ✓ ✓ ✓ ( pé) ✓ ✓ ✓
Térmica ✓ ✓ ✓ ( pé) ✓ ✓ ✓
Dolorosa ✓ ✓ ✓ ( pé) ✓ ✓ ✓

Legenda:
 ✓ = Normal
  = Hipossensibilidade

Interpretação dos resultados: Após avaliação da sensibilidade, podemos concluir que


o paciente apresenta hipoestesia ao nível do pé esquerdo, uma vez que, refere “não
sinto nada”.
Esta hipoestesia está não só relacionada com o facto de ser o pé do lado parético, mas
também de ser um pé diabético.

Raciocínio clínico

14
O paciente sofreu um AVC isquémico na ACPI direita. Desta forma, quando existe um
comprometimento nesta área ocorre a síndrome de Wallenberg (SW), caracterizado
por um infarte lateral no bulbo.

A SW é uma síndrome cerebrovascular que consiste num conjunto de sinais e sintomas


provocados pela oclusão da artéria vertebral ou de um dos seus ramos, sendo o mais
frequente a ACPI.

A bibliografia indica que o principal fator de risco para a SW é a hipertensão arterial e


que, epidemiologicamente, é mais frequente no sexo masculino, na sexta década de
idade. Assim sendo, o exame subjetivo vem confirmar todos estes achados, uma vez
que, se trata de um paciente do sexo masculino, com 63 anos e um dos antecedentes
pessoais é HTA.

Há uma grande probabilidade de haver um défice cognitivo após-AVC, dada a


imobilidade de um hemicorpo, por isso, avaliou-se as funções cognitivas através do
teste do relógio e estas encontram-se preservadas através do resultado obtido.

Os pacientes com SW podem apresentar comprometimento do feixe espinho-talâmico


e consequente perda de sensibilidade à dor e temperatura na face ipsilateral e corpo
contralateral, assim sendo foi necessário realizado um teste de sensibilidade e
concluímos que apenas o pé do MI esquerdo apresenta hipoestesia.

Sabe-se que ocorre comprometimento do IV par craniano e, consequente, fraqueza


dos músculos bulbares podendo levar a disfonia e a disfagia. Desta forma, podemos
confirmar que o paciente apresenta estes sintomas, através da avaliação da terapeuta
da fala.

Tendo em conta os possíveis compromissos do AVC achou-se necessário avaliar a força


muscular através da escala MRC para observar possíveis fraquezas de grupos
musculares e indispensáveis à funcionalidade expectável do utente. Todos os
movimentos avaliados apresentaram uma diminuição da força quando comparado
com o lado contra-lateral.

Esta fraqueza muscular surge aliada aos défices de equilíbrio que o utente apresenta,
confirmados com a PASS, contribui para uma transferência de peso para o lado não
lesado (direita), diminuindo a base de sustentação com consequente posteorização do
centro de gravidade. Daí, resulta a alteração do controlo postural.

O défice de equilíbrio surge pelo infarte do corpo restiforme sendo este um sistema
aferente que contém fibras tanto vestibulocerebelar como cerebelovestibular, ou seja,
dos sistemas ventromediais responsáveis pelo controlo postural.

Devido à condição clínica do paciente, as atividades da vida diária do paciente estão


afetadas, sendo necessária a ajuda de terceiros para a realização das mesmas. Assim,
através do Índice de Barthel avaliou-se o paciente e este obteve um score de 20,

15
correspondendo a uma dependência total, por outro lado, acerca da incapacidade,
esta foi mensurada através da escala de rankin modificada onde se obeteve um score
de 4, ou seja, o paciente possui uma incapacidade moderadamente grave.

Por fim, foi também utilizada a escala de Ashworth modificada onde o paciente
apresenta um aumento do tónus no final da amplitude, mais ao nível do bíceps e
quadríceps.

Tendo em conta a situação clínica atual do paciente, o nosso objetivo passa por
conferir mobilidade em todos os membros, potenciar a organização corporal que
poderá estar deficitária (esquema corporal), corrigir os alinhamentos alterados (ósseos
e musculares) e por fim conferir funcionalidade à paciente de forma que esta consiga
realizar as suas AVD ‘s.

Diagnóstico em fisioterapia:
 Carga assimétrica;
 Aumento do tónus à esquerda (++ membro superior);
 Défice de controlo postural;
 Diminuição da estabilidade dinâmica funcional;
 Diminuição da mobilidade dinâmica funcional;
 Diminuição da amplitude articular dos segmentos do hemicorpo esquerdo;
 Diminuição da força muscular dos grupos musculares do hemicorpo esquerdo;
 Défice de equilíbrio em sentado;
 Coto não moldado e com orelhas laterais;
 Hipoestesia ao nível do pé esquerdo.

Problema principal:
 Alteração da relação do tronco superior sobre tronco inferior, e do tronco
inferior com os membros inferiores (mais evidenciado no membro inferior
esuqerdo), o que provoca défices de equilíbrio.

Hipótese de trabalho:
 Ao melhorar a relação do tronco superior sobre tronco inferior, e do tronco
inferior com os membros inferiores espero aumentar o controlo postural e o
equilíbrio e desta forma atingir o objetivo geral.

Objetivo geral:
 Conseguir assumir a posição de sentado com um bom equilíbrio para conversar
com um amigo.

Objetivos específicos:
 Curto prazo
o Aumentar a extensão linear;

16
o Melhorar a relação entre o tronco superior e o tronco inferior;
o Melhorar a relação entre o tronco inferior com o membro inferior.

 Longo prazo
o Aumentar o equilíbrio estático;
o Melhorar o controlo postural;

o Melhorar a funcionalidade do membro superior esquerdo.

Tratamento efetuado

Tratamento efetuado
Objetivo Procedimento Material Duração Observações
específicos
Favorecer a Preparação da Marquesa Necessário A preparação da
distribuição de base de para cumprir BS tem como um
carga na base de suporte o objetivo dos objetivos
suporte (BS) alterar a
distribuição de
+ carga e a
modificação de
Melhorar a alinhamentos.
relação do tronco
superior e o
tronco inferior

Reduzir Massagem Creme de 10 minutos As técnicas de


aderências da massagem massagem têm
cicatriz (Nivea) como objetivo
diminuir as
aderências da
cicatriz e
apresenta
também um
efeito analgésico.
Recrutar atividade Transferências Marquesa Necessário Aumenta a
anti-gravítica de carga para cumprir extensão linear
medio-laterais o objetivo do tronco e
(sentido linha informa as CF’s de
média – carga.
esquerda) e
póstero-
anteriores
Aumentar a Reu no plano Sem Necessário Promover o
mobilidade da omoplata material para cumprir correto
dinâmica (plano de o objetivo alinhamento das
funcional abdução) escápulas.

17
Manutenção das Mobilização Marquesa 3 séries de Prevenir possíveis
amplitudes ativa e ativa- 12 encurtamentos
musculares e assistida repetições musculares.
ativação muscular
Fortalecimento do Exercícios de Marquesa 3 séries de Aumentar a
core-abdominal abdominais 12 estabilidade do
repetições tronco.
Aumentar a Dissociação do Marquesa Necessário Estratégia: Creme
mobilidade tronco para cumprir ou toalha na
dinâmica superior com o objetivo marquesa para
funcional o membro ajudar a deslizar a
superior para mão.
a esquerda
Consciencialização Método de Fitas e Necessário O AVC leva à
do membro e Perfetti diferentes para cumprir ausência de
noção de posição texturas o objetivo consciencialização
articular e de perda dos
padrões de
movimento do
hemicorpo
afetado.
Manutenção e Movimentos Marquesa Necessário Promover a
ganho de globais e para cumprir mobilidade
competências em seletivos da o objetivo seletiva da mão e
défice de mão possíveis
motricidade fina estruturas
encurtadas.
Melhorar a Alcance de Bola ou Necessário Promover a
funcionalidade do objetos cones para cumprir simetria na base
MS esquerdo o objetivo de suporte e
aumentar a
atividade do
tronco
Melhorar a Movimentos Marquesa Necessário Melhorar a
funcionalidade do globais e para cumprir distribuição de
pé seletivos do o objetivo carga no pé e
pé alongar o tríceps
sural.

Reavaliação (M1)

18
Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 17 de outubro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: orientado no espaço e no tempo;
 Colaboração: colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, no entanto, apresenta
disartria e disfonia, avaliadas pela terapeuta da fala da equipa multidisciplinar.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 17 de outubro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Edema: mão esquerda;
 Cicatriz:
 Tamanho: 14cm;
 Localização: Coto do MI direito;
 Mobilidade: Boa mobilidade;
 Aderências: Sem aderências;
 Temperatura: normal;
 Cor: arroxeada.
 Coto:
 Após observação, o coto não está moldado e apresenta orelhas laterais.
Avaliação dos conjuntos posturais
A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 17/10/2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Normal.

Nível de atividade Diminuído no tronco


Padrão Flexor;
Sentado Base de suporte
Alinhamentos
Larga;
 Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Encurtamento do hemi-tronco esquerdo;
 Alongamento do hemi-tronco direito;
 Ombro esquerdo elevado;
 Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 MI direito e esquerdo com rotação lateral e
abdução;
 Carga lateralmente no pé.

Escala Ashworth Modificada

19
Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)
Total 0

Interpretação dos resultados: Após reavaliação, o paciente apresenta um tónus


normal. (Anexo 6)

Escala de Rankin Modificada

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar pela reavaliação, a paciente


apresenta um score de 4 em 6, mantendo o score desde a avaliação inicial, dado que
necessita da ajuda da 3º pessoa para realizar algumas AVD´s, incluindo a marcha.
(Anexo 7)

Escala De Avaliação Postural Para Pacientes com Sequelas De AVC (PASS)

PASS Pontuação
Total 11

Interpretação dos resultados: O equilíbrio evoluiu de forma considerável, sendo que,


aumentou de 5 para 11. Assim, o paciente apresenta um melhor controlo postural, no
entanto, ainda não assume a posição ortostática. (Anexo 8)

Equilíbrio

O paciente evoluiu e apresenta agora um bom equilíbrio de tronco estático, em


sedestação.

MRC

Músculos Esquerdo (M0) Esquerdo (M1)


Abdução do ombro 3 4
Flexão do cotovelo 4 3
Extensão do punho 3 3
Flexão da coxo-femural 3 4
Extensão do joelho 3 3
Dorsiflexão do tornozelo 3 3

Legenda:
 3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional;
 4- Realiza movimento contra a resistência externa moderada e gravidade.

20
Interpretação dos resultados: Após reavaliação da força muscular, podemos concluir
que os grupos musculares dos movimentos de abdução do ombro e flexores da CF
aumentaram significativamente.

Teste do relógio

O teste do relógio envolve diversas funções cognitivas como a memória semântica,


função executiva (planeamento), linguagem (compreensão do comando), praxia e
função visuo-espacial.

Teste do relógio Pontuação (0-5)


Total 4

Figura 1: Exemplo de teste Figura 2: Relógio do paciente correto

Interpretação dos resultados: A representação do relógio apresenta pequenos erros


espaciais com dígitos e hora corretos. (Anexo 9)

Índice de Barthel

O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização de dez


actividades básicas de vida diária (ABVD): comer, higiene pessoal, uso dos sanitários,
tomar banho, vestir e despir, controlo de esfíncteres, deambular, transferência da
cadeira para a cama, subir e descer escadas (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira,
2007).

Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20
indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência;
91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo & Matos, 2003).

Índice de Barthel Pontuação


Total 30

Interpretação dos resultados: O paciente conseguiu alcançar algumas ABDV e assim


apresenta agora uma grave dependência. (Anexo 10)

Teste da sensibilidade

21
Face MSE MIE MSD MID Coto
ipsilateral direito
Tátil ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
Propriocetiva ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
Discriminativa ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
Térmica ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
Dolorosa ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

Legenda:
 ✓ = Normal

Interpretação dos resultados: Após reavaliação da sensibilidade, o paciente apresenta


a sensibilidade preservada em todos os segmentos de todos os membros do corpo.

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de seis semanas, diariamente, visando


cumprir os objetivos propostos.

Desta forma, o paciente apresentou notórias melhorias, em todos os aspetos avaliados


o que fez com que tenhamos conseguido conquistar diversos objetivos propostos.

Desta forma, o desafio passa por tornar o paciente ainda mais funcional de modo a ter
mais independência nas suas AVD’s e conseguir realizar marcha.

22
Paciente B
Exame subjetivo

Nome: DR
Género: Feminino
Data de nascimento: 15/05/1947
Idade: 74 anos
Nacionalidade: Portuguesa
Antecedentes pessoais:
 Défice cognitivo;
 HTA;
 Anemia ferropénica;
 Esofagite grau II e gastrite;
 Patologia osteoarticular degenerativa;
 Gonartrose.

Diagnóstico médico: AVC isquémico agudo do território da artéria cerebral média


direita a 7 de agosto de 2021.

História clínica:
 A paciente, de 74 anos, deu entrada na Unidade de Média Duração da SCMRA
no dia 21/09/2022, com o diagnóstico principal de AVC isquémico agudo do
território da ACM direita, apresentando como sequela hemiparésia esquerda
de domínio braquial.
 Posteriormente, deu entrada na Unidade de Média Duração no Trofa Saúde -
Hospital Senhor do Bonfim para reabilitar deste diagnóstico.

Frequência de tratamento: 5 vezes por semana (2ª feira a 6ª feira).

Medicação:
 Acido folico 5mg comp;
 Lisinopril 5 mg;
 Clopidogrel75 mg comp;
 Atorvastatina 20mg comp;
 Paracetamol 500mg comp;
 Sene 12mg comp.

Tratamento prescrito
 Fortalecimento muscular;
 Massagem com técnicas especiais;
 Reeducação equilibrio e marcha;
 Técnicas especiais de cinesioterapia;
 AVD´s.

23
Exame objetivo (M0)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 14 de setembro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: orientada no espaço e no tempo;
 Colaboração: colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, apresenta alguma
disartria e dificuldade na audição.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 14 de setembro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Temperatura: normal;
 Cicatrizes: não apresenta;
 Edema: não apresenta;

Capacidades e Incapacidades segundo a Classificação Internacional da


Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF)

A CIF é um modelo para a organização e documentação de informações sobre


funcionalidade e incapacidade (OMS 2001).
A CIF oferece uma linguagem padronizada para a definição e mensuração da
incapacidade, com classificações e códigos. Desta forma, em contexto clínico, o código
só terá significado se incluir no mínimo um quantificador.

O quantificador universal varia da seguinte forma:


 xxx.0 NÃO há problema (nenhum, ausente, insignificante)
 xxx.1 Problema LIGEIRO (leve, pequeno, ...)
 xxx.2 Problema MODERADO (médio, regular, ...)
 xxx.3 Problema GRAVE (grande, extremo, ...)
 xxx.4 Problema COMPLETO (total, ....)

