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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ❝𝕰́ 𝖚𝖒𝖆 𝖏𝖔𝖗𝖓𝖆𝖉𝖆 𝖉𝖊 𝖈𝖊𝖗𝖈𝖆 𝖉𝖊 𝖙𝖗𝖎𝖓𝖙𝖆 𝖊𝖘𝖙𝖆́𝖉𝖎𝖔𝖘 [𝖉𝖔 𝖈𝖔́𝖗𝖗𝖊𝖌𝖔 𝖉𝖊 𝕶𝖗𝖆𝖙𝖍𝖎𝖘 (𝕮𝖗𝖆𝖙𝖍𝖎𝖘) 𝖕𝖊𝖗𝖙𝖔 𝖉𝖆𝖘 𝖗𝖚𝖎́𝖓𝖆𝖘 𝖉𝖊 𝕬𝖎𝖌𝖆𝖎

(𝕬𝖊𝖌𝖆𝖊) 𝖊𝖒 𝕬𝖐𝖍𝖆𝖎𝖆]) 𝖆𝖙𝖊́ 𝖔 𝖖𝖚𝖊 𝖊́ 𝖈𝖍𝖆𝖒𝖆𝖉𝖔 𝖉𝖊 𝕲𝖆𝖎𝖔𝖓 (𝕲𝖆𝖊𝖚𝖒), 𝖚𝖒 𝖘𝖆𝖓𝖙𝖚𝖆́𝖗𝖎𝖔 𝖉𝖊 𝕲𝖊 (𝕿𝖊𝖗𝖗𝖆) 𝖈𝖔𝖒 𝖔
𝖘𝖔𝖇𝖗𝖊𝖓𝖔𝖒𝖊 𝕰𝖚𝖗𝖞𝖘𝖙𝖊𝖗𝖓𝖔𝖘 (𝖉𝖊 𝖕𝖊𝖎𝖙𝖔 𝖆𝖇𝖊𝖗𝖙𝖔), 𝖈𝖚𝖏𝖆 𝖎𝖒𝖆𝖌𝖊𝖒 𝖉𝖊 𝖒𝖆𝖉𝖊𝖎𝖗𝖆 𝖊́ 𝖚𝖒𝖆 𝖉𝖆𝖘 𝖒𝖆𝖎𝖘 𝖆𝖓𝖙𝖎𝖌𝖆𝖘 . 𝕬 𝖒𝖚𝖑𝖍𝖊𝖗 𝖖𝖚𝖊
𝖉𝖊 𝖙𝖊𝖒𝖕𝖔𝖘 𝖊𝖒 𝖙𝖊𝖒𝖕𝖔𝖘 𝖊́ 𝖘𝖆𝖈𝖊𝖗𝖉𝖔𝖙𝖎𝖘𝖆 𝖆 𝖕𝖆𝖗𝖙𝖎𝖗 𝖉𝖊 𝖆𝖌𝖔𝖗𝖆 𝖕𝖊𝖗𝖒𝖆𝖓𝖊𝖈𝖊 𝖈𝖆𝖘𝖙𝖆, 𝖊 𝖆𝖓𝖙𝖊𝖘 𝖉𝖊 𝖘𝖚𝖆 𝖊𝖑𝖊𝖎𝖈̧𝖆̃𝖔 𝖓𝖆̃𝖔 𝖉𝖊𝖛𝖊𝖗𝖎𝖆
𝖙𝖊𝖗 𝖙𝖎𝖉𝖔 𝖗𝖊𝖑𝖆𝖈̧𝖔̃𝖊𝖘 𝖘𝖊𝖝𝖚𝖆𝖎𝖘 𝖈𝖔𝖒 𝖒𝖆𝖎𝖘 𝖉𝖊 𝖚𝖒 𝖍𝖔𝖒𝖊𝖒. 𝕺 𝖙𝖊𝖘𝖙𝖊 𝖆𝖕𝖑𝖎𝖈𝖆𝖉𝖔 𝖊𝖘𝖙𝖆́ 𝖇𝖊𝖇𝖊𝖓𝖉𝖔 𝖘𝖆𝖓𝖌𝖚𝖊 𝖉𝖊 𝖇𝖔𝖎 .
𝕼𝖚𝖆𝖑𝖖𝖚𝖊𝖗 𝖒𝖚𝖑𝖍𝖊𝖗 𝖖𝖚𝖊 𝖕𝖔𝖘𝖘𝖆 𝖓𝖆̃𝖔 𝖋𝖆𝖑𝖆𝖗 𝖆 𝖛𝖊𝖗𝖉𝖆𝖉𝖊 𝖊́ 𝖎𝖒𝖊𝖉𝖎𝖆𝖙𝖆𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊 𝖕𝖚𝖓𝖎𝖉𝖆 𝖈𝖔𝖒𝖔 𝖗𝖊𝖘𝖚𝖑𝖙𝖆𝖉𝖔 𝖉𝖊𝖘𝖘𝖊 𝖙𝖊𝖘𝖙𝖊 . 𝕾𝖊
𝖛𝖆́𝖗𝖎𝖆𝖘 𝖒𝖚𝖑𝖍𝖊𝖗𝖊𝖘 𝖈𝖔𝖒𝖕𝖊𝖙𝖊𝖒 𝖕𝖊𝖑𝖔 𝖘𝖆𝖈𝖊𝖗𝖉𝖔́𝖈𝖎𝖔, 𝖒𝖚𝖎𝖙𝖆𝖘 𝖘𝖆̃𝖔 𝖑𝖆𝖓𝖈̧𝖆𝖉𝖆𝖘 𝖕𝖆𝖗𝖆 𝖆 𝖍𝖔𝖓𝖗𝖆.❞

ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ— pausânias • descrição da grécia, 7.25.13.

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ㅤ ㅤ Para cada deus existem tantos templos, santuários e retiros quanto seus devotos. No
respectivo álbum poderão encontrar apenas os principais e com suas descrições superficiais.
Cólquida é um matriarcado, suas primordiais padroeiras sempre serão divindades femininas.
Conquanto, não diferente são tratados os divinos do princípio masculino. Como uma cultura
amplamente politeísta, os deíficos são devidamente honrados e respeitados dentro das
fronteiras colquidianas.

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ☽🌎☾ 𝐆𝐀𝐈𝐀 ☽🌎☾

ㅤ De longe a potestade que tem o maior número de edifícios religiosos em todas as cidades,
províncias, ducados e comarcas colquianas. Gaia é a Mãe de Cólquida. Aquela que deu um
pedaço de si a Imandra e suas filhas, as Heptá, e Aquela que também o pode tirar. Seu culto foi
tão intenso em tempos de expansão que a deidade chegou a ser cultuada por algumas ordens
religiosas como Primeira e Única.

ㅤ Entre as montanhas mais elevadas de Tbilisi está edificada a Cidade de Ouro e Prata,
Parádeisos (Paradisía), também conhecida como Néa Olympía (Nova Olímpia) a capital do
império cólquida. Nas planícies mitológicas das terras georginas o povo autokhthon — nascidos
da pedra de Pirra — vive sobre os seios da Terra e o véu da Noite. Lá os descendentes das
Sete arquitetaram o basilar santuário da Deusa: Gaeum.

ㅤ Em mármore branco e pedras de esmeralda, na ordem dórica colunas baseiam os capiteis


abaulados que cercam os limites da propriedade suspensa no topo das colinas verdejantes. Nos
quatro extremos bustos dos Téssera Anemoi adornam seus pilares laterais, assim os Ventos
levam aos quatro cantos o nome de Gê. Quando ao viajante é permitido entrar, no espaço
dedicado à Ela encontrarão sob seus olhos uma nova cidade suspensa em honra e glória.
Independendo donde vieram, todos são recepcionados em sua Ágora e ali o visitante pode ser
mantido por horas, dias ou mesmo por meses. Mercados e feiras dão vida às suas ruas; sob
stoas poder-se-á encontrar abrigo em dias frios e chuvosos e em balaneias o alívio das
necessidades primais.


ㅤ Conduzidos por uma extensa construção que liga os dois pontos do sanctus, um par de
estátuas personificam Niké cujas estampam — cada uma — ambos os lados da ponte. Quando
atravessam tal intermediação, o devoto encontrará um vasto jardim no qual sua principal
captação se dá pela escultura de Reia numa fonte florida e com águas límpidas. Ao longo de
suas ruas este hóspede encontrará diversas outras representações de outras deíficas do
panteão heleno ou estrangeiras. Para cada uma, acanhados altares permitirão que esse
transeunte ministre orações e ofertas para àquelas as quais são devotos.

