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Prof. Luciano - Filosofia - LIBERDADE - Existencialismo
Prof. Luciano - Filosofia - LIBERDADE - Existencialismo
Prof. Luciano
FILOSOFIA
Aula 9
Liberdade
É possível definir a liberdade?
➔
É algo previamente definido?
➔
Ser independente?
➔
Fazer o que se quer?
➔
Direito de expressão?
➔
Fazer escolhas?
●
Não há uma definição unívoca para o conceito de liberdade.
●
Liberdade: é um valor; tem a ver com autodeterminação, possibilidade
de fazer escolhas → é um processo de construção.
●
Tipos: Econômica, jurídica, política, física (de locomoção), de
expressão, etc.
Liberdade x Modos de Ser Humano
Liberdade → escolher agir (ou ser) de uma forma e não de outra
Liberdade é a possibilidade de se inventar o que é o ser humano
A liberdade está associada à uma essência/natureza humana?
●
Somos livres?
●
Até que ponto as circunstâncias nos condicionam, limitam ou
determinam?
●
Somos livres?
●
Até que ponto as circunstâncias nos condicionam, limitam ou determinam?
Teses sobre Liberdade:
Determinismo: as ações humanas são condicionadas por fatores naturais ou
histórico-sociais.
➔
Ideia de necessidade → inevitável, inexorável, fatalismo (não há escolha ou livre
arbítrio; não há espaço para mudança)
●
Mítico e religioso: destino, profecias, onisciência das divindades
●
Biológico e geográfico: comportamentos socioculturais atribuídos à fatores
genéticos (raça, instintos) ou ambientais
●
Materialismo vulgar: homem fruto do meio (econômico, cultural, etc.)
Livre arbítrio
●
Existencialismo (Sartre), Liberalismo (Locke)
Dialética entre liberdade e determinismo (Marx, Anthony Giddens, Norbert Elias)
●
O indivíduo é determinado e determinante → estruturas x sujeito
●
Depende da consciência sobre os fatores de determinação
Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir
JEAN-PAUL SARTRE
O ser e o nada (1943)
O existencialismo é um humanismo (1946)
Contexto: pós 2ª Guerra → desconfiança com a Razão
científica e filosófica (horrores da guerra)
➔
Qual o sentido da existência?
Existencialismo
“A existência precede a essência”
●
Não há uma natureza/essência humana que nos predetermine.
●
O ser humano não está predeterminado a nada, nem a um jeito de ser.
●
Não há uma essência humana prévia → ela é construída na existência
●
Primeiro há a liberdade (existência) para só depois haver essência
(personalidade fruto das escolhas).
●
A essência é construída mediante escolhas no exercício da liberdade
●
O ser é contingente (e não necessário) → inclusive Deus (ateísmo sartreano).
"Que significa dizer que a existência precede a essência? Significa que o homem
primeiro existe, se encontra, surge no mundo, e que se define depois. O homem,
tal como o existencialista o concebe, se não é definível, é porque de início ele não
é nada. Ele só será em seguida, e será como se tiver feito. Assim, não há
natureza humana, pois não há Deus para concebê-la. O homem é não apenas
tal como ele se concebe, mas como ele se quer, e como ele se concebe depois da
existência, como ele se quer depois desse impulso para a existência, o homem
nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo. Tal é o primeiro princípio
do existencialismo."
“Mas, se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é
responsável por aquilo que ele é. Assim, o primeiro passo do existencialismo é
colocar todo homem de posse daquilo que ele é e fazer cair sobre ele a
responsabilidade total por sua existência. E, quando nós dizemos que o
homem é responsável por si mesmo, não queremos dizer que o homem é
responsável por sua estrita individualidade, mas que ele é responsável por
todos os homens.”
SARTRE. O existencialismo é um humanismo. 1946
"O homem está condenado a ser livre"
●
É obrigado a fazer escolhas (não escolher já é uma escolha)
●
Obrigado a agir sem natureza/projeto/”script”/padrão/forma prévia
●
Obrigado a construir-se a si mesmo
●
Único responsável por seu destino: liberdade radical, responsabilidade
radical
➔
Não há um deus ou natureza a culpar pelas suas más ações (guerras)
➔
Um homem é responsável por todos os outros (efeitos das suas escolhas)
●
Natureza humana ≠ condição humana (ação livre e responsabilidade)
Angústia humana:
●
O ser humano vive angustiado por três motivos:
➔
Ele percebe-se como um ser finito.
➔
Desamparo: ele percebe-se abandonado num mundo material (não há a
quem recorrer).
➔
Desespero: ele é incondicionalmente livre e, portanto, incondicionalmente
responsável por seus atos → porém, não tem controle sobre as
consequências das escolhas.
Conceito de Situação:
●
Contexto em que o indivíduo se encontra não por sua escolha
●
Exemplo: tempo e espaço de nascimento
●
Condicionamento social: limites às escolhas (≠ determinismo)
●
Imposição de regras/limites: exigência de ação (decisões, escolhas)
●
Aceitação (resignação) ou reação → ato de liberdade
●
O importante não é o que fazem a uma pessoa, mas como ela escolhe
reagir
●
Existir já é escolher, mesmo em uma situação (contexto).
KARL MARX
●
Dialética entre liberdade e determinismo
●
Consciência dos fatores de determinação → deriva da luta política
(práxis) → rompimento com a ideologia
Sinopse
Existe uma natureza humana?
Há um sentido na vida?
A existência humana precede a essência
●
Não existe uma natureza humana explique o ser humano.
●
Todo o significado da vida e todos os valores só existem porque o homem os
cria.
●
Não faz sentido perguntar pelo sentido da vida. O homem tem que criar este
sentido.
●
O homem não pode apenas ser, no sentido de existir no mundo, mas precisa
fazer-se.
●
Ateísmo radical: Não se pode considerar que há um Deus, que precede o
homem, e que lhe fornece um conjunto de valores e um sentido para se viver.
Liberdade e responsabilidade
●
O homem está condenado à liberdade: a liberdade é algo que se impõe a todo
homem como a base da existência humana.
●
Nós somos completamente responsáveis pelas nossas escolhas, mas cada
escolha que fazemos também diz respeito a quem nos cerca.
Não há também uma natureza feminina ou masculina
“Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher [...] Até os doze
anos a menina é tão robusta quanto os irmãos e manifesta
as mesmas capacidades intelectuais; não há terreno em
que lhe seja proibido rivalizar com eles. Se, bem antes da
puberdade e, às vezes, mesmo desde a primeira infância,
ela já se apresenta como sexualmente especificada, não é
porque misteriosos instintos a destinem imediatamente à
passividade, ao coquetismo, à maternidade: é porque a
intervenção de outrem na vida da criança é quase original e
desde seus primeiros anos sua vocação lhe é
imperiosamente insuflada.”