Capacidades Incapacidades
Observar (d110.0) Realizar tarefas múltiplas (d415.3)
Ouvir (d115.2) Falar (d330.3)
Pensar (d163.0) Destreza fina (d440.4)
Comer e beber sozinho (d550/d5560.0) Agarrar (d4401.4)
Levantar-se (d4300.1) Alcançar (d4452.4)
Auto-transferências (d420.1)
Andar (d450.1)
Realizar a rotina diária (d230.2)

24
Avaliação dos conjuntos posturais
A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 14 de setembro de
2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Aumentado ao nível dos flexores do braço esquerdo;
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
Sentado musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 Encurtamento do hemi-tronco esquerdo;
 Alongamento do hemi-tronco esquerdo;
 MS esquerdo com flexão do cotovelo, punho
e dedos, apresenta ainda uma manga no
ombro, uma vez que, a paciente apresenta
risco de luxação da cabeça umeral;
 MI esquerdo com adução da CF, no pé este
está em flexão plantar, o que significa que a
carga está no ante-pé e lateral.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Aumentado ao nível dos flexores do cotovelo
esquerdo;
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos  Cervical anteriorizada e inclinada à esquerda;
Pé (ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo, punho e dedos;
 MI’s com adução da CF;
 Ligeiro valgo dos joelhos.

25
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 Leigeiro valgo dos joelhos;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo, punho e dedos;

Marcha  MS direito serve como apoio para realizar


marcha;
 MI’s com adução e rotação interna da CF (a
adução faz com que a paciente, por vezes,
tropece porque coloca os pés um à frente do
outro em linha reta
 A cadência da marcha é lentificada.

Fase de apoio  O tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma


vez que, a paciente apresenta dificuldade a
transferir carga para este membro.
 Não ocorre extensão do joelho esquerdo
quando recebe carga;
Fase de balanço  A fase de balanço é maior no MIE do que no
MID pois como há um défice de força por parte
dos flexores da anca do lado esquerdo, há um
balanço do membro, aumentando o tempo
deste no ar;
Fase de ataque  Não ataca ao solo com o pé esquerdo, ou seja,
ao calcanhar arrasta o pé e este fica em flexão plantar.

26
Fase 1 – Fase A fase 1 consiste em realizar flexão do tronco e CF na tentativa
flexora de começar a descolar as nádegas da cadeira.

Nesta paciente, verificamos diminuição do controlo postural e,


desta forma, apenas consegue realizar a tarefa recorrendo à
ajuda do MS direito, como forma de compensação.

Concluindo, nesta fase, não existe por parte da utente nem


Sit to flexão do tronco nem da CF, observando-se adução das CF’s e
realiza mais força através do MS direito.
Stand Fase 2- Fase A fase 2 é o momento desde que as nádegas saem da
de marquesa, até ao máximo de dorsiflexão.
transferência
A paciente nesta fase apresenta dificuldade a transferir carga
no sentido anterior e à esquerda, recorrendo à ajuda do MS e,
por esse motivo, não consegue atingir o máximo de
dorsiflexão.
Fase 3 – Fase Na fase 3 ocorre o tilt posterior.
extensora
No entanto, devido à falta de controlo postural ao nível do
tronco, a paciente não consegue recrutar atividade anti
gravítica terminado o movimento com flexão do tronco
superior sobre o tronco inferior e também não consegue
realizar o tilt posterior.
Fase 4 – Fase A paciente termina com carga à direita e posterior.
estabilizadora A base de suporte é estreita.
O joelho esquerdo em flexão.

Fase 1 Em pé o paciente apresenta um padrão global de flexão, com carga


assimétrica à direita, rotação interna da coxo – femoral e flexão do
joelho.
Para iniciar a sequência de movimento o paciente necessita de
apoio ao nível do membro superior direito.
O movimento é iniciado com ligeira flexão do tronco superior sobre
Stand to o tronco inferior (em bloco).
Sit Fase 2 Na realização desta fase o paciente desloca o corpo em bloco no
sentido posterior aumentando a atividade adutora ao nível das
coxo – femorais para conseguir controlar o movimento dado que

27
não apresenta um controlo excêntrico ao nível dos membros
inferiores, fazendo com que seja um movimento rápido e não
controlado.
Fase 3 Termina na posição de sentado com carga assimétrica (predomínio
de carga à direita), adução das coxo- femorais e flexão global do
tronco.

Body chart

Escala de Ashworth Modificada

A escala de Ashworth modificada é a ferramenta clínica mais universalmente usada


para medir o aumento do tônus muscular.
A espasticidade foi definida por Jim Lance em 1980, como um aumento dependente da
velocidade nos reflexos de alongamento muscular associado ao aumento do tônus
muscular como um componente da síndrome do neurônio motor superior.

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)


Total 1+

Interpretação dos resultados: Uma vez que a paciente apresenta sequelas de AVC, foi
necessário avaliar a espasticidade no lado parético (esquerdo).
Concluindo-se então que após avaliação a paciente apresenta um score de 1+ em 4, o
que significa um aumento de tónus em menos de metade do arco de movimento,
manifestado por tensão abrupta e seguido por uma resistência mínima, o que faz com
que os movimentos passivos sejam dificultados. (++ MS esquerdo, ao nível dos flexores
do cotovelo). (Anexo 11)

28
Escala de Rankin Modificada

A Escala de Rankin Modificada (MRS) é usada para avaliar pacientes com AVC. Esta
escala fornece informações sobre o nível de incapacidade do paciente após o AVC e
pode ser útil no acompanhamento e na previsão prognóstica. Uma pontuação entre
um e seis é atribuída com base na condição do paciente. Scores baixos indicam um alto
nível de funcionamento, enquanto os altos indicam incapacidade grave ou morte como
resultado de um AVC.

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta um score de 4 em 6, o que


significa uma incapacidade moderadamente grave, visto que necessita da ajuda da 3º
pessoa para realizar todas as AVD´s, incluindo a marcha. (Anexo 12)

Escala de Equilibrio de Berg

A escala de equilíbrio de Berg avalia o equilíbrio funcional, estático e dinâmico.


É composta por 14 itens envolvendo tarefas funcionais específicas em diferentes bases
de apoio. As tarefas envolvem o equilíbrio estático e dinâmico tal como, alcançar,
girar, transferir-se, permanecer de pé e levantar-se. Cada item apresenta uma escala
ordinal de 5 alternativas que recebem uma pontuação entre 0 e 4, em função do
desempenho do utente, obtendo um escore total de 56 pontos (Oliveira, 2006; Silva et
al., 2007).
Escala de Equilíbrio de Berg Pontuação
Total 21
Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que a
paciente apresenta défice de equilíbrio dinâmico, sendo que muitas vezes refere que
tem “medo de cair”. (Anexo 13)

Limitações de amplitudes articulares

Relativamente ao MS e MI direito, mobiliza contra gravidade em arco completo.

Relativamente ao membro superior esquerdo, a paciente não realiza movimento


ativamente, apenas se sente contração muscular.
Passivamente, há limitação das amplitudes do ombro por rigidez e dor. Quanto à
mobilização do cotovelo, punho e dedos são realizadas na sua totalidade sem dor.

29
O MI esquerdo mobiliza os segmentos da anca e do joelho contra gravidade em arco
quase completo, a dorsiflexão em arco parcial contra gravidade e a flexão plantar em
arco quase completo contra gravidade.
Passivamente, as amplitudes disponíveis são realizadas na sua totalidade sem dor.

MRC

A MRC avalia a força muscular em dozes grupos musculares, sendo os movimentos


avaliados a abdução do ombro, a flexão do cotovelo, extensão do punho, flexão da
coxo-femural, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo.
A pontuação varia de zero (nenhum movimento) a cinco (força muscular normal),
sendo que um score de 48 significa fraqueza significativa e um score abaixo de 36
indica fraqueza muscular grave.

Músculos Direito Esquerdo


Abdução do ombro 5 1
Flexão do cotovelo 5 1
Extensão do punho 5 1
Flexão da coxo-femural 5 3
Extensão do joelho 4 3
Dorsiflexão do tornozelo 5 4

Legenda:
 N/A (não avaliada);
 0- Não se percebe nenhuma contração;
 1- Traço de contração, sem produção do movimento;
 2- Contração fraca, produzindo movimento com a eliminação da gravidade;
 3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional;
 4- Realiza movimento contra a resistência externa moderada e gravidade;
 5- É capaz de superar maior quantidade de resistência que o nível anterior.

Interpretação dos resultados: Após avaliação da força muscular, podemos concluir


que todos os movimentos avaliados quando comparados com o lado contra-lateral
(hemicorpo direito) apresentam diminuição de força muscular.
Esta fraqueza muscular evidencia no lado parético surge na literatura, como um fator
limitante após-AVC e é consequente da perda dos efeitos tróficos centrais, da atrofia
neurogénica, do repouso excessivo no leito na fase aguda, da perda de unidades
motoras, da alteração na ordem de recrutamento e da alteração na condução dos
nervos periféricos.

Índice de Barthel
O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização de dez
actividades básicas de vida diária (ABVD): comer, higiene pessoal, uso dos sanitários,
tomar banho, vestir e despir, controlo de esfíncteres, deambular, transferência da
cadeira para a cama, subir e descer escadas (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira,
2007).

30
Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20
indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência;
91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo & Matos, 2003).

Índice de Barthel Pontuação


Total 55
Interpretação dos resultados: A paciente apresenta um score de 55 o que significa
que tem uma grave dependência para realizar ABVD. (Anexo 14)

Teste do relógio

O teste do relógio envolve diversas funções cognitivas como a memória semântica,


função executiva (planeamento), linguagem (compreensão do comando), praxia e
função visuo-espacial.

Consiste em solicitar à pessoa o desenho dos números do relógio, marcando uma


determinada hora (11:10), sem mencionar a necessidade de ponteiros. Existem dois
procedimentos mais comuns o primeiro trata-se do desenho-livre onde o relógio é
desenhado desde o início pelo individuo ou então o pré-desenho que inclui uma folha
com o círculo já desenha, tem sido defendido que o último procedimento ativa
primeiramente funções percetivas enquanto o desenho-livre exige mais da linguagem,
memória e funções executivas (Freedman, Leach, Kaplan, Winocur, Shulman, Delis,
1994).

O teste é considerado completo quando o paciente desenha todos os números do


relógio, espacialmente bem distribuídos e os ponteiros a marcar 11:10. O teste não é
cronometrado e
pode ser repetido
quantas vezes
forem
necessárias.
A interpretação do
teste é eminentemente
qualitativa.
Considera-se o
teste bastante alterado quando o resultado é 0,1
ou 2.

Teste do relógio Pontuação (0-5)


Total 1

31
Figura 1: Exemplo de teste correto Figura 2: Relógio do paciente

Interpretação dos resultados: Pode concluir-se que o relógio está bastante alterado,
ou seja, as funções cognitivas da paciente estão alteradas. (Anexo 15)

Raciocínio clínico

A paciente sofreu um AVC na ACM direita. Quando ocorre um AVC neste local as
conexões corticais com a medula espinhal, o tronco encefálico e o cerebelo estarão
comprometidas.

Segundo a literatura, este comprometimento irá condicionar o controlo dos


movimentos normais, resultando na hiperatividade dos músculos anti-gravitacionais
(constituídos pelos flexores do membro superior e extensores dos membros
inferiores), deste modo, analisou-se o tónus muscular e concluiu-se que a paciente
apresenta um aumento de tónus em menos de metade do arco de movimento (++ nos
flexores do cotovelo).

Este quadro neurofisiológico justifica a dificuldade destes pacientes para a realização


de atividades anti-gravíticas e proximais, como o alcance de objetos pelos membros
superiores e da sustentação de peso pelos membros inferiores, os quais são
controladas pelo sistema ativador interno (Lundy-Ekman, 2000), através da análise da
marcha e da posição ortostática confirma-se que a paciente não realiza carga no MI
mais afetado.

Tendo em conta os possíveis compromissos do AVC achou-se necessário avaliar a força


muscular através da escala MRC para observar possíveis fraquezas de grupos
musculares e indispensáveis à funcionalidade expectável do utente. Todos os
movimentos avaliados apresentaram uma diminuição da força quando comparado
com o lado contra-lateral.

Esta fraqueza muscular que aliada aos défices de equilíbrio que o utente apresenta,
confirmados com a escala de Berg, contribui para uma transferência de peso para o
lado não lesado (esquerda), diminuindo a base de sustentação com consequente
posteorização do centro de gravidade em situação estática e dinâmica. Daí, resulta a
alteração do controlo postural, que é enfatizada ainda, pela alteração na ativação dos
estabilizadores centrais, que impede uma estabilização central adequada e

32
contribuindo assim, para uma fraca dissociação de cinturas e inadequada relação
tronco/pélvis durante a deambulação (tronco hipomóvel).

Todas estas alterações estão presentes e reforçadas em situações dinâmicas, como a


marcha, em que o utente revela uma clara diminuição da velocidade e cadência
irregular por alteração do controlo postural, fraqueza muscular e ajustes
compensatórios. O comprimento do passo e simetria da marcha são também variáveis
que apresentam alterações pelas causas acima referidas.

Após um AVC, alguns pacientes podem apresentar dificuldades de raciocínio, na


capacidade de planear, compreender significados, fazer novas aprendizagens ou ainda
terem dificuldades noutras atividades mentais complexas. (Rains, 2004) Deste modo,
avaliou-se as funções cognitivas através do teste do relógio e estas encontram-se
alteradas.

Devido à condição clínica do paciente, as atividades da vida diária da paciente estão


afetadas, sendo necessária a ajuda de terceiros para a realização das mesmas. Assim,
através do Índice de Barthel avaliou-se o paciente e este obteve um score de 20,
correspondendo a uma dependência total, por outro lado, acerca da incapacidade,
esta foi mensurada através da escala de rankin modificada onde se obeteve um score
de 4, ou seja, o paciente possui uma incapacidade moderadamente grave.

Diagnóstico em fisioterapia:
 Carga assimétrica;
 Diminuição da atividade generalizada no hemicorpo direito (mais acentuada no
MS esquerdo) pelo aumento do tónus nos flexores do cotovelo;
 Défice de controlo postural;
 Alteração do alinhamento da escápula esquerda;
 Défice de ativação muscular.

Problema principal:
 Diminuição da atividade do MS esquerdo por aumento do tónus.

Hipótese de trabalho:
 Ao promover a atividade do MS esquerdo e da relação deste com o tronco
superior espero aumentar o controlo postural

Objetivo geral:
 Conseguir caminhar 10 metros com a correta fase de oscilação e fase de ataque
ao solo.

Objetivos específicos:
 Curto prazo
o Aumentar a extensão linear;
o Melhorar a relação entre o tronco superior e o tronco inferior;
o Melhorar a distribuição de carga na base de suporte.

33
 Longo prazo
o Aumentar a força muscular;
o Modular a funcionalidade do membro superior esquerdo.
o Melhorar a fase de ataque ao solo.

Tratamento efetuado

Tratamento efetuado
Objetivo Procedimento Material Duração Observações
específicos
Favorecer a Preparação da Marquesa Necessário para A preparação da BS
distribuição de base de suporte cumprir o tem como um dos
carga na base de objetivo objetivos alterar a
suporte (BS) distribuição de carga
e a modificação de
+ alinhamentos.