ㅤ No topo de uma alta colina, suspensa na direção Oeste e guiada pelos ares de Zéfiro — o vento
oeste, suave e agradável — jaz a representação de Nyx alada, aquela que veste o Véu de
Estrelas. Dois drakons kholkikos voam ocultos sobre as nuvens, protegendo o monastério da
Deusa dos ataques do mundo externo. Em diversos pontos quedas d’águas jorram em cachão
para o lado mortal. Pausanias dizia que ao longo dessas torrentes o que flui na verdade são as
águas do Dilúvio. Cerca as lendas, também, que nelas Pirra lançava todos os anos trigos
úmidos em mel e por isso até hoje é habitual os crentes repetirem tal feito.

ㅤ Finalmente chegando ao cume do mosteiro encontra-se o Templo de Geia: Imponente,


respeitado, dominante e soberano.

ㅤ A longa sequência de colunas ligadas por entablamentos em círculo cria uma colunata dórica
em frente à nobre arquitetura religare, pensado cuidadosamente para eleger o círculo das doze
horas, em seu eixo um obelisco atua como o ponto médio que irá decorrer à sombra do Sol e da
Lua. No pilar monolítico o préstito poderá ler através dos logogramas arcaicos os nomes de
todas as governantes de Cólquida desde Imandra até Andromakhé. Caminhando em direção ao
pórtico é possível perceber que as Heptá ornamentam a narthikas da basílica. Com as sete
padroeiras do império cólquio guardando a entrada, torna-se impossível à partir deste ponto não
sentir-se observado mesmo quando a polis de Gê se encontra desabitada — o que jamais
ocorre.

ㅤ Com suas estruturas arquitravadas, o entablamento interno exibe frisos cujos os quais
esculpem diversos heróis e deuses helenos. É no acabamento sutil em cornijas que os mais
detalhistas expectadores encontrarão a derradeira arte, permitindo que suas nervuras e
molduras salientes sejam acentuadas pelas faixas. A partir deste ponto, toda a abóboda é
constituída por pinturas que retratam grandes arcos ao longo da história nos quais Gaia estivera
envolvida.

ㅤ É no pronau que encontraremos finalmente a primeira representação com dimensões notáveis


de Imandra. A deusa dos cólquidas é vista com expressões suaves embora na mão direita
carregue uma espada enquanto na esquerda seu cajado é ostentado. Sua faceta é tão
regiamente esculpida que é possível quase crer que se trata, na verdade, de uma donzela ali
impassível; não importa para onde o passante resolva seguir, impossível não ser acompanhado
pelos olhos da deífica que correm 180º ao seu redor. Dizem que todo aquele que não seja
crédulo verdadeiro paralisará mediante seu olhar.

ㅤ Ao atravessar a antecâmara chegará finalmente ao megaron, um colossal salão retangular


alicerçado por um pórtico de quatro colunas onde lareiras flamejam com chamas eternas. Aqui o
chão é ao natural cujo gramado cobre toda a sua extensão; nas paredes existem afrescos
minoicos remetendo seus visitantes de volta a Ilha de Creta, Egeu e Mediterrâneo. O cheiro de
terra molhada refresca os corações pesados, acalmando toda e qualquer preocupação a qual
levou o devoto até ali.

ㅤ Ocupando o espaço central da nau não importa o quão bela seja toda a composição ao redor, é
na estátua da Deusa que seus olhos se voltarão. Ali jaz Ela: calorosa, matral e não menos
majestosa.

ㅤ Com cerca de dez metros de largura por oito de altura, a escultura se eleva da terra podendo
ser vista apenas de seu busto para cima. Com a mão esquerda suspensa, de sua palma escorre
um ribeiro límpido o qual divide-se em nove braços d'água, cada um sumindo por outros nove
portões dourados. Seus longos cabelos são em verdade compridas ramas de flores e folhas
diversas de tons variados, sua derme é a relva verdejante e seus olhos estão fechados em uma
expressão de calmaria. A vida floresce ao seu redor e pássaros oriundos do alto oculus
repousam na extensão de sua silhueta. Pela abertura circular os reflexos tanto do Sol quanto da
Lua deslizam através da superfície telúrica da entidade ali reverenciada.

ㅤ É somente até aqui que os não iniciados ao sacerdócio da Deusa podem seguir. Depois deste
ponto, os mistérios de Tellus são resguardados pelo culto, seus sacerdotes e sua basílissa.
Nesse lugar determinado as jovens profetisas de Gaia recolherão suas ofertas e as levarão até
o próximo nível enquanto o ascético poderá nutrir seu espírito com orações à deidade. Dizem
que aqueles que bebem das águas ennía serão acometidos pela benevolência da cura de
qualquer doença, desde é claro que sua fé seja inflexível.

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