Melhorar a
relação do tronco
superior e o
tronco inferior
Recrutar atividade Transferências Marquesa Necessário para Aumenta a extensão
anti-gravítica de carga medio- cumprir o linear do tronco e
laterais (sentido objetivo informa as CF’’s de
linha média – carga.
esquerda) e
póstero-
anteriores
Manutenção das Mobilização Marquesa 5 a 10 minutos Prevenir possíveis
amplitudes ativa e ativa- encurtamentos
musculares e assistida musculares.
ativação muscular
Fortalecimento do Exercícios de Marquesa 3 séries de 12 Aumentar a
core-abdominal abdominais repetições estabilidade do
tronco.
Consciencialização Método de Marquesa Necessário para O AVC leva à
do membro e Perfetti cumprir o ausência de
34
noção de posição objetivo consciencialização e
articular de perda dos
padrões de
movimento do
hemicorpo afetado.
Manutenção e Movimentos Marquesa Necessário para Promover a
ganho de globais e cumprir o mobilidade seletiva
competências em seletivos da objetivo da mão e possíveis
défice de mão estruturas
motricidade fina encurtadas.
Melhorar a Alcance de Objetos e Necessário para Promover a simetria
funcionalidade do objetos cones cumprir o na base de suporte e
MS esquerdo objetivo aumentar a
atividade do tronco
Recrutar carga Movimentos Marquesa Necessário para Melhorar a
simetricamente e globais e cumprir o distribuição de carga
melhorar a seletivos do pé objetivo no pé e alongar o
organização global tríceps sural.
do pé
Reeducação do Marcha Necessário para A marcha
padrão típico da cumprir o hemiparética,
marcha objetivo causada pelo
Acidente Vascular
Cerebral (AVC), é
assimétrica e tem
uma velocidade
reduzida, resultando
numa marcha
menos funcional. 
Ganho de retro-pé Semi-passo Barras Necessário para Melhorar a
e atividade dorsi- anterior no lado paralelas cumprir o distribuição de carga
flexora esquerdo objetivo no pé.
Recrutar atividade Semi-passo Barras Necessário para Aumento da
anti-gravitica no anterior no lado paralelas cumprir o extensão linear, ou
lado hemi direito objetivo seja, aumento do
controlo postural.
Fortalecimento Sit to stand e Espaldar 3 séries de 12 A recuperação da
muscular e stand to sit repetições manutenção desta
melhorar o padrão posição é essencial
de movimento para a mobilidade e
independência
funcional do
indivíduo.
Melhorar o flexo Extensão Marquesa Necessário para Alongar tríceps
do joelho seletiva do cumprir o sural.
esquerdo joelho objetivo

35
Reavaliação (M1)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 14 de outubro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: orientada no espaço e no tempo;
 Colaboração: colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, apresenta alguma
disartria e dificuldade na audição.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 14 de outubro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Temperatura: normal;
 Cicatrizes: não apresenta;
 Edema: não apresenta;

Avaliação dos conjuntos posturais


A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 14 de outubro de
2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Aumentado ao nível dos flexores do braço esquerdo;
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Normal;

36
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
Sentado inferior;
 Encurtamento do hemi-tronco esquerdo;
 Alongamento do hemi-tronco esquerdo;
 MS esquerdo com flexão do cotovelo, punho
e dedos, apresenta ainda uma manga no
ombro, uma vez que, existe um risco de
luxação da cabeça umeral;
 MI direito com abdução e rotação lateral da
CF;
 Carga no ante-pé esquerdo.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e posterior.


Tónus Aumentado ao nível dos flexores do cotovelo esquerdo;
Nível de Diminuído;
atividade
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Pé Alinhamentos  Cervical anteriorizada e inclinada à esquerda;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo,
 Ligeiro valgo dos joelhos e flexo no joelho
esquerdo.

Alinhamentos  Cervical anteriorizada;


(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 Ligeiro valgo dos joelhos;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo, punho e dedos;

Marcha  MS direito serve como apoio para realizar


marcha;

37
 MI esquerdo com adução e rotação interna da
CF (a adução faz com que a paciente, por vezes,
tropece porque coloca os pés um à frente do
outro em linha reta
 A cadência da marcha é lentificada.

Fase de apoio  O tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma


vez que, a paciente apresenta dificuldade a
transferir carga para este membro.
 Não ocorre extensão do joelho esquerdo
quando recebe carga;
Fase de balanço  A fase de balanço é maior no MIE do que no
MID pois como há um défice de força por parte
dos flexores da anca do lado esquerdo, há um
balanço do membro, aumentando o tempo
deste no ar;
Fase de ataque  Consegue atacar com o calcanhar, mas continua
ao calcanhar com o pé em flexão plantar na fase aérea;

Fase 1 – Fase A fase 1 consiste em realizar flexão do tronco e CF na


flexora tentativa de começar a descolar as nádegas da cadeira.

Nesta paciente, verificamos diminuição do controlo postural


e, desta forma, apenas consegue realizar a tarefa recorrendo
à ajuda do MS direito, como forma de compensação.

Concluindo, esta fase, ocorre com a ajuda do MS direito, no


entanto, a força já se distribui uniformemente entre os MI’s e
o MS direito.
Sit to Fase 2- Fase
de
A fase 2 é o momento desde que as nádegas saem da
marquesa, até ao máximo de dorsiflexão.
Stand transferência
A paciente nesta fase apresenta dificuldade a transferir carga
no sentido anterior e à esquerda, recorrendo à ajuda do MS
e, por esse motivo, não consegue atingir o máximo de
dorsiflexão.
Fase 3 – Fase Na fase 3 ocorre o tilt posterior.
extensora
No entanto, devido à falta de controlo postural ao nível do
tronco, a paciente não consegue recrutar atividade anti
gravítica terminado o movimento com flexão do tronco
superior sobre o tronco inferior e também não consegue
realizar o tilt posterior.

38
Fase 4 – Fase A paciente termina com carga à direita e posterior.
estabilizadora

Fase 1 Em pé o paciente apresenta um padrão global de flexão, com carga


assimétrica à direita
Para iniciar a sequência de movimento o paciente necessita de apoio
ao nível do membro superior direito.
O movimento é iniciado com ligeira flexão do tronco superior sobre
o tronco inferior (em bloco).
Stand Fase 2 Na realização desta fase o paciente desloca o corpo em bloco, mas
to Sit de forma controlada, no sentido posterior. Desde o momento que
sente as nádegas na cadeira deixa cair o resto do corpo, de forma
não controlada;
Fase 3 Termina na posição de sentado com carga assimétrica (predomínio
de carga à direita), ligeira abdução e rotação externa do MID e
flexão global do tronco.

Escala de Ashworth Modificada

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)


Total 1

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar o paciente apresenta uma


evolução de 1+ para 1. Desta forma, verifica-se que a paciente ainda apresenta um
aumento do tónus, no entanto, no final da amplitude o que limita a realização do
movimento. (Anexo 16)

Escala de Rankin Modificada

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar pela reavaliação, a paciente


apresenta um score de 4 em 6, mantendo o score desde a avaliação inicial, dado que
necessita da ajuda da 3º pessoa para realizar algumas AVD´s, incluindo a marcha.
(Anexo 17)

Escala de Equilibrio de Berg

39
Escala de Equilíbrio de Berg Pontuação
Total 26

Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que a


paciente evoluiu ligeiramente, no entanto, continua a apresentar défice de equilíbrio
dinâmico. (Anexo 18)

MRC

A MRC avalia a força muscular em dozes grupos musculares, sendo os movimentos


avaliados a abdução do ombro, a flexão do cotovelo, extensão do punho, flexão da
coxo-femural, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo.
A pontuação varia de zero (nenhum movimento) a cinco (força muscular normal),
sendo que um score de 48 significa fraqueza significativa e um score abaixo de 36
indica fraqueza muscular grave.

Músculos Esquerdo (M0) Esquerdo (M1)


Abdução do ombro 1 1
Flexão do cotovelo 1 2
Extensão do punho 1 1
Flexão da coxo-femural 3 4
Extensão do joelho 3 4
Dorsiflexão do tornozelo 4 4

Legenda:
 N/A (não avaliada);
 0- Não se percebe nenhuma contração;
 1- Traço de contração, sem produção do movimento;
 2- Contração fraca, produzindo movimento com a eliminação da gravidade;
 3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional;
 4- Realiza movimento contra a resistência externa moderada e gravidade;
 5- É capaz de superar maior quantidade de resistência que o nível anterior.

Interpretação dos resultados: Após avaliação da força muscular, podemos concluir


que grupos musculares responsáveis pela flexão do cotovelo, flexão da CF e extensão
do joelho aumentaram significativamente a força quando comparado com M0.

Índice de Barthel

Índice de Barthel Pontuação


Total 65

Interpretação dos resultados: Comparativamente à avaliação inicial, a paciente


evoluiu favoralmente e apresenta agora um score de 65 o que significa que tem uma
moderada dependência para realizar ABVD. (Anexo 19)

Teste do relógio
40
Teste do relógio Pontuação (0-5)
Total 1

Figura 1: Exemplo de teste correto Figura 2: Relógio do paciente

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar pela reavaliação o relógio


continua bastante alterado, ou seja, as funções cognitivas da paciente estão alteradas.
(Anexo 20)

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi


aplicado ao longo de seis
semanas, diariamente,
visando cumprir os
objetivos propostos.

Desta forma, a paciente


apresentou
notórias melhorias, em
todos os aspetos avaliados o que fez com que tenhamos conseguido conquistar
diversos objetivos propostos.

Desta forma, o desafio passa por tornar o paciente ainda mais funcional de modo a ter
mais independência nas suas AVD’s.

41
Paciente C

Exame subjetivo

Nome: MF
Género: Feminino
Data de nascimento: 13/03/1940
Idade: 82 anos
Nacionalidade: Portuguesa
Antecedentes pessoais:
 Hipotiroidismo;
 Doença de Alzheimer;
 Osteoporose.

Diagnóstico médico: Sequelas de fratura trocantérica esquerda

História clínica:

42
 Queda da própria altura em 28/04/2022, com fratura subtrocantérica de fémur
à esquerda, submetida a cirurgia de osteossintese com Gamma 3 longo à
esquerda em 30/04/2022.
O objetivo principal do internamento na UCC do Hospital Senhor do Bonfim é,
então, reabilitar ao seu estado prévio.
Posteriormente, no dia 30 de agosto, sofreu uma queda não presenciada e fez
uma fratura de neer no úmero direito.

Frequência de tratamento: 5 vezes por semana (2ª feira a 6ª feira).

Medicação:
 Rivastigmina 9.5mg/24h;
 Levotiroxina 0,1 mg comp;
 Quetiapina25 mg comp;
 Ferro trivalente 100mg comp;
 Mirtazapina 15mg comp;
 Metamizol575 mg cáps;
 Paracetamol 500mg comp.

Tratamento prescrito
 Técnicas especiais de cinesiterapia;
 Reeducação do equilíbrio e/ou marcha;
 Fortalecimento/mobilização muscular;
 AVD’s.

Exame objetivo (M0)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 23 de setembro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: orientado no espaço e no tempo;
 Colaboração: colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 23 de setembro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Temperatura: normal;
 Cicatriz: 10 cm e 7,5cm
 Tamanho: 10 cm e 7,5 cm.

43
 Localização: Na região lateral da CF esquerda, ao nível do grande
trocânter.

 Mobilidade: Boa mobilidade.


 Aderências: Sem aderências.
 Edema: Não apresenta.
 Dor à palpação: Não apresenta.

Comportamento da dor:
 Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.

Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível
sentir.
o Dor em repouso:
o Dor com atividade:

Nota: A paciente refere dor em moideira, na zona do grande trocânter, e diz que a
perna “prende” quando caminha.

Capacidades e Incapacidades segundo a Classificação Internacional da


Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF)

44
A CIF é um modelo para a organização e documentação de informações sobre
funcionalidade e incapacidade (OMS 2001).
A CIF oferece uma linguagem padronizada para a definição e mensuração da
incapacidade, com classificações e códigos. Desta forma, em contexto clínico, o código
só terá significado se incluir no mínimo um quantificador.

O quantificador universal varia da seguinte forma:


 xxx.0 NÃO há problema (nenhum, ausente, insignificante)
 xxx.1 Problema LIGEIRO (leve, pequeno, ...)
 xxx.2 Problema MODERADO (médio, regular, ...)
 xxx.3 Problema GRAVE (grande, extremo, ...)
 xxx.4 Problema COMPLETO (total, ....)

Capacidades Incapacidades
Observar (d110.0) Realizar tarefas múltiplas (d415.3)
Ouvir (d115.2)
Pensar (d163.0)
Comer e beber sozinho (d550/d5560.0)
Levantar-se (d4300.1)
Auto-transferências (d420.1)
Andar (d450.1)
Realizar a rotina diária (d230.1)
Falar (d330.0)
Destreza fina (d440.0)
Agarrar (d4401.0)
Alcançar (d4452.0)

Avaliação dos conjuntos posturais


A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 23/09/2022.

Carga Predominantemente à direita e posterior.

Nível de atividade Diminuído;


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;

45
Alinhamentos (ósseos e  Cervical anteriorizada;
musculares)  Ligeira cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
Sentado tronco inferior;
 MS esquerdo com extensão do
ombro, flexão do cotovelo e dedos e
extensão do punho;
 MS direito com suporte de braço e
banda abdominal;
 MI esquerdo com abdução e rotação
lateral.
 Carga no ante-pé-

Carga Predominantemente à direita e posterior.

Nível de atividade Diminuído;


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos (ósseos e  Cervical anteriorizada e inclinada à
musculares) esquerda;
 Ombros anteriorizados;
Pé  Cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
tronco inferior;
 Joelhos com pequeno flexo e
pequeno varismo;
 Carga no ante-pé.

46
Alinhamentos (ósseos e  Cervical anteriorizada;
musculares)  Cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
tronco inferior;

Marcha  A cadência da marcha é lentificada.

Fase de apoio  O tempo da fase de apoio no MIE é


menor, uma vez que, a paciente
apresenta dificuldade a transferir
carga para este membro.

Fase de balanço  Como a fase de apoio é menor,


consequentemente, a base de
balanço também o é, levando a uma
diminuição do comprimento do passo.

Fase de ataque ao  Não ataca ao solo com calcanhar


calcanhar esquerdo, existe uma dorsi-flexão
mínima;

Fase 1 – Fase A fase 1 consiste em realizar flexão do tronco e CF na


flexora tentativa de começar a descolar as nádegas da cadeira.

Nesta paciente, a falta de equilíbrio e o medo de cair faz


com que apenas realize a tarefa recorrendo à ajuda do
MS esquerdo, uma vez que, o MS direito está
imobilizado.

Concluindo, nesta fase, verificamos que a paciente realiza


flexão do tronco e CF, tal como, o que é típico.
Sit to Fase 2- Fase de
transferência
A fase 2 é o momento desde que as nádegas saem da
marquesa, até ao máximo de dorsiflexão.
Stand
Apesar da paciente realizar dorsi-flexão não realiza de
forma máxima.
Fase 3 – Fase Na fase 3 ocorre o tilt posterior.
extensora
No entanto, termina o movimento com flexão do tronco
superior sobre o tronco inferior.

Fase 4 – Fase A paciente termina com carga à direita e posterior.


estabilizadora
A base de suporte é estreita.

47
Fase 1 Em pé o paciente apresenta um padrão global de flexão, com carga
assimétrica à direita e posterior.
Para iniciar a sequência de movimento a paciente ajuda do MS
esquerdo. O movimento é iniciado com ligeira flexão do tronco
Stand to superior sobre o tronco inferior (em bloco).
Sit Fase 2 Na 1/3 final da tarefa a paciente desloca-se em bloco no sentido
posterior fazendo com que seja um movimento rápido e não
controlado.
Fase 3 Termina na posição de sentado com carga assimétrica (predomínio
de carga à direita) e base de suporte estreita.

Body chart

Movimentos ativos
Os movimentos ativos avaliam a prontidão do paciente, a qualidade do movimento e a
dor.
Movimento avaliados na CF MI direito MI esquerdo
Flexão - -
Extensão - -
Rotação lateral - -
Rotação medial - -
Abdução - -

Adução - -

Legenda:
 - (Não despertou sintomatologia / nem apresenta limitação da amplitude de
movimento);
 + (Despertou sintomatologia / apresenta limitação da amplitude de
movimento);

48
Interpretação dos resultados: A paciente quando realiza os movimentos ativamente
não apresenta sintomatologia, no entanto, mobiliza os membros inferiores contra
gravidade, mas os movimentos de flexão são realizados em arco parcial, assim como o
de rotação lateral no MI esquerdo, já os restantes movimentos atinge arco completo.

Movimentos passivos
Os movimentos passivos avaliam o end-feel, rigidez, bloqueios, dor e padrão capsular.

Movimento avaliados na MI direito MI esquerdo


CF
Flexão - -
Extensão - -
Rotação lateral - +
Rotação medial - -
Abdução - -

Adução - -

Legenda:
 - (Não despertou sintomatologia / nem apresenta limitação da amplitude de
movimento);
 + (Despertou sintomatologia / apresenta limitação da amplitude de
movimento);
Nota: Os movimentos que não apresentaram sintomatologia foram realizados com
pressão adicional.
Interpretação dos resultados: Apenas a rotação lateral provoca sintomatologia
dolorosa.
Apenas a rotação lateral no MI esquerdo apresenta limitação de amplitude por dor,
todos os outros movimentos em ambos os membros são realizados em arco completos
contra a gravidade.

Avaliação da amplitude articular


Goniometria
 A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico
funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos Movimentos passivos


Movimento MI direito MI MI direito MI esquerdo
avaliados da CF esquerdo
Flexão 50º 46º 77º 63º
Extensão 0º 0º 0º 0º
Rotação lateral 19º 17º 25º 21º
Rotação medial 10º 8º 17º 20º
Abdução 18º 14º 19º 17º

49
Adução 10º 7º 16º 13º

Interpretação dos resultados: Através da goniometria, foi percetível uma diminuição


da amplitude nos movimentos ativos do MI esquerdo quando comparado com o MI
direito.

Teste muscular

Músculos Direito Esquerdo


Adutores 4 4
Abdutores 4 4
Quadríceps 4- 3+
Isquiotibiais 4 3+

Legenda:
 3+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma
resistência mínima.
 4- = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma
resistência entre mínima e moderada.
 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma
resistência moderada.

Interpretação dos resultados: Tendo por base a avaliação manual da força muscular,
verifica-se que a paciente apresenta uma diminuição de força no quadríceps e
isquiotibiais, quando comparado com o membro contralateral.

Escala de Equilibrio de Berg

A escala de equilíbrio de Berg avalia o equilíbrio funcional, estático e dinâmico.

É composta por 14 itens envolvendo tarefas funcionais específicas em diferentes bases


de apoio. As tarefas envolvem o equilíbrio estático e dinâmico tal como, alcançar,
girar, transferir-se, permanecer de pé e levantar-se. Cada item apresenta uma escala
ordinal de 5 alternativas que recebem uma pontuação entre 0 e 4, em função do
desempenho do utente, obtendo um escore total de 56 pontos (Oliveira, 2006; Silva et
al., 2007).

Escala de Equilíbrio de Berg Pontuação


Total 37

Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que a


paciente apresenta um bom equilíbrio estático e dinâmico. (Anexo 21)

50
Índice de Barthel

O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização de dez


(ABVD): comer, higiene pessoal, uso dos sanitários, tomar banho, vestir e despir,
controlo de esfíncteres, deambular, transferência da cadeira para a cama, subir e
descer escadas (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007).

Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20
indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência;
91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo & Matos, 2003).

Índice de Barthel Pontuação


Total 80

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta um score de 80 o que significa que


apresenta uma dependência moderada. (Anexo 22).

Raciocínio clínico

Através do exame objetivo, verificou-se que a paciente apresenta limitação na


amplitude de flexão, rotação medial, rotação lateral, adução e abdução do MIE,
quando comparado com o lado contralateral.
Esta limitação pode estar a ser provocada pela dor e pelo encurtamento dos músculos
quadríceps, isquiotibial e rotadores laterais, devido à cirurgia a que foi submetida.

A cirurgia que a paciente foi submetida trata-se de uma osteossíntese em Gamma 3,


isto é, um sistema de pregação intramedular para o tratamento de fraturas proximais .

Para além disso, o facto de no pós-operatório ter de passar por um período de repouso
provocou atrofia muscular ao nível do quadríceps e isquiotibiais, e consequente
limitação de amplitude, diminuição de força muscular, avaliado através dos testes de
goniometria e teste muscular, respetivamente.

Na avaliação postural, o predomínio de carga á direita pode ser justificado pela dor e
pela falta de força no MIE.
Quanto à marcha, na fase de apoio, o défice de força muscular leva a que a paciente
não consiga fazer transferências de carga no MIE e o passo no MID seja mais rápido.

Para concluir, a paciente apresenta também uma fratura de neer no ombro direito.
Esta trata-se de uma fratura do úmero proximal e, em 1970, Charles Neer criou um
sistema de classificação, isto é, o número de segmentos fraturados.
Este sistema é útil para orientar o tratamento.

51
Diagnóstico em fisioterapia:
 Carga assimétrica, mais à direita e posterior;
 Diminuição da amplitude articular dos movimentos de flexão, rotação medial,
rotação lateral, adução e abdução do MIE;
 Diminuição da força muscular do quadríceps e isquiotibial do MI esquerdo;
 Alteração das fases da marcha;
 Défice de equilíbrio estático em pé.

Problema principal:
 Limitação das amplitudes articulares e défice de força na CF esquerda, que por
vezes, provoca dor e dificuldade na marcha.

Hipótese de trabalho:
 Ao aumentar a força muscular da CF esquerda vamos aumentar as amplitudes
articulares e, como consequência, conseguir caminhar por longas distâncias e
sem dor.

Objetivo geral:
 Conseguir caminhar por longas distâncias e sem dor.

Objetivos específicos:
 Curto prazo
o Aumentar a força muscular;
o Diminuir a dor;
o Aumentar as amplitudes articulares.

 Longo prazo
o Aumentar o equilíbrio dinâmico;
o Melhorar o padrão de marcha;
o Melhorar a distribuição de carga.

52
Tratamento efetuado

Tratamento efetuado

Objetivo Procedimento Material Duração Observações


específicos
Ativação Exercícios de Pedaleira 3 séries de 12 A mobilização ativa vai
muscular mobilização ativa da repetições. ajudar a aumentar as
E CF amplitudes articulares,
Aumento capacidade aeróbica e
das força muscular.
amplitudes
articulares

Aumentar a Exercícios de Caneleiras 3 séries de 12 O fortalecimento


força fortalecimento da CF de 1kg, repetições. muscular ajuda a prevenir
muscular  Flexão e elástico e futuras lesões.
extensão da bola Paciente sentado, com
CF e joelho caneleiras distalmente
em pé; nas pernas e realizar o
 Apertar uma movimento de flexão e
bola no meio extensão do joelho.
das pernas e Posteriormente, uma bola
afastar as no meio das coxas e um
pernas com a elástico sobre estas, fazer
resistência do movimento de adução e
elástico. abdução.

Aumento Exercícios de Peso de 3 séries de 12 Paciente sentado, com


das mobilização ativo e 0,5kg repetições peso na mão e realizar
amplitudes fortalecimento movimentos de
articulares e muscular. flexão/extensão e adução
força e abdução da gleno-
muscular umeral.
dos MS’s
Aumentar o Sit to stand e stand Espaldar e Necessário Aumentar o equilíbrio vai
equilíbrio, to sit com pisos cunhas para cumprir o ajudar a prevenir quedas
aumentar a irregulares objetivo e possíveis complicações
força associadas a estas.
muscular e
melhor o
padrão de
levante

53
Melhorar o Marcha Necessário O padrão de marcha
padrão da _________ para cumprir o típico previne quedas e
marcha objetivo torna o doente mais
independente nas AVD’s.

Reavaliação (M1)

Comportamento da dor:
 Para quantificar a dor foi utilizada a Escala Numérica para a Dor (END), que
consiste em auxiliar na avaliação da intensidade da dor no paciente. É um
instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento ou mesmo durante algum exercício, de maneira mais fidedigna.
Foi explicado à paciente que iria quantificar a sua dor com um valor de 0 a 10,
sendo que 0 correspondia à ausência da dor e 10 à dor máxima que era possível
sentir.
o Dor em repouso:

o Dor com atividade:

Interpretação dos resultados: A intensidade da dor diminui em repouso e com


atividade, quando comparado com M0.

54
Avaliação dos conjuntos posturais
A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 7/10/2022.

Carga Predominantemente à direita e posterior.

Nível de atividade Diminuído;


Padrão Flexor;
Base de suporte Normal;
Alinhamentos (ósseos e  Cervical anteriorizada;
Sentado musculares)  Ligeira cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
tronco inferior;
 MS esquerdo com flexão do cotovelo
e rotação interna do ombro;
 MS direito com suporte de braço e
banda abdominal;
 Carga no ante-pé-

Carga Predominantemente à direita e posterior.

Nível de atividade Diminuído;


Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos (ósseos e  Ombros anteriorizados;
musculares)  Cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
Pé tronco inferior;
 Joelhos com pequeno flexo e
pequeno varismo;
 Carga no ante-pé.

55
Alinhamentos (ósseos e
Marcha musculares)
 Cervical anteriorizada;
 Cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 A cadência da marcha é lentificada.

Fase de apoio  O tempo da fase de apoio no MIE é mais


uniforme visto que a distribuição de
carga é feita de uma forma mais eficaz;

Fase de balanço  A fase oscilante é igual em ambos os


membros pois a distribuição de carga é
melhor o que permite um movimento
mais fluído do MI;

Fase de ataque ao  Já ataca melhor ao solo com o pé


calcanhar esquerdo, tornado a marcha mais fluida;

Fase 1 – Fase A fase 1 consiste em realizar flexão do tronco e CF na


flexora tentativa de começar a descolar as nádegas da cadeira.

Nesta paciente, a falta de equilíbrio e o medo de cair


faz com que apenas realize a tarefa recorrendo à ajuda
do MS esquerdo, uma vez que, o MS direito está
imobilizado.

Concluindo, nesta fase, verificamos que a paciente


realiza flexão do tronco e CF, tal como, o que é típico.
Sit to Fase 2- Fase de
transferência
A fase 2 é o momento desde que as nádegas saem da
marquesa, até ao máximo de dorsiflexão.
Stand
Apesar da paciente realizar dorsi-flexão não realiza de
forma máxima.
Fase 3 – Fase Na fase 3 ocorre o tilt posterior.
extensora
No entanto, termina o movimento com flexão do
tronco superior sobre o tronco inferior.

Fase 4 – Fase A paciente termina com carga à direita e posterior.


estabilizadora
A base de suporte é estreita.

56
Fase 1 Em pé o paciente apresenta um padrão global de flexão, com carga
assimétrica à direita e posterior.
Para iniciar a sequência de movimento a paciente ajuda do MS
esquerdo. O movimento é iniciado com ligeira flexão do tronco
Stand to superior sobre o tronco inferior (em bloco).
Sit Fase 2 Na 1/3 final da tarefa a paciente desloca-se em bloco no sentido
posterior fazendo com que seja um movimento rápido e não
controlado.
Fase 3 Termina na posição de sentado com carga assimétrica (predomínio
de carga à direita).

Movimentos ativos

Movimento avaliados na CF MI esquerdo MI esquerdo


(M0) (M1)
Flexão - -
Extensão - -
Rotação lateral - -
Rotação medial - -
Abdução - -

Adução - -

Legenda:
 - (Não despertou sintomatologia / nem apresenta limitação da amplitude de
movimento);
 + (Despertou sintomatologia / apresenta limitação da amplitude de
movimento);
Interpretação dos resultados: Após a reavaliação, a paciente continua sem apresentar
sintomatologia nos movimentos avaliados.

Movimentos passivos
Movimento avaliados na MI esquerdo (M0) MI esquerdo
CF (M1)
Flexão - -
Extensão - -
Rotação lateral + +
Rotação medial - -
Abdução - -

Adução - -

Legenda:

57
 - (Não despertou sintomatologia / nem apresenta limitação da amplitude de
movimento);
 + (Despertou sintomatologia / apresenta limitação da amplitude de
movimento);

Nota: Os movimentos que não apresentaram sintomatologia foram realizados com


pressão adicional.
Interpretação dos resultados: Após reavaliação, a paciente continua a apresentar
sintomatologia quando se realiza passivamente o movimento de rotação lateral.

Avaliação da amplitude articular


Goniometria

 A goniometria é um método de avaliação que permite atingir um diagnóstico


funcional de forma a mensurar objetivamente as amplitudes de movimento
articular, por meio da utilização do goniómetro universal. A posição inicial da
avaliação goniométrica foi a posição de repouso.

Movimentos ativos Movimentos passivos


Movimento MI esquerdo MI MI esquerdo MI esquerdo
avaliados da CF (M0) esquerdo (M0) (M1)
(M1)
Flexão 46º 46º 63º 68º
Extensão 0º 0º 0º 0º
Rotação lateral 17º 19º 21º 24º
Rotação medial 8º 13º 20º 23º
Abdução 14º 16º 17º 21º

Adução 7º 12º 13º 15º

Interpretação dos resultados: Em relação aos movimentos passivos, existiu um


aumento significativo nas amplitudes de rotação lateral, rotação medial, adução e
abdução.
Por outro lado, em relação aos movimentos ativos, aumentou a amplitude em todos os
movimentos avaliados.

Teste muscular
Músculos MI esquerdo (M0) MI esquerdo (M1)
Adutores 4 4
Abdutores 4 4+
Quadríceps 3+ 4
Isquiotibiais 3+ 4-
Legenda:
 3+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma
resistência mínima.
 4- = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma
resistência entre mínima e moderada.
58
 4 = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguente uma
resistência moderada.
 4+ = Depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma
resistência entre moderada e máxima.

Interpretação dos resultados: No que diz respeito à força muscular foi possível
verificar aumentos consideráveis nos abdutores, quadríceps e isquiotibiais quando
comparado com M0.

Escala de Equilibrio de Berg

Escala de Equilíbrio de Berg Pontuação


Total 39

Interpretação dos resultados: Na Escala de Equilíbrio de Berg é possível observar


ganhos, progredindo de um score inicial de 37 para 39, e desta forma, aumentando
significativamente o equilíbrio dinâmico. (Anexo 23)

Índice de Barthel

Índice de Barthel Pontuação


Total 80

Interpretação dos resultados: A paciente manteve o score de 80 o que significa que


apresenta uma dependência moderada. (Anexo 24)

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de seis semanas, diariamente, visando


cumprir os objetivos propostos.

Com esta intervenção baseada em protocolos, delineada para esta condição clínica,
esperava-se uma melhoria significativa e rápida. E, por esse motivo, a paciente obteve
alta médica no dia 7 de outubro de 2022.

No entanto, ainda é necessário que se mantenham as sessões de fisioterapia, no


sentido de melhorar cada vez mais a aptidão física.

59
Paciente D

Exame subjetivo

Nome: VM
Género: Masculino
Data de nascimento: 30/03/1937
Idade: 85 anos
Nacionalidade: Portuguesa
Antecedentes pessoais:
 Hipertensão arterial (HTA);
 Diabetes mellitus tipo II;
 Anemia;
 Hiperuricemia;
 Artroplastia total anca esquerda;
 Hiperplasia benigna da próstata;
 Síndrome depressiva;
 Rutura do tendão supra-espinhoso direito.

Diagnóstico médico: Hemorragia tálamo-capsular posterior esquerda.

História clínica:
 O paciente apresenta sequelas de hemorragia tálamo-capsular posterior
esquerda de provável etiologia hipertensiva.

Exames complementares:
 TC-CE: Define-se hematoma intraparenquimatoso agudo centrado na região
tálamo-capsular esquerda com 3,5cm de diâmetro máximo, sendo responsável
por moldar o ventrículo lateral contiguo e o 3º ventrículo. Sem sinais de
hidrocefalia.

Frequência de tratamento: 5 vezes por semana (2ª feira a 6ª feira).

Medicação:
 Esomeprazol 20 mg;
 A mlodipina 5 mg;
 Metformina + Sitagliptina, 1000 mg + 50 mg;
 Nebivolol, 5 mg;
 Bupropiona 150 mg;
 Tansulosina, 0.4 mg;

60
 Alopurinol 300mg;
 Cianocobalamina IM / mensal;
 Baclofeno 20 mg;
 Rivastigmina 1.5mg.

Tratamento proposto:
 Técnicas especiais de cinesiterapia;
 Reeducação do equilíbrio e/ou marcha;
 Fortalecimento/mobilização muscular;
 AVD’s.

61
Exame objetivo (M0)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 13 de setembro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: desorientado no espaço e no tempo;
 Colaboração: a maior parte das vezes colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, no entanto, apresenta
disartria ligeira, avaliado pela equipa multidisciplinar.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 13 de setembro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Temperatura: normal;
 Cicatrizes: não apresenta;
 Edema: apresenta na mão esquerda.

Capacidades e Incapacidades segundo a Classificação Internacional da


Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF)

A CIF é um modelo para a organização e documentação de informações sobre


funcionalidade e incapacidade (OMS 2001).
A CIF oferece uma linguagem padronizada para a definição e mensuração da
incapacidade, com classificações e códigos. Desta forma, em contexto clínico, o código
só terá significado se incluir no mínimo um quantificador.

O quantificador universal varia da seguinte forma:


 xxx.0 NÃO há problema (nenhum, ausente, insignificante)
 xxx.1 Problema LIGEIRO (leve, pequeno, ...)
 xxx.2 Problema MODERADO (médio, regular, ...)
 xxx.3 Problema GRAVE (grande, extremo, ...)
 xxx.4 Problema COMPLETO (total, ....)

Capacidades Incapacidades
Observar (d110.0) Andar (d450.4)
Ouvir (d115.2) Dificuldade de concentração (d160.3)
Pensar (d163.0) Destreza fina (d440.3)
Falar (d330.2) Agarrar (d4401.2)
Alcançar (d4452.2)

62
Levantar-se (d4300.4)
Auto-transferências (d420.4)
Comer e beber sozinho (d550/d5560.4)
Higiene pessoal (d5702.4)
Avaliação dos conjuntos posturais
A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 15 de setembro de
2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à esquerda


e posterior.
Tónus Aumentado ao nível do peitoral e adutores
do MI.
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos (ósseos e  Cervical anteriorizada e inclinada à
Sentado musculares) direita;
 Sub-luxação anterior da cabeça do
úmero na gleno-umeral direita;
 Cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
tronco inferior;
 Encurtamento do hemi-tronco direito;
 Alongamento do hemi-tronco
esquerdo;
 MS direito com flexão do cotovelo,
punho e dedos;
 Adução e rotação interna das CF’s;
 Carga no ante-pé.

Body Chart

63
Dor

Refere ausência de dor ou de outra sintomatologia em repouso, no entanto, aquando


da atividade/mobilização o doente refere “dói um bocadinho”.
É importante referir que o paciente não consegue quantificar a sua dor na escala visual
analógica.

Equilíbrio

O equilíbrio corporal é um processo complexo que envolve a receção e integração de


estímulos sensoriais, o planeamento e a execução de movimentos para controlar o
centro de gravidade sobre a base de suporte (Hobeika, C., 1999).

Neste caso, o paciente não apresenta equilíbrio de tronco estático e dinâmico em


sedestação e ortostatismo.

Amplitudes de movimento

 Em relação ao MSE, o paciente mobiliza-o contra gravidade em todas as


amplitudes de movimento, em arco completo. No MIE, o paciente mobiliza-o
em todas as amplitudes de movimento, em arco parcial, no entanto, existe uma
limitação da abdução e flexão por dor.
 Por outro lado, no MSD o paciente não realiza movimento ativamente, no
entanto, existe contração muscular. Quando mobilizado passivamente,
apresenta limitação da amplitude de flexão aos e abdução aos por dor.
 Em relação ao MID, não existe movimento ativo, apenas uma contração
muscular e quando mobilizado passivamente apresenta limitação de amplitude
na abdução (++) e flexão por dor.

64
Escala Ashworth Modificada

A escala de Ashworth modificada é a ferramenta clínica mais universalmente usada


para medir o aumento do tônus muscular.
A espasticidade foi definida por Jim Lance em 1980, como um aumento dependente da
velocidade nos reflexos de alongamento muscular associado ao aumento do tônus
muscular como um componente da síndrome do neurônio motor superior.

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)


Total 1+

Interpretação dos resultados: Uma vez que o paciente apresenta sequelas de


hemorragia tálamo-capsular posterior esquerda, foi necessário avaliar a espasticidade
dos grandes grupos musculares mais afetados, ou seja, no lado parético (direito).
Concluindo-se então que apresenta um aumento de espasticidade em menos de
metade do arco de movimento, mais especificamente do bíceps e quadríceps, mas
também no grande peitoral e nos abdutores do MI. (Anexo 25)
Escala de Rankin Modificada

A Escala de Rankin Modificada (MRS) é usada para avaliar pacientes com AVC. Esta
escala fornece informações sobre o nível de incapacidade do paciente após o AVC e
pode ser útil no acompanhamento e na previsão prognóstica. Uma pontuação entre
um e seis é atribuída com base na condição do paciente. Scores baixos indicam um alto
nível de funcionamento, enquanto os altos indicam incapacidade grave ou morte como
resultado de um AVC.

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: O paciente apresente um grau de incapacidade


moderamente grave, visto que, não realiza marcha, não assume a posição ortostática e
necessita da ajuda da terceira pessoa para realização das AVD´s. (Anexo 26)

PASS
A escala de avaliação foi desenvolvida especificamente para avaliar e monitorizar o
controlo postural em utentes com AVC.
Em primeiro, a ideia de que o controlo postural assenta em dois domínios que devem
ser avaliados: a capacidade de manter uma dada postura e a capacidade de garantir o
equilíbrio aquando das mudanças de posição; em segundo, a ideia de que uma escala
útil deve ser aplicável a todos os utentes, mesmo aqueles que apresentem uma
performance postural muito baixa; e em terceiro, a ideia de que uma escala sensível
deve conter itens com níveis de dificuldade que vão aumentando.

PASS Pontuação
Total 0

65
Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que o
paciente não apresenta equilíbrio, tanto estático como dinâmico. (Anexo 27)

Índice de Barthel
O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização de dez
(ABVD): comer, higiene pessoal, uso dos sanitários, tomar banho, vestir e despir,
controlo de esfíncteres, deambular, transferência da cadeira para a cama, subir e
descer escadas (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007).

Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20
indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência;
91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo & Matos, 2003).

Índice de Barthel Pontuação


Total 0

Interpretação dos resultados: ORaciocínio clínico um score de 0, ou seja, é


paciente apresenta
totalmente dependente da 3ª pessoa para realizar as ABDV. (Anexo 28)

O AVC ocorreu por hemorragia tálamo-capsular esquerda o que leva a uma série de
consequências no sistema nervoso central (SNC), com sequelas múltiplas.

Aqui os sinais típicos são: hipoestesia direita, hemiparesia direita, alteração da


propriocetividade, alteração postural, alteração do equilíbrio, diminuição da
estabilidade central, diminuição das amplitudes articulares, compensações, alterações
do processamento da memória e ombro doloroso.

Desta forma, conseguimos verificar o seguinte quadro clínico neste paciente: aumento
do tónus ao nível do membro superior direito (bíceps e quadríceps ++); carga
assimétrica com predomínio de carga à esquerda e posterior; base de suporte estreita,
diminuição do controlo postural (padrão global de flexão, falta de atividade anti
gravítica), diminuição das amplitudes articulares dos membros direitos. Os défices de
equilíbrio surgem aliados à diminuição do CP.

A sensibilidade não foi avaliada, uma vez que, o paciente não possui capacidade para
tal.

Em relação ao ombro doloroso, o início da hemiplegia pode comprometer os princípios


normais da biomecânica e da estabilidade do complexo do ombro, devido à perda do
controlo motor, ao nível da espasticidade e o desenvolvimento de padrões anormais
de movimento.

Por outro lado, o paciente apresenta dor que é desencadeada por mecanismos
periféricos, como a dor secundária a espasticidade, a omalgia e outros quadros de dor
musculoesquelética.

66
Tendo em conta a situação clínica atual do paciente, o nosso objetivo passa por
conferir mobilidade em todos os membros, potenciar a organização corporal,
aumentar o controlo postural do paciente, corrigir os alinhamentos alterados (ósseos e
musculares) e por fim conferir funcionalidade ao paciente de forma que este consiga
realizar as suas AVD ́s e aumentar a qualidade de vida.

Diagnóstico em fisioterapia:
 Carga assimétrica;
 Aumento do tónus ao nível do bíceps (++), quadríceps (++), grande peitoral e
adutores do MI esquerdo;
 Défice de controlo postural;
 Diminuição da amplitude articular dos membros direitos;
 Défice de equilíbrio estático e dinâmico, em sedestação e ortostatismo;
 Diminuição da estabilidade dinâmica funcional;
 Diminuição da mobilidade dinâmica funcional.

Problema principal:
 Diminuição do controlo postural global.

Hipótese de trabalho:
 Ao recrutar atividade anti-gravítica espero aumentar a extensão linear do
tronco e desta forma aumentar o controlo postural global de forma que o
paciente consiga atingir o objetivo geral.

Objetivo geral:
 Assumir a posição de sentado com equilíbrio enquanto realiza uma tarefa
funcional (pegar numa garrafa para beber água).

Objetivos específicos:
 Curto prazo
o Aumentar a extensão linear;
o Melhorar a relação entre o tronco superior e o tronco inferior;
o Melhorar a relação entre o tronco superior e o membro superior.

 Longo prazo
o Melhorar a funcionalidade do membro superior direito;
o Melhorar o controlo postural;
o Aumentar o equilíbrio estático.

Tratamento efetuado:
Tratamento efetuado

Objetivo Procedimento Material Duração Observações

67
específicos
Favorecer a Preparação da Sem material Necessário A preparação da BS
distribuição de base de para tem como um dos
carga na base suporte cumprir o objetivos alterar a
de suporte objetivo distribuição de carga
(BS) e a modificação de
alinhamentos.
+

Melhorar a
relação do
tronco
superior e o
tronco inferior

Manutenção e Movimentos Sem material Necessário Promover a


ganho de globais e para mobilidade seletiva
competências seletivos da cumprir o da mão e possíveis
em défice de mão objetivo estruturas encurtadas
motricidade
fina
Aumentar as Mobilização Sem material 3 séries de Prevenir possíveis
amplitudes ativa-assistida 12 encurtamentos
articulares/ e ativa repetições musculares.
musculares
Melhorar a Alcance de Bola e cones Necessário Estratégia: colocar os
funcionalidad objetos para objetos mais
e do MS cumprir o anteriores e à direita.
esquerdo objetivo

Melhorar a Movimentos Sem material Necessário Melhorar a


carga e globais e para distribuição de carga
organização seletivos do cumprir o no pé e alongar o
global do pé pé objetivo tríceps sural.

68
Reavaliação (M1)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 14 de outubro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: desorientado no espaço e no tempo;
 Colaboração: a maior parte das vezes colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, no entanto, apresenta
disartria ligeira, avaliado pela equipa multidisciplinar.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 14 de outubro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Temperatura: normal;
 Cicatrizes: não apresenta;
 Edema: apresenta na mão esquerda.

Avaliação dos conjuntos posturais


A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 15 de setembro de
2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à esquerda


e posterior.
Tónus Aumentado ao nível do tríceps.
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;

69
Alinhamentos (ósseos e  Cervical anteriorizada e inclinada à
musculares) direita;
 Sub-luxação anterior da cabeça do
Sentado úmero na gleno-umeral direita;
 Cifose torácica;
 Flexão do tronco superior sobre o
tronco inferior;
 Encurtamento do hemi-tronco direito;
 Alongamento do hemi-tronco
esquerdo;
 MS direito com flexão do cotovelo,
punho e dedos;
 Adução e rotação interna das CF’s;
 Carga no ante-pé.

Dor
O paciente continua a apresentar apenas dor aquando da atividade/mobilização.

Equilíbrio

Após reavaliação, o paciente continua sem apresentar equilíbrio de tronco estático e


dinâmico em sedestação e ortostatismo.

Amplitudes de movimento

 Em relação ao MSE, o paciente mobiliza-o contra gravidade em todas as


amplitudes de movimento, em arco completo. No MIE, o paciente mobiliza-o
em todas as amplitudes de movimento, em arco parcial, no entanto, existe uma
limitação da abdução e flexão por dor.
 Por outro lado, no MSD o paciente não realiza movimento ativamente, no
entanto, existe contração muscular. Quando mobilizado passivamente,
apresenta limitação da amplitude de flexão aos e abdução aos por dor.
 Em relação ao MID, não existe movimento ativo, apenas uma contração
muscular e quando mobilizado passivamente apresenta limitação de amplitude
na abdução (++) e flexão por dor.

Escala Ashworth Modificada

A escala de Ashworth modificada é a ferramenta clínica mais universalmente usada


para medir o aumento do tônus muscular.
A espasticidade foi definida por Jim Lance em 1980, como um aumento dependente da
velocidade nos reflexos de alongamento muscular associado ao aumento do tônus
muscular como um componente da síndrome do neurônio motor superior.

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)

70
Total 1

Interpretação dos resultados: Após reavaliação, o score diminui de 1+ para 1, ou seja,


existe agora um aumento de tónus no final da amplitude, no entanto, ao nível do
tríceps. (Anexo 29)

Escala de Rankin Modificada

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: O score mantém-se quando comparado com M0, ou


seja, há um grau de incapacidade moderamente grave, visto que, não realiza marcha,
não assume a posição ortostática e necessita da ajuda da terceira pessoa para
realização das AVD´s. (Anexo 30)

PASS

PASS Pontuação
Total 0

Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que o


paciente não apresenta equilíbrio, tanto estático como dinâmico, mantendo a
interpretação de M0. (Anexo 31)

Índice de Barthel

Índice de Barthel Pontuação


Total 0

Interpretação dos resultados: Tendo por base, a analise da dependência, este


continua a apresentar um score de 0, ou seja, é totalmente dependente da 3ª pessoa
para realizar as ABDV. (Anexo 32)

Reflexão do caso

O plano de intervenção foi aplicado ao longo de seis semanas, diariamente, visando


cumprir os objetivos propostos.

No entanto, o paciente não evoluiu favoravelmente. A sua condição clínica piorou, o


que desencadeou um internamento, com duração de 1 semana, noutra unidade
hospitalar.

71
Desta forma, o desafio passa por aumentar a qualidade de vida e melhorar a
funcionalidade deste individuo.

Interve
nção da
fisiotera
pia num
acidente
vascula
r
cerebral

72
Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Tâmega e Sousa

Ensino Clínico III

Orientadora Clínica: Fisioterapeuta Bárbara Pinto

Estagiária: Beatriz Cabral


Duração do Estágio: 12 setembro a 21 de outubro 2022

Resumo
Objetivo: Analisar a eficácia do tratamento fisioterapêutico na reabilitação de um
acidente vascular cerebral isquémico da artéria cerebral média.

Metodologia: No presente estudo, foi avaliado um indivíduo com setenta e quatro


anos, do sexo feminino. Procedeu-se à recolha de dados através da história clínica, do
exame subjetivo e objetivo e de instrumentos de avaliação validados e fiáveis, em
particular, Escala de Rankin modificada, Escala de Ashworth modificada, escala de
Berg, escala de MRC e Índice de Barthel. Seguidamente, foram formulados objetivos
gerais e específicos, construídos perante o diagnóstico em fisioterapia que foi feito. Os
dados avaliados e reavaliados foram comparados com a literatura existente, no

73
sentido de delinear um plano de intervenção adequado à condição do paciente. O
tratamento foi realizado uma vez por dia, cinco vezes por semana e consistiu na
utilização de procedimentos e estratégias, com o objetivo de resolver os problemas
detetados.

Resultados: Após intervenção fisioterapêutica, foram encontradas melhorias ao nível


da força muscular, do equilíbrio, da independência e das sequencias dinâmicas
(marcha e sit-to-stand/stand-to-sit).

Conclusão: Com o estudo realizado, foi possível concluir que a intervenção ao nível da
fisioterapia realizada vai de encontro ao que é mostrado pela evidência.

Palavras-chave: AVC, reabilitação, fisioterapia.

Introdução
Com o crescente envelhecimento da população mundial, patologias neurológicas como
o Acidente Vascular Encefálico/ Cerebral (AVC) têm vindo a aumentar a sua
prevalência ao longo dos anos.

Com efeito, em Portugal o AVC é considerado a principal causa de morte e uma das
maiores causas de incapacidade funcional, com grande limitação na autonomia e
desempenho das atividades da vida diária, bem como um enorme impacto social e
económico, tanto no seio da família e cuidadores destes indivíduos, como também na
sociedade em geral.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação o quadro


neurológico apresentado por cada indivíduo irá depender da localização e extensão

74
exata da lesão. Um terço da população que sobrevive ao AVC fica com deficiências
significativas. O comprometimento mais amplamente reconhecido pelo AVC é o
comprometimento motor, que pode ter um impacto significativo ao nível das AVD ́s.
(Ursin et al, 2019)

Existem dois tipos de AVC, os isquémicos e os hemorrágicos. Um AVC isquémico é


causado por diminuição importante do fluxo sanguíneo numa determinada zona
cerebral, geralmente secundário a oclusão de uma artéria por um trombo,
condicionando necrose (morte) dessa zona e originando um enfarte cerebral.

Em indivíduos que tenham sofrido um AVC, os ajustes posturais antecipatórios


descritos, não funcionam no lado lesado, o que impede os indivíduos de usar uma
variedade de padrões normais de postura e de movimento, essenciais para a realização
de atividades funcionais, tais como as transferências, o rolar, o sentar, o manter a
posição de pé, o andar e a realização de AVD ́s. (Cancela, 2008)

Assim como, o controlo postural (CP) que constitui um dos requisitos indispensáveis
para a execução de muitas tarefas funcionais, tendo sido demonstrado que após um
acidente vascular encefálico (AVE) este esteja severamente alterado. Os mecanismos
de neuroplasticidade evidenciam capacidade de mudança no CP através de uma
intervenção em Fisioterapia.

A alteração da motricidade num hemicorpo, além de gerar incapacidade do indivíduo,


promove alterações musculares que comprometem o tronco como um todo. Após a
instalação da hemiplegia, o paciente sente dificuldade em mover o tronco em relação
à gravidade, independentemente de que tipo de atividade muscular. Os músculos
abdominais demonstram uma notável perda de atividade e tónus. Essa ausência de
estabilização proximal influência os membros e a espasticidade distal é ainda maior à
medida que o paciente tenta compensar a perda de fixação, quando tenta mover-se
contra a gravidade. O comprometimento mais evidente é a tendência em manter-se
em uma posição de assimetria postural, com assimetria de carga, aumentando a
inclinação da pélvis e por consequência, há uma retração desse segmento, juntamente
com uma flexão de quadril e tronco. (Ferla et al, 2015)

As alterações motoras como fraqueza muscular, espasticidade e padrões anormais de


movimento, podem impedir ou dificultar as transferências, a deambulação e a
realização de atividades básicas e instrumentais de vida diária, tornando o indivíduo
fisicamente dependente.

A fisioterapia é de extrema importância nas recuperação das alterações após AVC,


porque ela possui vários recursos que ajudam a “melhorar” ou recuperar as
capacidades motoras e funcionais dos doentes portadores deste tipo de disfunção.
Quanto mais precoce for a intervenção da fisioterapia, melhores são os resultados
obtidos, favorecendo assim uma maior qualidade de vida. (Francisco, 2016)

O objetivo deste estudo é avaliar o tratamento realizado durante a intervenção da


fisioterapia num indivíduo com AVC isquémico na artéria cerebral média.

75
Metodologia
Tipo de estudo: Estudo de caso

Caso clínico
Ficha Clínica:

Por questões de respeito e privacidade, o nome do indivíduo em estudo não será


divulgado e será representado por DR.

Paciente do sexo feminino, solteiro e com 74 anos. Como antecedentes pessoais


apresenta: défice cognitivo, HTA, anemia ferropénia, esofagite grau II e gastrite,
patologia osteoarticular degenerativa e gonartrose.

76
Em relação à medicação toma: Acido folico 5mg comp, Lisinopril 5 mg, Clopidogrel75
mg comp, Atorvastatina 20mg comp, Paracetamol 500mg comp e Sene 12mg comp.

Apresenta como diagnóstico médico Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquémico da


artéria cerebral média, que ocorreu no dia 7 de agosto de 2021.

Instrumentos de Avaliação:

A avaliação do paciente foi realizada em dois momentos, sendo que M0 corresponde à


avaliação inicial e M1 corresponde à avaliação final. A avaliação inicial, M0, foi
realizada a 14 de setembro de 2022 e a avaliação final, M1, foi realizada a 14 de
outubro de 2022.

Durante a avaliação objetiva foram utilizados como instrumentos – Escala de Rankin


modificada, Escala de Ashworth modificada, Escala de Berg, Escala de MRC e Índice de
Barthel.

 CIF
A CIF é um modelo para a organização e documentação de informações sobre
funcionalidade e incapacidade (OMS 2001).
 Escala de Rankin Modificada
A Escala de Rankin Modificada (MRS) é usada para avaliar pacientes com AVC.
Esta escala fornece informações sobre o nível de incapacidade do paciente
após o AVC e pode ser útil no acompanhamento e na previsão prognóstica.
Uma pontuação entre um e seis é atribuída com base na condição do paciente.
Scores baixos indicam um alto nível de funcionamento, enquanto os altos
indicam incapacidade grave ou morte como resultado de um AVC. (Brito et al,
2013)

 Escala de Ashworth Modificada


A escala de Ashworth modificada é a ferramenta clínica mais universalmente
usada para medir o aumento do tônus muscular. (Thame et al, 2010)
A espasticidade foi definida por Jim Lance em 1980, como um aumento
dependente da velocidade nos reflexos de alongamento muscular associado ao
aumento do tônus muscular como um componente da síndrome do neurônio
motor superior.

 Escala de Equilíbrio de Berg


A escala de equilíbrio de Berg avalia o equilíbrio funcional, estático e dinâmico.
É composta por 14 itens envolvendo tarefas funcionais específicas em
diferentes bases de apoio. As tarefas envolvem o equilíbrio estático e dinâmico
tal como, alcançar, girar, transferir-se, permanecer de pé e levantar-se. Cada
77
item apresenta uma escala ordinal de 5 alternativas que recebem uma
pontuação entre 0 e 4, em função do desempenho do utente, obtendo um
escore total de 56 pontos (Oliveira, 2006; Silva et al., 2007).
 Escore de Medical Research Council (MRC)
A MRC avalia a força muscular em dozes grupos musculares, sendo os
movimentos avaliados a abdução do ombro, a flexão do cotovelo, extensão do
punho, flexão da coxo-femural, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo.
A pontuação varia de zero (nenhum movimento) a cinco (força muscular
normal), sendo que um score de 48 significa fraqueza significativa e um score
abaixo de 36 indica fraqueza muscular grave.
 Índice de Barthel
O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização
de dez actividades básicas de vida diária (ABVD): comer, higiene pessoal, uso
dos sanitários, tomar banho, vestir e despir, controlo de esfíncteres,
deambular, transferência da cadeira para a cama, subir e descer escadas
(Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007).
Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total
de 0-20 indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada
dependência; 91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo &
Matos, 2003).
 Teste do relógio
O teste do relógio avalia diversas funções cognitivas como a memória
semântica, função executiva (planeamento), linguagem (compreensão do
comando), praxia e função visuo-espacial.

Resultados
Momento de avaliação (M0) – 14/09/2022

Neste momento, realizou-se a avaliação subjetiva, apresentada na descrição do “Caso


clínico” com base nas informações fornecidas no registo médico.

Inicialmente procedeu-se à avaliação dos conjuntos posturais sentado, de pé, sit to


stand e stand to sit e marcha, onde se verificou as respetivas alterações: distribuição
de carga na base de suporte assimétrica, ou seja, existe um predomínio de carga no
sentido posterior e à direita; aumento do tónus ao nível do membro superior esquerdo
(++ flexores do cotovelo), que origina alterações de alinhamento dado que o membro
se encontra em rotação interna da glenoumeral, flexão do cotovelo, flexão do punho e
dos dedos e para além disso, existe diminuição de atividade ao nível deste membro e
apresenta ainda diminuição do controlo postural do tronco (padrão global de flexão).

78
De seguida, avaliamos a sequência de movimento sit-to-stand e stand-to-sit onde
verificamos que durante a sequência de movimento é realizado à custa do MS direito,
observa-se adução das CF em compensação da dificuldade de realizar flexão do tronco
e da CF, não se observa também extensão do joelho esquerdo com a dificuldade a
transferir carga para o membro esquerdo.

A marcha é lentificada, o tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma vez que, a
paciente apresenta dificuldade a transferir carga para este membro, não ocorre
extensão do joelho esquerdo quando recebe carga, a fase de balanço é maior no MIE
do que no MID e a fase de ataque ao calcanhar é realizada à custa dos flexores
plantares.

Avaliamos a força muscular e todos os movimentos avaliados quando comparados com


o lado contra-lateral (hemicorpo direito) apresentam diminuição de força muscular.

Para além disso, as amplitudes articulares mantêm-se inalteradas nos membros


direitos. Quanto aos MS esquerdo, a paciente não realiza movimento ativamente,
apenas se sente contração muscular. Passivamente, há limitação das amplitudes do
ombro por rigidez e dor. Quanto à mobilização do cotovelo, punho e dedos são
realizadas na sua totalidade sem dor.

O MI esquerdo mobiliza os segmentos da anca e do joelho contra gravidade em arco


quase completo, a dorsiflexão em arco parcial contra gravidade e a flexão plantar em
arco quase completo contra gravidade.
Passivamente, as amplitudes disponíveis são realizadas na sua totalidade sem dor.

Por último, através da utilização das escalas conseguimos concluir o seguinte: Escala de
Rankin modificada a paciente apresenta um score de 4 em 6 o que significa que
apresenta incapacidade moderada-severa necessitando de assistência de uma 3a
pessoa para a realização de algumas das suas atividades; Escala de Ashworth
modificada onde apresenta um score de 1+ em 4 que significa que o paciente
apresenta um aumento do tónus em menos de metade do arco de movimento,
manifestado por tensão abrupta e seguido por uma resistência mínima, o que faz com
que os movimentos passivos sejam dificultados; Escala de Equílibrio de Berg que
apresenta défice de equilíbrio dinâmico em pé; Índice de Brthel onde a paciente
apresenta um score de 55 que significa grave dependência para realizar ABVD e, por
último, através do teste do relógio conseguimos verificar que apresenta um score de 1
em 5 apresentando limitações ao nível das funções cognitivas.

Avaliação dos conjuntos posturais


A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 14 de setembro de
2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Aumentado ao nível dos flexores do braço esquerdo;

79
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
Sentado musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 Encurtamento do hemi-tronco esquerdo;
 Alongamento do hemi-tronco esquerdo;
 MS esquerdo com flexão do cotovelo, punho
e dedos, apresenta ainda uma manga no
ombro, uma vez que, a paciente apresenta
risco de luxação da cabeça umeral;
 MI esquerdo com adução da CF, no pé este
está em flexão plantar, o que significa que a
carga está no ante-pé e lateral.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e


posterior.
Tónus Aumentado ao nível dos flexores do cotovelo
esquerdo;
Nível de atividade Diminuído;
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;

80
Alinhamentos  Cervical anteriorizada e inclinada à esquerda;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
Pé inferior;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo, punho e dedos;
 MI’s com adução da CF;
 Ligeiro valgo dos joelhos.

Alinhamentos  Cervical anteriorizada;


(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
 Leigeiro valgo dos joelhos;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo, punho e dedos;
 MS direito serve como apoio para realizar marcha;
Marcha  MI’s com adução e rotação interna da CF (a adução
faz com que a paciente, por vezes, tropece porque
coloca os pés um à frente do outro em linha reta
 A cadência da marcha é lentificada.

Fase de apoio  O tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma


vez que, a paciente apresenta dificuldade a
transferir carga para este membro.
 Não ocorre extensão do joelho esquerdo quando
recebe carga;
Fase de  A fase de balanço é maior no MIE do que no MID
balanço pois como há um défice de força por parte dos
flexores da anca do lado esquerdo, há um balanço
do membro, aumentando o tempo deste no ar;

Fase de  Não ataca ao solo com o pé esquerdo, ou seja,


ataque ao arrasta o pé e este fica em flexão plantar.
calcanhar

Fase 1 – Fase A fase 1 consiste em realizar flexão do tronco e CF na tentativa


flexora de começar a descolar as nádegas da cadeira.

Nesta paciente, verificamos diminuição do controlo postural e,

81
desta forma, apenas consegue realizar a tarefa recorrendo à
ajuda do MS direito, como forma de compensação.

Concluindo, nesta fase, não existe por parte da utente nem


Sit to flexão do tronco nem da CF, observando-se adução das CF’s e
realiza mais força através do MS direito.
Stand Fase 2- Fase A fase 2 é o momento desde que as nádegas saem da
de marquesa, até ao máximo de dorsiflexão.
transferência
A paciente nesta fase apresenta dificuldade a transferir carga
no sentido anterior e à esquerda, recorrendo à ajuda do MS e,
por esse motivo, não consegue atingir o máximo de
dorsiflexão.
Fase 3 – Fase Na fase 3 ocorre o tilt posterior.
extensora
No entanto, devido à falta de controlo postural ao nível do
tronco, a paciente não consegue recrutar atividade anti
gravítica terminado o movimento com flexão do tronco
superior sobre o tronco inferior e também não consegue
realizar o tilt posterior.
Fase 4 – Fase A paciente termina com carga à direita e posterior.
estabilizadora A base de suporte é estreita.
O joelho esquerdo em flexão.

Fase 1 Em pé o paciente apresenta um padrão global de flexão, com carga


assimétrica à direita, rotação interna da coxo – femoral e flexão do
joelho.
Para iniciar a sequência de movimento o paciente necessita de
apoio ao nível do membro superior direito.
O movimento é iniciado com ligeira flexão do tronco superior sobre
Stand to o tronco inferior (em bloco).
Sit Fase 2 Na realização desta fase o paciente desloca o corpo em bloco no
sentido posterior aumentando a atividade adutora ao nível das
coxo – femorais para conseguir controlar o movimento dado que
não apresenta um controlo excêntrico ao nível dos membros
inferiores, fazendo com que seja um movimento rápido e não
controlado.
Fase 3 Termina na posição de sentado com carga assimétrica (predomínio
de carga à direita), adução das coxo- femorais e flexão global do
tronco.

Escala de Ashworth Modificada

82
A escala de Ashworth modificada é a ferramenta clínica mais universalmente usada
para medir o aumento do tônus muscular.
A espasticidade foi definida por Jim Lance em 1980, como um aumento dependente da
velocidade nos reflexos de alongamento muscular associado ao aumento do tônus
muscular como um componente da síndrome do neurônio motor superior.

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)


Total 1+

Interpretação dos resultados: Uma vez que a paciente apresenta sequelas de AVC, foi
necessário avaliar a espasticidade no lado parético (esquerdo).
Concluindo-se então que após avaliação a paciente apresenta um score de 1+ em 4, o
que significa um aumento de tónus em menos de metade do arco de movimento,
manifestado por tensão abrupta e seguido por uma resistência mínima, o que faz com
que os movimentos passivos sejam dificultados. (++ MS esquerdo, ao nível dos flexores
do cotovelo).

Escala de Rankin Modificada

A Escala de Rankin Modificada (MRS) é usada para avaliar pacientes com AVC. Esta
escala fornece informações sobre o nível de incapacidade do paciente após o AVC e
pode ser útil no acompanhamento e na previsão prognóstica. Uma pontuação entre
um e seis é atribuída com base na condição do paciente. Scores baixos indicam um alto
nível de funcionamento, enquanto os altos indicam incapacidade grave ou morte como
resultado de um AVC.

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: A paciente apresenta um score de 4 em 6, o que


significa uma incapacidade moderadamente grave, visto que necessita da ajuda da 3º
pessoa para realizar todas as AVD´s, incluindo a marcha.

Escala de Equilibrio de Berg

A escala de equilíbrio de Berg avalia o equilíbrio funcional, estático e dinâmico.


É composta por 14 itens envolvendo tarefas funcionais específicas em diferentes bases
de apoio. As tarefas envolvem o equilíbrio estático e dinâmico tal como, alcançar,
girar, transferir-se, permanecer de pé e levantar-se. Cada item apresenta uma escala
ordinal de 5 alternativas que recebem uma pontuação entre 0 e 4, em função do
desempenho do utente, obtendo um escore total de 56 pontos (Oliveira, 2006; Silva et
al., 2007).
Escala de Equilíbrio de Berg Pontuação
Total 21

83
Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que a
paciente apresenta défice de equilíbrio dinâmico, sendo que muitas vezes refere que
tem “medo de cair”.

Limitações de amplitudes articulares

Relativamente ao MS e MI direito, mobiliza contra gravidade em arco completo.

Relativamente ao membro superior esquerdo, a paciente não realiza movimento


ativamente, apenas se sente contração muscular.
Passivamente, há limitação das amplitudes do ombro por rigidez e dor. Quanto à
mobilização do cotovelo, punho e dedos são realizadas na sua totalidade sem dor.

O MI esquerdo mobiliza os segmentos da anca e do joelho contra gravidade em arco


quase completo, a dorsiflexão em arco parcial contra gravidade e a flexão plantar em
arco quase completo contra gravidade.
Passivamente, as amplitudes disponíveis são realizadas na sua totalidade sem dor.

MRC

A MRC avalia a força muscular em dozes grupos musculares, sendo os movimentos


avaliados a abdução do ombro, a flexão do cotovelo, extensão do punho, flexão da
coxo-femural, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo.
A pontuação varia de zero (nenhum movimento) a cinco (força muscular normal),
sendo que um score de 48 significa fraqueza significativa e um score abaixo de 36
indica fraqueza muscular grave.

Músculos Direito Esquerdo


Abdução do ombro 5 1
Flexão do cotovelo 5 1
Extensão do punho 5 1
Flexão da coxo-femural 5 3
Extensão do joelho 4 3
Dorsiflexão do tornozelo 5 4

Legenda:
 N/A (não avaliada);
 0- Não se percebe nenhuma contração;
 1- Traço de contração, sem produção do movimento;
 2- Contração fraca, produzindo movimento com a eliminação da gravidade;
 3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional;
 4- Realiza movimento contra a resistência externa moderada e gravidade;
 5- É capaz de superar maior quantidade de resistência que o nível anterior.

Interpretação dos resultados: Após avaliação da força muscular, podemos concluir


que todos os movimentos avaliados quando comparados com o lado contra-lateral
(hemicorpo direito) apresentam diminuição de força muscular.

84
Esta fraqueza muscular evidencia no lado parético surge na literatura, como um fator
limitante após-AVC e é consequente da perda dos efeitos tróficos centrais, da atrofia
neurogénica, do repouso excessivo no leito na fase aguda, da perda de unidades
motoras, da alteração na ordem de recrutamento e da alteração na condução dos
nervos periféricos.

Índice de Barthel
O Índice de Barthel avalia o nível de independência do sujeito para a realização de dez
actividades básicas de vida diária (ABVD): comer, higiene pessoal, uso dos sanitários,
tomar banho, vestir e despir, controlo de esfíncteres, deambular, transferência da
cadeira para a cama, subir e descer escadas (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira,
2007).

Numa escala de 10 itens o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20
indica Dependência total; 21-60 Grave dependência; 61-90 Moderada dependência;
91-99 Muito leve dependência e 100 Independência (Azeredo & Matos, 2003).

Índice de Barthel Pontuação


Total 55
Interpretação dos resultados: A paciente apresenta um score de 55 o que significa
que tem uma grave dependência para realizar ABVD.

Teste do relógio

O teste do relógio envolve diversas funções cognitivas como a memória semântica,


função executiva (planeamento), linguagem (compreensão do comando), praxia e
função visuo-espacial.

Consiste em solicitar à pessoa o desenho dos números do relógio, marcando uma


determinada hora (11:10), sem mencionar a necessidade de ponteiros. Existem dois
procedimentos mais comuns o primeiro trata-se do desenho-livre onde o relógio é
desenhado desde o início pelo individuo ou então o pré-desenho que inclui uma folha
com o círculo já desenha, tem sido defendido que o último procedimento ativa
primeiramente funções percetivas enquanto o desenho-livre exige mais da linguagem,
memória e funções executivas (Freedman, Leach, Kaplan, Winocur, Shulman, Delis,
1994).

O teste é considerado completo quando o paciente desenha todos os números do


relógio, espacialmente bem distribuídos e os ponteiros a marcar 11:10. O teste não é
cronometrado e pode ser repetido quantas vezes forem necessárias.
A interpretação do teste é eminentemente qualitativa. Considera-se o teste bastante
alterado quando o resultado é 0,1 ou 2.

Teste do relógio Pontuação (0-5)


Total 1

85
Figura 1: Exemplo de teste correto Figura 2: Relógio do paciente

Interpretação dos resultados: Pode concluir-se que o relógio está bastante alterado,
ou seja, as funções cognitivas da paciente estão alteradas. (Anexo 10)

Momento de reavaliação (M1) - 28/03/2022

O momento da reavaliação (M1) foi realizado no dia 14 de outubro de 2022 onde se


procedeu à avaliação dos conjuntos posturais, sequências de movimento, força
muscular, tónus, amplitudes articulares, nível de incapacidade, equilíbrio, nível de
independência e função cognitiva através da aplicação de escalas devidamente
apropriadas.

Inicialmente procedeu-se à reavaliação dos conjuntos posturais de sentado e de pé,


onde se verificou as respetivas alterações: distribuição de carga na base de suporte
assimétrica, ou seja, existe um predomínio de carga no sentido posterior e à direita;
diminuição do tónus ao nível dos flexores do cotovelo em comparação com a avaliação
inicial e, por fim, melhoria dos alinhamentos das CF’s que se encontravam em adução.

De seguida, avaliamos a sequência de movimento sit-to-stand e stand-to-sit onde


verificamos que a sequência de movimento é realizado com ajuda do apoio da mão
direita, no entanto, agora a carga é distribuída uniformente entre o MS direito e os
MI’s, o que não acontecia em M0. Já não se observa adução das CF e existe agora uma
flexão do tronco e da CF ainda não se observa extensão do joelho esquerdo por existir
dificuldade a transferir carga para este membro.

A marcha continua lentificada, o tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma vez
que, a paciente apresenta dificuldade a transferir carga para este membro, não ocorre
extensão do joelho esquerdo quando recebe carga, a fase de balanço é maior no MIE
do que no MID e a fase de ataque ao calcanhar apesar de ser feito com o calcanhar, a
fase aérea é em flexão plantar.

Avaliamos a força muscular e os grupos musculares responsáveis pela flexão do


cotovelo, flexão da CF e extensão do joelho aumentaram significativamente a força
quando comparado com M0.

As amplitudes articulares mantêm-se iguais a M0.

86
Por último, através da utilização das escalas conseguimos concluir o seguinte: Escala de
Rankin modificada a paciente apresenta um score de 4 em 6, igual a M0; Escala de
Ashworth modificada onde apresenta agora um score de 1 que significa que o paciente
apresenta um aumento do tónus no final da amplitude; Escala de Equílibrio de Berg
que apresenta défice de equilíbrio dinâmico em pé, apesar de ter evoluído
significativamente; Índice de Barthel onde a paciente evoluiu para uma dependência
moderada, por último, através do teste do relógio continua a existir limitações ao nível
das funções cognitivas.

Reavaliação (M1)

Observação informal
A observação informal foi realizada no dia 14 de outubro de 2022.
 Face: normal;
 Orientação: orientada no espaço e no tempo;
 Colaboração: colaborante;
 Compreensão: compreende todos os comandos verbais, apresenta alguma
disartria e dificuldade na audição.

Observação formal
A observação formal foi realizada no dia 14 de outubro de 2022.
 Deformidades: não apresenta;
 Cor: sem alterações;
 Temperatura: normal;
 Cicatrizes: não apresenta;
 Edema: não apresenta;

87
Avaliação dos conjuntos posturais
A avaliação postural presente no exame físico foi realizada no dia 14 de outubro de
2022.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e posterior.

Tónus Aumentado ao nível dos flexores do braço esquerdo;


Nível de Diminuído;
atividade
Sentado Padrão Flexor;
Base de Normal;
suporte
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco inferior;
 Encurtamento do hemi-tronco esquerdo;
 Alongamento do hemi-tronco esquerdo;
 MS esquerdo com flexão do cotovelo, punho e dedos,
apresenta ainda uma manga no ombro, uma vez que,
existe um risco de luxação da cabeça umeral;
 MI direito com abdução e rotação lateral da CF;
 Carga no ante-pé esquerdo.

Carga Assimétrica, predominantemente à direita e posterior.


Tónus Aumentado ao nível dos flexores do cotovelo esquerdo;
Nível de Diminuído;
atividade
Padrão Flexor;
Base de suporte Estreita;
Pé Alinhamentos  Cervical anteriorizada e inclinada à esquerda;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo,
 Ligeiro valgo dos joelhos e flexo no joelho
esquerdo.

88
Alinhamentos  Cervical anteriorizada;
(ósseos e  Cifose torácica;
musculares)  Flexão do tronco superior sobre o tronco
inferior;
 Ligeiro valgo dos joelhos;
 MS esquerdo com rotação interna do ombro,
flexão do cotovelo, punho e dedos;

Marcha  MS direito serve como apoio para realizar


marcha;
 MI esquerdo com adução e rotação interna da
CF (a adução faz com que a paciente, por vezes,
tropece porque coloca os pés um à frente do
outro em linha reta
 A cadência da marcha é lentificada.

Fase de apoio  O tempo da fase de apoio no MIE é menor, uma


vez que, a paciente apresenta dificuldade a
transferir carga para este membro.
 Não ocorre extensão do joelho esquerdo
quando recebe carga;
Fase de balanço  A fase de balanço é maior no MIE do que no
MID pois como há um défice de força por parte
dos flexores da anca do lado esquerdo, há um
balanço do membro, aumentando o tempo
deste no ar;
Fase de ataque  Consegue atacar com o calcanhar, mas continua
ao calcanhar com o pé em flexão plantar na fase aérea;

89
Fase 1 – Fase A fase 1 consiste em realizar flexão do tronco e CF na
flexora tentativa de começar a descolar as nádegas da cadeira.

Nesta paciente, verificamos diminuição do controlo postural


e, desta forma, apenas consegue realizar a tarefa recorrendo
à ajuda do MS direito, como forma de compensação.

Concluindo, esta fase, ocorre com a ajuda do MS direito, no


entanto, a força já se distribui uniformemente entre os MI’s e
o MS direito.
Sit to Fase 2- Fase
de
A fase 2 é o momento desde que as nádegas saem da
marquesa, até ao máximo de dorsiflexão.
Stand transferência
A paciente nesta fase apresenta dificuldade a transferir carga
no sentido anterior e à esquerda, recorrendo à ajuda do MS
e, por esse motivo, não consegue atingir o máximo de
dorsiflexão.
Fase 3 – Fase Na fase 3 ocorre o tilt posterior.
extensora
No entanto, devido à falta de controlo postural ao nível do
tronco, a paciente não consegue recrutar atividade anti
gravítica terminado o movimento com flexão do tronco
superior sobre o tronco inferior e também não consegue
realizar o tilt posterior.

Fase 4 – Fase A paciente termina com carga à direita e posterior.


estabilizadora

Fase 1 Em pé o paciente apresenta um padrão global de flexão, com carga


assimétrica à direita
Para iniciar a sequência de movimento o paciente necessita de apoio
ao nível do membro superior direito.
O movimento é iniciado com ligeira flexão do tronco superior sobre
o tronco inferior (em bloco).
Stand Fase 2 Na realização desta fase o paciente desloca o corpo em bloco, mas
to Sit de forma controlada, no sentido posterior. Desde o momento que
sente as nádegas na cadeira deixa cair o resto do corpo, de forma
não controlada;
Fase 3 Termina na posição de sentado com carga assimétrica (predomínio
de carga à direita), ligeira abdução e rotação externa do MID e
flexão global do tronco.

90
Escala de Ashworth Modificada

Escala Ashworth Modificada Pontuação (0-4)


Total 1

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar o paciente apresenta uma


evolução de 1+ para 1. Desta forma, verifica-se que a paciente ainda apresenta um
aumento do tónus, no entanto, no final da amplitude o que limita a realização do
movimento. (Anexo )

Escala de Rankin Modificada

Escala de Rankin Modificada Pontuação (0-6)


Total 4

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar pela reavaliação, a paciente


apresenta um score de 4 em 6, mantendo o score desde a avaliação inicial, dado que
necessita da ajuda da 3º pessoa para realizar algumas AVD´s, incluindo a marcha.
(Anexo )

Escala de Equilibrio de Berg

Escala de Equilíbrio de Berg Pontuação


Total 26

Interpretação dos resultados: Após aplicação da escala, pode-se concluir que a


paciente evoluiu ligeiramente, no entanto, continua a apresentar défice de equilíbrio
dinâmico. (Anexo )

MRC

A MRC avalia a força muscular em dozes grupos musculares, sendo os movimentos


avaliados a abdução do ombro, a flexão do cotovelo, extensão do punho, flexão da
coxo-femural, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo.
A pontuação varia de zero (nenhum movimento) a cinco (força muscular normal),
sendo que um score de 48 significa fraqueza significativa e um score abaixo de 36
indica fraqueza muscular grave.

Músculos Esquerdo (M0) Esquerdo (M1)


Abdução do ombro 1 1
Flexão do cotovelo 1 2
Extensão do punho 1 1
Flexão da coxo-femural 3 4
Extensão do joelho 3 4
Dorsiflexão do tornozelo 4 4

91
Legenda:
 N/A (não avaliada);
 0- Não se percebe nenhuma contração;
 1- Traço de contração, sem produção do movimento;
 2- Contração fraca, produzindo movimento com a eliminação da gravidade;
 3- Realiza movimento contra a gravidade, porém sem resistência adicional;
 4- Realiza movimento contra a resistência externa moderada e gravidade;
 5- É capaz de superar maior quantidade de resistência que o nível anterior.

Interpretação dos resultados: Após avaliação da força muscular, podemos concluir


que grupos musculares responsáveis pela flexão do cotovelo, flexão da CF e extensão
do joelho aumentaram significativamente a força quando comparado com M0.

Índice de Barthel

Índice de Barthel Pontuação


Total 65

Interpretação dos resultados: Comparativamente à avaliação inicial, a paciente


evoluiu favoralmente e apresenta agora um score de 65 o que significa que tem uma
moderada dependência para realizar ABVD. (Anexo 9)

Teste do relógio

Teste do relógio Pontuação (0-5)


Total 1

Figura 1: Exemplo de teste correto Figura 2: Relógio do paciente

Interpretação dos resultados: Como podemos verificar pela reavaliação o relógio


continua bastante alterado, ou seja, as funções cognitivas da paciente estão alteradas.
(Anexo )

92
Discussão
A Fisioterapia é uma profissão cujo corpo do saber se centra na análise e avaliação do
movimento e da postura, baseadas na estrutura e na função do corpo, utilizando
modalidades educativas e terapêuticas específicas, com base, essencialmente no
movimento, nas terapias manipulativas e meios físicos e naturais com a finalidade de
promoção da saúde e prevenção da doença.

Baseado na definição da própria profissão, a intervenção do fisioterapeuta que


trabalha no campo da neurologia visa a habilitação e/ou reabilitação do doente,
criança ou adulto, tendo por base um conjunto de recursos e instrumentos de
avaliação, educação e tratamento que visam a obtenção da máxima capacidade
funcional da pessoa com disfunção neurológica, permitindo-lhe uma maior dignidade
de vida e também melhores condições de vida à sua família, cuidadores e amigos.

A neuro-reabilitação desempenha um papel primordial no tratamento do doente com


AVC. Deve começar o mais precocemente possível, idealmente logo no primeiro dia,
promovendo uma estimulação sensorial e cognitiva e mobilizações precoces dos
membros paréticos, sendo progressivamente adaptada as diferentes fases de evolução
pós AVC. Devem ser traçados objetivos específicos e realistas visando melhorar a
funcionalidade do doente, tentando sempre envolver o doente e familiares neste
longo processo. Uma vez atingida a estabilização do défice, poderá ser necessário
manter as sessões de terapia com vista à manutenção dos ganhos conseguidos,
impedindo a regressão de melhorias já atingidas.

A lesão cerebral ocorrida no caso em estudo levou, tal como esperado, à disfunção do
controlo postural, alteração no padrão de marcha, à hemiplegia e aumento do tónus.
(Ribeiro, 2011).

Os pacientes que sofrem um AVC, têm tendência para realizar transferência de carga
para o lado não lesado, ou menos lesado. Todas estas alterações levam à ausência de
consciencialização e de perda dos padrões de movimento do hemicorpo afetado, bem
como a padrões inadequados do lado não afetado (utilizado como compensação). Por
isso é necessário realizar este exercício de transferência para a consciencialização da
existência do lado mais afetado. (OSLER, 2014).

Segundo Cancela (2008), logo após o AVC, o hemicorpo afetado não apresenta
movimentos ativos, ou seja, o tónus é muito alto para iniciar o movimento, existe
resistência ao movimento passivo e o indivíduo é incapaz de manter um membro em
qualquer posição, especialmente durante as primeiras semanas.

Na avaliação, também se verificou que a paciente tinha um défice de controlo postural


influenciado pelo facto de apresentar má relação entre o tronco superior e o membro
superior. Sabe-se ainda da literatura que, após lesão neurológica, não só o membro
contralateral à lesão reduz a sua atividade mas também o ipsilateral.

93
Por isso, foi necessário intervir na atividade do lado menos afetado com realização de
treino bilateral, uma vez que, os movimentos bilaterais podem potenciar a qualidade
das ações unimanuais realizadas pelo membro superior contralesional e parecem
facilitar a atividade neural no hemisfério lesado (Morris, J.H., et al 2008).

Alguns estudos concluíram que a atividade muscular antecipatória responsável pela


estabilidade proximal antes de um movimento, está diminuída em indivíduos com
hemiparésia pós-AVC. Outra das alterações presentes neste tipo de população é o
desequilíbrio agonista/antagonista e a incapacidade de produção de força. Estas
alterações estão associadas a padrões de movimento errados e a uma cinemática
articular potencialmente lesiva. Por isso, procedeu-se à aplicação do modelo da prática
clínica do Bobath, uma vez que, ocorre facilitação do movimento que destaca a
integração entre postura e movimento com respeito à qualidade do desempenho da
tarefa.

Quando analisadas as sequencias dinâmicas, surgiam compensações pela necessidade


de substituição da função de um ou mai segmentos corporais quando estes se
encontravam afetados após uma lesão do sistema nervoso central. Por isso, as
intervenções no âmbito da fisioterapia neurológica englobam a estimulação global do
doente, com especial ênfase nos membros lesados e com o mínimo de compensações
possível. No caso de um doente com AVC, é estimulada a função motora global, com
ênfase no lado hemiplégico/hemiparético e desincentivada a tentativa de
compensação do lado contralateral na execução detarefas dirigidas ao lado afetado.

94
Conclusão
Concluindo, como podemos verificar ao longo de toda a intervenção realizada com o
paciente, o plano de tratamento proposto surtiu efeito uma vez que ocorreu uma
diminuição do tónus muscular ao nível dos flexores do ombro, aumento a força
muscular, melhorou o grau de independência, todas as avaliações posturais estáticas e
dinâmicas melhoraram e o equilíbrio melhorou significativamente. Para além disso, ao
melhorar a relação do membro superior esquerdo com o tronco superior e
aumentando a atividade anti gravítica conseguimos melhorar a estabilidade proximal
ao nível das cinturas escapulares e, consequentemente, aumentar a mobilidade ao
nível do membro superior esquerdo.

Bibliografia

95
 Mahoney Fl, Barthel D. "Funcional evaluation: the Barthel Index." Maryland
State Med Jornal 1965;14:56-61
http://www.strokecenter.org/wp-content/uploads/2011/08/barthel_reprint.pd
f
 Araújo, F., Ribeiro, J. L. P., Oliveira, A., & Pinto, C. (2007). Validação do índice de
Barthel numa amostra de idosos não institucionalizados. Revista Portuguesa de
Saúde Pública, 25(2), 59-66.
https://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/15740/2/86323.pdf
 Direção Geral da Saúde (Norma Número 054/2011 Acidente Vascular Cerebral:
Prescrição de Medicina Física e de Reabilitação https://www.dgs.pt/directrizes-
da-des/normas-e-circulares-normativas/norma-n-0542011-de-27122011-
ipq.aspx
 Mósca, Estela (2001). Contributo para a validação à população portuguesa da
escala de equilíbrio de Berg. Monografia final do curso de Licenciatura em
Fisioterapia. Alcoitão: ESSA
 Bohannon, R. W., & Smith, M. B. (1987). Interrater reliability of a modified
Ashworth scale of muscle spasticity. Physical Therapy, 67 (2), 206–207.
http://ptjournal.apta.org/content/67/2/206.long
 Vieira, C., Fernandes, S., & Mimoso, T. P. (2008). Instrumento - Adaptação
cultural e linguística e contributo para a validação da Escala de Avaliação
Postural para Pacientes com sequelas de AVC (PASS). Essfisionline, 4 (1), 88.

 BENAIM, C. et al. - Validation of a Standardized Assessment of Postural Control


in Stroke Patients: The Postural Assessment Scale for Stroke Patients (PASS).
Stroke. Vol.30, (1999), 1862-1868
 CAROFINO, B. C.; LEOPOLD, S. S. Classifications in brief: the Neer classification
for proximal humerus fractures. Springer, 2013.
 Tilney, F. e Riley, H. A. — The form and functions of the central nervous
system.3. ed., Paul Hoeber, 1938, pág. 289.
 Cancela, D. M. G. (2008). O acidente vascular cerebral–classificação, principais
consequências e reabilitação. O portal do Psicólogo, Portugal, 2-18.
 Francisco, S. E. C. (2016). Modelos de intervenção em fisioterapia nos pacientes
com espasticidade pós AVC: revisão da literatura (Doctoral dissertation, Escola
Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa/Instituto Politécnico de Lisboa).
 Teixeira-Salmela, Luci Fuscaldi, Edênia Santos Garcia Oliveira, Eneida Geralda
Santos Santana, e Gessione Patricia Resende. «Fortalecimento muscular e
condicionamento físico em hemiplégicos». Acta Fisiátrica 7, n. 3 (4 de
dezembro de 2000): 108–18.
 Reis-Pina, Paulo, e Maria Sofia Ramos. «Dor Central e Acidente Vascular
Cerebral: Uma Breve Revisão Narrativa». Medicina Interna 28, n. 2 (18 de junho
de 2021): 169–74.
 Yoo, Jehyun, Sangmin Kim, Junyoung Choi, e Jihyo Hwang. «Gamma 3 U-Blade
lag screws in patients with trochanteric femur fractures: are rotation control lag
screws better than others?» Journal of Orthopaedic Surgery and Research 14
(16 de dezembro de 2019): 440.
 «30235.pdf».

96
 Guedes, Michelle Camilo. «INTERVENÇÃO FUNCIONAL E ORIENTAÇÃO AOS
FAMILIARES DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NA
EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO», sem data, 18
 «DM_estudodecasos_CoelhoMariaJoao_2014.pdf». Acedido 17 de outubro de
2022
 Guedes, Michelle Camilo. «INTERVENÇÃO FUNCIONAL E ORIENTAÇÃO AOS
FAMILIARES DE PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NA
EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO», sem data, 18.
 PET Medicina UFC - Sobral. Semiologia Sistema Nervoso - Exame da
Sensibilidade, 2016.
 «Reabilitação neurofuncional em um paciente com hemiplegia espástica como
seqüela de AVC. Estudo de caso».
 Ferla, F. L., Grav, M., & Perico, E. (2015). Fisioterapia no tratamento do controle
de tronco e equilíbrio de pacientes pós AVC. Revista Neurociências, 23(2), 211-
217.
 Maria José Sá Coord (2014). Neurologia Clínica: Compreender as doenças
neurológicas.

97
ANEXO
S

98
Anexo 1- Escala Ashworth Modificada

Anexo 2 - Escala de Rankin Modificada

99
Anexo 3- PASS

100
101
102
Anexo 4- Teste do relógio

Anexo 5- Índice de Barthel

103
Anexo 6- Escala de Ashworth Modificada

Anexo 7- Escala de Rankin Modificada

104
Anexo 8- PASS

105
106
Anexo 9- Teste do relógio

Anexo 10- Índice de Barthel

Anexo 11- Escala Ashworth Modificada

107
Anexo 12 - Escala de Rankin Modificada

Anexo 13 - Escala de Equilíbrio de Berg

108
109
110
Anexo 14- Índice de Barthel

111
Anexo 15- Teste do relógio

Anexo 16- Escala Ashworth Modificada

Anexo 17 - Escala de Rankin Modificada

112
Anexo 18- Escala de Equilibrio de Berg

113
114
Anexo 19- Índice de Barthel

Anexo 20- Teste do relógio

115
Anexo 21- Escala de Equilibrio de Berg

116
117
Anexo 22- Índice de Barthel

118
Anexo 23- Escala de Equilibrio de Berg

119
Anexo 24- Índice de Barthel
120
Anexo 25- Escala Ashworth Modificada

121
Anexo 26- Escala de Rankin Modificada

Anexo 27- PASS

122
123
124
Anexo 28- Índice de Barthel

125
Anexo 29- Escala Ashworth Modificada

Anexo 30- Escala de Rankin Modificada

Anexo 31- PASS

126
127
128
Anexo 32- Índice de Barthel

129

You might also like